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AULA 4 
METODOLOGIAS DE 
AUDITORIA EXTERNA 
Prof. Liezer Veloso 
 
 
2 
INTRODUÇÃO 
Com este conteúdo, será possível compreender melhor como fazer a 
auditoria, tendo em vista a importância dos documentos de auditoria, conhecidos 
popularmente como papéis de trabalho (work papers (WP)). Para o auditor 
registrar suas evidências, exames e provas, ele precisar gerar documentos que 
lhe permitem comprovar e rastrear os caminhos que lhe deram plena convicção 
para elaborar seu parecer. Simplesmente a opinião não pode ser gerada ao acaso 
e sem fontes cabíveis para isso. 
Saber redigir e estruturar os papéis de trabalho permite criar um fluxo de 
exames que possa ficar claro e coerente, tendo análise, comprovação e 
confirmação dos valores, teste, cálculos e ajustes que deverão ser feitos. 
Compreender e entender como elaborar os documentos de auditoria traz maior 
credibilidade e permite visualizar melhor as técnicas e metodologias que poderão 
ser usadas, assim torna o caminho mais rápido e eficiente. 
As possibilidades de gerar informações e exames são enormes, todavia, 
compete ao auditor sênior (mais experiente) ou sócio da firma de auditoria, auxiliar 
e supervisionar a criação dos programas de auditoria, como também contribuir 
para uma codificação clara, límpida e que seja capaz de cruzar todas as 
informações. Sabe-se que, na contabilidade, muitos valores são resultados e 
precursores de outros, para isso, compreender a relação direta e indireta permite 
avaliar o todo pela compreensão de como as partes foram geradas e contribuíram 
para alterar o patrimônio global da entidade. 
Os papéis de trabalho representam as fontes irrefutáveis de que o trabalho 
de auditoria foi realizado e apresenta como o processo de planejamento e 
execução da auditoria desencadeou, gerando provas e evidências que confirmam, 
atestam ou rejeitam os valores e informações reportadas pela companhia. O 
mecanismo de elaboração e revisão dos documentos de auditoria (WPs) devem 
ser encarados como a metodologia vital para se alcançar o objetivo da auditoria. 
Sem eles, o trabalho do auditor fica incompleto, negligente e imprudente, pois não 
atende às normas aplicáveis à auditoria externa. 
TEMA 1 – PAPÉIS DE TRABALHO 
Durante o processo de auditoria, são realizadas inúmeras conferências, 
recálculos, exames e confirmações. Como a gama de documentos e transações 
 
 
3 
da entidade auditada é enorme, inviabilizando a fotocópia (oneroso) e não 
podendo efetuar anotações nos originais, os papéis de trabalho suprem essa 
deficiência. Com isso, a equipe de auditoria gera alguns controles, formulários e 
documentos que fazem referência ao objeto auditado – os quais compreendem os 
papéis de trabalho. 
Como evidência do trabalho realizado pelo auditor, os papéis de trabalho 
contêm os dados apontados como prova e exame, os quais caracterizaram fonte 
para sua opinião. Tais papéis são de uso exclusivo e confidenciais, não podendo 
ser utilizados por qualquer um em benefício próprio ou para conceder ganhos e 
privilégios a outra qualquer. É interessante que os papéis de trabalho são de 
propriedade do auditor e não da empresa (Attie, 2018). 
Os papéis de trabalho (WPs) precisam conter alguns aspectos tidos como 
fundamentais, os quais dão estrutura, forma e sentido para sua elaboração e 
utilização. Isso porque o papel de trabalho representa a identidade, a paixão do 
auditor, os sentimentos que nortearam o exame e seu apreço durante a auditoria. 
“Representam o estilo de vida e o modus vivendi da pessoa do auditor. Nem 
sempre o que é claro e suficiente a um também o é a outros. O auditor deve 
perceber esse sentimento e relatar o que for necessário e claro a todos em geral” 
(Attie, 2018, p. 285). 
Visando ter uma padronização acerca da elaboração dos WPs, atualmente 
a NBC TA 230 (R1) – Documentação de Auditoria (2016) – é a norma norteadora 
para que toda documentação de auditoria (papéis de trabalho) possa ser 
elaborada, tendo objetividade, clareza e padronização, trazendo uniformidade 
para os registros de auditoria, podendo ser revisado e consultado por qualquer 
auditor. Também preza para garantir que todos os processos de auditoria 
seguiram o curso legal de auditoria (padrões nacionais e internacionais), dando 
maior confiabilidade ao trabalho da equipe de auditoria. 
 
 
 
 
 
 
 
4 
Quadro 1 – Aspectos essenciais dos papéis de trabalho 
CARACTERÍSTICAS, FORMA E OBJETIVOS DOS PAPÉIS DE TRABALHO 
1. Os papéis de trabalho destinam-se também 
a: 
a) ajudar o entendimento, pela análise dos 
documentos de auditorias anteriores; 
b) facilitar a revisão do trabalho de auditoria; 
c) registrar as evidências do trabalho 
executado, para fundamentar o relatório do 
auditor independente. 
 
2. A forma e o conteúdo dos papéis de trabalho 
podem ser afetados por questões como: 
a) natureza do trabalho; 
b) natureza e complexidade da atividade da 
entidade; 
c) natureza e condição dos sistemas contábeis 
e de controle interno da entidade; 
d) direção, supervisão e revisão do trabalho 
executado pela equipe técnica; 
e) metodologia e tecnologia utilizadas no curso 
dos trabalhos. 
 
3. O auditor deve adotar procedimentos 
apropriados para manter a custódia dos papéis 
de trabalho pelo prazo de cinco anos, a partir 
da data de emissão do seu relatório. 
 
4. A confidencialidade dos papéis de trabalho 
é dever permanente do auditor. Os papéis de 
trabalho são de propriedade exclusiva do 
auditor. Partes ou excertos destes podem, a 
critério do auditor, ser postos à disposição da 
entidade. 
Objetivos 
a) apoiar a organização dos testes e emissão 
de parecer; 
b) arquivar as evidências; 
c) proporcionar consultas rápidas sobre os 
dados analisados e raciocínio de testes; 
d) possibilitar revisões sobre os testes 
realizados; 
e) possibilitar reflexões sobre melhorias na 
metodologia de trabalho e testes. 
 
Conteúdo 
a) fonte dos dados (p. ex. quais relatórios, 
quem foram os entrevistados etc.); 
b) evidências e fatos relevantes identificados; 
c) escopo e planejamento de testes; 
d) conclusões. 
 
Cuidados 
a) informações claras e objetivas; 
b) deve conter todas as informações úteis para 
revisão futura; 
c) deve respeitar a tempestividade do trabalho; 
d) deve conter uma trilha de identificação dos 
cruzamentos. 
Fonte: NBC TA 230 (R1), citado por Lins, 2017, p. 72, e Mattos, 2017, p. 82-83. 
O Quadro 1 apresenta, de forma resumida, os elementos e as 
características para que um bom papel de trabalho cumpra com seu objetivo. É 
vital que o auditor desenvolva tais papéis de forma clara e objetiva e que registre 
somente os dados e informações que servirão de base comprovatória para firmar 
sua opinião. É possível fazer a documentação em meios físicos ou digitais, para 
tanto, ao finalizar a auditoria, todo arquivo gerado deve ser mantido para atender 
necessidades futuras, como revisão e consulta prévia em outra auditoria na 
mesma entidade. 
 
 
 
5 
1.1 Aspectos fundamentais dos papéis de trabalho 
• Completabilidade: os papéis precisam conter começo, meio e fim – devem 
ser completos. O planejamento é fator essencial nesse fundamento, pois 
ele relata o começo e detalha como todo processo de exame irá acontecer. 
Após isso, no processo de execução, observa-se a robustez do controle 
interno, visando identificar sua confiabilidade e exatidão aos processos da 
entidade, demonstrando a relatividade e relevância para o auditor 
configurar seu exame. 
Por meio dos objetivos, levanta-se a extensão e profundidade da 
auditagem. A execução das atividades e do julgamento do auditor permitirá que 
este chegue às evidências vitais que nortearão a sua opinião. Pode-se inferir que 
esse fundamento diz respeito ao sistema de auditoria, o qual engloba as fases e 
os meios para que se possa emitir o relatório de auditoria. 
• Objetividade: permeia o entendimento de que os papéis de trabalho 
devem conter somente as informações e dadosque tenham relevância para 
comprovação e evidenciação das provas. Conversas, reuniões e assuntos 
que foram discutidos em detalhes não precisam conter todo teor nos 
papéis. O auditor deve incluir somente aquilo que não pode ficar de fora, 
efetuar o registro dos aspectos que são materiais vitais para seu julgamento 
profissional. O cerne da objetividade recai sobre a qualidade e a quantidade 
do que será registrado e que trará indícios focais para seu exame e opinião. 
• Concisão: diz respeito à qualidade que algum leitor entenderá quando 
acessar os papéis de trabalho, assim qualquer auditor (revisão técnica ou 
conferência) poderá compreender o teor e relevância dos fatos registrados, 
pois há clareza e autossuficiência nos papéis de trabalho, até outra pessoa 
que não tenha participado do processo de auditagem, mas, porventura, 
tenha acesso e necessidade de visualizar, precisará compreender todo 
conteúdo sem que necessite de aporte explicativo verbal adicional. 
• Lógica: direciona que os papéis de trabalho precisam seguir uma 
coerência, denominada de raciocínio lógico, que permeia o roteiro dos fatos 
que conduziram alcançar os objetivos. Há vários caminhos durante a 
auditagem que serão realizados, para tal, é necessário que este, de forma 
gradativa, abra um novo caminho que seja necessário para atingir o 
resultado. A lógica, analogamente, seria fazer a base de um prédio, depois 
 
 
6 
os andares e o acabamento, não sendo coerente e possível começar a 
construção a partir do segundo andar. Observa-se que os fatos decorrem 
naturalmente de causa e consequência, do estágio anterior para o 
posterior, do planejamento para a execução. 
• Limpeza: decifra que o auditor precisa elaborar com muito cuidado todos 
os papéis de trabalho, visando que não contenha imperfeição ou 
incorreções. 
Tendo em vista a importância dos papéis de trabalho para a formação da 
evidenciação da prova e a opinião do auditor, é essencial que todo cuidado, 
“perfeccionismo” e “preciosismo” os cerquem, pois compreende-se que, na 
ausência de prova ou de dados e informações que não sejam irrepreensíveis, 
podem impactar diretamente na qualidade do resultado de auditoria. 
1.2 Divisão dos papéis de trabalho 
Diante da matéria examinada, os documentos de auditoria devem formar 
um conjunto harmônico de dados e informações, os quais possam demonstrar o 
trabalho realizado, as técnicas e os procedimentos empregados. Alguns 
documentos são consultados, gerados e manipulados para casos e exames 
específicos, atendendo demandas oportunas. Outros podem servir de suporte da 
auditoria em execução, como também futuras. Por exemplo, o controle interno ou 
a ata de constituição são documentos que podem ser consultados em várias 
auditorias, mas o exame realizado no contas a receber tem característica 
específica. 
Diante desses aspectos, os documentos de auditoria podem ser 
classificados em pastas de papéis permanentes e pasta de papéis em curso 
(temporário). 
• Pasta de papéis permanentes: representam documentos com 
informações que contêm as bases cruciais para auditoria, tendo duração 
maior, pois tais documentos podem ter repercussão no patrimônio da 
empresa por alguns exercícios. Documentos como: contrato social ou 
estatuto; formulários, normas, manuais e instruções acerca de 
procedimentos internos; atas de reuniões (cópias) e contratos de 
empréstimos e financiamentos. Estes têm maior participação nos atos e 
fatos administrativos e contábeis, pois, além do impacto financeiro, podem 
 
 
7 
determinar como os registros e as operações da empresa serão 
desenvolvidas. 
• Pasta de papéis em curso (temporários): representam a gama de 
documentos, dados, informações e exames que foram realizados durante 
o processo de auditoria. Eles procuram validar e evidenciar as provas, os 
testes e procedimentos realizados especificadamente na auditoria em 
curso. Alguns exemplos destes: testes e exames realizados nas contas 
patrimoniais; revisão de conciliações bancárias, testes e exames realizados 
no controle interno antes do início da auditoria, o programa de auditoria 
detalhado. 
É importante manter os documentos de auditoria com zelo, cuidado e 
dentro das prerrogativas legais, assim o trabalho do auditor é facilitado pela 
organização, eficiência e eficácia do documento, contribuindo para análise e 
julgamento profissional mais assertiva. 
Saiba mais 
Como estruturar os papéis de trabalho da auditoria de processos – 
Auditoria de processos – aula 8 disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=Y8pbmhSLyVc>. Acesso em: 29 jun. 2022. 
Organização de papéis – Auditoria de balanço – aula 7 disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=mjEbpP5nPhw>. Acesso em: 29 jun. 2022. 
TEMA 2 – ORGANIZAÇÃO DOS PAPÉIS DE TRABALHO 
Serve para manter os dados e as informações de forma que se possa 
examinar, identificar, resgatar e avaliar todo o processo de auditoria, não se trata 
de um capricho apenas, mas um método que torne a informação mais acessível, 
com rapidez e com teor informacional maior. 
O padrão adotado pelos auditores deve priorizar a qualidade e a agilidade 
necessária, tendo uniformidade, garante eficácia para a conferência, a revisão e 
a validação das informações registradas nos documentos de auditoria. Para dispor 
de uma organização que tenha efetividade, é necessário conter distribuição do 
trabalho realizado nos papéis de trabalho; codificação dos papéis de trabalho e 
indicação dos exames nos papéis de trabalho. 
 
 
 
8 
2.1 Distribuição do trabalho realizado nos papéis de trabalho 
Muitos detalhes são importantes ao se fazer exames e análises, como 
também na criação do programa de auditoria, por isso, é importante que as tarefas 
e as atividades sejam descritas de forma que não se perca nenhum detalhe. 
“O layout do papel de trabalho é de extrema importância, pois uma tarefa 
de auditoria envolve, por vezes, tantos detalhes, que itens importantes e que 
requerem grande atenção podem passar despercebidos por deficiências 
causadas em sua elaboração” (Attie, 2018, p. 288). 
Para elaborar com maior racionalidade, lógica e clareza, o auditor precisa 
se questionar acerca das evidências que necessitará obter, para isso, pode-se 
indagar: Qual a forma mais adequada de colocá-las? Quais evidências terão maior 
relevância neste ou em outro tipo papel de trabalho? Quais tamanhos e divisão 
das colunas presentes nos papéis? Qual modelo de papel mais apropriado? 
Aqui observa-se que os WPs irão direcionar e estruturar a forma como o 
trabalho e as evidências serão registradas. Isso permite que o auditor tenha em 
mente quais os meios, métodos, tarefas e atividades que deverão ser realizadas 
para que sua opinião possa ser gerada com maior fidedignidade. 
2.2 Codificação dos papéis de trabalho 
Em virtude de a contabilidade ser registrada usando códigos de controles 
e referências, como o plano de contas (códigos do razão, centros de custos, 
unidades, filiais etc.), tal mecanismo apresenta-se como método facilitador de 
estruturar os processos e as informações, isso não poderia ficar de fora dos papéis 
de trabalho. 
A codificação nos documentos de auditoria apresenta a linguagem formal, 
a rastreabilidade, a identificação do que, onde, quanto, qual referência poderá ser 
cruzada em outro papel de trabalho. Uma codificação objetiva facilitar todo 
trabalho de busca, recuperação de informações e maior análise do todo pelas 
partes que as compõem. 
A codificação dos papéis de trabalho é convencionada geralmente com 
a utilização de letras maiúsculas, obedecendo a uma sequência lógica e 
racional, procurando sempre resumir os trabalhos realizados em um jogo 
de papéis que, em seu conjunto, representarão todo serviço executado. 
Regra geral, em cada um dos papéis de trabalho existe espaço 
apropriado para a indicação de sua codificação. (Attie, 2018, p. 288) 
 
 
9 
Os WPs precisam conter informaçõesimportantes, como um cabeçalho 
que apresente a empresa, unidade, data do exame, objetivos, operação, 
atividade, auditor responsável, revisor etc. A codificação deverá ser estruturada 
com base na atividade e nos procedimentos a ser realizado. Desta forma, pode-
se usar a codificação das contas patrimoniais e de resultados, codificar as áreas, 
setores, departamentos ou processos – financeiro, vendas, marketing, 
contabilidade, compras, tesouraria etc. O mais importante é que a codificação seja 
objetiva e expresse o melhor caminho adotado para registro do WP. 
Para maior compreensão sistémica dos fatos auditados, a codificação é 
feita denominando o papel de trabalho mestre e o papel de trabalho subsidiário, 
como as contas sintéticas e analíticas. Observe o quadro a seguir. 
Quadro 2 – Codificação do papel mestre e subsidiário 
CODIFICAÇÃO DESCRIÇÃO DETERMINAÇÃO 
BL Balanço Papel de trabalho mestre 
C Resumo de estoques. Papel de trabalho mestre de 
estoques, mas subsidiário do 
balanço. 
C-1 Resumo de matérias-primas. Papel de trabalho subsidiário da 
área de estoques. 
C1-1 Lista de matérias-primas da filial de 
São Paulo. 
Papel de trabalho subsidiário da 
área de estoques. 
C1 – 1 
1 
Resumo da contagem física 
realizada na filial de São Paulo. 
Papel de trabalho subsidiário da 
área de estoques. 
C1 – 1 
1 – 1 
Detalhamento da contagem física 
realizada na filial de São Paulo de 
um item. 
Papel de trabalho subsidiário da 
área de estoques. 
Fonte: Attie, 2018, p. 289. 
Por meio da codificação, é possível identificar as informações, exames e 
valores, permitindo ao auditor fazer referências cruzadas. Muitas informações 
apresentadas nas DCs são resultados de junções de toda empresa, que, de forma 
sintética (papel mestre), não é possível identificar cada detalhe, por isso, usa-se 
os aspectos analíticos (papel subsidiário). 
No quadro anterior, observa-se que os valores que estão na conta estoque 
no balanço estão esparsas em tipos de matérias-primas e por filiais. Para tanto, 
para encontrar o valor real do estoque, é necessário examinar o estoque de todas 
as filiais. Assim, no exame de auditoria, aponta-se a codificação para amarrar as 
informações, podendo observar qual a relação direta e indireta entre tais 
elementos. 
 
 
10 
2.3 Tiques, letras e notas explicativas 
Como o trabalho de auditoria é baseado em evidências e exames, o auditor 
necessita apontar os dados e informações que foram analisados e que dão 
suporte para sua decisão, ou seja, os valores em um documento podem ter 
explicações oriundas de outro documento, ou uma informação suportada no 
balanço pode ser esmiuçada em diversos exames, para tanto, é vital que tudo seja 
indicado, de forma que seja autoexplicativo. Os meios para isso, além da 
codificação, repousam nos elementos a seguir. 
Quadro 3 – Tipos de indicações dos exames nos papéis de trabalho 
Os tiques explicativos são sinais peculiares que o auditor utiliza para indicar um exame 
praticado. Geralmente, são empregados para indicar a fonte de obtenção ou conferência de um 
valor, sendo desnecessário maiores explicações. A título ilustrativo, o auditor confere 
determinado valor de despesas de propaganda com o razão e constata sua adequação. Tal 
exame é indicado por intermédio de um tique explicativo comentado do exame praticado da 
conferência com o razão. 
As letras explicativas correspondem aos exames praticados pelo auditor; necessitam de uma 
explicação adicional ao exame efetuado. Invariavelmente, as letras explicativas são usadas com 
o emprego de letra minúscula do alfabeto que identifica algo mais do que uma simples 
conferência documental. Exemplificando, temos o caso em que o auditor examina uma despesa 
através da documentação-suporte. Caso tal exame nada tenha identificado de anormalidade, a 
indicação do exame poderia ser feita através de um tique explicativo. Entretanto, caso haja uma 
exceção, como falta de comprovantes, aprovação etc., a indicação do exame praticado 
necessita ser acionada nas informações constatadas, o que geralmente é realizado com a 
utilização de letras explicativas. 
As notas explicativas correspondem aos exames praticados pelo auditor; geralmente, têm 
conotação de ordem geral e não podem ser indicadas através de tiques e letras explicativas. 
Como exemplo, podem-se indicar a definição de extensão de um trabalho realizado; a definição 
dos critérios utilizados para a seleção dos valores a serem praticados; o procedimento de 
confirmação; a seleção dos itens de estoque identificados para a contagem física; o 
relacionamento de exames praticados entre áreas afins como imobilizado e despesas de 
manutenção e reparos, e assim por diante. 
Fonte: Attie, 2018, p. 290-292. 
Observa-se que as notas explicativas possuem maior detalhamento do 
exame e das constatações realizadas pelo auditor, por isso, a nota precisa abordar 
de forma mais densa e profunda um texto que exprime com maior clareza e 
objetividade a evidência encontrada. As letras são pequenas informações que 
possuem grande significado e valia na evidência, funciona como uma legenda que 
traz maior informação acerca do objeto. Os tiques são símbolos acordados entre 
os auditores que dizem respeitos a uma situação do exame. Observe a 
exemplificação a seguir. 
 
 
11 
Quadro 4 – Exemplos de tiques e letras explicativas 
 
Saiba mais 
Aula 4 – Documentação de auditoria – Série revisando seus estudos – 
Auditoria Contábil: <https://www.youtube.com/watch?v=o4WcdLmpLUA>. 
TEMA 3 – TIPOS DE PAPÉIS DE TRABALHO 
Os papéis de trabalho servem como meios comprovatórios, de confirmação 
que o trabalho de auditoria foi realizado, manifesta o método e como o auditor 
conseguiu obter as evidências e qual o teor delas. Em suma, os WPs servem de 
confirmação e base fidedigna para que a opinião do auditor possa ser elaborada. 
É importante observar que há alguns modelos de documentos de auditoria 
mais utilizado (WPs) pelos auditores, todavia, ocorre algumas variações e 
adaptações conforme o julgamento profissional e diante dos procedimentos 
adotados na auditagem. 
Segundo Attie (2018, p. 292), os papéis de trabalho mais utilizado são: 
“lançamento de ajustes e/ou reclassificação; ponto de recomendação; 
memorando; balancete de trabalho; análise; conciliação e programa de auditoria”. 
3.1 Lançamento de ajuste e/ou reclassificação 
As grandes corporações efetuam dezenas de milhares de lançamentos 
durante seu exercício social. Mesmo dispondo de pessoal competente e 
gabaritado, erros e irregularidades podem surgir, mesmo que não 
intencionalmente. Falta de atenção, engano ao utilizar códigos contábeis, pressão 
por prazos, esquecimento de reclassificações e ajustes, ainda, ausência de 
 
 
12 
conferência e controles na escrituração são alguns exemplos que podem 
apresentar DCs com informações incorretas. 
Ao identificar que uma escrituração foi feita de forma errada, o auditor 
elabora um WP evidenciando o erro e como deve ser feita a regularização. Precisa 
mencionar as contas que deverão ser creditadas ou debitadas, os respectivos 
valores, ajustes no histórico e, também, computar a data correta. Esse tipo de 
procedimento é muito comum em auditoria, em que alguns lançamentos precisam 
ser ajustados de forma que expresse a realidade da transação – fato e ato contábil 
e/ou administrativo. 
A companhia precisa, nesse instante, avaliar as irregularidades e proceder 
ou não com os ajustes, os quais passarão novamente pela conferência da 
auditoria, visto que as DCs terão outros teores informacionais. A equipe de 
auditoria precisa avaliar a quantidade de erros e irregularidades, lembrando os 
aspectos da materialidade e relevância e, assim sendo, deve apontar sua opinião 
com ou sem ressalva, diante da decisão da entidade auditada em proceder ou não 
com os ajustes. O julgamento profissional é determinante para avaliar o tipo de 
opinião a ser concedida em conformidade com asatitudes de correções da 
entidade. 
3.2 Ponto de recomendação 
Os processos, procedimentos e toda estrutura burocrática da organização, 
mesmo diante de um controle interno pujante e blindado, pode acontecer do 
auditor identificar que um, ou mais processos, atividades ou até tarefas 
apresentam fraquezas, as quais podem impactar na escrituração contábil, 
tornando os dados e informações reportadas com grau de assertividade menor, 
não representando a realidade concernida. 
Visto que o auditor passa por inúmeras companhias, atua na busca e 
confirmação de evidências, este possui “faro” e um portifólio empírico e 
profissional capaz de visualizar algumas fraquezas, as quais a organização por si 
só e até com aporte de consultoria não conseguiria. Como “plus” da auditagem e 
não sendo seu objetivo, o auditor prepara um papel de trabalho que apresente as 
fraquezas e suas recomendações para apreço da entidade, a qual chame sua 
atenção acerca dos procedimentos identificados com falhas. Com isso, o auditor 
apresenta as falhas e sugere quais melhorias identifica como melhores à 
companhia. 
 
 
13 
3.3 Balancete de trabalho, análise e conciliação 
Quadro 5 – Balancete de trabalho, análise e conciliação 
 
Fonte: Attie, 2018, p. 293. 
3.4 Memorando 
“O memorando é utilizado para subsidiar trabalhos realizados pelo auditor, 
dando a estes uma sequência mais longa ou um breve resumo dependendo das 
circunstâncias que são utilizadas” (Attie, 2018, p. 293). 
Um exame in loco no estoque de produtos acabados da entidade pode 
necessitar muito mais de um simples “tudo nos conformes”. O auditor pode 
explicar as razões e convicções que lhe deram condições de confirmar exatidão 
ou apontar distorções nas informações, pela observação pessoal do processo. 
Assim, o memorando seria descritivo, abordando: data, horários, sujeitos, 
procedimentos executados, falhas observadas e erros operacionais e no sistema 
utilizado. 
3.5 Programa de auditoria 
Esse WPs é de extrema importância para planejamento e execução da 
auditoria. Por meio dele, estabelecem-se os objetivos e os trabalhos que serão 
• O balancete de trabalho, também denominado como balancete do razão, é 
a base fundamental para o trabalho de auditoria. Todos os demais papéis 
de trabalho, de alguma forma, com ele se relacionam, apenas 
diferenciando por este ser mais sintético, conquanto os demais são 
analíticos. É uma relação das contas extraídas do livro Razão, com seus 
saldos devedores ou credores.
BALANCETE DE TRABALHO
• A análise é preparada para a explicação da composição do saldo da conta 
examinada com o objetivo de um exame de profundidade dos lançamentos 
ou valores que a compõem.
ANÁLISE
• A conciliação é geralmente preparada para explicar diferenças existentes 
entre duas ou mais fontes de informações.
CONCILIAÇÃO
 
 
14 
realizados. Serve como um roteiro e cronograma das ações que compete aos 
auditores realizarem. Para um processo mais detalhado e completo, é importante 
que se elabore um programa de auditoria para cada área ou item do balanço que 
será auditado. 
Quadro 6 – Exemplo de um programa de auditoria 
Logo da Empresa PROGRAMA DE AUDITORIA EXTERNA – 20X1 
 
Cliente: Dunas S.A | Data: 31/12/X1 
Área: Clientes 
 
Objetivos do exame: 
 
a) assegurar que os valores são procedentes e corretamente avaliados e classificados; 
b) assegurar que são realizáveis; 
c) verificar se estão livres de ônus reais. 
 
Análise: 
 
Descrição (ações) 
A
ud
ito
r 
Fr
eq
. 
(m
es
es
) 
St
at
us
 
M
ês
 1
 
M
ês
 2
 
M
ês
 (.
..)
 
 
 
 
Elabore um WP contendo os dados do balanço 
final. 
Prog. 
Ações: Ações: Ações: 
Objetivos Objetivos Objetivos 
Realiz
ado 
 
Obtenha listagem dos saldos individuais e 
confronte com o total do balanço. 
Prog. 
Ações: Ações: Ações: 
Objetivos Objetivos Objetivos 
Realiz
ado 
 
Com base na listagem de saldos de clientes, por 
meio de seleção aleatória, selecione os clientes 
que serão objeto de circularização e elabore WP. 
 
Prog. 
Ações: Ações: Ações: 
Objetivos Objetivos Objetivos 
Realiz
ado 
 
Para as duplicatas descontadas, confirme o saldo 
na circularização de bancos na área do disponível, 
bem como o seu registro no passivo circulante. 
 
Prog. 
Ações: Ações: Ações: 
Objetivos Objetivos Objetivos 
Realiz
ado 
 
Elabore WP por prazo de vencimento e analise as 
discrepâncias visando à constituição da PECLD, se 
aplicável. 
 
Prog. 
Ações: Ações: Ações: 
Objetivos Objetivos Objetivos 
Realiz
ado 
 
Confirme com o setor jurídico do cliente a 
inexistência de garantias dadas sobre a conta 
clientes. 
 
Prog. 
Ações: Ações: Ações: 
Objetivos Objetivos Objetivos 
Realiz
ado 
 
Equipe: 
Ti
qu
es
 
* Conforme doc original 
Observações: 
Carlos (CS) ζ Conforme DCs Mestre 
 
Mariana (MC) ∑ Cálculo conferido 
Henrique (HS) ¥ Visto auditor respons. 
Data de elaboração: 
Jonas (JN) æ Conforme o sistema Elaborado por: 
Fonte: Lins, 2017, p. 74. 
Observe no Quadro 6 a clareza e direcionamento que o programa concede 
aos auditores. Fica fácil de observar se tal procedimento e planejamento será 
capaz de angariar as evidências que a auditoria necessita, como também a 
 
 
15 
qualidade da informação que deverá ser confirmada e o procedimento adotado. 
Caso a equipe julgue a ação ineficaz ou que precisem ser ampliadas as tarefas, 
basta ajustar o programa, visando maior eficácia dos procedimentos a serem 
executados. 
Saiba mais 
Aula 5 – Programas de auditoria – Série revisando seus estudos – Auditoria 
Contábil disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Tw58L7QtLw8>. 
Acesso em: 29 jun. 2022. 
Papéis de Trabalho de Auditoria disponível em: 
<https://portaldeauditoria.com.br/papeis-de-trabalho-de-auditoria-interna-
2/#:~:text=Os%20Pap%C3%A9is%20de%20Trabalho%20devem%20ser%20pre
parados%20tendo%2Dse%20em,algum%20aspecto%20a%20%C3%A1rea%20
auditada>. Acesso em: 29 jun. 2022. 
TEMA 4 – REVISÃO DOS PAPÉIS DE TRABALHO 
Diante da seriedade dos documentos de auditoria, sua relevância e 
objetividade para formar a opinião do auditor, os papéis de trabalho precisam 
expressar a mais pura verdade acerca da realidade reportada. Desta forma, os 
procedimentos de auditoria realizados, os exames, as conferências que deram 
sentido às evidências precisam ser testadas, colocadas em prova por um 
processo de revisão dos papéis de trabalho. 
A revisão nos WPs atende aos critérios e normativas da NBC PA 01 – 
Gestão de Qualidade para Firmas (pessoas jurídicas e físicas) de Auditores 
Independentes. 
A norma anterior preza em manter a qualidade dos trabalhos de auditoria, 
em que o processo de revisão tange como uma etapa crucial da auditoria, dando 
maior credibilidade e confiança para opinião do auditor. Com isso, os trabalhos 
realizados por trainee, auditores assistentes e demais precisam passar por uma 
revisão pelo auditor sênior, sócio ou auditor responsável e nomeado para isso. 
 
 
 
 
 
16 
Quadro 7 – Responsabilidades, supervisão e revisão do trabalho 
• As normas profissionais ou os requisitos legais e regulatórios aplicáveis podem incluir 
disposições específicas sobre a responsabilidade geral do sócio do trabalho. Por exemplo, 
a NBC TA 220 trata da responsabilidade geral do sócio do trabalho por gerenciar o trabalho 
e alcançar a sua qualidade, além de estar suficiente e apropriadamente envolvido durante 
todo o trabalho, incluindo a responsabilidade por direcionar e supervisionar a equipe de 
trabalho e revisar seu trabalho. 
Exemplos de direcionamento, supervisão e revisão 
• O direcionamento e a supervisão da equipe de trabalho podem incluir: 
• acompanhar o andamento do trabalho. 
• Considerar o seguinte em relação aos membros da equipe de trabalho: 
• se entendem as instruções recebidas; 
• se o trabalho está sendo executado de acordo com a abordagem planejada; 
• tratar dos assuntos que surgemdurante o trabalho, considerar sua importância e modificar 
a abordagem planejada de maneira apropriada; 
• identificar assuntos para consulta a membros mais experientes da equipe de trabalho, ou 
para sua consideração, durante o trabalho; 
A revisão do trabalho executado pode incluir considerar se: 
• o trabalho foi realizado de acordo com as políticas ou procedimentos da firma, as normas 
profissionais e os requisitos legais e regulatórios aplicáveis; 
• foram levantados assuntos significativos para consideração adicional; 
• foram feitas as consultas adequadas e, quando aplicáveis, documentadas e implementadas 
as conclusões resultantes; 
• há necessidade de revisar a natureza, a época e a extensão do trabalho planejado; 
• o trabalho executado suporta as conclusões obtidas e está adequadamente documentado; 
• a evidência obtida para trabalho de asseguração é suficiente e apropriada para suportar o 
relatório; 
• os objetivos dos procedimentos do trabalho foram alcançados. 
Fonte: NBC PA 01, 2016. 
Desta forma, a revisão dos documentos de auditoria (WPs) procura verificar 
se todos os programas de auditoria foram finalizados, assinados e referenciados. 
Apontar, caso as falhas do controle interno foi levando em consideração e 
apontada no escope do exame. Constatar se foi realizada corretamente as 
análises específicas, tendo clareza, extensão, natureza e os períodos em que os 
procedimentos foram aplicados. 
Avaliar se as DCs possuem codificação capaz de referenciar (cruzamento) 
com os WPs, assim avalia que o exame foi aplicado naquele objeto e teve 
confirmação das evidências. Ainda a revisão objetiva avaliar se todos os 
processos de auditagem e as informações reportadas atendem às normas 
aplicáveis a: elaboração, examinação, conferência, divulgação e revisão de toda 
documentação examinada pela auditoria. 
 
 
 
 
17 
Saiba mais 
Acerca dos papéis de trabalho, como tudo funciona de forma prática e 
exemplificada, você poderá se aprofundar lendo o capítulo 11 – Exemplo prático 
do uso de procedimentos de auditoria e a elaboração de papéis de trabalho em 
ATTIE, W. Auditoria: conceitos e aplicações. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2018. 
TEMA 5 – ATIVIDADE PRÁTICA II: PROGRAMA DE AUDITORIA 
A Companhia Alfa é composta por uma unidade industrial produtiva e duas 
filiais de vendas, em que, juntas, contém 70% de todo valor do estoque da 
companhia. A empresa utiliza, em seu escopo, duas matérias-primas (A e B), 
ainda estoques de materiais de expediente, higiene, produtos químicos e 
materiais diversos. O estoque de produtos acabados é composto pelos produtos 
X, Y e Z. 
Dentro do planejamento de auditoria, observou-se que o valor do estoque 
possui relevância e materialidade para auditagem, desta forma, pede-se para 
elaborar de forma objetiva o programa de auditoria e a codificação básica que 
permita viabilizar a auditora, tendo enfoque nas ações específicas ao estoque 
geral. 
Para entendimento, foram extraídas as seguintes informações do balanço. 
ITEM VALOR PERCENTUAL 
Estoques 15.670 % 
Produto Acabado 10.975 70,0% 
Produto X 4.150 26,5% 
Produto Y 1.475 9,4% 
Produto Z 5.350 34,1% 
Matéria-prima 3.775 24,1% 
Matéria-prima A 2.150 13,7% 
Matéria-prima B 1.625 10,4% 
Material de expediente 695 4,4% 
Materiais diversos 225 1,4% 
 
 
 
 
 
 
 
18 
Diante das informações, pede-se: 
a) Construa uma codificação que permita o caminho mais assertivo para 
cruzar e referenciar as informações. 
CODIFICAÇÃO DESCRIÇÃO DETERMINAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
b) Elabore um programa de auditoria que possa nortear com eficiência e 
eficácia a auditagem do estoque. Escreva os objetivos do exame, a 
descrição das ações, coloque X nas colunas das semanas quando a ação 
for nela, crie cinco tiques e sua correspondência. 
PROGRAMA DE AUDITORIA EXTERNA – 20X1 
 
Cliente: Companhia Alfa 
Objetivos do exame: 
a) 
b) 
c) 
Análise: 
a) 
Descrição (ações) Auditor Programado x Realizado 
Semana 
1 
Semana 
2 
Semana 
3 
 
 
Programado 
Realizado 
 
Programado 
Realizado 
 
Programado 
Realizado 
 
Programado 
Realizado 
 
Programado 
Realizado 
 
Programado 
Realizado 
Equipe: 
Ti
qu
es
 
 Observações: 
1) 
2) 
3) Data de elaboração: 
4) Elaborado por: 
 
 
19 
Sem os papéis de trabalho, a execução da auditoria ficaria vaga, sem bases 
comprovatórias – não apresentaria evidências documentadas que pudessem 
conduzir a opinião do auditor. É importante que toda equipe de auditoria tenha 
conhecimento dos códigos e habilidades na elaboração e conferência dos WPs, 
visto que eles confirmam o trabalho realizado e como desencadeou todo 
processo. 
Um programa de auditoria deve ter enfoque no objeto a ser auditado, os 
procedimentos e técnicas (ações) que deverão ser executadas devem seguir um 
curso racional e lógico, que possa desvendar as provas confirmatórias para o 
relatório de auditoria. O sigilo, a guarda e o zelo devem fazer parte em todo 
processo de auditoria, principalmente no quesito papéis de trabalho. 
 
 
 
20 
REFERÊNCIAS 
ALVES, A. Auditoria contábil avançada. Porto Alegre: SAGAH, 2017. 
ATTIE, W. Auditoria: conceitos e aplicações. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2018. 
FAVERO, F. Responsabilidade civil dos auditores independentes: uma 
análise da sua função e critérios para sua responsabilização. São Paulo: 
Almedina, 2018. 
LINS, L. dos S. Auditoria: uma abordagem prática com ênfase na auditoria 
externa – contém exercícios. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2017. 
MATTOS, J. G. de. Auditoria. Porto Alegre: SAGAH, 2017. 
NBC TA. Estrutura Conceitual. Brasília: Conselho Federal de Contabilidade, 
2015. 
NBC TA 200 (R1). Objetivos gerais do auditor independente e a condução da 
auditoria em conformidade com normas de auditoria. Brasília: Conselho 
Federal de Contabilidade, 2016. 
PEREZ JUNIOR J. H.; OLIVEIRA, L. M. de. Auditoria de demonstrações 
contábeis: testes, casos práticos e exercícios. São Paulo: Atlas, 2004. 
 
 
21 
RESPOSTA DA ATIVIDADE PRÁTICA II – PROGRAMA DE AUDITORIA 
a) Construa uma codificação que permita o caminho mais assertivo para 
cruzar e referenciar as informações. 
CODIFICAÇÃO DESCRIÇÃO DETERMINAÇÃO 
B Balanço patrimonial Papel de trabalho mestre 
BE Resumo dos estoques Papel de trabalho mestre de estoques, 
subsidiário do balanço patrimonial 
BE – 1 Resumo dos produtos 
acabados 
Papel mestre dos estoques produtos 
acabados e subsidiário do estoque no 
balanço 
BE – 1 – 1 Lista de produtos filial 1 Papel de trabalho subsidiário da área de 
estoques 
BE – 1 – 1 – 1 Lista de produto X Papel de trabalho subsidiário da área de 
estoques 
BE – 1 – 1 – 1.1 Contagem e exames 
produtos x 
Papel de trabalho subsidiário da área de 
estoques 
BE – 1 – 1 – 2 Lista de produto Y Papel de trabalho subsidiário da área de 
estoques 
BE – 1 – 1 – 2.1 Contagem e exames 
produtos Y 
Papel de trabalho subsidiário da área de 
estoques 
BE – 1 – 1 – 3 Lista de produto Z Papel de trabalho subsidiário da área de 
estoques 
BE – 1 – 1 – 3.1 Contagem e exames 
produtos Z 
Papel de trabalho subsidiário da área de 
estoques 
BE – 1 – 2 Lista de produtos filial 2 Papel de trabalho subsidiário da área de 
estoques 
BE – 1 – 2 – 1 Lista de produto X Papel de trabalho subsidiário da área de 
estoques 
BE – 1 – 2 – 1.1 Contagem e exames 
produtos X 
Papel de trabalho subsidiário da área de 
estoques 
BE – 1 – 2 – 2 Lista de produto Y Papel de trabalho subsidiário da área de 
estoques 
BE – 1 – 2 – 2.1 Contagem e exames 
produtos Y 
Papel de trabalho subsidiário da área de 
estoques 
BE – 1 – 2 – 3 Lista de produto Z Papel de trabalho subsidiário da área de 
estoques 
BE – 1 – 2 – 3.1 Contagem e exames 
produtos Z 
Papel de trabalho subsidiário da área de 
estoques 
BE – 2 Resumo das matérias-
primas 
Papel mestre dos estoques de matéria-prima e subsidiário do estoque no balanço 
BE – 2 – 1 Lista matéria-prima A Papel de trabalho subsidiário da área de 
estoques 
BE – 2 – 1.1 Contagem e exames 
matéria-prima A 
Papel de trabalho subsidiário da área de 
estoques 
BE – 2 – 2 Lista matéria-prima B Papel de trabalho subsidiário da área de 
estoques 
BE – 2 – 2.1 Contagem e exames 
matéria-prima B 
Papel de trabalho subsidiário da área de 
estoques 
BE – 3 Resumo material de 
expediente 
Papel mestre dos estoques de material de 
expediente e subsidiário do estoque no 
balanço 
BE – 3.1 Contagem e exames 
material de expediente 
Papel de trabalho subsidiário da área de 
estoques 
BE – 4 Resumo materiais 
diversos 
Papel mestre dos estoques de materiais 
diversos e subsidiário do estoque no 
balanço 
BE – 4.1 Contagem e exames 
materiais diversos 
Papel de trabalho subsidiário da área de 
estoques 
 
 
22 
Observe que o professor qualificou os estoques de produto acabado, 
matéria-prima, material de expediente e materiais diversos como sendo plano 
mestre no grupo do respectivo estoque, apenas para compreender o valor total 
deles e quais informações estão a seguir. Essa ramificação torna mais claro como 
será referenciado nos papéis de trabalho. 
b) Elabore um programa de auditoria que possa nortear com eficiência e 
eficácia a auditagem do estoque. Use o modelo a seguir, apresente 
somente os aspectos acerca do programado. 
PROGRAMA DE AUDITORIA EXTERNA – 20X1 
Cliente: Companhia Alfa 
Objetivos do exame: 
a) Definir a existência de um controle eficiente para os estoques. 
b) Confirmar que o estoque de fato pertence ao cliente. 
c) Verificar e confirmar que o preço do estoque atribuído pelo cliente está conforme. 
d) Determinar se existe responsabilidade sobre o estoque. 
e) Definir o modo correto de evidenciação do estoque mediante as demonstrações financeiras 
Análise: 
 
Descrição (ações) Auditor Programado x Realizado 
Semana 
1 
Semana 
2 
Semana 
3 
 Apurar a movimentação das entradas e saídas dos produtos 
acabados no último semestre. 
Programado x x 
Realizado 
 Apurar a movimentação das entradas e saídas das 
matérias-primas no último semestre. 
Programado x x 
Realizado 
 Conferir as baixas de materiais danificados e obsoletos em 
ambos os estoques. 
Programado 
Realizado x x 
 Calcular os custos atribuídos aos estoques. 
Programado x x x 
Realizado 
 Calcular o giro do estoque, o estoque médio e confrontar 
com baixas e o custo do produto vendido. 
Programado x 
Realizado 
 Analisar os controles e procedimentos que envolvem os 
estoques. 
Programado x x 
Realizado 
Equipe: 
Ti
qu
es
 
* Valores conforme Observações: 
1) Maria / Documentos adicionais 
2) Marcos - Erros de cálculo 
3) João + Conferido Data de Elaboração: Junho/20X1 
4) Cláudia X Conforme o sistema Elaborado por: Liezer Veloso 
Diante dos objetivos da auditagem, é possível descrever as ações que 
deverão ser realizadas, assim os exames e procedimentos de auditoria serão na 
busca dos objetivos a serem alcançados.

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