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Manual de Trabalho de Curso Curso Superior em Biomedicina Sumário 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 3 2. ORIENTAÇÕES GERAIS ........................................................................................................... 4 3. O QUE SIGNIFICA PENSAR CIENTIFICAMENTE? ............................................................. 5 4. PLANEJANDO E EXECUTANDO O TCC ................................................................................ 6 5. O QUE É UM ARTIGO CIENTÍFICO ....................................................................................... 8 6. IMPORTÂNCIA E PAPEL DO ORIENTADOR DE TCC ........................................................ 12 7. DICAS IMPORTANTES PARA ANTES DE COMEÇAR – PASSOS DA PESQUISA ....... 13 8. COMO SE ORGANIZA UM TCC NO FORMATO DE ARTIGO? ........................................ 14 9. A LINGUAGEM DO ARTIGO CIENTÍFICO ............................................................................ 32 10. AVALIAÇÃO DO TRABALHO (ETAPAS 1 E 2 – PROJETO E PRODUÇÃO) ................ 34 11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (DESTE MANUAL) ..................................................... 36 12. BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................................... 38 ANEXO 1 ......................................................................................................................................... 39 ANEXO 2 ......................................................................................................................................... 40 ANEXO 3 ......................................................................................................................................... 41 3 “O pesquisador que não souber o que está procurando, não compreenderá o que encontrar.” Claude Bernard 1. INTRODUÇÃO O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) visa proporcionar aos alunos a vivência na iniciação científica, atividade ligada ao desenvolvimento acadêmico dos alunos de graduação. O TCC busca ampliar os conhecimentos em relação a temas abordados durante o curso, permitindo aos alunos a escolha pelo aprimoramento em algo que seja de seu interesse pessoal. É, portanto, uma experiência acadêmica orientada, vivenciada por alunos que estiverem regularmente matriculados no curso de graduação em Biomedicina da UNIP. O trabalho a ser desenvolvido deve ser autêntico e sem plágio e sobre o tema escolhido pelo aluno. O TCC do curso de Biomedicina deverá ser confeccionado na forma de artigo científico que poderá inclusive, por decisão de aluno e professor orientador, ser posteriormente encaminhado para publicação. Há, no entanto, exigências em relação à organização do trabalho, coerência e coesão textuais, pesquisa e desenvolvimento do conteúdo. Esperamos que, durante a elaboração do TCC, o aluno demonstre maturidade acadêmica quanto à possibilidade de unir conceitos práticos e teóricos, visando aplicar o conjunto de conhecimentos adquiridos ao longo de sua formação nas diferentes disciplinas. Assim, acreditamos que o aluno, ao escolher o tema de pesquisa, faça-o livre e conscientemente, pois somente dessa forma o prazer estará presente, garantindo um resultado satisfatório, gerando, além de seu crescimento acadêmico, um texto criativo e interessante para outros leitores com o mesmo interesse. 4 Admitimos que o TCC ofereça ao aluno a possibilidade de articular os conhecimentos desenvolvidos ao longo da graduação nas diferentes disciplinas que compõem a matriz curricular do curso de Biomedicina e que seja também considerado pelo aluno como uma etapa antecessora a possíveis cursos de especialização, mestrado e doutorado. 2. ORIENTAÇÕES GERAIS O TCC é um trabalho a ser realizado por alunos que estiverem regularmente matriculados no semestre em que tal componente curricular é oferecido, ou seja, no 7º semestre com a disciplina de Projeto Técnico-Científico Interdisciplinar 1, e no 8º semestre com a disciplina de Produção Técnico-Científica Interdisciplinar 2. O TCC é, portanto, realizado em duas etapas, a saber: PTCI 1 (Projeto Técnico-científico Interdisciplinar): etapa realizada quando o aluno está matriculado no 7° semestre de curso. Nesta etapa, o aluno elabora uma proposta completa de pesquisa, com cronograma de execução visando à execução e conclusão do TCC na 2ª etapa, denominada de PTCI 2. PTCI 2 (Produção Técnico-científica Interdisciplinar): etapa realizada quando o aluno se encontra matriculado no 8° semestre e após ter concluído as etapas do PTCI-1. Nesta etapa, o aluno dá sequência ao trabalho iniciado na 1ª etapa e apresenta, ao término do semestre letivo, o TCC finalizado. Todo aluno deverá, obrigatoriamente, participar de todas as etapas do desenvolvimento do trabalho de pesquisa, orientação, redação, entrega e apresentação, sendo, portanto, de responsabilidade total do aluno a execução do projeto e finalização do TCC. 5 Depois de selecionada e justificada a escolha pelo tema, o trabalho será, a partir desta etapa, encaminhado a um dos docentes designados previamente pela Coordenação do curso, para que ele avalie e possa colaborar com a escolha e melhor direcionamento do tema. O professor designado para tal função exercerá o papel de Professor Orientador. Orientadores e alunos manterão contato e se comunicarão para as devidas orientações e esclarecimentos sobre as etapas de postagens a serem realizadas no sistema nas suas inúmeras fases. A frequência e a regularidade dessas postagens serão controladas pelo professor orientador e todos os alunos deverão tomar ciência das tarefas a serem cumpridas no período que transcorrerá entre uma postagem e outra. O TCC NÃO poderá ser realizado em grupos. 3. O QUE SIGNIFICA PENSAR CIENTIFICAMENTE? Ao afirmarmos que um TCC é um trabalho acadêmico, técnico-científico, estamos, de certa forma, dizendo que esse trabalho tem características diferenciadas e que seu público-alvo se encontra na comunidade científica. Quem avalia e atribui relevância aos trabalhos científicos são leitores acostumados a trabalhar com pesquisa e a pensar e raciocinar cientificamente. Mas o que isso significa? É dotado de comportamento científico o aluno que demonstra preocupação com a qualidade dos questionamentos que faz em relação ao foco de seu trabalho, que estabelece metas para os procedimentos de pesquisa, que não se satisfaz com conclusões do senso comum, mas está sempre em busca de explicar e analisar os dados de sua pesquisa. Comportar-se cientificamente significa ser criterioso com as conclusões, fundamentando-as em um referencial teórico ou empírico bem selecionado e pertinente ao tema. Significa, acima de tudo, “ter uma visão relativa dos fenômenos e não absoluta, 6 ou seja, estabelecer relações entre fenômenos e não os conceber como fenômenos isolados de um contexto” (HÜBNER, 1998). Assim, admitimos que os alunos, ao elaborarem seu TCC, primem pela qualidade acadêmico-científica de seus textos, sendo criteriosos o bastante para que os resultados de seus trabalhos sejam validados na comunidade científica. Espera-se que produzam textos coerentes, isentos de julgamentos (isto é, sem o uso exagerado de adjetivos), calcados em descrições que possibilitem inferências e a tomada de posições equilibradas e fundamentadas. 4. PLANEJANDO E EXECUTANDO O TCC Durante o tempo previsto para a pesquisa e a elaboração do TCC, muitas atividades precisarão ser desenvolvidas, e é fundamental que cada aluno escolha diferentes maneiras para se organizar. Para facilitar elencamos algumas das atividades que deverão ser realizadas durante a execução de um TCC, sendo elas: 1. Leitura e fichamento dos textos. 2. Pesquisas em bases de dados de produções científicas. 3. Elaboração de pequenos trechos do referencialteórico, com o propósito de discutir o estilo do texto de cada um, reescrever e estabelecer características para o texto final do artigo. 4. Procedimentos para submissão do trabalho ao comitê de ética, se necessário. Esperamos que, ao longo do desenvolvimento do TCC, o aluno desenvolva estratégias de aprendizagem que possam colaborar com o resultado final. 7 Ao longo das duas etapas destinadas à elaboração do TCC, o aluno deverá cumprir as seguintes etapas/diretrizes: � Comunicação regular com o orientador pelos chats e fóruns para orientações; � Entrega de partes do trabalho, de acordo com as solicitações do professor orientador e do professor coordenador do curso, atendendo ao cronograma de postagens; � Para alunos regulares, no mínimo, três (3) postagens e, para alunos em dependência, no mínimo, duas (2) postagens; � Postagens obedecendo o cronograma divulgado no AVA, inclusive a postagem da versão final; � Respeitar as normas para confecção do trabalho (as quais serão discutidas mais adiante); � Postagem dos exemplares em sua versão final (não será necessária entrega de exemplar físico, apenas a versão final postada em sistema). A seguir algumas dicas que podem ser úteis para a elaboração do trabalho de conclusão de curso: 1. Elabore um resumo, contendo os aspectos mais importantes apresentados nas aulas gravadas ou nas orientações dadas pelo professor; 2. Mantenha um arquivo ou caderno/diário para registro de todas as possíveis citações consideradas relevantes para o trabalho, bem como a referência bibliográfica correspondente; 3. Elabore diários de leitura de todos os textos lidos e considerados relevantes para o embasamento teórico da monografia (faça um resumo de cada material lido); 8 4. Trabalhe sempre com a versão corrigida do trabalho e a nova versão, pois isso dá tanto ao orientador quanto aos próprios alunos a possibilidade de relembrar os comentários já feitos em etapas e orientações anteriores. 5. O QUE É UM ARTIGO CIENTÍFICO Os artigos científicos são uma produção textual com os principais resultados de uma pesquisa acadêmica. Em geral, são publicados em revistas científicas, que são veículos que exigem um formato mais direto e conciso. O conteúdo costuma ser mais crítico em relação às ideias discutidas. Os artigos científicos são aqueles que seguem um protocolo específico e restrito, além de respeitar o método científico ao buscar conclusões em respostas. Eles são responsáveis pela maior parte da criação de conhecimento e tecnologia, ainda que sejam muito focados em repetições de processos e adaptações de ideias de outros. Os artigos de revisão são aqueles que têm por função provar ou desacreditar o que foi originalmente descrito em um artigo de outro tipo. Em geral, é um relatório de uma repetição da mesma experiência realizada anteriormente, de forma a testar se os resultados serão os mesmos, podendo ser feito de forma teórica ou por experimentação. Os artigos originais são aqueles que demonstram temas e abordagens inéditos, explorando e expandindo as fronteiras do conhecimento humano. O método mais comum é a descrição de um caso que demonstra uma nova teoria ou o debate sobre uma ideia inédita, podendo ser feito de forma teórica ou por experimentação. Então, é necessário que o artigo aborde temas relevantes para a comunidade científica. Os artigos científicos são fundamentais para a disseminação e democratização do conhecimento, já que pesquisadores de diversos locais do Brasil e do mundo saberão o que está sendo feito e pensado em relação a determinado assunto. 9 Para a confecção de um artigo científico vários passos devem ser destacados. 1. O primeiro passo é pensar em um tema bastante específico e relevante. Você pode contar com a ajuda de um professor da sua área de interesse, que orientará a melhor forma de delimitar seu problema e definir uma hipótese, de onde você começará a pesquisa. 2. Também com a ajuda de um professor orientador, assim como da sua própria vivência acadêmica, é hora de reunir uma boa bibliografia e começar a revisão de literatura. Esse passo é fundamental em qualquer pesquisa, pois você precisa conhecer o “estado da arte” do seu objeto de pesquisa, isto é, tudo o que já foi feito sobre ele até ali. 3. Depois de estudar bastante e, se for o caso, realizar experimentos ou análises de conteúdo, é hora de colocar a mão na massa e escrever. Para garantir o encadeamento lógico das ideias, faça antes um esqueleto para estruturar os principais pontos. 4. Durante a escrita, nunca deixe de lado a ética acadêmica. Isso significa não plagiar ideias nem conclusões, muito menos colocar palavras na boca de ninguém. Então, busque a originalidade em suas reflexões e, sempre que citar o trabalho de outros pesquisadores, não invente nada falso e saiba onde terminam os argumentos de alguém e começa a sua interpretação. 5. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é responsável por padronizar as produções acadêmicas do país. Por isso, dê uma pesquisada nas normas da ABNT e siga à risca as orientações para a formatação do seu artigo científico. 10 6. Por fim, revise cuidadosamente seu trabalho, tanto no que se refere à norma padrão da língua portuguesa — coesão, coerência, ortografia, pontuação etc. — quanto ao conteúdo da pesquisa. Se possível, peça para que um professor da área leia e dê um parecer antes de tentar publicá-lo em revistas científicas. Victoriano e Garcia (1996/1999) consideram importante, em um projeto de pesquisa, que ele seja escrito em sua versão preliminar e que os alunos/autores se organizem para responder às seguintes perguntas: 1. O que fazer? A resposta a essa pergunta é a delimitação do tema e do problema a ser resolvido. É importante que se restrinja o campo, pois quanto mais circunscrito estiver o objeto, melhor e com mais segurança se trabalha. Muitas vezes, essa delimitação pode ser usada como título provisório do trabalho. 2. Por que fazer? A resposta a essa questão é a justificativa da escolha do objeto de estudo. Nesse tópico deverão constar a definição e a delimitação do problema, a descrição bibliográfica que demonstre sua relevância como objeto de estudo, suas hipóteses e sua importância para a comunidade, o que o torna um dos tópicos essenciais do projeto. 3. Para que fazer? A resposta a essa questão está nos propósitos do estudo, ou seja, nos seus objetivos gerais e específicos. É fundamental que seus objetivos sejam claros, pois eles nortearão todo o trabalho metodológico que será desenvolvido. 4. Como fazer? A resposta a essa questão está na metodologia (métodos e técnicas) que será utilizada em seu trabalho. A metodologia é um procedimento sistemático e formal cujo objetivo é encontrar as respostas para problemas mediante o emprego de técnicas científicas que permitam descobrir novos fatos ou dados, relações ou leis em qualquer campo do conhecimento. 11 5. Com quem fazer? A resposta a essa questão está vinculada às pesquisas que, por utilizarem recursos de estatística, ou por serem pesquisas empíricas, devem selecionar uma amostra entre a população-alvo e seu estudo. 6. Onde fazer? Local, campo de pesquisa, pesquisa de campo, bibliografia. Se a pesquisa exigir trabalho com amostragem, necessariamente, é preciso trabalhar com dados colhidos no campo de estudo. Isso não impede que a pesquisa bibliográfica seja executada em centros especializados ou em bibliotecas universitárias, cujas especialidades estão ligadas a áreas de conhecimento específicas. 7. Com o que fazer? Recursos, custeio. Muitas das monografias apresentadas por alunos, devido ao interesse do assunto e da área específica, podem ser financiadas por órgãos de pesquisa ou pela própria universidade. 8. Quando fazer? A resposta a essa pergunta é um cronograma, que deve descrever, mês a mês, todos os passos que o pesquisador seguirá. Além disso, o bom andamento da pesquisarequer rigor quanto ao cumprimento dos prazos estabelecidos pelo orientador e pela dinâmica da pesquisa. Um artigo científico, notadamente é dividido em seções e no quadro a seguir explicitamos as 4 principais seções encontradas em um artigo científico e o conteúdo norteador e esperado para cada uma destas. 12 Fonte: Pereira (2001, p. 30). Apesar do que fora descrito na tabela acima, um artigo científico submetido a uma revista científica está sujeito às regras do corpo editorial de cada revista em que tais seções podem ser elaboradas de forma distinta. Para elaboração do TCC, sugerimos a organização do trabalho conforme será descrito no capítulo 7 deste manual, item 7.1. 6. IMPORTÂNCIA E PAPEL DO ORIENTADOR DE TCC Na orientação do TCC, atua o professor orientador, que acompanha o aluno nas discussões sobre o tema escolhido, auxiliando-o em relação às leituras e à bibliografia indicadas a fim de dar sustentação teórica ao trabalho. Algumas características são fundamentais ao professor designado como orientador de TCC: � O professor orientador precisa ser um incentivador do ALUNO, motivando-o para que elabore um trabalho criativo; 13 � O professor orientador precisa ser organizado e estabelecer, ao longo do período, tarefas claras e objetivas ao ALUNO; � O professor orientador precisa sugerir leituras ao ALUNO; � O professor orientador poderá indicar ao ALUNO as modificações a serem efetuadas no trabalho, porém nunca redigir trechos do trabalho. É importante ressaltar que um TCC é um momento de construção de conhecimentos e exige, portanto, que orientando e orientador mantenham um relacionamento cordial e de confiança mútua, assumindo cada qual o seu papel. O exercício que se espera na elaboração de um TCC tem características dialógicas, isto é, orientando e orientador têm espaço e voz nas discussões, em busca de transformar os conhecimentos já adquiridos. Espera-se que as decisões a respeito do trabalho sejam tomadas com maturidade e sempre de forma compartilhada. 7. DICAS IMPORTANTES PARA ANTES DE COMEÇAR – PASSOS DA PESQUISA Dependendo do tema e/ou do texto escolhido, o trabalho poderá caracterizar-se como pesquisa analítico-bibliográfica, ou pesquisa de campo (contendo entrevistas e coleta de dados). É importante, nesse sentido, atuar eticamente, em especial quando a atividade envolver seres humanos, levando em consideração o seguinte: � Participantes da pesquisa têm o direito de receber informação prévia sobre o fato de estarem fazendo parte de um trabalho acadêmico, sobre a temática envolvida, a duração e a frequência dos encontros. 14 � O relacionamento entre pesquisador e participantes da pesquisa deve ter caráter formal. � Com frequência, escolas, empresas e outras instituições se queixam de que os alunos vão até elas, recolhem material e depois desaparecem sem retornar para apresentar as conclusões da pesquisa. O participante da pesquisa – quer seja um indivíduo, quer seja uma instituição – não só merece, mas também tem o direito de receber um retorno após o término do trabalho. Por exemplo, podem enviar os resultados da atividade desen- volvida, um especial agradecimento, um exemplar do trabalho finalizado, convites para assistir à apresentação da pesquisa. � Não esquecer de submeter a proposta de trabalho (Projeto) ao Comitê de Ética em Pesquisa, sobretudo nas pesquisas de campo que invariavelmente são realizadas com seres humanos ou a partir de dados coletados diretamente com formulários, entrevistas, questionários ou a partir de banco de dados como resultados laboratoriais e dados de prontuários (solicite auxílio ao professor orientador para cumprir esta etapa). 8. COMO SE ORGANIZA UM TCC NO FORMATO DE ARTIGO? O TCC deverá ser organizado e entregue seguindo as seguintes normativas: � capa; � elementos pré-textuais ou preliminares; � elementos textuais; � elementos pós-textuais. 15 8.1 Elementos que compõem o TCC Após o aluno ter cursado a disciplina Projeto Técnico-científico Interdisciplinar, a sequência do trabalho dar-se-á na disciplina de Produção Técnico-científica Interdisciplinar que deverá ser cursada no semestre em que a disciplina estiver sendo oferecida, ou seja, no 8º semestre. Como o tema de investigação e diversos outros aspectos da pesquisa já foram definidos na 1ª etapa durante a disciplina Projeto Técnico-científico Interdisciplinar (PTCI 1), o aluno continuará a desenvolvê-lo, agora atendendo ao que se solicita na etapa 2 objetivando a finalização e entrega do TCC final. O aluno também será acompanhado nesta 2ª etapa pelo professor orientador que lhe oferecerá os subsídios para que bem possa prosseguir com seus estudos. O aluno deverá estar atento ao calendário de postagens, bem como a cada uma das fases requeridas para cada período, de forma que o professor possa efetuar sua orientação. Nesta 2ª etapa é chegado o momento de o aluno desenvolver com mais propriedade, e maior profundidade, o tema escolhido. Na forma de artigo científico, o TCC deverá ser apresentado seguindo os elementos destacados a seguir: Elementos pré-textuais � Capa; � Folha de rosto; � Folha de aprovação. 16 Elementos textuais � Resumo; � Abstract; � Introdução (contextualização do tema, problema de pesquisa, justificativa, hipóteses e referencial teórico); � Objetivos; � Metodologia; � Resultados e discussão; � Considerações finais ou conclusões. Elementos pós-textuais � Referências bibliográficas. 8.1.1 Elementos pré-textuais Cada um dos elementos a seguir deverá ser indicado em folha distinta. a) Capa Contém elementos que auxiliam na identificação do trabalho: � Nome da Instituição de Ensino; � Departamento; � Nome e RA do aluno; � Título e subtítulo do trabalho; � Local e ano de produção do trabalho. � Margens: sup. – 3 cm; inf. – 2 cm; esq. – 3 cm; dir. – 2,5 cm. 17 Fonte: adaptado de: ABNT (2023). 18 b) Folha de rosto ou contracapa Contém os elementos mais significativos relativos à identificação dos indicados na capa e mais alguns secundários importantes para identificação do trabalho, além de apresentar a finalidade acadêmica do estudo seguindo o exemplo utilizado quando do projeto, claro que agora adaptado para o TCC. Distribuição do texto, com pequenas modificações: � alto da página: nome do autor; � centro acima da página: título do trabalho; � à direita, abaixo do título: explicação sobre a natureza do trabalho. Se PTCI 1 (Projeto): Usar texto abaixo (ver modelo) Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Paulista – UNIP como requisito para obtenção do título de Bacharel em Biomedicina Se PTCI 2 (Produção): Usar texto abaixo (ver modelo) Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Paulista – UNIP como requisito para obtenção do título de Bacharel em Biomedicina � Local e data � Dados da Banca Examinadora (se Projeto não deve constar) – Obrigatório apenas nos TCC finalizados 19 � Margens: sup. – 3 cm; inf. – 2 cm; esq. – 3 cm; dir. – 2,5 cm Fonte: adaptado de: ABNT (2023). 20 Fonte: adaptado de: ABNT (2023). 21 8.1.2. Elementos textuais a) Título do trabalho e identificação dos autores A primeira página logo após a contracapa deve iniciar com o título do trabalho na língua vernácula e em língua estrangeira, nome dos autores (no caso, aluno e orientador) e informações da Instituição a quem ambos estão ligados, no caso Universidade Paulista – UNIP. Na sequência apresenta-se o resumo, abstract e as palavras-chave (descritores) na língua vernácula e na língua estrangeira, conforme modelo que segue abaixo. 22 Fonte: adaptado de: https://repositorio.unip.br/journal-of-the-health-sciences-institute-revista-do- instituto-de-ciencias-da-saude/avaliacao-do-conhecimento-da-populacao-sobre-hepatite-b-e-outras- doencas-sexualmente-transmissiveis-em-moradores-da-cidade-de-sao-paulo/Essa é uma página importante do trabalho monográfico. É ela que, em um primeiro momento, convida o leitor a mergulhar no texto apresentado. Deve ser um texto conciso, 23 com, aproximadamente, 300 palavras – em fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento entrelinhas simples –, em que o autor apresenta uma síntese do conteúdo do trabalho, destacando os aspectos mais relevantes, a metodologia e a fundamentação teórica que deram sustentação às discussões apresentadas. O resumo visa fornecer ao leitor elementos que lhe permitam decidir sobre ler ou não o trabalho, em função da relevância para seu próprio contexto. O resumo deve ser escrito na língua em que está redigido o trabalho, organizado por meio de frases e nunca em tópicos enumerados. Após o texto do resumo, deverão aparecer as palavras-chave (descritores) sugeridas pelo autor como referência do trabalho em meio eletrônico. Segue um exemplo de resumo. b) Resumo em língua estrangeira e palavras-chave Preferencialmente na língua inglesa, com as mesmas características do resumo, seguidas das palavras representativas, no caso, keywords ou descriptors. c) Introdução Iniciada em uma nova página, a introdução da monografia merece atenção especial do autor. Muitas vezes, ela é considerada de pouca importância, mas é exatamente nessa seção que todo o conteúdo do trabalho é apresentado ao leitor. Duas ou três páginas deverão ser reservadas para a introdução e é aí que o autor delimitará o assunto sobre o qual versará o trabalho e o justifica. 24 Segundo Machado (2001): é preciso compreender que apresentar justificativas para um determinado trabalho de pesquisa não é simplesmente dizer o que o motivou, do ponto de vista pessoal, a fazê-lo, isto é, por que fez o trabalho (por que gostou do tema, por que viveu a experiência), mas sim, dizer para que serve o trabalho, qual é a sua relevância, tendo em vista a problemática maior em que se insere, os estudos que já foram feitos a respeito, as lacunas que esses estudos ainda deixaram. Na introdução do artigo, o autor deve apresentar: � em linhas gerais, o tema do trabalho, oferecendo ao leitor não somente a possibilidade de estabelecer relações entre esse estudo e outros de seu conhecimento, mas também a opção pela leitura do trabalho, em relação aos seus interesses e ao con- texto de atuação; � a delimitação do assunto, isto é, a extensão e a profundidade com que o trabalho tratará o assunto escolhido; � a justificativa da escolha do tema, evidenciando sua importância para o contexto no qual se encontra inserido; vale lembrar que justificar a escolha de um tema não significa dar a ele importância incomensurável e enaltecer sua complexidade de forma exagerada, mas apontar como esse estudo pode ser fator contribuinte para o desenvolvimento da área em que se encontra inserido, ainda que não se proponha a ser conclusivo; Carmo-Neto (1996) nos oferece algumas pistas para construirmos as justificativas de nosso trabalho: 25 � Por que mais um trabalho sobre esse tema? � Em que este é diferente dos outros? � Por que essa diferença é relevante? � O que meu trabalho muda no conjunto de textos sobre o mesmo assunto? � Por que ele deve ser lido? Por quem? � O que o leitor vai encontrar de interessante, de substancial e atrativo em meu trabalho? � conceituação e relevância, explicitando ao leitor a fundamentação teórica que apoiará as discussões, seguida de breves enunciados sobre conceitos fundamentais discutidos e de sua relevância para o estudo realizado; reserva-se a esse item, ainda, a necessidade de apresentar um resumo de obras e/ou pesquisas cujo tema se rela- ciona diretamente com o estudado, estabelecendo comparações a fim de possibilitar a discussão das lacunas que os demais trabalhos ainda não preencheram. d) Objetivos Muitas vezes, o autor opta por retomar o objetivo em muitos momentos do desenvolvimento do texto, correndo o risco de apresentá-lo de diferentes maneiras e, inclusive, de cair em contradições. Para que isso não ocorra, sugerimos que sempre que o objetivo do trabalho for explicitado no texto, seja destacado ou indicado a partir de uma marca gráfica, possibilitando, no momento de revisão final, comparar tais enunciados e corrigir inadequações e/ou contradições. No entanto, vamos utilizar os objetivos em um tópico separado e da seguinte forma: gerais (relacionados ao tema: contexto macro) e específicos (relacionados ao assunto escolhido: contexto micro). 26 e) Metodologia Nesse capítulo, o autor deverá descrever, em detalhes, os procedimentos utilizados nas diversas fases da pesquisa e da elaboração do texto. Procedendo dessa forma, dará oportunidade a outros pesquisadores e aos leitores do trabalho de acompanhar todos os passos e pensamentos do autor, entender sua lógica de pensamento em relação à análise dos dados e até mesmo iniciar uma nova pesquisa, com base no encaminhamento apresentado. Quando, na metodologia, o autor explicita claramente os procedimentos escolhidos para a condução da pesquisa, o leitor – mesmo que não conheça a teoria na qual o trabalho está sustentado – é capaz de compreender os resultados de sua análise de dados. Pressupõe-se também que, quando a metodologia é apresentada de maneira clara, objetiva e detalhada, outros pesquisadores podem replicar o trabalho. Um procedimento interessante para os pesquisadores é a manutenção de um diário de pesquisa, anotando tudo o que estiver sendo feito para chegar aos resultados da pesquisa. Frequentemente, fazemos muito mais coisas do que dizemos ter feito no capítulo de metodologia. Por isso, notas do diário poderão ser muito úteis (MACHADO, 2001). Aspectos essenciais no capítulo da metodologia dizem respeito a: � contexto da pesquisa – descrição detalhada da situação (física/social) da pesquisa; � participantes – caso a pesquisa envolva pessoas e/ou gravação de dados orais; � procedimentos/instrumentos de coleta de dados – meios pelos quais os dados foram coletados, como: gravador, vídeo, coleta em jornal, filme e TCC; � procedimentos de seleção de dados – critérios utilizados para escolher os dados a serem analisados (por que esses dados e não outros?); � método de análise e categorias utilizadas. 27 f) Resultados e discussão Nesse capítulo, o autor de um artigo apresenta seus resultados e não só exercita sua capacidade de argumentação, mas também trabalha com critérios de coerência e coesão na elaboração do texto, aspectos muito importantes para dar validade científica ao trabalho apresentado. Os dados, analisados à luz da teoria apresentada na fundamentação teórica, estarão à mercê dos argumentos do autor. Para isso, ele recorrerá a explicações, análises, esclarecimentos de ambiguidades e descrições que ofereçam ao leitor condições de compreender o encaminhamento do raciocínio na busca por comprovações do aspecto pesquisado. É importante ressaltar que discussões com base nas posições teóricas vão requerer sempre que o autor examine posições contrárias, estabeleça confrontos, compare, fazendo uso de um processo dialógico na elaboração do texto. As análises realizadas deverão ser rigorosamente orientadas pelos professores orientadores de acordo com sua área de saber metodológico e acadêmico. Vale lembrar ainda que o capítulo de discussão dos resultados requer do pesquisador a habilidade de tecer uma rede de significados que perpassem as informações, os dados, as teorias apresentadas no decorrer da monografia. É o momento de assumir posicionamentos e buscar a integração teoria/prática, em direção ao objetivo proposto no início do trabalho. Esse fator é o mais relevante em se tratando de aferir os resultados da pesquisa e avaliar o seu significado para o crescimento do conhecimento científico (SEVERINO, 2002). E mais: o capítulo de discussão é, fundamentalmente, um capítulo pautado em debates e questionamentos. Assim,o pesquisador precisa estar preparado para responder seus próprios porquês e apresentar essas respostas com clareza, pois serão elas, quando bem fundamentadas, que farão emergir os resultados da pesquisa. 28 g) Considerações finais As conclusões, mesmo sendo a parte menos extensa, têm importância fundamental. Devem conter considerações e síntese a respeito das análises, apresentando aspectos convergentes e/ou divergentes observados ao longo do desenvolvimento do trabalho, além de comentários sobre sua aplicabilidade e contribuição. “A conclusão não é uma ideia nova, um pormenor ou apêndice que se acrescenta ao trabalho; nem tampouco um resumo dele” (GUIDIN, 2003, s.p.). O tema discutido, anunciado na introdução do trabalho e retomado em seu desenvolvimento, desemboca na conclusão, de forma lógica e natural, como decorrência. É nela que proporcionamos ao leitor recapitular os passos significativos do trabalho e, para isso, faz-se necessário retomar não somente o objetivo, mas também a caminhada do trabalho. A conclusão situa o leitor em relação às partes do trabalho. É na conclusão, momento culminante da monografia, que as experiências pessoais e novas perspectivas dos autores podem vir à tona, de certo modo, resgatando os objetivos propostos inicialmente e as lacunas suscitadas na introdução. Interessante lembrar que, enquanto na introdução existe a preocupação com a delimitação do tema, na conclusão, o sentido maior está em vislumbrar novas possibilidades para tratamento desse mesmo tema. Essas possibilidades podem ser oferecidas ao leitor como sugestões para pesquisas posteriores. Quanto às qualidades do texto referente às conclusões, é importante lembrar que suas características são: � brevidade: a conclusão deve ser breve e exata, concisa e convincente; � objetividade: a conclusão é a síntese interpretativa dos elementos essenciais discutidos e analisados no transcurso do artigo; � personalidade: a conclusão deve apontar claramente o ponto de vista dos autores, 29 por meio de marcas pessoais, não deixando de apresentar novas rotas para a continui- dade do trabalho. 8.1.3 Elementos pós-textuais Os elementos pós-textuais, também denominados elementos referenciais, compreendem a referência bibliográfica, os anexos e os apêndices, quando necessários. Esses são elementos orientadores para os leitores, que a eles recorrem, sempre que, no decorrer da leitura do corpo do trabalho, houver indicações que lhes suscitem a curiosidade ou que possam auxiliar na compreensão da caminhada do pesquisador. a) Referências bibliográficas A exigência, em qualquer publicação científica, é que seja elaborada uma seção de referências bibliográficas. No entanto, é importante que o autor conheça a diferença entre referências bibliográficas e bibliografia. Referências bibliográficas: referem-se às obras (livros, artigos impressos ou presentes em fontes eletrônicas) que foram citadas no corpo do trabalho. Isso significa que, ao fazer uso das vozes de diferentes autores, quer textualmente, quer parafraseando- os, o autor da monografia deve citá-los no corpo do trabalho e referenciá-los na seção referências bibliográficas. Bibliografia: usada como referencial em ementas de cursos ou em textos para uso didático, inclui todas as obras lidas e estudadas pelo autor, para a elaboração do texto em questão. 30 Como as citações estão diretamente relacionadas às referências bibliográficas, apresentamos a seguir alguns exemplos para a elaboração das referências bibliográficas: Exemplo: quando a obra pertencente à coleção, indicada entre parênteses, indicação de volume e páginas consultadas FREITAS, M. Teresa; SOUZA, Solange J.; KRAMER, Sonia. (orgs) Ciências humanas e pesquisa: leituras de Mikhail Bakhtin. São Paulo: Editora Cortez, 2003. (Coleção Questões da Nossa Época; v. 107, p. 35-39). Exemplo: quando a fonte da informação é uma fonte eletrônica, com indicação da data da consulta MARSICK, V. Factors that affect the epistemology of group learning. Disponível em: http://www.eds.educ.ubc.ca/aerc/1997/97marsick.htm. Acesso em: 13 maio 2014. Exemplo: quando a indicação de autor cujo artigo ou capítulo está inserido em uma obra organizada por outro autor ou em revista – usar In seguido de dois-pontos. ORELLANA, M. F.; BOWMAN, P. Cultural diversity research on learning and development: conceptual, methodological, and strategic considerations. In: American Educational Research Association, v. 32, n. 5, June/July - 2003. p. 26-32. Exemplo: quando a obra apresenta dois ou no máximo três autores FULLAN, Michael; HARGREAVES, Andy; GARCEZ, Regina; 1996. A escola como organização aprendente: buscando uma educação de qualidade. 2ª ed. Trad. Regina Garcez. Porto Alegre: Artmed Editora, 2000. 31 Exemplo: quando a obra apresenta três ou mais autores BEDNY, Gregory Z. et al. Activity Theory: history, research and application. In: Theoretical Issues in Ergonomics Science, v. 1, 2000, n. 2, p. 168-206. LEMBRE-SE: IMPORTANTE Na etapa de PTCI 1 (projeto) o trabalho deverá ser entregue ao final do semestre letivo contendo os seguintes elementos: Pré-textuais: Capa (seguir modelo); Contracapa (sem os dados da banca examinadora) (seguir modelo). Textuais: Introdução; Objetivos; Metodologia; Cronograma de execução (ver modelo). Pós-textuais: Referências bibliográficas (conforme exemplos). Na etapa de PTCI 2 (produção) deverão ser entregues todos os itens finalizados e revisados para avaliação. O trabalho deverá conter no mínimo 15 (quinze) páginas, não considerando a capa e as referências bibliográficas (fora desse padrão, o trabalho somente será aceito com anuência do professor orientador). 32 9. A LINGUAGEM DO ARTIGO CIENTÍFICO Uma discussão relevante para a elaboração do texto diz respeito à escolha da pessoa do discurso. Embora haja práticas legitimadas sobre esse aspecto, cada vez mais, os textos da introdução de trabalhos e das seções de desenvolvimento vêm sendo escritos em primeira pessoa (eu/nós). É importante, no entanto, que esse aspecto seja discutido com o orientador do trabalho. Vale lembrar que, caso a opção seja pela linguagem científica, o autor deve redigir o texto na voz passiva – foi observado, foi elaborado –, na terceira pessoa do singular com o pronome se, ou por expressões como o presente estudo, a presente pesquisa. Há, ainda, a opção de desenvolver o texto em primeira pessoa do plural, considerando- se que o trabalho tenha sido desenvolvido pelo aluno e por seu orientador. Ao desenvolver o texto em primeira pessoa do singular, o autor não necessariamente deve prescindir de fazer referência a outros estudos ou de se posicionar como pertencente a um grupo com determinadas convicções e posicionamentos teóricos. Considerando as diferentes partes que compõem o texto de um artigo científico, é importante ressaltar que a linguagem se presentifica de diferentes e bem marcadas formas, influenciando na qualidade e na validade do texto construído. É possível perceber que a linguagem caminha por diferentes tipos de discurso, com marcas ora expositivas, ora narrativas, percorrendo a descrição, a análise e a crítica (BRANDÃO, 2001). 9.1 Linguagem expositiva A linguagem expositiva se caracteriza nas monografias pelo discurso teórico presente tanto na introdução quanto na fundamentação teórica. A exposição exige que o autor seja objetivo, que apresente os conceitos teóricos relevantes ao trabalho, atribuindo a ele próprio ou a outros autores a responsabilidade enunciativa. Segundo Brandão (2001, p. 30): 33 Essa função “objetiva” não impede, entretanto, que seja permeada de elementos analíticos, argumentativos ou críticos. Em verdade, a participação do pesquisador se concretiza – o que não é pouco – desde a seleção do material, isto é, quando faz os recortes teóricos, criativos ou críticos incorporados em seu texto e no modo como distingue esses dados “objetivos”das suas próprias interpretações sobre eles. Embora, rigorosamente falando, não exista em estado “puro”, podemos chamar de “objetiva” aquela linguagem que procura apreender os fatos ou outra linguagem em seus próprios elementos constitutivos, independentes de interpretação do pesquisador e, “subjetiva” aquela linguagem que expressa reflexões pessoais, opiniões ou propostas do pesquisador, devidamente fundamentadas, e não confundidas com afirmações que apenas denunciam reações afetivas de agrado ou desagrado. 9.2 Linguagem descritiva A linguagem descritiva se caracteriza nas monografias pelos relatos fortemente presentes na metodologia. Nesse capítulo, o autor é convidado a detalhar os fatos relacionados ao contexto de pesquisa e a todos os procedimentos que vão desde a escolha do corpus para estudo e/ou coleta de dados aos critérios escolhidos para análise. A linguagem descritiva pressupõe a ausência de julgamentos e juízos de valor por parte do autor. 9.3 Linguagem analítica A linguagem analítica se caracteriza nas monografias pelo uso da explicação e da argumentação. Nesse sentido, faz uso de relações lógicas entre os elementos que se encontram explícitos no texto e aqueles implícitos, mas provocadores de sentido em relação ao objetivo da monografia. É possível dizer que a linguagem analítica se presentifica com maior intensidade no capítulo de discussão e argumentação, no qual são discutidos e sustentados os pontos de vista do autor do trabalho, à luz dos fundamentos teóricos selecionados. 34 9.4 Linguagem crítica A linguagem crítica se caracteriza nas monografias pela emissão de opiniões e conclusões do autor, após o exaustivo questionamento a que submeteu os dados coletados ou o corpus de análise. Segundo Brandão (2001, p. 31): É pela linguagem crítica que o estudioso pode efetivamente contribuir para o avanço das ideias em relação a determinado campo do saber, apresentando reflexões originais, nascidas seja de novos enquadramentos a partir dos elementos já conhecidos, seja aprofundando ou ampliando os referenciais de pesquisa para aspectos ou setores ainda não considerados. 10. AVALIAÇÃO DO TRABALHO (ETAPAS 1 E 2 – PROJETO E PRODUÇÃO) Respeitando o calendário previamente estabelecido para o atual semestre letivo, os alunos deverão postar na etapa de PTCI - 1 as etapas descritas no capítulo 8, item 8.1.3 e no PTCI 2 o trabalho completo finalizado e revisado. Em cada uma das etapas, o trabalho será avaliado conforme os critérios abaixo descritos. Avaliação do Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso (PTCI-1) Na avaliação do seu projeto de trabalho entregue no sistema serão levados em conta os seguintes quesitos: a) Participação do aluno: 15% � Cumprimento do cronograma; � Disciplina do aluno na elaboração do projeto; � Assiduidade na elaboração do projeto e na orientação (participação em fóruns e chats). 35 b) Apresentação: 15% � Aspectos formais; � Redação do trabalho. c) Pesquisa bibliográfica: 70% � Pertinência dos textos escolhidos; � Leitura crítica dos textos; � Redação adequada da introdução; � Explanação minuciosa dos objetivos e da metodologia; � Aprovação da Comissão de Ética em Pesquisa (quando de pesquisa de campo). Avaliação do Trabalho de Conclusão de Curso Finalizado (PTCI-2) Na avaliação do seu projeto de trabalho entregue no sistema serão levados em conta os seguintes quesitos: a) Participação do aluno: 10% � Cumprimento do cronograma; � Disciplina do aluno na elaboração do projeto; � Assiduidade na elaboração do artigo e na orientação (participação em fóruns e chats). b) Apresentação: 20% � Aspectos formais; � Redação do trabalho. 36 c) Elaboração do trabalho: 40% � Redação adequada de todos itens; � Coesão e coerência; � Argumentação sólida dos resultados; � Conclusões objetivas e condizentes com a proposta de estudo e apresentação de perspectivas futuras. d) Banca: 30% � Capacidade de explanação e de arguição; � Domínio do tema. 11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (DESTE MANUAL) ABNT. Normas ABNT 2023: pré-textuais, textuais e pós-textuais. NormasABNT.org, 2023. Disponível em: https://www.normasabnt.org/#formatacao-nas-normas-da-abnt. Acesso em: 22 mai. 2023. BRANDÃO, R. de O. Elementos de metodologia em nível de pós-graduação. Áreas de Letras. São Paulo: Humanitás; FFLCH/USP, 2001. CARMO-NETO, Dionísio. Metodologia científica para principiantes. 3. ed. Salvador: Ed. Universitária Americana, 1996. DIAS, R.; TRALDI, M. C. Monografia passo a passo. 1. ed. Campinas/São Paulo: Editora Alínea, 1998. 37 D’ONOFRIO, Salvatore. Metodologia do trabalho intelectual. São Paulo: Atlas, 1999. GUIDIN, Márcia Lígia Di Roberto. Manual de TCC – UNIP, 2003. HUBNER, M. M. Guia para elaboração de monografias e projetos de dissertação de mestrado e doutorado. São Paulo: Mackenzie, 1998. LEFFA, V. J. Como produzir materiais para o ensino de línguas. In: LEFFA, V. J. (Org.) Produção de materiais de ensino: teoria e prática. 2. ed. Pelotas: Educat, 2007. Disponível em: https://www.leffa.pro.br/textos/trabalhos/Producao_materiais_2ed_completo.pdf MACHADO, Anna Rachel (notas de aula). Gênero Tese. LAEL – PUC-SP, 2001. SALOMON, Décio Vieira. Como fazer uma monografia. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1995. SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 1997. VICTORIANO, Benedicto A. D.; GARCIA, Carla C. 1996. Produzindo monografia. São Paulo: Publisher Brasil, 1999. ABL. Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro: ABL/Block/ Imprensa Nacional, 1998. 38 12. BIBLIOGRAFIA BRANDÃO, R. de O. Elementos de metodologia em nível de pós-graduação. Áreas de Letras. São Paulo: Humanitás; FFLCH/USP, 2001. BRASILEIRO, M. E.; SILVA, L. C. S. Metodologia da pesquisa científica aplicada à biomedicina. Goiânia: AB, 2011. BREVIDELLI, M. M.; DOMENICO, E. B. L. Trabalho de conclusão de curso: guia prático para docentes e alunos da área de saúde. 4. ed. São Paulo: Iátria, 2013. DEMO, P. Pesquisa: princípio científico e educativo. 14. ed. São Paulo: Cortez, 2011. MINAYO, M. C. S.; DESLANDES, S. F.; GOMES, R. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 32. ed. Petrópolis: Vozes, 2012. PEREIRA, J. C. R. Análise de dados qualitativos: estratégias metodológicas para as ciências da saúde, humanas e sociais. 3. ed. São Paulo: Edusp, 2004. RUIZ, J. A. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011. SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 24. ed. São Paulo: Cortez, 2016. ANEXO 1 Para esclarecimento os “X” são uma representação de indicação de quando se planeja executar determinada tarefa, sendo que cada tarefa pode durar mais do que um período. Por exemplo, na tabela, o item REDAÇÃO DO ARTIGO CIENTÍFICO está indicando que a redação ocorrerá de agosto a outubro. Isto posto, se o autor entender que necessitará de mais tempo para cumprir esta etapa, o mesmo deve indicar no cronograma adicionando o “X”, por exemplo, nas colunas NOV e DEZ. Outro detalhe importante é que a descrição das etapas como apresentado na tabela acima de 1 a 8 pode ser elaborada a critério do pesquisador conforme planeja executar a pesquisa; não existe regra, mas lembre-se, cronogramas são para serem seguidos. O cronograma na forma de tabela, como apresentado acima, deverá estar anexo em todas as postagens que forem realizadas ao longo do PTCI1 e do PTCI2, conforme pode ser observado na leitura detalhada das etapas de postagens constantes do anexo 2 (cronograma de postagens e mínimo requerido PTCI-1) e anexo 3 (cronograma de postagens e mínimo requerido PTCI-2). MODELO DE CRONOGRAMA DE PESQUISA ANEXO 2 A seguir é apresentado o descritivo do mínimo requerido em cada etapa de postagem do PTCI-1 (etapa de projeto de trabalho de conclusão de curso). As datas de chat com orientador e os períodos de postagemdeverão ser acompanhadas diretamente no AVA. Cronograma de Projeto Técnico-Científico Postagem Chat Período de Postagem Mínimos Requisitos 1ª _________ _________ Capa e contracapa (seguir modelo manual); Apresentação e delimitação do tema; Problema e justificativa. 2ª _________ _________ Postar tudo que foi solicitado para a postagem 1 e acrescentar na sequência: Objetivos da pesquisa; Introdução teórica. 3ª _________ _________ Postar tudo que foi solicitado para as postagens 1 e 2 e acrescentar na sequência: Metodologia (revisão bibliográfica); apresentando as bases de pesquisa); Resultados esperados. 4ª _________ _________ Postar tudo que foi solicitado para as postagens 1, 2 e 3 e acrescentar na sequência: Cronograma de pesquisa; Lista de todas as bibliografias utilizadas na construção do projeto nas normas da ABNT/Vancouver. ANEXO 3 A seguir é apresentado o descritivo do mínimo requerido em cada etapa de postagem do PTCI-2 (etapa de produção de trabalho de conclusão de curso). As datas de chat com orientador e os períodos de postagem deverão ser acompanhadas diretamente no AVA. Cronograma de Produção Técnico-Científica Postagem Chat Período de Postagem Mínimos Requisitos 1ª _________ _________ Inserir o Projeto Final postado e validado na etapa de Projeto Técnico Cientifico com todos os itens, a saber: Capa e contracapa (seguir modelo do manual); Apresentação e delimitação do tema; Problema e justificativa; Objetivos da pesquisa; Introdução teórica; Metodologia (revisão bibliográfica, apresentando as bases de pesquisa); Resultados esperados; Cronograma de pesquisa atualizado para esta etapa; Lista de todas as bibliografias utilizadas na construção do projeto nas normas da ABNT /Vancouver. Acrescentar na sequência: Resultados parciais / totais da pesquisa bibliográfica realizada. 2ª _________ _________ Postar tudo que foi solicitado para a postagem 1 e acrescentar na sequência: Discussão dos resultados obtidos até o momento. 3ª _________ _________ Postar tudo que foi solicitado para as postagens 1 e 2 e acrescentar na sequência: Resultados e discussão já finalizados; Considerações finais. 4ª _________ _________ Postar tudo que foi solicitado para as postagens 1, 2 e 3 e acrescentar na sequência: Lista de todas as bibliografias utilizadas na construção do projeto nas normas da ABNT/Vancouver.
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