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PROCEDIMENTOS 
ESTÉTICOS 
MANUAIS 
APLICADOS À 
ESTÉTICA FACIAL
Aline Andressa Matiello
Classificação da 
pele: biotipos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identificar os biotipos da pele e suas características.
  Propor objetivos de tratamentos e cuidados básicos para cada tipo 
de pele.
  Reconhecer a escala de Fitzpatrick.
Introdução
A pele humana, também chamada de tegumento, é um órgão que desem-
penha diversas funções no organismo, sobretudo a função de proteção. 
Ela é constituída por camadas distintas, cujos diferentes tipos celulares 
trabalham em conjunto para garantir o desempenho das funções. Na 
prática, a pele é submetida a algumas classificações, com base no teor 
de conteúdo lipídico ou na pigmentação existente, com características 
distintas em cada um dos tipos.
Neste capítulo, você vai conhecer os principais biotipos cutâneos, de 
forma a reconhecer os diferentes tipos de pele com base nos fototipos 
propostos por Fitzpatrick. Além disso, descobrirá quais são os objetivos 
de tratamento e os cuidados estéticos básicos para cada um dos biotipos. 
1 Estrutura e função cutâneas
A pele humana, também chamada de tegumento, é o maior órgão do corpo 
humano: mede de 1,2 a 2,2 metros e pesa, aproximadamente, 4 a 5 kg, o 
que representa cerca de 7% do peso corporal. Serve como revestimento 
corporal, uma vez que possui uma estrutura fl exível e resistente (MARIEB; 
HOEHN, 2009). 
Junto com a pele, encontram-se algumas estruturas anatômicas e funcio-
nais chamadas de anexos cutâneos, como os pelos, as unhas e as glândulas 
sebáceas e sudoríparas. A associação desses órgãos cria um sistema complexo, 
capaz de desempenhar muitas funções, em especial a função de proteção do 
organismo (MARIEB; HOEHN, 2009). 
A pele possui características específicas dependendo do segmento corporal onde se 
encontra. São encontradas áreas de pele com espessuras variáveis, medindo entre 1,5 
a 4 mm, assim como são encontradas áreas com diferentes quantidades de anexos 
(pelos e glândulas), distribuídos na superfície corporal conforme a funcionalidade 
desempenhada pela pele da região (TORTORA; DERRICKSON, 2017).
Segundo Tortora e Derrickson (2017), além de ser responsável pela proteção 
do organismo frente a agentes lesivos do meio externo, a pele:
  regula a temperatura corporal;
  armazena sangue;
  excreta e absorve substâncias;
  sintetiza vitamina D;
  tem função sensorial.
Estruturalmente, a pele humana é organizada duas camadas distintas, 
a epiderme e a derme. Abaixo da pele, há uma estrutura chamada de tela 
subcutânea, ou hipoderme, que é responsável por fixar a derme aos órgãos 
e tecidos adjacentes. A tela subcutânea é formada por tecido adiposo e não 
faz parte da pele; contudo, compartilha a função protetora por ela desem-
penhada. Além da função de proteção, especialmente de proteção contra 
choques mecânicos, a tela subcutânea é responsável pelo isolamento térmico 
e por armazenar energia na forma de gordura. A Figura 1, a seguir, mostra 
uma representação esquemática da estrutura anatômica da tela subcutânea, e 
acima dela, as camadas da pele.
Classificação da pele: biotipos2
Figura 1. Pele e tela subcutânea. A pele, constituída por epiderme e derme, está conectada 
ao tecido subcutâneo por estruturas subjacentes. São observadas estruturas acessórias 
(pelos, glândulas e músculo eretor dos pelos), e algumas delas projetam-se para o tecido 
subcutâneo, bem como para a grande quantidade de tecido adiposo presente nesse tecido.
Fonte: VanPutte, Regan e Russo (2016, p. 141).
A primeira camada da pele, a epiderme, é a camada mais superficial: é 
mais fina e encontra-se em contato direto com o meio externo. Nessa camada, 
são encontradas células como queratinócitos, melanócitos, macrófagos e 
células epiteliais táteis. 
Segundo Tortora e Derrickson (2017), os queratinócitos representam 90% 
das células da epiderme e são responsáveis pela produção de queratina, uma 
proteína fibrosa dura que auxilia na proteção do organismo contra calor, abra-
são, microrganismos e substâncias químicas. Já os melanócitos representam 
aproximadamente 8% das células da epiderme e são responsáveis pela produção 
de melanina, uma substância que dá cor à pele. Os macrófagos, por sua vez, 
são responsáveis pela defesa da pele frente a microrganismos, auxiliando o 
sistema imunológico a reconhecer esses agentes e a destruí-los. Por fim, as 
células epiteliais táteis são responsáveis por detectar sensações táteis.
3Classificação da pele: biotipos
As células da epiderme se organizam em quatro ou cinco camadas, também 
chamadas de estratos: camada basal, espinhosa, granulosa, lúcida e córnea 
(Figura 2). Em locais onde há maior atrito com o meio externo, como nas 
superfícies palmar e plantar, são encontradas cinco camadas, que dão a pele 
da região um aspecto mais grosso. Em locais de menor atrito com o meio, 
são encontradas apenas quatro camadas (TORTORA; DERRICKSON, 2017).
Figura 2. Estratos da epiderme observados em fotomicrografia de 
alta resolução.
Fonte: VanPutte, Regan e Russo (2016, p. 143).
Como você pode observar na Figura 2, a camada mais profunda da 
epiderme é a camada basal, onde se encontram queratinócitos e células-
-tronco, responsáveis pela formação de novas células epiteliais. Acima dessa 
camada, encontra-se a camada espinhosa, composta por oito a 10 camadas 
de queratinócitos, o que confere resistência e flexibilidade à epiderme. Na 
camada granulosa, os queratinócitos iniciam um processo de apoptose celular 
(morte programada), onde as células perdem o núcleo e, em seguida, morrem. 
A camada lúcida, presente apenas em áreas de pele mais espessa, é formada 
Classificação da pele: biotipos4
por queratinócitos já mortos, cujo interior é repleto de queratina. Por fim, a 
camada córnea, localizada mais superficialmente, em contato direto com 
o meio externo, é formada por 25 a 30 camadas de queratinócitos mortos 
(TORTORA; DERRICKSON, 2017). 
Essas camadas da epiderme são constantemente renovadas. Isso porque, à me-
dida que células-tronco presentes na camada basal produzem novos queratinócitos, 
essas células são empurradas para as camadas mais superficiais da pele, substituindo 
células antigas por células novas de forma contínua. Desse modo, à medida que 
as células mortas localizadas na camada córnea se desprendem da pele, novas 
células de camadas mais profundas da epiderme passam a residir nessa camada. 
Segundo Marieb e Hoehn, (2009), a produção queratinócitos, a transferência 
deles através das camadas até a morte celular e o desprendimento da camada córnea 
demoram, em média, um período de quatro semanas. Esse processo é conhecido 
como turnover celular e garante uma epiderme renovada regularmente (Figura 3). 
Figura 3. Ciclo de renovação da epiderme: turnover celular.
Fonte: VanPutte, Regan e Russo (2016, p. 144).
Por sua vez, a derme é a camada da pele mais espessa e localizada mais 
profundamente, abaixo da epiderme. A derme é formada basicamente por 
duas camadas, uma mais superficial, chamada de derme papilar, e uma mais 
profunda, chamada de derme reticular. Histologicamente, a derme é formada 
por um denso tecido fibroelástico, composto por fibras elásticas, fibras de 
colágeno, vasos sanguíneos, estruturas nervosas e órgãos anexos da pele 
5Classificação da pele: biotipos
(glândulas sebáceas, sudoríparas e folículos pilosos). Segundo Tortora e Der-
rickson (2017), em virtude dessa constituição fibroelástica, a derme garante 
a sustentação dos tecidos e, ainda, a flexibilidade a pele. Além disso, por ser 
uma camada extremamente vascularizada, é responsável pela vascularização 
das camadas da epiderme, que não é vascularizada.
Os diferentes tipos de pele
Em sua prática profi ssional, o esteticista, antes de mais nada, deve analisar 
a pele do cliente, cujas características variam segundo inúmeros fatores, 
como etnia, genética, cuidados com a pele, hábitos de vida, etc. Comoo 
tipo de pele do cliente vai nortear a escolha do objetivo do tratamento e 
dos recursos terapêuticos empregados para atingi-lo, antes de dar início a 
qualquer modalidade de tratamento estético, o profi ssional deve classifi car 
a pele do cliente.
A primeira classificação dos tipos de pele foi apresentada no início do 
século XX pela famosa cosmetóloga e empresária Helena Rubinstein, que 
classificou a pele em quatro tipos (I, II, III e IV), com base na quantidade 
de secreção sebácea encontrada. O sistema de classificação mais utilizado 
atualmente foi baseado no de Helena: também classifica a pele em quatro 
tipos e baseia-se na quantidade de conteúdo sebáceo encontrado nos tecidos 
(BORGES; SCORZA, 2016). Veja a descrição de cada um dos tipos a seguir.
1. Tipo I — pele alípica: com uma aparência “esticada”, esse tipo de pele 
possui pouca produção de sebo pelas glândulas sebáceas. Além disso, 
é uma pele mais fina, mais frágil, com maior tendência à descamação 
e com pH mais ácido. Essas características tornam esse tipo mais pre-
disposto ao surgimento de rugas e linhas de expressão.
Clientes com pele alípica podem relatar alguns sintomas como prurido, queimação, 
sensação de estiramento da pele, sensação de pichamento, descamação em aglome-
rados, aspereza ao toque e vermelhidão.
Classificação da pele: biotipos6
2. Tipo II — pele lipídica: também chamada de pele oleosa, a pele lipídica 
possui uma quantidade de sebo aumentada, associada a poros dilatados, 
sobretudo ao redor do nariz, na testa e no queixo. Assim, costuma ser 
brilhante e espessa, com textura áspera, e tem mais tendência a come-
dões, acne, rosácea e telangiectasias (KEDE; SABOTOCIH, 2004). 
Possui um pH mais alcalino e, por isso, envelhece mais lentamente. 
Como você pode ver, então, a pele alípica se difere da pele lipídica em 
vários aspectos. Veja, na Figura 4, algumas características que diferem esses 
dois tipos de pele.
Figura 4. Diferenças entre a (a) pele alípica e a (b) pele lipídica. A pele alípica apresenta 
tendência à descamação, poros finos e, por consequência, aumento dos sinais de en-
velhecimento. Já a pele lipídica apresenta hiperatividade das glândulas sebáceas e, por 
consequência, poros dilatados e brilho excessivo. 
Fonte: (a) Santo remédio (2019, documento on-line); (b) O Girassol (2018, documento on-line).
3. Tipo III — pele normal: também chamada de pele eudérmica, é lisa, 
não brilhante e com pH próximo ao neutro. O teor hídrico dessa pele é 
alto, mas sem a presença de poros dilatados. Tem uma textura aveludada 
e sedosa, sendo mais comum em crianças de até 8 anos. Nesse tipo de 
pele, os orifícios pilos sebáceos são bem pouco visíveis (BORGES; 
SCORZA, 2016).
4. Tipo IV — pele mista: também chamada de pele combinada, possui 
características associadas dos demais tipos de pele. A região T (áreas do 
nariz, queixo e testa) possui grande quantidade de sebo e poros dilatados, 
dando um aspecto mais oleoso a essas regiões. Em contrapartida, a parte 
lateral da face apresenta pele alípica ou normal (BORGES; SCORZA, 
2016). Veja a Figura 5. 
7Classificação da pele: biotipos
Figura 5. A pele mista é oleosa na zona T (teste, nariz e 
queixo) e normal ou ressecada no restante do rosto. 
Fonte: Kalil (2016, documento on-line).
Além dos quatro tipos de pele citados, é possível classificar a pele segundo 
aspectos relacionados a condições cutâneas transitórias, como acneica, sensí-
vel, desidratada, espessa e desvitalizada, por exemplo. Veja algumas dessas 
subclassificações a seguir.
  Pele acneica: possui as mesmas características da pele lipídica, sobre-
tudo comedões, pápulas, pústulas, cistos e cicatrizes (Figura 6).
Figura 6. Aspecto da pele acneica.
Fonte: Ifould, Forsythy-Conroy e Whittaker (2015, p. 79).
Classificação da pele: biotipos8
  Pele sensível: apresenta um aspecto mais frágil. É fina, de coloração 
avermelhada, com presença de telangiectasias. 
  Pele desidratada: apresenta uma textura fina, hipotônica, descamativa, 
com desequilíbrio da camada córnea. Visualmente, é uma pele opaca, 
áspera ao tato, com presença de rugas superficiais (BORGES; SCORZA, 
2016). Essas rugas superficiais que aparecem na pele desidratada não 
são resultado de alterações dérmicas, mas falsas rugas, decorrentes 
apenas da desidratação tecidual. 
A pele desidratada pode ser resultado de condições climáticas, como frio, vento e 
baixa umidade atmosférica (KEDE; SABOTOVICH, 2004). Porém, também pode ser 
desencadeada por hábitos como tabagismo, exposição solar excessiva e alcoolismo, 
além de ser influenciada pelo estresse, pela idade, pelo uso de certas drogas e, ainda, 
por algumas doenças, como psoríase e dermatite. Nesses casos, ao se observar a 
epiderme, percebe-se que ela “perdeu” uma quantidade importante de água, o que 
pode, inclusive, gerar sintomas como prurido e eczema.
  Pele espessa: apresenta um aspecto grosseiro, opaca e sem viço.
  Pele desvitalizada: de aspecto opaco, sem viço e flácida. 
Nesta seção, vimos os principais tipos de pele e suas respectivas caracterís-
ticas. Classificar a pele do cliente corretamente possibilita que o profissional 
de estética aplique os tratamentos estéticos voltados a disfunções cutâneas de 
modo mais seguro e efetivo. Porém, nunca se esqueça de perguntar ao cliente 
a própria percepção sobre sua pele. Saber qual pele o cliente acha que tem é 
importante, entre outros motivos, para detectar sintomas de cuidados inadequa-
dos. Por exemplo, uma pele oleosa pode estar descamando pelo uso excessivo 
de produtos que causam ressecamento, como sabonete e tônicos adstringentes. 
2 Cuidados com os diferentes tipos de pele
A partir de uma análise minuciosa da pele do cliente e da consequente clas-
sifi cação em algum dos tipos vistos na seção anterior, pode-se prescrever 
um tratamento personalizado, cujos resultados sejam compatíveis com as 
9Classificação da pele: biotipos
diferentes necessidades de cada tipo de pele. Vale lembrar que cada tipo possui 
características específi cas relacionadas ao teor de substância sebácea, e essas 
características devem ser respeitadas no momento de estabelecer os objetivos 
do tratamento e prescrever os cuidados com a pele.
Para que o cliente tenha uma pele saudável, que desempenhe adequa-
damente suas funções, alguns cuidados cosméticos são essenciais. Esses 
cuidados devem ser considerados pelo profissional de estética ao aplicar 
protocolos de tratamento na clínica ou no consultório, mas devem também 
ser descritos ao cliente, a fim de que ele possa manter uma rotina de cuidados 
específicos no ambiente domiciliar.
Segundo Kede e Sabotovich (2004), uma rotina de cuidados com a pele 
é primordial para garantir uma pele saudável. Essa rotina envolve limpeza, 
hidratação e fotoproteção, e veremos cada um em detalhes a seguir.
Limpeza da pele
A limpeza é feita pelo uso de ativos específi cos para higiene da pele, por 
meio de formulações cosméticas como sabonetes em barra ou líquidos, leites 
de limpeza, espumas, etc. Nas formulações em barra, são utilizados ativos 
como hidróxido de sódio e gorduras, que conferem consistência ao sabonete; 
formulações líquidas ou cremosas, por sua vez, utilizam ativos chamados de 
tensoativos, que conferem ao produto uma ação de detergente. São aplicados 
para remover a oleosidade excessiva, impurezas, resíduos de cosméticos, de 
poluição e de maquiagem, suor, microrganismos e células mortas (KEDE; 
SABOTOVICH, 2004).
Hidratação da pele
Para a hidratação cutânea, são utilizados ativos cosméticos capazes de propor-
cionar aumento da maciez, da fl exibilidade e da textura da pele, além de criarem 
uma barreira protetora contra a invasão de agentes externos e prevenirem o 
ressecamento tecidual. De acordo com Kede e Sabotovich (2004), a hidratação 
também visa repor a camada de proteção natural da pele, chamada de manto 
hidrolipídico, permitindo que os tecidos mantenham níveis adequados de 
água em sua estrutura (KEDE; SABOTOVICH, 2004).
Classificação da pele:biotipos10
Fisiologicamente, a pele possui alguns meios naturais de manutenção da 
hidratação dos tecidos. Um deles é formado por um conjunto de substâncias 
higroscópicas e hidrossolúveis em sua camada córnea, como aminoácidos, 
lactatos e ureia; é o fator natural de hidratação cutânea. Essas substâncias 
são responsáveis por captar umidade, mantendo um equilíbrio hídrico nos 
tecidos. Assim, a hidratação da pele tem como objetivo restabelecer esse fator 
de proteção quando afetado por condições patológicas. 
Além do fator de hidratação natural, a pele possui uma quantidade impor-
tante de lipídeos em suas camadas, oriundos da secreção de sebo pelas glândulas 
sebáceas, ricos em ceramidas, ácidos graxos livres, esteróis e colesterol, que 
contribuem para a hidratação e a lubrificação teciduais, especialmente da 
camada córnea da epiderme (KEDE; SABOTOVICH, 2004). 
Além disso, as taxas de hidratação tecidual podem ser aumentadas pela 
utilização de ativos cosméticos. Esses produtos atuam por meio de três me-
canismos de ação distintos:
  oclusão;
  umectação;
  hidratação ativa.
Os ativos que atuam mediante oclusão fazem uso de substâncias lipídicas, 
chamadas de emolientes. Exemplos incluem ceramidas, lanolina, vaselina, 
ceras e óleos vegetais (KEDE; SABOTOVICH, 2004). Os ativos que atuam 
por oclusão formam uma barreira na superfície da pele, semelhante a um 
filme, que evita a evaporação superficial da água.
Os ativos hidratantes que atuam por umectação, como glicerina, sorbitol 
e propilenoglicol, fazem uso de substâncias hidroscópicas, capazes de atrair 
moléculas de água na superfície da pele. Por sua vez, os ativos utilizados na 
hidratação ativa fazem uso de ingredientes da camada natural de hidratação 
tecidual, como lactatos e ureia, ou, ainda, podem utilizar de alfa hidroxiácidos, 
que, quando aplicados em camadas da pele, retêm água de modo a promover 
a hidratação (KEDE; SABOTOVICH, 2004).
No mercado, podem ser encontrados ativos hidratantes que atuam por 
meio de um único mecanismo de ação, mas também podem ser encontrados 
hidratantes que associam ingredientes que atuam por meio de diferentes me-
canismos de ação. Segundo Borges e Scorza (2016), os produtos cosméticos 
que atuam por meio dos três mecanismos de hidratação são mais eficazes.
11Classificação da pele: biotipos
Fotoproteção da pele
A proteção solar também faz parte da rotina de cuidados com a pele e envolve 
o uso de fotoprotetores. Esses produtos cosméticos possuem ingredientes que 
protegem a pele dos danos causados pela exposição à radiação solar, devendo 
ser utilizados diariamente (KEDE; SABOTOVICH, 2004).
Existem, basicamente, dois tipos de foto protetores, os fotoprotetores 
orgânicos e os inorgânicos, classificados conforme seu mecanismo de ação. 
Os filtros orgânicos atuam na proteção da pele mediante absorção da radiação 
ultravioleta, enquanto os filtros inorgânicos formam uma espécie de barreira 
sobre a pele, refletindo, dispersando e absorvendo a luz ultravioleta. No mer-
cado, podem ser encontrados produtos com filtros orgânicos, inorgânicos ou, 
ainda, produtos cosméticos que associam os dois tipos de filtros.
Além de agentes de limpeza, de hidratantes e de fotoprotetores, é importante que 
a pele receba ativos antioxidantes. Esses ativos reduzem a ação de radicais livres, 
que são espécies reativas de oxigênio formadas durante o metabolismo celular. Ao 
reduzir a formação de radicais livres, os ativos antioxidantes previnem o processo de 
envelhecimento dos tecidos. Vitamina C, nicotinamida, ginkgo biloba, coenzima Q10, 
extrato de chá verde, extrato de semente de uva e idebenona são exemplos de ativos 
com essa finalidade (BORGES; SCORZA, 2016; KEDE; SABOTOVICH, 2004).
A limpeza, a hidratação e a fotoproteção são etapas de cuidados com a pele 
necessárias para todos os tipos de pele. Contudo, algumas particularidades 
relacionadas a essas etapas devem ser respeitadas, considerando as caracte-
rísticas da pele normal, lipídica, alípica e mista. Veja, a seguir, os objetivos e 
cuidados específicos para cada um desses tipos.
Objetivos e cuidados específicos com a pele normal
Fisiologicamente, a camada córnea da pele eudérmica é regular e possui uma 
fi na camada de óleo, refl etindo uma condição de equilíbrio na queratinização 
(produção de queratina), descamação, perda de água, produção de secreção 
sebácea e sudorese. Com relação aos cuidados que demanda, portanto, utiliza-
Classificação da pele: biotipos12
-se o princípio da moderação (KEDE; SABOTOVICH, 2004). Nesse caso, o 
cliente deve adotar uma rotina de cuidados diários com a pele a fi m de manter 
o equilíbrio fi siológico e a integridade cutânea. 
Para a limpeza, indica-se a utilização de um produto de higiene suave, de 
preferência livre de sabão (já que a lavagem excessiva com sabão pode levar a 
um quadro de perda da umidade cutânea). Aliados a esses agentes de limpeza 
suaves, deve-se introduzir alfa-bisabolol, que é um dos princípios ativos da ca-
momila, com ação anti-inflamatória e calmante (KEDE; SABOTOVICH, 2004). 
A tonificação da pele está indicada, especialmente quando o cliente fizer 
uso de um sabonete de limpeza com pH alcalino; nesses casos, a aplicação do 
tônico visa reequilibrar o pH da pele. Deve-se dar preferência a produtos com 
baixa concentração de álcool, aliados a ativos calmantes, anti-inflamatórios 
e refrescantes, como Hamamelis. Em seguida, deve-se aplicar um agente de 
hidratação, em formulações em forma de emulsões ou fluidas, de modo a 
manter o equilíbrio da pele e prevenir alterações (KEDE; SABOTOVICH, 
2004). Nesses casos, indica-se o uso de ativos como ceramidas e vitaminas 
A, C e E, que, além de atuarem como hidratantes, têm ação antioxidante. 
Produtos hidratantes para pele normal devem conter, predominantemente, água, 
óleos minerais e propilenoglicol, mas quantidades mínimas de petrolato ou lanolina, 
uma vez que esses ativos deixam um resíduo oleoso sobre a pele e são, portanto, 
contraindicados para a pele epidérmica. 
Com relação ao fotoprotetor, deve-se utilizar um produto com fator de 
proteção solar (FPS) 30, que associe filtros orgânicos e inorgânicos no mesmo 
produto e que seja formulado em creme, de textura leve, para uso diário. 
No que concerne aos cuidados estéticos, indica-se a esfoliação e o uso 
de máscaras de tratamento de maneira regular. A esfoliação visa remover o 
excesso de células mortas da epiderme, sujidades e poluição, tornando a pele 
mais fina e, assim, melhorando sua textura. Nesses casos, pode-se indicar o 
uso de esfoliantes químicos, como o ácido salicílico, ou de esfoliantes físicos, 
como as sementes de plantas. A esfoliação da pele eudérmica também facilita 
a absorção dos ativos cosméticos aplicados, potencializando seus efeitos, uma 
vez que conseguem penetrar mais facilmente a pele. Por sua vez, a aplicação 
13Classificação da pele: biotipos
regular de máscaras de tratamento auxilia na melhoria das condições cutâneas, 
amenizando cansaço e auxiliando na descongestão tecidual. Nesse caso, 
indica-se produtos que formam uma película plástica tensora. 
Ocasionalmente, a pele normal pode apresentar comedões e pequenas pústulas. 
Nesses casos, essas lesões devem ser controladas com produtos cosméticos em forma 
de gel ou bastão, com ingredientes secativos, cicatrizantes e antimicrobianos, como 
o óleo de melaleuca, por exemplo. Para peles eudérmicas com tendência a manchas, 
pode-se indicar o uso de ativos despigmentantes para uso regular, a fim de amenizar 
o efeito inestético das manchas na pele (KEDE; SABOTOVICK, 2004). 
Objetivos e cuidados específicos com a pele oleosa
Para a limpeza da pele lipídica, são indicados agentes de limpeza mais efi -
cientes, capazes de remover o excesso de oleosidade característico desse tipo 
de pele. Em geral, opta-se pelo uso de produtos líquidos, com ingredientes 
com função secativa (óxido de zinco, calamida, enxofre, Hamamelis, etc.), 
associados ao uso de água fria para a limpeza, pois a águaquente tende a ativar 
a produção de sebo. Em especial, para peles lipídicas com acne, devem ser 
utilizados agentes de limpeza com ingredientes antimicrobianos de maneira 
associada, como enxofre e ácido salicílico (KEDE; SABOTOVICH, 2004). 
Após a limpeza, a pele lipídica deve receber um tônico com função adstrin-
gente ou descongestionante, com álcool, mentol, resorcina e ácido salicílico, 
por exemplo, para reequilibrar o pH.
Em seguida, deve-se aplicar um agente hidratante formulado em gel ou 
gel-creme, que evita a oleosidade excessiva da pele. É importante ressaltar que 
mesmo a pele lipídica deve receber ativo hidratante regularmente; apenas está 
contraindicado o uso de hidratantes com formulações cremosas, que aumentam 
a oleosidade da pele (KEDE; SABOTOVICH, 2004). Um exemplo de ativo 
indicado para hidratação de pele lipídica é o ginkgo biloba. Para proteção solar, 
indica-se o uso de fotoprotetores livres de óleo, como gel, base siliconada ou 
emulsão, com FPS 15 ou mais, dependendo da pele. 
Classificação da pele: biotipos14
Com relação aos cuidados estéticos, o uso de esfoliante está indicado, 
uma vez que promove a descamação da pele, mantendo-a limpa e com melhor 
textura. Kede e Sabotovich (2004) citam que o esfoliante mais indicado para 
a pele lipídica é o que possui propriedades abrasivas e mecânicas, formulado 
em bases cremosas livres de óleo ou em gel, e deve ser aplicado de uma a 
duas vezes por semana. 
O cliente com pele lipídica, ainda, deve fazer uso regular de máscaras 
de limpeza para controle da oleosidade, como máscaras de argila verde, por 
exemplo. Caso a pele apresente manchas hipercrômicas, indica-se o uso de 
ativos despigmentantes como o ácido kójico e o arbutin. 
Objetivos e cuidados específicos com a pele seca
A pele alípica demanda muitos cuidados para evitar exacerbar a condição 
preexistente. Para a limpeza, indica-se o uso de agentes de limpeza com 
tensoativos suaves, em forma de leites ou loções de limpeza, que, além de 
promover a higienização da pele, auxiliam na hidratação. Kede e Sabotovich 
(2004) indicam o uso de tensoativos não iônicos, com detergentes suaves de 
origem vegetal, com características hipoalergênicas, associados à presença 
de emolientes, que auxiliam na hidratação da pele. Para a tonifi cação, os 
produtos devem ser livres de álcool e conter ativos hidratantes associados, 
como a glicerina e a alantoína. 
Com relação à hidratação, a pele alípica demanda uso de hidratantes 
associados, com formulações mais leves para uso diurno e mais emolientes 
à noite, intensificando a hidratação por mais duas ou três vezes ao longo do 
dia (KEDE; SABOTOVICH, 2004). Ácido hialurônico, vitamina C, oligo-
elementos, ureia, lactato de amônio, óleos de semente de uva e amêndoas 
doces são exemplos, formulados em bases oleosas. Após o banho, a pele 
alípica pode receber um emoliente contendo vitamina E e óleo de macadâmia. 
A inclusão de ativos antioxidantes deve ser associada ao uso do hidratante, 
considerando que esse tipo de pele envelhece mais rapidamente. A foto-
proteção deve ser feita com emulsões cremosas, que são mais emolientes e 
auxiliam na hidratação. 
Acerca dos cuidados complementares em estética, indica-se a realização de 
esfoliação suave, uma vez por semana, associada ao uso de máscaras faciais 
hidratantes. Ainda, para peles com hiperpigmentações, indica-se o uso de 
ativos como ácido fítico (KEDE; SABOTOVICH, 2004). 
15Classificação da pele: biotipos
Objetivos e cuidados específicos com a pele mista
Os ativos utilizados na pele combinada devem considerar a presença de dife-
rentes características cutâneas, com áreas de pele oleosa e áreas de pele seca. 
Por isso, os ativos utilizados devem agir seletivamente, uma vez que as áreas 
demandam cuidados diferenciados. 
Em relação à higiene da pele, indica-se a limpeza com sabonete líquido suave 
ou loção de limpeza, duas vezes ao dia. Para tratamento da zona mais oleosa, 
indica-se o uso de tônico com adstringentes suaves, à base de Hamamelis, 
cânfora e mentol. Para a hidratação, os produtos utilizados devem melhorar 
a hidratação das áreas secas sem, porém, piorar o quadro de oleosidade da 
zona T. Para isso, recomenda-se o uso de hidratantes de textura suave, não 
comedogênicos. Para os fotoprotetores, indica-se formulações livres de óleo 
(KEDE; SABOTOVICH, 2004). 
Com relação aos cuidados estéticos, a pele combinada deve ser esfoliada, 
caso apresente necessidade. Nesse caso, realiza-se a esfoliação suave da pele, 
semanalmente, priorizando a zona T. Máscaras podem ser aplicadas para 
descongestionar a pele, priorizando o uso de produtos indicados para “peles 
de todos os tipos”, de modo que não agravem o quadro de oleosidade ou 
ressecamento preexistente. 
As recomendações e cuidados estéticos descritos nesta seção devem ser 
de conhecimento do profissional de estética e, visando a um tratamento mais 
integral, devem ser repassadas aos clientes, para que mantenham uma rotina 
de cuidados dermatológicos no ambiente domiciliar. 
3 Classificação de tipos de pele com base 
na pigmentação
A constituição da pigmentação cutânea é herdada geneticamente, sem inter-
ferência da exposição aos raios solares; por isso, é invariável (SOCIEDADE 
BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA, 2016). É resultado da combinação 
dos diferentes tipos de melanina (eumelanina e feomelanina) e dos pigmentos 
sanguíneos (hemoglobina e oxiemoglobina) (KEDE; SABOTOVICH, 2004). 
Contudo, a cor da pele humana é resultado da ação de uma série de fatores, de 
forma que pode apresentar uma cor facultativa (SOCIEDADE BRASILEIRA 
DE DERMATOLOGIA, c2017). A cor facultativa da pele, então, é reversível 
e pode ser induzida pela exposição solar.
Classificação da pele: biotipos16
Existe uma classificação cutânea que determina diferentes fototipos com 
base na cor da pele, em associação com sua reatividade aos raios solares. Essa 
classificação foi proposta pelo médico norte-americano Thomas B. Fitzpatrick 
no ano de 1976 e, por isso, ficou conhecida como escala de Fitzpatrick (SO-
CIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA, c2017). Essa escala, apesar 
de ter sido criada há vários anos, ainda é a mais utilizada para diferenciar os 
tipos de pele com base na pigmentação. 
A escala de Fitzpatrick classifica a pele em fototipos de um a seis, considerando 
a capacidade de que cada pessoa tem de se bronzear, bem como a sensibilidade 
e o nível de vermelhidão da pele quando exposta aos raios solares. A seguir 
são apresentadas as características desses seis fototipos de pele (SOCIEDADE 
BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA RIO DE JANEIRO, 2019; KEDE; SA-
BOTOVICH, 2004; BORGES, 2010; BORGES; SZORZA, 2016; HILL, 2018). 
  Fototipo I: presente especialmente em pessoas de pele clara, com cabelo 
ruivo ou loiro, olhos azuis ou verdes e, na maioria das vezes, com pre-
sença de sardas na pele. Em relação à capacidade de bronzeamento, as 
peles de fototipo I nunca bronzeiam e sempre queimam. Em geral, 10 a 
16 minutos de exposição solar sem proteção já resultam em queimadura 
solar. A pele, nesses casos, é extremamente sensível à radiação solar 
e, por isso, a proteção deve ser muito enfatizada. Escoceses e ingleses 
normalmente possuem esse fototipo de pele.
  Fototipo II: presente em pessoas de pele clara, mas levemente mais 
escura que o fototipo I. Apresentam cabelo loiro ou ruivo, olhos azuis, 
verdes ou castanho claros. Esse tipo de pele bronzeia com bastante 
dificuldade e queima facilmente. Em geral, 30 a 40 minutos de exposição 
solar sem proteção já é suficiente para causar queimaduras. Esse tipo 
de pele é comum no Norte europeu.
  Fototipo III: tipo de pele presente em pessoas de pele branca, mas mais 
escura; com qualquer cor de olhos ou de cabelo. A pele de fototipo III 
possui certa resistência ao sol. A sensibilidade existe, mas esse tipo 
de pele consegue bronzear gradualmente, embora possa sofrer leves 
queimaduras. Alemães costumam ter esse fototipo de pele.
  Fototipo IV: esse fototipo de pele está presenteem pessoas de pele 
morena clara. A pele bronzeia facilmente e queima apenas um pouco. 
Normalmente, os sinais de queimaduras solares começam a aparecer 
após 60 a 70 minutos de exposição solar sem proteção. Pessoas do Sul 
da Europa e hispânicos normalmente apresentam esse fototipo.
17Classificação da pele: biotipos
  Fototipo V: a pele dessas pessoas é morena, típica de pessoas negras 
claras. Quando exposta ao sol, bronzeia facilmente e raramente queima, 
sendo um tipo de pele pouco sensível à radiação. Pessoas asiáticas, 
indianas e alguns africanos têm fototipo V.
  Fototipo VI: presente em pessoas de pele morena escura ou negra. Nesses 
casos, a pele é completamente pigmentada e, por isso, possui uma proteção 
natural aos raios solares, sendo comum em pessoas africanas. Além disso, 
a pele de fototipo VI tem fibras de colágeno mais resistentes e glândulas 
sebáceas maiores. Kede e Sabotovich (2004) comentam, ainda, que, em 
peles mais escuras, existe um maior número de camadas de células no 
estrato córneo, o que aumenta a proteção à radiação solar, uma vez que 
possui maior capacidade de descamação e aumento do conteúdo lipídico.
A Figura 7 exemplifica esses seis tipos de fototipos cutâneos. 
Figura 7. Classificação de fototipos de pele segundo Fitzpatrick: (a) fototipo I; (b) fototipo II; 
(c) fototipo III; (d) fototipo IV; (e) fototipo V; (f) fototipo VI.
Fonte: (a) Andreshkova Nastya/Shutterstock.com; (b) El Nariz/Shutterstock.com; (c) Mila_chen/Shutterstock.
com; (d) Rido/Shutterstock.com; (e) Krakenimages.com/Shutterstock.com; (f) Beauty Stock/Shutterstock.com.
Para analisar e classificar adequadamente cada tipo de pele com base na 
pigmentação apresentada, é importante que o profissional de estética realize 
a avaliação em um ambiente bastante iluminado; de preferência, com luz 
natural, de modo que a observação do fototipo de pele seja adequada. Deve-se 
analisar pelo menos três áreas corporais e, em geral, indica-se a avaliação da 
face, do colo e do abdômen.
Classificação da pele: biotipos18
Hill (2018) sugere, ainda, que, além da avaliação visual da pele, o profis-
sional faça algumas perguntas ao cliente a respeito de sua etnia e dos sinais 
apresentados após a exposição solar (bronzeado e queimadura), de modo a 
classificar mais adequadamente seu fototipo de pele.
Analisando a classificação dos fototipos estabelecida por Fitzpatrick, é 
possível verificar que a escala considera que peles mais escuras, com maiores 
concentrações de melanina, possuem maiores condições de sobrevivência em 
ambientes com altas concentrações de radiação ultravioleta em comparação a 
peles mais claras. Além disso, peles mais escuras apresentam menos danos agudos 
na pele quando expostas à radiação em comparação a peles claras, que costumam 
apresentar sinais agudos da exposição solar (KEDE; SABOTOVICH, 2004). 
Além dessas informações, a escala proposta por Fitzpatrick considera o 
risco de desenvolvimento de câncer de pele. Assim, quanto menor o fototipo 
cutâneo, maior o risco de câncer de pele, ou seja, à medida que o fototipo 
aumenta, o risco reduz gradativamente. 
Vale ressaltar que a classificação dos fototipos de pele proposta por Fitzpatrick não 
considera as diferenças de pigmentação entre áreas diferentes do corpo. Segundo 
Kede e Sabotovich (2004), em clientes jovens, a pigmentação da pele se mostra mais 
uniforme. Contudo, com o avançar da idade, as áreas mais expostas aos raios solares 
podem apresentar alterações de coloração. Por isso, além de avaliar e classificar o 
fototipo de pele do cliente, o profissional de estética deve considerar essas particu-
laridades, anotando todas as informações na ficha de avaliação e, quando possível, 
fazendo o registro fotográfico.
Segundo Hill (2018), cada tipo de pele responde de forma diferente aos 
tratamentos propostos. Portanto, cabe ao profissional de estética conhecer 
e utilizar as classificações de pele a fim de avaliar quais clientes podem ser 
submetidos a determinados tratamentos e quais não devem realizá-los. Por 
exemplo, procedimentos como peelings e aplicação de fototerapia por laser 
ou luz intensa pulsada devem ser realizados de acordo com o fototipo de 
pele, pois cada uma reagirá de forma diferente. Realizá-los sem considerar 
o tipo de pele pode resultar no desenvolvimento de complicações, como 
manchas e cicatrizes.
19Classificação da pele: biotipos
Clientes com peles de fototipos mais altos, sobretudo IV, V e V, quando expostos a 
peelings químicos, correm mais riscos de apresentarem efeitos adversos, como manchas 
na pele, pois a pele mais escura tem mais chances de pigmentação.
Conhecer as classificações da pele em relação à produção sebácea e aos 
fototipos, além de saber quais são os cuidados estéticos mais indicados para 
cada tipo de pele, garantem ao profissional de estética mais segurança e 
melhores resultados terapêuticos, uma vez que pode optar pela abordagem 
mais adequada em cada caso. 
BORGES, F. dos S.; SCORZA, F. A. Terapêutica em estética: conceitos e técnicas. São 
Paulo: Phorte, 2016.
BORGES, F. S. Dermato-funcional: modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. 
2. ed. São Paulo: Phorte, 2010.
HILL, P. Milady laser e luz: anatomia da pele, cuidados com a pele, tratamentos, indica-
ções. São Paulo: Cengage Learning, 2018.
IFOULD, J.; FORSYTHE-CONROY, D.; WHITTAKER, M. Técnicas em estética. 3 ed. Porto 
Alegre: Artmed, 2015. (Série Tekne). 
KALIL, I. Tipos de pele: pele mista. 2016. Disponível em: https://www.madamices.com/
tipos-de-pele-pele-mista/. Acesso em: 1 set. 2020.
KEDE, M. P. V.; SABATOVICH, O. Dermatologia estética. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2004. 
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. 
O GIRASSOL. Pele oleosa necessita de cuidados extras, alerta especialista. 2018. Disponível 
em: http://www.ogirassol.com.br/viver/pele-oleosa-necessita-de-cuidados-extras-
-alerta-especialista. Acesso em: 1 set. 2020.
SANTO REMÉDIO. Saiba como evitar a descamação da pele durante o verão. 2019. Dis-
ponível em: https://drogariasantoremedio.com.br/descamacao-da-pele/. Acesso em: 
1 set. 2020.
Classificação da pele: biotipos20
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cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
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sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA RIO DE JANEIRO. Qual é seu fototipo de 
pele? 2019. Disponível em: http://sbdrj.org.br/qual-e-seu-fototipo-de-pele/. Acesso 
em: 1 set. 2020.
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Disponível em: http://www2.sbd.org.br/cuidado/classificacao-dos-fototipos-de-pele/. 
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SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA. Classificação dos fototipos de pele. c2017. 
Disponível em: https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/cuidados/classificacao-
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TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Corpo Humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 
10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. 
VANPUTT, C.; REGAN, J.; RUSSO, A. Anatomia e fisiologia de Seeley. Porto Alegre: AMGH, 
2016.
Leitura recomendada
RIVITTI, E. A. Dermatologia de Sampaio e Rivitti. Porto Alegre: Artes Médicas, 2018. 
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