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4-Desfibrilação

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DESCRIÇÃO
Parada cardiorrespiratória (PCR), as situações que geram indicação da
desfibrilação e o uso adequado do equipamento.
PROPÓSITO
Compreender os conceitos básicos de parada cardiorrespiratória e a
forma de uso dos desfibriladores, a partir do domínio conceitual de
parada cardiorrespiratória (PCR) e dispositivos de reanimação.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha à mão um protocolo de
reanimação cardiopulmonar.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Reconhecer situações de parada cardiorrespiratória, suas causas e
intervenções
MÓDULO 2
Definir desfibrilação e os cuidados com o uso de desfibriladores
INTRODUÇÃO
Neste tema, abordaremos o reconhecimento de um indivíduo em
situação de parada cardiorrespiratória (PCR). A identificação precoce é
fundamental, pois é o ponto primário da tentativa de reanimação
cardiopulmonar (RCP).
Traremos, em etapas, cada um dos conceitos necessários para
intervenções para o reestabelecimento da vida de um indivíduo nesta
situação crítica. Para isso, as tomadas de decisão devem ser realizadas
de forma rápida e correta.
Estabeleceremos o conceito de PCR, suas causas e os módulos de
distúrbios cardíacos, trazendo conceitos para situações-problemas,
buscando desmistificar a separação entre os conceitos teóricos e a
aplicabilidade em situações emergenciais.
O conhecimento sobre PCR e o processo de reanimação dará o suporte
necessário para o domínio das técnicas utilizadas durante um
atendimento de emergência e os protocolos de utilização do
desfibrilador. Além disso, possibilita uma ideia central sobre os tipos de
dispositivos, sendo possível, também, reconhecer o momento correto de
sua utilização.
MÓDULO 1
 Reconhecer situações de parada cardiorrespiratória, suas
causas e intervenções
COMO RECONHECER UMA
PARADA
CARDIORRESPIRATÓRIA
Fonte: Shutterstock.com.
Qualquer ser vivo, desde o momento do seu nascimento, está sujeito a
uma parada cardiorrespiratória, mas muitos se perguntam como
reconhecer esta situação e como devemos agir.
Conforme guia da Associação Americana do Coração (American Heart
Association), "apesar dos ganhos recentes, menos de 40% dos adultos
recebem RCP iniciada por leigo e menos de 12% têm um desfibrilador
externo automático (DEA) aplicado antes da chegada do Serviço
Médico de Emergência (SME)" (AHA, 2020).
Dentro desta ideia, vamos aqui compreender quais são os fatos
marcantes que compõem o reconhecimento de uma PCR, para que isso
nos possibilite intervir de forma precoce, gerando maior possibilidade de
sucesso em sua reversão. É preciso compreender que as ações
tomadas pela pessoa que exerce o atendimento ao indivíduo vítima de
PCR irão ser efetivamente ligadas a sua sobrevida após o atendimento
inicial e nortearão o atendimento especializado.
O termo parada cardiorrespiratória já nos induz a entender que a PCR
se trata da interrupção do funcionamento dos nossos coração e
pulmões, isso é evidenciado através de três sinais bem definidos:
Fonte: Shutterstock.com.
A ausência de pulso é avaliável através da palpação dos pulsos
carotídeos ou femorais, que são os ditos pulsos centrais.
Fonte: Shutterstock.com.
PULSO CAROTÍDEO
Localiza-se na região de pescoço em localização anterior e
lateralmente, dos dois lados do pescoço.

Fonte: Shutterstock.com.
PULSO FEMORAL
Tem sua palpação possível abaixo do ligamento inguinal entre a espinha
ilíaca anterossuperior e a sínfise pubiana bilateralmente.
A ausência de respiração é notada através da cessação de incursões
respiratórias observadas devido à ausência de expansibilidade torácica.
Esta situação de pausa respiratória é denominada de apneia. Em outras
situações, o indivíduo também pode se apresentar em um padrão de
respiração patológico conhecido como padrão de respiração agônica
(gasping ), com movimentos respiratórios irregulares sem efetividade.
Esse padrão é observado através de respirações com amplitudes curtas
com apneias subsequentes.
A vítima apresenta um estado inconsciente associado a essas
situações; ou seja, não existe interação da vítima com o meio externo,
mesmo se submetida a estímulos verbais ou dolorosos.
Ao observarmos a ocorrência destes sinais destacados, devemos ter
ciência que a pessoa se encontra em uma situação de PCR. Quando
essa situação ocorre, a vítima necessita de intervenções imediatas para
o restabelecimento das contrações cardíacas e respiração autônomas.
Reconhecidos os sinais de PCR, é determinante entendermos que esse
fato não sinaliza que a vítima irá morrer ou já esteja morta. Estes são
sinais para que o socorrista inicie o processo de reanimação
cardiopulmonar (RCP) imediatamente. O fato de não iniciar esse
processo precocemente será determinante para o óbito.
RECONHECENDO UMA PCR
Assista ao vídeo a seguir para saber quais os principais sinais
apresentados por vítima de PCR e como realizar esta avaliação,
quando necessária.
CAUSAS DE PARADA
CARDIORRESPIRATÓRIA
Fonte: Shutterstock.com.
Como já percebemos, a PCR se trata de uma situação emergencial
primária, ou seja, sobrepõe-se a qualquer outra situação enfrentada
pela vítima. Por isso, é necessário que saibamos interpretá-la e
reconhecê-la para que o processo de RCP seja iniciado. Contudo, o
tratamento da PCR não se limita à tomada de medidas de reanimação,
necessita-se saber quais são suas causas, ou seja, o que levou a vítima
a chegar a tal situação.
Uma situação de PCR pode ter várias causas. O reconhecimento do
fator motivador serve para tomar a medida correta durante o
atendimento da vítima, gerando, com isso, possibilidade maior para que
a vítima retorne à sua situação hemodinâmica autônoma.
A Associação Americana do Coração, em suas Diretrizes de
Reanimação Cardiopulmonar (AHA, 2020), cita dez causas como os
principais fatores predisponentes para a ocorrência de uma PCR:
HIPOVOLEMIA
Diminuição da circulação de volume líquido corporal (sangue), motivada
por situações hemorrágicas ou por desidratação.
HIPÓXIA
Indisponibilidade de oxigênio nos tecidos corporais, motivada por
distúrbio na hematose, gerando com isso a morte celular.
HIPO/HIPERCALEMIA
Alterações nos valores de normalidade no potássio sérico, gerando
diminuição de concentração (hipocalemia) ou aumento de concentração
(hipercalemia).
HIPOTERMIA
Diminuição da temperatura corporal para valores incompatíveis com a
vida.
HIDROGÊNIO (ACIDEMIA)
Alterações na concentração do Íon H+, o indicador de acidificação de
meios, ou seja, o componente que, quando em quantidade elevada,
representa situações de acidose (respiratória ou metabólica).
TENSÃO DE TÓRAX (PNEUMOTÓRAX)
Aumento de pressão intratorácica por pressão de ar acumulado na
cavidade, devido a lesões em estrutura pulmonar (perfurações entre
pleura e pulmão) ou abertura de segmento externo do tórax.
TAMPONAMENTO CARDÍACO
Perfuração entre o pericárdio e o coração, gerando acúmulo de líquido
nesta região, levando à impossibilidade de função cardíaca.
TOXINAS
Intoxicações provocadas por substâncias químicas, fármacos, drogas
ou qualquer xenobiótico.
TROMBOSE CORONÁRIA
Obstrução de fluxo sanguíneo nas artérias que irrigam o musculo
cardíaco.
TROMBOSE PULMONAR
Obstrução de fluxo sanguíneo nos vasos que irrigam o tecido pulmonar.
Essas causas são geradas em situações ocorrem no nosso cotidiano,
como observaremos nos exemplos a seguir:
EXEMPLO 1
Um indivíduo que faz ingestão de superdosagens de medicações
autoprovocados ou acidentais (toxinas).
EXEMPLO 2
Uma vítima de um acidente automobilístico que rompe uma artéria ou
veia calibrosa (hipovolemia).
EXEMPLO 3
Uma pessoa que sofre um infarto agudo do miocárdio durante atividade
física em uma academia (trombose coronária).
Como observado, uma PCR pode acontecer nas mais diferentes
situações e cenários, sendo necessário saber como intervir nos vários
casos.
De acordo com cada causa, além da reanimação cardiopulmonar,
também iniciaremos o tratamento do fator motivador. Vamos discorrer
sobrealguns exemplos:
No caso de situações hipovolêmicas, primeiramente, precisamos
descobrir qual é a causa. Se for motivada por uma desidratação, o
profissional de saúde deve iniciar a reposição volêmica da vítima
através de soluções endovenosas. Se a motivação for
hemorrágica, é importante, além da reposição volêmica, uma
javascript:void(0)
javascript:void(0)
javascript:void(0)
conduta emergencial para contenção da hemorragia, com
compressão do local da lesão.
No caso de uma vítima de PCR motivada por hipóxia, é
importante, além de iniciar a reanimação, realizar a
disponibilização de oxigênio o mais rápido possível para ela.
No caso de uma vítima de PCR em decorrência de intoxicação por
superdosagem de medicação, devemos identificar qual é a
substância, para que a equipe de saúde saiba qual deve ser o
antídoto a ser administrado.
Esses são alguns exemplos de intervenções, que vão além da
reanimação da vítima dentro desse contexto de parada
cardiorrespiratória.
PROCESSO DE REANIMAÇÃO
CARDIOPULMONAR
Fonte: Shutterstock.com.
Quando reconhecida uma PCR, a vítima deve ser atendida
imediatamente para que seja restaurada sua circulação e ventilação,
processo que pode ser iniciado por profissionais ou por pessoas leigas,
sendo indicado o preparo destas para uma abordagem correta.
É de suma importância entender como intervir nesta situação. Dessa
maneira, nós iremos agora entender quais são as rotinas corretas para
intervenção neste cenário caótico que representa o maior potencial
mortal para a vítima.
Utilizam-se usualmente como referência para o procedimento de RCP
as diretrizes da AHA (2020), em que se institui uma sequência lógica a
ser seguida para maior efetividade na RCP, como veremos a seguir.
A primeira etapa é, logicamente, o reconhecimento precoce. Como
observamos anteriormente, com a verificação de que a vítima está com
ausência de pulsos centrais, ausência de respiração (apneia) e
inconsciência, fica mais fácil iniciar o atendimento precocemente.
Devemos também entrar em contato com serviço de atendimento de
emergência, ou solicitar que alguém faça esse contato imediatamente.
 ATENÇÃO
Quando o atendimento está sendo realizado em ambientes extra-
hospitalares, precisamos acionar o serviço médico de emergência
(SAMU).
Após o reconhecimento, pode-se obter ajuda. Isso é algo muito
importante, pois a presença de mais de um componente na RCP facilita
o atendimento e produz maior dinâmica nele.
Dando continuidade ao atendimento, dá-se início ao processo de RCP,
que consiste em uma sequência chamada CABD, em que cada letra
significa uma etapa específica:
Autor: Rodrigo Nunes.
TÉCNICA DE COMPRESSÕES
TORÁCICAS
Fonte: Shutterstock.com.
Ao iniciar um processo de RCP, devemos realizar compressões
torácicas para gerar contrações cardíacas de forma artificial, com uma
frequência de 100 a 120 compressões torácicas por minuto, atingindo
uma profundidade adequada de, no mínimo, cinco centímetros.
As compressões devem ser feitas com o paciente apoiado sobre uma
estrutura rígida e em um foco torácico que corresponda à região
intermamilar, sobre o osso esterno, para evitar lesões estruturais, como
a fratura de costela.
A técnica correta desse procedimento deve ser o uso de uma mão
sobreposta à outra em dorsiflexão, ou seja, exposição da região
próxima ao pulso denominada região hipotênar. O socorrista deve se
posicionar ao lado da vítima, em um ângulo de 90o, já que, nesta
posição, alcançamos a profundidade adequada com um esforço
muscular mínimo do socorrista, o que evitará o cansaço rápido.
As compressões torácicas devem ser intercaladas com ventilações de
resgate, numa sequência de trinta compressões sendo pausadas para
que ocorram as ventilações de resgate.
A compressão torácica realizada de forma correta evita a ocorrência de
situações de lesões à vítima. Caso essas determinações não sejam
respeitadas, a vítima pode ter como resultado as seguintes
complicações:
FRATURA DE COSTELA
PNEUMOTÓRAX
RUPTURA HEPÁTICA
Nestas situações, haverá agravamento do quadro clínico do indivíduo,
além logicamente de um pior prognóstico no pós-parada
cardiorrespiratória, já que ocorrerá sobreposição de comorbidades.
ABERTURA DE VIAS AÉREAS
Fonte: Shutterstock.com.
Para possibilitar a ventilação adequada da vítima, é necessário que sua
via aérea esteja pérvia. Esse procedimento pode se dar através de duas
técnicas possíveis:
Fonte: Shutterstock.com.
EXTENSÃO DE PESCOÇO
Deve ser utilizada em situações clínicas sem trauma de coluna.
Fonte: Shutterstock.com.
TRAÇÃO DE MANDÍBULA
Deve ser utilizada em situações de trauma de coluna.
Quando atendemos uma vítima de PCR que está em casa sentada no
sofá, por exemplo, podemos utilizar a extensão de pescoço, já que não
há nenhuma possibilidade de ocorrer uma lesão em coluna.
Em contrapartida, ao atender uma vítima de PCR que, devido ao
levantamento de um peso excessivo, acabou caindo sobre a coluna, é
aconselhável que se utilize a tração de mandíbula.
A aplicação da técnica equivocada poderá agravar a situação
clínica da vítima, pois, ao realizar uma extensão de pescoço em um
paciente com lesão em coluna, essa ação poderá resultar em
paraplegia ou tetraplegia para a vítima.
Esta etapa é essencial para o sucesso da etapa seguinte, que será de
suporte ventilatório para a disponibilidade de oxigênio à vítima.
VENTILAÇÃO (BREATH ) E
SUPORTE VENTILATÓRIO
Fonte: Shutterstock.com.
Associado ao processo de compressões torácicas, logo após a abertura
das vias aéreas da vítima, devemos iniciar o procedimento de suporte
ventilatório, que se dará através de um dispositivo específico, chamado
de sistema bolsa-válvula-máscara, que deve ser posicionado na face
do paciente, com uma frequência de duas ventilações de resgate a cada
trinta compressões torácicas.
Este procedimento é de suma importância, pois, a partir dele, a vítima
terá a obtenção de oxigênio para que seu corpo não entre em processo
de morte celular. A ventilação sem as compressões torácicas em uma
vítima de PCR não resultará na correção da hipóxia (ausência de
oxigênio tecidual).
Não é preconizada a chamada respiração boca a boca devido ao risco
de contaminação por troca de fluidos. Existe, porém, um dispositivo
chamado máscara de bolso (pocket mask ) que possibilita intervenção
similar, com sistema de proteção para o socorrista.
O procedimento de ventilação da vítima se dará através de uma técnica
sincronizada, iniciando com as compressões torácicas (30
compressões). Em seguida, há uma pequena pausa para a realização
da ventilação de resgate (duas ventilações). Essa pausa se faz
necessária para que tenhamos uma possibilidade de expansibilidade
torácica total da vítima, o que resultará na maior quantidade possível de
oxigênio disponível a nível alveolar.
De forma associada ao processo de compressões e ventilações, é
necessário destacar a importância do uso do desfibrilador tão logo ele
esteja disponível, sendo utilizado por pessoas devidamente
capacitadas. Nesse cenário pré-hospitalar, o desfibrilador mais utilizado
será o desfibrilador externo automático.
 ATENÇÃO
Os procedimentos de ventilação serão mantidos até a chegada da
equipe profissional de atendimento de emergência.
Isso nos permite entender a importância da capacitação de pessoas
com a finalidade de intervenções rápidas em vítimas de PCR.
Imaginemos uma situação na qual uma pessoa andando pela rua
começa a sentir um mal-estar, acabando por perder sua consciência. Se
houver pessoas com treinamento para reconhecimento e intervenção
em uma parada, este indivíduo apresentará mais probabilidade de ter a
reversão deste quadro tão crítico, já que estas pessoas conseguirão
rapidamente reconhecer que aquela vítima está em situação de PCR e,
com isso, iniciar de forma precoce o processo de RCP.
DESFIBRILAÇÃO
Fonte: Shutterstock.com.
Dentro da RCP, temos um dispositivo muito importante que pode salvar
muitas vidas, o desfibrilador.Este aparelho tem por finalidade uma
descarga elétrica no corpo da vítima de PCR, com o objetivo de corrigir
situações de arritmias cardíacas.
Há vários tipos de dispositivos de desfibrilação, que serão mais bem
abordados no próximo módulo, mas torna-se importante frisar que o
desfibrilador externo automático é o indicado para uso por pessoas
capacitadas independentemente de sua formação de graduação dentro
do campo da saúde. Ele também pode ser utilizado por leigos que
tenham recebido o treinamento para operação do dispositivo.
Fonte: Shutterstock.com.
Estes componentes somados compõem o que definimos como cadeia
de sobrevivência em situações de PCR:
Acionamento do serviço de emergência.
Compressão torácica, abertura de vias aéreas, ventilação/suporte
ventilatório, desfibrilação.
Reanimação avançada.
Esse protocolo garante a maior probabilidade de recuperação dos
parâmetros de sinais vitais da vítima.
A suspensão da RCP não é preconizada, devendo ser mantida até que
os profissionais de saúde cheguem ao local onde está sendo feita a
reanimação e avalie a vítima. Após a avaliação, serão tomadas as
medidas adequadas e haverá o início dos cuidados avançados à vítima
e seu deslocamento para unidade hospitalar por meio de ambulância
específica.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. DURANTE UMA MEIA MARATONA, UM DOS ATLETAS
APRESENTA UM MAL-ESTAR QUE EVOLUI PARA
INCONSCIÊNCIA. VOCÊ É UM DOS PROFISSIONAIS
QUE ESTÁ ATUANDO NA OBSERVAÇÃO DA
COMPETIÇÃO. NESTE MOMENTO, QUAL DEVERÁ SER
A CONDUTA IMEDIATA?
A) Dirigir-se até o atleta e analisar pulso carotídeo e respiração.
B) Observar se o atleta irá acordar.
C) Dirigir-se até o atleta, tentar levantá-lo e ofertar água.
D) Dirigir-se até o atleta e avaliar pulso braquial e temperatura.
E) Dirigir-se até o atleta e checar veia jugular e respiração.
2. FOI OBSERVADO QUE O SENHOR FRANCISCO,
APÓS RELATAR "UMA DOR NO PEITO", EVOLUIU PARA
UMA PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA (PCR). INICIOU-
SE UMA TENSÃO ENTRE AS PESSOAS PRESENTES NO
LOCAL, QUE NÃO SABIAM AO CERTO O QUE
DEVERIAM FAZER. NESTE MOMENTO, VOCÊ, QUE
RECEBEU UM TREINAMENTO PARA REANIMAÇÃO
CARDIOPULMONAR, RESOLVEU TOMAR MEDIDAS
RÁPIDAS, QUE INCLUEM:
A) Iniciar compressões torácicas e respiração boca a boca.
B) Solicitar que alguém entre em contato com serviço de emergência e
iniciar compressões torácicas e ventilações de resgate com boca a
boca.
C) Solicitar que alguém entre em contato com serviço de emergência e
iniciar compressões torácicas, abertura de vias aéreas e ventilações de
resgate com o auxílio de máscara de bolso.
D) Iniciar ventilações de resgate e compressões torácicas.
E) Solicitar que alguém entre em contato com serviço de emergência e
iniciar a abertura de vias aéreas, ventilações de resgate com o auxílio
de máscara de bolso e compressões torácicas.
GABARITO
1. Durante uma meia maratona, um dos atletas apresenta um mal-
estar que evolui para inconsciência. Você é um dos profissionais
que está atuando na observação da competição. Neste momento,
qual deverá ser a conduta imediata?
A alternativa "A " está correta.
Ao observar uma vítima que evolui subitamente para inconsciência,
deve-se checar, imediatamente, o pulso carotídeo ou femoral, o nível de
consciência e o padrão respiratório, já que ausência de pulso e apneia
associadas à inconsciência são indicações de parada
cardiorrespiratória.
2. Foi observado que o senhor Francisco, após relatar "uma dor no
peito", evoluiu para uma parada cardiorrespiratória (PCR). Iniciou-
se uma tensão entre as pessoas presentes no local, que não
sabiam ao certo o que deveriam fazer. Neste momento, você, que
recebeu um treinamento para reanimação cardiopulmonar,
resolveu tomar medidas rápidas, que incluem:
A alternativa "C " está correta.
Ao ser constatado que um indivíduo se apresenta em situação de
parada cardiorrespiratória, deve-se imediatamente iniciar o
procedimento de reanimação cardiopulmonar, que inclui: solicitar ajuda,
compressões torácicas, ventilações de resgate com auxílio de
dispositivos apropriados (dispositivo bolsa-máscara-válvula ou máscara
de bolso).
MÓDULO 2
 Definir desfibrilação e os cuidados com o uso de
desfibriladores
LEGISLAÇÃO SOBRE
DESFIBRILAÇÃO
Fonte: Shutterstock.com.
É necessário ter atenção às definições corretas sobre as situações
legais relacionadas ao uso de desfibriladores, pois este dispositivo pode
salvar vidas, mas também pode levar a complicações graves quando
mal utilizado, até mesmo ao óbito.
Visando definir as práticas adequadas e quais são os cenários que
devem apresentar este dispositivo e quem tem autorização de uso dele,
foram definidas legislações específicas.
Uma delas é o Projeto de Lei (PL) Federal 736/15, que torna obrigatória
a disponibilização de desfibrilador cardíaco em locais de grande
concentração de pessoas em todo o território nacional.
OS RESPONSÁVEIS POR LOCAIS DE
GRANDE CONCENTRAÇÃO DE PESSOAS
FICAM OBRIGADOS A DISPONIBILIZAR
DESFIBRILADOR CARDÍACO.
PARÁGRAFO ÚNICO. SÃO
CONSIDERADOS COMO LOCAIS DE
GRANDE CONCENTRAÇÃO DE
PESSOAS, PARA FINS DE
CUMPRIMENTO DESTA LEI:
Centros de compras;
Aeroportos;
Rodoviárias;
Eventos artísticos, esportivos e comerciais;
Outros locais, indicados na regulamentação desta Lei.
(Lei n. 736, 2015)
Além desse projeto de lei, temos muitos outros normativos nos níveis
federal, estadual e municipal. Estas medidas tornam-se eficazes, pois a
simples existência de um desfibrilador externo automático (DEA)
associada à presença de uma pessoa capacitada (leigo ou profissional
de saúde) pode contribuir de forma essencial para a diminuição da
incidência de mortes súbitas em ambientes pré-hospitalares.
Sabe-se, através de estudos, que cada minuto que uma vítima de PCR
não recebe o atendimento adequado representa uma diminuição de
probabilidade de sobrevivência dela, podendo chegar até a 10% de
incidência de óbito (AHA, 2020).
O QUE É DESFIBRILAÇÃO?
Fonte: Shutterstock.com.
Antes de entrarmos nas especificidades do dispositivo, precisamos
entender o que é uma desfibrilação. A desfibrilação é um processo em
que ocorre uma dispersão de carga elétrica na vítima de PCR. Essa
carga alcança células miocárdicas e gera como resposta a
despolarização delas, possibilitando o retorno ao funcionamento
fisiológico da estrutura cardíaca.
A despolarização é efetuada quando o coração inicia um processo
conhecido como arritmia cardíaca, que nada mais é do que a
modificação de ritmo e frequência do músculo cardíaco, gerando
situações de parada cardiorrespiratória. Após a despolarização das
fibras cardíacas, ocorre o processo de repolarização. Isso poderá
produzir como efeito o retorno ao ritmo normal do coração.
A desfibrilação deve ser feita de forma precoce. Quanto mais rápido
ocorrer o primeiro choque, maior será a probabilidade de retorno da
função autônoma cardíaca. Caso a desfibrilação seja realizada no
primeiro minuto de PCR, há uma probabilidade de aproximadamente
90% de sobrevivência da vítima. Conforme esse tempo vai passando,
menor será a possibilidade de retorno.
Na desfibrilação, a descarga elétrica não é sincronizada com o ritmo
cardíaco. É necessário entender que este processo produz um risco ao
indivíduo que executará o procedimento, o que justifica as limitações de
utilização a pessoas devidamente capacitadas, profissionais de saúde
ou não, dependendo do tipo de dispositivo que será utilizado no
processo. Quando a descarga elétrica é executada, caso alguma
pessoa esteja em contato com a vítima, também receberá a descarga
elétrica, o que pode induzir uma parada cardiorrespiratória no indivíduo
que estava realizando o socorro.
Existem tipos variados de desfibriladores e, apesar de todos os tipos
executarem a mesma ação, cada um tem suas especificidades técnicas
e indicações de pessoas adequadas que devem ser capacitadas para
seu uso, além do amparo legal adequado, de acordo com a legislação
vigente, como vimos no tópico anterior.
TIPOS DE DESFIBRILADORFonte: Shutterstock.com.
O desfibrilador é um dispositivo dotado de uma bateria interna que
reserva uma carga elétrica que pode ser descarregada a partir de pás
externas com superfície metálica. Esse dispositivo também é capaz de
fazer uma analise da frequência e do ritmo cardíaco, demostrando, no
seu monitor, quais são os problemas passados pelo músculo cardíaco.
Há dois tipos de desfibriladores em uso no mercado, sendo eles:
DESFIBRILADOR MANUAL
Esse dispositivo é utilizado apenas pelo profissional graduado em
Medicina, não podendo nenhuma outra pessoa executar seu manuseio.
Os enfermeiros podem realizar configurações e ajustes.
O desfibrilador manual é composto de pás e dispositivo com bateria
interna, além de um monitor, através do qual o médico analisará a
necessidade de uso da descarga elétrica do aparelho.
Todos os envolvidos na utilização do desfibrilador manual são
profissionais de saúde. Normalmente, equipe de medicina e equipe de
enfermagem, sendo a equipe médica responsável pela execução da
descarga elétrica e a equipe de enfermagem administra os cuidados
relacionados ao preparo do aparelho, como a utilização de uma pasta
condutora de eletricidade na superfície das pás, assim como a
configuração da carga no aparelho, carga essa estabelecida pelo
médico.
No desfibrilador manual, toda etapa de análise de ritmo cardíaco é
exercida pelo médico, que, de acordo com a análise do traçado do
eletrocardiograma mostrado no próprio aparelho, saberá se o ritmo em
que o paciente apresentou a PCR é passível de reversão através da
desfibrilação. Essas indicações serão abordadas ainda neste tema.
Fica como obrigatório para o médico o diagnóstico de qual o tipo
de arritmia e a descarga elétrica.
Fonte: Shutterstock.com.
DESFIBRILADOR
SEMIAUTOMÁTICO/DESFIBRILADOR
AUTOMÁTICO EXTERNO (DEA/DESA)
Este tipo de dispositivo é o desfibrilador mais utilizado em situações de
abordagem de PCR em ambiente pré-hospitalar, já que este tipo de
desfibrilador pode ser utilizado por profissionais de saúde e por pessoas
leigas, devidamente capacitadas para seu uso.
O DEA é de fácil uso, já que a atribuição do socorrista está ligada ao
posicionamento correto dos eletrodos do dispositivo. Esses eletrodos,
que são dispostos em um par, são adesivos ajustáveis e devem ser
posicionados no tórax da vítima, um na posição torácica à direita abaixo
da clavícula em posição hemiclavicular, enquanto o outro eletrodo deve
ser posicionado em posição torácica à esquerda, em posição
submamilar com a linha axilar média.
O posicionamento correto dos eletrodos está diretamente ligado ao
sucesso da desfibrilação.
Diferentemente da função do desfibrilador manual, o DEA é capaz de
fazer por conta própria a análise do ritmo cardíaco. Através desse
processo automático, o aparelho verifica a necessidade de ser usado
para descarga elétrica e, em caso positivo, o DEA começa o processo
de carregamento de sua voltagem adequada, deixando todo o processo
de desfibrilação simples de ser executado, já que não necessita de um
domínio de informações técnicas específicas por conta do operador do
dispositivo. Assim, cabe ao operador apenas executar a descarga
elétrica através do acionamento de um botão.
Após a execução da descarga elétrica, quando necessária, o socorrista
deve reiniciar as compressões torácicas na técnica correta, como já
demonstrado anteriormente. O DEA repete a análise de ritmo cardíaco
após dois minutos, determinando qual será a melhor medida a ser
adotada para sucesso da abordagem à vítima de PCR.
Como o procedimento é simples e objetiva uma minimização das
situações de PCR sem abordagem correta, por ausência de
desfibriladores manuais e profissionais que poderiam utilizá-los, temos
legislações que determinam a obrigatoriedade do DEA em locais onde
seja observado grande fluxo de pessoas, como a Lei nº 15.283/2010, da
prefeitura de São Paulo, que informa:
OS AEROPORTOS, SHOPPING CENTERS , CENTROS
EMPRESARIAIS, ESTÁDIOS DE FUTEBOL, HOTÉIS,
HIPERMERCADOS E SUPERMERCADOS, CASAS DE
ESPETÁCULOS E LOCAIS DE TRABALHO COM
CONCENTRAÇÃO ACIMA DE 1.000 (MIL) PESSOAS OU
CIRCULAÇÃO MÉDIA DIÁRIA DE 3.000 (TRÊS MIL) OU MAIS
PESSOAS, OS CLUBES E ACADEMIAS COM MAIS DE 1.000
(MIL) SÓCIOS, AS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS E DE
ENSINO, OS PARQUES, VELÓRIOS E CEMITÉRIOS, COM
CONCENTRAÇÃO OU CIRCULAÇÃO MÉDIA DIÁRIA DE 1.500
(MIL E QUINHENTAS) OU MAIS PESSOAS, FICAM
OBRIGADOS A MANTER, EM SUAS DEPENDÊNCIAS,
APARELHO DESFIBRILADOR EXTERNO AUTOMÁTICO.
Fonte: Shutterstock.com.
Sendo, também, possível ser encontrado em dois modos de liberação
de carga: monofásico (a corrente elétrica segue apenas uma direção) e
bifásico (a corrente elétrica segue uma direção, porém reverte em
direção à posição inicial). A diferença entre a liberação do fluxo elétrico
faz com que se utilizem cargas elétricas diferentes em cada um dos
processos. No desfibrilador monofásico, utilizamos uma carga elétrica
de 360 J, enquanto no dispositivo bifásico, libera-se uma carga de 120 J
a 200 J. Com essa diferença, nós teremos respostas parecidas, porém
com uma menor carga no dispositivo bifásico, o que gerará menos
danos provocados pela passagem da corrente elétrica, menor
quantidade de complicações e reestabelecimento da função cardíaca
autônoma. Além disso, quando comparado ao desfibrilador monofásico,
o bifásico apresenta maior incidência de sucesso.
INDICAÇÕES DE USO DA
DESFIBRILAÇÃO
Fonte: Shutterstock.com.
A desfibrilação é um procedimento em que ocorre uma descarga elétrica
no coração com a finalidade de reorganizar o ritmo cardíaco da vítima
de PCR. Apesar de essas situações serem mais comuns em pessoas
com mais de 60 anos, podem acometer qualquer indivíduo. O fato de
saber por que e quando fizer uso do desfibrilador refletirá no sucesso da
restauração do ritmo correto do coração. Assim, a partir deste momento,
vamos entender quando utilizar o desfibrilador automático.
O nosso coração exerce sua função (contração e relaxamento de suas
câmaras para ejeção de sangue destas e circulação de sangue pelo
corpo) devido à ação de estímulos elétricos que chegam às fibras
musculares cardíacas. Esses estímulos elétricos são transmitidos no
músculo cardíaco através de um sistema denominado de sistema de
condução cardíaca, que é composto por células especializadas
chamadas de células nodais (nodo sinoatrial e nodo atrioventricular) e
células de Purkinje. Esses dois grupos celulares são capazes de gerar
a sincronização da função cardíaca, gerando três princípios básicos:
automaticidade (quando existe a iniciação de um impulso elétrico),
condutividade (quando existe a transmissão entre células cardíacas) e
excitabilidade (quando uma célula cardíaca responde a um estímulo
elétrico, gerando sua contração).
PURKINJE
Células capazes de realizar a condução elétrica na parede
muscular ventricular.
O processo de funcionamento deste sistema de condução inicializa-se
nos átrios, tendo sua continuidade para os ventrículos. A sincronia de
funcionamento deste processo acaba por produzir um ritmo organizado,
fato que se refletirá em um débito cardíaco adequado.
Débito cardíaco = frequência cardíaca x volume sistólico (quantidade de
sangue ejetado a cada contração ventricular esquerda).
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Fonte: Shutterstock.com.
 Sistema de condução elétrica cardíaca.
Dessa forma, fica mais simples entendermos que, quando o nosso
coração funciona normalmente, isso significa que o estímulo elétrico
está, na realidade, sendo conduzido de forma correta por este sistema
de condução.
O problema se inicia quando esse processo começa a apresentar
falhas. Com isso, inicia-se uma desorganização nas contrações do
músculo cardíaco. O indivíduo percebe que algo de errado está
acontecendo, já que começa a perceber uma irregularidade de
batimentos, comumente descrito pela pessoa como uma palpitação.
Estes distúrbios na frequência e ritmo cardíaco são denominados de
arritmias. Existem vários tiposde arritmias cardíacas, porém quatro
tipos específicos são responsáveis pela PCR, sendo elas:
ASSISTOLIA
Ausência de atividade elétrica ventricular.
ATIVIDADE ELÉTRICA SEM PULSO
(AESP)
Atividade elétrica regular, porém sem capacidade de produção de
contração ventricular.
TAQUICARDIA VENTRICULAR SEM
PULSO (TVSP)
Estimulação cardíaca excessiva, produzida por focos não fisiológicos,
gerando contrações ventriculares seguidas, sem tempo para
enchimento das câmaras ventriculares.
FIBRILAÇÃO VENTRICULAR (FV)
Atividade elétrica excessiva gerando tremores no lugar de contrações
das câmaras ventriculares.
Dentre as modalidades de arritmias cardíacas capazes de produzir uma
PCR, duas são destacadas como passíveis do uso do desfibrilador:
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TAQUICARDIA VENTRICULAR SEM
PULSO
FIBRILAÇÃO VENTRICULAR
Quando um indivíduo evolui para uma PCR, após o diagnóstico de
parada cardiorrespiratória (ausência de pulso, ausência de respiração e
inconsciência), deve ser possível o acesso rápido ao desfibrilador. No
caso do uso por qualquer pessoa capacitada, vamos aqui utilizar o
DEAS, que será capaz de avaliar, através do traçado
eletrocardiográfico, qual é o tipo de ritmo que está associado à PCR da
vítima.
Após a análise automática do ritmo cardíaco, o desfibrilador executará a
descarga elétrica ou não. A fibrilação ventricular está associada a
aproximadamente 70% de causas de parada cardiorrespiratória, e ela
pode ocorrer em situações terminais patológicas, assim como pode
ocorrer de forma súbita, sem um motivo aparente, porém normalmente
está ligada a doenças cardíacas, distúrbios eletrolíticos, distúrbios
isquêmicos cardíacos (IAM, por exemplo), distúrbios acidobásicos ou
motivo hipoxêmico.
Para que esta análise seja realizada, é importante que a vítima tenha
seu tórax exposto e sobre ele sejam posicionados os eletrodos do DEA
de forma correta. Como visto anteriormente, as posições serão torácica
à direita, abaixo da clavícula em posição hemiclavicular, enquanto o
outro eletrodo deve ser posicionado em posição torácica à esquerda,
em posição submamilar com a linha axilar média.
INDICAÇÃO DE USO DO DEA
Assista ao vídeo a seguir para saber mais sobre a indicação de uso do
DEA.
Os dois ritmos com indicação para uso de descarga elétrica do
desfibrilador externo automático são:
FIBRILAÇÃO VENTRICULAR
Fonte: Shutterstock.com.
TAQUICARDIA VENTRICULAR SEM
PULSO
Fonte: Shutterstock.com.
UTILIZAÇÃO DO
DESFIBRILADOR EXTERNO
SEMIAUTOMÁTICO/AUTOMÁTICO
Fonte: Shutterstock.com.
QUAL SERIA A DIFERENÇA ENTRE O
DESFIBRILADOR EXTERNO SEMIAUTOMÁTICO
E AUTOMÁTICO?
Nos desfibriladores semiautomáticos, a descarga elétrica ocorre com o
acionamento do botão de choque após a informação do desfibrilador,
enquanto o desfibrilador automático não necessita do acionamento do
botão pelo operador.
DESFIBRILADOR SEMIAUTOMÁTICO
Etapas:
Posicionar os eletrodos.
Seguir instruções por áudio do aparelho.
Acionar o botão de descarga elétrica.

DESFIBRILADOR AUTOMÁTICO
Etapas:
Posicionar os eletrodos.
Acionar o botão iniciar, e todas as etapas subsequentes são
efetuadas automaticamente pelo dispositivo, incluindo a ação da
descarga elétrica.
Agora sabemos que o desfibrilador é um dispositivo de fácil manuseio,
que deve ser utilizado por socorristas devidamente capacitados,
independentemente de qual equipe você participe ou mesmo que seja
leigo. Veja a seguir como seria na prática:
As etapas se iniciam no momento da constatação da PCR, quando o
socorrista dá início ao processo de reanimação cardiorrespiratória. Tão
rápido quanto for possível, o desfibrilador deve ser disponibilizado,
adaptado à vítima e ligado.
Depois, deverá sequencialmente ocorrer a etapa de posicionamento dos
eletrodos do dispositivo e ocorrerá a análise inicial do ritmo cardíaco.
Nesse momento, deve ser realizada uma pequena pausa no processo
de compressões torácicas. Essa análise é feita de forma rápida e
automática pelo dispositivo.
O dispositivo sinalizará a necessidade da descarga elétrica. É
importante que você tenha em mente que existem ritmos de PCR em
que o choque não é indicado: a assistolia e a atividade elétrica sem
pulso. Nesses casos, devemos retornar para o processo de reanimação
cardiopulmonar (compressão e ventilação).
Quando o DEA constatar que o ritmo de PCR se trata de fibrilação
ventricular ou taquicardia ventricular sem pulso, o dispositivo sinalizará
que a carga do dispositivo será realizada. Nesse momento, tenha
certeza de que todos os indivíduos envolvidos com o socorro estão
afastados e sem risco de contato com a vítima ou com alguma parte do
dispositivo. O que se seguirá será a indicação de carga completa da
bateria do dispositivo e a subsequente descarga elétrica acionada pelo
operador do DEA.
Após a descarga elétrica, o aparelho realizará uma nova análise do
ritmo cardíaco, assim como a constatação, por parte do socorrista, se
houve restauração de pulso detectável em regiões de pulsos centrais
(pulso carotídeo ou pulso femural). Será reiniciado o fluxo de RCP pela
etapa de compressões torácicas e ventilações sequenciais, por mais
dois minutos, quando o DEA entrará novamente em ação, repetindo as
etapas relatadas.
Os eletrodos não são removidos das suas posições torácicas na vítima.
É necessário que ocorra a avaliação da equipe de saúde.
LIMITAÇÃO DE USO DO DEA
Fonte: Shutterstock.com.
Assim como qualquer outro dispositivo, o DEA também apresenta
limitações de uso. Essas limitações estão ligadas ao risco de
interferências provocadas pelo aparelho, situações de PCR específicas
ou possibilidade de mau funcionamento do dispositivo.
Veja a seguir algumas situações de PCR!
Fonte: Shutterstock.com.
Ao atender um homem que estava andando pelo shopping e de
repente desmaiou, você iniciou a avaliação da vítima e percebeu que
ele se encontrava em PCR. Dessa forma, imediatamente, você solicitou
ajuda e presença do DEA e iniciou processo de RCP (CABD da parada
cardíaca). Ao chegar o desfibrilador, você expos o tórax da vítima e
percebeu o excesso de pilosidade local. E agora?
EXPLICAÇÃO
Essa situação descrita traz um exemplo que, muitas vezes, nos
surpreende no momento do atendimento da vítima e utilização do DEA.
O excesso de pilosidade é um fator que gerará o mau funcionamento do
dispositivo, já que os pelos acabarão por prejudicar a aderência dos
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eletrodos ao tórax da vítima. Sabemos que, se os eletrodos não
estiverem adequadamente aderidos e posicionados, isso impedirá a
análise do ritmo de PCR pelo aparelho.
Em casos específicos, se faz necessária a depilação das regiões
torácicas de posicionamento dos eletrodos na vítima, para que a leitura
do DEA seja fidedigna. Dessa forma, podemos sinalizar que o excesso
de pelos se trata de um limitante de uso do DEA.
Fonte: Shutterstock.com.
Em outra situação, um idoso portador de marcapasso acabou tendo um
mal súbito dentro de um aeroporto, com a constatação de PCR e houve
início de todo processo de RCP. O que fazer com essa vítima com uso
de marcapasso, no que tange ao uso do DEA?
EXPLICAÇÃO
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Nestas situações, utilizaremos o DEA como em qualquer outro
indivíduo. Porém, como o marcapasso interfere na carga elétrica que
chegará ao coração, assim como há o risco de estragar o dispositivo
(unidade geradora de carga do marcapasso), devemos posicionar os
eletrodos longe do local de posicionamento do marcapasso.
Importante também destacar os casos em que a vítima apresenta
medicamentos adesivos. A conduta deve ser removê-los para realizar a
fixação dos eletrodos.
Fonte: Shutterstock.com.
Podemos, ainda, ter situações em que a vítima se apresenta em
situação de afogamento. Como utilizar um dispositivo que disfere um
choque em uma vítima de afogamento?
EXPLICAÇÃO
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Nesse momento, você precisa se lembrar de que água e corrente
elétricanão combinam. Dessa forma, antes de realizar a adesão dos
eletrodos no tórax da vítima para realização da análise e descarga
elétrica, a vítima precisa estar seca. Caso contrário, isso gerará lesões
locais na vítima, assim como mau funcionamento do dispositivo.
Qualquer acessório metálico (pulseira, cordão, aro metálico de
sutiã etc.) da vítima deve ser retirado antes da realização da
descarga do DEA.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. AO ATENDER UMA VÍTIMA DE PCR, FOI INICIADO O
PROCEDIMENTO DE RCP. ASSIM QUE FOI
DISPONIBILIZADO O DEA, O SOCORRISTA INICIOU O
PROTOCOLO DE USO DO EQUIPAMENTO, O QUAL
INCLUI:
A) O posicionamento correto dos eletrodos, para que ocorra a análise
de ritmo pelo dispositivo.
B) Ventilação precoce de resgate para melhorar a hematose.
C) O socorrista analisar qual o ritmo de PCR da vítima e resolver se
realizará a descarga elétrica com o equipamento.
D) Ligar o dispositivo em rede elétrica, já que ele não apresenta reserva
elétrica interna.
E) Não priorizar o uso do equipamento, pois o mais importante é iniciar
a ventilação da vítima.
2. A DESFIBRILAÇÃO É UM PROCEDIMENTO
EMERGENCIAL UTILIZADO EM SITUAÇÕES DE
PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA. PORÉM, EXISTEM
SITUAÇÕES ESPECÍFICAS DE USO, QUE ESTÃO
LIGADAS A OCORRÊNCIAS DE ARRITMIAS QUE
CAUSEM CESSAÇÃO DA FUNÇÃO CARDÍACA DE
CONTRAÇÃO VENTRICULAR. APÓS ANALISAR UMA
VÍTIMA EM PCR E INSTALAR O DEA, O MESMO
EFETUOU SUA ANÁLISE AUTOMÁTICA E FOI
ACIONADO EM RAZÃO DE A VÍTIMA ESTAR EM:
A) Fibrilação atrial.
B) Ritmo sinusal.
C) Fibrilação ventricular.
D) Traumatismo craniano.
E) Assistolia.
GABARITO
1. Ao atender uma vítima de PCR, foi iniciado o procedimento de
RCP. Assim que foi disponibilizado o DEA, o socorrista iniciou o
protocolo de uso do equipamento, o qual inclui:
A alternativa "A " está correta.
O funcionamento adequado do DEA está diretamente ligado à sua
possibilidade de leitura e análise do ritmo da PCR. Isso só se torna
possível devido ao correto posicionamento dos eletrodos do dispositivo.
2. A desfibrilação é um procedimento emergencial utilizado em
situações de parada cardiorrespiratória. Porém, existem situações
específicas de uso, que estão ligadas a ocorrências de arritmias
que causem cessação da função cardíaca de contração ventricular.
Após analisar uma vítima em PCR e instalar o DEA, o mesmo
efetuou sua análise automática e foi acionado em razão de a vítima
estar em:
A alternativa "C " está correta.
A desfibrilação só é indicada ao indivíduo em situação de PCR em que
a arritmia causadora seja a fibrilação ventricular ou a taquicardia
ventricular sem pulso.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A parada cardiorrespiratória pode acometer qualquer pessoa e é a
situação de maior gravidade em que ela possa se encontrar. A
adequada intervenção neste momento definirá a possibilidade de
sucesso na sobrevida da vítima.
As formas corretas de abordagem da vítima, os fatores causadores
desta situação crítica e a importância de seu reconhecimento precoce
auxiliam a realizar intervenções corretas.
Também foi possível entender do que se trata uma desfibrilação, qual
dispositivo é utilizado para esse procedimento, a forma de manuseá-lo,
suas indicações de uso e fatores limitantes.
Esses aspectos agregados à capacitação do socorrista estão
diretamente ligados ao sucesso do processo de reanimação
cardiopulmonar.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
AHA - AMERICAN HEART ASSOCIATION. Guidelines for
cardiopulmonary resuscitation and emergency cardiovascular care.
Consultado em meio eletrônico em: 7 jan. 2021.
BRASIL. Projeto de lei n. 736 de março de 2015. Consultado em meio
eletrônico em: 7 jan. 2021.
BRUNNER; SUDDARTH. Tratado de enfermagem médico-cirúrgica.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
PREFEITURA DE SÃO PAULO. Lei 15.283, de 28 de setembro de
2010. Consultado em meio eletrônico em: 7 jan. 2021.
EXPLORE+
Entenda mais sobre a abordagem de parada cardiorrespiratória
para profissionais de saúde (medicina e enfermagem), em suporte
básico e avançado de vida, pesquisando o documento Destaques
das diretrizes de RCP e ACE de 2020 da American Heart
Association .
CONTEUDISTA
Angelo da Silva Ribeiro
 CURRÍCULO LATTES
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