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Prévia do material em texto

G R A D U A Ç Ã O
ME. ANDRÉIA GONÇALVES DARICE
Projeto 
Arquitetônico
Híbrido
GRADUAÇÃO
Projeto 
Arquitetônico
Me. Andréia Gonçalves Darice
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; DARICE, Andréia. 
 
 Projeto Arquitetônico. Andréia Gonçalves Darice. 
 Maringá-PR.: Unicesumar, 2020. 
 264 p.
“Graduação - Híbridos”.
 
 1. Projeto. 2. Arquitetura. 3. Planejamento. 4. EaD.
ISBN 978-65-5615-140-3
CDD - 22 ed. 720
CIP - NBR 12899 - AACR/2
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação
CEP 87050-900 - Maringá - Paraná
unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
Impresso por:
Coordenador de Conteúdo Fábio Augusto Gentilin.
Designer Educacional Janaina de Souza Pontes.
Revisão Textual Cintia Prezoto Ferreira e Erica 
Fernanda Ortega.
Editoração André Morais de Freitas.
Ilustração Welington Vainer Satin de Oliveira.
Realidade Aumentada Matheus Alexander de 
Oliveira Guandalini, Maicon Douglas Curriel e 
Cesar Henrique Seidel.
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor e 
Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos 
Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD William 
Victor Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de
Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin, Presidente
da Mantenedora Cláudio Ferdinandi. 
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes e 
Tiago Stachon; Diretoria de Graduação
e Pós-graduação Kátia Coelho; Diretoria de Permanên-
cia Leonardo Spaine; Diretoria de Design Educacional 
Débora Leite; Diretoria de Pós-Graduação EAD Bruno 
do Val Jorge; Head de Metodologias Ativas Thuinie 
Daros; Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane 
Yoshie Fukushima; Gerência de Projetos Especiais 
Daniel F. Hey; Gerência de Produção de Conteúdos 
Diogo Ribeiro Garcia; Gerência de Curadoria Carolina 
Abdalla Normann de Freitas; Supervisão do Núcleo de 
Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo; 
Supervisão de Projetos Especiais Yasminn Talyta 
Tavares Zagonel; Projeto Gráfico José Jhonny Coelho e 
Thayla Guimarães Cripaldi; Fotos Shutterstock 
PALAVRA DO REITOR
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalha-
mos com princípios éticos e profissionalismo, não 
somente para oferecer uma educação de qualida-
de, mas, acima de tudo, para gerar uma conversão 
integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-
-nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emo-
cional e espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois 
cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos 
mais de 100 mil estudantes espalhados em todo 
o Brasil: nos quatro campi presenciais (Maringá, 
Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 
300 polos EAD no país, com dezenas de cursos de 
graduação e pós-graduação. Produzimos e revi-
samos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil 
exemplares por ano. Somos reconhecidos pelo 
MEC como uma instituição de excelência, com 
IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 
10 maiores grupos educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos 
educadores soluções inteligentes para as ne-
cessidades de todos. Para continuar relevante, a 
instituição de educação precisa ter pelo menos 
três virtudes: inovação, coragem e compromisso 
com a qualidade. Por isso, desenvolvemos, para 
os cursos de Engenharia, metodologias ativas, as 
quais visam reunir o melhor do ensino presencial 
e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferentes 
áreas do conhecimento, formando profissionais 
cidadãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
BOAS-VINDAS
Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à Co-
munidade do Conhecimento. 
Essa é a característica principal pela qual a 
Unicesumar tem sido conhecida pelos nossos alu-
nos, professores e pela nossa sociedade. Porém, é 
importante destacar aqui que não estamos falando 
mais daquele conhecimento estático, repetitivo, 
local e elitizado, mas de um conhecimento dinâ-
mico, renovável em minutos, atemporal, global, 
democratizado, transformado pelas tecnologias 
digitais e virtuais.
De fato, as tecnologias de informação e comu-
nicação têm nos aproximado cada vez mais de 
pessoas, lugares, informações, da educação por 
meio da conectividade via internet, do acesso 
wireless em diferentes lugares e da mobilidade 
dos celulares. 
As redes sociais, os sites, blogs e os tablets ace-
leraram a informação e a produção do conheci-
mento, que não reconhece mais fuso horário e 
atravessa oceanos em segundos.
A apropriação dessa nova forma de conhecer 
transformou-se hoje em um dos principais fatores de 
agregação de valor, de superação das desigualdades, 
propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. 
Logo, como agente social, convido você a saber 
cada vez mais, a conhecer, entender, selecionar e 
usar a tecnologia que temos e que está disponível. 
Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg 
modificou toda uma cultura e forma de conhecer, 
as tecnologias atuais e suas novas ferramentas, 
equipamentos e aplicações estão mudando a nossa 
cultura e transformando a todos nós. Então, prio-
rizar o conhecimento hoje, por meio da Educação 
a Distância (EAD), significa possibilitar o contato 
com ambientes cativantes, ricos em informações 
e interatividade. É um processo desafiador, que 
ao mesmo tempo abrirá as portas para melhores 
oportunidades. Como já disse Sócrates, “a vida 
sem desafios não vale a pena ser vivida”. É isso que 
a EAD da Unicesumar se propõe a fazer.
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você 
está iniciando um processo de transformação, 
pois quando investimos em nossa formação, seja 
ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, 
consequentemente, transformamos também a so-
ciedade na qual estamos inseridos. De que forma 
o fazemos? Criando oportunidades e/ou estabe-
lecendo mudanças capazes de alcançar um nível 
de desenvolvimento compatível com os desafios 
que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o 
Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompa-
nhará durante todo este processo, pois conforme 
Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na 
transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem 
dialógica e encontram-se integrados à proposta 
pedagógica, contribuindo no processo educa-
cional, complementando sua formação profis-
sional, desenvolvendo competências e habilida-
des, e aplicando conceitos teóricos em situação 
de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado 
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como 
principal objetivo “provocar uma aproximação 
entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita 
o desenvolvimento da autonomia em busca dos 
conhecimentos necessários para a sua formação 
pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de 
crescimento e construção do conhecimento deve 
ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos 
pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar 
lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o Stu-
deo, que é o seu Ambiente Virtual de Aprendiza-
gem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas 
ao vivo e participe das discussões. Além disso, 
lembre-se que existe uma equipe de professores e 
tutores que se encontra disponível para sanar suas 
dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de apren-
dizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranquili-
dade e segurança sua trajetória acadêmica.
APRESENTAÇÃO
Caro(a) aluno(a) e futuro(a) Engenheiro(a) Civil, este livro tem como obje-
tivo orientar seus estudos e o desenvolvimento de projetos arquitetônicos. 
Contém temas que abordam desde a definição de projeto arquitetônico até 
suas etapas e aplicações, promovendo reflexões sobre o tema e a importância 
deste para a vida profissional. 
Cabe ressaltar que a atividade projetual é de grande responsabilidade; no 
caso do projeto arquitetônico, devemos lembrar que o profissional estará 
criando os espaços em que vão se desenvolver a maior parte das atividades 
da sociedade.As edificações são os espaços onde habitamos, trabalhamos, 
consumimos, realizamos atividades de lazer etc. Isto é, a arquitetura está 
em todos os lugares e atividades, daí vem a importância do projeto e a 
responsabilidade do projetista. Este livro busca evidenciar tais aspectos.
A Unidade 1 tratará do entendimento da arquitetura e do projeto arqui-
tetônico, apresentando conceitos que definem e introduzem a compreensão 
do tema. Nesta unidade, apresentam-se as principais tipologias de projeto 
arquitetônico, como a residencial e comercial, além de abordar o programa 
de necessidades, sua definição e importância no processo de projeto arqui-
tetônico. A unidade se encerra discorrendo sobre o partido arquitetônico, 
um termo bastante utilizado no meio da arquitetura e fundamental no 
desenvolvimento de projetos.
A Unidade 2 se dedica a apresentar os elementos que compõem a repre-
sentação do projeto arquitetônico, desde os elementos gráficos, como plantas, 
cortes e detalhamentos, até os elementos textuais e representações volu-
métricas digitais, como ferramentas de expressão das ideias do projetista. 
A Unidade 3 abordará as etapas do projeto arquitetônico, apresentando 
as fases em que é dividido um projeto, desde o início dos estudos, passan-
do pelas etapas de desenvolvimento de projeto, etapas necessárias para 
aprovação do projeto arquitetônico pelos órgãos públicos, até a etapa de 
execução do projeto arquitetônico, expondo os requisitos necessários a 
cada etapa de projeto.
A Unidade 4 abordará as condicionantes do projeto arquitetônico, discor-
rendo sobre as condicionantes de implantação, topográficas, as ambientais e 
as condicionantes relacionadas às diretrizes urbanas, normas e legislações.
A Unidade 5 tratará da circulação e acessibilidade nas edificações, abor-
dando desde conceitos de acessibilidade, normativas e princípios que orien-
tam a implantação de acessibilidade universal em projetos arquitetônicos, 
até a apresentação de parâmetros para o projeto de escadas e rampas.
Na Unidade 6, será tratado o tema de coberturas dos edifícios. Apre-
sentação dos principais tipos de coberturas e características construtivas, 
assim como os elementos que as compõem, seu dimensionamento e re-
presentação gráfica.
A Unidade 7 trata especificamente do projeto arquitetônico residen-
cial, enfatizando suas características e peculiaridades. Apresenta requisi-
tos necessários ao projeto residencial, além de recomendações quanto ao 
dimensionamento e organização dos espaços. Nesta unidade ainda são 
apresentados, como estudo de caso, projetos de arquitetura residencial.
A Unidade 8, por sua vez, apresenta os requisitos e características do 
projeto de edifícios verticais, destacando as normas e recomendações para 
o dimensionamento e elaboração de escadas e elevadores em edifícios 
verticais, saídas de emergência e reservatórios de água, além de outras 
especificidades deste tipo de edificação.
Por fim, a Unidade 9 fecha a discussão acerca do projeto arquitetônico, 
destacando estratégias para se projetar e realizar edificações mais ecoe-
ficientes, abordando os conceitos de sustentabilidade e ecoeficiência e 
apresentando estratégias de projeto no que tange o melhor aproveitamento 
da iluminação e ventilação natural na edificação, economia de energia e 
redução do consumo e reaproveitamento de água. A unidade é finalizada 
com apresentação de edificações, como estudo de caso.
Dessa forma, este livro busca contemplar os conteúdos necessários à 
formação de um profissional capacitado e atento às questões técnicas e 
criativas relacionadas à atividade de concepção de projetos arquitetônicos 
com qualidade estética e funcional, atendendo às demandas do mercado de 
trabalho e expectativas da sociedade, cumprindo, assim, seu papel social.
CURRÍCULO DOS PROFESSORES
Me. Andréia Gonçalves Darice
Mestre em Engenharia Urbana pela Universidade Estadual de Maringá (2014), especialista 
em Conservação e Restauração do Patrimônio pela PUCPR (2016), graduada em Arquitetura 
e Urbanismo, pela Universidade Estadual de Maringá (2009). Atua desde 2013 na docência 
nos cursos de graduação e pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Civil e 
Design de Interiores, atuando nas áreas de Urbanismo, Projeto Arquitetônico e Paisagismo. 
Concomitante à docência, atua desde 2010 na concepção e execução de projetos de arqui-
tetura e interiores.
Currículo Lattes disponível em: http://lattes.cnpq.br/1142136172729134
http://lattes.cnpq.br/1142136172729134
Entendendo 
o Projeto 
Arquitetônico
13
Elementos 
do Projeto 
Arquitetônico
33
Etapas do Projeto 
Arquitetônico
55
Condicionantes 
do Projeto 
Arquitetônico
Circulação e 
Acessibilidade
79
103
Coberturas
129
Projeto 
Arquitetônico 
Residencial
Projeto de Edifícios 
Verticais
197
Ecoeficiência 
nas Edificações
227
159
92 Coeficiente de aproveitamento
117 Elementos de uma escada
149 Desenho de um telhado
181 Ambientes Residenciais
Utilize o aplicativo 
Unicesumar Experience 
para visualizar a 
Realidade Aumentada.
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Me. Andréia Gonçalves
• Apresentar os principais conceitos da arquitetura.
• Introduzir a compreensão de projeto arquitetônico.
• Expor as principais tipologias de um projeto arquitetônico 
e suas características.
• Apresentar o significado de programa de necessidades e 
sua importância no processo de projeto.
• Compreender o significado do termo partido na produção 
de projeto.
O que é Arquitetura?
O Projeto Arquitetônico Programa de Necessidades
Partido ArquitetônicoTipologias de Projeto 
Arquitetônico
Entendendo o 
Projeto Arquitetônico
O que é 
Arquitetura?
Para entender o projeto arquitetônico, é preciso 
compreender o que é Arquitetura e como ela faz 
parte do nosso dia a dia.
Para Roth (2017), a Arquitetura é a arte inevi-
tável. Se pensarmos que estamos a todo momento 
em edifícios ou perto deles, entenderemos que a 
arquitetura nos toca constantemente, afeta nosso 
comportamento e condiciona nosso humor psico-
lógico. Mais do que um mero abrigo ou proteção 
contra intempéries, a arquitetura é também re-
gistro físico das atividades e aspirações humanas. 
Ainda segundo o autor (p. 45), “a arquitetura é a 
arte por meio da qual nos deslocamos, a arte que 
nos envolve”. 
Para Ching (2014, p. 2), “a arquitetura é uma 
disciplina muito complexa”. A maioria das pessoas 
passa toda a sua vida em contato constante com 
a arquitetura. Ela nos proporciona um lugar para 
morarmos, trabalharmos e nos divertirmos. Se-
gundo o autor, “a arquitetura é tanto arte quanto 
ciência”, pois o projeto de arquitetura envolve tan-
to aspectos estéticos e culturais quanto aspectos 
técnicos. Assim, segundo ele, a arquitetura “é uma 
disciplina artística que busca inventar por meio 
do projeto” (CHING, 2014, p. 2).
15UNIDADE 1
O arquiteto romano Marcos Vitrúvio escreveu, por volta de 25 a.C., que a arquitetura deve fornecer 
utilidade, firmeza e beleza. A utilidade significava o arranjo dos ambientes e dos espaços, sem criar 
dificuldades ao seu uso. A firmeza significava ter fundações sólidas e materiais construtivos escolhi-
dos com propriedade. A firmeza é a parte mais aparente do edifício, que o faz “parar em pé”. Por sua 
vez, a beleza significava ter aparência agradável e de bom gosto, com partes em devida proporção, de 
acordo com os princípios de simetria. A tríade vitruviana, como foi chamado o conjunto desses três 
princípios, ainda permanece atualmente como a síntese primordial dos elementos da boa arquitetura 
(ROTH, 2017).
Para Farelly (2014), a arquitetura é um tema complexo e fascinante. Os prédios estão ao nosso redor 
e compõem nosso mundo físico, assim sendo, fazer uma edificação exige vários níveis de pensamento 
e análise.
 “
A arquitetura define o mundo físico que nos cerca – por exemplo, um cômodo e os objetos que fazem 
parte dele. Ela pode ser uma casa, um arranha-céu, um conjunto de prédios [...] Seja qual for a escala 
da edificação,a arquitetura é desenvolvida aos poucos, do croqui do conceito ou do desenho técnico 
ao espaço ou prédio ocupado (FARELLY, 2014, p. 6-7).
Por outro lado, a construção seria a concretização da arquitetura, que demonstra a sua dimensão física 
e sua materialidade. Nesse sentido, um edifício seria como uma máquina, em que uma série de partes e 
sistemas interdependentes trabalham de forma conjunta para que o todo seja eficaz e habitável. Assim, 
a edificação deve ser analisada tanto como uma estrutura macro, com cobertura, paredes e pisos, como 
também deve ser entendida como uma série de detalhes que demonstram como os componentes se 
encaixam e se complementam, contando com sistemas como as instalações de ventilação e refrigera-
ção, as de calefação e iluminação, e proporcionar ambientes internos confortáveis (FARELLY, 2014).
Uma definição bastante completa e clara do que é a arquitetura é a dada por Carlos Lemos (2003, 
p. 40-41), em seu livro “O que é Arquitetura”, em que ele afirma que a “arquitetura seria, então, toda 
e qualquer intervenção no meio ambiente criando novos espaços, quase sempre com determinada 
intenção plástica, para atender a necessidades imediatas ou a expectativas programadas”.
Pode-se concluir, diante do que foi exposto, que a arquitetura é uma ciência bastante ampla e gene-
ralista, que visa aliar conhecimentos artísticos e culturais, históricos e sociais, técnicos e ambientais, de 
modo a modificar o meio e criar espaços de qualidade e que atendam às necessidades da sociedade.
16 Entendendo o Projeto Arquitetônico
O Projeto 
Arquitetônico
O projeto arquitetônico, por sua vez, é a repre-
sentação da arquitetura criada, idealizada para 
um determinado fim. Assim, cada projeto é um 
problema a ser resolvido.
Para Montenegro (2016), o Projeto arquite-
tônico é um plano, planejamento ou esquema, 
com finalidade definida, em que existe unidade 
formada por espaço, forma, volume, ritmo, cor 
e textura. Assim sendo, o autor afirma que o ato 
de projetar não é um processo racional, nem se-
quencial, mas sim um processo intuitivo, livre, 
que não obedece a regras. Isso reforça a ideia de 
que a criatividade é fundamental no processo de 
projeto arquitetônico.
Segundo Pahl et al. (2005), o engenheiro pro-
jetista tem como missão encontrar soluções para 
problemas técnicos. Para isso, ele deve levar em 
consideração os conhecimentos de engenharia 
e condicionantes materiais, econômicas, tecno-
lógicas, assim como restrições legais, ambientais 
e aquelas impostas pelo ser humano, tudo isso 
visando atender o objetivo prefixado.
17UNIDADE 1
O autor afirma, ainda, que as ideias, conhecimento e talento do engenheiro projetista irão determinar 
características técnicas, econômicas e ecológicas do produto desenvolvido.
 “
projetar é uma atividade intelectual, criativa, que requer uma base segura de conhecimentos nas 
áreas de matemática, física, química, mecânica, termodinâmica, mecânica dos fluidos, eletrotécnica, 
assim como de tecnologia de produção, ciência dos materiais e ciência do projeto, como também 
conhecimentos e experiências no campo a ser trabalhado. Concomitantemente, força de vontade, 
prazer em decidir, senso econômico, perseverança, otimismo e disposição em fazer parte de equipes 
são qualidades úteis, porém imprescindíveis para projetistas em postos de responsabilidade (PAHL 
et al., 2005, p. 1-2).
Muitas vezes temos a tendência de confundir o projeto arquitetônico com o desenho arquitetônico, 
mas segundo Montenegro (2016), o desenho não é o mesmo que projeto, pois o processo de projeto 
ocorre na mente, na imaginação do projetista, enquanto o desenho é a sua representação, podendo 
ser técnica ou artística. O desenho é a forma de comunicar a ideia, tanto para os clientes como para os 
profissionais parceiros, executores e público em geral, enquanto o projeto é o processo de criar, idealizar 
o objeto, com base em critérios técnicos, ambientais, culturais, entre outros. Assim sendo, veremos, no 
decorrer deste livro, o processo de projeto e as condicionantes que interferem e determinam as decisões 
de projeto pelo projetista.
18 Entendendo o Projeto Arquitetônico
As tipologias de projeto arquitetônico se tratam 
da classificação das edificações por tipos, de acor-
do com o uso que elas devem abrigar. Algumas 
edificações são projetadas para atender a um tipo 
único de uso e algumas para usos multifuncionais. 
As tipologias de projeto são inúmeras e podem 
se modificar de acordo com a sociedade, seus 
costumes, aspectos culturais, econômicos, entre 
outros fatores.
Abordaremos, nesta unidade, as principais 
tipologias arquitetônicas e suas características, 
sendo elas a residencial, comercial, hospitalar, es-
colar, religiosa e cultural.
Tipologias de 
Projeto Arquitetônico
19UNIDADE 1
• Arquitetura residencial: a mais conhecida por todos, pois estamos diariamente em contato com 
esse tipo de arquitetura. Ela tem a função primordial de nos fornecer abrigo, habitação. Uma 
edificação residencial (Figuras 1 e 2) pode ter dimensões bastante diferentes entre si, no entanto, 
devido ao uso exclusivamente residencial, o programa de necessidades será sempre, basicamente, 
o mesmo. Os ambientes e sua disposição em uma edificação residencial podem variar bastante 
de acordo com a cultura de cada lugar e os costumes dos moradores. 
Figura 1 - Exemplo de Edificação de tipologia residencial Figura 2 - Exemplo de Edificação de tipologia residencial
As edificações para o uso residencial podem ser casas urbanas, ca-
sas de campo ou veraneio, habitação de interesse social e também 
edifícios verticais (Figura 3), chamados de habitação multifamiliar, 
ou seja, onde habitam mais de uma família.
Figura 3 - Exemplo de Edificação de tipologia 
residencial multifamiliar - edifício vertical
20 Entendendo o Projeto Arquitetônico
As edificações residenciais também vão possuir 
características estéticas e plásticas distintas em 
cada região ou país, pois estes condicionantes são 
determinados, principalmente, por aspectos cul-
turais e características ambientais de cada lugar. 
Assim, as soluções adotadas para o uso de deter-
minado material, ou volumetria da edificação, 
depende dos costumes e padrões da região.
• Arquitetura comercial ou corporativa: nes-
sa tipologia se enquadram edificações que 
visam atender usos distintos dentro da te-
mática comercial. Podem ser edifícios com 
lojas e espaços comerciais (Figura 4) que 
visam atender diferentes tipos de empre-
sas e prestação de serviços ou edificações 
construídas para uma empresa específica 
ou um ramo de comércio específico. Des-
tacam-se os edifícios verticais comerciais.
• Arquitetura escolar: esta tipologia trata das 
edificações de uso escolar, públicas ou priva-
das, do ensino infantil até as universidades. É 
uma tipologia com características e critérios 
bastante específicos e, juntamente com a re-
sidência, o ambiente escolar é onde passamos 
boa parte do nosso tempo ao longo da vida. 
Enquadram-se os centros de educação infantil, 
escolas de ensino fundamental e médio, escolas 
de ensino técnico e profissionalizante, escola 
de idiomas, faculdades, centros universitários 
e universidades (Figura 6). 
Essa tipologia tem como característica que, normal-
mente, não se tem um cliente específico, já que os 
espaços serão sublocados ou vendidos, mas sim uma 
tendência de mercado ou um perfil específico de em-
preendedor que o projetista deve atender. Os shop- 
ping centers (Figura 5) são um exemplo deste tipo.
Figura 4 - Edifícios corporativos 
na Marginal Pinheiros, São Paulo
Figura 5 - Eastland shopping cen-
tre, Melbourne, Australia
Figura 6 - Faculdade de Arquitetura 
e Urbanismo da USP, São Paulo
Tenha sua dose extra de 
conhecimento assistindo ao 
vídeo. Para acessar, use seu 
leitor de QR Code.
21UNIDADE 1
Outro fator que torna o projeto deste tipo de edificação bastante complexo é que ela é espaço de pro-
dução de conhecimento, em que o processo criativo deve ser explorado e a arquiteturapode e deve 
incentivar e fortalecer essas funções. Ela é, também, local de interação social, de trocas e promoção 
cultural. Assim sendo, o projetista deve estar atento às demandas dos espaços e sua simbologia, visando 
sempre a produção de espaços de qualidade e que atendam sua função primordial.
• Arquitetura hospitalar 
ou de saúde: esta tipo-
logia é composta por 
edificações voltadas ao 
atendimento dos usos da 
saúde. Composta princi-
palmente por hospitais 
(Figura 7), mas também 
por todo estabeleci-
mento de atendimento 
à saúde, como unidades 
básicas de saúde – os co-
nhecidos postos de saú-
de –, Unidades de Pron-
to Atendimento, clínicas 
médicas e laboratórios.
Figura 7 - Exemplo de edificação 
de tipologia hospitalar
É uma tipologia de projeto arquitetônico complexo que envolve uma infinidade de condicionantes e 
de normativas e legislações que devem ser consideradas no projeto. Sem dúvida um grande desafio 
ao projetista. No Brasil e no mundo, existem especializações em arquitetura hospitalar, dada a sua 
complexidade.
• Arquitetura cultural: 
este tipo de arquitetura 
abrange uma infinidade 
de subtipos, como exem-
plo temos museus, bi-
bliotecas, galerias de arte, 
ateliês, centros culturais 
(Figura 8), teatros, cine-
mas, museus (Figura 9) 
entre outros, que tenham 
como função principal 
abrigar usos culturais. 
Figura 8 - Centro cultural Georges 
Pompidou - Paris, França
22 Entendendo o Projeto Arquitetônico
Uma edificação de uso cultural 
pode ter um dos usos citados ou 
todos eles agrupados, o que de-
finirá seu porte e complexida-
de de projeto. Quanto maior o 
número de atividades culturais 
previstas, maior também será o 
programa de necessidades do 
edifício. Estes podem ser tanto 
de uso público quanto privado, 
com exploração comercial.
• Arquitetura religiosa: a arquitetura religiosa é uma tipologia muito importante que teve muito 
destaque principalmente no período clássico, em que as catedrais e templos eram as principais 
edificações de destaque nas cidades. Esta tipologia é tomada por muita simbologia e pode va-
riar bastante sua característica de acordo com a religião. Além das catedrais cristãs (Figura 10), 
outros edifícios se destacam, como os templos budistas e as mesquitas muçulmanas (Figura 11). 
O programa de necessidades e a disposição dos espaços também se alteram de acordo com a 
crença de cada religião.
Figura 9 - Museu do amanhã - Rio de Janeiro
Figura 10 - Catedral de Brasília, arquiteto Oscar Niemeyer Figura 11 - Mesquita em Abu Dhabi
Esta tipologia de edificação é muito rica em detalhes arquitetônicos e formas, tendo, na maioria das 
vezes, a monumentalidade como principal característica.
23UNIDADE 1
Programa de
Necessidades
O programa de necessidades ou programa ar-
quitetônico “é a relação de todos os cômodos, 
ambientes, ou elementos arquitetônicos previs-
tos para o edifício” (NEVES, 2012, p. 30). Assim 
sendo, ele é construído juntamente com o clien-
te, levando em consideração suas características, 
cultura, preferências, costumes e o modo de usar 
um espaço ou desempenhar determinada função.
Assim, o programa traduz os espaços onde 
serão desenvolvidas as funções e atividade pre-
vistas para a edificação (NEVES, 2012). Portanto, 
o programa se caracteriza em uma listagem ou 
quadro, com todos os ambientes/funções neces-
sários na edificação.
O programa de necessidades não visa apenas 
listar ambientes, mas funções necessárias ou exi-
gidas para a tipologia arquitetônica. Neves (2012) 
cita o exemplo de uma residência, em que inúme-
ras funções devem ser desenvolvidas: desde fazer 
as refeições, preparo e cozimento de alimentos, 
lavagem de utensílios e roupas, repouso, lazer e 
recreação, guarda de veículos e materiais domés-
ticos, serviços domésticos, contemplação e lei-
24 Entendendo o Projeto Arquitetônico
tura, entre outros. Assim, cada função pode ser 
representada no programa por um ambiente ou 
serem conjugadas várias funções em um mesmo 
ambiente. Isso ocorre, também, com as demais 
tipologias de projeto.
Segundo Ching (2014), o programa de necessi-
dades deve considerar as dimensões espaciais exi-
gidas pelas atividades, ou seja, o tamanho de cada 
ambiente, assim como as relações de proximidade 
e adjacência entre as funções, as relações entre 
espaços servidos e de serviço e o zoneamento de 
usos públicos e privados, de acordo com cada ti-
pologia arquitetônica (CHING, 2014).
Vejamos, no Quadro 1, alguns exemplos de 
programa de necessidades, de acordo com a ti-
pologia de projeto:
Quadro 1 - Programa de necessidades: casa de veraneio x escola de 1º grau
PROGRAMA DE NECESSIDADES
Casa de veraneio Escola de 1° grau
• Varanda
• Sala de estar
• Bar
• Suíte do casal
• Suíte dos filhos
• Quarto de visitas
• Banheiro social
• Copa e cozinha
• Área de serviço
• Quarto e banheiro de empregada
• Garagem
• Entrada
• Sala de espera
• Secretaria
• Diretoria
• Sala de administração
• Arquivo
• Sala de professores
• Sala de reuniões
• Coordenação pedagógica
• Pátio coberto
• Cantina
• Depósito
• Sanitário de alunos
• Sanitário de professores
• Salas de aula
• Entrada de funcionários
• Vestiário de alunos
• Sanitário e vestiário de funcionários
• Auditório
• Biblioteca
• Quadra poliesportiva
Fonte: adaptado de Neves (2012).
Pode-se observar que o programa de necessidades é bastante distinto nos dois exemplos, pois se tra-
tam de edificações que têm por objetivo atender funções diferentes. Assim, quanto maior o número 
de funções ou atividades a serem desenvolvidas na edificação, mais complexo será desenvolver o 
programa de necessidades.
Uma orientação importante para a construção de um programa de necessidades, principalmente 
quando se trata de um tema arquitetônico novo para o projetista, é estudar projetos semelhantes, 
buscando entender melhor as funções do edifício, os ambientes necessários e suas relações espaciais. 
A essa pesquisa damos o nome de estudo correlato.
25UNIDADE 1
O programa é, então, uma forma de registrar, em forma de documento, as necessidades que a edificação 
tem de satisfazer. É um meio importante de transmitir informações entre os envolvidos no projeto, 
entre projetista e clientes, assessores, usuários etc. Constitui-se como a base do projeto arquitetônico, 
sendo uma fonte de inspiração para o projetista, principalmente se este programa contiver, além de 
anotações, esboços gráficos. O programa contribui também para se verificar a viabilidade do projeto 
e determinar o orçamento da construção (VOORDT, 2013).
Segundo Voordt (2013, p. 77), “elaborar o programa de necessidades, projetar e construir são as três 
atividades principais envolvidas no processo construtivo”.
Estudo correlato é a pesquisa realizada em arquitetura para estudo e análise de obras semelhantes 
(correlatas) ao tema que se deve projetar. Esta análise tem por objetivo dar referências ao projetista 
de como trabalhar com o tema. Neste estudo, são analisados aspectos funcionais, estéticos, espaciais, 
técnicos, tais como: local de inserção, soluções topográficas, programa de necessidades, composição 
estética, sistema construtivo, materiais utilizados, entre outros.
26 Entendendo o Projeto Arquitetônico
Partido 
Arquitetônico
Neste tópico, será abordado o termo partido ar-
quitetônico, específico da área de arquitetura e 
projeto arquitetônico. Contudo, o que seria o par-
tido arquitetônico?
Para Neves (2012, p. 7), o partido é “a ideia 
preliminar do edifício projetado”. Definição se-
melhante a dada por Oliveira (2015, p. 35) de que 
“o partido é, por hipótese, uma prefiguração do 
objeto, que o projetista elege como ponto de par-
tida e fio condutor”.
Outra definição para o partido arquitetônico 
é que ele seria o esboço conceitual, uma conse-
quência formal derivada da escolha de uma série 
de condicionantes ou de determinantes que de-
terminarão a concepção do projeto. São exemplos 
de condicionantes a localização; condições físicas 
e topográficas do sítio; clima, ventos, insolação, 
chuvas; atécnica construtiva; programa de ne-
cessidades; legislação, normas e códigos de obra; 
recursos financeiros; financiamento; tempo de 
construção; tecnologia disponível etc. (LEMOS, 
2003; MONTENEGRO, 2016).
27UNIDADE 1
Desta forma, pode-se entender que partido é a ideia primária de organização de um projeto de 
arquitetura (CHING, 2014). Uma vez que projetar é idealizar algo a ser feito, no caso da arquitetura, é 
idealizar o edifício a ser construído (NEVES, 2012).
Para que você compreenda melhor o termo, vamos explorar o texto de Neves (2012, p. 15), em que 
o autor defende que
 “
Idealizar um projeto requer, pelo menos, dois procedimentos: um em que o projetista toma a reso-
lução de escolha dentre inúmeras alternativas, de uma ideia que deverá servir de base ao projeto do 
edifício do tema proposto; e outro em que a ideia escolhida é desenvolvida para resultar no projeto. É 
do primeiro procedimento, o da escolha da ideia, que resulta o partido, a concepção inicial do projeto 
do edifício, a feitura do seu esboço.
Segundo o autor, é justamente no processo de escolha da ideia que servirá de base para o desenvol-
vimento do projeto que resulta o partido arquitetônico do projeto arquitetônico. Outro aspecto a se 
destacar é que o partido seria uma criação autoral e inventiva, ou seja, é particular de cada projetista 
e deriva de um processo criativo e inventivo dele.
Montenegro (2007) tem uma definição semelhante para o partido: segundo ele, é a etapa de projeto 
onde as primeiras ideias afloram e são esboçadas pelo projetista, já que, como vimos, o projeto surge 
na mente e o desenho é a forma de transpor esse projeto para o papel.
Assim, pode-se entender o partido como a ideia inicial do projeto, determinada por condicionantes 
do projeto que conduz o desenvolvimento do edifício.
Outro termo muito utilizado no processo de criação e desenvolvimento de projeto, neste caso, não 
só nas áreas de arquitetura e engenharia civil, mas também em áreas de design, moda e publicidade, 
é o conceito. Segundo Ching (2014, p. 220), “o conceito é uma ideia ou uma imagem mental capaz 
de gerar e guiar o desenvolvimento de um projeto”.
28
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
1. Baseado nos conceitos trabalhados nesta unidade e com as referências da sua 
casa, monte um programa de necessidades para uma residência.
2. A imagem a seguir ilustra o Centro Internacional de Negócios de Moscou, um 
complexo de edifícios comerciais na Rússia. O complexo se enquadra em qual 
tipologia arquitetônica? 
a) Residencial.
b) Corporativa.
c) Cultural.
d) Religiosa.
e) Residencial multifamiliar
3. Diferencie projeto arquitetônico de desenho arquitetônico.
29
Introdução à Arquitetura
Autor: Francis Ching
Editora: Bookman
Sinopse: esta é uma das obras de introdução à arquitetura mais completas. 
Apresenta de forma extremamente gráfica os principais aspectos da arquitetu-
ra, incluindo arquitetura de interiores e urbanismo. É um verdadeiro guia para 
aqueles que estão iniciando a carreira ou para os apaixonados por desenho e 
projeto de arquitetura.
LIVRO
Teoria e prática do partido arquitetônico
O texto aborda a questão da adoção do partido no projeto arquitetônico, dis-
cutindo, por meio da citação de diversos autores, definições e explicações para 
o tema.
WEB
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/2834
30
CHING, F. D. K. Introdução à arquitetura. Tradução Alexandre Salvaterra. Porto Alegre: Bookman, 2014.
FARELLY, L. Fundamentos de arquitetura. Tradução Alexandre Salvaterra. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2014.
LEMOS, C. O que é arquitetura. São Paulo: Brasiliense, 2003.
MONTENEGRO, G. A. Desenho de projetos. 1. ed. São Paulo: Blucher, 2007.
MONTENEGRO, G. A. O traço dá ideia: bases para o projeto de arquitetura. São Paulo: Blucher, 2016.
NEVES, L. P. Adoção do partido na arquitetura. 3. ed. Salvador: EDUFBA, 2012.
OLIVEIRA, R. C. de. Construção, composição, proposição: o projeto como campo de investigação epistemológica. 
In: CANEZ, A. P.; SILVA, C. A. (org). Composição, partido e programa: uma revisão crítica de conceitos em 
mutação. Porto Alegre: Editora UniRitter, 2015.
PAHL, G.; BEITZ, W.; FELDHUSEN, J.; GROTE, K-H. Projeto na engenharia: fundamentos do desenvolvi-
mento eficaz de produtos, métodos e aplicações. Tradução Hans Andreas Werner; revisão Nazem Nascimento. 
São Paulo: Blucher, 2005.
ROTH, L. M. Entender a arquitetura: seus elementos, história e significado. Tradução Joana Canêdo. São 
Paulo: Gustavo Gili, 2017.
VOORDT, T. J. M. van der. Arquitetura sob o olhar do usuário. Tradução Maria Beatriz de Medina. São Paulo: 
Oficina de Textos, 2013.
31
1. Como foi dito no decorrer da unidade, o programa de necessidades pode variar bastante de acordo com o 
perfil dos clientes e suas preferências, mas, de modo geral, o programa de necessidades de uma residência 
possui elementos semelhantes.
Exemplo:
3 quartos, sendo 1 suíte
Banheiro social
Sala
Cozinha
Área de serviço/lavanderia
Garagem
Churrasqueira/área de lazer
2. B. Como pudemos ver ao longo desta unidade, os edifícios que abrigam funções comerciais se enquadram 
na tipologia comercial ou corporativa.
3. Enquanto o projeto é o processo de criar, idealizar algo, que nasce na mente do projetista, sendo um 
processo intuitivo e criativo, um processo autoral, o desenho arquitetônico é a forma de representar o 
projeto idealizado pelo projetista.
32
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Reconhecer os elementos que compõem a representação 
do projeto arquitetônico.
• Apresentar os elementos gráficos de projeto que com-
põem os planos horizontais.
• Apresentar os elementos gráficos de projeto que com-
põem os planos verticais.
• Expor os elementos gráficos complementares do projeto 
arquitetônico.
• Apresentar os elementos textuais como legendas e tabe-
las, que compõem o projeto arquitetônico.
Os Elementos 
Gráficos do Projeto
Planos Horizontais
Perspectivas e 
Modelos Físicos
Elementos TextuaisPlanos Verticais
Me. Andréia Gonçalves
Elementos do 
Projeto Arquitetônico
Os Elementos 
Gráficos do Projeto
Esta unidade abordará a representação gráfica do 
projeto Arquitetônico. Como abordado na Uni-
dade 1, desenho arquitetônico e projeto arquite-
tônico são coisas distintas, enquanto o desenho 
é a representação da ideia que está na mente do 
projetista, tornando visível o que foi imaginado, 
permitindo a comunicação das ideias do proje-
to e o registro da evolução do processo criativo 
(MONTENEGRO, 2007), o projeto é o objeto que 
foi idealizado pelo projetista, sendo representado 
graficamente pelo desenho. Enquanto o projeto é 
um documento demonstrativo do algo idealizado, 
documento explicativo do edifício projetado, o 
desenho é a linguagem própria para explicar o 
projeto arquitetônico (NEVES, 2012).
O desenho é uma ferramenta fundamental 
para comunicar as ideias de projeto, é por meio 
dele que os projetistas – arquitetos, engenheiros, 
designers – transmitem suas ideias para o papel, 
para que possam ser vistas e discutidas com ou-
tros profissionais e clientes e para que possam ser 
executadas. Farelly (2014) lembra que a arquite-
tura é uma linguagem visual, e os arquitetos se 
comunicam por meio de desenhos, maquetes e 
dos espaços e lugares que constroem.
35UNIDADE 2
Os desenhos de projeto podem ser esboços, croquis, desenho 
técnico feito por instrumento, desenhos auxiliados pelo computa-
dor, podendo ser em 2 ou 3 dimensões.
Os desenhos finais de projeto devem seguir normas, permitindo 
que ele seja compreendido em qualquer país. No Brasil, a ABNT 
(Associação Brasileira de Normas Técnicas) é a responsável por ela-
borar e atualizar as normas de desenho e representação de projetos.
Segundo a NBR 13532 (ABNT, 1995), as informações técnicas 
que são produzidas durante as etapas de elaboração do projeto 
de arquitetura devem ser apresentadas em documentos técnicos, 
podendo ser de tipos distintos como: desenhos, textos, planilhas e 
tabelas, fluxogramase cronogramas, fotografias, maquetes, entre 
outros. Os desenhos se dividem em representações dos planos ho-
rizontais e verticais da edificação, além de representações em três 
dimensões. Nos tópicos seguintes, conheceremos melhor cada tipo 
de desenho e quais suas funções na representação do projeto.
Croqui é o nome dado a desenhos de estudos, feitos a mão livre, 
portanto sem escala precisa, porém estes mantêm as proporções 
do objeto.
São muito comuns na etapa de desenvolvimento inicial do pro-
jeto, como no estudo de possibilidades e para definir o partido 
arquitetônico.
36 Elementos do Projeto Arquitetônico
Os elementos do plano horizontal são caracteri-
zados pelas plantas: planta de situação, planta de 
locação, planta de cobertura, planta baixa, planta 
layout, entre outras (MONTENEGRO, 2017).
A planta de situação compreende o partido 
arquitetônico em seus múltiplos aspectos, con-
tendo informações de acordo com o tipo, porte e 
função da edificação (NBR 6492) (ABNT, 1994). 
A normativa citada reforça que, para a aprovação 
em órgãos oficiais, a planta deve conter as infor-
mações completas do terreno.
Planos Horizontais
37UNIDADE 2
Figura 1 - Planta de situação
Fonte: Montenegro (2017, p. 53).
NORTE
QUADRA G
QUADRA F
Q
UA
D
RA
 CQUADRA B
Q
U
A
D
RA
 H
RU
A
 D
O
 M
A
N
D
AC
A
RU
Q
U
A
D
RA
 E
IGREJA
BECO DO PIRULITO
1
10
9 8 7 6
5
432
20
,0
0
10,00
RU
A 
D
O
 C
AL
U
N
G
A
RUA DE HORTAS
Sentido da
descida
Contorno
da parede
Ela tem a função de não mos-
trar apenas a edificação ou o 
terreno, mas tudo que está em 
seu entorno imediato e que seja 
relevante para o entendimento 
e execução do projeto.
A Planta de cobertura tem 
por objetivo mostrar a cobertura 
(telhado) da edificação, enquan-
to a planta de locação objetiva 
mostrar a construção dentro do 
terreno. As plantas de locação e 
cobertura podem ser represen-
tadas em um desenho único 
(MONTENEGRO, 2017), neste 
caso, ela é mais comumente co-
nhecida como Implantação.
A implantação ou planta de 
locação não mostra apenas o 
terreno, mas elementos como 
árvores, construções existentes, 
postes, calçada, pontos de refe-
rência e construções vizinhas, 
além das informações necessá-
rias dos projetos complementa-
res, como o movimento de terra, 
arruamento, redes hidráulica, 
elétrica e de drenagem, entre 
outros. A planta de locação, 
como o próprio nome destaca, 
permite a locação da constru-
ção no terreno (ABNT 1994; 
MONTENEGRO, 2017).
Figura 2 - Planta de Cobertura
Fonte: Montenegro (2017, p. 49).
38 Elementos do Projeto Arquitetônico
Figura 3 - Planta de Locação ou 
Implantação
Fonte: Montenegro (2017, p. 50).
20
,0
0
12,00
2,00
NORTE
MEIO FIO
RUA
CALÇADA
5,
00
A Planta baixa se trata da plan-
ta de edificação, sendo carac-
terizada pela vista superior de 
um plano secante horizontal, 
localizado a 1,50 m do piso de 
referência. De acordo com o que 
estabelece a NBR 6492 (ABNT, 
1994), esta altura pode variar, 
visando todos os elementos ne-
cessários ao entendimento do 
projeto. De acordo com a quan-
tidade de pavimentos da edifi-
cação, as plantas da edificação 
podem ser do térreo, subsolo, 
pavimento-tipo, sótão, cobertu-
ra, entre outros (ABNT, 1994).
39UNIDADE 2
Figura 5 - Exemplo de planta baixa
Por meio da planta baixa, pode-se compreender como a edificação funciona, o programa de necessi-
dades, dimensões dos ambientes, conexão entre os espaços, localização das aberturas, revestimentos 
de piso e, até mesmo, o layout interno. Ele é um dos principais desenhos na apresentação de projeto, 
sendo também o mais comum.
Outras plantas podem ser construídas de acordo com a necessidade do projeto, como planta espe-
cífica do layout interno, plantas de gesso/forro, plantas de iluminação e também as plantas dos projetos 
complementares, como instalações hidráulicas e elétricas.
Figura 4 - Exemplo de planta baixa residencial
40 Elementos do Projeto Arquitetônico
Os planos verticais do projeto arquitetônico são 
compostos pelos cortes, fachadas e elevações.
Os cortes são planos secantes verticais que 
dividem a edificação em duas partes. Os cortes 
podem ser no sentido longitudinal ou transversal 
da edificação, devendo ser posicionados no dese-
nho de modo que mostrem o maior número de 
informações e detalhes construtivos do edifício. 
Os cortes ainda podem ser deslocados, visando 
mostrar algum detalhe construtivo importante 
(ABNT, 1994).
Segundo Montenegro (2017), os cortes devem 
mostrar detalhes da edificação, como altura das 
portas e das janelas, altura do forro ou do pé-di-
reito dos ambientes, inclinação da cobertura, en-
tre outros detalhes. Recomenda-se que os cortes 
passem por escadas e banheiros, demonstrando 
altura e detalhes dos degraus, detalhes da altura 
dos revestimentos do banheiro, etc.
Planos Verticais
41UNIDADE 2
Figura 6 - Exemplo de corte de edifício vertical
Figura 7 - Exemplo de corte em edificação residencial
42 Elementos do Projeto Arquitetônico
Figura 8 - Exemplo de cortes em diferentes posições da edificação
Os cortes não são elementos apenas da etapa de projeto final, ao contrário, estes desenhos aparecem 
normalmente desde a etapa de estudo, pois auxiliam ao projetista entender e analisar as soluções de 
sistema construtivo, adaptação à topografia do lote, definir altura de pé-direito e alturas totais da 
edificação, entre outros.
Outro elemento do plano vertical do projeto são as fachadas. Estas se caracterizam como a represen-
tação gráfica de planos externos da edificação (ABNT, 1994). As fachadas são os desenhos responsáveis 
por mostrar como a edificação ficará quando finalizada, demonstrando materiais de acabamento, cores 
e detalhes plásticos da edificação.
Figura 9 - Exemplo de fachadas frontal e lateral 
Elas são representadas no proje-
to final, tanto por desenhos téc-
nicos, como por desenhos mais 
humanizados, coloridos, visan-
do, por exemplo, a apresentação 
do projeto para o cliente ou em-
preendedor, pois, com a huma-
nização, o desenho se aproxima 
mais da realidade e ajuda na sua 
interpretação por leigos.
43UNIDADE 2
Figura 10 - Exemplo de fachada humanizada
As elevações são parecidas com as fachadas, mas são chamadas assim porque se tratam da represen-
tação gráfica de planos internos do edifício ou de elementos específicos. Elas são muito utilizadas no 
projeto de interiores. As elevações, assim como as fachadas, apresentam informações de materiais de 
acabamento, cores e detalhes do edifício.
Figura 11 - Exemplo de fachada e elevação humanizadas
44 Elementos do Projeto Arquitetônico
Perspectivas e 
Modelos Físicos
Estes elementos são compostos por desenhos em 
3 dimensões, como as perspectivas feitas à mão 
livre ou com auxílio de instrumento, ou pelos ele-
mentos construídos com auxílio do computador, 
as chamadas maquetes eletrônicas. Os modelos 
físicos são as chamadas maquetes, construídas 
por diversos materiais e em diversas escalas para 
representar a edificação, o terreno ou algum de-
talhe construtivo específico.
45UNIDADE 2
Figura 12 - Exemplo de perspectiva
Estes elementos são importantes, pois dão tridimensionalidade ao projeto, o que permite mais fácil 
compreensão de sua volumetria; para o cliente, sem dúvida é um ótimo recurso, para que as ideias do 
projetista sejam compreendidas. 
Figura 13 - Exemplo de maquete física
São ferramentas importantes tanto para demons-
trar o projeto finalizado como para o estudo de 
formas e volumes do próprio projetista durante 
o processo de projeto.
Figura 14 - Exemplo de maquete física de estudo
As perspectivas ou maquetes podem mostrar o edi-
fício como um todo ou partes mais relevantes. São 
usadas também de forma explodida para mostrar 
detalhes internos e detalhes do sistema construtivo.
46 Elementos do Projeto Arquitetônico
Figura 15 - Exemplos de maquetes eletrônicas explodidas mostrando o interior da edificação
Tenha sua dose extra de conhecimento assistindo ao vídeo. Para acessar, use 
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47UNIDADE 2
Os elementos textuais são todos os elementos de 
texto, tabelas, planilhas, dados que visam comple-
mentar as informações de projeto que não apare-
cem em sua totalidade no desenho arquitetônico.
Segundo a NBR 6492 (ABNT, 1994), os ele-
mentos textuais são o programa de necessidades, 
o memorial justificativo do projeto, discrimina-
ção técnica, especificações, listas de materiais e 
orçamento. Podem ser inseridos como elementos 
textuais complementares os estudos de viabilida-
de técnica do projeto.
O programa de necessidades, como já foi tra-
tado na unidade anterior, é um documento pre-
liminar do projeto que contém o levantamento 
das informações necessárias para a elaboração do 
projeto, no que se refere aos ambientes e funções, 
assim como as necessidades do contratante que a 
edificação deve atender. Ele pode ser expresso por 
meio de uma listagem ou planilhas que incluam o 
pré-dimensionamento de áreas de cada ambiente/
função (ABNT, 1994; ABNT, 2017).
Elementos Textuais
48 Elementos do Projeto Arquitetônico
O memorial justificativo se trata de um texto em que se evidencia o atendimento às condições 
estabelecidas no programa de necessidades. Ele também é responsável por apresentar o partido ar-
quitetônico adotado pelo projetista (ABNT, 1994; ABNT, 2017), assim como as principais estratégias 
e soluções adotadas, principalmente as que se referem às questões plásticas e volumétricas.
A discriminação técnica é um documento que tem por objetivo descrever, de forma completa e 
precisa, os materiais de construção utilizados, indicando onde estes materiais serão aplicados e quais 
as técnicas necessárias para sua execução (ABNT, 1994).
Por outro lado, as especificações são recomendações anexadas ao projeto destinada a fixar caracte-
rísticas e requisitos exigíveis para matérias-primas, produtos semifabricados, elementos de construção, 
materiais ou produtos industriais semiacabados que serão utilizados na execução do projeto, visando 
garantir a qualidade dos serviços (ABNT, 1994).
A lista de materiais trata-se de um levantamento quantitativo de todos os materiais que foram 
especificados no projeto, devendo conter todas as informações necessárias para a sua aquisição.
O orçamento, por sua vez, é um documento que demonstra a avaliação de custos, tais como serviços, 
materiais, mão de obra e taxas relacionadas à execução do projeto proposto.
O estudo de viabilidade técnica de arquitetura é um documento que visa identificar a viabilidade 
de se desenvolver e executar determinado projeto que se planeja. Além de possuir elementos como 
desenhos (esquemas gráficos, diagramas e histogramas), o estudo de viabilidade também se apresenta 
em forma de texto, em forma de relatórios técnicos (ABNT, 2017).
49
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
1. Descreva quais as diferenças entre a Implantação e a Planta de Cobertura.
2. Os cortes são planos secantes verticais que dividem a edificação em duas partes. 
Eles devem mostrar o maior número de informações e detalhes construtivos do 
edifício. Quais os elementos e informações que um corte deve mostrar? Cite ao 
menos 3 elementos.
3. A planta baixa de uma edificação é um dos principais desenhos na apresentação de 
projeto, sendo também o mais comum, pois nela encontramos diversas informações 
importantes do projeto. Cite 4 informações demonstradas na planta baixa. 
50
Desenho Arquitetônico
Autor: Gildo Montenegro
Editora: Blucher
Sinopse: este é um livro de consulta para desenhistas, técnicos de edificações, 
arquitetos e engenheiros. Ele mostra o uso dos instrumentos de desenho, con-
venções gráficas, normas técnicas, detalhes construtivos e vocabulário técnico, 
além de apresentar as medidas dos equipamentos usuais de uma habitação. É 
fartamente ilustrado e demonstra que um livro técnico não tem que ser chato: 
nele cabe também o humor, se o leitor tiver isto e imaginação.
Comentário: o livro aborda o passo a passo do desenho arquitetônico, assim 
como os elementos gráficos que compõem um projeto arquitetônico, elementos 
construtivos e principais elementos construtivos de uma edificação.
LIVRO
51
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6492:1994. Representação de projetos de arquitetura. 
Rio de Janeiro, 1994.
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 13532:1995. Elaboração de projetos de edificações – 
Arquitetura. Rio de Janeiro, 1995.
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 16636-1:2017. Elaboração e desenvolvimento de 
serviços técnicos especializados de projetos arquitetônicos e urbanísticos – Parte 1: Diretrizes e terminologia. 
Rio de Janeiro, 2017.
FARELLY, L. Fundamentos de arquitetura. Tradução: Alexandre Salvaterra. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2014.
MONTENEGRO, G. A. Desenho de projetos. 1. ed. São Paulo: Blucher, 2007.
MONTENEGRO, G. A. Desenho arquitetônico. 5. ed. rev. ampl. São Paulo: Edgard Blucher, 2017. 
NEVES, L. P. Adoção do partido na arquitetura. 3. ed. Salvador: EDUFBA, 2012.
52
1. A implantação de uma edificação é um desenho que deve mostrar todo o terreno e a localização da 
edificação dentro dele. Aparecem nela elementos presentes no terreno, tais como árvores, construções 
existentes, postes, calçada etc., enquanto a Planta de Cobertura tem como objetivo demonstrar como 
será a cobertura da edificação, número de águas, inclinação, tipo de telha e outros detalhes necessários 
à compreensão do projeto.
2. Os cortes devem demonstrar detalhes como:
• Altura das portas e das janelas.
• Altura do forro ou do pé-direito dos ambientes.
• Inclinação da cobertura.
• Altura e detalhes dos degraus em escadas.
• Altura dos revestimentos do banheiro.
3. A Planta baixa deve demonstrar informações como:
• O atendimento ao programa de necessidades.
• Dimensões dos ambientes.
• Conexão entre os espaços.
• Localização das aberturas.
• Tipos de revestimentos de piso.
• Layout interno (mobiliário).
53
54
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Compreender em quais etapas é dividido um projeto e 
qual a importância de cada etapa no processo de projeto.
• Apresentar as etapas que compõem o início do estudo e 
desenvolvimento do projeto.
• Apresentar as etapas que se consolidam como desenvol-
vimento de projeto, suas características e especificidades.
• Conhecer as etapas necessárias para que um projeto ar-
quitetônico seja aprovado e liberado pelos órgãos públicos.
• Expor os requisitos necessários à etapa de execução de 
um projeto arquitetônico.
As Etapas de um 
Projeto Arquitetônico
Etapas do Pré-Projeto Etapas para Aprovação 
Legal do Projeto
Etapa de Execução e 
Posteriores
Etapas de 
Desenvolvimento
Me. Andréia Gonçalves Darice
Etapas do Projeto 
Arquitetônico
As Etapas de um 
Projeto Arquitetônico
Esta unidade abordará as etapas do projeto ar-
quitetônico, destacando o processo de projeto e 
as fases pelas quais ele passa até se tornar uma 
obra edificada.
57UNIDADE 3
De acordo com Montenegro (2007), um pro-
jeto arquitetônico passa por diversas etapas, que 
são definidas por ele como: primeiramente o de-
sejo do cliente ou do próprio arquiteto (projetista) 
em realizar o projeto; a partir daí vem a etapa de 
coleta de dados, definição do programa de neces-
sidades e dos usos, assim como o levantamento 
de dados de projetos anteriores, que possam ser 
úteis ao projeto em questão. A partir de então, as 
primeiras ideias são esboçadas pelo projetista e 
os esboços são refinados para se chegar em um 
projeto definido, em que um esboço é escolhido 
e aperfeiçoado. A próxima etapa, segundo o autor, 
seria os primeiros traços do anteprojeto, seguidos 
de correções, chegando ao projeto definitivo. Com 
o projeto definitivo em mãos, vem o processo de 
especificações e acabamentos. A etapa seguinte é 
a aprovação do projeto pelo cliente e pelos órgãos 
públicos, permitindo, assim, a etapa de execução. 
Muitos poderiam pensar que se findam nesse mo-
mento as etapas do projeto, mas, de acordo com 
Montenegro(2007), deve-se considerar, ainda, 
uma etapa, a de exame do projeto construído vi-
sando identificar erros e acertos.
 “
O projeto arquitetônico é parte central do 
projeto completo de edificação, conjunto de 
projetos das diversas especialidades neces-
sárias para a execução de uma edificação. 
Estes projetos são desenvolvidos por meio 
de uma abordagem evolutiva, caracterizada 
por etapas e fases, e também consideran-
do-se tempos simultâneos para atividades 
complementares de diversas especialidades 
que têm que ser coordenadas e integradas 
(ABNT, 2017b, p. 5).
Segundo Montenegro (2016), o processo de pro-
jeto passa por etapas de formulação de alterna-
tivas possíveis, e a representação técnica é parte 
do processo.
De acordo com Neves (2012), projetar um 
edifício é um ato de criação, sendo fruto da ima-
ginação criadora, da sensibilidade do projetista, 
sua intuição e percepção. Assim, segundo o au-
tor, o ato de projetar se divide em três principais 
etapas: a primeira se trata da coleta e análise das 
informações básicas; a segunda se caracteriza pela 
adoção do partido arquitetônico, transpondo para 
o papel a formulação conceitual do projeto; e a ter-
ceira é a da solução final, o projeto arquitetônico, 
produzindo o projeto executivo (NEVES, 2012).
Por outro lado, para Lawson (2005 apud KO-
WALTOWSKI et al., 2011), a sequência essencial 
no processo de projeto é a análise, a síntese e a 
avaliação (Figura 1). Essa sequência de processo 
de projeto contém as etapas de projeto. 
Figura 1 - Ciclo de uma sequência de decisões de projeto 
proposto por Lawson 
Fonte: Lawson (2005 apud KOWALTOWSKI et al., 2011, p. 88).
Se analisarmos o modelo de processo de projeto 
proposto por Markus (1971 apud KOWALTO-
WSKI et al., 2011), veremos que cada etapa do 
processo de projeto é composta por uma sequên-
cia de análise, síntese e avaliação, para se chegar 
na melhor alternativa (Figura 2).
Análise
SínteseAvaliação
58 Etapas do Projeto Arquitetônico
Figura 2 - Modelo de processo de projeto e sequência de decisões proposto por Markus 
Fonte: Markus (1971 apud KOWALTOWSKI et al., 2011, p. 86).
Saída
Esboço
Desenvolvimento
DetalhamentoDecisão
Análise Síntese Avaliação
Análise Síntese Avaliação
Análise Síntese Avaliação
Entrada
Decisão
Decisão
Na visão de Farrelly (2014), independentemente da complexida-
de, o projeto tem uma linha do tempo que demonstra cinco etapas 
fundamentais do projeto e sua execução, sendo elas o conceito, a 
análise do terreno, o desenvolvimento do projeto, o detalhamento e 
a construção e resultado.
Além dos vários autores que abordam as etapas de projeto arquite-
tônico, a ABNT, por meio da NBR 16636-2 (2017b, p. 8-9), de maneira 
mais pragmática, estabelece duas fases principais para o desenvolvi-
mento do projeto de arquitetura, sendo elas a fase de preparação e a 
fase de elaboração e desenvolvimento de projetos técnicos. Cada fase 
é subdividida em uma série de etapas de projeto. A primeira fase se 
divide nas etapas de:
59UNIDADE 3
• Levantamento de informações preliminares.
• Programa geral de necessidades.
• Estudo de viabilidade do empreendimento.
• Levantamento das informações técnicas específicas, as quais, 
segundo a NBR, devem ser levantadas junto ao empreendedor 
ou contratadas no projeto.
Por sua vez, a segunda fase, a de elaboração e desenvolvimento dos 
projetos, divide-se nas seguintes etapas:
• Levantamento de dados para arquitetura, em que se levantam 
informações técnicas específicas.
• Programa de necessidades para arquitetura.
• Estudo de viabilidade de arquitetura.
• Estudo preliminar arquitetônico.
• Anteprojeto arquitetônico.
• Projeto para licenciamentos.
• Estudo preliminar dos projetos complementares.
• Anteprojetos complementares.
• Projeto executivo arquitetônico.
• Projetos executivos complementares.
• Projeto completo de edificação.
• Documentação conforme construído, o chamado “as built”.
O infográfico a seguir ilustra as duas fases e suas respectivas etapas.
Tenha sua dose extra de conhecimento 
assistindo ao vídeo. Para acessar, use seu 
leitor de QR Code.
60 Etapas do Projeto Arquitetônico
FASES DOS PROJETOS 
ARQUITETÔNICOS E 
COMPLEMENTARES 
DA EDIFICAÇÃO
FASE 1
ATIVIDADES
PREPARATÓRIAS
FASE 2
ETAPAS DE ELABORAÇÃO
E DESENVOLVIMENTO DE
PROJETOS TÉCNICOS
Estudo preliminar
arquitetônico (EP-ARQ)
Estudo de viabilidade de
arquitetura (EV-ARQ)
Anteprojeto arquitetônico
(AP-ARQ)
Projeto para
licenciamento (PL)
Levantamento de informações
preliminares (LV-PRE)
Programa geral de
necessidades (PGN)
Estudo de viabilidade do
empreendimento (EVE)
Levantamentos de informações
técnicas específicas (LVIT-ARQ)
Estudo preliminar dos projetos
complementares (EP-COMP)
Projetos executivos completos
de edi�cações (PECE)
OBRA
Anteprojetos complementares
(AP-COMP)
Projetos executivos
arquitetônicos (PE-ARQ)
Projetos executivos
complementares (PE-ARQ)
Pr
oc
es
so
s 
de
co
m
pa
ti
bi
liz
aç
ão
DUCUMENTAÇÃO
CONFORME COSTRUÍDO
(AS BUILT)
Figura 3 - Fases dos projetos arquitetônicos
Fonte: adaptada de ABNT (2017b).
Nos próximos tópicos, serão abordadas as etapas de projeto e suas especificidades.
61UNIDADE 3
Etapas do 
Pré-Projeto
Neste tópico, serão abordadas as etapas e proces-
sos de projeto que fazem parte do pré-projeto ou 
etapa inicial de preparação para o desenvolvi-
mento dos projetos técnicos, atividades estas que 
serão base para a formulação das ideias de projeto 
e seu desenvolvimento, culminando na etapa de 
execução da obra.
Fazem parte desta etapa as atividades de desen-
volvimento de pesquisas sobre o terreno em que a 
edificação será implantada, organogramas, orça-
mentos, levantamento de regulamentos oficiais e 
estimativas de custos do projeto. Estas pesquisas 
terão como resultado a criação de relatórios téc-
nicos, esboços preliminares, diagramas, plantas, 
cortes, perspectivas, fotografias e até maquetes 
(ABNT, 2017b; MONTENEGRO, 2016).
Segundo a NBR 16636-2 (ABNT, 2017b), nesta 
etapa, deve-se levantar as informações a respeito 
da legislação (municipais, estaduais ou federais) 
que incida sobre o lote onde a edificação será 
construída, assim como as características do ter-
reno, como a topografia, orientação solar, ventos 
predominantes, edificações existentes, caracterís-
ticas do entorno, entre outros. Estas informações 
serão fundamentais ao projetista para desenvolver 
62 Etapas do Projeto Arquitetônico
as ideias de projeto. Segundo Farrelly (2014), entender o terreno, seu 
entorno imediato e o contexto urbano maior permite que o projeto 
tenha uma conexão mais adequada com ele.
De acordo com a NBR 16636-2 (ABNT, 2017b), as etapas ini-
ciais incluem, também, a formulação do programa de necessida-
des, devendo apresentar as informações necessárias à concepção 
arquitetônica da edificação, como: os ambientes previstos, caracte-
rísticas, exigências, número, idade e permanência dos usuários em 
cada ambiente; características funcionais ou das atividades a serem 
desempenhadas em cada ambiente; características, dimensões e 
serviços dos equipamentos e mobiliário; exigências ambientais, 
níveis de desempenho; e instalações especiais (elétricas, mecânicas, 
hidráulicas e sanitárias).
O programa de necessidades pode ser expresso, segundo a NBR 
VARANDA
SALA DE ESTAR
BAR
SALA DE JANTAR
SANITÁRIO SOCIAL
SUÍTE SOCIAL
SUÍTE DOS FILHOS
QUARTO DE HÓSPEDES
COPA - COZINHA
ÁREA DE SERVIÇO
GARAGEM
QUARTO DE EMPREGADA
SANITÁRIO DE EMPREGADA
TIPOS DE LIGAÇÕES
ELEMENTOS DO PROGRAMA
— 1º GRAU (LIGAÇÃO DIRETA)
— 2º GRAU (LIGAÇÃO INDIRETA)
— 3º OU + GRAUS (LIGAÇÃO REMOTA)
16636-2 (ABNT, 2017b), por 
meio de organograma funcio-
nal e esquemas básicos, memo-
rial com as recomendações ge-
rais, assim como planilhas que 
descrevam os ambientes e suas 
relações com usuários, ativida-
des, exigências, suas dimensões 
e quantidades.
A Figura 4 ilustra um orga-
nograma funcional, descreven-
do um programa de necessi-
dades do projeto, assim como 
a relação de ligaçãoentre os 
ambientes/espaços.
Figura 4 - Exemplo de organograma funcional
Fonte: Neves (2012, p. 52).
Outra etapa desta fase é o es-
tudo de viabilidade, importan-
te para identificar se é viável 
ou não o desenvolvimento do 
projeto arquitetônico e sua exe-
cução. Segundo a NBR 16636-
2, o estudo de viabilidade deve 
considerar os estudos anterio-
res, assim como dados de outras 
áreas técnicas relacionadas ao 
projeto, visando estabelecer so-
luções alternativas e as conclu-
sões e recomendações. O estudo 
de viabilidade pode ser expresso 
por meio de esquemas gráficos, 
diagramas e histogramas ou re-
latórios (ABNT, 2017b).
Essas são as etapas iniciais 
do projeto; na sequência, ve-
remos as etapas de desenvolvi-
mento do projeto arquitetônico.
63UNIDADE 3
Nas etapas de desenvolvimento, trataremos das 
atividades de estudo preliminar e anteprojeto que, 
segundo Montenegro (2016), escolha do modelo, 
definição dos sistemas básicos do edifício, os ma-
teriais e o dimensionamento.
Os primeiros traços dão ideia de onde ficará 
cada espaço, as ligações entre eles, definição de 
acessos, assim como o aproveitamento da ventila-
ção natural e da insolação. Esses traços iniciais se 
tratam de uma síntese que servirá de base para o 
projeto (MONTENEGRO, 2016). A figura ilustra 
os primeiros traços de desenvolvimento da ideia 
de zoneamento de funções de uma residência.
Etapas de 
Desenvolvimento
64 Etapas do Projeto Arquitetônico
Figura 5 - Estudo de uma residência: zoneamento de funções
Fonte: Montenegro (2016, p. 87).
À medida que a ideia de projeto é desenvolvida, é necessário fazer 
considerações e tomar decisões que envolvem os usos dos espaços, 
os materiais, estratégias de conforto ambiental, entre outros. Essas 
decisões precisam reforçar o conceito inicial em vez de negá-lo, ou 
seja, “é essencial que o conceito principal seja preservado durante o 
projeto – e que o processo de tomada de decisões não comprome-
ta a integridade da ideia” (FAR-
RELLY, 2014, p. 176).
O estudo preliminar é defi-
nido pela NBR 16636-2 (ABNT, 
2017b, p. 8) como a etapa de 
projeto em que as informações 
técnicas são apresentadas de 
forma sucinta, porém suficien-
te para a caracterização geral da 
concepção adotada. Isso inclui 
a definição inicial das “funções, 
dos usos, das formas, das di-
mensões, das localizações dos 
ambientes da edificação”. Nesta 
etapa, também se faz a caracte-
rização dos elementos constru-
tivos e tecnologias construtivas 
recomendadas. O estudo preli-
minar traz soluções alternativas, 
suas vantagens e desvantagens, 
visando facilitar as escolhas se-
guintes. A Figura 6 ilustra o es-
tudo preliminar de uma fachada 
residencial.
Figura 6 - Estudo preliminar: concepção da fachada de edificação residencial
Fonte: Montenegro (2016, p. 89).
65UNIDADE 3
De acordo com a ABNT (2017a, p. 7), o estudo preliminar arquitetônico é a “etapa destinada ao di-
mensionamento preliminar dos conceitos do projeto arquitetônico da edificação e anexos necessários 
à compreensão da configuração da edificação, podendo incluir alternativas de projetos”.
O estudo preliminar é composto por plantas, cortes, elevações, detalhes construtivos, memorial 
justificativo, perspectivas, maquetes, fotografias e até recursos audiovisuais (ABNT, 2017b), que de-
monstrem a ideia geral do projeto. O estudo preliminar deve ser aprovado pelo cliente para que, a partir 
de então, siga para a próxima etapa de projeto. A Figura 7 ilustra a planta baixa de uma residência em 
nível de estudo preliminar. Esta representação gráfica pode ser levada ao cliente para sua apreciação 
e aprovação.
Figura 7 - Estudo preliminar: planta baixa de edificação residencial
Fonte: Montenegro (2016, p. 93).
A etapa seguinte ao estudo preliminar é o anteprojeto, etapa em que a ideia principal é aprimorada. É a 
etapa “destinada à concepção e à representação das informações técnicas provisórias de detalhamento 
do projeto arquitetônico da edificação, instalações e componentes” (ABNT, 2017a, p. 2).
Para ser desenvolvido, o anteprojeto deve levar em consideração o estudo preliminar, devendo 
apresentar as informações técnicas relativas à edificação, seus elementos e componentes construtivos 
relevantes. O anteprojeto deve apresentar, basicamente, os mesmos desenhos do estudo preliminar, 
no entanto, eles detêm maior detalhamento e maiores especificações, dentre eles está o “memorial 
descritivo dos elementos da edificação, dos componentes construtivos e dos materiais de construção” 
(ABNT, 2017b, p. 9). 
66 Etapas do Projeto Arquitetônico
A B
Figura 8 - Planta baixa de uma residência – Anteprojeto
Fonte: Montenegro (2016, p. 83).
O Anteprojeto é o aprimoramento da ideia desenvolvida nas etapas 
anteriores; trata-se da configuração final da solução arquitetônica 
adotada para a obra e, assim como o estudo preliminar, deve receber 
a aprovação do cliente. 
A partir de então, o projeto passa a ser preparado para aprovação 
em órgãos específicos e para execução da obra.
67UNIDADE 3
Esta etapa pode ser simples e rápida ou bastante 
complexa, de acordo com a tipologia da edifica-
ção e a quantidade de órgãos e requisitos técnicos 
que o projeto deva atender para ser aprovado por 
todos os órgãos. Nesta etapa, obtém-se o projeto 
de aprovação ou de licenciamento, pois permite 
que o projeto arquitetônico tenha aprovação além 
do cliente.
O projeto legal ou projeto para licenciamento, 
como é chamado, trata-se do projeto arquitetô-
nico preparado para aprovação nos órgãos com-
petentes, como as prefeituras, concessionárias de 
serviços públicos, corpo de bombeiros, vigilân-
cia sanitária, órgãos ambientais, conselhos dos 
patrimônios artísticos e históricos, entre outros, 
que seja necessário de acordo com a tipologia e 
dimensão do projeto.
Etapas para Aprovação 
Legal do Projeto
68 Etapas do Projeto Arquitetônico
Assim, o projeto para aprovação é a configuração técnico-ju-
rídica da solução arquitetônica e deve ser produzido seguindo as 
normas técnicas de apresentação e representação gráfica exigidas 
pelos órgãos avaliadores.
Vale lembrar que, de acordo com a localização do projeto/obra, 
os critérios podem mudar. Os órgãos municipais e estaduais podem 
ter critérios diferentes de região para região, assim, cabe ao projetista 
responsável estar atento aos critérios de cada região ou município 
onde irá atuar. Um exemplo disso são as leis de uso e ocupação do 
solo que possuem características particulares em cada município.
Para se produzir este tipo de projeto, deve-se levar em consi-
deração o anteprojeto de arquitetura e de outras áreas técnicas, a 
legislação vigente e normas técnicas específicas, produzindo, assim, 
informações necessárias e suficientes ao atendimento dos requisitos 
legais para os procedimentos de análise e de aprovação do projeto 
para a sua construção (ABNT, 2017b).
O projeto para licenciamento é composto por desenhos, textos 
e memoriais requeridos em leis, devendo atender aos requisitos 
estabelecidos pelos órgãos onde o projeto será submetido para 
análise e aprovação (ABNT, 2017b).
Caso o projeto não necessite da aprovação por nenhum órgão, 
esta etapa pode ser dispensada.
69UNIDADE 3
A etapa de execução e posteriores é composta pela 
elaboração do projeto arquitetônico executivo, 
projeto completo da edificação e também pelo 
projeto as built.
O projeto executivo se trata da etapa 
 “
destinada à concepção e à representação fi-
nal das informações técnicas dos projetos 
arquitetônicos e de seus elementos, insta-
lações e componentes, completas, definiti-
vas, necessárias e suficientes à execução dos 
serviços e de obras correspondentes (ABNT, 
2017a, p. 12). 
Etapa de Execução 
e Posteriores
70 Etapas do Projeto Arquitetônico
Assim, o Projeto da Execução é composto por um conjunto de documentos técnicos: textos, memoriais, 
peças gráficas e especificações – necessárias ao processo de licitação ou à execução da obra, ou seja, 
é a etapa de detalhamento da solução de projeto adotadae aprovada pelo cliente e órgãos técnicos 
competentes, permitindo informações suficientes para a execução da obra. Dessa forma, para que o 
projeto executivo seja elaborado, deve levar em consideração o anteprojeto aprovado pelo cliente.
Segundo Farrelly (2014), nesta etapa são feitos os desenhos que permitem que a obra seja construída. 
A quantidade de desenhos e sua escala irá depender da complexidade do projeto, pois elementos espe-
ciais necessitam de mais detalhes, enquanto outros, mais padronizados, exigem menos detalhamentos.
No desenvolvimento do projeto executivo, o projetista deve considerar, além do anteprojeto de 
arquitetura, os anteprojetos produzidos por outras atividades técnicas (ABNT, 2017b).
A parte gráfica do projeto executivo é composta por plantas, sendo elas: de implantação geral, plan-
tas e detalhes da cobertura, cortes longitudinais e transversais, elevações frontais, laterais e posterior; 
detalhes de ambientes especiais, como banheiros, cozinhas e lavatórios que contenham as especificações 
técnicas de seus componentes e quantificação; detalhes de elementos e componentes (ABNT, 2017b).
Por outro lado, a parte textual é composta pelo memorial descritivo dos elementos e componentes 
arquitetônicos da edificação, memorial descritivo que aborde as instalações prediais, os componentes 
construtivos e materiais, o quantitativo dos componentes construtivos e dos materiais de construção e 
orçamento. Podem ainda apresentar, de forma opcional e complementar ao entendimento do projeto, 
elementos como as perspectivas, maquetes físicas ou eletrônicas, fotografias e montagens, além de 
recursos audiovisuais (ABNT, 2017b).
Tão importante quanto o projeto executivo arquitetônico é o projeto completo. Esta etapa é destinada 
à conclusão da “compatibilização dos projetos executivos, e ao detalhamento das definições construtivas 
que envolve o conjunto de desenhos, memoriais, memórias de cálculo e demais informações técnicas das 
especialidades” (ABNT, 2017a, p. 12). Estas informações devem ser compatibilizadas e aprovadas pelo 
cliente de modo que possam servir à completa execução da edificação projetada. O projeto completo 
não contempla apenas o projeto executivo arquitetônico, mas também os projetos complementares 
da edificação: instalações elétricas, hidrossanitárias, estrutural, prevenção de incêndio, entre outros.
Após a execução das obras, caso haja alterações no projeto que tenham ocorrido durante a exe-
cução, o projeto executivo completo deve receber a atualização. A essa nova documentação se dá o 
nome de projeto conforme construído (as built). A NBR 16636-2 (ABNT, 2017b) ressalta que essas 
alterações devem ocorrer com anuência dos autores, construtores e cliente. Essa documentação se 
torna importante para as ações de uso, manutenção e operação da edificação, devendo ser arquivada 
pelos responsáveis pela edificação. 
71UNIDADE 3
Assim, encerramos esta unidade que tratou das etapas de projeto. Na próxima unidade, abordaremos 
as principais condicionantes que determinam o projeto arquitetônico.
O termo “as built” vem do inglês e sua tradução ao pé da letra significa “como construído”, ou seja, 
tem como objetivo registrar exatamente como a edificação foi construída, caso tenham ocorrido 
mudanças no projeto durante a obra. O projeto “as built” evita que, futuramente, durante o uso da 
edificação ou manutenção, problemas surjam por haver incompatibilidade entre o projeto e a edifi-
cação. Um exemplo bem simples seria o morador desejar furar uma parede para instalar um móvel 
e precisar saber se nesta posição passa alguma tubulação hidráulica, para tanto ele poderá consultar 
o projeto, porém, se ocorreram modificações na posição da tubulação e isso não foi informado no 
projeto “as built”, poderá ser gerado um grande inconveniente.
72
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
1. Desenvolva um organograma das etapas de projeto arquitetônico.
2. Desenvolva um organograma funcional, parte da etapa de pré-projeto, com base 
no seguinte programa de necessidades:
Escritório, recepção, sanitário público, sanitário privativo e hall de entrada.
3. Edifícios residenciais multifamiliares são desafiadores não apenas no processo 
de projeto, mas também no processo de pós-ocupação e administração, haja 
visto que, nestas edificações, ao longo de sua vida útil, habitaram diversas fa-
mílias, com diferentes valores e expectativas e que adaptarão suas unidades de 
acordo com seu modo de vida. Há também um desafio para síndicos e adminis-
tradoras, que devem gerir e garantir a manutenção adequada às estruturas e 
sistemas do edifício. Neste cenário, qual a relevância do projeto as built no uso 
e manutenção do edifício?
73
O traço dá ideia: bases para o projeto arquitetônico
Autor: Gildo Montenegro
Editora: Blucher
Sinopse: este livro estuda aspectos práticos do ambiente construído ou a se 
construir, sem deixar de lado os sonhos e a criatividade do projetista. Esta obra 
pode orientar tanto o profissional calejado como o estudante e o estagiário, 
incentivando-os a valorizarem o esboço visto como ponto de partida para o 
projeto – não somente aqui, mas também nos escritórios modernos –, antes 
de ele seguir para a representação digital. A obra começa com o ABC do dese-
nho à mão livre, aponta alternativas concretas de adaptação da construção ao 
ambiente e discute o papel do arquiteto na sociedade atual e naquela com que 
todos sonhamos. Há, ainda, um capítulo em que se exemplifica a concepção 
inicial de vários projetos, desde seus primeiros rascunhos e ideias até suas fases 
finais de desenvolvimento.
LIVRO
74
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 16636-1:2017. Elaboração e desenvolvimento de 
serviços técnicos especializados de projetos arquitetônicos e urbanísticos - Parte 1: Diretrizes e terminologia. 
Rio de Janeiro, 2017a.
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 16636-2:2017. Elaboração e desenvolvimento de 
serviços técnicos especializados de projetos arquitetônicos e urbanísticos - Parte 2: Projeto arquitetônico. Rio 
de Janeiro, 2017b.
FARRELLY, L. Fundamentos de arquitetura. Tradução de Alexandre Salvaterra. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 
2014.
KOWALTOWSKI, D. C. C. K.; MOREIRA, D. de C.; PETRECHE, J. R. D.; FABRICIO, M. M. (orgs.). O processo 
de Projeto em Arquitetura. São Paulo: Oficina de Textos, 2011.
MONTENEGRO, G. A. Desenho de projetos. 1. ed. São Paulo: Blucher, 2007.
MONTENEGRO, G. A. O traço dá ideia: bases para o projeto de arquitetura. São Paulo: Blucher, 2016.
NEVES, L. P. Adoção do partido na arquitetura. 3. ed. Salvador: EDUFBA, 2012.
75
1. Organograma com as etapas de projeto arquitetônico:
Etapas de preparação Etapas de desenvolvimento
Estudo preliminar
Anteprojeto
Projeto para aprovação
Projeto Executivo
Projeto Completo
Projeto “as built”
Levantamento de
informações
Programa de
necessidades
Estudo de viabilidade
Execução da obra
Hall de entrada
RecepçãoSanitário público
Escritório Sanitário privativo
2. Organograma com o programa de necessidades: 
3. O projeto “as built” tem por finalidade registrar as mudanças ocorridas no projeto durante a obra, assim 
ele evita que, futuramente, durante o uso da edificação ou manutenção, problemas surjam por haver in-
compatibilidade entre o projeto e a edificação. No caso de edifícios residenciais multifamiliares, onde são 
muito comuns reformas internas nas unidades habitacionais ao longo do tempo, o projeto as built permite 
que essas reformas sejam adequadamente planejadas e compatíveis com os sistemas do edifício, evitando, 
por exemplo, perfuração de tubulação hidráulica ou de gás, assim como retirada de elementos estruturais 
do edifício. No que tange à administração e manutenção do edifício, o projeto as built pode garantir que 
problemas nos sistemas do edifício e sua manutenção sejam identificados de forma mais rápida e precisa, 
uma vez que ele registra exatamente como o edifício se consolidou após a construção, registrando

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