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Tecnologias de geração de energia a partir de biomassa Prof. Bruno Cavalcante Di Lello Descrição Análise das aplicações e das características da geração de energia a partir do uso de biomassa. Propósito A biomassa constitui um conjunto de materiais orgânicos, muitas vezes pouco conhecida pela população de forma geral, e que tem uma ampla possibilidade de aplicação como fonte de energia primária ou para geração de energia elétrica. O conhecimento das aplicações técnicas e dos sistemas de geração a partir de biomassa é um diferencial para profissionais de todas as áreas. Objetivos Módulo 1 Biomassa Classificar biomassa. Módulo 2 Rotas de conversão energética da biomassa Identificar rotas de conversão energética da biomassa. Módulo 3 Tecnologias e sistemas de produção de energia a partir de biomassa Analisar tecnologias e sistemas de produção de energia a partir de biomassa. Módulo 4 O uso de resíduos sólidos para �ns energéticos Analisar o uso de resíduos sólidos para fins energéticos: aterros sanitários, combustão, gaseificação e pirólise. Introdução No vídeo a seguir, você entenderá os aspectos da geração de energia a partir do uso de biomassa. 1 - Biomassa Ao �nal deste módulo, você será capaz de classi�car biomassa. Vamos começar! A utilização da biomassa como fonte de geração de energia Assista ao vídeo a seguir para conhecer os principais pontos que serão abordados neste módulo. De�nição e variações de biomassa De�nição de biomassa A biomassa é definida como um material de origem orgânica animal ou vegetal. Atualmente, o termo vem sendo empregado para as fontes de matéria orgânica que podem ser aplicadas para a geração de energia. De forma primária, a queima direta da biomassa gera energia na forma de calor. Em projetos de geração elétrica, a queima de biomassa gera o calor necessário para atuar em turbinas geradoras de eletricidade. Comentário Vamos definir a biomassa e um pouco mais à frente analisar de que forma essa importante fonte pode gerar energia para nosso uso. A queima da madeira talvez represente a forma mais antiga de o homem converter um material em energia na forma de calor. Homo sapiens utilizando a queima de biomassa para obter energia. A utilização moderna da biomassa segue o mesmo princípio dos humanos que aprenderam a dominar o fogo milênios atrás: fonte de energia! Tipos de biomassa para geração de energia A quantidade de materiais orgânicos de origem vegetal ou animal torna a biomassa uma das fontes para suprimento de energia mais importantes do planeta. Apesar dessa abundância de recursos, o seu uso ainda é pequeno em comparação com outras fontes. Biomassa: uma importante fonte de energia para o planeta Podemos dividir a biomassa em quatro grupos mais importantes, considerando o uso para a geração de energia, como veremos a seguir. São os diferentes tipos de madeira utilizados para a geração de energia. Extensas plantações fornecem madeira, que são fonte de combustível para fornecer energia. A origem dessa madeira para queima também pode ser a partir de florestas nativas, o que provoca um impacto negativo no meio ambiente. Madeira como fonte de combustível. Vegetais lenhosos São as diferentes partes dos vegetais que, da mesma forma que sua madeira, podem ser fonte de combustível sólido, como folhas, raízes, palhas e bagaço. Algumas fontes importantes de biomassa não lenhosa são a palha de arroz e, no Brasil, o bagaço de cana-de-açúcar. Bagaço de cana em fardos: importante fonte de energia no Brasil. São resíduos domésticos ou da indústria que podem ser potenciais fontes de combustível. Restos de madeira da indústria de móveis são uma importante fonte de resíduos. Usinas de geração de energia a partir de lixo são comuns em diversos países desenvolvidos. Os resíduos orgânicos, quando depositados em aterro, geram gás metano, que atua como um biocombustível gasoso, tanto como fonte de calor primária como fonte para a geração de eletricidade. Resíduos de lixo doméstico: fonte de combustível. Vegetais não lenhosos Resíduos orgânicos Óleos vegetais São os óleos vegetais que podem ser utilizados como combustíveis, tanto em equipamentos simples como lamparinas (uso antigo) como em motores a combustão interna. Muitos motores são capazes de utilizar óleos de origem vegetal como fonte de combustão. Óleos de origem vegetal: biomassa combustível. Caracterização energética da biomassa Poder calorí�co da biomassa Os múltiplos materiais de origem orgânica são capazes de produzir diferentes quantidades de energia quando utilizados como fonte de combustível. Vamos analisar o poder calorífico das fontes de biomassa mais importantes. A medida do poder calorífico de uma substância pode ser realizada de duas formas, veja: Bomba calorimétrica Na bomba calorimétrica, o processo é realizado a volume constante. Calorímetro No calorímetro, o processo é realizado a pressão constante. Nesses processos, a amostra sofre combustão normalmente em presença de oxigênio puro, e a quantidade de calor liberado é medida. Essa quantidade de calor normalmente é expressa em calor massa da substância, por exemplo: O poder calorífico é dividido em poder calorífico inferior (PCI) e poder calorífico superior (PCS). Entenda a diferença entre eles: Poder calorí�co inferior (PCI) A água produzida no processo de combustão se encontra como vapor. Assim, parte do calor da combustão é utilizada para levar as moléculas de água na fase líquida para a fase vapor. Poder calorí�co superior (PCS) A água produzida no processo se encontra como líquido. Assim, não se considera o gasto energético para vaporizar as moléculas de água produzidas. × −1 cal × g−1; kcal × kg−1; J × g−1; kJ × kg−1 O PCI é o mais utilizado nos processos de combustão, tendo em vista que devido às altas temperaturas as moléculas de água estarão na fase vapor do processo. Poder calorí�co de diferentes tipos de biomassa A escolha de uma biomassa para a geração de energia depende de alguns fatores: Análise do poder calorífico. Custos da biomassa. Logística para a sua utilização. Capacidade técnica para instalar projetos de geração. Outros fatores de mercado. A tabela a seguir lista valores de PCS e PCI para vários combustíveis derivados de biomassa. Também podemos perceber que o teor de umidade (TU%) e até mesmo a espécie de madeira podem influenciar no poder calorífico. Nome científico Nome comum PCS (kcal.kg-1) PCI (kcal.kg-1) TU% Anacardium spruceanum Cajuaçu, cajuí 4.411 3092 23,5 Brosimum rubescens Amapá amargoso, pau-rainha 4.685 3553 18,7 Dipteryx alata Vog Casca de baru 4.389 3.664 11,7 Dipteryx odorata Cumaru 4.828 3.722 11,7 Piptadenia suaveolens Faveira folha fina 4.647 3.181 25,8 Tabebuia spp Ipê 4.957 4.065 13,6 Nome científico Nome comum PCS (kcal.kg-1) PCI (kcal.kg-1) TU% Trattinichia burseraefolia Breu sucuruba 4.606 3.838 12,1 Briquete (Briquete de resíduo de madeira misturado com casca de arroz) 4.545 3.884 10,4 Eucalyptus sp 4.525 3.854 10,5 Costaneiras de Pinus sp (Madeira com casca) 4.978 4.122 12,9 Costaneiras de Pinus sp (Madeira) 4.720 3.894 12,9 Costaneiras de Pinus sp (Casca) 5.036 4.174 12,9 Palha de milho 3.570 Pó de serra 4.880 Aparas de madeira 4.800 Usina de compensado 4.424 Casca de arroz 3.730 Bagaço de 3.700 Nome científico Nome comum PCS (kcal.kg-1) PCI (kcal.kg-1) TU% cana Tabela: Poder calorífico de diferentes tipos de biomassa Quirino et al. (2005). A tabela mostra a grande quantidade de energia gerada pela combustão de diferentes fontes de biomassa. Essa energia, presente nesses materiais, acaba por ser desperdiçada se a biomassa sofrer decomposição em virtude de um descarte inadequado como lixo comum. O aproveitamento para a geração de energia, tanto como fonte primária como para a produção de eletricidade, é uma prática sustentável, mas ainda longede atingir todo o aproveitamento energético potencial que as diversas fontes de biomassa podem fornecer. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Os diversos tipos de biomassa apresentam inúmeras características que possibilitam o seu aproveitamento pela sociedade. Assinale a alternativa correta acerca das utilizações da biomassa. A Os óleos vegetais apresentam aplicações na indústria alimentícia, não sendo considerados fontes para geração de energia. B Os vegetais lenhosos são ótimas fontes de energia, enquanto os vegetais não lenhosos são utilizados como fertilizantes na agricultura sustentável por não ter valor energético como fonte de combustível. C Os resíduos orgânicos podem ser fontes primárias de energia e, quando adequadamente depositados em aterros sanitários, podem gerar gás metano. D O aproveitamento da biomassa se restringe a uma fonte de combustão para gerar energia como calor, não sendo adequado o aproveitamento para geração de energia elétrica. Parabéns! A alternativa C está correta. Todos os tipos de biomassa podem ser utilizados como fonte de combustível e para geração de energia elétrica. No caso de resíduos orgânicos, o seu uso direto como fonte de combustível é capaz de gerar calor e energia elétrica. A decomposição desse resíduo em aterros gera gás metano, uma excelente fonte de combustível. Questão 2 Uma importante caracterização da biomassa é o seu potencial energético. Assinale a alternativa correta acerca do poder calorífico superior (PCS) e do poder calorífico inferior (PCI), parâmetros importantes para a caracterização da biomassa como fonte de energia. E A utilização de biomassa como fonte de energia é um desenvolvimento recente da sociedade, com início nos últimos 250 anos, a partir da Revolução Industrial. A O PCI leva em consideração a água líquida produzida no processo de combustão. B O PCS considera o vapor produzido no processo de combustão. C O PCS e o PCI têm os mesmos valores energéticos, diferindo apenas na unidade de energia utilizada. D O PCS representa o poder calorífico do combustível fóssil com a mesma composição química de determinada biomassa. E Parabéns! A alternativa E está correta. O PCI apresenta valores menores em termos energéticos, tendo em vista que parte do calor gerado é utilizado para vaporizar a água produzida. Nesse parâmetro, leva-se em conta a água no estado vapor, enquanto no PCI a água produzida encontra-se como líquido. 2 - Rotas de conversão energética da biomassa Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car rotas de conversão energética da biomassa. Vamos começar! A conversão energética da biomassa Assista ao vídeo a seguir para conhecer os principais pontos que serão abordados neste módulo. O PCI apresenta valores menores que o PCS, levando em consideração a energia necessária para vaporizar a água gerada no processo de combustão. Combustão Combustão da biomassa A biomassa é um recurso material de origem orgânica, animal ou vegetal, que possui energia disponível para utilização pelo ser humano. Existem formas de liberar essa quantidade de energia para utilização adequada desse recurso. A seguir, trataremos das seguintes rotas de conversão energética de biomassa: Combustão. Co-combustão. Pirólise. Gaseificação (ou gasificação). Decomposição anaeróbica de resíduos orgânicos. O processo de combustão da biomassa é a forma mais simples de liberar a energia presente nesse material. Também é uma das formas mais antigas de aproveitamento de energia pelo homem. A queima direta de madeira ou de outras fontes orgânicas gera calor que pode ser utilizado como fonte primária de energia ou para criar vapor que alimentará um gerador de eletricidade. Queima direta da biomassa como fonte de energia primária ou geração elétrica. O tipo de biomassa mais utilizado como fonte de combustível é a madeira, que é constituída por: Celulose. Hemicelulose. Lignina. Água. Proteínas. Fibras. Matéria inorgânica (que gera cinzas). Outros componentes. Todos esses constituintes irão afetar o poder calorífico da madeira. Quanto menor o teor de água na madeira, maior será a geração de energia durante o processo de combustão. A madeira tem uma elevada quantidade de oxigênio em sua composição química, além, claro, do elemento carbono. Usina de geração de eletricidade por combustão de biomassa. No Brasil, uma excelente fonte de combustão é o bagaço de cana-de- açúcar. As próprias usinas de produção de etanol e de açúcar têm aproveitado esse resíduo de biomassa para a geração de energia elétrica. Bagaço de cana para a geração de energia por combustão. Saiba mais Alguns desses empreendimentos são beneficiados pelo Programa de Incentivo às Fontes Alternativas (Proinfa). Co-combustão Aspectos da co-combustão da biomassa No processo de co-combustão, a biomassa é queimada juntamente com outro combustível. Normalmente, usinas que queimam o carvão mineral como combustível substituem parte desse material por biomassa. A co-combustão é uma das técnicas mais vantajosas para utilização da biomassa e redução do uso de combustíveis fósseis. Entre as principais vantagens, podemos destacar o baixo custo e a redução das emissões de CO2, SOX e NOX pela combustão e redução das emissões de CH4, NH3, H2S e outros gases resultantes da decomposição anaeróbia da biomassa. Além disso, a co-combustão da mistura de carvão e biomassa oferece também como vantagem o aumento da participação de fontes renováveis na geração de energia (SAHU; CHAKRABORTY; SARKAR, 2014). Quanto maior a proporção de biomassa, menor a emissão de gases de efeito estufa (GEE). Contudo, a co-combustão de misturas de carvão-biomassa apresenta os melhores resultados para um máximo de 20% em massa de biomassa. Estima-se que a utilização de 10% de biomassa na co-combustão com o carvão mineral poderá reduzir de 45 a 450 milhões de toneladas as emissões de CO2 até 2035 (SAHU; CHAKRABORTY; SARKAR, 2014). A co-combustão da biomassa é uma das melhores formas de se aproveitar esse tipo de material. Além de utilizar uma fonte renovável de energia, a co-combustão gera economia, tendo em vista o menor preço da biomassa em relação ao combustível principal do processo, e reduz a emissão de CO2, por reduzir a queima de combustíveis fósseis. A pirólise da biomassa Processo de pirólise A pirólise consiste em um processamento no qual a fonte de biomassa tem uma queima controlada, em ausência ou com baixa quantidade de oxigênio. Esse processamento por meio do calor provoca a quebra das moléculas maiores de biomassa em moléculas menores, resultando também em óleos e coprodutos com um potencial energético mais elevado que a fonte original da biomassa. Exemplo Um exemplo de pirólise é a produção do carvão vegetal: a madeira é queimada de forma controlada em fornos fechados, com baixa admissão de oxigênio. O carvão vegetal tem um poder calorífico mais elevado que a madeira original. Esse processo de pirólise para a produção de carvão vegetal é demorado, podendo ser processado ao longo de horas ou dias, com uma taxa de aquecimento muito lenta. Embora represente uma boa alternativa como combustível que aproveita a biomassa, a produção de carvão vegetal no Brasil pelo processo de carbonização tem gerado o desmatamento em extensas áreas de florestas nativas, além de utilizar mão de obra em condições análogas à da escravidão, principalmente em regiões rurais e menos favorecidas do país. Fornos para a produção de carvão vegetal: pirólise lenta da madeira. Um processo de pirólise adequadamente controlado, com variação da taxa de aquecimento um pouco mais elevada do que na carbonização e com menor tempo de processo (entre 5 e 30 minutos), pode gerar mais do que um produto. A pirólise da madeira em ambiente com pouco oxigênio, com temperaturas na faixa de 600°C, durante no máximo 30 minutos, gera gás combustível, biocarbono (biochar)e bio-óleo combustível. Veja a imagem a seguir para entender melhor: Processamento de biomassa por pirólise. Produtos obtidos por pirólise de biomassa O processo de pirólise gera, além de produtos sólidos, alguns combustíveis líquidos e gás combustível. Vamos conhecer alguns dos produtos da pirólise da madeira. Queima do carvão vegetal para obter energia. Carvão vegetal O carvão vegetal é um combustível sólido obtido após o processo lento de pirólise da madeira. Utilizado principalmente como combustível em aquecedores, em churrasqueiras e fogões a lenha, ou seja, como uma fonte primária para fornecimento de energia. O carvão vegetal também pode ser utilizado em siderurgia e na forma de carvão ativado em Medicina ou como adsorvente de substâncias químicas. Biocarbono (biochar) utilizado para aumento da produtividade agrícola. Biocarbono (biochar) O termo biochar ou biocarbono refere-se ao carvão vegetal produzido pelo processo de pirólise com o objetivo de aumentar a fertilidade dos solos. Esse material tem sido pesquisado e utilizado como um corretivo do pH do solo com capacidade de aumentar a produção agrícola. Bio-óleo obtido através de processo de pirólise. Bio-óleo O bio-óleo é um líquido negro e viscoso, utilizado como fonte primária de energia ou fonte combustível para processos de geração de energia. Além da aplicação como combustível, o bio-óleo pode ser utilizado como substituto de resinas fenólicas e flavorizante para o aroma defumado na indústria alimentícia. Retirada de gás de um aterro sanitário. Biogás de pirólise O termo biogás também é empregado para o gás obtido nos aterros sanitários. Aqui estamos nos referindo ao gás combustível gerado por processo de pirólise, também identificado como biogás em alusão à sua origem orgânica. O gás é composto por CO, CO2, hidrogênio e hidrocarbonetos de baixa massa molar (FÉLIX et al., 2017). Parte dos compostos presentes são inflamáveis, garantindo a utilização do gás como combustível. O processo de gasei�cação da biomassa Etapas do processo O processo de gaseificação da biomassa gera um gás denominado gás de síntese (syngas). Esse gás contém principalmente moléculas de H2 (gás hidrogênio) e de CO (monóxido de carbono). O processo possui uma etapa de pirólise com parâmetros de temperatura e taxas de aquecimento ajustados para que haja a volatilização de compostos presentes na biomassa. Além dessa etapa, outras fases do processo levam a uma quebra e reação dos compostos presentes a partir de uma série de reações químicas. O gás é gerado ao final. As condições de temperatura e de processamento variam de acordo com a biomassa utilizada e com o tipo de reator. De modo geral, podemos dividir um processo de gaseificação de biomassa em quatro etapas: Secagem Nessa etapa, ocorre o aquecimento da matéria- prima que tem como finalidade diminuir o teor de umidade presente no material. Pirólise Nessa etapa, ocorre o aquecimento da biomassa em temperaturas mais elevadas e com baixa quantidade de oxigênio, com o objetivo de promover a vaporização dos compostos voláteis presentes. Os voláteis gerados possuem hidrocarbonetos gasosos, vapor de alcatrão, monóxido de carbono, hidrogênio, vapor d’água e outras substâncias em menor quantidade, dependendo da biomassa utilizada. Combustão Nessa etapa, ocorre a combustão necessária ao processo a fim de fornecer energia para sustentar as demais etapas da gaseificação. Há uma queima do material, utilizando em alguns projetos o próprio gás gerado, em presença de oxigênio. Obtenção do gás de síntese (syngas) Nessa fase, ocorre uma série de etapas reacionais em que é obtido um gás combustível resultante da transformação do carbono, dos hidrocarbonetos voláteis e do vapor d’água. Esse gás possui principalmente hidrogênio molecular (H2) e ó id d b (CO) A i ã í i Observe abaixo um diagrama de obtenção de gás de síntese a partir da etapa de pirólise da biomassa. Diagrama de obtenção do gás de síntese. Processo de Fischer-Tropsch (FT) para transformação do gás de síntese Na década de 1920, os cientistas alemães Franz Fischer e Hans Tropsch desenvolveram um processo, baseado em uma série de reações com as moléculas pequenas do gás de síntese (CO e H2), capaz de produzir moléculas maiores de hidrocarbonetos líquidos, ceras e sólidos. Combustível sintético. A partir da evolução do processo FT, é possível produzir combustíveis sintéticos alternativos, como gasolina, diesel, querosene e moléculas mais complexas com elevados pesos moleculares. Os produtos obtidos monóxido de carbono (CO). A composição química e os percentuais de moléculas presentes dependerão do tipo de projeto do gaseificador e da biomassa utilizada. dessa forma têm origem em biomassa, sendo, portanto, menos nocivos ao meio ambiente do que seus equivalentes derivados do petróleo. Reações do processo FT Veja a diferença entre a produção de parafinas e olefinas: Para�nas A utilização de moléculas de CO, com uma quantidade de moléculas de H2, produz moléculas de alcanos, também conhecidos como parafinas. Ole�nas Para uma relação de moléculas de CO com de moléculas de H2 haverá a obtenção de moléculas de alcenos, também conhecidos como olefinas. A imagem a seguir mostra um diagrama de obtenção de combustíveis a partir do processo FT: n 2n + 1 n 2n Produção de combustíveis sintéticos líquidos pelo processo FT. Decomposição anaeróbica de resíduos para produção de biogás Decomposição de material orgânico em aterros sanitários A decomposição do material orgânico em aterros sanitários gera um gás com elevado potencial energético, denominado biogás. O conteúdo do gás produzido é principalmente metano (CH4). Um aterro sanitário funciona de forma parecida a um reator biológico. A decomposição anaeróbica gera, além do metano, outros gases, como o CO2. Todo esse metano produzido não pode ser liberado para a atmosfera, em virtude de seu elevado potencial como gás gerador de efeito estufa. O gás recolhido é tratado, purificado e encaminhado para utilização como fonte de combustível. Importante salientar que o poder calorífico do gás gerado é bastante superior ao material orgânico original. Produção de gás metano em aterro sanitário na Itália. Produção de gás combustível por decomposição de excrementos de gado Uma rota de transformação energética importante é a decomposição anaeróbica dos excrementos de gado para a geração de biogás. Cabe salientar que o esterco gerado e deixado nos pastos ou tratado de forma inadequada produz metano, que chega diretamente até a atmosfera, contribuindo de forma acentuada para o efeito estufa. As modernas fazendas agropecuárias recolhem os dejetos gerados pelos animais e direcionam o material para tratamento em biodigestores. O gás gerado é tratado, purificado e encaminhado para a geração de energia, como fonte de combustão, fonte de calor em sistemas de aquecimento ou para produção de energia elétrica. Biodigestão de esterco de gado: rota para produção de energia. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 A pirólise da biomassa produz mais de um tipo de material ao final de seu processo. Em um reator para pirólise ocorrem vários processos que incluem a secagem do material e a combustão controlada de forma a produzir as substâncias adequadas para posterior aproveitamento energético. Assinale a alternativa correta acerca do processo de pirólise. A Produz essencialmente carvão vegetal com elevado poder calorífico, tendo em vista a combustão da biomassa com elevada concentração de oxigênio no interior do reator pirolítico. B De acordo com o ajuste dos parâmetros de processo, que ocorre com baixa concentração de oxigênio, a pirólise rápida produz gás combustível, bio-óleo e biochar. Parabéns! A alternativa B está correta. O processo de pirólise rápida volatiza os hidrocarbonetos que, ao resfriarem, geram o bio-óleo. Alémdisso, é gerado gás de síntese e um resíduo de carbono sólido, denominado biochar (ou biocarbono), utilizado como fertilizante e corretor de características físico- químicas do solo. Questão 2 Uma importante rota de transformação energética da biomassa é o processo de gaseificação. Além da gaseificação, o gás de síntese produzido pode sofrer uma transformação química a partir do processo FT. Assinale a alternativa correta acerca da gaseificação e do processo. C Os produtos obtidos no processo pirolítico apresentam um potencial calorífico menor do que a biomassa que os origina, mas oferecem uma combustão mais limpa. D O processo de pirólise deve ser sempre seguido por um processo de decomposição anaeróbica dos produtos, como forma de elevar o poder calorífico dos materiais. E O processo de pirólise para a produção de carvão vegetal no Brasil é uma das práticas mais sustentáveis, tendo em vista que utiliza somente madeira de reflorestamento. A O gás de síntese possui moléculas de longa cadeia que são quebradas pelo processo FT. B O gás de síntese possui moléculas de longa cadeia que sofrem combustão pelo processo FT. Parabéns! A alternativa D está correta. O processo FT produz principalmente alcanos e alcenos, que são a base dos combustíveis sintéticos. Esse processo usa como fonte o gás de síntese, obtido do processo de gaseificação de biomassa e que contém essencialmente monóxido de carbono (CO) e gás hidrogênio (H2). 3 - Tecnologias e sistemas de produção de energia a partir de biomassa Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar tecnologias e sistemas de produção de energia a partir de biomassa. C O gás de síntese possui moléculas de longa cadeia que passam por destilação e condensação pelo processo FT. D O gás de síntese possui essencialmente monóxido de carbono e gás hidrogênio que originam moléculas de longa cadeia pelo processo FT. E O gás de síntese possui moléculas de cadeia curta que são reduzidas a monóxido de carbono e hidrogênio pelo processo FT. Vamos começar! Tecnologias para obtenção de energia a partir da biomassa Assista ao vídeo a seguir para conhecer os principais pontos que serão abordados neste módulo. Usinas termoelétricas e a biomassa Tecnologias que utilizam as diferentes rotas de transformação da biomassa A biomassa é uma fonte importante de energia. O aproveitamento de boa parte do potencial energético da biomassa é realizado a partir de diferentes tecnologias e sistemas. Comentário Nesse ponto, vamos abordar as tecnologias utilizadas em alguns processos e rotas de transformação energética de biomassa. Vimos que inúmeras rotas são capazes de aproveitar a energia da biomassa. Essas rotas representam diferentes tecnologias para que o processamento da biomassa seja capaz de liberar energia para o consumidor. Veja, a seguir, as tecnologias que utilizam as diferentes rotas de transformação da biomassa para fins energéticos. Tecnologias para a combustão da biomassa São as usinas termoelétricas a biomassa. Tecnologias para a co-combustão da biomassa São usinas e processos energéticos que queimam a biomassa juntamente com outros combustíveis, normalmente de origem fóssil. Tecnologias para a pirólise de biomassa São os processadores de biomassa que promovem a combustão controlada em ausência ou em baixa quantidade de oxigênio, gerando diferentes produtos com conteúdo energético mais elevado que a biomassa. Tecnologias para a gasei�cação da biomassa São os reatores capazes de produzir gás combustível a partir da biomassa. O uso mais direto e mais antigo para a biomassa como fonte de energia é a sua combustão direta. A queima da biomassa fornece o calor necessário para a geração de vapor ou para suprir as demandas energéticas de outras máquinas térmicas. As usinas geradoras de eletricidade por fonte térmica são chamadas de termoelétricas. A biomassa vem sendo utilizada como uma importante fonte de combustível para as termoelétricas. Vamos olhar um pouco mais de perto essa tecnologia para a geração de eletricidade. Funcionamento de uma termoelétrica O princípio do funcionamento de uma termoelétrica é o mesmo, seja ela alimentada por biomassa seja por combustível fóssil. Outra classe de usinas termoelétricas são as usinas nucleares, que têm o mesmo princípio, mas com a energia sendo fornecida por processo de fissão nuclear, não por combustão. Tradicionalmente, nas termoelétricas, funcionam da seguinte maneira: Observe a imagem para entender melhor esse processo: Termoelétrica por queima de combustível. Biomassa nas usinas termoelétricas Sendo um material combustível, a biomassa tem sido utilizada como fonte de energia para alimentar usinas termoelétricas. Etapa 1 A fonte de combustível libera calor utilizado para aquecer e vaporizar um fluido, normalmente água. Etapa 2 O vapor d’água é direcionado para turbinas geradoras de eletricidade, transformando sua energia térmica em energia cinética. Etapa 3 A rotação das turbinas pelo vapor converte a energia cinética em energia elétrica. Saiba mais No Brasil, o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas (Proinfa) financia projetos de termoelétricas que utilizam esse tipo de combustível. Um tipo de biomassa bastante recorrente para esse fim é o bagaço de cana-de-açúcar, em virtude de sua abundância como resíduo da indústria do álcool e açúcar, além de seu poder calorífico. A utilização do bagaço de cana também resolve um problema de produção de resíduo, que nesse caso é bem aproveitado para fins de geração de energia. Usina termoelétrica a biomassa no Brasil. Processos de co-combustão de biomassa Co-combustão de biomassa nas indústrias Os processos de co-combustão de biomassa, para a geração de eletricidade, ocorrem em plantas termoelétricas que têm o mesmo princípio de funcionamento dos processos que utilizam somente biomassa. A vantagem da co-combustão é o de substituir (em parte) os combustíveis não renováveis utilizados em termoelétricas. Além da utilização em termoelétricas, existem vários processos industriais que necessitam de uma fonte de calor primária e que podem ser sustentados por uma co-combustão de biomassa. Entre esses processos, temos: Caldeiras ou geradores de vapor. Processos de secagem de materiais cerâmicos. Processos de moldagem de polímeros. Processos de fundição de metais. Variados tratamentos térmicos. Produção de vidro. Produção de alimentos. Na imagem a seguir, veja um desses processos: Queima de carvão com biomassa para fornecer energia na forma de calor. As caldeiras são equipamentos geradores de vapor destinados à produção de vapor com a pressão superior em relação à pressão atmosférica, utilizando alguma fonte de energia. Esse vapor é utilizado nas indústrias para movimentar máquinas térmicas e gerar calor. As caldeiras são responsáveis pela transferência da energia armazenada nas fontes de combustíveis para a água e, posteriormente, para a sua finalidade. Importante salientar que a co-combustão também pode utilizar gás de síntese, que é um produto da transformação energética da biomassa, para a geração de energia em conjunto com outros combustíveis. Caldeira de vapor por carvão mineral pode utilizar co-combustão de biomassa. Tecnologia para a pirólise de biomassa Reatores para a pirólise da biomassa No processo de pirólise, a queima controlada da biomassa em um reator com baixa admissão de oxigênio gera gás combustível, hidrocarbonetos líquidos e material sólido (biocarbono ou biochar), materiais com conteúdo energético superior à biomassa. Diferentes concepções de reatores são utilizadas para a aplicação do processo de pirólise, tendo como produtos, de forma geral, um gás combustível, o bio-óleo e um resíduo de carbono, o biochar. O fluxo geral do processo de pirólise pode ser representado pela imagem a seguir: Processo geral de pirólise de biomassa. Existem diferentes designs de reatores para o processo de pirólise debiomassa. Reator de leito �uidizado borbulhante É quando são formadas bolhas de gás de processo em contato com um leito fluido de material sólido. Reator de leito �uidizado circulante É quando as partículas de biomassa e os gases do processo circulam como um fluido no interior do reator. Cone rotativo É quando a biomassa reage no interior do reator cônico aquecido. Pirólise ablativa É quando a biomassa é comprimida contra discos rotativos aquecidos, gerando os produtos da pirólise. Reator de mistura de “duplo parafuso” É quando a biomassa é misturada no interior de um reator por um sistema semelhante a um parafuso duplo. Pirólise a vácuo É quando o processo de pirólise ocorre no interior de um reator a vácuo. Observe o esquema de um reator de leito fluidizado borbulhante utilizado no processo de pirólise: Reator de pirólise de leito fluidizado borbulhante. A imagem a seguir mostra o conceito do processo por pirólise ablativa: Pirólise ablativa. O princípio do processo de pirólise por cone rotativo está representado na imagem abaixo: Pirólise por cone rotativo. Reatores para a gasei�cação da biomassa Tipos de processos para gasei�cação Uma importante rota energética para a transformação da biomassa é a gaseificação. Nesse processo, a biomassa é transformada em gás combustível, normalmente denominado por gás de síntese ou syngas. Existem diferentes processos para a gaseificação da biomassa. Essa tecnologia vem evoluindo bastante, embora mantenha os princípios básicos do processo, qualquer que seja o tipo de reator utilizado. O processo de gaseificação pode ser realizado em diferentes processos, levando a resultados diferentes quanto à composição do gás produzido. A escolha do reator leva em consideração o tipo de matéria-prima a ser utilizada, as condições operacionais, a composição desejada do gás resultante e os custos de produção envolvidos. Os reatores para gaseificação podem ser classificados de acordo com diferentes critérios (RENDEIRO et al., 2008): Quanto ao suprimento de calor para o reator Existem dois tipos de reator de acordo com a fonte: Fonte interna – Parte de biomassa é queimada dentro do reator para gerar calor. Fonte externa – Calor produzido externamente ao reator e introduzido via trocador de calor. Existem dois tipos de reator de acordo com a pressão: Pressurizados – Pressão interna muito superior à pressão atmosférica. Atmosférico – Pressão interna levemente abaixo da pressão atmosférica. Existem três tipos de reator de acordo com o suprimento: Com suprimento de ar. Com suprimento de oxigênio. Com suprimento de vapor de água. Existem três tipos de reator de acordo com o arranjo: Leito fixo – A biomassa fica apoiada numa grelha. Leito fluidizado – Biomassa fica em suspensão. Reagentes pré-misturados – Biomassa e oxidante são misturados previamente e, então, injetados no reator. Quanto à pressão interna do reator Quanto ao suprimento de oxidante Quanto ao arranjo do reator Parâmetros como a composição da biomassa, teor de umidade em base úmida (%bu), teor de enxofre ou de outros contaminantes, o teor de cinzas em base seca (%bs), a massa específica aparente e a granulometria influenciam na escolha do reator mais adequado para a gaseificação. A tabela a seguir mostra os parâmetros adequados para cada tipo de reator (RENDEIRO et al., 2008). Tipo de gaseificador Extração por baixo Extração por cima Leito fluidizado R m Tamanho (mm) 20-100 5-100 10-100 Teor de umidade (%bu) <20% <50% <40% Teor de cinzas (%bs) <5% <15% <20% Massa específica aparente (kg/m3) >500 >400 >100 Temperatura de fusão da cinza (°C) >1.250 >1.000 >1.000 Tabela: Requisitos para biomassa para diferentes tipos de gaseificadores. Rendeiro et al. (2008). Reatores de leito �xo para gasei�cação da biomassa Os reatores de gaseificação com leito fixo possuem uma grelha porosa que acomoda a biomassa. Por meio dessa grelha, os gases, tanto externos quanto os voláteis, da biomassa podem fluir livremente. Veja a seguir os quatro tipos de retirada de gás em um reator de gaseificação por leito fixo. Updraft Extração do gás por cima da biomassa. Downdraft Extração de gás por baixo da biomassa. Cross draft Extração de gás na secção transversal. Multiestagiado Reator de gaseificação multiestagiado A imagem a seguir mostra um reator de leito fixo com retirada do gás produzido por baixo (downdraft). Reator de leito fixo com retirada de gás de síntese na parte inferior. Reatores de leito �uidizado para gasei�cação da biomassa A fluidização otimiza o contato entre as partículas sólidas de biomassa e os gases. A circulação, a mistura e as taxas de reação são melhoradas, assim como o processo de transferência de calor. Esse tipo de reator também aceita uma faixa mais ampla de granulometria da biomassa, podendo operar até mesmo com pó de biomassa. Os reatores de leito fluidizado operam de forma aproximadamente isotérmica, com temperaturas na faixa de 700°C a 900°C. Existem dois tipos principais de reatores de leito fluidizado: leito borbulhante e leito circulante. As imagens a seguir mostram a configuração de um reator de leito borbulhante e de um reator de leito circulante. Reator de leito borbulhante. Reator de leito fluidizado circulante para gaseificação da biomassa. Veja, na imagem a seguir, uma planta de gaseificação de biomassa. Planta de gaseificação de biomassa. Geração de energia a partir do gás de síntese e do bio-óleo Uso do bio-óleo para a geração de energia Vimos que a pirólise da biomassa gera como produtos o gás de síntese, bio-óleo e o biochar. A gaseificação produz gás de síntese. O gás de síntese e o bio-óleo são fontes mais energéticas que a biomassa que os origina. A partir desses dois materiais podemos gerar energia na forma de calor ou na forma de eletricidade. O bio-óleo pode ser utilizado como fonte de combustão para a geração de calor ou pode alimentar processos para a geração de eletricidade em usinas termoelétricas. O uso de bio-óleo em substituição aos derivados de petróleo em algumas aplicações pode reduzir de forma significativa a emissão de CO2. Para a geração de energia elétrica, o bio-óleo pode ser fonte energética para gerar vapor ou para a aplicação em turbinas a gás. Veremos essas formas de geração mais adiante, quando abordarmos o aproveitamento do gás de síntese. Uso do gás de síntese para geração de energia A produção de calor e de energia elétrica com a utilização do gás de síntese é possível através da queima dessa substância, da mesma forma como ocorre com o bio-óleo. São utilizados arranjos e equipamentos que incluem turbinas, compressores, queimadores, geradores, trocadores de calor e outros com o objetivo de aumentar o rendimento termodinâmico. Um ponto importante a se destacar é que o gás de síntese é uma tecnologia antiga. Na década de 1920, foi inventado o aparelho para a produção de gás combustível. Esse aparelho, o gasogênio (gerador de gás), que teve significativa importância durante a Segunda Guerra Mundial, fornecia gás de síntese como fonte de energia até mesmo para automóveis. Automóvel movido a gás de síntese com gasogênio acoplado. A conversão do gás de síntese em eletricidade pode ser realizada pelos geradores a vapor, uma forma mais tradicional e normalmente utilizada em termoelétricas ou mais recentemente a partir de turbinas a gás geradoras de eletricidade. As turbinas geradoras a gás têm uma eficiência de conversão mais elevada e vêm se tornando o principal equipamento para a geração elétrica a partir do gás de síntese. Nas turbinas a gás, o fluido de trabalho é uma mistura dos gases da combustão da fonte combustível. Nesse caso, a fonte é o gás de síntese. Atenção! O termo turbina a gás não se refere ao estado do combustível, mas ao fluido de trabalho. Assim, a turbina pode ser alimentada por combustíveis sólidos, líquidos e gasosos. A rotação da turbina, implementada pelo gásde trabalho, é responsável pela geração de eletricidade. Veja a diferença entre as turbinas a vapor (menos eficientes) e as turbinas a gás nas imagens a seguir. Turbina a vapor. Turbina a gás para a geração de eletricidade: maior eficiência. Em plantas de geração mais modernas, é possível combinar a geração de eletricidade por turbina a gás e por turbina a vapor. Nesse caso, o calor gerado pela operação da turbina a gás é utilizado para a geração de vapor que irá movimentar a turbina a vapor. Nas plantas combinadas, a movimentação da turbina a gás pode ser por queima de gás de síntese. Geração combinada de eletricidade: turbina a gás e turbina a vapor. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 O aproveitamento de energia da biomassa se dá através de diferentes processos e tecnologias. A combustão e a co-combustão são as formas mais diretas e tradicionais de aproveitamento de energia dessas fontes. Assinale a seguir a alternativa correta acerca da tecnologia para a combustão e co-combustão. A Os processos de combustão e de co-combustão exigem tecnologias totalmente distintas, com a combustão sendo empregada para a geração de vapor em termoelétricas e a co-combustão sendo empregada como fonte de calor em boilers. Parabéns! A alternativa C está correta. As formas de aproveitar a energia por combustão e por co- combustão são semelhantes, utilizando essencialmente os mesmos equipamentos, tanto para geração de calor quanto para a geração de eletricidade em usinas termoelétricas. Na co- combustão a queima da biomassa ocorre em conjunto com outro combustível, normalmente de fonte fóssil. Questão 2 B Os processos de combustão e de co-combustão exigem tecnologias semelhantes, como a geração de eletricidade em termoelétricas, com a diferença de a co-combustão estar sempre associada a um processo de pirólise. C Os processos de combustão e de co-combustão exigem tecnologias semelhantes, como a geração de eletricidade em termoelétricas, com a diferença de a co-combustão estar sempre associada à queima da biomassa com outra fonte de combustível. D Os processos de combustão e de co-combustão exigem tecnologias distintas, com a combustão sendo utilizada somente para a geração de calor como fonte primária e a co-combustão para a geração de eletricidade. E Os processos de combustão e de co-combustão exigem tecnologias distintas, com a combustão sendo utilizada somente para a geração de calor como fonte primária e a co-combustão para a geração de energia a partir da queima com baixa concentração de oxigênio no reator. Uma interessante opção para a geração de eletricidade são as turbinas geradoras a gás. Essa tecnologia opera de forma semelhante aos geradores tradicionais a vapor nas termoelétricas, mas apresenta algumas particularidades. Assinale a seguir a alternativa correta acerca dos geradores elétricos por turbina a gás. Parabéns! A alternativa A está correta. As turbinas a gás operam com os gases de combustão, podendo usar combustíveis líquidos, gasosos e até sólidos como fonte de energia. Essa tecnologia é bastante aplicada, tendo como fonte o gás de síntese como combustível. A Apresentam maior eficiência energética, sendo o fluido de trabalho originado dos gases de combustão da fonte de energia. B Apresentam maior eficiência energética, sendo o fluido de trabalho o próprio gás combustível injetado no equipamento. C Apresentam menor eficiência energética que as turbinas a vapor, mas têm custo de operação muito menor. D São equipamentos que só podem operar utilizando fonte de combustível gasoso, fato que nomeia o processo. E Trata-se de uma tecnologia nova e que ainda está em fases de estudo, apresentando como desvantagem, o menor aproveitamento de energia no sistema de geração. 4 - O uso de resíduos sólidos para �ns energéticos Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar o uso de resíduos sólidos para �ns energéticos: aterros sanitários, combustão, gasei�cação e pirólise. Vamos começar! Geração de energia a partir de aterros sanitários e por outros processos de tratamento de lixo Assista ao vídeo a seguir para conhecer os principais pontos que serão abordados neste módulo. A disposição e o aproveitamento dos resíduos sólidos Disposição de resíduos em aterro sanitário A disposição adequada do lixo é um desafio, tendo em vista a enorme variedade de resíduos, em suas diferentes composições, produzida pela sociedade. As iniciativas de reciclagem são empregadas para permitir, essencialmente, a reutilização desses materiais. Projetos de reciclagem adequados buscam transformar a economia linear em uma economia circular. Veja: Economia circular Economia linear Além de reutilizar material em processos de reciclagem, a maior parte dos resíduos sólidos urbanos acaba sendo depositada em aterros sanitários. Quando concebido de forma adequada, os aterros podem ser fontes de geração de energia, em virtude da presença de resíduos orgânicos que podem ser transformados em potenciais fontes energéticas. Outros tratamentos de resíduos sólidos urbanos, utilizando a gaseificação e a pirólise, também são importantes como processos geradores de produtos energéticos. Comentário Nesse ponto, vamos analisar a geração de energia em aterros sanitários ou por outros processamentos de resíduos capazes de aproveitar o seu potencial energético. A construção de um aterro para a disposição dos resíduos sólidos deve respeitar algumas normas para que não haja problemas ambientais associados. Na construção de um aterro, devem ser respeitadas distâncias do depósito formado em relação aos lençóis freáticos e cursos d’água. A vegetação do terreno que receberá o aterro deve ser totalmente retirada; e o leito onde o resíduo será depositado, impermeabilizado por mantas aplicadas sobre o solo. Também deve haver impermeabilização na superfície do aterro, para evitar a contaminação do solo e da água. De forma mais tradicional, um aterro pode ser construído através do empilhamento dos resíduos, formando depósitos em formato de colinas. Aterro sanitário por empilhamento de resíduos. Outra abordagem para a construção de um aterro é a utilização de valas para a acomodação dos resíduos. Impermeabilização de vala para depósito de resíduos em aterro sanitário. A decomposição dos resíduos orgânicos gera o chorume, um líquido tóxico que deve ser adequadamente armazenado e tratado, além de gás, também denominado biogás. Esse biogás é composto principalmente por metano (CH4). Incineração de resíduos sólidos Outra solução adotada para a questão do lixo gerado nas cidades é a sua utilização como fonte de combustível em usinas para a geração de eletricidade. Essas usinas recebem uma denominação atual de usinas verdes. Operacionalmente, como os resíduos sólidos são bastante heterogêneos, é necessária uma triagem dos materiais mais adequados para a combustão. Essas usinas normalmente operam com outras fontes de energia, como combustíveis fósseis ou gás para manter o regime térmico adequado para a geração de energia. Usina de incineração de resíduo sólido. Processos de pirólise e de gasei�cação Resíduos sólidos que se constituem fontes de carbono como plásticos, polímeros e derivados de petróleo, além, claro, de biomassa podem passar por processos de pirólise e de gaseificação para gerar líquidos combustíveis (bio-óleo), gás de síntese e biochar. Veremos em mais detalhes esse tipo de processamento de resíduos para a geração de produtos com elevado poder energético agregado. Interior de um reator de pirólise de resíduos sólidos. Geração de energia a partir de aterros sanitários Resíduos orgânicos e a produção de biogás A geração de gás combustível em aterros sanitários pode ser aproveitada para a geração de energia. Esse gás, constituído principalmente por metano, tem um potencial de contribuição para o efeito estufa muito mais acentuado queo CO2. Dessa forma, essa substância não pode ser liberada para o ambiente. Seu aproveitamento como fonte de energia é uma prática ambientalmente responsável e que mitiga, em parte, os impactos de um aterro sanitário. Um aterro de resíduos sólidos pode ser considerado um reator biológico. As principais entradas são os resíduos e a água, e as principais saídas são os gases e o chorume. A decomposição da matéria orgânica ocorre por dois processos: a decomposição aeróbia, que acontece normalmente no período de deposição do resíduo; e, posteriormente, a decomposição anaeróbica, proveniente da redução do CO2 presente nos resíduos (PIÑAS et al., 2016). O gás de aterro é composto por vários gases, sendo alguns em grandes quantidades, como o metano e o dióxido de carbono, e outros em pequenas quantidades (traços). Os gases presentes nos aterros de resíduos incluem metano (CH4), dióxido de carbono (CO2), amônia (NH3), hidrogênio (H2), gás sulfídrico (H2S), nitrogênio (N2) e oxigênio (O2). O metano e o dióxido de carbono são os principais gases originários da decomposição anaeróbia dos compostos biodegradáveis dos resíduos orgânicos. A distribuição exata do percentual de gases variará conforme o tempo de existência do aterro (PIÑAS et al., 2016). O gás gerado é retirado por tubulações enterradas no leito de decomposição dos resíduos e que chegam à superfície do aterro sanitário. Anaeróbia O mesmo que anaeróbico: organismo que cresce e se reproduz em ambiente sem a presença de O2. Planta de produção de biogás em aterro sanitário na Sicília, Itália. Na superfície, esse gás é tratado para retirar substâncias indesejáveis ao processo de geração de energia, como contaminantes contendo enxofre. Após a adequação do gás combustível, a substância é direcionada para os geradores de eletricidade. O fluxo do processo de geração de energia a partir de gás de aterro está mostrado na imagem a seguir. Diagrama de produção de energia elétrica a partir de gás de aterro sanitário A imagem a seguir apresenta uma termoelétrica que utiliza biogás para a geração de eletricidade. Sua concepção geral não difere significativamente de outras usinas termoelétricas que utilizam combustão, a não ser pelo fato de utilizar o gás de aterro como fonte de calor. Termoelétrica a biogás. Geração de biogás além do aterro sanitário Além da geração de gás combustível nos aterros sanitários, a utilização de biodigestores para o tratamento de dejetos de gado bovino e a geração de biogás é uma técnica bastante disseminada em grandes fazendas agropecuárias. A produção desse biogás em fazenda é capaz de suprir parte das demandas de energia da propriedade, dependendo da quantidade de material orgânico produzido e tratado. Produção de biogás pelo processamento do esterco de gado. Você já percebeu que o biogás não é gerado apenas dos resíduos orgânicos do aterro. O processo de biodigestão pode produzir metano também a partir de dejetos de animais em empreendimentos agropecuários e pelo uso de biomassa vegetal. Além de gás, a biodigestão produz um líquido fertilizante que pode ser utilizado para o cultivo de vegetais geradores de biomassa. Fontes de geração e aplicação de biogás obtido por biodigestor. Geração de energia: combustão de resíduos sólidos Incineração de lixo Resíduos sólidos podem também ser utilizados como combustíveis e potenciais fontes de energia para a geração de eletricidade. O lixo utilizado para queima não precisa ser necessariamente biomassa – embora a biomassa presente nos resíduos produzidos pelas cidades seja uma ótima fonte combustível. A incineração de lixo é uma alternativa aos aterros sanitários. Nessas unidades, o lixo produzido por uma cidade ou região passa por secagem, é armazenado e utilizado como fonte de combustível em caldeiras geradoras de vapor. Essencialmente, trata-se de uma termoelétrica que utiliza lixo como fonte combustível. Embora possa haver diferentes problemas na operação das usinas de incineração de lixo, um dos principais desafios para esse tipo de geração é a manutenção do poder calorífico dos resíduos, em virtude da grande heterogeneidade de materiais. Uma solução é o uso consorciado com outros combustíveis, inclusive de origem fóssil. As usinas mais avançadas conseguem manter a geração exclusivamente com o resíduo como combustível, utilizando modernos procedimentos de triagem, secagem e homogeneização dos resíduos. Uma das mais modernas usinas de combustão de lixo fica em Bremen, na Alemanha. A usina de Bremen processa anualmente 550 mil toneladas de lixo, com a geração de 270GWh de energia elétrica e 270GWh de energia térmica utilizada como fonte de aquecimento residencial e industrial. Geração de energia por queima de resíduos sólidos: além da biomassa. Geração de energia: pirólise e gasei�cação de resíduos sólidos Processos de pirólise e de gasei�cação Além da combustão, forma mais direta de obtenção de energia, os resíduos sólidos que são fonte de carbono, mas não necessariamente biomassa, podem passar por processos de pirólise e de gaseificação. O processo de pirólise produz gás, bio-óleo e biochar. Embora bastante utilizada como uma rota energética de transformação de biomassa, a pirólise também é adequada para resíduos que contenham moléculas de carbono em sua composição, como os plásticos e polímeros derivados do petróleo, bastante presentes nos resíduos sólidos urbanos (RSU ou municipal solid waste – MSW). A imagem a seguir mostra a versatilidade do processo de pirólise com os mais diversos materiais. Nesse processo, a pirólise é desenvolvida para produzir, ao final, metano de alta qualidade, após duas etapas de biometanização. Diagrama de pirólise. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 O biogás é uma alternativa para a produção de energia. A decomposição anaeróbica de certos materiais leva a um gás rico em metano, utilizado tanto para a geração de energia térmica quanto para produção de eletricidade em usinas termoelétricas. Assinale a alternativa correta acerca do biogás, em relação à sua produção. Parabéns! A alternativa A está correta. A O biogás rico em metano pode ser produzido principalmente a partir da decomposição dos resíduos orgânicos em aterro sanitário ou em biodigestores de dejetos da criação de gado. B O biogás é produzido a partir dos processos de pirólise e contém, além de metano, o monóxido de carbono e o propano. C O biogás é obtido pela queima controlada de combustíveis fósseis em processos de co- combustão. D O biogás rico em metano é obtido diretamente pelo processo de gaseificação de vegetais lenhosos. E Os principais processos de obtenção direta do biogás são pela decomposição aeróbica de plásticos derivados do petróleo. O biogás rico em metano ocorre pela decomposição anaeróbica de material orgânico depositado nos aterros sanitários, para o caso dos resíduos sólidos urbanos. Na indústria agropecuária, a decomposição de dejetos produzidos pelo gado em biodigestores também é uma importante fonte de produção desse gás. Questão 2 A utilização de lixo urbano como fonte para combustão é uma solução adotada em muitos países desenvolvidos. Nessas usinas, o lixo produzido por uma cidade ou região passa por secagem, armazenamento e finalmente combustão, tornando-se uma importante fonte de energia. Apesar de ser uma solução bastante adequada, existe um problema associado a esse tipo de geração. Assinale a alternativa correta quanto ao PRINCIPAL problema operacional associado à queima de lixo para a geração de energia. Parabéns! A alternativa C está correta. Embora a operação de uma usina de queima de lixo possa apresentar inúmeros problemas de operação, a manutenção uniforme da combustão é um dos maiores desafios nesse processo. Assim, muitas usinas precisam operar com uma mesclagem entre o lixo, que é um material bastante heterogêneo, e A Elevada quantidade de fuligem gerada. B Impossibilidadede queima de lixo úmido. C Material heterogêneo, o que requer uma complementação com combustíveis fósseis em algumas usinas para o processo de combustão. D Geração de uma grande quantidade de gases de efeito estufa. E Custo do transporte do lixo até a usina geradora de energia. fontes de combustíveis fósseis para a manutenção do regime térmico adequado para a geração de energia. Considerações �nais As diferentes formas de biomassa podem ser convertidas em energia a partir de inúmeras rotas. Podem-se destacar a combustão e a co- combustão, processos bastante antigos e utilizados pelo homem. Processos mais modernos, como a pirólise e a gaseificação, conseguem obter produtos ainda mais energéticos do que a biomassa de origem. Esses produtos são ótimas fontes de energia, como o gás de síntese, o bio-óleo e o carvão vegetal. Outra importante forma de obtenção de energia é a produção de gás combustível em aterros sanitários por decomposição anaeróbica dos resíduos orgânicos. Esse gás combustível é bastante rico em metano (CH4). Outra rota importante para a obtenção de gás metano é a decomposição de dejetos de gado nas modernas fazendas agropecuárias, utilizando biodigestores. Podcast Para encerrar, ouça o especialista Bruno Cavalcante di Lello falando sobre os principais tópicos abordados. Explore + Leia o artigo Uso da biomassa para a geração de energia, de André Camara, Anderson Marafon e Antônio Santiago. Pesquise sobre a geração de energia a partir de aterros sanitários no PDE 2030, Biogás/Biometano. Referências AMARAL, M. 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