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No Princípio
Comentário JudaicoMessiânico do Livro de Bereshit
Por Shaul Bentsion Ben Avraham 
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Índice de Comentários
I Bereshit
II Noach
III Lech Lechah
IV Vayerah
V Chayei Sarah
VI Toldot
VII Vayeitzi
VIII Vayishlach
IX Vayeshev
X Mikeits
XI Vayigash
XII Vayechi 
 © 2005 Shaul Bentsion Ben Avraham Grupo Torah Viva
Proibida a venda, modificação, ou impressão em larga escala, sem o prévio consentimento do autor.
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I No Princípio (Bereshit)
Bereshit (Gênesis) 1:1 6:8
1 O RELATO DA CRIAÇÃO
Os primeiros dois capítulos de Bereshit (Gênesis) formam um dos dois principais pilares
fundamentais para um estudo mais profundo da Torah, sendo a visão da carruagem de Ezequiel o
outro pilar. O relato de Bereshit (Gênesis) procede de Dus, atravessando a dimensão espiritual, em
direção ao homem na terra. A visão de Ezequiel é justamente o contrário, do homem na terra,
atravessando a dimensão espiritual, até Dus.
Se alguém tenta fazer uma leitura sequencialmente cronológica de Bereshit, aparecem alguns
"problemas". Por exemplo, em 1:2 vemos que a Ruach Elohim (Espírito de Dus) pairava sobre as
águas. Porém, as águas ainda não haviam sido criadas. No capítulo 1, Adam e Havah parecem terem
sido criados ao mesmo tempo, porém no capítulo 2, Eva é criada logo após Adam. Bereshit (Gênesis)
1:12 mostra vegetação na terra, mas 2:5 diz que não havia vegetação.
Muitas tentativas foram feitas de se conciliar tais passagens, mas se utilizarmos as técnicas judaicas
de interpretação das Escrituras, que têm sido passadas de geração em geração desde os primórdios do
povo, encontramos a explicação no nível SOD (vide artigo sobre como interpretar as Escrituras como
um judeu, disponível nos arquivos do grupo).
2 OS DIFERENTES "MUNDOS" (NÍVEIS DE EXISTÊNCIA)
Em termos bem simples, a criação emergiu de "estágios", cada qual associado a um certo "nível de
existência". Nos estudos judaicos sobre Bereshit, estes níveis de existência são chamados de
"mundos", mas não devemos confundir isto com o nosso conceito ocidental de mundo. Estamos nos
referindo a níveis de existência. O primeiro destes "mundos" estava presente até mesmo antes da
criação (antes de Bereshit / Gênesis 1:1), uma vez que o homem já experimentava um nível de
existência na mente de Dus. Foi a esta imagem na mente de Dus, formada a partir do Filho de Yah
(vide artigo sobre a Natureza de
Dus) que o homem foi formado, mas tratermos disto mais adiante.
Começando com Bereshit (Gênesis) 1:1, vemos que estamos lidando com três destes "mundos" que
se encontram dentro da criação. Podemos distinguílos da seguinte forma:
A O Homem antes de ser colocado no Gan Eden
B O Homem vivendo no Gan Eden 3
 3
C O Homem após ter sido expulso do Gan Eden
3 OS ESTÁGIOS HOMEM
Onde Adam residia antes de Dus colocálo no Gan Eden? O homem antes do Gan Eden (Bereshit /
Gênesis 1:1 até 2:3) não existia no "mundo" físico em que nós vivemos na realidade, ele não tinha
nenhuma "forma" como tal. Isto apenas acontece quando ele é posto no Gan Eden. Mesmo no Gan
Eden, o homem ainda era uma entidade espiritual porém agora ele já tinha uma forma física, porém
não era uma matéria corruptível como a nossa. Ou seja, ele não recebeu este corpo corruptível até ter
sido expulso do Gan Eden no capítulo 3. Pelo nível SOD de interpretação das Escrituras, vemos que
as "roupas" que Dus dá a Adam e sua esposa em Bereshit / Gênesis 3:21 significa os seus corpos
materiais (ao contrário dos corpos incorruptíveis que
tinham no Gan Eden) que seriam necessários para que existissem no mundo físico após terem sido
expulsos do Gan Eden.
A título de curiosidade, a tradição judaica nos mostra que estes quatro "mundos" de existência para o
homem são encontrados em Yeshayahu (Isaías) 43:7: "Todoo que é CHAMADO por Meu nome,
quem Eu CRIEI para Minha glória; Eu o FORMEI, sim, Eu o FIZ."
4 O ADAM KADMON E A IMAGEM DO HOMEM
No início deste estudo dissemos que iríamos explorar a questão da criação do homem mais afundo.
Segundo a Kabbalah judaica (não confundir com a baboseira mística da Madonna), o reflexo dos dez
atributos de Dus (as chamadas Sefirot) utomaticamente geram a "imagem" do Filho de Yah,
também conhecido como Adam Kadmon, o Homem Primordial compare com 1 Coríntios 15:45 em
diante no Brit Chadashá HaTeshuvá.
O Adam Kadmon é o próprio Dus, mas ao mesmo tempo é gerado por Dus (compare com
Yochanan / João 3:16), por ser reflexo da união entre o Pai e a Ruach HaKodesh (vide artigo sobre a
Natureza de Dus).
Agora vamos ver o que diz o Targum (tradução comentada para fins de explicação) de Jerusalém em
Bereshit (Gênesis) 1:27: "E a Memra de Elohim criou o homem à Sua semelhança, à semelhança de
Elohim, Elohim criou, macho e fêmea os criou"
A Palavra `Memra' é a mesma encontrada em Yochanan (João) 1:1 (vide Brit Hadasha Netzari), que
é uma alusão ao Adam Kadmon, o qual é identificado pela própria Kabbalah como sendo o Messias.
Ou seja, eis o que aconteceu, em poucas palavras: o Adam Kadmon é um reflexo de Elohim, e por
isto é o próprio Elohim. A partir do Adam Kadmon, concebeuse a imagem do homem. Por isto o
rabino Sha'ul (Paulo) diz que há um Adam terreno, o qual pecou e pelo qual veio a morte, mas há
também um perfeito Adam celestial, que é Yeshua, o próprio Dus, que veio ao mundo nos trazer a
vida. 4
 4
5 OS TRÊS NOMES DE DUS
Correspondendo aos três "mundos" da criação (o quarto seria a mente de Dus), vemos três
diferentes nomes sendo usados para se referir a Dus nesta Parasha. Antes do Gan Eden, Dus é
chamado pelo nome
Elohim. Durante o tempo em que Adam vive no Gan Eden, Dus é chamado pelo nome combinado
YudHeyVavHey Elohim (normalmente lido como ADONAI Elohim). Subsequentemente ao Gan
Eden, Dus é chamado apenas de YudHeyVavHey.
O nome Elohim é associado aos atributos de justiça e restrição. Tais atributos eram necessários para
"preparar um lugar `fora' da mente de Dus" para que tudo o mais pudesse existir, ao mesmo tempo
em que era necessário dar os limites e regras da criação. O nome combinado YudHeyVavHey
Elohim mostra a harmonia entre os aspectos de justiça e misericórdia de Dus para com relação ao
homem, a qual existia no Gan Eden. Ao pecar e, consequentemente, ferir esta harmonia, o homem
quebrou este equilíbrio e por isto foi expulso do Gan Eden. Uma vez expulso do Gan Eden, o homem
passou a precisar da graça de Dus. O nome YudHeyVavHey então passa a ser usado de forma
exclusiva, indicando que a misericórdia de Dus permeou o mundo físico corruptível, o qual se
realizou após o Gan Eden, permitindo que o mesmo existisse pela provisão de Dus.
6 SEPARANDO A LUZ DAS TREVAS
Em Bereshit (Gênesis) 1:4, Dus "separa" a luz das trevas. Ora, isso é muito difícil de entender
porque só se separa algo que estava previamente junto, e as trevas são justamente a ausência de luz.
Então o que quer dizer Bereshit (Gênesis) 1:4?
No nível SOD de interpretação, o "separar" significa "apontar". Ou seja, esta "luz" que Dus apontou
em meio às trevas é uma luz especial que foi apontada para os justos no Olam Haba (mundo
vindouro) vide Devarim (Deuteronômio 4:41). Quando Yeshua disse era a Luz do mundo
(Yochanan / João 8:12), Ele estava literalmente dizendo que era a salvação apontada por Dus desde
antes da fundação do mundo para que os justos pudessem ter sua parte no Olam Haba (mundo
vindouro). Esse mesmo nivel SOD que estamos utilizando para melhor entender a criação é o que
Yochanan (João) utiliza no princípio de seu Evangelho, pois o Evangelho de fato começou em
Bereshit (Gênesis). Comparecom Yochanan (João) 1:49.
7 A CRIAÇÃO ESPECIAL
Existe uma sutil porém muito importante variação ortográfica no verso 2:7. O termo "criar" (no
hebraico `Yatsar') é normalmente escrito com "YudTzadiReish", tal qual aparece em 2:19.
Contudo, no verso 2:7, quando se aplica à criação do homem, é escrito com
"YudYudTzadiReish" ou seja, com dois "Yud". A sabedoria judaica interpreta esta variação
como sendo indicativo de uma dupla criação do homem, tanto para este mundo quanto para o Olam
Haba (mundo vindouro), após a ressurreição. Este é o primeiro indício de ressurreição encontrado
nas Escrituras, o que aponta claramente para o fato de que o plano de Dus para a ressurreição em
Yeshua foi estabelecido desde antes da fundação do mundo.
Outro fato que nos garante que há existência após a morte física é o fato de quem em Bereshit
(Gênesis) 2:7 Dus sopra a Neshamah (sopro) da vida nas narinas do homem. Isto indica que o 
5
 5
homem existe tanto no "mundo" físico quanto nos "mundos" espirituais.
8 COMENDO DO FRUTO DO BEM E DO MAL
Entendemos que Adam pecou ao desobedecer uma ordem de Dus. Porém, muitos se perguntam o
porquê Dus ter proibido a Adam de "comer da árvore do conhecimento do bem e do mal."
Conhecemos a explicação mais simples e mais direta. Contudo, como nos mostram as próprias
Escrituras, os textos bíblicos frequentemente têm camadas de interpretação.
No Targum Aramaico (Targum Onkelos), que é uma tradução extendida justamente para ser
explicativa, este verso é traduzido literalmente da seguinte forma "&os comedores do qual o fruto
discriminaria entre o bem e o mal." Aqui, "discriminar entre o bem e o mal" é visto com uma
conotação negativa. Para nós, isto faz pouco sentido. Porém novamente a resposta se encontra no
nível SOD. Em poucas palavras, tudo o que vem em nossas vidas é permitido por Dus. A única
"escolha" que temos é como reagimos. Adam se encontrava em um nível superior, o qual só
atingiremos novamente no Gan Eden, mas que mesmo sendo inatingível na terra deve ser tido como
nosso objetivo. Neste nível, Adam encarava tudo o que vinha, quer "bom" quer "mal"
como tendo o mesmo propósito e a mesma fonte tudo vinha de Dus e existia para nos trazer mais
próximos de Dus. Mesmo algo que aparentemente era "mal" tinha um fim "bom". Compare isto
com Romanos 5:35 e com Romanos 8:28. Ao fazer esta discriminação, o homem colocavase
automaticamente em rebeldia contra Dus.
Os versos 3:1 e 3:14 são os primeiros a mencionarem um princípio importante encontrado ao longo
das Escrituras, chamado "midah k'neged midah" (medida por medida). É por isto que vemos que
serpente, por ser a mais astuta (3:1) dentre as criaturas, foi punida por sua transgressão muito mais
severamente do que qualquer outra criatura (3:14). Isto nos demonstra que quanto mais Dus nos dá,
em qualquer área de nossas vidas, mais Ele espera de nós. Compare com Lucas 19.
Muitos passam pelo verso 3:3 de Bereshit (Gênesis) desapercebidamente. Contudo, ele contém uma
importante lição. Repare
que a resposta de Havah à serpente é a de que ela não deveria nem comer nem tocar no fruto da
árvore. Contudo, não foi isto que Dus disse. Dus havia dito a Havah para não comer do fruto.
Segundo a sabedoria judaica, Havah acrescentou às palavras de Dus, e com isto tornouse
vulnerável à serpente (vide Devarim / Deuteronômio 4:2). Este é o perigo de dizermos que Dus
disse algo que não disse, ou de ignorar algo que verdadeiramente foi dito nas Escrituras. Sem a base
da Palavra de Dus, tornamonos vulneráveis.
9 ISRAEL, O MESSIAS E A SERPENTE
Em Bereshit (Gênesis) 3:15, encontramos a famosa frase de Dus que diz que a semente da mulher
feriria a serpente na cabeça, e a mesma em contrapartida o feriria no calcanhar.
Segundo a tradição judaica, a semente da mulher é o Messias. Tanto que no Targum de Jerusalém,
encontramos o verso escrito da seguinte forma: "Mas eles serão curados nos passos (calcanhares) e
nos dias do Rei Messias" 
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Agora, pouco conhecida é a raiz da palavra `calcanhar', que no hebraico é `akev' (AyinKufVav), a
mesma raiz do nome Ya'akov (Jacó), cujo nome foi dado por conta do mesmo ter nascido agarrado
ao calcanhar de seu irmão Esav (Esaú). Sabemos também que muitas vezes a Palavra se refere aos
descendentes de um dos patriarcas pelo nome do patriarca em si. Isto acontece principalmente com
Ya'akov / Israel, que é utilizado exaustivamente para se referir ao povo de Israel.
Percebemos então que, profeticamente, Israel será ferido no conflito entre HaSatan (a serpente) e o
Messias. Já estava profetizado há mais de 5 mil anos! Esta realidade amarga (que, contudo, se
converterá em alegria), pode ser verificada quando examinamos a sangrenta história das
perseguições ao povo de Israel, o povo judeu, ou seja, o povo do Messias.
A medida em que nos aproximamos da consumação dos séculos, HaSatan intensificará sua tentativa
de destruir o povo de Israel. Contudo, sabemos que por mais que o calcanhar seja ferido (muitas
vezes ferido quase que letalmente), no fim dos tempos, Israel e Yeshua, o seu Rei Messias,
prevalecerão! 
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II Noach (Noé)
Bereshit (Gênesis) 6:9 11:32
Deve ser feita a leitura de Gênesis 6:9 a 11:32 antes ou durante o acompanhamento deste estudo:
O Título da Parasha é 'Noach', que é normalmente traduzido como 'Noé', e quer dizer Descanso
1 SEUS ATOS COMO DESCENDÊNCIA
Esta parasha começa em Bereshit (Gênesis) 6:9 com a frase "Esta é a descendência de Noach",
porém não lista nenhum descendente, mas sim começa a uma descrição dos atributos de Noach
(Noé). Tanto que em algumas traduções optouse pela palavra "história" ao invés de "descendência",
mas creio que na
realidade se trata de mais do que apenas uma questão de tradução apropriada. Creio que Dus está
ensinando uma lição valiosa, pois ao listar os atributos de Noach (Noé) como sua descendência,
Dus nos mostra que aquilo que deixamos no mundo não são apenas nossos filhos, mas também os
efeitos de nossos atos de justiça.
2 TUDO É RELATIVO
A Torah diz que Noach (Noé) foi "perfeito em sua geração". Na realidade, a sabedoria judaica diz
que isto não é um exemplo de perfeição absoluta. A palavra "em sua geração" demonstra uma
relatividade, pois se Noach tivesse vivido ao lado de pessoas como Moshe (Moisés) ou Avraham
(Abraão), ele provavelmente não teria recebido este "título". Porém, a geração de Noach havia se
tornado tão corrupta que um homem razoavelmente justo (tal como Noach / Noé) teria sido como
uma pedra preciosa em meio ao carvão. Isto nos
ensina que Dus leva duas coisas em consideração quando nos avalia:
a) O que é dado (tanto espiritualmente quanto materialmente) à pessoa ao nascer;
b) O meio em que vive;
É por isto que o rabino Sha'ul (Paulo) fala em Romanos que os judeus possuem uma "vantagem" em
relação aos outros povos, por terem a Torah desde o berço. Esta vantagem não é uma superioridade
dos judeus, mas sim o fato de que a quem mais é revelado, mais se é cobrado.
3 JUSTIÇA COMO CONSEQUÊNCIA 
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Esta parasha também diz, ao listar os atributos de Noach (Noé), que Noach andava com Dus.
Compare isto com Bereshit (Gênesis) 5:24, onde diz que Henoch andava com Dus e por isto Dus
o levou. Compare ainda com Bereshit (Gênesis) 17:1, onde diz que Avraham andava com Dus.
Compare ainda com Yochanan (João) 13:24, onde aquele que é chamado de discípulo amado é
justamente aquele que se reclinava contra o peito de Yeshua. Isto nos ensina uma valiosa lição: o
nível de retidão e justiça perante Dus corresponde
ao grau de proximidade que esta pessoa tem de Dus. Quanto maior a proximidadee a intimidade,
mais esta pessoa é reta. Isto nos demonstra que não basta só ter atos de justiça, se queremos de fato
viver uma vida de justiça, é necessário nos aproximarmos do Eterno.
4 O PERIGO DA MENTE VAZIA
Uma pergunta paira no ar: O que levou a geração de Noach a ser tão corrupta ao ponto de Dus
têlos destruído?
Segundo a tradição judaica, na época de Noach a humanidade havia evoluido bastante em técnicas de
agricultura. Havia sido inventados instrumentos como o arado, entre outras coisas, que havia
facilitado muito o trabalho do
homem, e por isto o homem tinha muito tempo livre. Existe um ditado popular no inglês que diz "a
mente vazia é o playground do diabo". Segundo a tradição rabínica, foi justamente isto que ocorreu
com aquela geração. O homem passou a ter muito mais tempo livre e, desocupado, acabou se
corrompendo. Isto nos ensina que devemos sempre procurar não ficar à toa. Se você tem tempo
sobrando, use este tempo para se aproximar de Dus.
5 UM PECADO MUITO GRAVE
O passuk (versículo) 6:11 diz que a humanidade se tornou tão corrupta que Dus decidiu destruílos.
Dizse na sabedoria judaica que esta geração era culpada de três grandes pecados: assassinato,
idolatria e imoralidade
sexual (que são justamente os três pecados que, segundo a tradição judaica, um judeu deve preferir a
morte do que cometer). Contudo, a Torah diz que a "violência" foi o pecado que Dus diz a Noach
(Noé) ter sido a "gota d'água" para a destruição daquela geração. Segundo o Talmud em Mas.
Sanhedrin 108a, esta violência é entendida como significar "roubo". Curiosamente, em Apocalipse
9:21 encontramos o "roubo" também como sendo o último pecado listado quando Dus destrói a
terça parte da humanidade.
Numa época em que o roubo parece tão comum até mesmo entre os seguidores de Yeshua, é bom
refletirmos sobre a
gravidade disto aos olhos do Eterno.
6 A NECESSIDADE DE SALVAÇÃO 
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Repare que em Bereshit (Gênesis) 6:14, Dus manda Noach (Noé) fazer um revestimento para a
arca. A palavra utilizada no hebraico possui a mesma raiz de Kippur, que significa expiação. Isto
também nos ensina uma preciosa lição. Se Noach (Noé) tivesse sido obediente em tudo o que Dus o
instruíra, mas não tivesse posto a cobertura na arca, a chuva teria penetrado a arca e eles teriam se
afogado. Semelhantemente, não adianta vivermos uma vida onde obedecemos ao Eterno em tudo o
que podemos, se não tivermos o Kippur, ou seja a expiação pelos nossos pecados, feita pelo sangue
de Yeshua. Se você ainda está dependendo dos seus próprios esforços, pense bem nisto.
7 CONSTRUINDO A ARCA E FALANDO DE DUS
Outra pergunta muito comum quando lemos Bereshit (Gênesis) 6:14 é: Por que Dus ordena que
Noach (Noé) construa a arca? Dus não poderia ter salvo Noach (Noé) e sua família de outra forma?
Até mesmo, de uma forma milagrosa? Por que fazer Noach (Noé) trabalhar durante tanto tempo
sobre a arca?
Segundo o Rabino Yaakov Menken, a resposta está naquilo que Dus esperava que a construção da
arca inspiraria nos outros! Durante os 120 anos que Noach levou para construir a arca, Dus
esperava que as pessoas observassem sua
conduta, e, ao perguntarem a ele o que estava fazendo, pudessem mudar de idéia. Ou seja, a
obediência de Noach serviria como plataforma inicial para que ele pudesse falar de Dus.
Da mesma forma, Dus espera que a nossa obediência a Ele, através da conduta que Ele nos ensinou
tanto na Torah quanto nos Nevi'im (Profetas), Ketuvim (Escritos) e no Brit Hadasha ("Novo"
Testamento), possa ser uma plataforma
inicial para falarmos de Dus. De que adiantaria Noach (Noé) falar do dilúvio se ele não estivesse
fazendo nada a respeito? Da mesma forma, de que adianta querermos falar de Dus se não vivemos
em obediência?
8 A TORAH DE NOACH
Segundo a tradição judaica, Dus primeiramente deu suas instruções contidas na Torah a Adam, que
a passou de geração em geração. Após a escravidão no Egito, Dus precisou dar novamente a Torah
ao povo, tal era o grau de assimilação da cultura egípcia. Nesta parasha, vemos uma informação
muito interessante que confirma o relato da tradição judaica: no capítulo 7, vemos que Noach sabia
distinguir entre animais puros e impuros. De onde vinha este conhecimento de Noach? Da Torah do
Eterno!
9 CASTIGO EXCESSIVO? 
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Em Bereshit (Gênesis) 9:2227, vemos a história de Ham (Cão), e o que ele fez com Noach (Noé). A
princípio, parece um pouco excessiva a maldição de Noach (Noé), comparado com o que o filho fez.
Porém, a expressão no hebraico que é
traduzida como "viu a nudez" indica que ele na realidade teve relações com o pai. Ou seja, foi um
pecado extremamente grave, uma vez que foi uma relação homossexual, incestuosa e o que é ainda
mais grave, abusando da privação dos
sentidos da qual o pai sofrera. Para tal monstruosidade, é compreensível a dimensão da maldição.
10 TAL PAI, TAIS FILHOS
Ainda sobre a história de Ham (Cão), repare que é ele que dá origem aos Kena'ani (cananeus). Logo
em Bereshit 10:19, já vemos que foram os descendentes de Ham (Cão) que fundaram as cidades de
S'dom e Amora (Sodoma e Gomorra), as cidades sexualmente mais sórdidas de já se teve notícia.
Além disto, vemos ainda que Avraham (Abraão), em Bereshit 24:3 faz o servo jurar que não buscará
uma esposa para Yitzchak entre os Kena'ain (cananeus). Lemos ainda em Ezrah (Esdras) 9:1 que os
Kena'ani (cananeus) realizam práticas abomináveis. Isto nos alerta para o fato de que o nosso
comportamento tem direta influência no comportamento de nossos filhos. Como deve ter crescido
Kena'an (Canaã), vendo o pai ter feito o que fez? Será coincidência o povo que veio dele ter sido
sórdido sexualmente? Creio que não. Por isto, temos que ter muito cuidado com aquilo que deixamos
de exemplo para os filhos. Lembremse de que não basta ensinar com palavras, é necessário ensinar
com atos.
11 O ESPÍRITO DE NIMROD
Em Bereshit (Gênesis) 10:8, somos apresentados a Nimrod, de Bavel (Babel/Babilônia), o primeiro
governante poderoso na terra. No passuk (versículo) 10:9, encontramos que Nimrod era um poderoso
caçador perante o Eterno. Mas o que significa ser um poderoso caçador perante o Eterno?
Encontramos a explicação na tradição judaica: Nimrode era um "caçador de homens", ou seja, ele
procurava desviar os homens dos caminhos do Eterno. Sua
megalomania não só foi responsável por isto, mas também por liderar os esforços para criar a famosa
torre de Bavel (Babel/Babilônia), em Bereshit (Gênesis) 11:4, uma tentativa de elevar o homem
acima do Eterno.
Além disto, Nimrod é a mesma pessoa que é chamada no passuk (versículo) 14:1 de Amrafel e,
segundo a tradição judaica, tentou jogar Avraham (Abraão) em uma fornalha. Além disto, este
Nimrode depois passou a ser objeto de culto em Bavel (Babilônia). Elementos deste culto podem ser
encontrados até hoje. Por exemplo, o culto à mãe de Yeshua, feito por algumas pessoas, tem suas
origens no culto a Semíramis, esposa de Nimrode (e considerada mãe de sua "reencarnação"), um
culto pagão abominável aos olhos do Eterno.
Vemos então que Nimrod sempre falhou ao tentar se opor ao Eterno. O destino de Bavel
(Babel/Babilônia), seu reinado, no fimdosdias é o lago de fogo. Portanto, é necessário termos 
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cuidado para não nos associarmos em absoluto a nada que venha de Bavel (Babel/Babilônia).
12 PEDINDO UM SINAL DE DUS
Muitas pessoas atualmente, especialmente dentre os seguidores de Yeshua, pedem a Dus um sinal,
para que possam crer. Infelizmente, temos grupos que até mesmo propõe que tais sinais sejam a
forma que a pessoa deva se achegar
ao Messias, por se maravilhar com o sinal, ao invés de por reconhecimento do seu estado de pecador
e necessidade de salvação. Vemos em 9:12 que Dus dá um sinal de sua aliança com a terra e os
descendentes de Noach, de que não mais viria a destruir a terra. Será este um bom sinal? Se é
necessário tal sinal, é porque os homens novamente se corromperão. Segundo a sabedoria judaica,
para uma geração justa,não seria necessário um sinal, as palavras de Dus bastariam. Contudo, os
sinais são justamente por causa da perversão do homem. Agora, comparemos isto com o que Yeshua
diz em Yochanan (João) 6. É claro que isto não significa que Dus não opere sinais, porém Dus
não quer que dependamos de sinais para crer nEle veja o que Yeshua diz bem claramente em
Yochanan (João) 4:48. O nosso amor e nossa fé nEle devem bastar por Ele ser quem Ele é e por ter
nos dado o que nos deu (vida, amor e vida eterna). Até porque as trevas também são capazes de
operar sinais e prodígios (vide 2 Tess. 2:9). Muitos milagres podem e são realizados em nome do
Messias. Porém, nossa fé tem que estar NO MESSIAS, e não nos milagres.
13 POR QUE YESHUA ESPERA?
Ao verem tanta maldade ao redor deles, muitos se perguntam porque Yeshua não retorna logo e põe
um fim no mal que assola o mundo? Ou ainda, porque Yeshua não retornou antes mesmo de eventos
tais como as cruzadas, a inquisição,
as grandes guerras, o holocausto, etc. O que o faz esperar? A verdade é que tudo está no controle de
Dus, e Dus apesar de saber o destino final das coisas, Dus espera. Mas por que? Porque Dus é
paciente e misericordioso, e
deseja dar ao homem toda a chance de se arrepender e se voltar para Ele. Mesmo sabendo que a
humanidade de um modo geral se voltará contra Ele, Dus ainda é misericordioso. Mas por que?
Porque Dus ama o homem de forma
incondicional. E por isso Dus espera, tal como fez com a geração de Noach. Veja o que diz o Pirkei
Avot (A Ética dos Pais):
"Houve dez gerações de Adam até Noach para demonstrar a extensão da Sua paciência e todas as
gerações agiram o infuriando até que Ele trouxe sobre eles as águas do dilúvio." (Pirkei Avot 5:23)
Da mesma forma, não devemos duvidar da Palavra de Dus porque Yeshua, na nossa concepção,
está "demorando". Devemos nos lembrar que se Yeshua ainda não voltou, foi puramente por
misericórdia de Dus. Pois na Sua gloriosa volta, Ele trará juizo sobre aqueles que, geração após
geração, preferiram não ouvir a voz de Dus e se voltar contra Ele. 
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14 OS DIAS DE NOACH
Apesar dos evidentes sinais de que o retorno do Messias está próximo, isto parece não ter impacto na
vida da grande maioria das pessoas. Levam suas vidas normalmente, e "cumprem com seu
compromisso social" com Dus, reunindose em suas congregações uma vez por semana. Achim
(irmãos), é hora de fazermos uma escolha, de passarmos a viver com Dus cada minuto de nossas
vidas. Vejam o que disse Yeshua sobre os últimos dias: "Pois como foi dito nos dias de Noach, assim
será também a vinda do Filho do homem. Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio,
comiam, bebiam, casavam e davamse em casamento, até o dia em que Noach entrou na arca, e não
o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos; assim será também a vinda do Filho do
homem." (Matitiyahu / Mateus 24:3740). Que nós possamos acordar a tempo para esta realidade, e
procurar viver como verdadeiros talmidim (discípulos) de Yeshua! 
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III Lech Lechah (Sai tu)
Bereshit (Gênesis) 12:1 17:27
1 Você ouviu o chamado de Dus?
Esta parasha começa com Dus dizendo a Avraham: Lech Lechah, ou seja, sai tu. O chamado de
Dus era para que Avraham saísse do meio do paganismo da casa de seus parentes, e estabelecesse
uma nova família, santa e separada ao Eterno. Imagine se Avraham tivesse permanecido mais tempo
lá, dizendo Não, SNHOR, ainda não estou preparado& ou tivesse se perguntado será que é isso
mesmo que Dus quer de mim? Vou orar a respeito& Já sabemos o que teria acontecido.
Contudo, muitas pessoas adotam essa postura. Fazem exatamente o contrário de Avraham. Temos
estudado na Bíblia (Palavra de Dus) sobre o que Dus acha de certas coisas. Porém, muita gente
ainda está em dúvida se deve mesmo seguir as recomendações da Palavra de Dus. Achim (irmãos),
não esperem mais! A hora de mudar é agora. Faça como Avraham: deixe para tudo o que desagrada
ao Eterno, e embarque numa jornada com Ele rumo a uma vida de santidade!
2 Avraham escapa da morte
Ao longo da história, algumas pessoas foram peças fundamentais nos planos de Dus, para que nós
viéssemos a ter o plano de redenção traçado dentre elas, podemos citar Avraham, Moshe (Moisés),
David e Yeshua. Estes quatro homens têm algo em comum: antes de realizarem a missão deles, todos
os quatro sofreram tentativas de assassinato. As Escrituras nos contam os relatos de Moshe, David e
Yeshua. Porém, para conhecermos a história de como HaSatan tentou impedir a Avraham de cumprir
os planos de Dus, temos que recorrer à tradição judaica:
Segundo os relatos orais do nosso povo, Terach, pai de Avraham, era um fabricante de ídolos. Certo
dia, Avraham entrou em seu depósito, e vendo todos aqueles ídolos falsos, se enfureceu e, com um
martelo, quebrou a todos, exceto ao maior deles. Avraham pôs então o martelo nas mãos da estátua
maior. Quando Terach retornou e viu o que havia ocorrido, perguntou a Avraham: O que aconteceu?
Avraham então disse a seu pai que o ídolo maior havia destruído todos os outros. Terach então disse:
Mas isso é absurdo! Sabemos que uma estátua não pode fazer isso! Então Avraham respondeu: mas
se uma estátua não podem nem pegar um martelo e destruir as outras, então como pode você crer que
tais estátuas criaram o mundo, ou têm poder sobre nós? Por que serves a estes falsos ídolos? Depois
disto, o rei Nimrod (vide parasha anterior), que servia a falsos deuses, mandou jogar Avraham numa
fornalha. Tal qual Daniel, Avraham escapou ileso. 
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Podemos ver que o inimigo sempre agia pra tentar destruir os planos de Dus, e com Avraham não
foi diferente. Contudo, Dus é soberano. Se Ele tem um plano, quem pode ir contra Ele?
3 Indo para uma nova terra
Repare que Dus não manda apenas Avraham viver uma vida santa, mas sim sair da terra onde
reinava o paganismo e ir para uma nova terra. O que podemos aprender disto com relação ao que
Dus desejava para a terra de Israel? Vemos ao longo da história do povo que sempre que o mesmo
falhava na sua missão de remover da terra toda a fonte do paganismo, caia em pecado. Luz e trevas
não podem se misturar (vide 2 Coríntios 6:14 em diante) logo, se há em nossas vidas alguma
prática pagã, e nossa postura tem sido a de achar que não tem nada demais, devemos nos perguntar
se estamos fazendo a vontade do Eterno.
4 O que é ser um profeta de Dus
Atualmente, há muitos que pensam que ser um profeta é ser a versão crente de um adivinhador.
Ora, sabemos que adivinhação é um pecado abominável perante o Eterno. É claro que o Eterno fala
sim, como sempre falou, por intermédio de profetas. Porém, um profeta não é essencialmente uma
pessoa que irá te dar todas as respostas para sua vida. Mas então, qual a principal função de um
profeta? Temos uma boa dica nesta parasha:
Repare que em Bereshit (Gênesis) 20:7, Avraham é a primeira pessoa a ser chamada de profeta pelas
Escrituras. Mas, o que havia de especial em Avraham? Se voltarmos a Bereshit (Gênesis) 12:2,
vemos que um novo tipo de relacionamento se iniciou entre Dus e um homem. Até então, tínhamos
relatos de Dus abençoando outras pessoas: Adam, Noach (Noé), etc. Contudo, em Avraham, Dus
disse que outros seriam abençoados. Podemos então concluir que a função principal de um profeta
não é adivinhação, mas sim ser um veículo de bênçãos do Eterno para outros.
5 O que é fé?
Sabemos que Avraham foi o pai da fé (vide Gálatas 3:7). Muitas pessoas atualmente dizem ter fé em
Dus. Mas será que sabem o que é ter fé? Segundo as Escrituras, podemos dizer o seguinte:
a) Fé não é superstição. É necessário conhecer a Palavra de Dus (Romanos 10:19) Avraham sabia
quem Dus era, quando Ele o chamou;
b) A fé é dada por Dus (Efésios 2:8) Foi Dus quem chamou a Avraham; 
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c) A fé requerer confiança em Dus, mesmo quando nossos sentidos não alcançam; (Yehudim /
Hebreus 11:1) Pela fé, Avraham largou tudo o que tinha e aceitou ir em uma jornada com Dus,mesmo sem saber onde Dus o levaria;
d) A fé verdadeira não é só intelectual, requer atitude (Yaakov / Tiago 2:2026): Avraham não
apenas aceitou que a Palavra que Dus lhe deu era verdadeira, mas também OBEDECEU;
Logo, estes são os passos da fé: Conhecer, ser chamado, confiar, obedecer. Será que temos
demonstrado os frutos da fé verdadeira? Fica a pergunta para reflexão.
6 As almas de Avraham e Sarah
Bereshit (Gênesis) 12:5 traz uma passagem meio misteriosa: fala das almas adquiridas por
Avraham e Sarah. Se analisarmos os termos originais, a passagem fica ainda mais misteriosa, pois a
palavra que é comumente traduzida como adquiridas vem da raiz asah, pode ser traduzida como
geradas. Isto parece ser intencional, pois quando fala dos bens materiais, a Torah usa o termo
rakash, que quer dizer apenas adquirir.
Segundo a tradição judaica, isto significa duas coisas: Primeiramente, que Avraham e Sarah levaram
com eles pessoas que se converteram ao Eterno. Em segundo lugar, Avraham e Sarah geraram almas.
Porém, se eles não tinham filhos ainda, o que quer dizer isto? Que Dus já havia gerado através de
Avraham e Sarah as almas de todos os judeus.
Isto nos ensina algo valioso: a família de Avraham era composta de seus descendentes naturais e
também daqueles que se converteram a Dus. Compare isto com Romanos 11.
7 Até Avraham Falhou
Em Bereshit (Gênesis) 12:1020, vemos uma trapalhada de Avraham que começou com uma
mentira, mentira essa que quase lhe custou a vida. Tal mentira foi gerada pelo medo de Avraham de
ser morto. Repare que até o pai da fé falhou.
Contudo, no final deste relato vemos que Dus o pôs de volta nos eixos, e novamente nos planos que
tinha para ele. Isto nos ensina que mesmo quando erramos, se nos voltamos a Dus, Ele está pronto
para nos ajudar a voltarmos a viver de acordo com os planos dEle.
8 Um Milagre Desconhecido? 
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Existe uma interessante interpretação de nível SOD (vide o artigo Interpretando as Escrituras como
um Judeu) para Bereshit (Gênesis) 14. Sabemos que no hebraico os números têm uma simbologia
especial. Sabemos também que cada letra possui um valor numérico. Quando olhamos para o
capítulo 14, passuk (versículo) 14, vemos que 318 servos de Avraham resgataram a Lot. Porém,
vemos no capítulo 15 que o nome do servo de Avraham era Eliezer. O valor numérico de Eliezer,
no hebraico, é justamente 318! Agora leia o relato de 1 Samuel 14. Será apenas uma coicidência
numérica, ou será que a Torah está dando indícios de um grande milagre? Fica a pergunta no ar!
9 Medo x Fé
Chega a ser irônico termos falado tanto de fé e, de repente, em Bereshit (Gênesis) 15:1, temos um
relato onde Dus precisa dizer a Avraham para não temer, não é? Não, achim (irmãos), não é
irônico! Nós temos uma tendência muito errada de acharmos que o medo e a fé são opostos. Ora, o
medo é um sentimento natural. Considere o contexto de Bereshit (Gênesis) 14. Havia muitas guerras
na região. Era absolutamente natural que Avraham sentisse medo. A demonstração de fé é dada não
quando não temos medo, mas quando confiamos em Dus até quando sentimos medo.
10 A importância do Pacto de Avraham
Em Bereshit (Gênesis) 15 temos o relato do pacto entre Dus e Avraham. De acordo com relatos
históricos de diversas fontes, era comum naquela época quando duas pessoas faziam um pacto, elas
cortavam animais em dois e os dispunham em um local um pouco mais inclinado, de modo que o
sangue escorresse e fizesse uma espécie de caminho. As duas pessoas então passavam pelo sangue.
Isto significava que se algum deles descumprisse o pacto, então que responderia com a própria vida
pelo pacto descumprido.
Ora, vemos porém que Dus fez cair sobre Avraham um sono profundo e passou sozinho pelo
caminho de sangue. Porém, Dus não é homem para descumprir um pacto. Dus não precisava ter
passado por aquele caminho. Qual a implicação disto então? Percebemos ao fazer isto que Dus
estava prometendo a Avraham que se o pacto fosse descumprido, o próprio Dus pagaria com Sua
vida pelo pacto descumprido! Ou seja, os descendentes de Avraham jamais morreriam, mesmo que
descumprissem o pacto. Por amor de Dus a Avraham e à sua família. É por isso que em Yeshua, as
nações são benditas em Avraham (vide Bereshit / Gênesis . Por que? Porque passam a ser parte da
família de Avraham! Da mesma forma, temos a certeza (reforçada por Romanos 11:26) de que todos
os judeus um dia serão salvos em Yeshua, pois a promessa de Dus a Avraham foi incondicional.
11 Bereshit (Gênesis) e o Conflito no Oriente Médio
Hoje, vemos que o Oriente Médio é um local de grandes conflitos. Há 21 nações árabes ao redor de
Israel, que não só brigam entre si, mas também querem a destruição de Israel, além de brigarem com
outros vizinhos. A explicação encontrase em Bereshit (Gênesis) 16, que diz que Yishmael (Ismael)
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seria como um jumento selvagem, que se levantaria contra a sua parentela. Seria contra os homens e
os homens contra ele.
Repare que estamos falando da região mais rica (devido ao petróleo) do planeta. E, no entanto, os
países árabes são os locais de maior conflito, maior opressão dos governos para com suas
populações, maior briga entre nações. A Palavra de Dus já profetizava isto há milhares de anos,
pois os povos árabes são descendentes de Yishmael. Infelizmente, naquela região não haverá paz até
o dia do retorno de nosso SNHOR.
12 A mudança dos nomes de Avraham e Sarah
Outro detalhe que passa desapercebido é a letra que Dus dá a Avraham e Sarah. Avraham se
chamava Avram; Sarah se chamava Sarai. Ambos os nomes ganharam a letra Hey, que é
justamente uma das letras do nome de Dus (YudHeyVavHey), e é associada, segundo a
tradição judaica, ao sopro divino. Logo, a mudança de nome de Avraham e Sarah em Bereshit
(Gênesis) 17 é mais do que uma mudança do destino deles, é um ato de um unção da parte da Ruach
HaKodesh (Espírito Santo). O novo nome de Avraham e de Sarah é também um sinal da vitória deles
em Dus. Compare isto com Apocalipse 2:17 
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IV Vayerah (e Ele apareceu)
Bereshit (Gênesis) 18:1 22:24
1 CORAGEM E DISPOSIÇÃO
Esta Parasha tem uma grande demonstração de coragem e disposição da parte de Avraham, que
muitas vezes passa desapercebida. Se lembrarmos da Parasha anterior, Avraham e os homens da sua
casa tinham acabado de serem circuncisados. Ora, aqui temos um homem de 99 anos, que acabou de
passar por uma cirurgia em um local bastante doloroso, sem anestesia, sem levar pontos, e quando
Dus aparece, Avraham mais do que prontamente se levanta, corre de um lado para o outro, para
servir a Dus. Que vergonha eu senti quando li este texto! Quantas vezes tive preguiça para fazer
algo a Dus, ou então fiz apenas até o que eu achava ser o meu limite? E no entanto aqui temos
Avraham se doando de forma impressionante. Que nós possamos aprender a ter a disposição de
Avraham para servirmos ao nosso Dus!
2 QUEM ERAM OS TRÊS QUE APARECERAM A AVRAHAM?
Esta Parasha começa em Bereshit (Gênesis) 18 com o relato da aparição dos três homens a Avraham.
Posteriormente, percebemos que estes três eram o próprio ADONAI e dois de seus anjos (vide 18:22
e 19:1). Mas o que diz a tradição judaica?
Temos duas traduções diferentes dadas a Bereshit (Gênesis) 18:1. Segundo um fragmento de um dos
Targumim, teria sido o Memra (Verbo) de Dus que teria aparecido a Avraham. Compare isto com
Yochanan (João) 1:1 recomendo também a leitura da definição de Memra no glossário do Brit
Chadashah HaTeshuvah. Segundo o Onkelos Targum no verso 18:33, temos E a Yekarah (Glória)
de ADONAI apareceu a ele. Compare isto com Yehudim (Hebreus) 1:3. Podemos chegar à
conclusão de que foi Yeshua quem apareceu a Avraham, acompanhado de dois dos seus anjos.
3 VOCÊ JÁ VIU UM ANJO?
Repare que os anjos acima aparecem a Avraham na forma de homens. O que podemos concluir a
respeito dos poderes de um anjo para interagir com os homens? Vemos que é possível um anjo se
manifestar em carne. Você já pensou que é possível que algumas vezes, em nossas vidas,anjos se
manifestam na forma de homens, para falarem a nós, ou para nos ajudarem (por ordem de Dus, é
claro) quando precisamos? Muitas pessoas ficam olhando para os céus, aguardando um milagre
sobrenatural, achando que Dus não se manifesta na vida delas, quando na realidade, muitas vezes
tais manifestações vêm de forma absolutamente natural. Percebemos pelo texto que, apesar da
aparência humana, Avraham reconheceu que quem estava à frente dele eram seres espirituais. Mas
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como? Avraham tinha um relacionamento especial com Dus. Por isto, sua sensibilidade espiritual
era bem aguçada. Da mesma forma, se nós gastarmos mais tempo em oração e meditação na Palavra,
ao invés de ficarmos correndo atrás do sobrenatural, certamente passaremos a reconhecer a mão de
Dus nas pequenas coisas em nossas vidas
4 SE UM ANJO PODE&
Devemos porém estarmos alerta para uma coisa: se pode um anjo de Dus manifestarse como um
serhumano, o que impediria um demônio (que é essencialmente um anjo que se rebelou contra
Dus) de também se manifestar da mesma forma, para nos fazer pecar? Quantas vezes não vemos
pessoas que parecem aparecer em nossas vidas só pra nos fazer cair, pra semear a discórdia, para nos
irritar, nos afastar dos caminhos de Dus? Quem garante que não possam ser demônios? Cuidado
com isto! Por isto, é necessário uma comunhão forte com Dus, para que possamos resistir ao
maligno.
5 A ÁRVORE DE AVRAHAM
O texto de Bereshit (Gênesis) 18:4 usa o artigo defindo et para se referir à árvore. Tal artigo
identifica singularidade. Um fato curioso é a tradição judaica identificar a árvore que aparece em
Bereshit (Gênesis) 18:4 era uma árvore especial, plantada por Avraham. Segundo a tradição oral,
quando alguém que era justo sentavase junto à árvore, os seus galhos se estendiam. Se a pessoa que
se sentasse à árvore fosse idólatra, seus galhos se retraiam. Esta árvore também uma tipificação da
Árvore da Vida. Dus nos convida a recostarmos na Árvore da Vida, à Sombra do Altíssimo.
6 O Caminho de Dus
Ainda em Bereshit (Gênesis) 18 vemos que Dus dá ordem a Avraham para que ensine os seus
filhos a andar no caminho de Dus. O caminho de Dus é identificado de duas maneiras nas
Escrituras:
 Como sendo a Torah, isto é, obediência aos preceitos de Dus; (vide Devarim / Deuteronômio
11:28);
 Como sendo Yeshua (vide Yochanan / João 14:6)
Os Targumim (traduções judaicas comentadas), os Patriarcas se relacionavam com Dus através do
Memra (Verbo) de Dus. Ou seja, o relacionamento com Dus sempre foi através de Yeshua. Dus
não muda. Porém, em tal relacionamento, era necessário submissão. A fé gera obediência. Podemos
estar no caminho (Yeshua), mas decidir não andar por tal caminho, pois a fé puramente intelectual 
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não leva a nada (vide Yaakov / Tiago 2). Avraham se relacionava através do Memra (isto é, através
de Yeshua), tendo fé em Dus, com uma fé prática e não intelectual. Tem gente que ainda acha que
basta conhecer o caminho, e crer intelectualmente em Yeshua. Isto é um caminho perigoso. Se você
ama a Dus, como Avraham amava, e se Ele é de fato o seu Snhor, como Ele era o Snhor de
Avraham, demonstre com atitudes.
7 O Velho e o Novo
Imagine agora Avraham e Lot nos dias atuais. Avraham era um velho de quase 100 anos de idade.
Lot era jovem. Vimos na Parasha anterior que Lot resolveu ir habitar em Sodom (Sodoma). Ao
jovem Lot, Sodom (Sodoma) parecia ser um sonho! Pessoas com uma cabeça moderna, vivendo
sem o jugo das leis de Dus! Um paraíso. Avraham deveria ser considerado um chato, quadrado,
legalista e obsoleto. Alguém que ficou para trás no tempo e não se modernizou. E, no final das
contas, Sodom (Sodoma) não era o paraíso que tanto parecia ser, e Lot mal saiu de lá com vida.
Mesmo tendo escapado, perdeu tudo o que tinha, além da sua esposa.
Atualmente, tem muita gente dando uma de Lot no meio dos seguidores de Yeshua. Procuram a
última moda, ou aquela congregação que não fica falando de coisas chatas como pecado, etc. Se
for uma congregação messiânica então, daquelas que querem por sobre nossos ombros o peso das
leis de Dus, nem se fala! E contudo, na história de Avraham vimos que a verdadeira liberdade,
prosperidade e felicidade vem pelo ouvir a voz de Dus e obedecer os seus preceitos. Dus não
muda. Não há nada melhor do que fazer a vontade do Kadosh, Baruch Hu (Santo, Bendito seja Ele).
Mas nem tudo está perdido para Lot. Futuramente, uma de suas descendentes iria retornar às raizes,
voltar ao Eterno, e por causa disto se tornar uma das figuras bíblicas mais importantes: Ruth, a
moabita. Da mesma forma, achim (irmãos), o Eterno nos chama a sermos como Ruth, a retornarmos
a uma vida separada a Ele. Fica a reflexão!
8 OS HORRORES DE SODOM E A SALVAÇÂO DE LOT
Muitas vezes nos perguntamos o porquê de Lot ter oferecido suas filhas no lugar dos anjos em
Bereshit (Gênesis) 19. A tradição judaica nos relata que, além de abusarem sexualmente dos
forasteiros, havia um costume absolutamente sórdido em Sodom (Sodoma). Se alguém tivesse a
audácia de visitar a cidade à noite, eles eram amarrados à camas, e seus membros eram esticados
(por tortura) para ficarem do tamanho da cama. Se fossem maiores do que a cama, seus membros
eram cortados para ficarem do tamanho da cama. Ao trocar as filhas pelos anjos, Lot teria pelo
menos garantido a vida de todos, já que suas filhas, como moradoras da cidade, não teriam sido
mortas.
Sodom (Sodoma), assim como Amora (Gomorra), era uma cidade com valores absolutamente
distorcidos. Para termos uma idéia desta situação, a tradição judaica nos conta que uma donzela que 
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cometesse o crime de dar comida a uma pessoa pobre, tinha a pena de ter seu corpo totalmente
untado com mel, e era atirada às abelhas. É claro que Sodom (Sodoma) e Amora (Gomorra) eram
extremos absolutos, mas nosso mundo caminha na mesma direção: cada vez mais os valores de Dus
serão vistos como absurdos, e os pecados mais sórdidos como sendo coisas naturais.
Segundo a tradição judaica, Lot foi salvo da destruição pelo mérito de Avraham, pois o último era
um tzaddik (justo). Da mesma forma, Yeshua quer nos salvar deste mundo pelo seu próprio mérito.
Porém, Lot, ao invés de ir habitar com Avraham para aprender a viver uma vida de temor ao Eterno,
se contentou apenas com a sua salvação. Achim (irmãos), não devemos nos contentar apenas com
sermos salvos do inferno: Dus também nos chama a uma vida de obediência.
9 PROTEGENDO YITZCHAK
Em Bereshit (Gênesis) 21 temos o relato do atrito entre Sarah + Yitzchak e Hagar + Yishmael. A
princípio, a reação de Sarah parece ser um tanto forte. Porém, pela reação de Avraham e pelo que
Dus diz, podemos perceber que algo mais sério havia do que apenas uma zombaria. Segundo a
tradição judaica, Yishmael seguia um caminho errado, de rebeldia e atitudes de caráter duvidoso. Isto
provavelmente se acentuou com o nascimento de Yitzchak e o ciúme que Yishmael provavelmente
sentia do irmão. Sarah temia que Yishmael fosse uma má influência, que pudesse tirar Yitzchak dos
caminhos de Dus. Ao mesmo tempo em que podemos (e devemos) influenciar àqueles que estão
desviados, é necessário também cuidar para que aqueles que ainda estão iniciando na fé (como era o
caso de Yitzchak) não tropecem por causa da má inflência de alguns que insistem em permanecer
num caminho de morte.
10 O SACRIFÌCIO DE YITZCHAK
Muito controversa é a história final desta Parasha, onde Dus pede a Avraham para sacrificar o seu
único filho. Muitos se perguntam que tipo de Dus faria uma coisa dessas, outros se perguntam por
que Avraham concordaria. Na realidade, o sacrifício de Yitzchak foi um teste que Dus deu a
Avraham com dois objetivos.
O primeiro objetivo foi verificar até onde iria a confiança de Avraham. Avraham sabia que Dus
queria apenas o seu bem (vide Romanos 8:28). Porém, será que esta crença era apenas intelectual?
Até que ponto Avraham estaria disposto a demonstrar sua confiança em Dus? E Avraham responde
com o maior ato de fé jamais visto entre os mortais! A resposta está na expressão queAvraham diz a
Yitzchak: ADONAI Yireh (Dus verá). Avraham sabia que Dus iria intervir. Muitas vezes, Dus
nos coloca num caminho onde parece que tudo vai dar errado. Clamamos, choramos, fraquejamos,
pedimos, e Dus parece se calar. A questão é: será que teremos a fé de Avraham para saber que
Dus está no controle de tudo? Pense nisto! 
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Outro aspecto importante deste pedido estava no fato de que Avraham era um profeta de Dus (vide
Bereshit / Gênesis 20:7). Segundo a tradição judaica, Avraham possuia milhares de talmidim
(discípulos) aos quais ele ensinava a Palavra de Dus. Porém, assim como ocorre em nossos dias,
havia muitos falsos profetas naquela época, procurando enganar o povo. Esta demonstração de fé de
Avraham serviu para validar o seu ministério perante os seus discípulos, pois se as motivações dele
fossem erradas, e sua fé fosse falsa, Avraham jamais teria ido tão longe.
11 ADONAI Yireh
Infelizmente, a expressão acima, usada por Avraham ao falar com Yitzchak, tem sido abusada por
muitos. Traduzem a expressão acima como Dus proverá (chamando Yireh de Jiré), e usam tal
expressão para igualar Dus a uma espécie de Papai Noel que quer dar aos seus filhos toda espécie
de riquezas materiais (chamadas de bençãos por tais pessoas). Na realidade, o hebraico quer dizer
Dus verá. Mas o que quer dizer isto?
Primeiramente, Dus verá se o pedido é algo do qual realmente necessitamos. Yeshua nos ensinou a
pedir o pão diário, e não a pedir um banquete. Dus quer que nos apeguemos a Ele, e não ao dinheiro
(vide Yaakov / Tiago 4:3 e Lucas 16:13). No caso, Dus sabia que a necessidade de Avraham era
genuina.
Em segundo lugar, Dus verá se estamos prontos para recebermos dEle aquilo que Ele quer nos dar.
Avraham confiava no Plano do Eterno, e sabia que a vontade dEle era o melhor. Yeshua nos ensina a
pedirmos a vontade de Dus (vide Matitiyahu / Mateus 6:10). Muitos dos seguidores de Yeshua
acham que sabem o que é melhor para eles próprios. Mas Dus nos convida a confiarmos nEle até
mesmo nisto.
Em terceiro lugar, Dus verá que tudo se realize a seu tempo. Avraham soube esperar o tempo de
Dus. Da mesma forma, devemos aprender a esperar. O tempo de Dus é perfeito.
Em suma, ADONAI Yireh não é um chavão para usarmos como amuleto quando precisamos de
dinheiro, como infelizmente muitos fazem. ADONAI Yireh é a certeza de que Ele tudo
supervisiona. A certeza de que Dus está no controle de tudo. 
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V Chayei Sarah (A Vida de Sarah)
Bereshit (Gênesis) 23:1 25:18
1 O DUS DOS VIVOS
Esta Parasha chamase "a vida de Sarah", e no entanto começa com um relato sobre sua morte.
Desde os tempos da Torah, há um provérbio judaico que diz que os justos são considerados vivos.
Foi justamente esta idéia que Yeshua citou para combater os Tzdukkim (Saduceus), os quais não
acreditavam na ressurreição dos mortos, em Matitiyahu / Mateus 22:32. Tão certo quanto o fato de
que Sarah veio a falecer é o fato de que, em Dus, ela vive eternamente. E esta é a mesma certeza
que nós, seguidores de Yeshua, podemos ter nEle.
2 A IMPORTÂNCIA DA ALIANÇA DE AVRAHAM
Sabemos, através de Gálatas 3:8, que somos salvos porque Yeshua nos insere, pela fé, na aliança de
Avraham. A salvação vem através desta aliança, pela fé. Mas, você já se perguntou o porque de ter
sido justamente com Avraham? Por que não com Noach (Noé) por exemplo? Ou com outros que
vieram antes dele?
Segundo a tradição judaica, Avraham e Sarah foram o primeiro casal na terra que causaram um
grande impacto entre os homens, reconduzindoos a Dus. Sabemos pela Parasha anterior que
Avraham era um profeta de Dus. Ele e Sarah reconduziram os homens à vontade de Dus através
da Torah. Ao fazer isto, Avraham e Sarah conseguiram reunificar novamente os céus e a terra, pois
antes, desde a desobediência de Adam e Havah (Eva), havia grande separação e, salvo algumas
exceções, os homens não queriam saber de Dus.
Vemos em Bereshit (Gênesis) 24:3 que Avraham é o primeiro a chamar a Dus de Dus dos céus e
da terra, dando uma idéia de que na terra havia novamente um povo que andava com Dus. Neste
ponto, Avraham foi uma espécie de sombra de Yeshua.
3 O DIREITO E OS HOMENS
Em Bereshit (Gênesis) 23:4 vemos que Avraham chama a si mesmo de um imigrante e um
residente. A aparente contradição aponta para a justiça e humildade de Avraham, que ao invés de
tomar a terra para si, como lhe seria de direito por ter sido dada por Dus, Avraham prefere pagar
por ela, mostrandose justo perante os homens. Muitas vezes, temos que esquecer dos nossos 
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direitos, a fim de ganharmos nossos irmãos. Rav. Shaul (Paulo) já dizia sobre isto em 1 Co. 6:12,
onde diz que nem tudo que é lícito é conveniente. Antes de exigir seus direitos, pense nisso.
4 SARAH E A IMPORTÂNCIA DA MULHER DE FÉ
Sarah foi uma figura tão importante que, segundo o que conta a tradição judaica, foi em homenagem
a ela que o rei Shlomo (Salomão) compôs a canção Eishes Chayil (Mulher Virtuosa vide Mishlei
/ Provérbios 31). Infelizmente, não são todos os homens que dão valor à importância das mulheres.
Porém, na fé judaica, a mulher possui papel de extrema importância. Tanto que esta canção de
Shlomo (Salomão) é recitada nos lares judaicos todas as sextasfeiras à noite. Veja o que o Talmud
diz a respeito de Sarah, e das mulheres virtuosas de um modo geral:
Isto é o que faz uma verdadeira Eishes Chayil (Mulher Virtuosa), de quem Shlomo HaMelech (O
rei Salomão) escreveu. Ela possui a habilidade, acima de tudo, de transformar sua realidade
nãoespiritual em uma [realidade] de tremenda espiritualidade, mesmo quando os elementos ao
redor conspiram contra ela.
Esta citação é bastante verdadeira a respeito do efeito da esposa em um marido. Através das suas
ações (centradas na Bíblia), uma mulher pode aumentar grandemente a espiritualidade de seu
marido.
5 A PESSOA MAIS IMPROVÁVEL
No início do capítulo 24, vemos o pedido de Avraham a Eliezer para encontrar uma esposa para o
seu filho. Agora, vemos pelo passuk (versículo) 2 que Eliezer gerenciava todos os bens de Avraham.
Ou seja, Eliezer tinha um cargo administrativo. Que relação há entre administração de bens e escolha
de esposas? Eliezer poderia ser um excelente gerente, mas será que saberia escolher uma boa esposa?
Por que será que Avraham não escolheu alguém com mais sensibilidade, para poder escolher uma
esposa para Yitzchak? A resposta, segundo o rabino Shlomo Efraim Lunshitz, está no fato de que a
Torah diz que era Eliezer que controlava os bens, e não os bens que controlavam Eliezer. Avraham
era um homem de muitas posses, e Eliezer poderia facilmente ter se deixado influenciar por elas. Ao
se mostrar um homem de plena confiança, Eliezer demonstrou que era um homem capaz de cumprir
ordens impecavelmente. Desta forma, Avraham sabia que Eliezer não seria influenciado pelas
aparências ou pelas circunstâncias, e que escolheria alguém do agrado do mestre.
6 A ORAÇÃO DE ELIEZER
Vemos em Bereshit (Gênesis) 24:1214 que Eliezer pede a Dus um sinal para que ele possa saber
quem é a esposa ideal para Yitzchak. Mas, por que será que Eliezer pede justamente para que a 
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moça além de dar água a ele, dê também aos camelos? Por que não um sinal físico, como pedir a
Dus que mostrasse a moça mais bela?
Segundo nos conta o Talmud, Eliezer sabia que seu mestre Avraham era uma expressão máxima de
bondade e hospitalidade (vemos inclusive uma demonstração destas qualidades no capítulo anterior),
portanto Eliezer imaginava que Avraham consideraria tais qualidades como sendo vitais para a
esposa de seu filho. Tentando agradar a Avraham, seu mestre, ao máximo, Eliezer pede por um sinal
que demonstraria justamente a bondade e hospitalidade da futura esposa de Yitzchak.
7 SÍNDROME DE LAVAN
Em Bereshit (Gênesis) 24:29, vemos que Lavan (Labão), irmão de Rivkah (Rebeca), foi
imediatamente movido pela ganância. Ao ver as jóias em sua irmã, Lavan (Labão) prontamente se
transformou no homem mais hospitaleiro possível.Infelizmente, ainda existe em nosso meio a
síndrome de Lavan. Quando vemos alguém de posses, ou alguém que julgamos importante,
mesmo que não seja nossa intenção ganhar nada com isso, automaticamente tratamos as pessoas de
forma especial. Yaakov HaTsadik (Tiago, o Justo) nos alerta claramente contra isto no capítulo 2 de
sua carta. Qualquer pessoa que venha até nós, devemos tratála de forma especial, como se
estivéssemos recebendo ao nosso Senhor Yeshua. Que nós possamos nos livrar da síndrome de
Lavan.
8 LIMPANDO A CASA DUAS VEZES?
Em Bereshit (Gênesis) 24:31, Lavan (Labão) informa a Eliezer que ele já havia limpado a casa
para ele. Mas Rivkah (Rebeca) já havia informado a Eliezer anteriormente que havia um quarto
pronto na casa. Ora, se o quarto estava pronto, por que Lavan (Labão) ainda teve que limpar a casa?
Segundo nos conta o Talmud, Lavan (Labão) foi remover os ídolos da casa, pois sabia que eles
desagradariam Eliezer. Disto, podemos extrair duas lições:
A primeira é a seguinte: Se Lavan (Labão) foi prontamente fazer isto, é porque ele conhecia o Dus
que Eliezer servia. Será que era da vontade de Dus que Lavan (Labão) apenas removesse os ídolos
em razão da presença de Eliezer? Infelizmente, tem gente que ainda age assim com Dus. Quando
vai a uma congregação, ou quando recebe a visita de um irmão, remove/esconde os indícios do
pecado. Será que temos alguma dúvida de que Dus, a quem servimos, tem seus olhos sobre nossos
lares 24 horas por dia? Não enganemos ao Altíssimo! É necessário tratar nossos pecados, jogando
aberto com Dus.
A segunda lição que podemos extrair é que, ao remover os ídolos, Lavan (Labão) acabou permitindo
que a luz de Dus brilhasse em sua casa através de Eliezer, e que a bênção dEle recaísse sobre sua
família. Da mesma forma, quando removemos de nossas vidas o pecado, imediatamente damos
espaço para que Dus aja naquele aspecto de nossa vida. Só temos a ganhar quando decidimos 
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obedecer ao Eterno!
9 NA MEDIDA CERTA
A tradição judaica nos ensina algo curioso, através do Talmud. Percebemos pela Torah que Avraham
era um homem muito misericordioso, talvez até misericordioso demais, e talvez por isso não tivesse
tanta habilidade de julgar e determinar limites. Vemos sua atitude muito compassiva em diversas
ocasiões. Por isto, Dus lhe deu uma esposa que era mais hábil em julgar, assim equilibrando suas
características. Yitzchak, por sua vez, era um homem mais duro e dado à justiça. Vemos nesta
Parasha que Rivkah era uma mulher mais compassiva e amável. Assim, novamente Dus trouxe o
equilíbrio. Com isto, vemos a importância de buscar de Dus a companheira (ou o companheiro)
ideal, pois Dus sabe exatamente o que precisamos para atingirmos um equilíbrio.
10 DIAS E ANOS
Em Bereshit (Gênesis) 25, vemos a frase e estes são os dias dos anos de Avraham. O interessante é
que, ao se referir a Yishmael, a Torah menciona apenas os anos. Por que são mencionados os dias de
Avraham.
O Sefer HaZohar (Livro do Esplendor Um comentário judaico sobre a espiritualidade da Torah) diz
que cada ação que fazemos na terra gera uma reação espiritual. Quando uma pessoa realiza, num
determinado dia, atos de bondade, tais atos coroam aquele dia em memória da pessoa. (vide Zohar 
Parasha Emor)
É por isto que em Tehilim (Salmos) 19, encontramos a frase: Os céus proclamam a glória de Dus e
o firmamento anuncia a obra das suas mãos. Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite revela
conhecimento a outra noite. Como Dus é plenamente bom, todos os dias são coroados em sua
memória.
Voltando para o caso de Avraham, a tradição judaica nos ensina que cada dia no qual Avraham
praticou um ato de bondade foi coroado em sua memória, mesmo que aos homens tenha parecido em
vão. Quando gastamos do nosso tempo com Dus, as pessoas podem achar que estamos perdendo
nosso tempo, mas nossos dias são coroados. A Torah então presta esta homenagem póstuma a
Avraham, demonstrando os inúmeros dias que foram coroados em sua memória. Yishmael, por sua
vez, era uma homem tão pouco dado à bondade e ao buscar a Dus, que apenas seus anos foram
lembrados.
Será que desejamos sermos lembrados por nossos dias ou nossos anos? 
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11 UMA VIDA PROFÉTICA
Se juntarmos a Parasha da semana anterior com a Parasha desta semana, mais uma vez vemos na
Torah o delinear do plano de salvação. Desde o nascimento de Yitzchak (Isaque), a Torah está
repleta de atos proféticos a respeito da salvação. Compare a sequência de eventos, a partir da Parasha
anterior, culminando nesta Parasha:
A) Avraham está disposto a sacrificar Yitzchak (Isaque) à Dus sacrifica seu único Filho por nós
B) Avraham envia Eliezer para encontrar uma noiva para Yitzchak (Isaque) à Dus envia a Ruach
HaKodesh (Espírito Santo) para encontrar pessoas que queiram ser enxertados em Israel, a noiva de
Dus
C) Rivkah (Rebeca) recebe ao convite de Eliezer e tornase noiva de Yitzchak (Isaque) à Aqueles
que recebem ao convite de Ruach HaKodesh (Espírito Santo) tornamse um com Israel, a noiva de
Dus
D) Ao ver Yitzchak (Isaque), Rivkah põe um véu sobre seu rosto à No momento, há um véu sobre
o coração dos ramos naturais da Oliveira de Dus, que os impede de aceitar o Messias até que se
cumpra o Tempo dos Gentios.
E) Rivkah (Rebeca) e Yitzchak (Isaque) se encontram, o véu de Rivkah é removido, e ele a
desposa à O Messias retornará, encontrará o Seu povo, o véu dos ramos naturais de Israel será
removido, e haverá as Bodas do Cordeiro
É maravilhoso ver como Dus já havia delineado o Seu plano desde a fundação do mundo! 
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VI Toldot (Gerações)
Bereshit (Gênesis) 25:19 28:9
1 APESAR DAS CIRCUNSTÂNCIAS
Nesta Parasha, vemos uma grande participação de Rivkah (Rebeca). Segundo a tradição judaica,
Rivkah (Rebeca) teve um mérito duplo: não somente foi uma pessoa justa, como ainda o foi tendo
sido criada em uma casa idólatra, em meio a pessoas ímpias. Neste dias em que o mundo procura
justificativas em tudo (genética, traumas de infância, criação) para justificar o comportamento
tortuoso das pessoas, a Bíblia nos dá uma clara demonstração de que é possível que uma luz brilhe
em meio às trevas.
2 BEBÊS AGITADOS
Logo em Bereshit (Gênesis) 25, vemos que Rivkah (Rebeca) consegue engravidar devido às orações
de Yitzchak (Isaque). Mesmo assim, sua dor é tão grande que segundo a Midrash judaica, se ele
soubesse o quão doloroso seria, não teria querido engravidar. Mas, por que desta dor?
A Torah diz que os bebês brigavam/se agitavam no ventre de Rivkah (Rebeca). Porém, o conceito é
um pouco diferente do que imaginamos. Segundo a tradição judaica, esta palavra se deriva de ratz
(correr), e indica que os bebês tentavam sair do ventre. A explicação é a seguinte: desde o ventre, a
natureza deles já se demonstrava. Quando Rivkah (Rebeca) passava perto de um local de
estudo/adoração a Dus, Yaakov (Jacó) tentava sair do ventre. Quando ela passava perto de um
local de adoração a falsos deuses, Esav (Esaú) tentava sair do ventre.
3 O ALÍVIO DE RIVKAH
A tradição judaica também nos conta que ao receber a revelação de Dus sobre as duas nações em
seu ventre, Rivkah (Rebeca) ficou aliviada. Mas por que alguém ficaria aliviado sabendo que seus
filhos seriam inimigos, e ainda por cima sabendo da inclinação de um deles a um caminho maligno?
A resposta está na certeza que Rivkah (Rebeca) tinha de que tudo contribuiria para o bem, que
correria de acordo com os planos de Dus, e que apesar das adversidades, a linhagem de Avraham
(Abraão) continuaria em Yaakov. Mesmo face a grande adversidade, Rivkah (Rebeca) soube
enxergar o que havia de positivo, discernindo o que havia de bom no presente, e enxergando um bem
maior no futuro, mesmo que houvesse algum mal ao longo do caminho. Será que temos sido como
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Rivkah (Rebeca)? Ou será que temos nos lamuriado com o mal, esquecendo de enxergar as coisas
boas que Dus nos deu? Será que temos confiado que o futuro será de júbilo nEle?
4 QUEM ERA DE FATO UM ENGANADOR?
Muitas vezes, quando lemos esta Parasha, chegamos anos simpatizarmos com Esav (Esaú), ao
vermos que Yaakov enganou o seu pai, fingindo ser Esav (Esaú) para receber dele as bênçãos.
Porém, se olharmos para Bereshit 25, vemos o passuk (versículo) 28 que Yitzchak (Isaque) gostava
de Esav (Esaú) por causa da caça que ele trazia para o pai. O Targum traduz da seguinte forma:
Esav enganava a boca de Yitzchak e a Midrash explica que sempre que Esav precisava tirar
alguma vantagem do pai, fazia isto bajulandoo com comida.
Porém percebemos claramente o desprezo de Esav (Esaú) pelos pais, visto que no final desta Parasha
vemos que ele casa com uma das filhas de Ishmael (Ismael) apenas para dar mais um desgosto a seu
pai, antes que o mesmo viesse a morrer.
A Bíblia deixa clara qual é a vontade do Eterno: Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no
Snhor, porque isto é justo. (Efésios 6:1) Esav (Esaú) escolheu andar em desobediência, e por isto
colheu os frutos de seus próprios atos.
5 AS TENDAS DE YAAKOV
Ainda neste mesmo techo vemos que Yaakov era uma pessoa que gostava de permanecer em tendas.
A tradição judaica nos diz que ele passava muitas horas dentro das tendas, aprendendo a Palavra de
Dus com seu pai. Vemos nisto a importância de meditarmos na Palavra do Eterno, pois tal
meditação tem o poder de moldar nosso caráter. Tehilim (Salmos) 119:11 diz: Escondi a tua palavra
no meu coração, para não pecar contra ti.
6 ANIMOSIDADE ESPIRITUAL
A animosidade entre Yaakov e Esav (Jacó e Esaú) começou antes mesmo deles nascerem. Isto
indica claramente que a luta estava além do âmbito físico era uma luta que já se travava no mundo
espiritual. A natureza de Yaakov (Jacó) e a de Esav (Esaú) são incompatíveis, e ilustram bem o que
é a batalha espiritual.
Segundo a tradição judaica, os descendentes de Esav (Esaú) foram justamente os precursores de
Roma. Portanto, a batalha entre Yaakov (Jacó) e Esav (Esaú) culminará quando o Reino de Yaakov
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(isto é, o Reino do Messias) agarrará o calcanhar do Reino de Esav (Roma/Babilônia)
7 INCLINAÇÃO AO MAL
Segundo as Escrituras, Esav (Esaú) não foi a única criança a nascer com uma aparência avermelhada.
Outro que nasceu desta forma foi o rei David. Segundo a tradição judaica, a menção a esta aparência
é, além de literal, também um eufemismo para uma forte Yetzer Hara (inclinação ao mal). Isto vem
ainda complementar a conclusão que tiramos a respeito de Rebeca (Rivkah) no item 1. Ambos
nasceram com esta forte inclinação, mas David aprendeu a lidar com ela, e canalizála para o serviço
a Dus. Já Esav (Esaú) permitiuse ser dominado por sua Yetzer Hara.
Todos nós temos fraquezas, porém não podemos nos agarrar a elas como desculpa para nossas
atitudes. Gálatas 5:22 nos fala que o domínio próprio é um dos frutos da Ruach HaKodesh (Espírito
Santo). Será que temos exercido o nosso domínio próprio?
8 TAL PAI TAL FILHO
O capítulo 26 começa com uma situação que deixa no ar uma certa sensação de dejavu: Yitzchak
(Isaque) cai no mesmo erro de Avraham (Abraão), omitindo a informação de que Rivkah (Rebeca)
era sua esposa. Quem será que o influenciou para que tivesse esta idéia? Isto nos demonstra que
devemos nos preocupar em darmos um exemplo de vida constantemente reta perante nossos filhos.
Avraham foi uma pessoa extremamente justa. Mesmo assim, Yitzchak (Isaque) ainda acabou
repetindo um erro seu. Portanto, é necessário muita atenção da nossa parte naquilo que transmitimos
a nossos filhos.
9 A MORTE DE UM JUSTO
Ainda em Bereshit (Gênesis) 26, vemos que os filisteus conseguiram inutilizar os poços que os
servos de Avraham (Abraão) haviam cavado. Posteriormente, já na época da saída do Egito, vemos
que a morte de Miriyam (irmã de Moshe / Moisés) também fez desaparecer o poço/rocha que seguia
o povo. Frequentemente nas Escrituras, vemos a água como símbolo da Torah e/ou das bênçãos de
Dus.
Isto nos ensina que as pessoas que amam a justiça são como canais de bênçãos que Dus usa sobre
as pessoas. Quando estas pessoas se vão, quer por morte quer por qualquer outro motivo. o canal
também se vai. Porém, vemos que depois de muita luta, Yitzchak (Isaque) também conseguiu cavar
os seus próprios poços, pois era um homem justo. Portanto, devemos procurar sempre andarmos em 
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justiça, para sermos instrumentos nas mãos do Eterno para abençoarmos a outros. Porém, não adianta
apenas andarmos em justiça, é preciso ensinar o próximo a também andar em justiça para que, após a
nossa partida, outros poços possam ser cavados.
10 CEGUEIRA FÌSICA X CEGUEIRA ESPIRITUAL
Curiosamente, no início desta Parasha vemos a cegueira espiritual de Yitzchak (Isaque) mediante o
comportamento de Esav (Esaú). Mesmo com toda a inclinação malígna de Esav (Esaú), seu pai
Yitzchak (Isaque) ainda o favorecia. Ironicamente, é através da cegueira física de Yitzchak que a
situação se acerta. É interessante que o ato espiritualmente mais lúcido de Yitzchak (Isaque) foi
feito em consequência da sua cegueira física. E o ato mais equivocado, em consequência da sua
cegueira espiritual. Isto nos demonstra claramente quais são os valores de Dus. Não devemos nos
deixar levar pelas nossas impressões físicas, pois a carne é enganosa. É preciso entregar tudo a Dus
pois só ele é capaz de por um fim à nossa cegueira espiritual.
11 A PERSISTÊNCIA DE ESAV
Apesar de todos os seus erros, Esav (Esaú) ainda consegue uma bênção do pai pouco antes da morte
do mesmo. Pode não ter sido a melhor das bênçãos, mas foi uma pequena vitória, pois seu pai
Yitzchak (Isaque) nenhuma bênção lhe daria. Porém Esav (Esaú) venceu pela persistência. Isto nos
lembra da parábola da viúva persistente e do juiz contada por Yeshua em Lucas 18. Dus valoriza a
nossa persistência e é por isso que devemos sempre persistir em oração por aqueles assuntos ainda
não respondidos. Agora, é importante não confundirmos persistência com teimosia. Esav (Esaú) se
revoltou quando a resposta não foi aquilo que ele desejava. Não devemos cair no mesmo erro.
12 UNIÃO MALIGNA, UNIÃO PROFÉTICA
A Parasha se encerra com a união matrimonial de Esav (Esaú) com o povo de Ishmael através do
casamento de Esav (Esaú) com uma das filhas de Ishmael. Curiosamente, o que vemos ao longo da
história é que em diversos momentos os descendentes de Esav e de Ishmael de fato trabalharam
juntos em sua eterna perseguição a Israel. 
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VII Vayeitzi (E ele saiu)
Bereshit (Gênesis) 28:10 32:2
1 A ESCADA DE YA'AKOV
Esta Parasha contém um dos sonhos mais interessantes encontrados nas Escrituras: o da escada de
Ya'akov (28:1215). Várias interpretações podem ser encontradas na literatura judaica a respeito do
que é a escada de Ya'akov. Todas elas são válidas. Eis algumas delas:
A) Havia dois grupos de anjos, um subindo e outro descendo. Estes eram anjos que acompanhavam
Ya'akov. Como os anjos normalmente têm um tipo de tarefa específica, havia um grupo que ficava
com Ya'akov enquanto ele estava na terra de Israel e quando ele saiu da terra, um outro grupo
assumiu a tarefa. Isto é também evidenciado em 32:12, onde um grupo de anjos o encontra e ele dá
o nome de Mahanaim (acampamentos) ao local: havia dois acampamentos de anjos presentes
naquele local e momento.
B) Havia quatro anjos, cada um representando um dos reinos que viria a oprimir Israel
(Bavel/Babilônia, Media, Grécia, e Roma). O número de "lances" que eles andavam na escada
representava o número de vezes que tais reinos lutariam com Israel.
C) A escada e os anjos representavam o "baixo" mundo espiritual (chamado na tradição judaica de
Yetzirah) que existe entre o mundo físico e o "alto" mundo espirital (chamado de Beriah ou Céu). Os
anjos subindo e descendo mostram o seu papel como mensageiros que realizam a vontade de Dus
no mundo físico.
D) A escada também representa o caminho que deve ser percorrido pelo ser humano. Devemos
sempre procurar subir a escada, ou seja, vivermos uma vida mais próxima do Eterno, cometendo
menos pecados, e nos aperfeiçoando. Para tanto, Dus nos deu a Torah. Contudo, a escada não se
sustentasem um apoio. E este apoio é Yeshua, que não só nos capacita através da Ruach HaKodesh
(Espírito Santo), mas também serve de exemplo para nós acerca da conduta perfeita.
2 O PÔRDOSOL
No passuk (versículo) 28:11, a Torah menciona algo que é tão trivial que normalmente não é
mencionado. Ya'akov parou para dormir porque o sol havia se posto. Segundo os sábios judaicos,
este não foi um "pôrdosol" normal. Na realidade, Dus fez o sol se pôr num horário inesperado,
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para fazer Ya'akov parar exatamente no local e no momento que Ele desejava.
Muitas vezes, quando achamos que Dus tem um plano para nossas vidas, ficamos tentando "ajudar
a Dus", como se Ele dependesse de nós para haver uma oportunidade para Ele agir. È claro que Ele
deseja que façamos a nossa parte, mas Ele se Ele desejar agir, por que ainda duvidamos que Ele
possa? O Eterno é poderoso até mesmo para parar o sol!
3 UNÇÃO PROFÉTICA
No passuk (versículo) 28:18, Ya'akov pega a pedra na qual ele descansou à noite, sobre a qual ele
teve contato com Dus e a unge. Como sempre, a Torah aponta para Yeshua! Comparemos a pedra
de Ya'akov com o nosso Messias:
A Yeshua é a Pedra da igreja (Mt. 16:18). Ya'akov descansou sobre a pedra = Somos chamados a
descansar sobre Yeshua (Mt 11:28)
B Da pedra, surge a escada que leva a Dus = É Yeshua que nos leva a Dus (Jo 14:6)
C Ya'akov ungiu a pedra = Yeshua, nossa rocha, é o ungido de Dus (Lc 4:18)
D A pedra tornouse a base de Beit El (Casa de Dus) = Yeshua é a base do Templo (Casa de
Dus 1 Pe 2:67)
Quando Ya'akov chama o local de "portão do Céu", muito mais do que uma constatação, este é um
ato profético que nos indica que Yeshua é a Porta que leva a Dus!
4 YA'AKOV E NATHAN'EL
Em Yochanan (João) 1:4451, encontramos uma conversa de Yeshua com Nathan'el. Compare esta
conversa com o relato da escada de Ya'akov:
 Yeshua faz uma revelação profética sobre Nathan'el
 Em contrapartida, Nathan'el faz uma declaração de fé em Yeshua como o Filho de Dus
 Em resposta à esta declaração, Yeshua diz que a ele serão reveladas coisas ainda maiores
 Yeshua faz uma ligação direta entre a revelação que Nathan'el receberá e o sonho de Ya'akov
usando Remez ("sugestão" vide artigo sobre como interpretar as escrituras como um judeu).
Yeshua sugere que Ele próprio é a escada de Ya'akov: "E acrescentou: Amen, Amen e eu vos digo
que vereis o céu aberto, e os anjos de Elohim subindo e descendo sobre o Filho do homem." 
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Ya'akov também recebeu um entendimento mais profundo de Dus através do seu sonho. Dus diz a
Ya'akov que as promessas feitas a seu avô Avraham, e seu pai Yitz'chak continuariam através dele, e
que Ele sempre estaria com ele. Ya'akov acorda e proclama que ele agora conhecia coisas que antes
não entendia (Bereshit / Gênesis 28:16). Ya'akov referese à escada como sendo o "portão do céu".
Isto é uma alusão ao Beit HaMikdash (Templo), pois "Beit El" significa "Casa de Dus". Yeshua
também chama a si mesmo de portão (ou porta) e diz ainda que é "maior do que o Templo".
Sabemos também pelo Targum Yerushalayim (sobre Bereshit / Gênesis 22:14), que os Patriarcas se
relacionavam com Dus através do Memra (o Verbo de Dus), ou seja, através de Yeshua. Portanto,
a revelação obtida por Ya'akov foi uma revelação acerca de Yeshua!
5 A FÉ DE YA'AKOV
Logo no princípio do capítulo 29, vemos que havia uma grande pedra que necessitava de muitos
homens para ser movida, para que tivessem acesso ao poço/água que estava abaixo da mesma.
Contudo, reparem que no passuk (versículo) 29:10, Ya'akov move a pedra sozinho, depois de ver
Rachel! Ya'akov estava no caminho certo, obedecendo a Dus e a seus pais, e tinha um
relacionamento de intimidade com o Eterno! Compare isto com Mt. 17:20, e o que Yeshua disse
sobre a fé. Você ainda duvida do que é capaz de fazer se tiver intimidade com Dus? Porém,
lembrese da última Parasha: Ya'akov passava horas estudando e na presença do Eterno. Dus está
disposto a nos dar uma grande medida de fé. Porém não é com mágica nem com corrente de oração
de 7 dias, mas sim se estivermos dispostos a seguíLo, a ler a Sua Palavra, a orarmos, a gastarmos
tempo com Ele. Só assim cresceremos em nossa fé.
6 O MEDO DE YAAKOV E A PERSEGUIÇÃO DOS SANTOS
Rashi, um dos maiores comentaristas da Torah, nos diz que Yaakov estava com medo. Ele sabia que
Lavan era um homem em quem não podia se confiar. A tradição judaica diz que a reputação de
Lavan era péssima, e ele era conhecido como Lavan, o charlatão. Yaakov certamente sabia disto,
e deve ter ouvido muitas histórias de Rivkah (Rebeca) a respeito do irmão dela. Contudo, mesmo
assim Yaakov aceita trabalhar para ele. Por que? Porque Yaakov procurava se lembrar a cada dia o
quanto ela amava Rachel. Ele se lembrava de que era por Rachel que ele estava fazendo isto tudo, e
que no final a vida ao lado de Rachel seria recompensa mais do que suficiente.
Da mesma forma, Yeshua nos alertou de que neste mundo teremos aflições. Ou seja, somos como
Yaakov, trabalhando para Lavan. Seremos humilhados, enganados e maltratados. Entretanto,
temos que ter o mesmo bom ânimo que tinha Yaakov, porque estamos fazendo isto por amor a
Yeshua e a recompensa de viver ao lado dEle valerá à pena. Veja o que diz Yeshua em Matitiyahu
(Mateus) 5:1012: 10 Benditos os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino
dos céus. Benditos sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo mal
contra vós por minha causa. Alegraivos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus;
porque assim perseguiram aos profetas que foram antes de vós. 
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7 UM HOMEM APAIXONADO
No passuk 20, vemos que para Ya'akov, os 7 anos passaram muito rápido de tanto que ele amava a
Rachel. Não posso deixar de evitar uma pontinha de tristeza ao pensar nisto. Atualmente, vemos
muitas pessoas que dizem amar a Dus. Contudo, são incapazes de dedicarem sequer meiahora por
dia para buscarem ao Eterno. Estão sempre cheias de prioridade. Mas Ya'akov não, ele amava a
Rachel e estava disposto a qualquer coisa por ela. Você está disposto a qualquer coisa por Dus?
Com Rachel, Ya'akov não sentia o tempo passar. No entanto, quando falamos a alguém sobre o
Shabbat, muita gente dá mil desculpas, mas a realidade é que muitos não querem dedicar este dia
especial a Dus, isolandose das coisas mundanas e se concentrando em Dus. E no entanto quando
estão apaixonadas por alguém, são dipostas a fazer de tudo por estas pessoas. E não sentem o tempo
passar. Onde está o amor a Dus? Se você não tem se sentido como Ya'akov perante Rachel ao estar
perante o Eterno, então ore e peça a Ele para te dar mais amor por Ele, e exercite este amor, pois a
intimidade vem com o convívio diário.
8 OLHO POR OLHO
No capítulo 29, Ya'akov é enganado por Lavan. Após trabalhar 7 anos, Lavan acaba fazendo Le'ah se
passar por Rachel na noite de núpcias. Certamente que Lavan, Le'ah e Rachel estiveram envolvidos
nesta trama para enganar Ya'akov. Caso contrário, não teria sido possível. Mas por que Ya'akov
ficou tão passivo perante tal situação? Segundo a tradição judaica, Ya'akov, ao reclamar com elas
sobre o que havia acontecido, é relembrado pelas mesmas de que ele havia feito o mesmo com seu
irmão Esav. Ya'akov portanto não tinha moral para reclamar. Os sábios dizem que se Lavan tivesse
dito desde o início que antes de se casar com Rachel, ele deveria se casar com Le'ah, Ya'akov teria
aceitado tal era o seu amor por Rachel. Mas Dus permitiu que isto tivesse ocorrido Ya'akov para ele
provar um pouco do que havia feito com Esav.
9 QUAL A IMPORTÂNCIA DAS OVELHAS DE YAAKOV?
A Bíblia parece dar muita importância às ovelhas. Vemos que antes de libertar o povo do Egito,
Moshe (Moisés) foi um pastor de ovelhas. Da mesma forma David foi pastor antes de ser rei de
Israel. O próprio Yeshua se chamou de o bom pastor, e ainda mandou a Kefah (Pedro) cuidar do
rebanho dele. É fácil entender o milagre que Dus fez para livrar Yaakov dar garras da
desonestidade de Lavan. Mas, por quea Torah gasta uma passagem tão grande para falar das
diferentes cores e tipos de ovelhas de Yaakov?
A resposta está no fato de que Yaakov teria uma missão singular: ele teria que criar 12 filhos, os
quais teriam um papel decisivo nos planos de Dus, cada um de uma forma. Yehudah (Judá) por
exemplo era destinado à realeza. Já a Levi caberia o sacerdócio. Segundo a tradição judaica e
também segundo alguns apócrifos (que apesar de não serem considerados Palavra de Dus, servem
para nos dar alguns dados históricos), Yaakov sabia do futuro profético de cada um. Yaakov 
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precisaria lidar com o todo, e ao mesmo tempo com as necessidades de cada um deles
individualmente. Seria seu guia, seu modelo. Não havia forma melhor de Yaakov aprender a lidar
com isto do que lidando com ovelhas, a cada momento completamente diferentes.
Segundo o rabino Aryeh Levin, nós nunca poderemos ser bons rabinos (ou líderes de um modo
geral) se não soubermos as necessidades de cada uma de nossas ovelhas, e saber como dar atenção o
suficiente para atender a tais necessidades.
10 ENTENDENDO A MENTE DE LAVAN
No final desta Parasha, Lavan faz um comentário quase que inacreditável. Após tentar impedir que
Yaakov saia, Yaakov lista para ele tudo o que havia feito por Lavan durante anos e anos e o quanto
o havia enriquecido e trabalhado para ele. E Lavan responde: Estas filhas são minhas filhas, e estes
filhos são meus filhos, e este rebanho é meu rebanho, e tudo o que vês é meu; e que farei hoje a estas
minhas filhas, ou aos filhos que elas tiveram. Que coisa inacreditável! Como poderia alguém ser tão
cego?!
Segundo o rabino Mordechai Kamenetzky, Lavan era uma pessoa doente. Seu egocentrismo atingia
um nível tamanho que tornava sua alma imune a qualquer conversa, exortação ou persuasão. O
próprio Eterno poderia aparecer para ele em um sonho, e mesmo assim não adiantaria. É como
Yeshua disse a respeito da família do homem rico em uma parábola: Se não ouvem a Moshe e aos
profetas, tampouco acreditarão, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos.
Se não tivermos a humilde iniciativa de percebermos as nossas falhas, poderemos criar calos em
nossa consciência, tal como Lavan. Quando isto acontece, nada que possa ser dito a nós será
entendido. É por isso que devemos sempre ter humildade e confessarmos nossas falhas e pecados,
para que Dus possa nos restaurar. 
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VIII Vayishlach (E ele enviou)
Bereshit (Gênesis) 32:3 36:46
1 MENSAGEIROS DIVINOS?
Em Bereshit (Gênesis) 32:4 a Torah nos diz que Yaakov (Jacó) enviou mensageiros para
encontrar seu irmão Esav (Esaú). A palavra malach no hebraico quer dizer mensageiro, mas
também é usada para identificar os anjos, os quais são mensageiros do Eterno. Devido a este fato, e
somandose à visão da escada que Yaakov teve na Parasha passada, alguns dos sábios judeus
interpretam que estes mensageiros enviados por Yaakov eram de fato anjos do Eterno.
2 UM POSSÍVEL ATENUANTE PARA ESAV?
Yaakov (Jacó) demonstra logo no início desta Parasha que era tanto gentil quanto esperto. Ele
deliberadamente pede aos mensageiros para mencionarem a sua vida com Lavan (Labão). Isto tinha
dois objetivos: primeiramente, sensibilizar Esav, visto que Esav também deve ter crescido ouvindo
as histórias de Rivkah (Rebeca) a respeito do caráter do tio, e poderia se sensibilizar com o aperto
que Yaakov (Jacó) havia passado. Segundo Rashi, um dos maiores comentaristas da Torah, o
segundo objetivo era minimizar um pouco aos olhos de Esav (Esaú) a usurpação bênçãos do pai.
Yaakov (Jacó), ao contar tudo o que passou, queria que Esav (Esaú) pensasse que tais bênçãos não
haviam tido muito impacto na vida deles, e que portanto deveria esquecer a história. Porém, Esav
(Esaú) parece estar disposto a se vingar, visto que vem acompanhado de 400 homens.
3 QUEM LUTOU COM YAAKOV?
É muito interessante estudarmos o relato da luta de Yaakov (Jacó) na perspectiva judaica. Muitos já
conhecem a mais famosa dentre as interpretações cristãs, de que na realidade Yaakov teria lutado
com Yeshua, ou seja, com o próprio Dus.
A interpretação judaica é completamente oposta. Segundo a tradição do nosso povo, Yaakov (Jacó)
lutou com Samael, o anjo guardião de Esav (Esaú), ou seja, lutou com o próprio Lúcifer, a
encarnação do mal.
Mas como saber qual a mais provável? 
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A) Vamos analisar o contexto:
 Esav estava contestando o direito de primogenitura, pois segundo ele, Yaakov o havia tapeado
para obtêlo
 Para que estivesse com a ficha limpa, Yaakov precisava que Esav retirasse esta acusação
 Esav estava vindo para matar Yaakov
 Yaakov está com medo e ora a Dus pedindo ajuda
B) Segundo as próprias Escrituras, é uma verdade fundamental o fato de que quando há uma batalha
física, antes disto há uma batalha espiritual. Veja como Dus teve que anular os deuses
(demônios) dos Egípcios, Filisteus, Amalequitas, etc., antes que o povo de israel pudesse vencêlos
no mundo físico.
C) Outro princípio fundamental que vimos na Parasha anterior é o da realidade espiritual de Yaakov
(Jacó) e Esav (Esaú). Eles representavam extremos opostos, o bem e o mal. Quando um estava por
cima o outro estava por baixo. Quando um era aumentado (isto é, abençoado) o outro era
diminuido.
D) Há muitos problemas que precisariam ser explicados caso realmente Yaakov (Jacó) houvesse
lutado com Yeshua/Dus:
 Por que Dus/Yeshua viria lutar com Yaakov?
 Por que nenhum dos dois seria capaz de derrotar Yaakov? Ou teria sido uma luta de mentira?
 Por que Dus/Yeshua feriria Yaakov
 Por que Dus/Yeshua se recusaria a dar o seu nome a Yaakov?
 Por que o anjo teria que fugir ao amanhecer?
 Se fosse realmente Dus, por que a necessidade de Dus confirmar o novo nome de Israel em
Bereshit (Gênesis) 35?
Tudo isto parece mesmo indicar a obra de um anjo adversário. Mas, por que então as pessoas
costumam pensar que Yaakov (Jacó) lutou com Dus?
E) A resposta está no nome que Yaakov (Jacó) dá ao lugar, Peniel. Uma possível explicação para
esta conclusão está na interpretação da palavra Peniel. A palavra El significa
divino/divindade, ou seja, um ser superior, sobrenatural. Nem sempre tal palavra representa
Dus. Inclusive, é muito usada na Bíblia para se referir aos deuses dos outros povos (isto é,
demônios). Ou seja, Yaakov (Jacó) não necessariamente está dizendo que viu Dus faceaface.
Isto já seria interpretar que este El de Peniel representa Dus. Na realidade, Yaakov (Jacó) viu
uma divindade faceaface. Ou seja, poderia muito bem ter sido um anjo. Em outras palavras, 
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Dus é El, mas nem tudo o que é El é Dus. Como vemos posteriormente, o próprio Yaakov
(Jacó) diz a Esav (Esaú) que ver a face dele foi como ver uma face divina. Acho que fica bem claro
que Yaakov (Jacó) não estava dizendo que Dus se parecia com Esav (Esaú), o qual era o mal em
pessoa.
4 POR QUE SAMAEL SE ENVOLVERIA?
Considerando a interpretação acima, a pergunta que não quer calar é: Por que Samael (Lúcifer) se
envolveria e tomaria partido de Esav (Esaú)? Como sempre, tudo o que a serpente queria era destruir
os planos de Dus. Samael (Lúcifer) sabia que Esav (Esaú) era mau, e que se as bênçãos de
prosperidade dadas a Avraham (Abraão) fossem transferidas para a linhagem de Esav (Esaú), os
planos de Dus para que Sua mensagem fosse transmitida às nações estaria seriamente
comprometido.
5 O RESULTADO DA LUTA
Considerando então a interpretação judaica, a derrota de Samael (Lúcifer), anjo de Esav, para
Yaakov (Jacó) significava que Samael era obrigado a abrir mão das alegações de Esav (Esaú) e dele
próprio de que Esav (Esaú) teria os direitos de primogenitura. A benção concedida pelo anjo
significou que ele foi aumentado e Esav (Esaú) foi diminuido. A idéia de que as forças do mal
tentariam amaldiçoar Israel e acabariam o abençoando não ocorre apenas aqui. Posteriormente,
vemos que Balak, rei de Moav (Moabe) tenta contratar Bilam para amaldiçoar o povo de Israel, e o
mesmo ao abrir a boca só consegue proferir bênçãos.
O resultado desta lutaé que quando Esav (Esaú) encontra Yaakov (Jacó), surpreendentemente o
recebe calorosamente. A batalha já havia sido decidida no campo espiritual.
6 OS BEIJOS DE ESAV
Quem nunca viu uma Torah escrita à mão, não sabe o que está perdendo. Recomendo a todos que
leiam o artigo A História da Torah que mostra como o sofer (aquele que copia textos sagrados)
preserva, ao fazer uma cópia fiel, determinados aspectos da Torah que podem demonstrar algo que
vai além do que apenas o texto. Em raras ocasiões, algumas letras são escritas em menor ou maior
tamanho, e com algumas outras variações, às vezes até mesmo omitidas, e com isto dão um toque da
emoção ao texto, ou sugerem algo mais profundo, dando algumas dicas sobre o panodefundo da
história.
Um detalhe muito interessante está no fato de que na passagem onde é narrado que Esav (Esaú)
aproximase de Yaakov (Jacó), nas palavras que dizem e ele o beijou, a Torah traz alguns 
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pontinhos acima destas palavras.
Rashi, um dos maiores comentarista da Torah, traz várias interpretações sobre o porquê da Torah
trazer tais pontinhos. Uma delas seria o indício de que algo havia ocorrido acima do beijo, ou seja,
no plano espiritual, para que isto ocorresse, indicando assim a vitória de Yaakov (Jacó) sobre
Samael (Lúcifer). Outra interpretação seria a de que os pontinhos podem indicar que Esav (Esaú)
tinha na realidade segundas intenções, e que seu ato teria sido meramente diplomático, mas em seu
coração ainda nutria sentimentos negativos em relação ao irmão.
7 ESTUPRO E VINGANÇA?
No capítulo 34, temos a história do estupro de Dinah e da consequente vingança planejada e
executada por dois dos filhos de Yaakov (Jacó). Será que foram corretas as ações de Shimon
(Simeão) e Levi? Lembremonos de que posteriormente na Torah, vemos que Pinchas (Finéis), neto
de Aaron (Aarão) mata duas pessoas que haviam pecado e, mesmo cometendo tal ato, Dus o chama
de pacificador. Por que? Se estudarmos a Parasha de Pinchas, vemos que há todo um contexto que
dá um motivo para isto. Da mesma forma, devemos levar em conta o contexto aqui.
Os homens de Shechem, pelo que podemos perceber claramente pelo texto, tinham as piores
intenções possíveis para quererem se misturar com os filhos de Israel. Queriam na realidade tomar
todas as posses de Yaakov (Jacó). Além disto, não puniram o estuprador de Dinah.
8 A BRONCA DE YAAKOV
Apesar das atitudes dos filhos terem sido justas, no sentido de que eles fizeram justiça à situação da
irmã, Yaakov dá uma bronca neles. Por que? Yaakov (Jacó) quer ensinar aos filhos exatamente
aquilo que Yeshua nos ensina, de que há formas mais justas de se buscar a justiça. Yaakov (Jacó)
queria quebrar nos filhos o sentimento de ciclo vicioso da vingança. É a mesma coisa que Yeshua
nos ensina em Matitiyahu (Mateus) 5:3844
9 UMA HISTÓRIA DE AMOR
No capítulo 35, vemos a história do parto complicado que leva à morte de Rachel. A morte de
Rachel deve ter sido bastante sofrida, pois ela resolve dar ao filho o nome de BenOni (Filho do meu
sofrimento). Contudo, Yaakov (Jacó) não enxerga assim. Ele olha para a vida toda que teve ao lado
do seu grande amor, e dá o nome ao menino de Benyamin (Filho da minha destra). É talvez o maior
reconhecimento que Yaakov (Jacó) poderia dar a Rachel, reconhecendo que ela é a destra dele.
Mesmo na cultura atual, a palavra destra demonstra bastante importância. Temos expressões como
o braço direito, etc. Era esse o reconhecimento que Yaakov (Jacó) tinha por sua esposa. Na 
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cultura judaica, destra também está associada a livramento, refúgio, salvação. Rachel era como um
refúgio para Yaakov (Jacó). Esposas, vocês têm sido assim com seus maridos? A função da mulher
virtuosa é justamente esta: ser fonte de força e refúgio para o seu marido. Maridos, vocês têm
demonstrado às suas esposas o reconhecimento devido por este papel, assim como Yaakov (Jacó) o
fez?
10 EXPLORAÇÃO, LUTA, MEDO, SOFRIMENTO E& VITÓRIA!
A história da vida de Yaakov (Jacó), boa parte da qual é narrada nestas duas últimas Parashiot, foi
marcada por anos de exploração (na casa de Lavan), o enfrentamento a HaSatan, o medo de ser
morto por seu irmão Esav (Esaú), sofrimento com as mortes de sua esposa, e o estupro de sua filha.
Puxa! Quanta tribulação sobreveio a Yaakov (Jacó). Talvez até mesmo por seu papel de destaque na
história da humanidade. Seus filhos seriam uma nação escolhida para ensinar o temor a Dus. Seu
descendente, o Messias que salvaria a humanidade de seus pecados. Yaakov (Jacó) sabia dos planos
que Dus tinha na vida dele. Talvez ele não soubesse de todos os detalhes, mas ele confiava nas
promessas de Dus. A maior lição que estas duas últimas Parashiot podem nos ensinar é esta:
Yaakov sofreu muito, e mesmo assim não perdeu a confiança e a fé em Dus. E por isto, hoje ele
não é lembrado como um homem de aflições, mas sim como um vitorioso! Que seja assim com todos
nós! 
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IX Vayeshev (E ele se estabeleceu)
Bereshit (Gênesis) 37:1 40:23
1 A HERANÇA DE YAAKOV
Esta parasha começa da mesma forma que a parasha de Noach (Noé). Isto é, fala dos descendentes
de Yaakov porém lista as ações e atributos dele, ao invés da linhagem. Contudo, desta vez não são
os atributos de Yaakov que são os mais discutidos, mas sim os de Yosef (José). Este é o primeiro
indício da relação tão próxima que havia entre Yosef (José) e Yaakov (Jacó).
Além disto, na próxima parasha, quando concluirmos a história de Yosef, veremos que em nível
SOD (vide artigo sobre como interpretar as Escrituras como um judeu), a vida de Yosef (José) foi
uma profecia a respeito da vida do Messias. Desta forma, podemos concluir que a maior herança
deixada por Yaakov foi o Messias Yeshua, salvador da humanidade.
2 CASA DE YAAKOV, CASA DE YOSEF E A BATALHA COM O MALIGNO
No Tanach (o Primeiro Testamento) encontramos a seguinte frase:
E a casa de Yaakov será um fogo, e a casa de Yosef uma chama, e a casa de Esav restolho;
(Ovadiyah / Obadias 1:18)
Segundo a tradição judaica, Yaakov (Jacó) só pôde confrontar Esav (Esaú) quando Yosef (José)
nasceu. Pois Yosef (José) era a expressão física de toda a espiritualidade de Yaakov (Jacó). Tanto
que vemos que quando Yaakov (Jacó) pensa que Yosef (José) está morto, fica absolutamente
inconsolável, como se houvesse perdido a sua força.
Da mesma forma, como falamos anteriormente, a vida de Yosef (José) simboliza a vida do Messias.
Atualmente, Israel encontrase sem forças, inconsolável devido às perseguições do mundo. Tanto
que o profeta Yeshayahu fala:
Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Elohim. (Yeshayahu / Isaías 40:1) 
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Assim como Yaakov só teve forças para encarar Esav (Esaú) com Yosef, Israel também terá forças
para encarar o Maligno quando o Messias retornar.
3 AS ROUPAS DE YOSEF
Fica bastante evidente que o manto que Yosef (José) ganhou de Yaakov (Jacó) indicavam a
predileção do pai. Alguns podem também perceber que tal roupa era um indício profético de realeza.
Mas existe ainda um terceiro aspecto: as roupas na Bíblia muitas vezes demonstram a condição
espiritual de uma pessoa (vide por exemplo os mantos alvos dos justos, etc.) Isto nos indica
também que Yosef (José) era uma pessoa que tinha um relacionamento especial com Dus.
4 RETIDÃO E EGO
Yosef (José) era, como vimos nesta parasha, um homem extremamente correto e justo. Mas, como
todo ser humano, era imperfeito. Em algo ele muito diferiu do Messias: Yosef (José) tinha um ego
muito inflado, segundo a tradição judaica, algo sobre o que a própria Torah dá alguns indícios. Muito
belo, forte, amado pelo pai, e tendo dons espirituais, Yosef (José) se achava superior a seus irmãos. E
isto de certa forma provocou a ira deles.
A lição que podemos tirar disto é que, embora devamos sempre buscar justiça, santidade e nos
achegarmos a Dus, isto não nos dá direito algum de nos sentirmos superiores. Sem Yeshua, somos
nada mais do que pó, e não temos motivos para nos orgulharmos emnós mesmos. Portanto, fica aqui
o apelo: a medida em que nos preocupamos em vivermos uma vida mais reta, também deve aumentar
nosso cuidado para não cairmos em soberba.
5 DAIME O REI DOS REIS!
Inserida no meio do que outrora é a história da vida de Yosef (José), temos a importantíssima
história de Yehudah (Judá) e Tamar, no capítulo 38. Como sabemos, a Bíblia em muitos lugares
possui um sentido literal, e outros mais profundos. É o que chamamos de camadas de interpretação
(vide os artigos sobre como interpretar as Escrituras como um judeu). No sentido literal, quando
Yehudah (Judá) deseja se deitar com Tamar, e pergunta o que ela deseja como garantia de
pagamento, ela pede a ele o selo dele, com a corda do mesmo, e o cajado.
Os sábios antigos viram nesta passagem uma maravilhosa revelação profética dada a Tamar, pois:
A) o selo é símbolo da realeza (vide Yermiyahu / Jeremias 22:24);
B) À corda é feita a alusão ao tzitzit (vide Bamidbar / Números 15:38), que simboliza a Torah do
Eterno;
C) O cajado simboliza o rei Messias (Tehilim / Salmos 110:2); 
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Ou seja Yehudah deu a Tamar o que ele tinha de mais valioso: Peretz, o filho dos dois, foi patriarca
da linhagem de David, através da qual o Messias viria a nascer.
Não é à toa que o Talmud diz que, quando estava grávida, Tamar: batia na barriga e declarava Eu
estou grande com reis e redentores. (Bereshit Rabbah 85:10)
Da linhagem do filho de Tamar, nasceu Yeshua, nosso Rei e Redentor!
6 O CUMPRIMENTO DO SONHO DE YOSEF
Quase passa desapercebido o fato de que os dois sonhos de Yosef (José) são muito distintos. No
primeiro sonho, que vemos claramente se cumprir na próxima parasha, os irmãos de Yosef (José) se
curvam a ele. No segundo porém, tanto os irmãos quanto a mãe e o pai de Yosef (José) se curvam a
ele. Problema: naquela época, a mãe de Yosef (José) já havia falecido. Alguns rabinos tentam dar
explicações a este evento, sem sucesso. Alguns chegam até a dizer que esta parte do sonho não iria
se cumprir.
Mas a verdade é que este sonho se cumprirá não em Yosef (José), mas no
Messias, que como dissemos anteriormente, é tipificado na vida de Yosef (José). No fim dos dias,
toda a família de Israel se curvará ao Messias, mesmo os mortos, que naquela ocasião ressuscitarão.
7 CASTIGADO POR FAZER A COISA CERTA?
A história de Yosef (José) e a mulher do Potifar no capítulo 39 parece ser extremamente injusta.
Segundo a tradição judaica, Yosef (José) ficou muito tentado tal foi o grau de sedução usado pela
mulher do Potifar, mas antes que pudesse tocar nela recebeu um aviso de Dus para não fazêlo.
Yosef (José) então tomou a decisão certa, seguiu a recomendação de Dus e como consequência é
jogado na cadeia? Parece uma história maluca, não? Mas na realidade vemos que tudo fazia parte dos
planos de Dus e graças a tais planos, Yosef (José) pôde ser usado por Dus para salvar muitos da
fome, inclusive os seus próprios irmãos.
Contudo, muitos de nós atualmente acabamos ou fazendo a coisa errada, quando vemos que a coisa
certa nos custará muito. Ou então nos revoltamos se agimos corretamente e mesmo assim Dus nos
faz passar por tribulações. Duas lições podemos tirar a história de Yosef (José): 
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A) Devemos fazer a coisa certa por amor a Dus, e não porque o resultado será melhor
B) Devemos confiar que Dus está sempre no controle de nossas vidas, e que o sofrimento por maior
que seja aqui na terra, é ínfimo se comparado à eternidade de maravilhas que experimentaremos ao
lado de Dus
8 A TRAIÇÃO DO REI
O rabino Shalom Noach Brezovsky aponta para um elemento curioso nesta narrativa com a mulher
do Potifar. A palavra usada para manto aqui é bigdo, cuja raiz (BeitGuimelDalet) quer dizer
traição. A mulher do Potifar tentou usar Yosef (José), mas como não obteve sucesso, usou
justamente o seu manto real para traílo.
Da mesma forma, vemos posteriormente na Bíblia um paralelo interessante: Yehudah Skriot (Judas
Iscariotes) tentou usar o Messias para os seus próprios interesses. Quando percebeu que Yeshua não
iria se prestar a este papel, traiu o Rei dos Reis.
9 PRUDÊNCIA X FALTA DE FÉ
No capítulo 40, temos a história da interpretação dos sonhos do copeiro e do padeiro do faraó.
Segundo a tradição judaica, se Yosef (José) não tivesse pedido ao copeiro que se lembrasse dele ao
ser restituído ao posto, o copeiro teria se lembrado dele e Yosef (José) não teria passado mais tempo
na prisão. Segundo diz a tradição judaica, Yosef (José) fez isso por falta de fé. Naquele momento,
não confiou em Dus o suficiente. Resolveu fazer algo só por via das dúvidas. E Dus então o fez
aprender a depender mais dEle.
No entanto, na parasha anterior, quando Yaakov toma medidas de prudência, como dividir os
acampamentos, por estar com medo antes de se encontrar com Esav (Esaú), não é punido. Por que?
A resposta está na motivação. Não devemos cair nem em um extremo nem em outro. Alguns,
alegando fé, são imprudentes, como os que não tomam remédios achando que Dus é obrigado a agir
de forma sobrenatural. Outros, alegando prudência, querem esconder a falta de fé. Querem ter um
plano B caso Dus não aja.
A prudência é algo bíblico, e não falta de fé. A diferença entre a prudência e a falta de fé está na
confiança em Dus. Yaakov se precaveu, mas confiou em Dus. Yosef (José) não. Isso faz toda a
diferença. 
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10 UMA PROFECIA IMPRESSIONANTE!
Vemos que esta Parasha apresenta uma grande profecia. Por que temos em paralelo a história de
Yosef (José) e a de Yehudah (Judá)? Vemos posteriormente nas Escrituras que Yosef (José) é muitas
vezes identificado como as dez tribos de Israel, do Reino do Norte. Já Yehudah (Judá) é o Reino do
Sul. Já na Torah vemos a profecia com relação à divisão dos dois reinos. Considere o paralelo
A) Elementos de realeza identificados em Yosef (José) e Yehudah: o manto e o selo,
respectivamente. Isto indica o reinado de ambos
B) Yehudah (Judá) e Yosef (José) tomam rumos distintos > Os Reinos de Judá e Israel se separam
C) Yehudah (Judá) permanece e Yosef (José) é dado como perdido > O Reino de Judá permanece,
mas as dez tribos se dispersam e são dadas como perdidas
D) Yehudah (Judá) concebe Peretez, precursor da linhagem de David > O Reino de Judá dá a luz ao
Messias, o último e eterno rei da linhagem de David.
Na Parasha seguinte veremos como esta história termina... 
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X Mikeits (No fim)
Bereshit (Gênesis) 41:1 44:17
1 O Nilo e o Verdadeiro Dus
No início desta Parasha, vemos uma menção a um rio, certamente uma referência ao Nilo. O Nilo era
a fonte de toda a fertilidade do Egito. E por isto, era considerado também pelos egípcios como sendo
uma fonte de poder espiritual. Tanto que o Faraó era chamado de o regente das águas. Mais
adiante, vemos que a primeira praga enviada pelo Eterno foi justamente sobre o Nilo, demonstrando
que não há poder espiritual acima do Eterno, e que é o Eterno, e não o deus do Nilo, que traz
fertilidade sobre a terra.
2 OS SONHOS, O MUNDO FÍSICO E O MUNDO ESPIRITUAL
Conforme vimos na Parasha anterior, os sonhos eram muito presentes na vida de Yosef. Nossa
tradição nos diz que os sonhos são uma fração de uma profecia. Um sonho pode ser uma fonte de
revelação de Dus, mas muitas vezes são confusos e podem também conter enganos e falsidade. Mas
por que? Os sonhos são uma ponte entre o mundo físico e o mundo/dimensão espiritual mais
baixa, chamada de Yetzirah (o mundo da formação vide a Parasha Bereshit para maiores
informações). No Yetzirah, existem tanto anjos bons quanto anjos maus (demônios). Por isto, os
sonhos podem tanto ser de Dus quanto ser de demônios. É preciso discernimento, solidez no
conhecimento da Palavra, e uma vida de oração para discernir entre os dois. Yosef (José) possuia
este discernimento.
3 SOFRIMENTO E REDENÇÃO: BUSCANDO O REINO DE DUS
Yeshua nos disse em Matitiyahu (Mateus) 6:33 Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Dus
e a sua justiça, e todas estas coisaslhes serão acrescentadas. Mas o que seria buscar em primeiro
lugar o Reino de Dus? Temos um bom exemplo nesta Parasha.
Segundo a tradição judaica, os justos são a fundação do mundo. A palavra associada à fundação, no
hebraico, é Yesod. A palavra teshuvah no hebraico significa retorno, isto é, um
arrependimento (da condição de pecador) e retorno a Dus. Em estudos mais profundos da Torah,
Vemos que o Malkut (isto é, o Reino) é o caminho segundo pelo Yesod para fazer teshuvah,
chegandose a Dus. Em outras palavras: o Reino é o caminho do arrependimento e retorno, que
nos aproxima de Dus. 
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Vemos também que Yeshua nos diz em Matitiyahu (Mateus) 5:3 que Bemaventurados os pobres
em espírito, pois deles é o Reino dos céus. Ou seja, o caminho para o Reino é um caminho de
humildade, de negarmos a nós mesmos, pois Dus se revela aos humildes.
Vejamos agora a história de Yosef: Yosef negouse a si mesmo, e foi justo no que concerne a
mulher do Potifar. E, por isto, vemos que posteriormente Dus providenciou tudo o mais que ele
necessitava. Yosef reconheceu isto quando deu a um dos seus filhos o nome de Menasheh (faz
esquecer). Da mesma forma, se o buscar o Reino de Dus nos faz sofrer, pois o mundo está em
inimizade com o Eterno, não devemos nos esquecer da promessa de que um dia, este sofrimento será
transformado em glória.
4 CHEIO DO ESPÍ RITO DE DUS
Vemos ainda no capítulo 41 que o Faraó diz que Yosef (José) possui o Espírito de Dus. Uma
pessoa que possui nela habitando o Espírito de Dus produz frutos, tais como vemos no Brit
Chadashah (Novo Testamento). Contudo, nesta conversa com Faraó, Yosef (José) não teve tempo o
suficiente para demonstrar tais frutos. Como então Faraó reconheceu que nele habitava o Espírito de
Dus?
Segundo a tradição judaica, um dos sinais da presença do Espírito de Dus é o daat
(conhecimento). Foi o daat que Faraó reconheceu em Yosef (José). O daat não é qualquer
conhecimento, mas é fruto da junção da chokmah (sabedoria) e binah (entendimento). Vemos
que a sabedoria é um dom dado por Dus: Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça a Deus,
que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida. (Yaakov / Tiago 1:5)
Porém, o entendimento só vem com o conhecimento da Palavra do Eterno. Portanto, se desejamos
que nossas palavras sejam de fato cheias de daat, precisamos ter uma vida de oração, buscando a
sabedoria de Dus, mas também estudarmos a Palavra do Eterno, sem a qual não há binah.
5 A REPETIÇÃO DO SONHO DE FARAÓ
Vemos no final deste capítulo uma explicação sobre o porquê doFaraó ter tido dois sonhos. Vemos
que Yosef (José) lhe diz que o sonho foi duplicado porque o fato já havia sido determinado por Dus
e ocorreria brevemente. No original em hebraico, vemos a expressão perante o Snhor, que é uma
alusão ao Beriah, isto é, a dimensão espiritual superior, ou seja, a Sala do Trono de Dus.
O fato da duplicidade indica que foi algo que Dus já determinou, e que agora os anjos (mensageiros
do Eterno) no Yetzirah (vide Parasha Bereshit) levarão ao mundo físico (Asiyyah) para que a
vontade do Eterno seja realizada. 
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Em outras palavras, a duplicidade indica uma predestinação da pessoa (vide Bereshit / Gênesis 22:11
e 46:2, sobre o chamado de Avraham / Abraão e Yaakov / Jacó; Shemot / Êxodo 3:4, sobre o
chamado de Moshe / Moisés: e ainda Shmoel Alef / I Samuel 3:10 sobre o profeta Shmoel / Samuel),
ou pode indicar ainda um evento futuro que já foi predeterminado por Dus para acontecer, tal como
a queda de Bavel (Babilônia) em Apocalipse 14:8
6 ESTOCANDO PARA TEMPOS DIFÍCEIS
A idéia que Yosef (José) dá ao Faraó para estocar alimentos durante o período de abundância, para o
momento de escassez pode certamente se aplicar às nossas vidas. Porém, pode também ser aplicada
de uma forma que nem sempre consideramos: da mesma forma em que podemos estocar coisas
materiais, para momentos de dificuldade material, também podemos e devemos estocar provisões
para os momentos de dificuldade espiritual.
Da mesma forma em que passamos por altos e baixos em nossa vida material, o mesmo é verdadeiro
com relação à nossa vida espiritual. Há momentos em que nos sentimos extremamente próximos ao
Eterno. Há outros em que nos sentimos esgotados espiritualmente, ou afastados de Dus, e até
mesmo chegamos a questionar nossa fé. E como podemos nos preparar para estes momentos?
Estocando! Mas como estocar em nossa vida espiritual? Mantendo um relacionamento de oração,
meditando diariamente na Palavra do Eterno (conforme nos recomenda a Torah), procurando
fortalecer nossos laços de companheirismo com outros que professam a mesma fé, e procurando
viver uma vida de obediência às leis de Dus.
Assim como o estocar alimentos não impediu o Egito de passar pela tribulação da fome, da mesma
forma o estocar espiritualmente não nos impede de passarmos por tribulações. Contudo, o Egito
certamente sofreu muito menos por causa do estoque de alimentos, e evitou que seu povo perecesse.
Da mesma maneira, o estoque espiritual que construímos nos ajuda a enfrentar os tempos de
dificuldades com mais força.
7 A IMPORTÂNCIA DA CONFISSÃO
O rabino Dovid de Zevilton comenta que uma pessoa atinge o perdão quando confessa os seus
pecados. Vemos nesta Parasha um exemplo disto. Enquanto insistiam serem inocentes, Yosef (José)
permanecia chamando os seus irmãos de espiões. Porém, quando os irmãos admitiram que o que
estavam passando era por causa da culpa deles sobre o que fizeram com Yosef (José), então Yosef
(José) se encheu de compaixão e chorou. Vemos aqui a importância da confissão do pecado.
Muitas pessoas acham que basta o estar arrependido, porém a confissão é importante. Quando
confessamos nossos pecados, estamos demonstrando mais do que arrependimento. Estamos 
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admitindo que somos falíveis, estamos nos humilhando e demonstrando que de fato desejamos o
perdão e a reconcialiação. Repare que não deve ter sido nada fácil para os irmãos fazerem esta
confissão. Mas depois de fazer a confissão, tudo melhorou! Portanto, que nós possamos aprender
esta valiosa lição com os irmãos de Yosef (José). Se erramos com alguém, devemos procurar esta
pessoa e confessarmos nossas faltas. Se nós erramos perante o Eterno, devemos confessar perante
Ele em oração. Lembremse de 1 Yochanan (João) 1:9 Se confessarmos os nossos pecados, ele é
fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça.
8 UMA PROFECIA IMPRESSIONANTE! (PARTE 2)
Semana passada, vimos o impressionante paralelo entre as histórias de Yosef (José) e Yehudah
(Judá), e como elas refletem profeticamente o Reino de Israel e o Reino de Yehudah (Judá). Semana
passada vimos os seguintes elementos:
A) Elementos de realeza identificados em Yosef (José) e Yehudah: o manto e o selo,
respectivamente. Isto indica o reinado de ambos
B) Yehudah (Judá) e Yosef (José) tomam rumos distintos > Os Reinos de Judá e Israel se separam
C) Yehudah (Judá) permanece e Yosef (José) é dado como perdido > O Reino de Judá permanece,
mas as dez tribos se dispersam e são dadas como perdidas
D) Yehudah (Judá) concebe Peretez, precursor da linhagem de David > O Reino de Judá dá a luz ao
Messias, o último e eterno rei da linhagem de David.
Nesta Parasha vemos o seguinte:
E) Yehudah (Judá) passa pela tribulação dos sete anos de fome > O Reino de Judá passa por
diversas tribulações, até o tempo da redenção
F) Yehudah vai duas vezes ao Egito > O Reino de Judá é exilado por duas vezes
G) Yosef (José), outrora tido como perdido, é revelado à sua família > Dus reajuntará as dez
tribos dispersas de Israel no fim dos tempos
H) A família de Israel volta a ficar junta > O povo de Israel é completamente reunificado e
restaurado
9 A VIDA DE YOSEF E O MESSIAS
Vemos ainda um paralelo impressionante, conforme comentamos anteriormente, entre a história de
Yosef (José) e a história do Messias. Vamos ver o paralelo:
A) Yosef (José) é o primogênito de Rachel> O Messias é o Primogênito de Dus
B) Yosef (José) é descrito como a maior herança de Yaakov (vide Parasha anterior) > O Messias é
a maior herança de Israel
C) Os irmãos de Yosef (José) não compreendem seus sonhos > Boa parte de Israel não
compreendeu a missão do Messias
D) Os irmãos de Yosef (José) sentem ciúmes dele > Alguns líderes de Israel sentem ciúmes da
popularidade de Yeshua 
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E) Yaakov (Jacó) envia Yosef (José) como mensageiro a seus irmãos > Dus envia o Messias
como mensageiro aos filhos de Israel
F) Yosef (José) não é bem recebido por seus irmãos > O Messias não é bem recebido por todos os
judeus
G) Yosef (José) é entregue aos Ismaelitas, inimigos de Israel > O Messias é entregue aos romanos,
inimigos de Israel
H) Yaakov (Jacó) pensa que Yosef (José) está morto e chora > Israel chora por achar que aquele
que poderia ser o Messias está morto
I) Yosef é jogado na prisão, apesar de inocente > O Messias desceu ao Shol (cativeiro da morte),
apesar de inocente
J) O Faraó retira Yosef (José) da prisão, e ele é exaltado entre os egípcios > Dus resgata o Messias
do cativeiro da morte, rescussitandoo, e o exalta entre os gentios
K) O Faraó reconhece em Yosef (José)o Espírito de Dus > O Espírito de Dus é derramado entre
os seguidores do Messias
L) Yosef (José) e seus assistentes preparam o Egito para a época da tribulação > Yeshua, através
dos seus seguidores, prepara a sua congregação para a tribulação
M) Cessa o período da abundância e vem a tribulação > Cessa o tempo dos gentios e começa a
tribulação
N) Os moradores do Egito sofrem, mas são preservados durante a tribulação > A congregação do
Messias sofre, mas Dus os preserva durante a tribulação
O) Até a tribulação, os filhos de Israel tem a Yosef como perdido > Até a tribulação, a grande
maioria dos filhos de Israel não reconhecerão a Yeshua como o Messias
P) Chega a tribulação, e os filhos de Israel quase morrem > Durante a tribulação, os filhos de Israel
serão quase destruídos
Q) O próprio Yosef (José) se revela a seus irmãos > Sem o auxílio de ninguém, Dus removerá o
véu e o próprio Messias se revelará a Seu povo
R) Os irmãos de Yosef (José) finalmente o reconhecem, e eles se alegram > Os irmãos do Messias
finalmente os reconhecerão, e haverá alegria nos céus
S) Yosef (José), que já havia salvo o Egeito, salva também a sua família, não permitindo que ela
morresse > Yeshua, que já havia salvo as nações, salvará também Israel, não permitindo que Israel
seja destruído T) Israel e o povo do Egito passam a conviver juntos em harmonia, como um só povo,
sob o comando de Yosef (José) > Israel e os gentios remidos no Messias passarão a viver juntos,
sob o Reinado do Messias 
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XI Vayigash (E ele se aproximou)
Bereshit (Gênesis) 44:18 47:27
1 COMO DUS SE REVELA
Esta Parasha começa com a tensão entre Yehudah (Judá), e Yosef (José) a respeito do destino de
Binyamin. O rabino Yehudah Aryeh Leib Alter explica que há um sentido mais profundo para este
encontro. No hebraico, o nome Yehudah quer dizer agradecer ou reconhecer, pois quando Leah
concebeu a seu filho, agradeceu e reconheceu a mão de Dus em lhe dar este maravilhoso presente.
A Torah fala então que quando Yehudah se aproximou, Yosef (José) se revelou. Aqui, segundo o
mesmo rabino, Yosef (José) representa os atributos ocultos de Dus.
Qual a lição, então que podemos tirar?
Quando nos aproximamos de Dus em espírito de gratidão e reconhecendo Sua mão em tudo o que
somos, Ele então se revela a nós.
2 QUANDO DUS SE CALA
Nesta Parasha, vemos Dus falando com Yaakov (Jacó) para não temer e ir para a terra do Egito.
Mas fica a dúvida: Por que então Dus não contou a Yaakov (Jacó) que Yosef (José) estava vivo e
no Egito? Ou ainda: por que não disse a Yosef (José) para o procurar, uma vez que Yosef (José)
estava em posição de poder no Egito? Por que Dus se calou quando Ele poderia ter evitado o
sofrimento da família?
A resposta está no fato de que se tudo não tivesse ocorrido no seu devido tempo, a família de Israel
não teria ido para o Egito. E a ida ao Egito já havia sido prevista profeticamente a Avraham (vide
Bereshit / Gênesis 15:13). Além disto, já havia também uma profecia de que os irmão de Yosef
(José) se curvariam a ele. Na realidade, quando uma profecia é dada, significa que aquilo já ocorreu
na dimensão espiritual, e que precisa apenas ser passado para a dimensão física. É por isto, por
exemplo, que a Bíblia diz que o Cordeiro de Dus foi morto desde a fundação do mundo (na
dimensão espiritual), o que só veio a ocorrer na dimensão física muito posteriormente
3 UM EXEMPLO DE FÉ E AMOR 
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O clímax desta Parasha é o perdão concedido por Yosef (José) a seus irmãos, no passuk (verso) 45:5,
onde ele diz que eles não devem se entristecer por o terem vendido, pois isto foi plano de Dus para
preservar a vida deles. Que frase maravilhosa! Se lembrarmos das outras duas Parashiot passadas, a
vida de Yosef (José) não foi nada fácil, e tudo por causa do que lhe fizeram seus irmãos. Mas Yosef
(José) não só os perdoa como não parece magoado nem revoltado, e ainda glorifica a Dus por isto
ter acontecido. Em tudo, ele reconhece a mão de Dus com ele (vide o passuk / verso 45:8). Que
lição fantástica! Da mesma forma, devemos reconhecer que, não importa o que venha a acontecer
conosco, Dus está no comando. E qualquer sofrimento aqui na terra será ínfimo quando comparado
com a eternidade de bênçãos em Sua presença:
E sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Elohim, para aqueles
que são chamados de acordo com o Seu propósito (Romanos 8:28)
A própria tradição judaica já reconhecia isso: Tudo está nas mãos dos céus, com exceção do temor
dos céus (Megilah 25a Talmud)
4 QUANDO SEUS IRMÃOS NÃO O RECONHECERAM
Estamos nos aproximando do fim do Tempo dos Gentios. Isto é, o tempo que Dus reservou para
suas ovelhas do outro aprisco, para que os nãojudeus pudessem se juntar aos judeus em adoração
ao Único e Verdadeiro Dus, o Sagrado, Bendito seja Ele.
Assim como foi parte do plano de Dus que os irmãos de Yosef (José) não o reconhecessem, para
que não perecesse o povo do Egito, também foi parte do plano de Dus que Israel não reconhecesse
ao Messias, para que não perecessem os gentios. Porém, no tempo certo, Yosef (José) se revelou a
seus irmãos. Da mesma forma, o Messias em breve se revelará a Israel, e a redenção de Israel será
completa. Este evento profético tem sido previsto até mesmo por rabinos nãomessiânicos. Vejam o
que o rabino Hillel Shklover escreveu, em seu livro Kol Hator (A Voz da Pomba numa
referência ao Messias vide Shir HaShirim / Cantares 2:12):
Yosef reconheceu seus irmãos, mas eles não o reconheceram Este é um dos atributos de Yosef
não apenas para sua própria geração, mas [presente] em todas as gerações, isto é, que o Mashiach
ben Yosef (o Messias filho de José) reconhece os seus irmãos, mas eles não o reconhecem. Este é o
trabalho de Satan, que esconde as características do Mashiach ben Yosef para que os passos do
Mashiach não sejam reconhecidos e sejam até mesmo minimizados por causa de nossos muitos
pecados. Caso contrário, nossas aflições já teriam terminado. Se Israel reconhecesse Yosef, isto é, os
passos de ben Yosef, o Mashiach que é a reunião dos exilados etc, então já teríamos sido redimidos
com a redenção completa. (Kol Hator, Capítulo 2, Aspecto #39)
5 A PROMESSA DE YOSEF 
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O mais interessante desta Parasha é que quando Yosef (José) fala que Dus o enviou adiante dos
irmãos para preservarlhes a vida, ele usa no passuk (verso) 45:5 a expressão Lmichayah, que
também é tipicamente usada para identificar a ressurreição dos mortos.
Yosef (José), como já vimos, e como os próprios rabinos reconhecem, tipifica o Messias. Portanto,
Yosef (José), profeticamente fez uma promessa aos filhos de Israel: O Messias lhes trará a
ressurreição!
6 BINYAMIN, O TRAIDOR, E AS 300 MOEDAS DE PRATA
No passuk (verso) 45:22 vemosque Yosef (José) dá a seu irmão Binyamin 300 moedas de prata.
Vimos anteriormente que Yosef (José) normalmente é associado ao aspecto divino chamado
Yesod (Fundação). O nome de Dus associado a este aspecto é Shaddai, comumente traduzido
como TodoPoderoso. Este nome demonstra o fato de que Dus está sempre no controle da
situação. A palavra Shaddai é frequentemente representada por sua primeira letra, o Shin. Por
exemplo, nas mezuzot (vide Devarim / Deuteronômio 6), na parte externa costuma vir um Shin. O
valor numérico da letra Shin é 300.
Ou seja, quando Yosef (José) dá a Binyamin 300 moedas, ele está simbolicamente abençoando o
irmão, dizendo que Dus estará no controle do seu destino.
Da mesma forma, vemos que o Messias foi traído também por 300 moedas de prata. Isto nos
demonstra que, mesmo naquele momento, Dus estava no controle da situação, e que o destino do
Messias já havia sido traçado por Ele.
7 PAPAI, EU AINDA ME LEMBRO!
A Torah relata em Bereshit (Gênesis) 45 que, quando Yaakov (Jacó) viu as carruagens enviadas por
Yosef (José), que então o espírito dele reviveu. Segundo a tradição judaica, Yaakov (Jacó) ainda
estava cético quanto ao fato do filho dele ainda estar vivo. Foram longos anos de sofrimento. E que
quando ele viu as carruagens, que ele então soube que o filho estava vivo de fato. Mas, por que
Yosef (José) enviaria carruagens como indício de que ele ainda estava vivo?
Segundo a Midrash, quando Yosef (José) esteve com Yaakov pela última vez, eles discutiam uma
mitsvah (mandamento) da Torah, referente a um novilho que deveria ser sacrificado quando alguém
fosse assassinado fora da cidade. A palavra novilho no hebraico é egel. Yaakov (Jacó)
provavelmente nunca se esqueceu daquele momento, principalmente porque logo em seguida seu 
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filho Yosef (José) teria sido dado como morto. Ora, no hebraico, a palavra para carruagem é
agala, que se escreve de forma semelhante a eglah. Yosef (José) imaginava que seu pai não se
esqueceria daquele momento, e estaria dando um recado a Yaakov (Jacó): eu não me esqueci dos
momentos em que passamos, e daquilo que você me ensinou.
8 QUANDO O ESPÍRITO REVIVE
Da mesma forma, a passagem acima também tem cunho profético. Quando finalmente Yaakov
(Jacó) entendeu que seu filho estava vivo, seu espírito reacendeu. Da mesma forma, no momento em
que Israel vir que o Messias está vivo, quando o mesmo voltar para reinar conosco, ocorrerá a
ressurreição tanto física (os mortos literalmente voltarão a viver) quanto espiritual, e Israel
finalmente será a nação de sacerdotes que foi chamada a ser.
9 SERÁ QUE YAAKOV SE ESQUECEU DE CHORAR?
A Torah é cheia de histórias de reencontros. E normalmente relata que ambas as pessoas envolvidas
choraram, como foi o caso de Esav e Yaakov (Esaú e Jacó), Yosef e Binyamin (José e Benjamin),
mas quando lemos o relato em Bereshit (Gênesis) 46 do encontro entre Yaakov (Jacó) e Yosef
(José), vemos apenas o relato de que Yosef (José) chorou abraçado a Yaakov (Jacó), mas não fala
nada a respeito de Yaakov ter chorado. Será que Yaakov (Jacó) se esqueceu de chorar? Segundo
Rashi, um grande comentarista da Torah, Yaakov (Jacó) estaria naquele momento recitando o
Shma (isto é, a declaração fundamental de fé do Judaísmo vide Devarim / Deuteronômio 6). Não
necessariamente seriam aquelas exatas palavras, mas Yaakov (Jacó) estaria reconhecendo a mão de
Dus em tudo aquilo o que estava ocorrendo.
Disto podemos tirar uma lição: quando Dus nos proporcionar momentos de grande alegria, não
devemos nos esquecer de reservar um espaço para Ele na comemoração. Yaakov (Jacó) se conteve,
para poder primeiro agradecer a Dus por tudo. Que nós possamos aprender a fazer o mesmo!
10 A PERGUNTA DE FARAÓ
Em Bereshit (Gênesis) 47 temos uma curiosa pergunta de Faraó. Ele pergunta a Yaakov (Jacó) a sua
idade, e Yaakov (Jacó) em seguida o abençoa. Por quê? Segundo a tradição judaica, Yaakov (Jacó)
era um homem tão cheio da presença de Dus que quando ele atravessou o Nilo, que estava
praticamente seco por conta dos 7 anos de seca na terra, as águas do Nilo subiram perante os pés de
Yaakov (Jacó). Lembremonos que o Nilo era tido como uma divindade para os egípcios, por ser
fonte de toda a fertilidade da região. Quando as águas sobem perante os pés de Yaakov (Jacó), isto
demonstra que o Dus de Israel era o verdadeiro Dus, acima do (falso) deus do Nilo. 
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Quando fica sabendo do ocorrido, Faraó imagina então que Yaakov (Jacó) seria um homem capaz
de por um fim à seca do Egito. Faraó então fica preocupado quando vê que Yaakov (Jacó) já era de
idade avançada, pois temia que se Yaakov (Jacó) morresse, que ele então não poderia ser bênção
para o Egito. Ao perceber tal situação, Yaakov (Jacó) responde abençoando a Faraó, isto é,
demonstrando que era Dus a fonte de bênçãos.
Da mesma forma, em nossas vidas, quando nos tornamos pessoas próximas do Eterno, é normal que
outras pessoas nos procurem, pois acham que há algo de especial em nós. Só que normalmente
confiam em nós, e não nAquele que está em nós. Se isto ocorrer com algum de nós, devemos
portanto agir como Yaakov (Jacó) e deixar sempre claro que é Dus a quem as pessoas devem
buscar, e não a nós meros homens. 
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XII Vayechi (E ele viveu)
Bereshit (Gênesis) 47:28 50:26
1 O JUSTO E O ÍMPIO, A VIDA E A MORTE
A parasha final do livro de Bereshit (Gênesis) é chamada de Vayehi, isto é, e ele viveu, pois
começa com a expressão e Yaakov (Jacó) viveu. Mas, por que então temos nesta parasha ainda os
últimos eventos da vida dele, se o título já tratava de sua morte?
Segundo a tradição judaica, isto é porque Yaakov (Jacó) era considerado um homem especialmente
justo, e segundo os nossos sábios: os justos, mesmo na morte, são considerados vivos, enquanto os
ímpios, mesmo quando vivem, são considerados mortos
Na Brit Chadashah encontramos diversas referências a este pensamento. Inclusive quando Yeshua
argumenta com os tsdukim (saduceus) sobre a vida após a morte. Em Dus, todos os justos vivem.
2 YAAKOV, O PROFETA
Percebemos que esta Parasha começa com um pedido de Yaakov (Jacó) por um juramento, passa
pelas profecias a respeito dos seus filhos (as tribos de Israel) e se encerra com o mesmo juramento.
Pela natureza do juramento (no qual ele faz seus filhos jurarem de que ele seria enterrado na terra
prometida), percebemos que ele sabia que Israel precisava mesmo descer ao Egito, se desenvolver no
Egito, e depois retornar à terra prometida. Compare isto com a cronologia do juramento + profecias
+ novo juramento. Yaakov (Jacó) sabia dos planos do Eterno para Israel.
3 O APOCALIPSE DE YAAKOV E O SHEMA
Percebemos pelas bênçãos dadas por Yaakov (Jacó) que ele tinha uma visão muito especial a
respeito dos planos de Dus. Nossa tradição nos ensina que Yaakov (Jacó) começou, logo após suas
bênçãos, no leito de morte, Yaakov (Jacó) começou a contar a seus filhos sobre o fim dos dias, mas
Dus o impediu de continuar. Isto fez com que Yaakov (Jacó) ficasse muito preocupado que
houvesse pecado em meio a um ou mais de seus filhos principalmente o pecado da idolatria ou do
politeísmo. Com isto, seus filhos responderam Shema Israel, ADONAI Eloheinu, ADONAI Echad
(Ouve, ó Israel/Yaakov, o SNHOR nosso Dus, o SNHOR é Um), reafirmando o monoteísmo.
Ao ouvir isto, Yaakov (Jacó) teria respondido Baruch Shem Kevod Malchuto LOlam Vaed
(Bendito é o Seu glorioso Nome e o Seu Reino para sempre). Estas duas frases combinadas formam 
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a parte mais essencial do Shema, oração recitada pelos judeus até hoje em todo o mundo.
4 ISRAEL E A PRESENÇA DE DUS
Rachel ter sido enterrada fora da terra, em um lugar específico ordenado por Dus tem significado
em nível SOD (a última camada de intepretação de um texto vide artigo sobre como interpretar as
Escrituras como um judeu). Nos níveis mais aprofundados de estudo da Torah, Rachel é comparada à
Shechinah (a presença de Dus no mundo físico). A Shechinah acompanha Israel, e quando Israel
está no exílio,assim está também a Shechinah. Portanto, o fato de Rachel ter permanecido fora da
terra de Israel demonstra que a Shechinah (presença de Dus) está exilada. Quando retornar o
Messias, tanto a Shechinah quanto Rachel estarão na terra de Israel para todo o sempre!
5 A PLENITUDE DOS GENTIOS
Uma das profecias de Yaakov (Jacó) se refere à plenitude dos gentios. Efraim aqui representa as
nações. Repare que Yaakov (Jacó) diz que Efraim seria também pai de muitas nações. Quando
Yaakov (Jacó) abençoa Efraim, usa a expressão mloh ha goyim ou a plenitude dos gentios, que
é a mesma expressão usada por Paulo em Romanos 11:25. Yaakov (Jacó) primeiro abençoou Efraim
para depois abençoar seus filhos. Ou seja, ele sabia que Israel só realizaria o seu potencial profético
após a plenitude dos gentios.
6 PROMETENDO SALVAÇÃO AOS GENTIOS
O ato de Yaakov (Jacó) de trocar as mãos na hora de abençoar os filhos de Yosef (José) tem
significado muito mais profundo do que podemos imaginar. Vemos em todo o Tanach (o Primeiro
Testamento) que a figura mão direita está associada a salvação, livramento ou redenção. No livro de
Atos, com a visão de Estêvão, vemos que ele identifica a Yeshua como sendo a salvação do Eterno.
Vimos anteriormente que Efraim tipifica os gentios. Quando Yaakov (Jacó) simbolicamente põe sua
destra sobre Efraim, está prometendo que a salvação de Israel (Yeshua) seria dada primeiro à mloh
ha goyim, isto é, à plenitude dos gentios.
7 SENDO COMO EFRAIM E MNASHEH
É um costume judaico abençoar meninos com as palavras que você seja como Efraim e Mnasheh,
baseado na bênção que Yaakov (Jacó) dá aos filhos de Yosef (José) em 48:29. Por que os meninos
são abençoados desta forma, e não é dito para eles serem como outros patriarcas mais famosos? Um 
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dos motivos é porque, pelo que podemos perceber, Efraim e Mnasheh são os primeiros irmãos na
Bíblia a não brigarem. Eles quebraram o padrão de contenda, que encontramos entre Yitschak
(Isaque) e Ishmael, Yaakov (Jacó) e Esav (Esaú), assim como entre Yosef (José) e seus irmãos.
Nada agrada mais a Dus do que encontrar paz entre os irmãos, como vemos em Tehilim (Salmos)
133:1: Como é bom e agradável que irmãos sentem pacificamente juntos. Outra razão para usar
Efraim e Mnasheh é que apesar de crescerem no mundo hostil e pagão do Egito, eles mantiveram os
valores da Torah.
8 O MEDO DE NÃO HAVER PERDÃO
Outro aspecto importante desta Parasha é o medo dos irmãos. Repare a imaturidade espiritual
demonstrada quando eles, temerosos de que após a morte do pai, Yosef (José) agora se vingaria
deles. Primeiramente, o próprio Yosef (José) já os havia perdoado, e além disto Yaakov (Jacó) já
havia dado a eles várias profecias, e mesmo assim eles temiam.
Muitas vezes, somos como os irmãos de Yosef (José). Temos medo de que Dus não nos tenha
perdoado. Temos medo de termos falhado e com isto possamos ter impedido as promessas de Dus
para nós. Assim como tanto o perdão de Yosef (José) quanto as bençãos de Yaakov (Jacó) foram
incondicionais, assim são o perdão de Dus e as suas promessas para nós. Não precisamos temer,
pois como a Brit Chadashah afirma:
Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem
o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação
será capaz de nos separar do amor de Elohim que está no Mashiach Yeshua nosso Senhor
(Romanos 8:3839)
9 O LEÃO DE YEHUDAH
Talvez o aspecto mais importante desta Parasha seja a profecia dada por Yaakov (Jacó) a seu filho
Yehudah (Judá). Aqui, vemos primeiramente a explicação do porquê de Yehudah ter herdado uma
benção que muito provavelmente seria dada a um primogênito.
Outro ponto interessante é quando a Torah fala até que venha Shiloh (vide passuk 10). Algumas
traduções interpretam isto como até que venha aquele a quem pertence, mas a realidade é que a
Torah não explica quem é Shiloh. Contudo, os sábios concordam que aqui temos uma referência ao
Mashiach: 
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E a Ele será o reajuntamento dos povos se refere Áquele a Quem no futuro as nações se ajuntarão,
como está escrito em Yeshayahu (Isaías) 11:19 uma raiz de Yishai (Jessé) que permanece como
ensígnia das nações a Ele todas as nações buscarão (Midrash Tanchumah)
Sabemos que esta é uma clara referência a Yeshua, o Sagrado, Bendito seja Ele!
10 UM ASPECTO DE DUS
No estudo mais profundo da Torah, Yosef (José) é associado ao aspecto de Dus chamado Yesod,
que significa fundação. Há diversos conceitos associados com Yesod que se encontram nesta
parasha:
 Um juramento (47:31; 50:25)
 O lugar da circuncisão (tradicionalmente traduzido com embaixo da coxa 47:29)
 O nome ElShadai (isto é, o provedor 48:3,15; 49:25); 50:21)
 A criação em termos de procriaçao/aumento (48:4,16; 49:22)
 O redentor (48:16)
 O justo (vide o item 1 desta parasha) 
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