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Direto processual civil

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Direito Processual 
Civil I
Universidade do Sul de Santa Catarina
Disciplina na modalidade a distância
Direito Processual Civil I
Direito Processual Civil I
Disciplina na modalidade a distância
Universidade do Sul de Santa Catarina
Palhoça
UnisulVirtual
2010
Créditos
Universidade do Sul de Santa Catarina – Campus UnisulVirtual – Educação Superior a Distância
Reitor Unisul
Ailton Nazareno Soares
Vice-Reitor 
Sebastião Salésio Heerdt
Chefe de Gabinete da 
Reitoria
Willian Máximo
Pró-Reitora Acadêmica
Miriam de Fátima Bora Rosa
Pró-Reitor de Administração
Fabian Martins de Castro
Pró-Reitor de Ensino
Mauri Luiz Heerdt
Campus Universitário de 
Tubarão 
Diretora
Milene Pacheco Kindermann
Campus Universitário da 
Grande Florianópolis 
Diretor 
Hércules Nunes de Araújo
Campus Universitário 
UnisulVirtual
Diretora
Jucimara Roesler
Equipe UnisulVirtual 
Diretora Adjunta
Patrícia Alberton 
Secretaria Executiva e Cerimonial
Jackson Schuelter Wiggers (Coord.)
Bruno Lucion Roso
Marcelo Fraiberg Machado
Tenille Catarina
Assessoria de Assuntos 
Internacionais
Murilo Matos Mendonça
Assessoria DAD - Disciplinas a 
Distância 
Patrícia da Silva Meneghel (Coord.)
Carlos Alberto Areias
Franciele Arruda Rampelotti 
Luiz Fernando Meneghel
Assessoria de Inovação e 
Qualidade da EaD
Dênia Falcão de Bittencourt (Coord.)
Rafael Bavaresco Bongiolo
Assessoria de Relação com Poder 
Público e Forças Armadas
Adenir Siqueira Viana
Assessoria de Tecnologia 
Osmar de Oliveira Braz Júnior (Coord.) 
Felipe Jacson de Freitas
Jefferson Amorin Oliveira
José Olímpio Schmidt 
Marcelo Neri da Silva 
Phelipe Luiz Winter da Silva
Priscila da Silva
Rodrigo Battistotti Pimpão
Coordenação dos Cursos
Auxiliares das coordenações
Fabiana Lange Patricio
Maria de Fátima Martins
Tânia Regina Goularte Waltemann
Coordenadores Graduação
Adriana Santos Rammê
Adriano Sérgio da Cunha 
Aloísio José Rodrigues 
Ana Luisa Mülbert 
Ana Paula R. Pacheco 
Bernardino José da Silva
Carmen Maria C. Pandini 
Catia Melissa S. Rodrigues
Charles Cesconetto 
Diva Marília Flemming 
Eduardo Aquino Hübler 
Eliza B. D. Locks
Fabiano Ceretta
Horácio Dutra Mello
Itamar Pedro Bevilaqua
Jairo Afonso Henkes
Janaína Baeta Neves
Jardel Mendes Vieira
Joel Irineu Lohn
Jorge Alexandre N. Cardoso
José Carlos N. Oliveira
José Gabriel da Silva
José Humberto D. Toledo
Joseane Borges de Miranda
Luciana Manfroi
Marciel Evangelista Catâneo
Maria Cristina Veit
Maria da Graça Poyer 
Mauro Faccioni Filho
Moacir Fogaça 
Myriam Riguetto
Nélio Herzmann 
Onei Tadeu Dutra 
Raulino Jacó Brüning 
Rogério Santos da Costa
Rosa Beatriz M. Pinheiro
Tatiana Lee Marques
Thiago Coelho Soares
Valnei Campos Denardin
Roberto Iunskovski
Rose Clér Beche
Rodrigo Nunes Lunardelli
Coordenadores Pós-Graduação
Aloisio Rodrigues
Anelise Leal Vieira Cubas
Bernardino José da Silva
Carmen Maria Cipriani Pandini
Daniela Ernani Monteiro Will
Giovani de Paula
Karla Leonora Nunes
Luiz Otávio Botelho Lento
Thiago Coelho Soares
Vera Regina N. Schuhmacher
Gerência Administração 
Acadêmica 
Angelita Marçal Flores (Gerente)
Fernanda Farias
Financeiro Acadêmico
Marlene Schauffer 
Rafael Back
Vilmar Isaurino Vidal
Gestão Documental
Lamuniê Souza (Coord.)
Clair Maria Cardoso
Janaina Stuart da Costa
Josiane Leal
Marília Locks Fernandes
Ricardo Mello Platt
Secretaria de Ensino a Distância 
Karine Augusta Zanoni 
(Secretária de Ensino) 
Giane dos Passos 
(Secretária Acadêmica)
Alessandro Alves da Silva
Andréa Luci Mandira 
Cristina Mara Shauffert
Djeime Sammer Bortolotti 
Douglas Silveira
Fabiano Silva Michels
Felipe Wronski Henrique
Janaina Conceição
Jean Martins
Luana Borges da Silva
Luana Tarsila Hellmann
Maria José Rossetti 
Miguel Rodrigues da Silveira Junior
Monique Tayse da Silva
Patricia A. Pereira de Carvalho
Patricia Nunes Martins 
Paulo Lisboa Cordeiro
Rafaela Fusieger
Rosângela Mara Siegel 
Silvana Henrique Silva 
Vanilda Liordina Heerdt
 
Gerência Administrativa e 
Financeira
Renato André Luz (Gerente)
Naiara Jeremias da Rocha
Valmir Venício Inácio 
Gerência de Ensino, Pesquisa 
e Extensão
Moacir Heerdt (Gerente)
Aracelli Araldi 
Elaboração de Projeto e 
Reconhecimento de Curso
Diane Dal Mago 
Vanderlei Brasil
Extensão
Maria Cristina Veit (Coord.)
Pesquisa
Daniela E. M. Will 
(Coord. PUIP, PUIC, PIBIC) 
Mauro Faccioni Filho 
(Coord. Nuvem)
Pós-Graduação
Clarissa Carneiro Mussi (Coord.)
Biblioteca 
Soraya Arruda Waltrick (Coord.)
Paula Sanhudo da Silva
Renan Felipe Cascaes
Rodrigo Martins da Silva
Capacitação e Assessoria ao 
Docente
Enzo de Oliveira Moreira (Coord.)
Adriana Silveira
Alexandre Wagner da Rocha
Cláudia Behr Valente
Elaine Cristiane Surian
Juliana Cardoso Esmeraldino
Simone Perroni da Silva Zigunovas 
Monitoria e Suporte
Enzo de Oliveira Moreira (Coord.)
Anderson da Silveira
Angélica Cristina Gollo
Bruno Augusto Zunino
Claudia Noemi Nascimento
Débora Cristina Silveira
Ednéia Araujo Alberto 
Francine Cardoso da Silva
Karla F. Wisniewski Desengrini
Maria Eugênia Ferreira Celeghin
Maria Lina Moratelli Prado
Mayara de Oliveira Bastos
Patrícia de Souza Amorim
Poliana Morgana Simão
Priscila Machado
Gerência de Desenho 
e Desenvolvimento de 
Materiais Didáticos
Márcia Loch (Gerente)
Acessibilidade 
Vanessa de Andrade Manoel (Coord.) 
Bruna de Souza Rachadel 
Letícia Regiane Da Silva Tobal
Avaliação da aprendizagem 
Lis Airê Fogolari (coord.)
Gabriella Araújo Souza Esteves 
Desenho Educacional
Carmen Maria Cipriani Pandini 
(Coord. Pós)
Carolina Hoeller da S. Boeing 
(Coord. Ext/DAD) 
Silvana Souza da Cruz (Coord. Grad.) 
Ana Cláudia Taú 
Carmelita Schulze
Cristina Klipp de Oliveira 
Eloisa Machado Seemann 
Flávia Lumi Matuzawa
Geovania Japiassu Martins
Jaqueline Cardozo Polla
Lygia Pereira 
Luiz Henrique Milani Queriquelli
Marina Cabeda Egger Moellwald 
Marina Melhado Gomes da Silva 
Melina de la Barrera Ayres 
Michele Antunes Correa
Nágila Cristina Hinckel
Pâmella Rocha Flores da Silva
Rafael Araújo Saldanha
Roberta de Fátima Martins 
Sabrina Paula Soares Scaranto
Viviane Bastos 
Gerência de Logística 
Jeferson Cassiano A. da Costa 
(Gerente)
Andrei Rodrigues
Logística de Encontros Presenciais 
Graciele Marinês Lindenmayr (Coord.) 
Ana Paula de Andrade
Cristilaine Santana Medeiros
Daiana Cristina Bortolotti
Edesio Medeiros Martins Filho
Fabiana Pereira
Fernando Oliveira Santos
Fernando Steimbach
Marcelo Jair Ramos
Logística de Materiais 
Carlos Eduardo D. da Silva (Coord.)
Abraão do Nascimento Germano
Fylippy Margino dos Santos
Guilherme Lentz
Pablo Farela da Silveira
Rubens Amorim
Gerência de Marketing 
Fabiano Ceretta (Gerente)
Alex Fabiano Wehrle
Márcia Luz de Oliveira
Sheyla Fabiana Batista Guerrer
Victor Henrique M. Ferreira (África)
Relacionamento com o Mercado
Eliza Bianchini Dallanhol Locks
Walter Félix Cardoso Júnior
Gerência de Produção 
Arthur Emmanuel F. Silveira (Gerente)
Francini Ferreira Dias
Design Visual 
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Adriana Ferreira dos Santos 
Alex Sandro Xavier
Alice Demaria Silva 
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Diogo Rafael da Silva
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Frederico Trilha 
Higor Ghisi Luciano
Jordana Paula Schulka
Nelson Rosa
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Cristiano Neri Gonçalves Ribeiro
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Portal
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Produção Industrial
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Integral ao Acadêmico
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Atendimento
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Jonatas Collaço de Souza (Coord.)
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Micheli Maria Lino de Medeiros
Priscilla Geovana Pagani
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Tatiane Crestani Trentin(Coord.) 
Gisele Terezinha Cardoso Ferreira
Scheila Cristina Martins
Taize Muller
Avenida dos Lagos, 41 – Cidade Universitária Pedra Branca | Palhoça – SC | 88137-900 | Fone/fax: (48) 3279-1242 e 3279-1271 | E-mail: cursovirtual@unisul.br | Site: www.unisul.br/unisulvirtual
Carina Milioli Corrêa
Palhoça
UnisulVirtual
2010
Design instrucional
Marina Cabeda Egger Moellwald
Direito Processual Civil I
Livro didático
Edição – Livro Didático
Professor Conteudista
Carina Milioli Corrêa
Design Instrucional
Marina Cabeda Egger Moellwald
Projeto Gráfico e Capa
Equipe UnisulVirtual
Diagramação
Anne Cristyne Pereira
Revisão
B2B
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul
Copyright © UnisulVirtual 2010
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição. 
341.46
C84 Corrêa, Carina Milioli
Direito processual civil I : livro didático / Carina Milioli Corrêa ; design 
instrucional Marina Cabeda Egger Moellwald. – Palhoça : UnisulVirtual, 
2010.
201 p. : il. ; 28 cm.
Inclui bibliografia.
1. Direito civil. 2. Processo civil. I. Moellwald, Marina Cabeda Egger. II. 
Título.
Sumário
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7
Palavras da professora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9
Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
UNIDADE 1 - Apontamentos basilares ligados ao atual panorama 
processual civil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
UNIDADE 2 - Dos requisitos indispensáveis à formação do processo . . . . 79
UNIDADE 3 - Da formação da demanda, das modalidades de 
chamamento do réu e seus efeitos e das providências preliminares . . . . 139
Para concluir o estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 191
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 193
Sobre a professora conteudista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 197
Respostas e comentários das 
atividades de autoavaliação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 199
Biblioteca Virtual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 201
7
Apresentação
Este livro didático corresponde à disciplina de Direito Processual 
Civil I. 
O material foi elaborado visando a uma aprendizagem autônoma 
e aborda conteúdos especialmente selecionados e relacionados 
à sua área de formação. Ao adotar uma linguagem didática 
e dialógica, objetivamos facilitar seu estudo a distância, 
proporcionando condições favoráveis às múltiplas interações e a 
um aprendizado contextualizado e eficaz.
Lembre-se que sua caminhada, nesta disciplina, será 
acompanhada e monitorada constantemente pelo Sistema 
Tutorial da UnisulVirtual, por isso a “distância” fica 
caracterizada somente na modalidade de ensino que você 
optou para a sua formação, pois na relação de aprendizagem, 
professores e instituição estarão sempre conectados com você.
Então, sempre que sentir necessidade, entre em contato; você tem 
à disposição diversas ferramentas e canais de acesso, tais como: 
telefone, e-mail e o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (o 
canal mais recomendado, pois tudo o que for enviado e recebido 
fica registrado para seu maior controle e comodidade). Nossa 
equipe técnica e pedagógica terá o maior prazer em lhe atender, 
pois a sua aprendizagem é o nosso principal objetivo.
Bom estudo e sucesso!
Equipe UnisulVirtual.
Palavras da professora
Caro estudante, 
Seja bem-vindo à disciplina de Direito Processual I. 
O objetivo principal desta disciplina é descrever, de forma 
clara e concisa, os principais instrumentos processuais 
pertinentes ao curso de Direito Processual Civil I. 
O presente trabalho objetiva demonstrar a materialização 
prática dos institutos processuais e sua efetiva concretização 
quanto à aplicabilidade das normas materiais. 
Atualmente, diante das inúmeras alterações legislativas 
acrescidas ao ramo processual civil, o legislador buscou como 
foco principal proporcionar ao cidadão de direito, uma justiça 
mais célere e justa e, por consequência, atrelada a um modelo 
processual menos intrincado e moroso. 
Esta obra irá lhe proporcionar uma visão completa e 
sistematizada em ordem crescente dos tópicos basilares do 
processo, com escopo de torná-lo apto a dirimir possíveis 
dificuldades no campo Processual Civil I. 
As ideias enumeradas nas unidades relacionadas ao presente 
livro foram elaboradas com o objetivo de realizar uma análise 
dos conflitos que fazem parte do cotidiano das relações 
humanas, por sua vez, aplicando-se de forma didática os 
procedimentos processuais civilistas adequados em cada 
unidade desta disciplina. 
Finalmente, foi usado no presente trabalho um linguajar claro 
e acessível com o intuito de proporcionar aos acadêmicos e aos 
profissionais do Direito um estudo dinâmico dos conteúdos 
processuais aqui ministrados. 
Desejamos a você um ótimo desempenho!
Carina Milioli Corrêa
Plano de estudo
O plano de estudos visa a orientá-lo no desenvolvimento da 
disciplina. Ele possui elementos que o ajudarão a conhecer o 
contexto da disciplina e a organizar o seu tempo de estudos. 
O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual leva 
em conta instrumentos que se articulam e se complementam, 
portanto, a construção de competências se dá sobre a 
articulação de metodologias e por meio das diversas formas de 
ação/mediação.
São elementos desse processo:
 � o livro didático;
 � o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA);
 � as atividades de avaliação (a distância, presenciais e de 
autoavaliação); 
 � o Sistema Tutorial.
Ementa
Processo e Procedimento. Atos, termos, prazos processuais. 
Preclusão. Competência. Pressupostos processuais. Ministério 
Público. Partes e procuradores. Intervenção de terceiros. 
Nulidades Processuais. Formação da Demanda. Citação. 
Resposta do réu. Providências Preliminares. Revelia. Ação 
Declaratória Incidental. 
12
Universidade do Sul de Santa Catarina
Objetivos
 � Introduzir ao estudo do Direito Processual Civil, pela 
análise do processo e do procedimento, com abordagem 
dos atos, prazos, termos, sujeitos e nulidades processuais, 
desde a propositura da demanda até a resposta do réu. 
 � Fornecer instrumentos necessários ao aluno, com 
o escopo de torná-lo apto a enfrentar e dirimir as 
dificuldades que possa apresentar no campo processual 
civil. 
 � Proporcionar uma visão geral em continuidade da 
disciplina de Teoria Geral do Processo, abordando com 
maior profundidade a fase postulatória.
Carga Horária
A carga horária total da disciplina é de 60 horas.
Conteúdo programático/objetivos
Veja, a seguir, as unidades que compõem o livro didático desta 
disciplina e os seus respectivos objetivos. Estes se referem aos 
resultados que você deverá alcançar ao final de cada etapa de 
estudo. Os objetivos de cada unidade definem o conjunto de 
conhecimentos que você deverá possuir para o desenvolvimento 
de habilidades e competências necessárias à sua formação. 
Unidades de estudo: 3 
Unidade 1 - Apontamentos basilares ligados ao atual panorama 
processual civil
A presente unidade inicia com o estudo das noções introdutórias 
sobre o processo e as suas espécies de procedimentos, conceitos 
e seus afins. Também será realizada uma análise e classificação 
13
Direito Processual Civil I
dos atos, prazos processuais e da preclusão. Finalmente, será 
abordado o instituto da competência. 
Unidade 2 - Dos requisitos indispensáveis à formação do processo
Estaunidade possui como objetivo classificar e analisar os 
pressupostos inerentes ao processo, os quais são requisitos 
indispensáveis à sua formação. Em seguida, será realizado um 
estudo sobre as atribuições inerentes ao órgão do Ministério 
Público, das partes e dos Procuradores. Finalmente será efetivada 
uma abordagem sobre as regras incidentes na intervenção de 
terceiros e no tocante às nulidades no âmbito processual civil. 
Unidade 3 - Da formação da demanda; das modalidades de 
chamamento de réu e seus efeitos e das providências preliminares 
Esta unidade finaliza o presente estudo com o aprendizado no 
tocante à formação da demanda e às formas de citação previstas 
pelo Comando Processual Civil. Seguem-se as formas de 
respostas e de defesa, que poderão ser apresentadas pelo réu em 
juízo, providências preliminares e as consequências diante da 
incidência do instituto da revelia. Concluiremos o presente com 
o estudo das normas atreladas à Ação declaratória incidental. 
Agenda de atividades/ Cronograma
 � Verifique com atenção o EVA, organize-se para acessar 
periodicamente a sala da disciplina. O sucesso nos seus 
estudos depende da priorização do tempo para a leitura, da 
realização de análises e sínteses do conteúdo e da interação 
com os seus colegas e tutor.
 � Não perca os prazos das atividades. Registre no espaço 
a seguir as datas com base no cronograma da disciplina 
disponibilizado no EVA.
14
Universidade do Sul de Santa Catarina
 � Use o quadro para agendar e programar as atividades relativas 
ao desenvolvimento da disciplina.
Atividades obrigatórias
Demais atividades (registro pessoal)
1UNIDADE 1Apontamentos basilares ligados ao atual panorama 
processual civil
Objetivos de aprendizagem
 � Entender o funcionamento dos institutos basilares que 
norteiam o Processo Civil Brasileiro. 
 � Compreender, de maneira geral, a prática processual. 
Seções de estudo
Seção 1 Processo, Procedimento e Ação
Seção 2 Atos, Prazos processuais e Preclusão
Seção 3 Da incompetência
16
Universidade do Sul de Santa Catarina
Para início de estudo
Na presente unidade, serão analisados os fundamentos atrelados 
ao Ramo Processual Civil, iniciando com a temática que envolve 
o desenvolvimento do Processo de cognição. 
Serão apurados, neste contexto, os temas ligados à atividade 
jurisdicional contenciosa, voluntária e o atual modelo de 
composição de litígios, denominado âmbito arbitral. 
Nesta sequencia, serão vislumbrados tópicos sobre procedimento, 
condições da ação e suas implicações no âmbito processual civil. 
Em segundo plano, mas não menos importante, você estudará 
os atos processuais, seus respectivos prazos e suas consequências 
atreladas ao instituto da preclusão, diante do descumprimento 
das exigências legais. 
Finalmente, iremos explorar o Instituo da Competência, dando 
prioridade à incidência nos tópicos que envolvem a competência 
internacional e interna, sua divisão ao nível constitucional e 
infraconstitucional dos respectivos órgãos jurisdicionais.
Seção 1 – Processo, Procedimento e Ação
O Direito Processual Civil é o ramo da ciência jurídica 
pública que regulamenta a jurisdição civil, a ação e o 
processo. 
Neste contexto, em uma análise mais conservadora, Santos 
(2007, p. 13), entende que o ramo do Direito Processual Civil 
é “um sistema de princípios e normas legais regulamentadoras 
do exercício da função jurisdicional”. Na visão de Vicente 
Greco Filho (2007, p. 68), o Direito Processual Civil consiste 
“no conjunto sistematizado de normas e princípios que regula a 
17
Direito Processual Civil I 
Unidade 1
atividade da jurisdição, o exercício da ação e o processo, em face 
de uma pretensão civil”. 
Tendo em vista uma conceituação mais flexível e moderna, Casio 
Scarpinella Bueno (2007, p. 09), ensina que: 
O Direito Processual Civil, desta sorte, é a disciplina que 
se dedica a estudar, analisar, a sistematizar a atuação do 
próprio Estado, do Estado que, por razões perdidas no 
tempo, mas ainda válidas até hoje por força das opções 
políticas feitas pela Constituição Federal de 5 de outubro 
de 1988, tem o dever de prestar a tutela estatal de direitos 
naqueles casos em que os destinatários das normas, 
desde o plano material, não as acatam devidamente, mas 
as cumprem e, conseqüentemente, frustram legítimas 
expectativas das outras pessoas. A imposição do 
cumprimento destas normas materiais é que, em última 
análise, justifica a atuação do Estado em termos do 
Direito Processual Civil. 
Nesse sentido, resta claro que a ciência processual civil não 
se esgota em si mesma, não podendo ser analisada de forma 
unitária, pois a mesma engloba um largo conjunto de normas, 
valores sociais e políticos, remetendo-nos ao estudo de seus 
elementos fundamentais, os quais justificam a atuação do poder 
estatal na resolução dos conflitos de interesses e, por conseguinte, 
na busca da pacificação social. 
Diante do que foi dito, para que se possa obter uma conceituação 
de processo, faz-se necessário observar os demais elementos 
basilares que compõem a estruturação do Direito Processual. 
Assim, os elementos sustentadores para formação da tríade 
processual civil dividem-se em: 
 � jurisdição;
 � ação; e,
 � processo. 
O processo diz respeito à relação jurídica processual formada pelos 
seguintes sujeitos: Juiz (representante da jurisdição), autor e réu. 
18
Universidade do Sul de Santa Catarina
O processo materializa-se da seguinte forma: 
Figura 1.1 – Materialização do processo. 
Fonte: SANTOS, 2007, p. 105. 
Sopesando o referido trinômio acima esboçado, Moacyr Amaral 
dos Santos (2007, p. 155), didaticamente ensina que “[...] ação, 
jurisdição, processo, eis o trinômio que enfeixa o fenômeno da 
resolução dos conflitos de interesses; a ação provoca a jurisdição, 
que se exerce através de um complexo de atos, que é o processo”. 
Primeiramente, conceitua-se jurisdição como uma das funções 
basilares do Estado democrático de direito, visando a obter a 
resolução pacífica dos litígios. Em outras palavras é o poder-
dever do Estado-juiz, na aplicação imparcial do Direito a um 
caso concreto, com o escopo de buscar uma solução pacífica aos 
conflitos de interesses, visando à restauração da ordem jurídica e 
social. 
Luiz Guilherme Marinoni (2006, p. 37) traduz a seguinte ideia 
de jurisdição: 
Se a jurisdição é a manifestação do poder do Estado, 
é evidente que ela terá diferentes objetivos, conforme 
seja o tipo de Estado e sua finalidade. A jurisdição, em 
outras palavras terá fins sociais, políticos e propriamente 
jurídicos, conforme a essência do Estado cujo poder 
deva manifestar. Se o Estado brasileiro será obrigado, 
segundo a própria Constituição Federal, a construir 
uma sociedade livre, justa e solidária, a erradicar a 
pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades 
sociais e regionais, e ainda a promover o bem de todos, 
sem preconceitos de origem, raça, credo e cor, idade e 
quaisquer outras formas de descriminação (art. 3º da 
CF), os fins da jurisdição devem refletir essas idéias. 
Assim, a jurisdição, ao aplicar uma norma ou fazê-
Do latim juris, “direito”, e dictio, 
“dizer”. 
19
Direito Processual Civil I 
Unidade 1
la produzir seus efeitos concretos, afirma a vontade 
espelhada na norma de direito material, a qual deve 
traduzir – já que deve estar de acordo com os fins do 
Estado – as normas constitucionais que revelam suas 
preocupações básicas. 
Sopesando os argumentos acima tratados, conclui-se que a tutela 
jurisdicional é a porta de entrada para que o jurisdicionado, de 
forma pacífica, possa dirimir seus conflitos diante da resistência 
enfrentada na composição extrajudicial do litígio. 
Sendo assim, é dever do Estado dirimir de forma justa e legal os 
conflitos existentes na sociedade, e, por sua vez, compelir a parte 
sucumbente ao devido cumprimento da decisão judicial emanada, 
sob pena de coerção do Estado noslimites da legalidade. Por 
outro lado, a jurisdição, além de prestar auxílio no tocante 
à solução dos conflitos relacionados às demandas judiciais 
contenciosas, também exerce sua contribuição meramente 
administrativa, ou seja, voluntária. 
Tais préstimos estão dispostos no artigo 1º do Código de 
Processo Civil, in verbis: “A jurisdição civil, contenciosa e 
voluntária, é exercida pelos juízes, em todo território nacional, 
conforme as disposições que este Código estabelece.” Na visão 
simples e apurada do termo “jurisdição contenciosa”, Santos 
(2008,) explica que a ideia de conflitos de interesses exterioriza a 
contenda, contestação e o litígio, de onde se extrai a denominação 
jurisdição contenciosa, a verdadeira jurisdição, a qual possui 
como função preliminar a composição de conflitos de interesses. 
Por outro lado, entende-se por jurisdição voluntária aqueles 
pleitos desprovidos de litígio, ou seja, não existem partes, mas, 
sim, interessados na homologação judicial do acordo de vontades 
submetido à apreciação do Poder Judiciário. Dessa forma, na 
jurisdição voluntária, ou melhor dizendo, na atividade administrativa 
promovida pelo Judiciário, o juiz não promove um julgamento 
propriamente dito, análise do mérito da questão, ou seja, 
simplesmente homologa aquilo que foi acordado pelos interessados, 
disponibilizando-lhes uma resposta de interesse comum. 
20
Universidade do Sul de Santa Catarina
Cita-se como exemplos de jurisdição voluntária, a 
separação consensual, a ação de retificação de registro 
civil, a aprovação de estatuto de fundação etc. 
Ainda, sobre o tema, Moacyr Amaral dos Santos (2007, p. 79), 
discorre que: 
Por outras palavras, pode-se conceituar jurisdição 
voluntária como administração de interesses privados pelos 
órgãos jurisdicionais. Assim não são conflitos de interesses, 
mas interesses não em conflito que constituem objeto 
da jurisdição voluntária. Essa jurisdição não versa sobre 
conflitos, muito menos sobre litígios. Como na jurisdição 
voluntária não se resolve conflitos, mas apenas interesses, 
não se pode falar em partes, no sentido que esta palavra 
é tomada na jurisdição contenciosa, em que uma das 
partes pede contra ou em relação a outra. Na jurisdição 
voluntária há apenas interessados, isto é, titulares de 
interesses. 
Assim, extrai-se da denominação de jurisdição voluntária, 
os termos: interessados, acordo entre as partes; decisão 
homologatória e atividade administrativa do Estado-Juiz. 
Observa-se, ainda, que a ausência de litígio em uma demanda, 
não significa que ela não possa ser convertida em contenciosa, 
diante da discordância de interesses, dando espaço, por 
consequência, ao contraditório. Na mesma linha de raciocínio, 
também se constata que uma ação de cunho contencioso poderá 
reverter-se em voluntária devido à possível efetivação de acordo 
entre partes com o intuito de extinguir o conflito de interesses. 
Verifica-se, ainda, que além o Poder Judiciário o Estado conta 
com outros órgãos administrativos, os quais são aliados no 
tocante ao exercício social de pacificação e à devida restauração 
da ordem. 
Assim, cita-se, como exemplo, a atuação conjunta 
dos Cartórios Extrajudiciais, os quais praticam 
atos de direito no limite de suas atribuições legais, 
como: emissão de certidão de casamento, termo de 
nascimento, escrituração pública de imóveis, doação, 
hipoteca e outros. Nesse aspecto, também é de suma 
21
Direito Processual Civil I 
Unidade 1
importância o trabalho administrativo realizado pelas 
Juntas Comerciais, no tocante ao registro das pessoas 
jurídicas. 
Sobre as várias funções administrativas de âmbito voluntário 
exercidas pelo Poder Estatal, Moacyr Amaral dos Santos (2007, 
p. 76) elucida que: 
[...] o desempenho de suas várias funções o Estado, 
pelos mais diversos modos, procura, preventivamente, 
ou repressivamente, resguardar a ordem jurídica. A 
defesa da ordem jurídica não é exclusividade da função 
jurisdicional. A fim de assegurar a ordem jurídica, 
intervém o Estado até mesmo na administração dos 
mais diversos interesses privados, pelos mais diferentes 
órgãos. Por outras palavras, considerando a significação 
que têm para o Estado determinadas categorias de 
interesses privados, a lei lhe confere poder de intervir 
na sua administração, conquanto com isso venha limitar 
a autonomia da vontade dos respectivos titulares. Essa 
intervenção, de natureza administrativa, faz o Estado 
pelos mais diferentes órgãos, diversos dos órgãos 
jurisdicionais, em numerosas espécies de interesses. 
Assim, no que concerne às pessoas físicas, a lei tutela o 
fato do nascimento ou do óbito, pelo termo respectivo em 
registro próprio; reconhecimento de filho ou no próprio 
termo de nascimento, ou por escritura pública [...] . 
Nessa linha de raciocínio, registra-se que, após o advento 
da Lei nº 9.307/96, a qual dispõe sobre o âmbito arbitral, o 
cidadão poderá optar pelos préstimos arbitrais ao invés do Poder 
Judiciário, quando a controvérsia tratar de direitos patrimoniais 
disponíveis, não envolvendo menores de idade, conforme o artigo 
1º do referido dispositivo legal: “As pessoas capazes de contratar 
poderão valer-se da arbitragem para dirimir litígios relativos 
a direitos patrimoniais disponíveis.” Desse modo, ocorre uma 
verdadeira subrrogação. 
Frisa-se que a questão de mérito discutida e homologada 
pelo árbitro não será passível de nova apreciação pelo Poder 
Judiciário, somente no prisma formal, pois a legislação Processual 
Civil recepcionou a sentença arbitral, agora considerada título 
executivo judicial, passível do manejo executivo no juízo cível 
competente, caso não seja cumprida a obrigação estampada no 
A atividade arbitral, apesar 
de fazer parte do Poder 
Judiciário, busca julgar os 
conflitos por intermédio de 
um árbitro privado, onde o 
mesmo faz a vez do órgão 
jurisdicional, quando da 
homologação de suas 
decisões. 
22
Universidade do Sul de Santa Catarina
referido título, art. 475-N, IV do CPC. Cabe aqui registrar que o 
processo executivo somente poderá ser pleiteado perante o Órgão 
Jurisdicional, único poder competente para coagir o cidadão ao 
cumprimento do comando judicial. 
Nesse aspecto, Luiz Guilherme Marinoni (2006, p. 34) 
acrescenta que: 
O fato de a decisão do árbitro não precisar da 
homologação do poder judiciário e não possa ser 
posta novamente em discussão, nem mesmo perante 
o Judiciário, pelas próprias partes envolvidas, não tem 
relação alguma com essa diferença. De fato, a Lei exclui a 
possibilidade de que o conteúdo do conflito submetido ao 
arbitro possa ser revisto, mas afirma que a arbitragem só é 
possível em relação aos direitos patrimoniais disponíveis e 
mediante convenção de arbitragem [...].
Finalmente, sobre as diferentes formas de composição de litígios 
exercidas pelo Estado, destaca-se, ainda, a introdução da Lei 
nº 11441, de 04 de janeiro de 2007, ao ordenamento processual 
civilista de cunho especial, a qual possibilita, aos interessados 
capazes, a realização de inventário, partilha de bens, separação 
consensual e divórcio consensual por via administrativa.
Vejamos: 
Art. 982. Havendo testamento ou interessado incapaz, 
proceder-se-á ao inventário judicial; se todos forem 
capazes e concordes, poderá fazer-se o inventário e a 
partilha por escritura pública, a qual constituirá título 
hábil para o registro imobiliário.
Parágrafo único. O tabelião somente lavrará a escritura 
pública se todas as partes interessadas estiverem assistidas 
por advogado comum ou advogados de cada uma delas, 
cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial. 
(NR)
Art. 983. O processo de inventário e partilha deve 
ser aberto dentro de 60 (sessenta) dias a contar da 
abertura da sucessão, ultimando-se nos 12 (doze) meses 
23
Direito Processual Civil I 
Unidade 1
subseqüentes, podendo o juiz prorrogar tais prazos, de 
ofício ou a requerimento de parte. 
[...]
Art. 1.124-A.A separação consensual e o divórcio 
consensual, não havendo filhos menores ou incapazes do 
casal e observados os requisitos legais quanto aos prazos, 
poderão ser realizados por escritura pública, da qual 
constarão as disposições relativas à descrição e à partilha 
dos bens comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao 
acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome de 
solteiro ou à manutenção do nome adotado quando se deu 
o casamento.
§ 1o A escritura não depende de homologação judicial e 
constitui título hábil para o registro civil e o registro de 
imóveis.
§ 2o O tabelião somente lavrará a escritura se os 
contratantes estiverem assistidos por advogado comum 
ou advogados de cada um deles, cuja qualificação e 
assinatura constarão do ato notarial.
Sobre o tema em questão, Nelson Nery Junior (2007, p. 1196) 
preconiza que: 
Inventário e partilha amigável judicial ou extrajudicial. 
Opção. É opção das partes maiores e capazes e que 
estejam de acordo quanto ao inventário pela via judicial 
ou extrajudicial. Ainda que não haja lide, isto é, que as 
partes estejam de acordo, o inventário amigável pode ser 
feito pela via judicial, por procedimento de jurisdição 
voluntária [...].
Ainda de acordo com o mesmo autor (2007, p. 1264): 
Sobre a separação e divórcio consensuais extrajudiciais. 
A norma permite que os cônjuges possam fazer a 
separação e o divórcio amigável por instrumento público, 
preenchidos os requisitos legais quanto aos prazos para 
a separação e o divórcio e não havendo filho menores ou 
incapazes, os cônjuges podem realizar negócio jurídico 
privado de separação ou divórcio por escritura pública. 
24
Universidade do Sul de Santa Catarina
Assim, a recente legislação busca desafogar o Judiciário, 
distribuindo sua competência aos Cartórios extrajudiciais, 
quando se tratar de demandas consensuais que envolvam 
inventário e separação de cônjuges. Em suma, salienta-se que 
o tabelião somente lavrará a escritura pública se todas as partes 
interessadas estiverem assistidas por advogado por ocasião do ato 
notarial, sob pena de nulidade. 
Dessa forma, a função do Estado não se limita ao âmbito 
jurisdicional, ou seja, seus afazeres administrativos são distribuídos 
entre vários órgãos, os quais prestam auxílio ao Estado para que 
possa cumprir de forma satisfatória todos os direitos e deveres 
previstos na Constituição Federal em favor das pessoas físicas e 
jurídicas. 
Superada a análise da jurisdição, passa-se ao estudo da 
ação, por sua vez considerada o elemento deflagrador 
do exercício jurisdicional do Estado. 
O significado da ação, em sentido amplo, reflete a norma 
Constitucional inerente ao cidadão de acesso ao Judiciário, para 
que seja julgado e aplicado o Direito à sua pretensão. 
Moacyr Amaral dos Santos (2007, p. 167), preconiza que: 
[a] função jurisdicional é atribuída ao Poder judiciário; 
é função do poder. No exercício da função desse poder 
se contém a sujeição de quem o invoca e mais, porque 
via a manter a ordem jurídica, à atuação da vontade da 
lei, também a sujeição daquele que teria violado. Quer 
dizer que se sujeitam ao poder jurisdicional às partes 
desavindas em seus interesses, pois de outra forma 
seria inútil o pronunciamento que lhe é solicitado, no 
qual o próprio Estado é também interessado. E assim 
a ação, que se dirige contra o Estado, vai alcançar o 
demandado, sujeitando-o a comparecer para defender-se. 
De tal forma, por força do poder de sujeição, inerente 
ao exercício da função jurisdicional, se estabelece a 
bilateralidade do processo, o qual serve de instrumento 
do exercício daquela função e com esse fim é disciplinado 
pelo Estado. Concebida a ação como direito de provocar 
a prestação jurisdicional do Estado, está afastada a idéia 
de ação no sentido concreto. Provocando a jurisdição a 
25
Direito Processual Civil I 
Unidade 1
um pronunciamento, a ação não pode exigir senão isso 
e não uma decisão de determinado conteúdo. É por isso 
um direito abstrato, porque exercível por quem tenha ou 
não razão, o que será apurado tão somente na sentença.
Por outro lado, em sentido restrito, para que o Judiciário possa apresentar 
uma resposta de mérito, ou seja, apreciar o direito subjetivo pleiteado 
em juízo, deve-se analisar a presença de três condições basilares para a 
formação da ação, quais sejam: 
 � a possibilidade jurídica do pedido;
 � legitimidade “ad causam”; e
 � interesse de agir. 
Por consequência, caso constatada a ausência de uma das 
condições da ação, será decretado a inexistência da ação, sendo o 
processo extinto sem resolução de mérito, conforme o art. 267 do 
CPC. 
Salienta-se que a busca da delimitação do termo ação, sempre 
considerado um assunto não unânime entre os estudiosos do 
direito, devido a ser um tema complexo, em torno de várias 
teorias e entendimentos diversos. Nesse sentido, devido à 
evolução das interpretações das teorias no decorrer dos tempos, 
destaca-se a teoria imanentista. 
Assim, utilizando as palavras de Vicente Greco Filho (2007, 
p. 78), essas teorias se perpetuaram até meados do século XIX, 
e elas defendem que a ação é um elemento inerente ao direito 
material, onde a mesma é confundida com a exigibilidade do 
direito.
Sobre a teoria imanentista, Alexandre Freitas Câmara, (2008, p. 
107) acrescenta que: 
[...] essa teoria é reflexo de uma época em que não se 
considerava ainda o direito processual como ciência 
autônoma, sendo o processo mero “apêndice” do direito 
Civil. Por esta concepção, a ação era considerada o 
próprio direito material depois de violado. (...). Em outras 
Também conhecida 
como civilista ou clássica, 
a qual entende que o 
direito de ação é o próprio 
direito material (civil) 
em movimento, direito 
substancial (processo).
26
Universidade do Sul de Santa Catarina
palavras, para a teoria imanentista, a ação nada mais era 
do que uma manifestação do direito material, ou seja, 
era a forma como se manifestava o direito material após 
sofrer uma lesão. 
Salienta-se que a teoria imanentista foi adotada pelo Código de Processo 
Civil de 1916, mais precisamente em seu revogado artigo 75, in verbis: 
“a todo direito corresponde uma ação, que o assegura”. Durante 
décadas, este artigo foi alvo de duras críticas, tendo em vista sua falência 
teórica diante da ausência de fundamentação perante as ações de cunho 
meramente declaratórios. 
Posteriormente, deu-se espaço à teoria do direito autônomo. 
Moacyr Amaral dos Santos (2007, p. 156) colabora sobre o tema. 
Segundo sua concepção, a ação consiste no direito à 
tutela do Estado, e que compete a quem seja ofendido 
no seu direito. Ação é um direito contra o Estado para 
inovar a sua tutela jurisdicional. É, pois, um direito 
público subjetivo, distinto do direito cuja tutela se pede, 
mas tendo por pressupostos necessários este direito e 
sua violação. Distinguia-se, assim, o direito subjetivo 
material, a ser tutelado, do direito de ação, que era direito 
subjetivo público. 
Em suma, a referida teoria sustenta plena autonomia entre o 
direito material e o direito processual. 
Não se desligando da teoria do direito autônomo, porém 
sustentada que somente existiria ação quando o Judiciário 
julgasse procedente a ação ingressada em juízo, encontra-se a 
teoria concreta, defendida pelo o jurista alemão Adolpho Wach. 
Pactuando com esse entendimento, Giuseppe Chiovenda, por sua 
vez, considerado um dos maiores expoentes do direito processual 
italiano, também justifica seu entendimento na dissociação do 
direito material do direito de ação, todavia, acolhendo a teoria 
concreta, conforme Vicente Greco Filho (2007, p. 78): 
Chiovenda, porém, em trabalho sobre a ação declaratória 
negativa, demonstrou a autonomia do direito de ação em 
Conhecida também como teoria de 
Muther, baseada na distinção entre 
o direito material e o seu pleno 
exercício via ação, do qual deflagra 
a contraprestação do Estado no 
sentido de resguardara tutela 
jurídica pretendida. 
27
Direito Processual Civil I 
Unidade 1
face do direito material, com o argumento de que, se é 
possível obter um provimento que declare a inexistência 
de uma relação jurídica é porque o direito de obtê-la 
é diferente do direito material discutido, autônomo, 
portanto com relação a ele. Ficou mantida ainda certa 
dependência para com o direito material, definindo-se a 
ação como um direito de obter do Estado uma sentença 
favorável. Para Chiovenda a ação é mais que um direito, 
é o poder de obter do Estado uma decisão favorável. 
Tal dependência em relação ao direito material levou a 
denominação da teoria da ação como direito autônomo 
concreto. 
Em suma, de acordo com a teoria concreta, somente existiria o 
exercício da ação quando o pedido formulado perante o Judiciário 
tivesse êxito, ou seja, fosse acolhido como procedente. 
Assim, diante da evolução dos tempos, a teoria concreta sofreu 
um desgaste, dando espaço à criação da teoria abstrata da ação, 
devido ao fato de que os adeptos da teoria concreta não sabiam 
justificar quando a sentença era julgada como improcedente, 
ou seja, quando o pleito pretendido era negado pelo Judiciário. 
Esta teoria tem como base a existência da ação pelo simples fato 
de que a todos caberia o direito de acionar o Poder Judiciário, 
independentemente do fundamento da resposta proferida. 
Nos dizeres de Alexandre Freitas Câmara (2007, p. 110), “teoria 
abstrata do direito de ação seria, simplesmente, o direito de 
provocar a atuação do Estado Juiz. Em outros termos, para essa 
teoria a ação é o direito de se obter um provimento jurisdicional, 
qualquer que seja o seu teor”. 
Finalmente, após a lapidação durante anos da teoria pura 
abstrata, o Código de Processo Civil acolhe em um de seus 
dispositivos legais a teoria eclética da ação, estudo criado pelo 
processualista italiano Enrico Tullio Liebman em meados de 
1940. A referida teoria é adotada até hoje pelo direito processual 
brasileiro e também pela maioria dos países estrangeiros, a 
qual, da mesma forma que a abstrata, conclui que o processo é 
independente do direito material pretendido. 
Em outras palavras, a teoria abstrata pura se confunde com o 
próprio direito constitucional de acesso ao poder judiciário para 
Também conhecida como 
teoria do direito abstrato 
de agir.
28
Universidade do Sul de Santa Catarina
obtenção da tutela pretendida, o que, por sua vez, não ocorre com 
a teoria eclética quanto à ação. 
Assim, é justamente neste ponto que a teoria eclética diverge 
da abstrata, pois, para existir o exercício da ação, é necessário 
que a mesma preencha determinadas condições, sob pena de 
ser decretada carente, ensejando a extinção do processo sem 
resolução da lide, conforme mérito do Art 267, inciso VI do 
CPC: “[...] extingue-se o processo, sem julgamento do mérito: [...] 
VI - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como 
a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse 
processual”.
Neste ponto, o manejo do processo em face ao Judiciário é um 
direito público, inafastável, isto é, constitucional, inerente ao 
sujeito, não podendo ser interpretado de forma genérica, pois, 
para que esse mesmo sujeito obtenha uma resposta ao pleito 
pretendido, aplicação do direito ao caso concreto, a ação deverá 
respeitar determinadas condições, denominadas condições da 
ação. 
Deste modo, o jurista Enrico Tullio Liebman (1983), 
aprimorando as teorias apresentadas, basicamente a abstrata e a 
concreta, delimitou que a ação consiste em um direito público 
abstrato, todavia com aplicabilidade limitada no que diz respeito 
ao direito pretendido em juízo.
Valendo-se do que foi dito, somente haverá o exercício pleno 
da atividade jurisdicional quando houver sido superada a 
admissibilidade prévia do processo e da ação apresentados em 
juízo, ou seja, o magistrado deverá identificar se aquela demanda 
cumpre os requisitos legais de admissibilidade, para, somente 
após, proferir uma decisão pacificadora de mérito, seja ela pela 
procedência ou improcedência do pedido do autor.
Marcus Vinícius Rios Gonçalves, (2008, p. 87), expõe de forma 
didática o seguinte: 
[...] o entanto não se acolhe entre nós às teorias 
abstratistas puras, em que a ação é um direito a uma 
resposta qualquer do Judiciário, independentemente do 
preenchimento de certas condições, ela consiste no Brasil, 
29
Direito Processual Civil I 
Unidade 1
em direito à resposta de mérito, isto é, ao pedido que foi 
dirigido ao juiz. Só existirá ação quando houver o direito 
a uma resposta de mérito, que depende do preenchimento 
de determinadas condições. Portanto não há exercício 
do direito de ação quando o juiz extingue o processo 
sem julgar o mérito. Nesse caso a máquina judiciária foi 
movimentada em virtude do direito de demandar, que é 
garantia inerente ao princípio constitucional do acesso à 
justiça. Mas não houve ação. 
Portanto, como bem salientado acima, o direito a uma resposta 
do Judiciário dependerá da presença de certas condições, caso 
contrário, o direito materializado na ação e conduzido pelo 
processo não será merecedor da apreciação pelo juízo competente, 
por causa de algum vício que comprometerá a própria ação ou o 
regular andamento do processo. 
Nesses termos, as condições da ação acolhidas pela legislação 
processual brasileira dividem-se em três: 
 � possibilidade jurídica do pedido;
 � legitimidade “ad causam”; e
 � interesse de agir. 
Verifica-se que a não obediência das referidas condições ensejará 
na carência da ação, ou seja, ela será declarada inexistente.
Dessa forma, é indispensável que, concomitantemente, o pedido 
formulado pelo autor não seja contrário ao ordenamento jurídico 
pátrio, no qual as partes integrantes da demanda sejam legítimos 
titulares do direito posto em litígio, (autor e réu) e que haja 
interesse de agir do Órgão Estatal na resposta daquele pedido. 
Há a possibilidade jurídica do pleito pretendido quando o pedido 
não contrariar a legislação vigente.
Sobre a possibilidade jurídica do pedido, conforme Gonçalves 
(2008, p. 90),
[...] não se admite formulação de pretensões que 
contrariem o ordenamento jurídico. Aquele que vai a 
juízo postular algo vedado por lei terá sua pretensão 
Conhecido no âmbito 
dos pedidos possíveis de 
concretização. 
30
Universidade do Sul de Santa Catarina
obstada. Não haveria sentido em movimentar a máquina 
judiciária se já se sabe de antemão que a demanda será 
mal sucedida porque contraria ordenamento jurídico.
Seguindo o presente raciocínio, citam-se, aqui, os exemplos 
clássicos da doutrina tradicional sobre a impossibilidade jurídica 
do pedido, como: 
 � requerer a cobrança de dívida de jogos de azar, vez que o 
referido ato é vedado pelo direito;
 � no mesmo sentido, pleitear perante o Judiciário o 
ressarcimento de dívidas oriundas de prostituição e 
similares; ou, ainda,
 � pleitear o divórcio quando não havia previsão legal em 
nossa legislação. 
Na verdade, a interpretação da possibilidade jurídica não pode 
se limitar à análise isolada do pedido, pois o mesmo encontra-
se intimamente ligado à causa de pedir, isto é, faz-se necessária 
também a análise do fato gerador, que deflagrou o pedido. 
Mais uma vez, o referido tema é muito bem abordado pelo 
doutrinador Marcus Vinícius Rios Gonçalves, (2008, p. 91). 
Se alguém ingressa em juízo postulando a condenação 
do réu ao pagamento de determinada quantia em 
dinheiro, o pedido será lícito. Mas, se a causa de pedir 
for, por exemplo, a vitória do autor em jogo de azar, o 
juiz indeferirá a pretensão. Contraria o ordenamento a 
cobrança judicial de dívida de jogo. Por isso, o pedido 
que, isoladamente era lícito tornou-se ilícito, porque 
embasado em causa de pedir ilegal. (...) Também não 
se admite pedido ou causa de pedir que, embora, não 
afrontem diretamente a lei, ofendam a moral e os bons 
costumes. Não se pode, por exemplo, ingressar em juízo 
para cobrar por prestaçõesde serviços de prostituição. A 
imoralidade, e não a ilegalidade impede que o processo 
siga adiante. 
Resumindo, a possibilidade jurídica do pedido torna-se uma 
das condições de melhor entendimento, pois, toda vez que for 
pleiteado em juízo algo contrário à norma legal, o caminho 
31
Direito Processual Civil I 
Unidade 1
processual será bloqueado, e, por consequência, acarretará sem 
sombra de dúvida, a extinção do processo. 
A legitimidade “ad causam” - seja ela ativa, relativa ao(s) 
autor(es), ou passiva, relativa ao(s) réu(s) - diz respeito aos 
titulares da pretensão de direito, autor e réu. As partes deverão 
ser legitimadas para demandarem em juízo sob pena de serem 
consideradas ilegítimas. 
Assim, o autor deverá ser parte legitimada para requerer as 
providências quanto ao seu pedido, e, da mesma forma, o réu 
deverá ser parte legítima para suportar a decisão proferida, aqui 
reconhecida como legitimação ordinária, isto é, comum. 
O melhor exemplo do que foi dito encontra-se consagrado no 
artigo 6º do Código Processual Civil, o qual prevê que: “[...] 
ninguém poderá pleitear, em nome próprio direito alheio, salvo 
quando autorizado por lei”, caso contrário será carecedor do 
direito de ação. 
Na primeira parte do dispositivo legal acima transcrito, é 
materializada a legitimidade ordinária, comum, para agir pelo 
simples fato de que não se pode aplicar o direito àqueles que 
são estranhos, ou seja, alheios à relação processual, tanto ativa, 
quanto passivamente. 
Aproveitando as palavras de Moacyr Amaral dos Santos, (2007, 
p. 178), “[...] o autor deve ter título em relação ao interesse que 
pretende seja tutelado”. De acordo com o mesmo autor: 
Por outras palavras, o autor deverá ser titular do 
interesse que se contém na sua pretensão com relação 
ao réu. Assim, a legitimação para agir em relação ao 
réu deverá corresponder à legitimação para contradizer 
deste em relação aquele. Ali, legitimação ativa, aqui, 
legitimação passiva. [...]. São legitimados para agir, ativa 
e passivamente, os titulares dos interesses em conflito; 
legitimação ativa terá o titular do interesse afirmado na 
pretensão; passiva terá o titular do interesse que se opõe 
ao afirmado na pretensão. Fala-se então em legitimação 
ordinária, porque a reclamada para a generalidade dos 
casos. 
32
Universidade do Sul de Santa Catarina
Já a segunda parte do artigo 6º do CPC reproduz a legitimação 
extraordinária, para que um terceiro, por expressa autorização 
legal, possa pleitear o direito de outrem em juízo. Ela é chamada 
de legitimação extraordinária, pois se trata de exceção à maioria 
dos casos. Dessa forma, ocorre uma verdadeira substituição para 
pleitear o direito de outrem, agora, por sua vez, substituído em 
juízo. 
Cita-se, como exemplo, as ações de cunho coletivo, 
onde os verdadeiros titulares são substituídos pelo 
Órgão do Ministério Público, Sindicatos, Órgão de 
Classe; OAB, condomínios e demais legitimados 
investidos pelo benefício legal. 
Gonçalves (2008, p. 93) acrescenta que 
[e]m circunstâncias excepcionais, que decorrem de lei 
expressa ou do sistema jurídico, admite-se que alguém 
vá a juízo em nome próprio, para postular ou defender 
direito alheio. Nesse caso aquele que figura como 
parte não é o titular do direito alegado, e o titular não 
atua como sujeito processual. Há aí um fenômeno da 
substituição. Substituto processual é aquele que atua 
como parte, postulando ou defendendo um direito que 
não é seu, mas do substituído. Por isso que a legitimidade 
extraordinária é também chamada substituição 
processual. 
Nesse sentido, não é demais frisar que o legitimado 
extraordinariamente é considerado parte da relação processual, 
onde o substituído poderá posteriormente ingressar no processo 
como assistente listisconsorcial. Superado este ponto, 
deparamo-nos com a terceira condição da ação: o interesse de 
agir, o qual se desdobra entre o binômio necessidade – adequação. 
No aspecto da necessidade, o interesse de agir decorre da 
existência da necessidade da intervenção do juízo, isto é, da 
necessidade de movimentar a máquina do Judiciário para 
satisfação do pleito pretendido. 
No que toca à adequação, verifica-se que a ação utilizada em 
juízo não se torna adequada para satisfazer o direito pleiteado, 
Conhecida como 
substituição processual.
Auxiliar daquele que está lhe 
substituindo. 
33
Direito Processual Civil I 
Unidade 1
haja vista à existência de inúmeros remédios processuais 
destinados a alcançar a utilidade e a satisfação da pretensão 
de direito. Justamente nesse ponto, quando do manejo de 
instrumentos equivocados não passíveis de acertamento no 
feito, elas acabam carecendo de interesse, levando à extinção do 
processo por falta de interesse de agir.
Nesta linha, cita-se, como exemplo, o ingresso de ação 
de execução ao cumprimento de obrigação contida em 
um cheque, quando o referido título já estava prescrito, 
onde correta, neste caso, seria a ação de monitoria ou 
ação de cobrança, as quais servem como guarida para a 
cobrança de título de crédito prescrito. 
Em resumo, o interesse processual na qualidade de condição 
da ação consiste na necessidade de movimentação da máquina 
judiciária por intermédio de instrumento capaz de produzir 
provimento jurisdicional útil ao pleito reivindicado. 
Verifica-se, ainda, que, caso observada a ausência de uma das 
condições da ação, por se tratar de matéria de ordem pública, 
o juiz poderá de ofício, sem a necessidade de requerimento da 
parte, promover o indeferimento da petição inicial, conforme o 
artigo 295, incisos II e III, parágrafo único, inciso III do CPC; 
ou depois de superada a fase citatória, em qualquer tempo, o juiz 
poderá decidir pela extinção do feito de resolução de mérito, de 
acordo com o artigo 267 do CPC, devido a carência de ação. 
Salienta-se, ainda, que a ausência das condições da ação, tendo 
em vista seu caráter público, poderá ser arguida pelas partes 
em qualquer tempo ou grau de jurisdição ordinário e serem 
reconhecidas de ofício pelo magistrado.
Vencido o estudo proposto sobre as condições da ação, passa-se 
à análise de seus elementos, os quais, em suma, são definidos 
como: 
 � partes;
 � pedido; e
 � causa de pedir. 
34
Universidade do Sul de Santa Catarina
Uma ação se diferencia das outras à medida que seus elementos 
variam, distinguindo-se das demais, sendo identificada pelo 
conjunto de elementos próprios e exclusivos de cada ação. 
É de suma importância a identificação das ações propostas em 
juízo, pois a presença de possíveis vícios inerentes ao processo 
deriva da análise de seus elementos, como:
 � impossibilidade jurídica do pedido;
 � litispendência;
 � coisa julgada;
 � conexão;
 � continência, dentre outros. 
Sobre o tema, o jurista Vicente Greco Filho, (2007, p. 93) destaca 
a análise dos elementos atrelados à ação, in verbis: 
[...] cada ação distingue-se das demais por certos 
elementos que as identificam, por meio deles é possível 
distinguir uma da outra e, também, individualizar 
determinada demanda pra compará-la a outra, 
verificando eventualmente se são idênticas. [...] O 
problema da identificação das ações tem importância 
fundamental para dois institutos: a litispendência e 
a coisa julgada. Ambas as figuras são impeditivas da 
repetição da demanda, ou porque a ação ainda está em 
andamento (litispendência), ou porque a ação se encerrou 
definitivamente, (coisa julgada). A jurisdição quando 
provocada ou esgotada, atua apenas uma vez, resolvendo 
definitivamente à lide, sendo proibida a repetição da ação.
Assim, a observação dos aspectos identificadores da ação é 
merecedora de relevante consideração, para que se evitem futuros 
entraves na marcha processual. 
Com relação à parte ativa ou passiva, pode-se denominar como 
autor da demanda aquele que requer uma resposta do Poder 
Judiciário, por sua vez, contrário ao interesse do réu, parte 
adversa na relação processual.35
Direito Processual Civil I 
Unidade 1
Na contramão do que foi dito, reitera-se que, conforme 
delimitado sobre jurisdição, diante da ausência de litígio, 
jurisdição voluntária, não existem partes, como na grande 
maioria dos casos apresentados em juízo, (autor x réu), mas, sim, 
interessados, haja vista terem interesses comuns. 
No que pese ao pedido ofertado pelo autor em juízo, pode-
se dizer que corresponde ao objeto da ação, o bem da vida 
pretendido pelo autor da demanda. Nesses termos, Nelson 
Nery Junior (2007, p. 550), dispõe que “[...] no sistema do CPC, 
pedido tem como sinônimas as expressões lide, pretensão, mérito, 
objeto. É o bem da vida pretendido pelo autor: a indenização, os 
alimentos a posse, a propriedade, a anulação do contrato etc.”
Por último, entende-se por causa de pedir a razão 
pela qual se baseia o autor a requer guarida do Poder 
Judiciário. 
Assim, aquele que busca uma resposta do Poder Judiciário sobre 
sua pretensão por intermédio do pedido, deverá demonstrar quais 
as causas, os fatos que defl agraram o seu requerimento. 
Utilizando as palavras sábias do jurista Vicente Greco Filho 
(2007), “[...] a causa de pedir é o fato jurídico que o autor coloca 
como fundamento de sua demanda. É o fato do qual surge o 
direito que autor pretende fazer valer ou a relação jurídica da qual 
aquele direito deriva.” Em suma, causa de pedir nada mais é do 
que o fundamento de fato e de direito pedido pelo autor em juízo.
Pode-se agora conceituar com segurança, após as explanações 
acima lançadas, que a ação é um direito público subjetivo de 
natureza abstrata, pleiteado em face do Estado-Juiz com o 
objetivo da tutela jurisdicional. 
36
Universidade do Sul de Santa Catarina
Nessa linha de entendimento, observa-se que a ação não 
alcançará sua finalidade, sentença de mérito, sem percorrer 
um caminho denominado processo, isto é, o caminho pelo 
qual percorre a ação. Nesse raciocínio, finalmente chega-se 
ao elemento processo. É inegável afirmar que o processo é o 
instrumento utilizado pelo Estado-Juiz para que ele faça cumprir 
a função jurisdicional, ou seja, é um meio concretizador do 
direito pleiteado em juízo conforme previsão legal. 
Salienta-se que a classificação dos tipos processuais varia 
dependendo das finalidades e das providências requeridas em 
juízo via ação. Os tipos de instrumentos processuais são divididos 
em três grupos, conforme preconiza o artigo 270 do Código de 
Processo Civil: 
 � processo de conhecimento ou processo cognitivo;
 � processo de execução; e
 � processo cautelar. 
No processo de conhecimento, o Estado é acionado por 
intermédio da jurisdição para solucionar a lide existente entre 
as partes autor x réu, ou seja, aplicar o direito diante da vontade 
da lei, extinguindo, por sua vez, a pretensão contestada. Nesse 
sentido, o processo de conhecimento inaugura o Código de 
Processo Civil, contido no seu Livro I, conforme se lê, é aquele 
que conhece o direito apresentado em juízo, isto é, declara o 
direito, sendo que, depois de superadas as suas fases, ele conduz à 
formação de um título executivo judicial. 
Pela nova sistemática processual, ditada pela Lei 11232/2005, o 
processo de conhecimento possui duas fases: 
 � uma fase cognitiva, que conhece do direito; e 
 � uma fase executiva, que faz cumprir o direito declarado, 
denominado processo sincrético, ou seja, comporta duas 
fases distintas em um único processo.
Deste modo, diante da nova roupagem processual, não resta 
dúvidas de que o atual modelo adotado pelo processo de 
conhecimento somente esgotará as suas atribuições quando 
Primeiro objeto de estudo desta 
seção, denominado como um 
instrumento jurisdicional público, 
formado por um conjunto de 
atos e procedimentos com o 
objetivo de pacificação social e, 
por consequência, da aplicação do 
direito ao caso concreto. 
Denominado sentença. 
37
Direito Processual Civil I 
Unidade 1
do devido cumprimento da sentença judicial, dispensando, 
assim, um novo processo denominado de “execução” para o 
cumprimento do direito ditado no comando judicial, sentença. 
Assim, conclui-se que o título executivo judicial “sentença” é 
produzido pelo Poder Judiciário por intermédio da propositura 
da ação via processo judicial. Nesse contexto, após a formação 
da sentença por intermédio da primeira fase do processo 
de conhecimento, caso a determinação legal produzida não 
seja cumprida espontaneamente, a segunda fase do processo 
de conhecimento, chamada executiva, será aplicada pela 
parte interessada. A executiva possui a função de coagir ao 
cumprimento da obrigação prevista no comando judicial, 
sentença. 
O processo de execução, autônomo, diferente da formação 
do título judicial, o qual possui uma fase executiva própria, 
delimitada acima, é previsto no Livro II do Código de 
Processo Civil, somente quando aplicado aos títulos executivos 
extrajudiciais.
Exemplos desta aplicação são: cheque, nota 
promissória, duplicata, contrato, dentre outros. 
Destaca-se que o processo executivo não se presta a conhecer 
do direito o posto em juízo, verificando quem possui razão no 
litígio, ao contrário, sua função é fazer cumprir a obrigação 
materializada no título executivo extrajudicial, seja espontânea ou 
compulsoriamente. 
O processo cautelar, Livro III do CPC, se diferencia dos demais, 
no sentido de assegurar e garantir o bom resultado do processo 
de conhecimento ou de execução. Em consequência, a decisão do 
provimento cautelar é substituída pela decisão definitiva proferida 
no processo de conhecimento ou de execução, pois o processo 
cautelar é um instrumento provisório. 
Via de regra, seu manejo encontra-se atrelado aos pressupostos do 
fummus bonis iuris, fumaça do bom direito e do periculum in mora, 
perigo da demora, podendo ser preparatório, antes de instaurado 
o processo de conhecimento, de execução autônoma, ou ainda, 
incidental; no curso dos dois processos via tutela liminar. 
38
Universidade do Sul de Santa Catarina
Conclui-se que a tutela cautelar é manejada diante da necessidade, 
ou seja, da urgência de uma decisão do Órgão Estatal, de situações 
que não podem esperar a marcha processual mais detalhada, 
defi nidas futuramente em decisões proferidas no curso do processo 
de conhecimento ou de execução, sob pena de perecimento do 
pedido, futuros objetos de discussão daqueles processos. 
Exemplos disso são as medidas cautelares de busca e 
apreensão de menor, arresto, sequestro, alimentos etc. 
Partindo dos tipos variados de processos, cada qual com 
sua fi nalidade específi ca prevista em lei, observa-se que tais 
fi nalidades, para se tornarem úteis aos cidadãos, seguem 
procedimentos variados, que são exteriorizados de modos e 
formas diferentes conforme o tipo de processo. 
Assim, reitera-se que cada tipo de processo é regulado por 
um conjunto de atos, os quais podem variar dependendo do 
“procedimento” adotado ao tipo processual escolhido para 
manutenção do direito, todos com o intuito de alcançar suas 
fi nalidades específi cas. 
De forma didática, pode-se dizer que cada procedimento possui 
caminhos distintos, ritmos e instrumentos variados aplicados 
em cada processo, os quais devem ser seguidos para alcançar a 
fi nalidade almejada por cada cidadão, quando na busca do Poder 
Judiciário para resolver seus confl itos. 
Nesse sentido, caso o processo e os procedimentos utilizados 
sejam inadequados, a resposta do judiciário não será útil ao pleito 
pretendido, ou seja, a resposta será inefi caz e, por consequência, 
não suprirá suas necessidades. 
O processo de conhecimento ditado pelo Código de Processo 
Civil possui dois procedimentos: 
 � comum, que se divide em ordinário e sumário; e
39
Direito Processual Civil I 
Unidade 1
 � os especiais de jurisdição contensiosa (arts. 890 a 
1.071) e voluntária (arts. 890 a 1.071), os quais estão 
relacionados no Livro IV do referido comando legal.O procedimento comum, por ser comum, é o mais utilizado, 
ou seja, quando a lei não especificar o procedimento a ser 
adotado, utiliza-se o procedimento comum, de acordo o artigo 
271 do Código Processual Civil: “[...] aplica-se a todas as causas 
o procedimento comum, salvo disposição em contrário deste 
Código ou de lei especial”. Dessa forma, a lei irá tratar de forma 
excepcional as ações atreladas ao processo de conhecimento, 
todavia, regidas pelos procedimentos especiais.
Citam-se, como exemplos, a ação de consignação 
em pagamento, usucapião, cobrança, possessórias, 
monitórias, inventário, dentre outros. 
Conforme expresso, observa-se que o procedimento comum 
possui duas marchas processuais distintas:
 � uma mais lenta e completa chamada de “ordinária”; e
 � outra mais célere e resumida denominada “sumária”. 
O procedimento comum, rito ordinário, é regido pelo Código 
de Processo Civil nos artigos 282 a 466 e o sumário, a partir 
do artigo 275 a 281 do mesmo diploma legal. O autor Marcus 
Vinícius Rios Gonçalves, (2008, p. 314), de forma didática, 
acrescenta que:
[...] embora haja vários tipos de procedimentos, há 
muitos pontos em comum entre todos eles. Os atos 
processuais estruturais fundamentais em todos os tipos 
de procedimentos – petição Inicial, resposta do réu, 
fase instrutória e sentença -, são comuns a todas as 
espécies e vêm tratados no CPC, no título referente ao 
procedimento ordinário. Nos referentes ao sumário e aos 
especiais, o legislador só cuidou daquelas peculiaridades 
que os distinguem do ordinário. Por isso, a aplicação 
das regras do procedimento ordinário é supletiva à 
dos demais: naquilo que não houver regras próprias, 
que constituam as particularidades dos procedimentos 
40
Universidade do Sul de Santa Catarina
sumário e especial, aplicar-se-ão supletivamente as do 
procedimento ordinário. 
Assim, conclui-se que o primeiro passo para a aplicação correta 
do procedimento ao processo em espécie é verificar se a lei 
exige forma especial para a sua aplicação. No caso de omissão 
da norma, deverá ser utilizado o procedimento comum do rito 
ordinário ou sumário. 
O procedimento comum do rito ordinário possui uma marcha 
processual mais lenta devido à sua completude. Assim, ele 
começa com a petição inicial, de acordo com o artigo 282 do 
CPC, seguido do chamamento do réu via citação do art. 213 
do CPC, para, se for o caso de apresentar defesa, contestação e 
outras, seguir os ditames do art. 5º e dos arts. 297-325do CPC. 
Posteriormente, é verificada a presença ou não da revelia, 
ausência de defesa pelo réu, (arts. 319-324 do CPC). Superadas 
tais fases, caso apresentada a defesa, contestação ou outras, o 
juiz passará à analise da matéria apresentada pelo réu, tomando 
as providências preliminares, caso necessárias ao saneamento 
do processo, seguindo-se do julgamento conforme o estado do 
processo (arts. 326 e 328 do CPC). 
Na fase do julgamento, conforme o estado do processo, o mesmo 
poderá ser decidido pelas seguintes formas: 
 � extinção do processo sem resolução de mérito, conforme 
arts. 267 e 269, II ao V do CPC;
 � julgamento antecipado da lide, quando a matéria for 
direito ou de direito e de fato não serem necessárias mais 
provas, de acordo com a art. 330 do CPC;
 � finalmente, o juiz poderá optar pelo saneamento do 
processo, diante da necessidade de constituir mais provas 
testemunhal, pericial e outras. 
Salienta-se que diante da constituição da prova pericial ou 
colheita das provas orais, será designada audiência preliminar, 
de acordo com o art. 331 do CPC. Em seguida, conforme 
necessário, será designada uma audiência de instrução e 
41
Direito Processual Civil I 
Unidade 1
julgamento para a colheita das provas orais, em função do art. 
447 e seguintes do CPC, encerrando-se com a prolação da 
sentença, de acordo com o art. 456 do CPC. 
Para entendermos melhor este procedimento, segue fluxograma: 
Figura 1.2 – Procedimento Ordinário 
Fonte: THEODORO JUNIOR, 2005, p. 309.
42
Universidade do Sul de Santa Catarina
Dando continuidade ao Procedimento, observa-se que, quando 
inserido no corpo do procedimento comum ordinário, está 
presente o procedimento sumário, que prima pela maior 
celeridade e simplicidade de seus atos. Em suma, o procedimento 
sumário se difere de forma geral do ordinário, no que diz respeito 
à classificação da matéria e do valor da causa, elementos que 
servem como parâmetro principal para a sua aplicabilidade, 
conforme regulamenta o artigo 275 do CPC. Vejamos:
Art. 275 - Observar-se-á o procedimento sumário: 
I - nas causas cujo valor não exceda a 60 (sessenta) vezes 
o valor do salário mínimo; (Alterado pela L-010.444-
2002)
II - nas causas, qualquer que seja o valor: (Alterado pela 
L-009.245-1995)
a) de arrendamento rural e de parceria agrícola;
b) de cobrança ao condômino de quaisquer quantias 
devidas ao condomínio;
c) de ressarcimento por danos em prédio urbano ou 
rústico;
d) de ressarcimento por danos causados em acidente de 
veículo de via terrestre;
e) de cobrança de seguro, relativamente aos danos 
causados em acidente de veículo ressalvados os casos de 
processo de execução;
f) de cobrança de honorários dos profissionais liberais, 
ressalvado o disposto em legislação especial;
g) que versem sobre revogação de doação; (Alterado pela 
L-012.122-2009) Art. 3º, I e II, Competência - Juizados 
Especiais Cíveis - Juizados Especiais Cíveis e Criminais 
- JECC - L-009.099-1995.
h) nos demais casos previstos em lei. (Acrescentado pela 
L-012.122-2009).
Parágrafo único. Este Procedimento não será observado 
nas ações relativas ao estado e a capacidade das pessoas. 
43
Direito Processual Civil I 
Unidade 1
Diante da redação dada ao artigo 275, I do CPC, extrai-se que a 
análise do valor da causa possui o valor do salário mínimo como 
parâmetro, quanto à aplicabilidade do procedimento sumário, 
tendo tal valor como base para a sua incidência quando da 
propositura da ação em juízo. Favor manter o acento no vocábulo 
“extraí-se” favor verificar o dicionário de língua portuguesa. 
Verifica-se, ainda, que, mesmo aquelas ações que não ultrapassem 
a 60 salários mínimos, todavia, tratem do estado e da capacidade 
da pessoa, direitos indisponíveis, não poderão ser processadas 
pelo procedimento sumário, mas, sim, pelo ordinário ou especial, 
conforme reza o parágrafo único do referido dispositivo legal. 
Observa-se que as causas destacadas em seu inciso II enumeram 
matérias que, independentemente do valor dado à causa, serão 
absorvidas pelo procedimento sumário, ou, ainda, caso o autor 
prefira, poderão tramitar no Juizado Especial de Pequenas 
Causas, conforme LJE 9099/2005, art. 3º, II. 
Nelson Nery Junior, (2007, p. 537) discorre sobre:
Juizados Especiais – Nas ações enumeradas no CPC275 
II podem também ser ajuizadas perante o Juizado 
Especial Cível (L 9099/95 3. II-LJE). Os juizados 
especiais têm natureza hibrida, pois são um misto de 
juízo e de procedimento. Daí a razão pela qual a parte 
pode optar entre ajuizar a ação perante o juizado especial, 
submetendo-se ao procedimento especial da LJE, ou 
perante o juízo comum, submetendo-se ao rito sumário 
do CPC. 
Assim, o procedimento adotado pelo rito sumário possui como 
finalidade a construção de uma sequência de atos mais célere em 
um lapso temporal, mais mitigado do que prevê o rito ordinário, 
pois é de sua essência a concentração de atos processuais. 
A sua característica simplista é destacada na Petição Inicial, 
onde é seguida da defesa, provas e julgamento, as quais serão 
distribuídas em duas audiências: 
 � uma prevendo a conciliação, ou seja, o acordo entre as 
partes e a resposta do réu; e
44
Universidade do Sul de Santa Catarina
 � outra audiência para a constituição de provas, chamada 
de audiência de instrução e após decisão. 
Segue o esquema do procedimento sumário: 
Figura 1.3 – ProcedimentoSumário 
Fonte: THEODORO JUNIOR, 2005, p. 322.
45
Direito Processual Civil I 
Unidade 1
Seção 2 – Atos, Prazos processuais e Preclusão
Conforme estudamos na seção 1, pode-se dizer que o processo 
é um conjunto sequencial de atos, os quais são praticados pelas 
partes, auxiliares da justiça e pelo juiz, com o intuito de dar 
início, impulsionar o processo, até alcançar o provimento final, 
ou seja, a sentença. 
Em uma visão geral, os atos processuais são aqueles que derivam 
da motivação das partes envolvidas e de outros ligados ao 
processo. O ato processual possui como objetivo a modificação, 
constituição, conservação, ou a extinção da relação jurídica 
processual. 
Diante de uma visão contemporânea, Marcus Vinícius Rios 
Gonçalves (2008, p. 227) ensina que:
[...] serão, pois, atos jurídicos processuais todos os atos 
humanos praticados no processo. Essa qualificação só 
pode ser atribuída corretamente às condutas humanas. 
Pode ocorrer que fatos naturais, para os quais uma 
vontade humana contribuiu, tenham repercussão 
processual, como a morte de uma das partes ou uma 
inundação que provoque o desaparecimento dos autos. 
Esse tipo de episódio só pode ser qualificado como 
fato processual, e não como ato processual. Dentre os 
fatos jurídicos, destacam-se os negócios jurídicos, de 
especial relevância para o direito material. São aquelas 
manifestações de vontades destinadas á obtenção de um 
fim visado pelo agente. O ambiente adequado para a sua 
celebração é o da autonomia da vontade, em que o querer 
humano pode ser direcionado para obtenção de fins 
específicos. 
Por outro lado, classificam-se como fatos jurídicos os eventos que 
não dependem da vontade das partes ou das pessoas, todavia, eles 
influenciam direta ou indiretamente na modificação das situações 
jurídicas provenientes ao processo. 
46
Universidade do Sul de Santa Catarina
Desse modo, citam-se como exemplos de ato 
processual: a petição inicial, as defesas, sentença, 
recursos, dentre outros. Os fatos processuais seriam: o 
falecimento de uma das partes, do procurador, perda 
de um prazo, dentre outros. 
Pode-se dizer, ainda, que ato processual é gênero, e fato 
processual é espécie. Nessa linha de raciocínio, Humberto 
Theodoro Junior, (2005, p. 201) discorre: 
Inicia-se, desenvolve-se e encerra-se o processo por meio 
de atos praticados ora pelas partes, ora pelo juiz ou seus 
auxiliares. Há, ainda, acontecimentos naturais, não 
provocados pela vontade humana, que produzem efeito 
sobre o processo, como a morte da parte, o perecimento 
do bem litigioso, o decurso do tempo etc. Assim, é lícito 
dizer que o processo é uma seqüência ordenada de fatos, 
atos e negócios processuais [...].
Salienta-se que, para a prática do ato processual, não será 
necessário obedecer à forma específica, todavia, quando a lei 
exigir, deverá o mesmo seguir suas delimitações sob pena de não 
ser considerado válido. 
Observa-se que pelo princípio da fungibilidade dos atos 
processuais, mesmo aqueles praticados sem a devida observância 
legal serão aceitos, desde que alcancem a sua finalidade principal, 
conforme preconiza o artigo 154 do Comando Processual: “Os 
atos e termos processuais não dependem de forma determinada 
senão quando a lei expressamente a exigir, reputando-se válidos 
os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade 
essencial”. 
Os atos processuais, via de regra, são revestidos pela publicidade, 
para que sejam fiscalizados pelos participantes do processo e 
também pela sociedade, salvo quando a lei exigir sigilo, ou seja, 
segredo de justiça, onde as audiências são realizadas a portas 
fechadas, Art. 444 do CPC, A audiência será pública; nos casos 
de que trata o art. 155, ela realizar-se-á a portas fechadas. Os atos 
praticados sob a égide do segredo estão enumerados no artigo 
155 do mesmo comando processual. Vejamos:
47
Direito Processual Civil I 
Unidade 1
Art. 155 - Os atos processuais são públicos. Correm, 
todavia, em segredo de justiça os processos:
I - em que o exigir o interesse público; 
II - que dizem respeito a casamento, filiação, separação 
dos cônjuges, conversão desta em divórcio, alimentos e 
guarda de menores. 
Parágrafo único - O direito de consultar os autos e de 
pedir certidões de seus atos é restrito às partes e a seus 
procuradores. O terceiro, que demonstrar interesse 
jurídico, pode requerer ao juiz certidão do dispositivo da 
sentença, bem como de inventário e partilha resultante 
do desquite. 
Ainda, com relação à publicidade, a própria Carta Constitucional 
de 1988 estabelece no seu artigo 5º, LX, a plena publicidade dos 
atos processuais como sendo um direito do cidadão, onde faz 
menção ao direito de sigilo: “LX - a lei só poderá restringir a 
publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade 
ou o interesse social o exigirem”. Assim, salvo melhor juízo, 
apesar dos casos enumerados pela lei processual, nada impede que 
o magistrado atribua segredo a outros atos estranhos à norma, 
quando esta for indispensável ao bom andamento do processo. 
Acrescenta-se que somente terão acesso ao processo, quando 
revestido do segredo de justiça, as partes e seus respectivos 
procuradores, sendo, porém, vedado a terceiros o fornecimento 
de informações, consultas e a obtenção de documentos, 
diferentemente do que ocorre nos demais processos, de livre 
acesso a todos os interessados. 
Nesse seguimento, diante do comando público, o artigo 141, 
inciso V, prevê que: “Caberá ao escrivão dar independentemente 
de despacho, certidão de qualquer ato ou termo do processo, 
observando o disposto do artigo 155”. 
Outro ponto fundamental é a utilização do idioma nacional em 
todos os atos e termos do processo, conforme dita o artigo 156 
do CPC: “Em todos os atos e termos do processo é obrigatório 
o uso do vernáculo”. A Constituição Federal reza em seu artigo 
13 caput que a língua portuguesa é o idioma oficial da República 
Federativa do Brasil, a qual expressa a própria soberania do 
Estado Brasileiro. 
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Observa-se ainda que somente serão aceitos documentos em 
língua estrangeira quando devidamente traduzidos para a língua 
nacional, estes, por sua vez, firmados por tradutor juramentado, 
conforme o artigo 157 do Código de Processo Civil: “Só poderá 
ser junto aos autos documento redigido em língua estrangeira, 
quando acompanhado de versão em vernáculo, firmada por 
tradutor juramentado”. 
Os atos praticados pelas partes, quanto à sua natureza, serão 
classificados como: 
 � postulatórios: de modo geral, são aqueles que iniciam o 
processo. Ex: petição inicial (autor), petições de defesa 
(réu); ou ainda, que possam expressar as suas razões: 
recursos etc. 
 � probatórios: também conhecidos como instrutórios. São 
aqueles praticados com a intenção de convencer o juiz, ou 
seja, o ônus de provar a veracidade dos fatos alegados em 
juízo para correta aplicação do direito ao caso concreto. 
Ex: documentos, perícias, testemunhos etc. 
 � disposição: são aqueles atos produzidos em juízo, os quais 
favorecem a composição entre as partes, com ou sem a 
intervenção Estatal, onde uma das partes cede alguma 
de suas faculdades no processo. Ex: renúncia do direito 
de ação pelo autor, reconhecimento do pedido pelo réu, 
desistência temporária do litígio pelo autor, transação, ou 
seja, acordo realizado pelas partes etc. 
Assim, o artigo 158 caput do Código de Processo Civil trás 
como consequência que: “Os atos das partes, consistentes em 
declarações unilaterais ou bilaterais de vontade, produzem 
imediatamente a constituição, a modificação ou a extinção de 
direitos processuais”. 
Quanto ao tempo e ao espaço da efetivação dos atos processuais, 
a norma processual civil determina qual o período, o local e 
os prazos para que os mesmos sejam praticados pelas partes e 
por seus respectivos interessados no processo. Assim, diante do 
princípio da efetividade dos atos processuais, o processo busca

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