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ADRIANA GRECO FERREIRA
ATIVO IMOBILIZADO
Sumário
INTRODUÇÃO ������������������������������������������������� 3
DEFINIÇÃO ����������������������������������������������������� 4
RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO ����������� 8
Reconhecimento e mensuração de ativo imobilizado 
construído pela entidade ���������������������������������������������������� 10
Reconhecimento e mensuração de ativo imobilizado 
adquirido por financiamento ���������������������������������������������� 11
Reconhecimento e mensuração de ativo imobilizado 
em permuta ������������������������������������������������������������������������� 15
EXAUSTÃO ���������������������������������������������������19
Método por prazo de concessão ��������������������������������������� 19
Método por função de produção ou capacidade �������������� 21
DEPRECIAÇÃO ���������������������������������������������23
Métodos de depreciação ���������������������������������������������������� 26
DEPRECIAÇÃO ACELERADA ������������������������38
BAIXA DO ATIVO IMOBILIZADO ������������������41
DIVULGAÇÃO �����������������������������������������������44
CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������������45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS & 
CONSULTADAS ��������������������������������������������46
2
INTRODUÇÃO
As entidades necessitam de ativos para realizar 
suas operações e fornecer produtos e/ou serviços 
de qualidade para seus clientes� Dessa maneira, 
eles utilizam capital próprio ou de terceiros para 
adquirirem os bens necessários a sua atividade�
Os ativos utilizados na manutenção da atividade 
das entidades são classificados como imobiliza-
dos� Com a Lei nº 11�638/07, esses bens e direitos 
são classificados no grupo de ativo circulante e 
apresentam característica permanente� Eles não 
são destinados à venda e aqueles que perdem 
essa função, deixam de ser reconhecidos como 
imobilizado e tornam investimento no Balanço 
Patrimonial�
As entidades precisam ter conhecimento do 
Pronunciamento Técnico CPC 27 – Ativo Imobi-
lizado (2009) para realizarem o reconhecimento, 
mensuração e contabilização de bens e direitos, 
uma vez que os seus valores são relevantes em 
muitos setores da economia e os usuários precisam 
dessas informações para avaliarem a situação 
econômico-financeira da entidade.
Neste tópico, compreenderemos os critérios de 
reconhecimento e avaliação das contas do ativo 
imobilizado� Além disso, conheceremos o seu 
tratamento contábil e a sua mensuração. Por fim, 
estudaremos também os lançamentos referentes 
a fatos contábeis provenientes de operações de 
ativo imobilizado�
3
DEFINIÇÃO
Todas as entidades precisam de estrutura física 
para realizarem seus negócios. Ela pode ser pró-
pria, alugada ou arrendada e os ativos adquiridos 
podem ter sido provenientes de capital próprio ou 
de terceiros para o começo das suas atividades�
Os bens corpóreos que são utilizados na manuten-
ção da atividade das entidades são chamados de 
ativos imobilizados e compreendem um subgrupo 
do ativo não circulante no Balanço Patrimonial� O 
Pronunciamento Técnico CPC 27 – Ativo Imobilizado 
(2009), aprovado na Deliberação CVM nº 583/09 
e obrigatório pela Resolução CFC nº 1.177/09 
para os profissionais de contabilidade, define o 
ativo imobilizado como um ativo tangível, ou seja, 
que possui corpo, que é mantido para utilização 
na produção ou fornecimento de mercadorias 
ou serviços, para aluguel a terceiros, ou para fins 
administrativos e que se espera utilizar por mais 
de um ano� Ademais, consideramos como ativo 
imobilizado os direitos que tenham por objeto bens 
corpóreos destinados à manutenção das atividades 
da entidade ou exercidos com esses fins, inclusive 
aqueles decorrentes de transações que transfiram 
a ela seus benefícios, os riscos e o controle�
O período de utilização do ativo imobilizado é 
considerado por mais de um ano em função do 
4
exercício social aplicado para a elaboração das 
demonstrações financeiras. Dessa maneira, os 
bens corpóreos com uso inferior a esse período 
serão contabilizados como despesa� São exemplos 
de contas do ativo imobilizado os itens descritos 
a seguir:
 y Terrenos: são aqueles controlados pela enti-
dade e utilizados nas suas operações� Podem ser 
utilizados para atividades da fábrica, dos depósitos, 
do escritório, das filiais etc. É importante ressaltar 
que os terrenos não sofrem depreciação;
Se uma entidade adquire um terreno para obtenção de 
ganhos externos aos seus negócios, ela não poderá 
classificá-lo como ativo imobilizado. Mas qual seria a 
forma correta de reconhecermos esse ativo? Ele deverá 
ser contabilizado como propriedade para investimentos 
no subgrupo Investimentos do ativo não circulante.
 y Edificações: devem ser registradas quando hou-
ver a conclusão da obra e início da sua utilização;
 y Construções em andamento: todos os valores 
registrados com o ativo até o momento devem ser 
considerados no Balanço Patrimonial;
REFLITA
5
 y Máquinas e equipamentos: tudo que está 
sendo utilizado na elaboração dos produtos e/ou 
prestação de serviços;
 y Veículos: aqueles que estão sob controle da 
entidade, sejam aqueles utilizados pela adminis-
tração, pelo pessoal do comercial ou para fins de 
transporte de carga. Os veículos de uso direto 
da produção, como as empilhadeiras, podem ser 
contabilizados na conta equipamentos;
 y Peças e conjuntos para reposição: são aquelas 
necessárias para substituir partes das máquinas 
e equipamentos da entidade, considerando que 
serão utilizadas por mais de um ano� Possui conta 
própria e não são depreciados;
 y Móveis e utensílios: compreendem mesas, 
cadeiras, armários e outros itens comprados pela 
entidade e utilizados para suas operações;
 y Benfeitorias em propriedade de terceiros: são 
gastos realizados para conservação e melhoria de 
bens locados, arrendados ou recebidos por terceiros;
 y Direitos sobre recursos naturais: constitui 
contas decorrentes aos custos incorridos na 
obtenção de direitos de exploração de jazidas e 
reservas minerais; 
 y Ativos biológicos: compreendem os animais 
e/ou plantas vivos mantidos para utilização na 
produção ou fornecimento de produtos ou serviços 
e utilizados por mais de um ano;
6
De acordo com a Lei nº 12�973/14, o custo de aquisição 
do ativo imobilizado não poderá ser deduzido como 
despesas operacional, exceto se a sua aquisição inferior 
a R$ 1�200,00 (BRASIL, 2014)�
 y Sistemas aplicativos – softwares: são regis-
trados os valores dos softwares adquiridos ou de-
senvolvidos pela entidade, que apresentam estreita 
ligação com o ativo (hardware). Caso seja possível 
separar e identificar o software, esse deverá ser 
classificado como ativo intangível;
 y Bens em uso na fase de implementação: com-
preendem bens que já são utilizados pela entidade 
durante o desenvolvimento de um projeto. Por 
exemplo, móveis e utensílios de uma indústria que 
se encontra em fase pré-operacional;
 y Construções em andamento: constituem as 
obras realizadas durante o período de construção 
e instalação até poderem operar dentro das condi-
ções operacionais pretendidas pela administração� 
Uma entidade já em operação pode compreender 
obras complementares, construções de anexos, 
novos depósitos etc;
 y Importações em andamento de bens do ativo 
imobilizado: são registrados todos os gastos incor-
ridos para a chegada, desembaraço e recebimento 
do ativo pela entidade� 
FIQUE ATENTO
7
RECONHECIMENTO E 
MENSURAÇÃO
Um ativo deve ser reconhecido como imobilizado 
se for provável a obtenção de futuros benefícios 
econômicos para entidade e o seu custo puder ser 
mensurado de maneira confiável.
No momento que os custos do ativo imobilizado 
são incorridos, a entidade deve reconhecer esse 
item em sua contabilidade� Eles podem compre-
ender aqueles valores inicialmente incorridos para 
adquirir ou construir um item do ativo imobilizado 
e aqueles montantes incorridos posteriormente 
para sua renovação, substituição de partes ou 
manutenção�
Um item do ativo imobilizadoque atende aos 
critérios de reconhecimento deve ser mensurado 
pelo seu custo� De acordo com o CPC 27 (2009), 
os seguintes elementos integram o custo do ativo 
imobilizado:
 y Seu preço de aquisição, acrescido de impostos 
de importação e impostos não recuperáveis sobre 
a compra, depois de deduzidos os descontos co-
merciais e abatimentos; 
 y Quaisquer custos diretamente atribuíveis para 
colocação do ativo no local e condição necessárias 
para seu funcionamento� Por exemplo, custos de 
8
instalação e montagem, honorários profissionais, 
custos de preparação do local etc�; 
 y Estimativa inicial dos custos de desmontagem 
e remoção do item e de restauração do local onde 
o ativo esteja funcionando. 
Conforme indico por Sande e Neiva (2021, p� 204), 
a seguir é possível conhecermos a composição do 
custo do ativo imobilizado
Custo do imobilizado = preço de aquisição + imposto de 
importação + impostos não recuperáveis – abatimen-
tos e descontos + custos diretamente atribuíveis para 
colocar o ativo no local e condição necessárias para 
funcionar + custos de desmontagem e remoção do item 
e de restauração do local (sítio) no qual está localizado�
O CPC 27 (2009) ainda cita os seguintes exemplos 
de custos que não compõem o valor contábil do 
ativo imobilizado:
 y Custos de abertura de nova instalação;
 y Custos incorridos na introdução de novo pro-
duto ou serviço, incluindo propaganda e ações 
promocionais;
 y Custos de transferência das atividades para 
nova localização ou para nova categoria de clientes, 
incluindo custos de treinamento;
 y Custos administrativos e outros custos indiretos�
9
É importante ressaltarmos que o reconhecimento 
dos custos dos itens do ativo imobilizado deve 
cessar quando atingirem as condições operacio-
nais pretendidas pela entidade. Assim, os gastos 
que estejam relacionados de alguma maneira com 
a aquisição, construção ou desenvolvimento dos 
itens do ativo imobilizado, mas que são desneces-
sários para colocá-los nas condições pretendidas 
pela administração, devem ser reconhecidos no 
resultado do período�
RECONHECIMENTO E 
MENSURAÇÃO DE ATIVO 
IMOBILIZADO CONSTRUÍDO PELA 
ENTIDADE
O custo de ativo construído pela própria entidade 
utiliza os mesmos princípios de aquisição de um 
ativo� Se a entidade produz ativos idênticos para 
venda nas suas operações, o custo do ativo é, nor-
malmente, o mesmo� Por esse motivo, quaisquer 
lucros gerados internamente são excluídos para 
determinação de tais custos. De maneira análoga, 
o custo de valores anormais de materiais, de mão 
de obra ou de outros recursos desperdiçados incor-
ridos na construção de um ativo não é incluído no 
custo do ativo. É importante enfatizar que o CPC 
20 – Custos de Empréstimos (2011) determina os 
critérios para o reconhecimento dos juros como 
10
componente do valor contábil de um item do ativo 
imobilizado construído pela própria entidade� 
As plantas portadoras devem ser contabilizadas 
da mesma maneira que um ativo imobilizado 
construído pela própria entidade, até o momento 
em que ele esteja no local e em condições opera-
cionais pretendidas pela administração� No que 
tange a “construção”, devemos compreender que 
ela contempla as atividades necessárias para 
cultivar as plantas portadoras até o momento em 
que estejam no local e em condições necessárias 
para produção desejada da administração.
RECONHECIMENTO E 
MENSURAÇÃO DE ATIVO 
IMOBILIZADO ADQUIRIDO POR 
FINANCIAMENTO
O custo do ativo imobilizado é equivalente ao pre-
ço à vista na data do seu reconhecimento� Caso o 
prazo de pagamento exceder os prazos normais de 
crédito, a diferença obtida entre o preço à vista e o 
total dos pagamentos deve ser reconhecido como 
despesa com juros durante o período, conforme 
CPC 12 – Ajuste a valor presente e CPC 08 (R1) 
– Custo de transação e prêmios na emissão de 
títulos e valores mobiliários, exceto se for passível 
de capitalização de acordo com CPC 20 (R1) – 
Custos de empréstimos�
11
Antes da construção ou desenvolvimento de um ativo 
imobilizado, a entidade pode utilizá-lo para uma ativida-
de e gerar receitas até que esteja pronto no local e em 
condições operacionais pretendidas pela administração� 
Nessa situação, a operação é reconhecida no resultado 
do período e incluída na classificação de receita.
Vamos a um exemplo de aquisição de ativo imo-
bilizado financiado? Imagine que uma sociedade 
industrial adquiriu um equipamento que preço à 
vista é de R$ 150�000,00� No entanto, ela decidiu 
efetuar o pagamento de R$ 10.000,00 reais por 
18 meses�
O cálculo dos juros embutidos na transação será 
calculado da seguinte maneira:
Juros = Preço a prazo - Preço à vista 
Juros = R$ 180�000,00 – R$ 150�000,00
Juros = R$ 30�000,00
Os juros no curto prazo serão:
Juros – curto prazo = (R$ 30�000,00/18) x 12
Juros – curto prazo = R$ 20�000,00
REFLITA
12
Ao longo prazo, teremos o valor de R$ 10.000,00 
(R$ 30.000,00 – R$ 20.000,00). A parcela do finan-
ciamento no curto e longo prazo serão calculados 
da seguinte forma:
Financiamento – curto prazo = (R$ 180.000,00/18) 
x 12
Financiamento – curto prazo = R$ 120.000,00
Financiamento – longo prazo = Financiamento 
total – Financiamento no curto prazo
Financiamento – longo prazo = R$ 180.000,00 - R$ 
120�000,00
Financiamento – longo prazo = R$ 60.000,00
Assim, os lançamentos contábeis no diário e no 
razonete serão:
D – Equipamento (ativo não circulante 
- ativo imobilizado) 
R$ 150�000,00
D – Juros passivos a transcorrer (reti-
ficadora de passivo circulante)
R$ 20�000,00
D – Juros passivos a transcorrer (reti-
ficadora de passivo não circulante)
R$ 10�000,00
C – Financiamento (passivo 
circulante)
R$ 120�000,00
13
C – Financiamento (passivo não 
circulante)
R$ 60�000,00
Tabela 1: Lançamentos em razonetes referente à aquisi-
ção de ativo imobilizado financiado.
Equipamento Juros passivos a transcorrer 
– curto prazo
R$ 150�000,00 R$ 20�000,00
Juros passivos a transcorrer – 
longo prazo
Financiamento – curto 
prazo
R$ 10�000,00 R$ 120�000,00
Financiamento – longo prazo
R$ 60�000,00
Fonte: Autoria própria, 2021�
Assim, o Balanço Patrimonial da sociedade indus-
trial será:
 
14
Tabela 2: Balanço Patrimonial da sociedade industrial 
após a aquisição do ativo imobilizado financiado.
Ativo não circulante Passivo circulante R$ 100�000,00
Equipamento R$ 150�000,00 Financiamento R$ 120�000,00
Juros passivos a 
transcorrer (R$ 20�000,00)
Passivo não 
circulante R$ 50�000,00
Financiamento R$ 60�000,00
Juros passivos a 
transcorrer (R$ 10�000,00)
Ativo total R$ 150�000,00 Passivo total R$ 150�000,00
Fonte: Elaborado pela autora, 2021�
RECONHECIMENTO E 
MENSURAÇÃO DE ATIVO 
IMOBILIZADO EM PERMUTA
A aquisição de um ativo imobilizado pode ser 
efetuada através de permuta por ativo não mone-
tário ou por conjunto de ativos monetários e não 
monetários� A natureza dos ativos envolvidos na 
permuta pode ser igual ou diferente.
A mensuração do ativo imobilizado adquirido por 
permuta é realizada através de valor justo, exce-
to quando a operação não apresentar natureza 
comercial ou o valor justo do ativo recebido e do 
ativo cedido não pode ser mensurado de maneira 
segura. Se o ativo adquirido não for mensurável ao 
valor justo, seu custo será determinado pelo valor 
contábil do ativo cedido�
15
Para avaliar se uma transação é comercial, a en-
tidade deve considerar as mudanças na medida 
dos fluxos de caixa futuros decorrentes dessa 
operação. O CPC 27 (2009) considera as seguintes 
situações como operação comercial:
 y O risco, a oportunidade e o valor dos fluxos de 
caixa do ativo recebido são diferentes do risco, 
oportunidade e valor dos fluxos de caixa do ativo 
cedido; 
 y O valor específico de parte das atividades da 
entidade for impactado pelas alterações resultan-
tes da permuta; 
 y Se a diferença do primeiro e do segundo item 
for significativa em relação ao valor justo dos 
ativos permutados�
O valor específico da parcela das atividades da entidadeimpacta pela operação deve ser refletido nos fluxos de 
caixa após os efeitos da sua tributação�
De acordo com CPC 27 (2009), o valor justo de um 
ativo é mensurado de maneira confiável quando:
 y A variabilidade da faixa de mensuração do valor 
justo razoável não for considerada significativa; 
FIQUE ATENTO
16
 y As probabilidades de várias estimativas pude-
rem ser razoavelmente avaliadas e utilizadas na 
mensuração do valor justo. Se a entidade conseguir 
mensurar, com segurança, os valores justos dos 
ativos imobilizados recebido e cedido, então o 
valor justo deles deve ser utilizado para mensurar 
o custo do ativo recebido, exceto se o valor justo 
do primeiro for mais evidente�
Vamos conhecer um exemplo de permuta de ativo 
imobilizado? Considere que uma sociedade indus-
trial realizou a permuta de um equipamento por um 
veículo� O valor contábil líquido do equipamento é 
de R$ 47.000,00 (valor registrado de R$ 58.000,00 
e depreciação acumulada de R$ 11�000,00)� O valor 
justo do veículo recebido é de R$ 36.000,00.
Podemos perceber que os valores dos ativos 
imobilizados são diferentes� Ademais, a permuta 
gera uma perda de capital de R$ 11.000,00 (R$ 
47�000,00 – R$ 36�000,00)� Assim, tais informações 
serão contabilizadas no diário e no razonete da 
seguinte maneira:
D – Veículo (ativo não circulante - ativo 
imobilizado) 
R$ 36�000,00
D – Perda de capital (resultado) R$ 11�000,00
D – Depreciação acumulada (conta redutora 
do ativo não circulante – imobilizado) R$ 11�000,00
17
C – Equipamento (ativo não circulante - ativo 
imobilizado)
R$ 58�000,00
Tabela 3: Lançamentos em razonetes referente à aquisi-
ção de ativo imobilizado financiado.
Veículo Perda de capital
R$ 36�000,00 R$ 11�000,00
Depreciação acumulada Equipamento
R$ 11�000,00 R$ 58�000,00
Fonte: Elaborada pelo autor, 2021�
18
EXAUSTÃO
De acordo com o § 2º do art� 183 da Lei das So-
ciedades Anônimas (Lei nº 6�404/76), a exaustão 
corresponde à perda do valor decorrente da sua 
exploração e de direitos, cujo objeto seja recursos 
minerais, florestais ou ativos aplicados nessa ex-
ploração (BRASIL, 1976)� Assim, a exaustão cor-
responde à perda de valor de florestas destinadas 
ao corte e direitos sobre recursos minerais� Cabe 
ressaltar que ativos como tratores e guindastes 
aplicados na exploração desses recursos sofrem 
exaustão� 
A seguir, conheceremos os dois métodos de 
exaustão, o por prazo de concessão e por função 
da produção ou capacidade�
MÉTODO POR PRAZO DE 
CONCESSÃO
É considerado como o prazo de concessão do go-
verno que permite a exploração do recurso mineral 
ou floresta. A exaustão pelo método de prazo de 
concessão é calculada da seguinte maneira:
Exaustão do período = custo do ativo imobilizado x 
(período atual/prazo da concessão)
Consideremos o seguinte exemplo: o governo con-
cedeu o direito de exploração de uma floresta à uma 
19
entidade� Sabe-se que o valor dessa concessão é 
de R$ 1�480�000,00 e ela valerá por 20 anos� Qual 
será o valor da exaustão no primeiro ano?
A exaustão pelo método de prazo de concessão 
será:
Exaustão do período = custo do ativo imobilizado 
x (período atual/prazo da concessão)
Exaustão do período = R$ 1�480�000,00 x (1/20)
Exaustão do período = R$ 74�000,00
Feito isso, devemos registrar a exaustão no primeiro 
ano no diário e no razonete:
D – Despesa com exaustão (conta de resultado) 
R$ 74�000,00
C – Exaustão acumulada (conta redutora do ativo 
não circulante - imobilizado) R$ 74�000,00
 
20
Tabela 4: Lançamentos em razonetes referente à exaus-
tão no primeiro ano� 
Despesa com exaustão Exaustão acumulada
R$ 74�000,00 R$ 74�000,00
Fonte: Elaborada pela autora, 2021�
MÉTODO POR FUNÇÃO DE 
PRODUÇÃO OU CAPACIDADE
Nesse método, considera-se o total da quantidade 
estimada de capacidade de produção do ativo 
imobilizado e a extração anual de produção� O 
cálculo da exaustão pelo método por função de 
produção ou capacidade é:
Exaustão do período = custo do ativo imobilizado x (ca-
pacidade de produção do ativo imobilizado no período/
produção total)
A partir disso, analisemos o seguinte exemplo: uma 
entidade calculou que a sua mina de ferro tinha 
capacidade total de 80�000 m3 e a extração anual 
era de 8�000 m3� Sabendo que o valor da mina de 
ferro está registrado no valor de R$ 1.840.000,00, 
a exaustão anual pelo método por função ou ca-
pacidade será:
21
Exaustão do período = custo do ativo imobilizado 
x (capacidade de produção do ativo imobilizado 
no período/produção total)
Exaustão do período = R$ 1�840�000,00 x (8�000/80�000)
Exaustão do período = R$ 184�000,00
A partir disso, devemos registrar a exaustão do 
primeiro ano no diário e no razonete:
D – Despesa com exaustão (conta de resultado) 
R$ 184�000,00
C – Exaustão acumulada (conta redutora do ativo 
não circulante - imobilizado) R$ 184�000,00
Tabela 5: Lançamentos em razonetes referente à exaus-
tão anual� 
Despesa com exaustão Exaustão acumulada
R$ 184�000,00 R$ 184�000,00
Fonte: Elaborada pela autora, 2021�
22
DEPRECIAÇÃO
A maioria dos bens apresentam vida útil que 
pode ser definido como o tempo que a entidade 
espera usar os ativos ou o número de unidades 
de produção, ou de unidades semelhantes, que a 
entidade espera obter pelo usufruto do ativo� Após 
esse intervalo de tempo, o ativo se torna obsoleto 
e sofre processo de desgaste natural pelo uso, 
acarretando a redução do seu valor contábil�
A avaliação de um ativo imobilizado é essencial 
para definição da sua vida útil. De acordo com 
CPC 27 (2009), os seguintes fatores devem ser 
considerados na determinação da vida útil do ativo 
imobilizado:
 y Utilização esperada do bem, que é avaliada 
conforme a sua capacidade ou produção física;
 y Desgaste físico normal esperado;
 y Obsolescência técnica ou comercial decorrente 
de mudanças ou melhorias na produção, ou de 
mudança na demanda do mercado para o produto 
ou serviço derivado do ativo imobilizado; 
 y Limites legais ou semelhantes no uso do ativo, 
tais como as datas de término dos contratos de 
arrendamento mercantil relativos ao ativo�
A vida útil de um ativo é definida com base na 
utilidade esperada do ativo. A política de gestão 
23
de ativos da entidade pode considerar a alienação 
do ativo após um determinado período ou após o 
consumo de uma parte específica dos benefícios 
econômicos futuros incorporados no ativo� 
Portanto, a vida útil de um ativo pode ser menor 
que a sua vida econômica� A estimativa da vida 
útil do ativo é baseada na experiência da entidade 
com ativos semelhantes�
Uma vez mensurado o valor contábil do ativo imobi-
lizado e conhecida sua vida útil, a entidade precisa 
analisar o seu valor residual� Ele compreende o valor 
estimado que a entidade obteria com a venda do 
ativo após a dedução das despesas estimadas de 
venda, caso já tivesse idade e condições esperadas 
para o fim da sua vida útil.
Por isso, a valor residual e a vida útil de um ativo 
devem ser revisados pelo menos ao final de cada 
exercício. Caso haja mudança, ela deve ser conta-
bilizada como mudança de estimativa contábil, de 
acordo com o CPC 23 – Políticas contábil (2009), 
mudanças de estimativa e retificação de erro. É 
importante frisar que as alterações não impactarão 
os valores das depreciações já contabilizadas.
O valor depreciável de um ativo imobilizado deverá 
ser apropriado de maneira sistemática ao longo da 
sua vida útil e é determinado da seguinte maneira:
24
Valor depreciável = Custo de aquisição – Valor residual
Consideremos o seguinte exemplo: uma socieda-
de empresária que tem um veículo no valor de R$ 
44�000,00 e o valor residual é de R$ 12�000,00 terá 
o valor depreciável de:
Valor depreciável = Custo de aquisição – Valor 
residual
Valor depreciável = R$ 44�000,00 – R$ 12�000,00
Valor depreciável = R$ 32�000,00
A depreciação do ativo imobilizado começa quando 
ele se encontra disponível para uso, ou seja, quando 
se encontra em local e em condições de funciona-
mento pretendidas pela administraçãoda entidade� 
A depreciação deve terminar na data que o ativo 
for classificado, mantido para venda ou baixado, 
o que acontecer primeiro� Assim, a depreciação 
não termina quando o ativo se torna ocioso ou é 
retirado de sua utilização normal, exceto quando 
o ativo já está totalmente depreciado.
Quando a entidade tem terrenos e edifícios, eles devem 
ser contabilizados separadamente, mesmo que tenham 
sido adquiridos de maneira conjunta. Os terrenos possuem 
vida útil ilimitada, portanto, não sofrem depreciação, 
FIQUE ATENTO
25
mas os edifícios possuem vida útil limitada e sofrem 
depreciação� Quando acontecer aumento do valor de um 
terreno onde há construção de um edifício, não haverá 
alteração do valor contábil desse ativo�
MÉTODOS DE DEPRECIAÇÃO
O método de depreciação utilizado pela entida-
de deve refletir o padrão de consumo dos benefícios 
econômicos futuros e ser aplicado de maneira 
consistente ao longo do tempo, a não ser que 
haja alteração nesse padrão. Recomenda-se a 
revisão do método de depreciação aplicado a um 
ativo pelo menos ao final de cada exercício. Caso 
haja alteração significativa, o método deverá ser 
modificado para refletir tal mudança. 
A entidade pode depreciar o seu ativo imobilizado 
de acordo com os seguintes métodos:
 y Linear ou quotas constantes;
 y Saldos decrescentes;
 y Unidades produzidas; ou
 y Horas de trabalho�
Método linear ou quotas constantes
Quando não há alteração do valor residual, a des-
pesa é constante durante a vida útil do ativo� 
A fórmula da depreciação pelo método linear é:
26
Depreciação do período = Valor depreciável/Vida útil 
do bem
Depreciação acumulada = Valor depreciável x (período 
de utilização/vida útil do bem)
O período de utilização e a vida útil devem apresentar 
o mesmo período (meses ou anos)�
A partir disso, consideremos o seguinte exemplo: 
uma sociedade industrial adquiriu uma máquina à 
vista pelo valor de R$ 168�000,00 em 03/02/2020� 
O seu valor residual é de R$ 12�000,00 e a vida útil 
é de 10 anos� 
Desse modo, devemos registrar a compra da má-
quina à vista no diário e no razonete:
D – Máquina (ativo não circulante – imobilizado) 
R$ 168�000,00
C – Caixa e Bancos (ativo circulante) R$ 168�000,00
 
FIQUE ATENTO
27
Tabela 6: Lançamentos em razonetes referente à aquisi-
ção da máquina à vista�
Máquina Caixa e bancos
R$ 168�000,00 R$ 168�000,00
Fonte: Elaborado pela autora, 2021�
A partir disso, a depreciação mensal da máquina 
será calculada da seguinte maneira:
Depreciação mensal = Valor depreciável/Vida útil 
do bem
Depreciação mensal = (R$ 168�000,00 - R$ 12�000,00)/
(10 x 12)
Depreciação mensal = R$ 1�300,00
Assim, o registro mensal da depreciação será rea-
lizado da seguinte maneira no diário e no razonete:
D – Despesa de depreciação (conta de resultado) 
R$ 1�300,00
C – Depreciação acumulada (conta redutora de 
ativo não circulante - imobilizado) R$ 1�300,00
28
Tabela 7: Lançamentos em razonetes referente à depre-
ciação mensal da máquina 
Despesa de depreciação Depreciação acumulada
R$ 1�300,00 R$ 1�300,00
Fonte: Autoria própria, 2021�
Mas e se a sociedade industrial desejasse calcular 
a depreciação acumulada em 31/12/2020?
O cálculo da depreciação acumulada deverá, então, 
considerar 11 meses (entre fevereiro e dezembro 
de 2020). Desse modo, teremos:
Depreciação acumulada = Valor depreciável x 
(período de utilização/vida útil do bem)
Depreciação acumulada = (R$ 168�000,00 - R$ 
12�000,00) x (11/120)
Depreciação acumulada = R$ 156�000,00 x (11/120)
Depreciação acumulada = R$ 14�300,00
E a contabilização da depreciação acumulada em 
31/12/2020 no diário e no razonete será:
29
D – Despesa de depreciação (conta de resultado) 
R$ 14�300,00
C – Depreciação acumulada (conta redutora de 
ativo não circulante - imobilizado) R$ 14�300,00
Tabela 8: Lançamentos em razonetes referente à depre-
ciação acumulada da máquina em 31 de dezembro de 
2020�
Despesa de depreciação Depreciação acumulada
R$ 14�300,00 R$ 14�300,00
Fonte: Elaborado pela autora, 2021�
 
O método de depreciação linear acarreta gasto constante 
para entidade� Para complementar seu estudo sobre ele, 
assista ao vídeo da professora Stephanie Kalinka sobre 
o tema em: https://youtu.be/VvKlDOeoCc8. 
Método dos saldos decrescentes
Esse método permite que os gastos com deprecia-
ção sejam maiores no início e menores no final da 
vida útil do bem� O método dos saldos decrescentes 
acarreta uniformidade nos custos, pois os bens, 
quando novos, necessitam de pouca manutenção 
e reparos e, ao longo do período, eles aumentam. 
SAIBA MAIS
30
https://youtu.be/VvKlDOeoCc8
Dessa maneira, o crescimento dos gastos com 
manutenção e reparos seriam compensados pela 
redução das despesas de depreciação, resultando 
custos gerais mais constantes.
O cálculo do método dos saldos decrescentes é 
realizado de acordo com as seguintes etapas:
 y A soma dos algarismos que compõem o valor 
da vida útil do bem� Por exemplo, em um ativo 
imobilizado com vida útil de 10 anos, a soma dos 
dígitos será: 1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 7 + 8 + 9 + 10 
= 55
 y A depreciação anual que será uma fração na 
qual o numerador é a diferença entre o último ano 
da vida útil e o ano corrente, enquanto o denomi-
nador corresponde à soma dos algarismos. Assim, 
a fórmula de depreciação pelo método dos saldos 
decrescentes é:
Depreciação anual = Valor depreciável x (último ano da 
vida útil/soma dos dígitos)
Considerando essas informações, imagine que uma 
sociedade industrial adquiriu um equipamento à 
vista pelo valor de R$ 224�000,00 em 02/01/2020, 
sendo o seu valor residual de R$ 24�000,00 e a vida 
útil de 5 anos�
31
Primeiramente é preciso calcular a soma dos 
algarismos que compõem o valor da vida útil do 
equipamento:
Soma dos dígitos = 1 + 2 + 3 + 4 + 5 = 15
Em seguida, calculamos a depreciação no primeiro 
ano:
Depreciação anual = Valor depreciável x (último 
ano da vida útil/soma dos dígitos)
Depreciação anual = (R$ 224�000,00 – R$ 24�000,00) 
x (5/15)
Depreciação anual = R$ 66�666,67
Desse modo, a contabilização da depreciação 
anual no diário e no razonete será:
D – Despesa de depreciação (conta de resultado) 
R$ 66�666,67
C – Depreciação acumulada (conta redutora de 
ativo não circulante - imobilizado) R$ 66�666,67
32
Tabela 9: Lançamentos em razonetes referente à depre-
ciação anual do equipamento�
Despesa de depreciação Depreciação acumulada
R$ 66�666,67 R$ 66�666,67
Fonte: Elaborado pela autora, 2021�
Método das unidades produzidas
O método das unidades produzidas é utilizado por 
entidades industriais e compreende a estimativa 
do número total de unidades produzidas pelo ativo 
durante a sua vida útil� A parcela de depreciação de 
cada período será apurada através da divisão do 
número de unidades produzidas no período pelo 
total de unidades estimadas de produção ao longo 
de sua vida útil� Assim, a fórmula de depreciação 
pelo método de unidades produzidas é:
Depreciação = Valor depreciável x (número de unidades 
produzidas no período/total de unidades produzidas ao 
longo da vida útil)
Desse modo, consideremos o seguinte exemplo: 
um equipamento foi adquirido à vista pelo valor de 
R$ 124�000,00 com valor residual de R$ 24�000,00, 
vida útil de 200�000 unidades e produção anual de 
20�000 unidades�
33
A depreciação anual será calculada conforme as 
unidades produzidas da seguinte maneira:
Depreciação anual = Valor depreciável x (número de 
unidades produzidas no período/total de unidades 
produzidas ao longo da vida útil)
Depreciação anual = (R$ 124�000,00 – R$ 24�000,00) 
x (20�000/200�000)
Depreciação anual = R$ 10�000,00
E a contabilização da depreciação anual no diário 
e no razonete serão:
D – Despesa de depreciação (conta de resultado) 
R$ 10�000,00
C – Depreciação acumulada (conta redutora de 
ativo não circulante - imobilizado) R$ 10�000,00
Tabela 10: Lançamentos em razonetes referente à depre-
ciação anual do equipamento�
Despesa de depreciação Depreciação acumuladaR$ 10�000,00 R$ 10�000,00
Fonte: Elaborado pela autora, 2021�
34
Método horas de trabalho
Apesar do Pronunciamento Técnico CPC 27 (2009) 
não citar explicitamente esse método, a entidade 
pode calcular a depreciação do seu ativo imobili-
zado mediante a estimativa do número de horas 
de trabalho ao longo da vida útil do bem.
A parcela de depreciação será obtida através da 
divisão entre número de horas trabalhadas no 
período e o número total de horas de trabalho 
estimado durante a vida útil do ativo imobilizado� 
Esse método é utilizado, principalmente, pelas 
entidades industriais e utiliza a seguinte fórmula 
de depreciação: 
Depreciação = Valor depreciável x (número de horas 
utilizadas no período/número total de horas estimadas 
ao longo da vida útil)
Para exemplificar a aplicação desse método, 
consideremos que uma máquina adquirida por R$ 
118�000,00, que a vida útil é de 400�000 horas tra-
balhadas, possui utilização anual de 40�000 horas�
A depreciação anual será calculada conforme o 
método horas de trabalho conforme cálculo a seguir:
35
Depreciação anual = Valor depreciável x (número 
de horas utilizadas no período/número total de 
horas estimadas ao longo da vida útil)
Depreciação anual = R$ 118�000,00 x (40�000/400�000)
Depreciação anual = R$ 11�800,00
E a contabilização da depreciação anual no diário 
e no razonete serão:
D – Despesa de depreciação (conta de resultado) 
R$ 11�800,00
C – Depreciação acumulada (conta redutora de 
ativo não circulante - imobilizado) R$ 11�800,00
Tabela 11: Lançamentos em razonetes referente à depre-
ciação anual da máquina�
Despesa de depreciação Depreciação acumulada
R$ 11�800,00 R$ 11�800,00
Fonte: Elaborado pela autora, 2021�
36
Os ativos imobilizados com vida útil limitada sofrem 
depreciação ao longo da sua vida útil. Para complemen-
tar seu estudo sobre depreciação, assista o vídeo do 
professor Quintino sobre esse tema em: https://youtu.
be/125pMbQbvHc� 
SAIBA MAIS
37
https://youtu.be/125pMbQbvHc
https://youtu.be/125pMbQbvHc
DEPRECIAÇÃO 
ACELERADA
O artigo 323 do RIR/2018 determina que os ativos 
utilizados por períodos maiores do que as oito ho-
ras por sofrerem maior desgaste são beneficiados 
com a depreciação acelerada� Esse benefício é 
aplicado às indústrias que utilizam máquinas e 
equipamentos de maneira intensiva� Isso permite 
que haja incentivo na troca e modernização de 
seus ativos imobilizados� Ademais, proporciona 
aumento na despesa com depreciação e redução 
do lucro tributável. Com isso, a entidade paga me-
nos imposto de renda e podem ser adotados os 
seguintes coeficientes de depreciação acelerada 
aos ativos imobilizados em função do número de 
horas diárias de operação:
 y Um turno de oito horas: coeficiente igual a 1,0;
 y Dois turnos de oito horas: coeficiente igual a 1,5;
 y Três turnos de oito horas: coeficiente igual a 2,0.
A fórmula para o cálculo da depreciação acumu-
lada é:
Depreciação = Valor depreciável x (Período de utilização/
Vida útil) x Coeficiente
38
A partir disso, consideremos o seguinte exemplo: 
uma máquina adquirida por R$ 259�000,00 em 01 
de julho de 2020, com vida útil estimada de 10 anos 
e valor residual de R$ 25�000,00, funciona por três 
turnos� Qual foi a depreciação acumulada em 31 
de dezembro de 2020?
O cálculo da depreciação acelerada da máquina 
será:
Depreciação acumulada= Valor depreciável x (Pe-
ríodo de utilização/Vida útil) x Coeficiente
Depreciação acumulada = (R$ 259�000,00 – R$ 
25�000,00) x (6/120) x 3
Depreciação acumulada = (R$ 259�000,00 – R$ 
25�000,00) x (6/120) x 3
Depreciação acumulada = R$ 35�100,00
E a contabilização da depreciação cumulada no 
diário e no razonete serão:
D – Despesa de depreciação (conta de resultado) 
R$ 35�100,00
C – Depreciação acumulada (conta redutora de 
ativo não circulante - imobilizado) R$ 35�100,00
39
Tabela 12: Lançamentos em razonetes referente à depre-
ciação acumulada da máquina em 31 de dezembro de 
2021� 
Despesa de depreciação Depreciação acumulada
R$ 35�100,00 R$ 35�100,00
Fonte: Elaborado pela autora, 2021�
40
BAIXA DO ATIVO 
IMOBILIZADO
O valor contábil de um item do ativo imobilizado 
deve ser baixado quando for alienado ou não existir 
expectativa de benefícios econômicos futuros com 
a sua utilização ou alienação�
Quando o item é baixo, a entidade deve reconhecer 
os ganhos ou perdas decorrentes dessa operação, 
que devem ser reconhecidos no resultado do perí-
odo. Nesse caso, os ganhos não devem ser classi-
ficados como receita de venda na demonstração 
do resultado do exercício, mas sim como outras 
receitas ou despesas operacionais�
Os ganhos ou perdas decorrentes da baixa de um 
item do ativo imobilizado devem ser determinados 
pelo seguinte cálculo:
Resultado da alienação do ativo = Valor líquido da alie-
nação - Valor contábil do item� 
Valor contábil = Custo de aquisição – Depreciação 
acumulada
Desse modo, imagine que um equipamento com 
valor contábil de R$ 82�000,00 (custo de aquisição 
41
de R$ 96�000,00 e depreciação acumulada de R$ 
14�000,00) é alienado à vista por R$ 118�000,00� 
A contabilização da alienação do equipamento no 
livro diário e em razonete será:
D – Depreciação acumulada (conta redutora do 
ativo não circulante – imobilizado) R$ 14�000,00
D – Caixa e Bancos (ativo circulante) R$ 118�000,00
C – Equipamento (ativo não circulante – imobili-
zado) R$ 96�000,00
C – Ganho de capital (resultado) R$ 36�000,00
Tabela 13: Lançamentos em razonetes referente à aliena-
ção do equipamento� 
Depreciação acumulada Caixa e bancos
R$ 14�000,00 R$ 118�000,00
Equipamento Ganho de capital
R$ 96�000,00 R$ 36�000,00
Fonte: Elaborado pela autora, 2021�
Vamos a mais um exemplo? Considere que uma 
máquina com valor contábil de R$ 112�000,00 (cus-
42
to de aquisição de R$ 136�000,00 e depreciação 
acumulada de R$ 24�000,00) é alienada a prazo por 
R$ 108�000,00� A contabilização da alienação da 
máquina no livro diário e em razonete será:
D – Depreciação acumulada (conta redutora do 
ativo não circulante – imobilizado) R$ 24�000,00
D – Contas a receber (ativo circulante) R$ 108�000,00
D – Perda de capital (resultado) R$ 4�000,00
C – Máquina (ativo não circulante – imobilizado) 
R$ 136�000,00
Tabela 14: Lançamentos em razonetes referente à aliena-
ção do equipamento 
Despesa acumulada Contas a receber
R$ 24�000,00 R$ 108�000,00
Perda de capital Máquina
R$ 8�000,00 R$ 136�000,00
Fonte: Elaborado pela autora, 2021�
43
DIVULGAÇÃO
De acordo com o CPC 27 (2009), as entidades preci-
sam divulgar as seguintes informações sobre ativo 
imobilizado nas suas demonstrações contábeis:
 y Os critérios de mensuração aplicados na de-
terminação do valor contábil bruto;
 y Os métodos de depreciação aplicados;
 y As vidas úteis ou as taxas de depreciação 
aplicados;
 y O valor contábil bruto e a depreciação acumu-
lada no início e no final do período; 
 y A conciliação do valor contábil no início e no 
final do período.
Desse modo, é importante destacarmos que a 
clareza e a fidedignidade das informações são 
essenciais para o fornecimento de informações 
aos usuários da contabilidade�
44
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesse e-book, estudamos que o CPC 27 – Ativo 
imobilizado (2009) normatiza os bens corpóreos 
e direitos utilizados na manutenção da atividade 
das entidades e as contas de ativo imobilizado 
que compreendem um dos subgrupos do ativo 
não circulante no Balanço Patrimonial� 
Entendemos que o custo do ativo imobilizado é 
equivalente ao preço à vista na data do seu reco-
nhecimento� Com exceção dos terrenos, os itens do 
ativo imobilizado sofrem depreciação em virtude 
do uso esperado do bem, desgaste físico normal 
esperado, obsolescência técnica, comercial, limites 
legais ou semelhantes no uso do ativo. A entidade 
pode depreciar o seu ativo imobilizado de acordo 
com os métodos linear ou quotas constantes; 
saldos decrescentes; unidades produzidas; ou 
horas de trabalho�
Por fim, compreendemos que o valor contábil de 
um item do ativoimobilizado deve ser baixado 
quando for alienado ou não existir expectativa de 
benefícios econômicos futuros com a sua utiliza-
ção ou alienação� E que, conforme estudamos, os 
ganhos ou perdas decorrentes da baixa de um item 
do ativo imobilizado devem ser contabilizados no 
resultado do exercício�
45
Referências Bibliográficas 
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contábeis comentados: IFRS. São Paulo: Atlas, 
2018�
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Contabilidade avançada: aspectos societários 
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[Biblioteca Virtual]
	Introdução
	Definição
	Reconhecimento e mensuração
	Reconhecimento e mensuração de ativo imobilizado construído pela entidade
	Reconhecimento e mensuração de ativo imobilizado adquirido por financiamento
	Reconhecimento e mensuração de ativo imobilizado em permuta
	Exaustão
	Método por prazo de concessão
	Método por função de produção ou capacidade
	Depreciação
	Métodos de depreciação
	Depreciação acelerada
	Baixa do ativo imobilizado
	Divulgação
	Referências Bibliográficas & Consultadas

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