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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO FACULDADE DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS DISCIPLINA: História do Brasil V DOCENTE: Cláudio Antônio Santos Monteiro DISCENTE: Francisca Iglesia do Nascimento Sampaio Resenha: GOMES, Ângela de Castro. O populismo e as ciências sociais no Brasil: notas sobre a trajetória de um conceito. Ângela de Castro Gomes é Doutora em Ciência Política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro – IUPERJ e Professora titular de História do Brasil da Universidade Federal Fluminense – UFF. No presente artigo, a Ângela de Castro Gomes busca elaborar o conceito de populismo. Conceito este que é abundantemente debatido na academia, tanto na área de história como na área das ciências sociais, em todo o Brasil. Dentro das academias o conceito de populismo é bastante amplo de sentido e tem um vasto campo de significados. A autora a firma que, popularmente o sentido do termo é mais restrito: “São populistas os políticos que enganam o povo com promessas nunca cumpridas ou, pior ainda, os que articulam retórica fácil com falta de caráter em nome de interesses pessoais. É o populismo, afinal, que demonstra como “o povo não sabe votar” ou, em versão mais otimista, “ainda não aprendeu a votar”.” [footnoteRef:1] [1: GOMES, Ângela de Castro. O populismo e as ciências sociais no Brasil: notas sobre a trajetória de um conceito. Tempo, Rio de Janeiro, vol. 1, n°. 2, 1996. P.:2 ] Este artigo estabelece o populismo como uma conjunção de fatores, como um proletariado sem consciência de classe, uma classe dominante em crise e um líder carismático no poder. “Para Weffort, (…), pode-se dizer que o populismo é o produto de um longo processo de transformação da sociedade brasileira, instaurado a partir da Revolução de 1930, e que se manifesta de uma dupla forma: como estilo de governo e como política de massas.” [footnoteRef:16313] [16313: GOMES, Ângela de Castro. O populismo e as ciências sociais no Brasil: notas sobre a trajetória de um conceito. Tempo, Rio de Janeiro, vol. 1, n°. 2, 1996. P.: 7] Posteriormente à revolução de 1930, foi estabelecido um delicado e oscilante poder, Oque foi uma tentativa de estabelecer uma determinada conexão com as classes mais baixas por parte dos governantes, para assim conseguir reconhecimento e legitimação diante da crise. Gomes questiona o sentido de populismo do ponto, a partir da perspectiva das relações estabelecidas entre o Estado e as classes trabalhadoras. De acordo com o pensamento da autora a classe trabalhadora não pode ser vista como uma classe passiva, sendo assim, o uso do termo populismo se justifica pela tentativa de exercer uma manipulação de massas mediante à face do Estado, para Gomes o uso do termo é errôneo e mal aplicado, mesmo que as relações entre O Estado e a classe trabalhadora possam ser entendidas, praticamente, como uma aliança, essas relações, ainda assim, seriam relações e poder desigual. Dentro dessa óptica a autora sugere a utilização de um outro termo, o Pacto Trabalhista. “A ideia de pacto procurava enfatizar a relação entre atores desiguais, mas onde não há um todo-poderoso Estado, nem uma classe passiva porque fraca numérica e politicamente. A lógica deste pacto, cuja efetivação estava sendo datada, precisava ser entendida numa perspectiva temporal muito mais ampla, que conectava o período do pré e do pós-30 e as experiências aí vivenciadas pela classe trabalhadora e pelo Estado.” [footnoteRef:31854] [31854: GOMES, Ângela de Castro. O populismo e as ciências sociais no Brasil: notas sobre a trajetória de um conceito. Tempo, Rio de Janeiro, vol. 1, n°. 2, 1996. P.: 15.] BIBLIOGRAFIA GOMES, Ângela de Castro. O populismo e as ciências sociais no Brasil: notas sobre a trajetória de um conceito. Tempo, Rio de Janeiro, vol. 1, n°. 2, 1996. P.: 31 – 58.