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MÁQUINAS E ACIONAMENTOS 
ELÉTRICOS 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profa. Maria Aline Gonçalves
 
 2 
CONVERSA INICIAL 
Bem-vindo(a) à nossa aula sobre Motores de Indução Trifásicos! 
Nesta jornada pelo mundo das máquinas elétricas e motores de indução 
trifásicos, vamos explorar os aspectos fundamentais que moldaram a história e 
o funcionamento dessas notáveis criações da engenharia elétrica. Esta aula foi 
desenvolvida para proporcionar uma visão abrangente dos motores de indução, 
desde sua origem até sua aplicação contemporânea. 
Começaremos nossa jornada com uma viagem ao passado, mergulhando na 
história dos motores de indução e descobrindo como a famosa "Guerra das 
Correntes" teve um papel crucial em impulsionar a popularização desses 
motores. Através dessa fascinante retrospectiva, entenderemos como as 
rivalidades entre os sistemas de corrente contínua e corrente alternada 
moldaram o cenário da eletrificação e trouxeram à tona a inegável eficiência e 
versatilidade dos motores de indução trifásicos. 
Com a história como nossa base, nos aprofundaremos na essência dos motores 
de indução trifásicos. Exploraremos os diferentes tipos desses motores, e 
examinaremos como cada um deles desempenha um papel vital em aplicações 
diversas. Além disso, entraremos na mecânica interna desses motores, 
revelando os segredos de seu funcionamento e as interações complexas entre 
os campos magnéticos e correntes elétricas. 
Ao abordarmos as características construtivas dos motores de indução trifásicos, 
você terá a oportunidade de descobrir os componentes-chave que compõem 
essas máquinas impressionantes. Desde o estator até o rotor e suas diferentes 
configurações, desvendaremos a engenharia por trás desses motores e como 
cada detalhe contribui para sua eficiência e desempenho. 
E não podemos esquecer das aplicações práticas que tornam esses motores 
indispensáveis em nossa sociedade moderna. De indústrias a sistemas de 
transporte, eles estão presentes em inúmeras áreas, impulsionando a produção 
e a inovação de maneira notável. Nossa aula explorará essas aplicações e 
 
 3 
proporcionará insights sobre como os motores de indução trifásicos 
desempenham um papel crucial em nosso dia a dia. 
Ao final desta aula, você terá uma compreensão sólida dos motores de indução 
trifásicos e sua relevância no panorama tecnológico atual. Se você desejar se 
aprofundar ainda mais, forneceremos referências bibliográficas que poderão 
enriquecer sua jornada de aprendizado nesse campo empolgante. 
Então, prepare-se para explorar os fascinantes motores de indução trifásicos - 
desde suas origens históricas até suas aplicações modernas. Vamos mergulhar 
fundo nesse universo de inovação e engenhosidade! 
 
TEMA 1 – MOTOR DE INDUÇÃO TRIFÁSICO: TIPOS DE MOTORES 
O motor de indução, também conhecido como motor assíncrono, foi uma criação 
resultante da evolução das teorias e tecnologias elétricas do final do século XIX. 
A ideia central por trás do motor de indução é a indução eletromagnética, um 
fenômeno descoberto por Michael Faraday em 1831, que estabeleceu que uma 
corrente elétrica poderia ser induzida em um condutor quando ele é exposto a 
um campo magnético variável. 
No entanto, a aplicação prática desse conceito para a criação de um motor 
elétrico envolveu uma série de desenvolvimentos subsequentes e esforços de 
vários cientistas e inventores. Um dos principais pioneiros no desenvolvimento 
do motor de indução foi Nikola Tesla, um inventor e engenheiro eletricista 
renomado. Tesla foi fundamental na compreensão da importância das correntes 
alternadas e na aplicação da teoria da indução para criar um motor funcional. 
A batalha das correntes elétricas, também conhecida como a "Guerra das 
Correntes", desempenhou um papel crucial na popularização do motor de 
indução. Thomas Edison promovia a corrente contínua (CC), enquanto George 
Westinghouse, com o apoio das ideias de Tesla, promovia a corrente alternada 
(CA). A capacidade da corrente alternada de ser transmitida a longas distâncias 
com perdas aceitáveis e a criação de sistemas de transmissão eficientes foram 
 
 4 
fatores que favoreceram a adoção das correntes alternadas, e por consequência, 
do motor de indução, nos sistemas elétricos. 
Em 1887, Nikola Tesla patenteou o projeto do motor de indução trifásico, que se 
tornou a base para a maioria dos motores de indução utilizados atualmente. Esse 
tipo de motor apresentava a vantagem de ser mais simples, robusto e eficiente 
em comparação com os motores de corrente contínua da época. 
Assim, o motor de indução foi um resultado da colaboração de várias mentes 
brilhantes ao longo do final do século XIX. A aplicação da teoria eletromagnética, 
o entendimento das vantagens das correntes alternadas e a contribuição de 
inventores como Tesla foram essenciais para transformar o conceito de indução 
em uma tecnologia prática e revolucionária, que impulsionou a automação e a 
indústria ao longo do século XX. 
1.1 Características Construtivas 
O motor trifásico de indução realiza a conversão de energia elétrica em energia 
mecânica ao utilizar materiais eletromagnéticos que facilitam a transferência de 
energia, efetivando assim a conversão desejada. Além disso, suas 
características construtivas desempenham um papel crucial em sua operação, 
permitindo um eficiente processo de transformação de energia elétrica em 
energia mecânica. 
Vamos aprofundar a exploração desses motores a partir de suas características 
construtivas. A Figura 1 proporciona uma visão geral dos motores de indução 
trifásicos. 
 
 5 
 
Figura 1 – Exemplos de motores de indução trifásico. Fonte: Shutterstock. 
Acessado em 28/07/2020. 
 
Os principais elementos de um motor de indução trifásico são os seguintes: 
Carcaça: Representa a estrutura externa do motor, feita de material resistente 
como ferro fundido o alumínio, possui aletas que ajudam a dissipar o calor e 
abriga todos os componentes internos, oferecendo proteção contra fatores 
externos. 
Estator: É a porção imóvel do motor e abriga as bobinas de fio que são 
enroladas em torno de núcleos magnéticos. Essas bobinas são responsáveis por 
gerar o campo magnético necessário para induzir a corrente elétrica no rotor 
(Figura 2). 
 
 6 
 
Figura 2 – Construção do estator de um motor de indução trifásico. Fonte: 
Shutterstock. Acessado em 28/07/2020. 
Rotor: Constituindo a parte rotativa do motor, ele pode ser construído de duas 
formas, como o rotor em gaiola de esquilo (mais comum) ou o rotor bobinado. 
O rotor em gaiola de esquilo (Fígura 3) é composto por barras condutoras 
curtocircuitada inseridas nas ranhuras do núcleo do rotor. Isso forma um circuito 
fechado que permite a indução de corrente quando há variação do campo 
magnético. 
 
Figura 3 – Rotor bobinado de um motor de indução trifásico. Fonte: 
https://www.rsaengenharia.com/2014/04/caracteristicas-do-motor-de-
inducao.html. Acessado em 29/07/2020. 
https://www.rsaengenharia.com/2014/04/caracteristicas-do-motor-de-inducao.html.%20Acessado%20em%2029/07/2020
https://www.rsaengenharia.com/2014/04/caracteristicas-do-motor-de-inducao.html.%20Acessado%20em%2029/07/2020
 
 7 
A diferença entre o rotor bobinado e o rotor do tipo gaiola de esquilo está no 
preenchimento das ranhuras do núcleo do rotor. No rotor bobinado (Figura 4), as 
ranhuras do rotor são preenchidas por um enrolamento polifásico, cujos 
terminais são conectados a anéis deslizantes isolados montado sobre o eixo. 
 
 
Figura 4 – Rotor do tipo gaiola de esquilo. Fonte: Shutterstock. Acessado em 
29/07/2020. 
No conjunto, esses elementos interagem de maneira sinérgica para viabilizar o 
funcionamento eficaz do motor de indução, promovendo a transformação 
eficiente da energia elétrica em energia mecânica. 
A placa de identificação é outra componente significativa do motor trifásico de 
indução. Nela estão contidasinformações essenciais sobre as propriedades 
elétricas, mecânicas, modo de operação e configuração de conexão, permitindo 
o funcionamento em diversas faixas de tensão. O detalhe de uma placa de 
identificação do motor é ilustrado na Figura 5. 
 
 8 
 
Figura 4 – Placa de identificação de um motor de indução trifásico. Fonte: 
http://resumosparaengenheiros.blogspot.com/2017/12/dados-da-placa-do-
motor-motores.html. Acessado em 29/07/2020. 
Por último, a Figura 5 oferece uma perspectiva interna do motor de indução 
trifásico, revelando seus componentes constituintes. 
 
Figura 5 – Vista interna de um motor de indução trifásico. Fonte: Shutterstock. 
Acessado em 29/07/2020. 
TEMA 2 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO 
Agora que estamos familiarizados com as características construtivas de um 
motor trifásico de indução, vamos explorar seu funcionamento em detalhes. 
O motor de indução trifásico converte energia elétrica em energia mecânica por 
meio da interação entre campos magnéticos gerados pelas correntes no estator 
http://resumosparaengenheiros.blogspot.com/2017/12/dados-da-placa-do-motor-motores.html
http://resumosparaengenheiros.blogspot.com/2017/12/dados-da-placa-do-motor-motores.html
 
 9 
e a resposta do rotor a esses campos. Esse processo resulta na transformação 
da energia elétrica em energia mecânica. 
Primeiramente, a energia elétrica é fornecida ao estator, onde os enrolamentos 
geram campos magnéticos girantes sincronizados. O princípio de indução 
eletromagnética faz com que correntes sejam induzidas nas barras do rotor à 
medida que o campo magnético do estator gira. Essas correntes induzidas no 
rotor criam seu próprio campo magnético, gerando forças que impulsionam o 
rotor a girar e a seguir o campo magnético rotativo do estator. 
Importante notar que o rotor gira sempre um pouco mais devagar que o campo 
magnético do estator, essa diferença entre as velocidades é conhecida como 
velocidade de escorregamento. Esse escorregamento é essencial para manter 
o fluxo das correntes induzidas no rotor, que geram um campo magnético 
necessário para manter o movimento. A contínua interação entre os campos 
magnéticos rotativos do estator e do rotor resulta na criação de torque no rotor, 
responsável por seu movimento de rotação. Quando o rotor enfrenta uma carga 
mecânica mais intensa, o escorregamento aumenta em relação à velocidade do 
campo magnético do estator, garantindo a manutenção do torque necessário. 
Consequentemente, o motor de indução opera de maneira assíncrona, onde a 
velocidade do rotor não é igual à velocidade do campo magnético do estator. 
Isso é controlado pela frequência da fonte de energia elétrica e pelas demandas 
de carga aplicadas ao motor. A simplicidade e confiabilidade desse princípio 
fazem com que o motor de indução seja amplamente utilizado em diversas 
aplicações industriais e comerciais. 
 
2.2 Campo magnético girante 
O motor de indução trifásico é constituído por três bobinas situadas nas ranhuras 
do estator e seus terminais são conectados a uma fonte de alimentação. O rotor 
não está eletricamente ligado a nenhuma fonte de alimentação. Quando o motor 
é energizado uma corrente elétrica passa por cada uma das três bobinas do 
estator criando um campo magnético giratório. Esse campo magnético “corta” os 
 
 10 
condutores do rotor induzindo uma força eletromotriz (𝑓𝑒𝑚) e consequentemente 
desencadeando o surgimento de corrente elétrica nesses condutores. Essa 
corrente gera um segundo campo magnético no rotor que interage com o campo 
magnético do estator gerando um torque eletromagnético sobre os condutores 
do rotor. Esse processo cria um movimento de rotação no rotor, o que, por sua 
vez, impulsiona a carga mecânica acoplada ao eixo do motor. 
Toda corrente induzida tem a tendência de resistir às mudanças no campo que 
a originou, segundo a lei de Lenz-Faraday. No contexto de um motor de indução, 
a alteração ocorre devido à rotação do campo magnético do estator. O efeito 
exercido sobre o rotor, busca contrariar o contínuo movimento do campo 
magnético do estator. Esse fenômeno é o motivo pelo qual o rotor tenta 
acompanhar o campo do estator, chegando o mais próximo possível, 
considerando fatores como o peso do rotor e a carga a ser movida. 
O campo do estator gira continuamente, ao contrário do rotor que não consegue 
girar à mesma velocidade e alinhar-se a ele. Por essa razão é que a velocidade 
do rotor é menor que a velocidade do campo magnético girante. Se as 
velocidades fossem idênticas, não haveria um deslocamento relativo entre eles 
e, consequentemente, não seria induzida uma força eletromotriz (𝑓𝑒𝑚) no rotor. 
A ausência de uma 𝑓𝑒𝑚 induzida resulta na falta de um conjugado (torque) 
atuando sobre o rotor. 
Até aqui já sabemos que o campo magnético gerado por uma bobina depende 
da corrente que passa por ela. Vamos entender melhor como funciona o campo 
magnético girante, a partir da análise eletromagnética do conjunto rotor-estator. 
Primeiramente, vale lembar a diferença entre graus mecânicos e graus elétricos, 
expressa matematicamente na Equação 1: 
 𝛼 =
2
𝑃
𝛽 [1] 
onde: 
𝛼: ângulo em graus mecânicos; 
𝑃: número de polos; 
𝛽: ângulo em graus elétricos. 
 
 
 11 
Considere um motor com três bobinas monofásicas defasadas em 120º elétricos 
no espaço alimentado por tensões senoidais a partir de uma fonte trifásica 
balanceada que geram um conjunto de três correntes senoidais idênticas com 
desfasagem de 120º elétricos no tempo, que podem ser descritas através da 
equação: 
 
𝑖𝑎(𝑡) = I𝑎máx ∙ sen(𝜔𝑡) 
𝑖𝑏(𝑡) = I𝑏máx ∙ cos(𝜔𝑡 − 120°) 
𝑖𝑐(𝑡) = I𝑐𝑚á𝑥 ∙ cos(𝜔𝑡 + 120°) 
[2] 
onde: 
I𝑛máx : valor máximo ou de pico da corrente, sendo 𝑛 o índice identificador 
de cada fase (A); 
𝜔: frequência angular elétrica (rad/s). 
 
A Figura 6, abaixo, representa, três correntes senoidais, defasadas de 120 graus 
elétricos. 
 
Figura 6 – Correntes trifásicas senoidais e seus respectivos fluxos magnéticos 
a cada instante de tempo. Fonte: Petruzella, 2013. 
 
 12 
Essas correntes, por sua vez, geram três campos magnéticos, que também 
exibem um comportamento senoidal ao longo do tempo, com uma defasagem 
elétrica de 120° entre si. A direção desses campos pode ser determinada 
aplicando a regra da mão direita. A força magnetomotriz, medida em Ampere-
espira (Ae), produzida por cada uma das bobinas com um número de espiras 𝑁𝑒, 
pode ser expressa de forma matemática por meio do seguinte conjunto de 
equações: 
 
𝐹𝑎(𝑡) = 𝑁𝑒 I𝑎𝑚á𝑥 ∙ sen(𝜔𝑡) 
𝐹𝑏(𝑡) = 𝑁𝑒 I𝑏𝑚á𝑥 ∙ sen(𝜔𝑡 − 120°) 
𝐹𝑐(𝑡) = 𝑁𝑒 I𝑐𝑚á𝑥 ∙ sen(𝜔𝑡 + 120°) 
[3] 
onde: 
𝐹𝑛: força magnetomotriz (Ae); 
Ne: número de espiras da bobina; 
I𝑛máx : valor máximo ou de pico da corrente (A); 
𝜔: frequência angular elétrica (rad/s). 
 
A Figura 7 ilustra a disposição das espiras, com defasagem de 120° elétricos. 
Observe que, o campo magnético de cada bobina atuará no eixo perpendicular 
ao seu plano. 
 
 
Figura 7 – a) Disposição física das bobinas. b)Diagrama fasorial representando 
os eixos perpendiculares aos planos das bobinas. Fonte: Filho, 2013. 
 
 13 
Considere um sistema de eixos ortogonais, XY, tomando 𝐹𝑎 como referência e 
situando-a no eixo x. Realizando a decomposição de forças, as projeções dos 
três vetores, 𝐹𝑎, 𝐹𝑏 e 𝐹𝑐, a força magnetomotriz resultante será a soma vetorial: 
 
𝐹(𝑡) = 𝐹𝑎𝑥 + 𝐹𝑏𝑥 + 𝐹𝑐𝑥 
 
[4] 
Observe que, se as três bobinas estivessem alinhadas, com defasagem de 0°, a 
força magnetomotriz resultante seria igual a zero. Porém, considerando a 
defasagem de 120° entre os vetores dos campos magnéticos e fazendo a 
decomposição de forças, a força magnetomotriz resultante será: 
𝐹(𝑡) = 𝐹𝑎 ∙ cos(0°) + 𝐹𝑏 ∙ cos(120°) + 𝐹𝑐 ∙ cos(−120°) 
𝐹(𝑡) = 𝑁 𝐼 ∙ [sen(𝜔𝑡) ∙ cos(0°) + sen(𝜔𝑡 − 120°) ∙ cos(120°)
+ sen(𝜔𝑡 + 120°) ∙ cos(−120°)][5] 
 
Resolvendo trigonometricamente a Equação 5, temos: 
 𝐹(𝑡) =
3
2
𝑁 𝐼 ∙ sen(𝜔𝑡) [6] 
 
O campo magnético girante produzido pela força magnetomotriz terá intensidade 
e força constantes. Essa velocidade depende da frequência das correntes 
aplicadas nas três bobinas. 
Note que, ao inverterem-se quaisquer duas fases, aplicando-se a regra da mão 
direita, o campo irá girar no sentido contrário alterando o sentido de giro do eixo 
do motor. 
 
TEMA 3 – VELOCIDADE SÍNCRONA E ESCORREGAMENTO 
No tópico anterior, examinamos o comportamento da força magnetomotriz 
resultante do campo magnético girante. A partir disso, chegamos à conclusão de 
que a cada ciclo completo da corrente elétrica, representado como uma forma 
 
 14 
de onda senoidal, a força magnetomotriz resultante completa uma rotação total 
no interior do rotor. Esse processo resulta em um movimento de rotação do rotor, 
que, por sua vez, impulsiona o movimento do eixo do motor. A velocidade desse 
movimento rotacional é diretamente proporcional à frequência da rede elétrica 
de alimentação. 
No Brasil o padrão de frequência da corrente elétrica é 60Hz, ou seja, a 60 ciclos 
por segundo. A velocidade do campo girante, também conhecida como 
velocidade síncrona, 𝑁𝑆, é indicada em rotações por minuto, rpm. 
A velocidade síncrona é definida pela seguinte equação: 
𝑁𝑆 =
120 ∙ 𝑓
𝑃
 [7] 
onde: 
Ns: velocidade síncrona (rpm); 
𝑓: frequência da rede elétrica (Hz); 
𝑃: número de polos do motor. 
 
Com essas informações, é possível calcular as velocidades síncronas de 
motores alimentados por uma rede elétrica de 60Hz, conforme exposto na 
Tabela 1, abaixo: 
Tabela 1 – Velocidade síncrona em função da frequência e do número de 
polos. Fonte: adaptado de Filho, 2013, pg47. 
Número 
de Polos 
Velocidade Síncrona 
(rpm) 
2 3600 
4 1800 
6 1200 
8 900 
 
Exemplo 3.1 
 
 15 
Quais a velocidades síncronas dos motores de 2 e 4 polos alimentado por uma 
rede elétrica com frequência de 50Hz? 
𝑁𝑆 =
120∙50
2
 = 3000 rpm. 𝑁𝑆 =
120∙50
4
= 1500 rpm 
 
Conforme discutido nos tópicos anteriores, o rotor gira no mesmo sentido que o 
campo girante do estator, embora a uma velocidade diferente, que denominamos 
de 𝑁. Essa discrepância de velocidades é conhecida como o escorregamento do 
rotor, representado como 𝑆, e geralmente expressa como uma proporção da 
velocidade síncrona: 
𝑆 =
𝑁𝑆 − 𝑁
𝑁𝑆
 [8] 
onde: 
Ns: velocidade síncrona (rpm); 
𝑁: velocidade do eixo do motor (rpm); 
𝑆: escorregamento. 
 
O escorregamento caracteriza o desempenho dos motores de indução e na 
maioria das vezes é expresso em porcentagem, simplesmente multiplicando o 
valor obtido pela Equação 8 por cem. Por exemplo, um motor que tem 
escorregamento de S=0,045, opera com escorregamento de 4,5%. 
Utilizando a Equação 8, é possível obter a velocidade do eixo do motor em 
termos do escorregamento: 
𝑁 = (1 − 𝑁𝑆)𝑆 [9] 
 
TEMA 4 – RENDIMENTO 
Ao referirmos ao rendimento de um motor de indução trifásico, estamos falando 
de fluxo e perdas de potência. Até aqui já podemos concluir que um motor 
trifásico recebe potência elétrica e transforma em potência mecânica, contudo 
 
 16 
nem toda potência que entra no motor é transferida para o eixo do outro lado 
devido às perdas que ocorrem no interior do equipamento. 
A potência que entra no motor é convertida em trabalho mecânica, porém, uma 
parte dela é perdida em forma de calor e em forma de potência reativa, que 
apesar de necessária para a magnetização não produz trabalho. 
O rendimento, 𝜂, de uma máquina CA é dada pela relação direta entra a potência 
de saída, 𝑃𝑠, pela potência de entrada, 𝑃𝑒: 
 
 𝜂 =
𝑃𝑠
𝑃𝑒
∙ 100 [10] 
onde: 
 𝜂: rendimento, ou eficiência, do motor (%); 
𝑃𝑠: Potência na saída (W); 
𝑃𝑒: Potência na saída (W); 
 
 
O cálculo do rendimento também pode ser feito em termos da potência de 
entrada e das perdas, 𝑃𝑝,conforme exposto abaixo: 
𝜂 =
𝑃𝑒 − 𝑃𝑝
𝑃𝑒
∙ 100 [11] 
 
Outra forma de se obter o rendimento de um motor trifásico de indução é 
utilizando os dados de placa, como a Potência nominal, tensão de cada fase, 𝑉𝐹, 
a corrente nominal, 𝐼, e o fator de potência, 𝑐𝑜𝑠(𝜑): 
η=
𝑃𝑠
√3𝑉𝐹𝐼𝑐𝑜𝑠(𝜑)
 [12] 
 
TEMA 5 – CARACTERÍSTICA DE PARTIDA 
Quando consideramos as características de partida de um motor de indução 
trifásico, há vários fatores importantes a levar em conta. Isso depende, 
 
 17 
principalmente, da potência nominal do motor e da rede elétrica à qual está 
conectado, já que uma corrente de partida elevada pode resultar em uma queda 
temporária de tensão que afeta até mesmo sistemas vizinhos. 
Em motores de indução de gaiola de esquilo, a corrente de partida pode variar 
consideravelmente, dependendo da potência nominal do motor e da resistência 
efetiva do rotor nas condições iniciais. A corrente máxima consumida pelo motor 
de gaiola durante a partida é especificada por uma letra de código de partida que 
geralmente está impressa na placa de identificação do motor. 
Além disso, é importante mencionar que existem diversos métodos de partida 
projetados para atender às necessidades específicas de motores de indução 
trifásicos. Esses métodos serão detalhadamente explicados a seguir, oferecendo 
uma visão abrangente das opções disponíveis para otimizar a partida desses 
motores, considerando a potência, a eficiência e a estabilidade do sistema 
elétrico em cada situação. 
5.1. Partida com Resistores em Estágios 
Em motores com enrolamento bobinado, é possível aumentar o torque de partida 
e reduzir a corrente inicial para níveis mais baixos. Isso pode ser alcançado de 
forma relativamente simples, inserindo resistências adicionais no circuito do rotor 
durante a partida. 
 
Figura 8- Diagrama elétrico do esquema de partida de um rotor bobinado com 
resistores. Fonte: Simone, 2009. 
 
 18 
A Figura 8 ilustra o diagrama elétrico de um esquema de partida de um motor 
com rotor bobinado utilizando resistores em três estágios. Abaixo, uma 
explicação passo a passo da partida de um motor com rotor bobinado usando 
resistores em três estágios: 
Estágio 1 - Partida com Resistores em Série (Partida a Frio): 
Na primeira etapa, todos os resistores estão em série com o enrolamento do 
rotor. Quando o motor é ligado, a resistência adicional nos resistores, R1,R2 e 
R3 de cada fase, limita a corrente de partida. Isso reduz o pico de corrente inicial 
e evita sobrecargas no sistema elétrico. A partida com resistores em série é 
usada quando o motor está frio, pois nesse momento a resistência adicional é 
necessária para limitar a corrente. 
 
Estágio 2 - Transição (Retirada Gradual dos Resistores): 
À medida que o motor começa a girar e a velocidade aumenta, os resistores em 
série com o rotor são gradualmente retirados do circuito. Isso é feito para reduzir 
a resistência total do rotor e, consequentemente, aumentar o torque disponível 
para acelerar o motor. A retirada gradual dos resistores é realizada por meio de 
relés térmicos temporizados. 
 
Estágio 3 - Funcionamento Normal (Sem Resistores): 
Quando o motor atinge uma velocidade próxima à velocidade nominal, todos os 
resistores são completamente retirados do circuito. Nesse estágio, o motor opera 
em sua configuração normal, sem resistores adicionais no circuito do rotor. O 
motor está pronto para funcionar em sua capacidade total, fornecendo o torque 
necessário para sua aplicação. 
 
Em resumo, a partida de um motor com rotor bobinado usando resistores em 
três estágios é um método de partida suave que limita a corrente de partida, 
evitando picos de corrente prejudiciais ao sistema elétrico e ao motor. À medida 
que o motor acelera, os resistores são gradualmente retirados do circuito para 
permitir que o motor funcione em sua capacidade total. Esse processo ajuda a 
prolongar a vida útil do motor e a evitar danos ao sistema elétrico.19 
 
5.2. Partida Direta 
A partida direta é o método mais simples e comum para iniciar um motor trifásico, 
sendo implementado por meio de um contator e dois botões de comando. Nesse 
método, o motor é conectado diretamente à fonte de alimentação trifásica, 
resultando em uma corrente de partida significativamente alta, podendo chegar 
a até oito vezes a corrente nominal. Essa corrente de pico inicial pode causar 
flutuações na rede elétrica e afetar outros equipamentos conectados à mesma 
fonte de alimentação. Portanto, é crucial dimensionar a proteção desse sistema 
para lidar com possíveis sobrecargas. A partida direta é geralmente empregada 
para motores de menor potência. 
Além disso, a partida direta proporciona um valor de conjugado no momento do 
início do funcionamento do motor, o que requer a adoção de dispositivos de 
acionamento mais robustos. Por outro lado, a estratégia do sistema de partida 
controlada por botões separa o comando do acionamento, conferindo maior 
controle e segurança durante o processo de partida. 
 
Figura 9 - Diagrama elétrico do esquema de partida direta de um motor de 
indução tipo gaiola de esquilo. Fonte: Simone, 2009. 
 
 20 
A Figura 9 representa o esquema dos circuitos de potência e controle para um 
motor alimentado por uma fonte trifásica em corrente alternada. No circuito de 
potência, a sequência compreende três fusíveis (F1,F2,F3), um contator trifásico 
com contatos normalmente abertos (M1,M2,M3), relé térmico trifásico, uma 
botoeira de parada, uma botoeira de partida, um relé/contator (M), um dispositivo 
de proteção contra sobrecarga (SC) e, por fim, o motor. 
Quando a botoeira de partida é acionada energiza a bobina do relé M, e faz com 
que os contatos M1, M2 e M3 fecham e ocorre a partida do motor. O contato M4, 
que tem a função de selo, também fecha nesse momento, permitindo que o 
operador solte a chave de partida sem que o relé M seja desenergizado. Quando 
a botoeira de parada é acionada, o contato M é aberto, com isso o motor é 
desenergizado e para. 
O circuito magnético de partida direta para um motor trifásico de indução tipo 
gaiola tem vários mecanismos de proteção contra curto-circuitos, sobrecargas e 
sobretensão. 
Os fusíveis F1, F2 e F3 tem a função de proteção contra curto-circuito e são 
projetados para atuar apenas em situações em que ocorrem correntes de partida 
muitas vezes superior à corrente nominal. Portanto, eles não queimarão em caso 
de partida com corrente de partida nominal do motor. 
O dispositivo de proteção contra sobrecarga, SC, é um relé termomagnético, que 
é composto por um relé térmico e contatos de sobrecarga. Este dispositivo atua 
quando há sobrecarga térmica do relé abrindo os contatos M e desligando o 
motor. 
Apesar do custo relativamente mais elevado, a manutenção de um sistema de 
partida direta é relativamente simples. 
5.3. Partida Estrela-Triângulo (Y-Δ) 
Esse método de partida é usado para reduzir a corrente de partida, minimizando 
o impacto na rede elétrica e possui baixo custo. É importante destacar que este 
 
 21 
método só pode ser aplicado em motores que tenham seis terminais da bobina 
do estator disponívels, alguns possuem apenas três. 
Inicialmente, o motor é conectado em configuração estrela (Y) durante a partida, 
o que reduz a corrente. Após um curto período, o motor é comutado, através de 
três contatores e um temporizador, para a configuração triângulo (Δ), que é a 
configuração normal de funcionamento. Esse método é eficaz para motores de 
média potência, provoca redução da corrente de partida a um terço da nominal, 
porém o conjugado de patida também é reduzido o que pode vir a ser um 
problema para algumas aplicações. 
A Figura 10 mostra uma diagrama elétrico típico de uma conexão de partida 
estrela-triângulo. 
 
Figura 10 - Diagrama elétrico do esquema com chave de partida estrela-
triângulo. Fonte: Petruzella, 2013. 
 
 22 
Analisando o diagrama apresentado, é possível identificar claramente os 
componentes principais do sistema. O contator principal (M1), o contator 
triângulo (M2) e o contator estrela (S) estão diretamente ligados às bobinas do 
motor. Além disso, abaixo destes componentes, identificam-se as botoeiras de 
parada (stop) e partida (start), assim como os contatos normalmente abertos 
(NA) e normalmente fechados (NF) correspondentes aos contatores S, M1 e M2. 
Também são visíveis o temporizador TR e as bobinas de acionamento S, M1, 
M2 e TR. 
Ao acionar a botoeira de partida, a bobina do contator S é ativada, fechando o 
contato auxiliar S que estava normalmente aberto. Isso resulta na energização 
das bobinas do temporizador TR e do contator M1, fazendo com que o motor 
seja conectado na configuração estrela (Y). O contato normalmente aberto do 
contator M1 desempenha o papel de selo, assegurando que o circuito 
permaneça energizado mesmo após soltar a botoeira de partida. 
Após o período programado no temporizador se esgotar, o estado do TR é 
alterado. Isso desativa a bobina do contator S e ativa a bobina do contator M2. 
Consequentemente, o contator S, responsável pela configuração estrela do 
motor, é aberto, enquanto o contator M2 é fechado, realizando a conexão do 
motor em configuração triângulo. Isso permite que o motor entre em operação 
contínua. 
A partida estrela-triângulo é comumente usada em motores de indução 
principalmente por conta de seu baixo custo. No entanto, vale ressaltar, nem 
todos os motores são adequados para esse tipo de partida devido a suas 
características específicas e requisitos de torque. 
5.4. Partida com Inversor 
Os inversores de frequência, também conhecidos como drives VFD (Variable 
Frequency Drives), permitem a partida suave e o controle preciso da velocidade 
de um motor de indução trifásico. Eles convertem a energia da rede elétrica em 
tensão e frequência variáveis, permitindo uma partida suave e controlada, sem 
 
 23 
picos de corrente. Além disso, permitem ajustar a velocidade do motor de acordo 
com as necessidades da aplicação, economizando energia. 
Vamos entender resumidamente como ocorre uma partida com inversor de 
frequência. Antes da partida, o inversor de frequência é programado com os 
parâmetros necessários, incluindo a frequência inicial de operação, a rampa de 
aceleração, a corrente máxima permitida, entre outros. Ao acionar o inversor, ele 
começa a fornecer uma frequência baixa às bobinas do motor. Isso permite uma 
partida suave, reduzindo os picos de corrente e o estresse mecânico no motor. 
A frequência inicial normalmente é muito menor do que a frequência nominal do 
motor. 
O inversor então aumenta gradualmente a frequência fornecida ao motor de 
acordo com a rampa de aceleração programada. Isso resulta em um aumento 
controlado da velocidade do motor. A corrente também aumenta de maneira 
controlada conforme a frequência aumenta. 
Durante o processo de partida, o inversor permite ajustar a velocidade do motor 
conforme necessário para a aplicação. Isso é especialmente útil em aplicações 
onde uma aceleração mais lenta é desejada. 
O inversor ajusta a tensão e a frequência de saída para fornecer o torque 
necessário para a aplicação em diferentes velocidades. Isso permite que o motor 
mantenha um torque constante em uma ampla faixa de velocidades. Após o 
motor atingir a velocidade desejada, o inversor continua a controlar a frequência 
e a tensão para manter a velocidade e o torque necessários para a aplicação. 
Além da partida, o inversor também pode controlar a parada do motor de forma 
suave, reduzindo gradualmente a frequência até a parada completa. 
O uso de um inversor de frequência para partida de motores trifásicos de indução 
oferece vantagens como redução do estresse mecânico, economia de energia 
durante a partida, controle preciso de velocidade e torque, e menor impacto na 
rede elétrica devido à partida suave. 
5.5. Partida com Softstarter24 
Os soft starters são dispositivos eletrônicos projetados para controlar a corrente 
de partida de motores de indução. Eles proporcionam uma partida suave, 
reduzindo gradualmente a tensão fornecida ao motor e, consequentemente, a 
corrente de partida. Isso ajuda a evitar picos de corrente e reduz o estresse no 
motor e na rede elétrica. 
5.6. Partida Compensadora (Autotransformador) 
O autotransformador é usado para fornecer uma tensão reduzida ao motor 
durante a partida, o que limita a corrente de partida, sem seja necessária 
qualquer manipulação nos terminais do estator. Este método de partida pode ser 
aplicado a qualquer motor, ligado em estrela ou triângulo. 
 Após a partida, o motor é conectado diretamente à tensão de linha total. Isso 
ajuda a minimizar o impacto na rede elétrica. 
O motor trifásico é conectado ao autotransformador, que é composto por várias 
derivações. O autotransformador tem uma relação de transformação ajustável, 
"taps", o que permite variar a tensão aplicada ao motor durante a partida em 
50,65 e 80% ta tensão nominal. O tap é escolhido em função da carga. 
Antes da partida, uma derivação apropriada no autotransformador é selecionada 
com base nas características do motor e nas condições da rede elétrica. A 
derivação determina a tensão inicial que será aplicada ao motor. Ao iniciar a 
partida, a tensão aplicada ao motor é inicialmente reduzida devido à 
configuração do autotransformador. Isso resulta em uma corrente de partida 
menor e em um torque inicial mais suave. O motor começa a acelerar de maneira 
gradual. 
À medida que o motor acelera e ganha velocidade, a tensão no 
autotransformador é aumentada gradualmente, permitindo que o motor alcance 
sua velocidade nominal de forma controlada. Esse aumento progressivo da 
tensão evita picos de corrente e protege a rede elétrica. Uma vez que o motor 
atinge a velocidade nominal e a tensão nominal é aplicada ao motor, ele opera 
normalmente como faria em uma partida direta. 
 
 25 
Ao desligar o motor, a tensão no autotransformador é reduzida gradualmente 
antes de desligar completamente o motor. Isso evita sobrecorrentes no momento 
da desaceleração. 
A partida com chave compensadora é eficaz em reduzir o estresse inicial no 
motor e na rede elétrica, além de proporcionar uma aceleração mais suave. No 
entanto, esse método envolve o uso de um autotransformador, que adiciona 
complexidade ao sistema e pode ter custos mais elevados do que outros 
métodos de partida suave. Portanto, a escolha do método de partida depende 
das características do motor, das condições da rede elétrica e das necessidades 
específicas da aplicação. 
FINALIZANDO 
À medida que concluímos nossa jornada pelo mundo dos Motores Trifásicos de 
Indução, é evidente que essas maravilhas da engenharia elétrica transcendem 
seu status de simples máquinas. Ao revisitar os principais tópicos que 
exploramos, somos lembrados da complexidade e importância desses 
dispositivos inovadores. 
A história dos motores de indução nos transportou por uma época de 
descobertas aceleradas, onde a "Guerra das Correntes" desempenhou um papel 
crucial na definição do futuro da eletrificação. A rivalidade entre os sistemas de 
corrente contínua e alternada não apenas moldou a forma como a eletricidade é 
distribuída, mas também ressaltou o papel protagonista dos motores de indução 
trifásicos na propulsão dessa revolução. 
Exploramos os diferentes tipos de motores de indução trifásicos, desde os 
assíncronos até os de rotor bobinado, desvendando seus princípios 
fundamentais de funcionamento. As engrenagens invisíveis de campos 
magnéticos oscilantes e correntes elétricas interagem harmoniosamente para 
gerar movimento e potência, ilustrando a sofisticada união entre teoria e prática 
que impulsiona essas máquinas. 
Ao adentrar as características construtivas dos motores de indução trifásicos, 
mergulhamos nas entranhas de sua engenharia. O estator e o rotor, com suas 
 
 26 
especificações precisas, demonstram como cada parte contribui para a eficiência 
e durabilidade dessas máquinas. As nuances de design revelam a dedicação à 
otimização e à busca contínua por aprimoramentos tecnológicos. 
O princípio subjacente do funcionamento dos motores de indução trifásicos 
tornou-se transparente durante nosso percurso. A interação entre os campos 
magnéticos giratórios e as correntes induzidas no rotor ilustra a magia por trás 
do movimento que esses motores proporcionam. Essa compreensão é essencial 
para apreciar plenamente a engenharia por trás de sua eficácia. 
E, por fim, exploramos as aplicações vastas e diversas dos motores de indução 
na indústria e em outras áreas. Desde linhas de produção até sistemas de 
transporte, essas máquinas impulsionam o progresso e a inovação, refletindo 
sua relevância contínua na sociedade moderna. 
Portanto, à medida que encerramos esta aula, convido você a considerar não 
apenas a funcionalidade desses motores, mas também sua importância histórica 
e sua influência duradoura em nossa vida cotidiana. Que essa compreensão 
abrangente dos Motores Trifásicos de Indução inspire todos nós a valorizar e 
explorar ainda mais os avanços extraordinários da engenharia. 
 
REFERÊNCIAS 
CHAPMAN, Stephen J. Fundamentos de máquinas elétricas. Porto Alegre: 
Grupo A, 2013. E-book. ISBN 9788580552072. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580552072/. 
FILHO, Guilherme F. Motor de Indução. São Paulo: Editora Saraiva, 2013. E-
book. ISBN 9788536519999. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536519999/. 
MOHAN, N. Máquinas elétricas e acionamentos: curso introdutório. Rio de 
Janeiro: LTC, 2015. 
 
 27 
PETRUZELLA, Frank D. Motores elétricos e acionamentos. (Tekne). [Digite o 
Local da Editora]: Grupo A, 2013. E-book. ISBN 9788580552584. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580552584/. Acesso em: 
26 ago 2023. 
SIMONE, Gilio A. Máquinas de Indução Trifásicas - Teoria e Exercícios. São 
Paulo: Editora Saraiva, 2009. E-book. ISBN 9788536519814. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536519814/. 
UMANS, S. D. Máquinas elétricas de Fitzgerald e Kingsley. 7ª ed. Porto 
Alegre: AMGH, 2014. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÁQUINAS E ACIONAMENTOS 
ELÉTRICOS 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profa. Maria Aline Gonçalves 
 
 
CONVERSA INICIAL 
Olá, seja bem-vindo(a) novamente. Na aula anterior, estudamos os 
motores elétricos e suas características, mas ainda não vimos como essas 
máquinas são instaladas. O acionamento de motores elétricos envolve uma série 
de outros dispositivos, alguns deles estão relacionados à lógica ou comando, em 
que podemos citar as botoeiras, chaves, contatores, temporizadores, entre 
outros, mas outros estarão mais direcionados ao circuito de potência, como os 
dispositivos de proteção e manobra. 
Este é o tema desta aula, estudaremos os conceitos de lógica de contatos 
e os principais dispositivos utilizados no acionamento, proteção e manobra de 
motores elétricos. 
Preparado(a)? Então vamos lá, tenha uma ótima leitura. 
TEMA 1 – LÓGICA DE CONTATOS 
A lógica de contatos nada mais é do que a ligação que é feita entre os 
contatos de um circuito de comando elétrico, de modo que este circuito funcione 
da maneira que desejamos. Especificamente em comandos elétricos, a lógica de 
contatos implementada adequadamente, é o que permite que o acionamento dos 
motores elétricos seja feito corretamente em um processo industrial. 
Atualmente, com a crescente utilização dos Controladores Lógicos 
Programáveis (CLP), a utilização de lógicas de contatos mecânicas tende a 
diminuir. Porém, os primeiros acionamentos elétricos eram feitos na sua 
totalidade por lógicas de contatos eletromecânicos. Além disso, até hoje, 
pouquíssimas indústrias são totalmente automatizadas, portanto, aindaé 
possível encontrar com muita facilidade, motores elétricos acionados por chave 
de partidas eletromecânicas, e que utilizam contatos mecânicos para realizar o 
acionamento adequado. 
Ainda, para que seja possível a programação de dispositivos eletrônicos, 
como os CLPs, por exemplo, é necessário conhecer os tipos de contatos, e como 
eles funcionam. Portanto, tudo começa aqui, o conhecimento dos tipos de 
contatos, assim como as lógicas que são implementadas neles. 
 
 
3 
1.1 Contatos normalmente aberto (NA) e normalmente fechado (NF) 
Primeiramente, vamos entender o que é um contato. Um contato, em 
comandos elétricos, nada mais é do que uma chave, ou um interruptor. Para 
compreender melhor, considere um interruptor comum, destes utilizados para a 
energização de uma lâmpada, como temos em nossa casa. 
Um interruptor pode estar aberto ou fechado. Se um interruptor está 
aberto, a corrente elétrica não passa por ele, e, portanto, a lâmpada fica 
apagada. Se um interruptor está fechado, a corrente elétrica passa por ele, e a 
lâmpada fica acesa. Em resumo, um contato aberto não permite a passagem da 
corrente elétrica, enquanto um contato fechado permite a condução de corrente. 
Mas o que é um contato NA e NF? Bem, vamos lá. Um contato 
normalmente aberto (NA) ou, em inglês, normally open (NO), é um contato que 
está inicialmente aberto, e permanecerá assim até que ocorra alguma ação que 
faça com que ele mude sua posição de aberto para fechado, e permaneça 
fechado até que a ação que fez com que ele fechasse deixe de existir e o contato 
volte a abrir. 
O contato normalmente fechado (NF) ou, em inglês, normally closed (NC), 
possui a lógica oposta ao do contato NA. Neste caso, trata-se de um contato que 
está inicialmente fechado, e permanecerá assim até que ocorra alguma ação 
que faça com que ele mude sua posição de fechado para aberto, e permaneça 
aberto até que a ação que fez com que ele abrisse deixe de existir e o contato 
volte a fechar. 
A ação que faz com que estes contatos mudem de posição é uma força. 
A origem desta força pode ser uma pessoa pressionando um botão, pode ser a 
foça de um eletroímã gerado a partir da energização de uma bobina, por 
exemplo. 
Em comandos elétricos os contatos normalmente abertos e normalmente 
fechados possuem uma simbologia padronizada, com pequenas variações. Esta 
padronização é importante para que em todos os dispositivos que possuam 
contatos NA e NF utilizem a mesma simbologia, facilitando assim a elaboração 
dos diagramas lógicos que envolvem estes contatos. 
Na Figura 1 é apresentada a simbologia utilizada para os contatos NA e 
NF em comandos elétricos. 
 
 
4 
 
Figura 1 – Contatos do tipo NA e NF. 
Fonte: Autoria própria. 
Na Figura 1, o contato NA é aquele cujos terminais estão designados por 
_3 e _4, e o contato NF é aquele cujos terminais estão designados por _1 e _2. 
Esta atribuição não é por acaso. Em circuitos de comandos elétricos todos 
os terminais de todos os contatos devem ser numerados. E para facilitar a 
identificação do tipo de contato, padronizou-se que os contatos do tipo NA 
sempre terminam em 3 ou 4, sendo que o “_” representa outro número qualquer, 
de 1 a 9. O mesmo acontece para os contatos do tipo NF, a terminação deles é 
sempre em 1 e 2. Ainda, é necessário identificar a que equipamento eles estão 
associados, ou seja, se é o contato de um contator ou de um relé, por exemplo. 
Para contatores se costuma utilizar a letra K seguida do número do contator, 
para botões se costuma utilizar a letra S, também seguida do número do botão, 
por exemplo. 
A Tabela 1 apresenta a numeração que pode ser atribuída aos contatos 
NA e NF. 
Tabela 1 – Identificação de contatos NA e NF. 
 CONTATO 
NA NF 
13-14 11-12 
23-24 21-22 
33-34 31-32 
43-44 41-42 
53-54 51-52 
63-64 61-62 
73-74 71-72 
83-84 81-82 
93-94 91-92 
Fonte: Autoria própria. 
 No decorrer da disciplina, à medida que dispositivos forem sendo 
apresentados, ficará mais claro como é feita a nomeação dos contatos. 
1.2 Operação lógica AND 
A operação lógica AND, ou simplesmente E, é uma operação que nos 
informa que a saída do sistema só será acionada se todas as entradas forem 
 
 
5 
acionadas. Para entender como está lógica funciona, vamos considerar que a 
saída é uma lâmpada de sinalização, e as entradas são contatos NA. A Figura 2 
apresenta a lógica de uma operação E, com a lâmpada e os contatos NA. 
 
Figura 2 – Circuito da lógica de contatos do tipo E. 
Fonte: Autoria própria. 
Na Figura 2, os contatos NA1 e NA2 são as entradas, e a lâmpada L é a 
saída. Quando a lâmpada estiver acesa, significa que ela foi acionada. Para que 
isso aconteça, os dois contatos NA devem ter seu estado alterado, ou seja, eles 
devem ser fechados. Perceba que se somente o contato NA1 for fechado, a 
FASE chegará somente até o contato 13 de NA2, portanto a lâmpada continuará 
apagada. Da mesma forma que se apenas o contato NA2 for acionado 
permanecendo o contato NA1 aberto, a FASE não chegará até a lâmpada e ela 
não acenderá. Portanto, para que a saída seja acionada os contatos NA1 e NA2 
devem ser acionados simultaneamente. Por isso esta lógica se chama lógica E. 
No caso da Figura 2, o NA1 “E” o NA2 devem ser acionados. 
A Tabela 2 apresenta todas as possíveis situações para a lógica de 
contatos tipo E, e qual será o estado da saída para cada uma delas. 
Tabela 2 – Lógica de contatos do tipo E. 
ENTRADAS CIRCUITO SAÍDA 
NA1 ABERTO 
NA2 ABERTO 
 
DESLIGADA 
NA1 ACIONADO 
NA2 ABERTO 
 
DESLIGADA 
NA1 ABERTO 
NA2 ACIONADO 
 
DESLIGADA 
NA1 ACIONADO 
NA2 ACIONADO 
 
LIGADA 
Fonte: Autoria própria. 
Vale ressaltar que embora o exemplo apresentado leve em consideração 
somente duas entradas, a lógica E pode ser aplicada a uma lógica de contatos 
com 3 ou mais entradas, seguindo o mesmo raciocínio de que todas as entradas 
devem ser acionadas para que a saída seja acionada. 
 
 
6 
1.3 Operação lógica OR 
A operação lógica OR, ou simplesmente OU, é uma operação que nos 
informa que a saída do sistema será acionada se uma das entradas for acionada. 
Para entender como está lógica funciona, vamos considerar que a saída é uma 
lâmpada de sinalização, e as entradas são contatos NA. A Figura 3 apresenta a 
lógica de uma operação OU, com a lâmpada e os contatos NA. 
 
Figura 3 – Circuito da lógica de contatos do tipo OU. 
Fonte: Autoria própria. 
Na Figura 3, os contatos NA1 e NA2 são as entradas, e a lâmpada L é a 
saída. Quando a lâmpada estiver acesa, significa que ela foi acionada. Para que 
isso aconteça, apenas um dos contatos NA precisa ter seu estado alterado, ou 
seja, somente um deles deve ser fechado. Perceba que se somente o contato 
NA1 for fechado, a FASE chegará até a lâmpada, da mesma forma que se 
apenas o contato NA2 for acionado a FASE também chegará até a lâmpada e 
ela acenderá. Portanto, para que a saída seja acionada é necessário que 
somente um dos contatos, NA1 e NA2, seja acionado, ou que ambos sejam 
acionados simultaneamente. Por isso esta lógica se chama lógica OU. No caso 
da Figura 3, o contato NA1 “OU” o contato NA2, ou ambos, deve ser acionado 
para ligar a lâmpada. 
A Tabela 3 apresenta todas as possíveis situações para a lógica de 
contatos tipo OU, e qual será o estado da saída para cada uma delas. 
Tabela 3 – Lógica de contatos do tipo OU. 
ENTRADAS CIRCUITO SAÍDA 
NA1 ABERTO 
NA2 ABERTO 
 
DESLIGADA 
NA1 ACIONADO 
NA2 ABERTO 
 
LIGADA 
 
 
7 
NA1 ABERTO 
NA2 ACIONADO 
 
LIGADA 
NA1 ACIONADO 
NA2 ACIONADO 
 
LIGADA 
Fonte: Autoria própria. 
Vale ressaltar que embora o exemplo apresentado leve em consideração 
somente duas entradas, a lógica OU pode ser aplicada a uma lógica de contatos 
com 3 ou mais entradas, seguindo o mesmo raciocínio de que somente uma das 
entradas é necessária ser acionada para que a saída seja acionada. 
1.4 Operação lógica NOT 
A operação lógica NOT, ou NEGADO, tem como característicainverter a 
saída em função da entrada, ou seja, se a entrada for acionada a saída é 
desligada, e se a entrada não for acionada a saída é ligada. Como exemplo desta 
operação lógica em comandos elétricos, vamos considerar a entrada como 
sendo um contado NF e a saída uma lâmpada, conforme mostrado na Figura 4. 
 
Figura 4 – Circuito da lógica de contatos do tipo NOT. 
Fonte: Autoria própria. 
Na Figura 4 se percebe que em estado normal, ou seja, sem a entrada 
ser acionada, a lâmpada fica acesa, ou seja, com a saída acionada. Caso a 
entrada seja acionada, como se trada de um contato NF, ele irá abrir, e, portanto, 
a lâmpada será desligada, ou seja, a entrada e a saída sempre serão opostas. 
A Tabela 4 apresenta as duas situações possíveis para a lógica de contatos 
NOT. 
Tabela 4 – Lógica de contatos do tipo NOT. 
ENTRADAS CIRCUITO SAÍDA 
NF ACIONADO 
 
DESLIGADA 
NF NÃO ACIONADO 
 
LIGADA 
 
 
8 
Fonte: Autoria própria. 
1.5 Operação lógica NAND e NOR 
As lógicas AND, OR e NOT estudadas anteriormente são as mais comuns. 
Entretanto, existem outras operações lógicas que também podem ser utilizadas 
em lógicas de contatos, que são as lógicas NAND e NOR, mostradas a seguir. 
• Operação lógica NAND 
A operação lógica NAND, ou NÃO E, adaptado para a língua portuguesa, 
é o inverso da operação lógica E, ou seja, para que a saída seja acionada, basta 
que nenhuma, ou apenas uma das entradas esteja acionada. Já para que a saída 
seja desligada é necessário que as duas entradas sejam acionadas. A Figura 5 
mostra uma operação lógica do tipo NAND, tendo contatos NF como entradas, 
e uma lâmpada como saída. 
 
Figura 5 – Circuito da lógica de contatos do tipo NAND. 
Fonte: Autoria própria. 
Para entender a lógica da operação NAND, a Tabela 5 apresenta todas 
as combinações possíveis de entradas, e o estado da saída para cada uma 
delas. 
Tabela 5 – Lógica de contatos do tipo NAND. 
ENTRADAS CIRCUITO SAÍDA 
NF1 NÃO ACIONADO 
NF2 NÃO ACIONADO 
 
LIGADA 
NF1 ACIONADO 
NF2 NÃO ACIONADO 
 
LIGADA 
NF1 NÃO ACIONADO 
NF2 ACIONADO 
 
LIGADA 
NF1 ACIONADO 
NF2 ACIONADO 
 
DESLIGADA 
Fonte: Autoria própria. 
 
 
9 
Pela análise dos circuitos da Tabela 5 fica evidente que para que a FASE 
seja completamente interrompida e não chegue até a lâmpada é necessário que 
as duas entradas sejam acionadas, ou seja, que os dois contatos NF sejam 
acionados. 
• Operação lógica NOR 
A operação lógica NOR, ou NÃO OU, adaptado para a língua portuguesa, 
é o inverso da operação lógica OU, ou seja, para que a saída seja desligada, 
basta que apenas uma das entradas esteja acionada, ou que todas estejam 
acionadas. Já para que a saída seja ligada é necessário que nenhuma das 
entradas seja acionada. A Figura 6 mostra uma operação lógica do tipo NOR, 
tendo contatos NF como entradas, e uma lâmpada como saída. 
 
Figura 6 – Circuito da lógica de contatos do tipo NOR. 
Fonte: Autoria própria. 
Para entender a lógica da operação NOR, a Tabela 6 apresenta todas as 
combinações possíveis de entradas, e o estado da saída para cada uma delas. 
Tabela 6 – Lógica de contatos do tipo NOR. 
ENTRADAS CIRCUITO SAÍDA 
NF1 NÃO ACIONADO 
NF2 NÃO ACIONADO 
LIGADA 
NF1 ACIONADO 
NF2 NÃO ACIONADO 
DESLIGADA 
NF1 NÃO ACIONADO 
NF2 ACIONADO 
DESLIGADA 
NF1 ACIONADO 
NF2 ACIONADO 
DESLIGADA 
Fonte: Autoria própria. 
Pela análise dos circuitos da Tabela 6, fica evidente que para que a FASE 
seja completamente interrompida e não chegue até a lâmpada é necessário que 
somente uma ou as duas entradas sejam acionadas, ou seja, que os dois 
contatos NF sejam acionados. Como se trata de um circuito série, basta que um 
dos contatos fique aberto para que a lâmpada desligue. 
 
 
10 
1.6 Contatos de selo 
O contato de selo é um contato NA, que tem como objetivo manter uma 
saída acionada mesmo após a extinção da ação que levou ao acionamento da 
saída. Como exemplo, considere o circuito da Figura 7. 
 
Figura 7 – Etapas de funcionamento de um contato de selo. 
Fonte: Autoria própria. 
Na Figura 7 o contato NA atribuído à lâmpada, designado por L, fica ligado 
em paralelo ao contato NA1 (Etapa 1). Assim que o conato NA1 é acionado ele 
fecha, e aplica a FASE à lâmpada fazendo com que ela seja ligada (Etapa 2). 
Como o contato normalmente aberto L, é referente à lâmpada, assim que 
ela é acionada o contato irá fechar. Assim que o contato L se fecha, a FASE 
passa por ele e fica diretamente aplicada ao terminal da lâmpada mantendo-a 
energizada mesmo que o contanto NA1 volte a sua posição original (Etapa 3). 
1.7 Contato de intertravamento 
O contato de intertravamento é um contato NF, que tem como objetivo 
impedir que uma saída seja acionada quando outra já estiver acionada. Em 
outras palavras, o contato de intertravamento tem a função de impedir que duas 
ou mais saídas não sejam acionadas simultaneamente. Como exemplo, 
considere o circuito da Figura 8. 
 
 
 
11 
Figura 8 – Etapas de funcionamento de um contato de intertravamento. 
Fonte: Autoria própria. 
A Figura 8 ilustra o funcionamento de um contato de intertravamento. 
Nele, está sendo considerado que as saídas L1 e L2 não podem ser acionadas 
simultaneamente (Etapa 1). Portanto, conforme é mostrado, ao acionar a entrada 
NA1, a lâmpada L1 será acionada (Etapa 2). Como a lâmpada L1 possui o 
contato auxiliar normalmente fechado L1, ao ser energizada este contato irá 
abrir. Dessa forma, mesmo que o contato NA2 seja acionado a lâmpada L2 não 
será acionada, pois o contato normalmente fechado de L1, que está em série 
com L2, impedirá a energização da lâmpada (Etapa 3). A lâmpada L2 só poderá 
ser energizada quando a lâmpada L1 for desligada, fazendo com que o contato 
normalmente fechado de L1 volte a sua posição original. 
O mesmo aconteceria se com o circuito na Etapa 1, o contato NA2 fosse 
acionado. A lâmpada L2 seria energizada, e a lâmpada L1 só poderia ser 
acionada se antes a lâmpada L2 fosse desligada. 
TEMA 2 – DISPOSITIVOS DE ACIONAMENTO 
Deixando de lado os dispositivos programáveis, como os CLPs, todos 
contatos e lógicas que vimos até aqui são implementados por chaves físicas, 
mecânicas ou eletromecânicas. Essas chaves podem ter diferentes formas e 
exercer desde funções básicas, como ligar ou desligar um circuito, ou assumir 
funções bem específicas na operação de procedimentos dentro de uma linha 
industrial, como a partida de motores ou uma parada de emergência, por 
exemplo. 
Conforme a aplicação, as chaves são adaptadas para o manuseio e 
função e neste tema veremos os principais dispositivos utilizados em 
acionamentos elétricos. 
2.1 Botoeiras 
A botoeira é um nome genérico dado a um botão de uso industrial, que é 
acionado manualmente para enviar um comando a um circuito elétrico. Há vários 
tipos de botoeiras, como botões de emergência, botões de duas posições, 
botões com trava, mas o mais comum em comandos elétricos é o botão pulsador 
ou botão de impulso. A Figura 9 mostra alguns dos principais tipos de botoeiras 
encontradas nos painéis elétricos industriais. 
 
 
12 
 
Figura 9 – Exemplo de botões utilizados nos painéis elétricos industriais. 
Fonte: . 
O botão de impulso é assim chamado, pois altera o status dos contatos 
apenas enquanto está sendo pressionado. Ao parar de pressioná-lo, os contatos 
voltam para o estado inicial. Este será o tipo de botoeira que adotaremos em 
praticamente toda a disciplina, quando considerarmos que houve um comando 
enviado ao pressionar um botão. 
Um botão pulsador pode ter um ou mais contatos, seja NA ou NF, e a sua 
construção física é modular, permitindo que adicionemos módulos adicionais de 
contatos, que chamamos de contatos auxiliares. A Figura 10, mostras as partes 
constituintes deste botão. Embora todas as partes sejam indispensáveis, o 
destaque deve ser dado aos contatos auxiliares NA e NF. 
 
Figura 10 – Partes constituintes de uma botoeira de impulso. 
Fonte:Adaptado de www.margirius.com.br/blog/o-que-sao-botoeiras-e-para-que-servem. 
Acessado em 24 de agosto de 2023. 
 
 Ele pode ser montado com contatos encadeados, sendo eles NA e NF, 
somente contatos NA ou somente contatos NF, e com quantos contatos forem 
necessários. Teoricamente, não há um limite para o número de contatos. 
A simbologia utilizada em comandos elétricos para representar uma 
botoeira é mostrada na Figura 11. 
Botão de 
impulso 
Botão de 
emergência 
Chave 
rotativa 
 
 
13 
 
Figura 11 – Simbologia utilizada para botoeiras. 
Fonte: Autoria própria. 
Note que se utiliza a letra S para indicar uma botoeira, do inglês, switch, 
que significa chave. Perceba ainda, que há a indicação dos contatos NA e NF, 
respeitando a numeração já estudada, em que os dígitos finais 3 e 4 
correspondem a um contato NA (13-14) e os finais 1 e 2 designam um contato 
NF (11-12). 
No caso de haver mais de um contato NA ou NF, atribuímos os numerais 
de 1 a 9 para o primeiro dígito. Neste caso eles seriam denominados 23-24, 33-
34, 43-44 e assim por diante para os contatos NA, e 21-22, 31-32, 41-42 e assim 
por diante para os contatos NF. Entretanto, pode ser usada qualquer numeração, 
desde que terminada em 3 e 4 para NA e 1 e 2 para NF. 
As cores utilizadas nos botões podem representar funções específicas, 
como mostra a Tabela 7. 
Tabela 7 – Aplicação das cores em botões conforme a função. 
FUNÇÕES COR PREFERENCIAL 
COR 
OPCIONAL OBSERVAÇÕES 
Partir / Ligar 
 
O vermelho não é permitido para 
esta função. 
Parada ou 
desligamento de 
emergência 
--- 
Um botão vermelho com fundo 
amarelo só deve ser utilizado na 
função de parada de emergência. 
Parar / Desligar 
 
O verde não é permitido para esta 
função. 
O vermelho é permitido, desde que 
não esteja próximo a um botão de 
emergência. 
Reinicializar 
 
--- O verde não é permitido para esta função. 
Iniciar condição 
anormal 
--- 
Um exemplo de condição anormal é 
pular etapas ou interromper um 
ciclo automático de operação. 
Fonte: Autoria própria. 
2.2 Contatores 
Os contatores são os principais dispositivos para o acionamento de 
motores elétricos. Eles são responsáveis pela energização e desenergização do 
motor permitindo que a corrente elétrica proveniente da fonte de alimentação 
 
 
14 
chegue até o motor. Isso significa que este dispositivo possui uma estrutura 
robusta, capaz de abrir ou fechar os seus contatos sob carga, evitando a 
formação de arco elétrico. 
Existem contatores de vários tamanhos, sendo que o tamanho está 
diretamente relacionado à capacidade de corrente que ele suporta. A Figura 12 
apresenta alguns exemplos de contatores. 
 
Figura 12 – Exemplos de contatores de diferentes tamanhos e formatos. 
Fonte: . 
Também conhecido como chave magnética, o contator é um dos 
dispositivos mais populares nas instalações industriais, principalmente para 
sistemas automatizados, isto porque este equipamento opera como uma chave 
comanda remotamente. 
Isso é possível porque um contator possui uma bobina interna que atrai a 
parte móvel do dispositivo, abrindo e fechando os seus contatos. Além da bobina, 
um contator possui os contatos de força, os contatos auxiliares e os contatos de 
comando, que alimenta a bobina. 
Ao aplicarmos tensão aos terminais da bobina, criamos um eletroímã na 
parte fixa, que vai atrair o núcleo da parte móvel e juntamente com ele, os 
contatos. Assim, os contatos irão mudar seu estado, ou seja, os contatos NA vão 
fechar e os contatos NF abrem. Esta situação permanece até que a bobina seja 
desenergizada. Quando isso acontecer, uma mola existente no interior do 
contator vai empurrar a parte móvel, fazendo com que o conjunto volte para a 
sua posição inicial, como mostrado na 13. 
 
 
15 
 
Figura 13 – Partes internas de um contator e o funcionamento básico. 
Fonte: Autoria própria. 
De modo geral, os contatos de força são indicados pelos terminais 1, 3 e 
5 (L1, L2 e L3) e 2, 4, e 6 (T1, T2 e T3). Os terminais L1, L2 e L3 são de entrada 
de linha, ou seja, são conectados às fases que alimentarão o motor, enquanto 
os terminais T1, T2 e T3 são os contatos de saída, que vão para o motor. Os 
contatos auxiliares são representados pela numeração já estudada, em que o 
final 3 e 4 corresponde ao contato NA e o final 1 e 2, um contato NF. Os terminais 
A1 e A2 estão interligados à bobina interna, portanto devem ser alimentados com 
uma tensão de comando, tipicamente 12 V ou 24 V. Os terminais e a simbologia 
utilizada em projetos, são representados na Figura 14. 
 
Figura 14 – Identificação dos terminais e a simbologia utilizada para contatores. 
Fonte: Autoria própria. 
 
 
16 
Note que todos os símbolos estão recebendo a letra K, isso significa que 
os contatos são dependentes da bobina K, ou seja, assim que a bobina for 
energizada todos os contatos mudarão de estado. 
Alguns contatores possuem somente contatos de força. Nestes casos, os 
fabricantes disponibilizam blocos de contato auxiliares, que são acoplados 
mecanicamente ao contator, de modo que operem juntamente com os contatos 
de força. Como exemplo, a Figura 15 apresenta os contatores com seus 
respectivos blocos de contatos auxiliares. 
 
Figura 15 – Contatores trifásicos com blocos de contatos auxiliares acoplados na face frontal. 
Fonte: . 
TEMA 3 – DISPOSITIVOS DE MANOBRA 
Interrupções programadas ou não programadas, emergências, 
isolamento de um grupo de cargas, partidas e desligamentos de motores, troca 
de uma fonte de energia, são algumas das situações que requerem um 
procedimento ou uma sequência de passos que chamamos de “manobra”. 
Para termos práticos, as manobras dependem de dispositivos capazes de 
interromper e restabelecer a energia de um circuito elétrico. Dentre os muitos 
dispositivos de manobra, iremos estudar a chave rotativa e o disjuntor-motor, 
que são os mais populares no assunto da nossa aula: acionamento de motores 
elétricos. 
3.1 Chave rotativa 
Os termos chave, interruptor e seccionador, intuitivamente, nos passa a 
ideia de abertura ou descontinuidade de um circuito, mas a norma NBR 6935 
estabelece uma definição técnica para cada um. 
 
 
17 
O termo chave é mais genérico e pode estar associado a alguma 
aplicação específica, como chave fusível ou chave seccionadora. Por definição, 
chave é um dispositivo mecânico de manobra que, na posição aberta, garante a 
interrupção da corrente elétrica e o isolamento entre os contatos. Já na posição 
fechada, deve ser capaz de manter a continuidade da corrente nas condições 
normais de operação. 
Os termos seccionador e interruptor diferem em função das condições da 
corrente no ato de abertura do circuito. Um seccionador pode ser definido como 
um dispositivo mecânico de manobra capaz de abrir e fechar um circuito elétrico, 
desde que a corrente no ato de abertura seja nula ou desprezível. Já um 
interruptor deve ser capaz de abrir e fechar um circuito elétrico com a presença 
de uma corrente nominal e ainda resistir aos esforços decorrentes da abertura. 
As chaves rotativas são dispositivos que, conforme a construção física, 
podem operar como chave interruptora, seccionadora, ou ainda, seletora. Este 
tipo de chave geralmente é utilizado na parte externa dos painéis elétricos, para 
que não seja necessário abrir o painel para ligar ou desligar uma carga. 
 
Figura 16 – Aplicação de chaves rotativas em painéis elétricos. 
Fonte: . 
As chaves rotativas assumem funções bastante comuns em uma 
instalação industrial, dentre as principais aplicações está a chave seletora ou 
comutadora, que tem a função de controlar o fluxo de corrente de um circuito, 
por meio de uma manopla mecânica manual. 
 
 
18 
 
Figura 17 – Exemplos de chaves rotativas seletoras para diferentes funções. 
Fonte: https://library.e.abb.com/public/5bdbc70ba6ce217083257afb004f515d/Chaves%20Rotativas.pdf. 
Acessado em 27 de agosto de 2023. 
As chavesseletoras podem ter um ou mais contatos secundários e, como 
o próprio nome sugere, permite a seleção de um dos estados da chave. A Figura 
18 apresenta um exemplo de chave seletora de 3 posições e sua simbologia em 
diagramas de comandos e acionamentos elétricos. 
 
Figura 18 – Chave seletora de 3 posições e sua simbologia. 
Fonte: Autoria própria. 
3.2 Disjuntor-motor 
Todos os dispositivos que estudamos até aqui, possuem contatos 
auxiliares para que um sinal possa ser enviado aos sistemas de controle, 
gerando alertas e ações previstas na lógica de comando. 
O disjuntor-motor é um misto de dois equipamentos, sendo um tipo de 
interruptor que permite a abertura do circuito sob carga, usado como liga e 
desliga de motores elétricos, além de oferecer a proteção contra uma corrente 
de sobrecarga ou curto-circuito, como um fusível ou disjuntor convencional. 
Para permitir a realização de manobras com carga é necessário que as 
propriedades de isolação sejam garantidas, para evitar acidentes com os 
usuários. O dispositivo vem equipado com botões start e stop ou com uma chave 
seletora para fazer a manobra de liga e desliga manualmente, como mostra a 
Figura 19, além disso, a maioria dos modelos permitem o ajuste da corrente de 
atuação. 
 
 
19 
Ainda existe a possibilidade de serem acoplados os contatos auxiliares 
NA e NF, que irão auxiliar no funcionamento da lógica de contatos desejada. 
 
 
Figura 19 – Exemplos de disjuntor-motor com chave rotativa e botões start-stop. 
Fonte: . 
A Figura 20 mostra a simbologia utilizada para o disjuntor-motor 
diagramas de comandos elétricos. A letra Q é a mais comum para a indicação 
do disjuntor-motor, mas a sigla DJ também é encontrada em alguns casos. Assim 
como nos contatores, os contatos de força são indicados pelos terminais de 1 a 
6, sendo que os terminais 1, 3 e 5 são de entrada de linha, enquanto os terminais 
2, 4 e 6 são os contatos de saída, que vão para o motor. 
 
Figura 20 – Simbologia utilizada para o disjuntor-motor. 
Fonte: Autoria própria. 
 TEMA 4 – DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO 
Os dispositivos de proteção elétrica têm a função elementar de aumentar 
impedir ou atenuar os efeitos de uma sobrecarga que venha a gerar danos às 
instalações elétricas ou cargas elétricas. O aquecimento de um condutor 
sobrecarregado pode tanto danificar um motor elétrico como dar início a um 
incêndio. Mas o que é exatamente uma sobrecarga? 
A sobrecarga é um crescimento da corrente do circuito, acima do valor 
nominal e este aumento, em motores elétricos, pode ter várias razões. Quando 
colocamos uma carga mecânica maior que a nominal no eixo do motor, a 
 
 
20 
corrente elétrica drenada também será maior, com o propósito de atender à 
demanda mecânica. Sendo assim, uma falha mecânica que gere o travamento 
do eixo, levará a um crescimento repentino da corrente, resultando em grande 
sobrecarga ao circuito elétrico e até mesmo danos severos ao motor, se não 
interrompido. 
As bobinas internas de um motor são feitas de fios de cobre esmaltados 
e galvanicamente isolados, no entanto, ao sofrerem aquecimento severo, o 
esmalte pode perder a sua função isolante. Falhas na isolação causadas por 
aquecimento dos condutores, são as principais causas de curtos-circuitos em 
motores elétricos. 
Pensando na proteção das instalações e das cargas elétricas, em 
especial, os motores elétricos, adotamos dispositivos de proteção capazes de 
limitar correntes de sobrecarga ou interromper a corrente de um curto-circuito. 
Os principais dispositivos de proteção usados para este fim são os fusíveis e o 
relé de sobrecarga, também chamado de relé térmico. A seguir será realizado o 
estudo sobre cada um deles. 
4.1 Fusíveis 
Os fusíveis têm a função de proteger o motor elétrico contra correntes de 
curto-circuito. Um curto-circuito é caracterizado por uma grande elevação de 
corrente em um intervalo de tempo muito pequeno, normalmente na faixa de 
micro ou milissegundos. Estas correntes são ocasionadas quando há o contato 
indevido de partes da instalação elétrica, como por exemplo, o contato direto dos 
condutores fase e neutro ou entre um condutor de fase e a carcaça do motor, 
que está aterrada. 
Um fusível, de modo geral, é composto por um corpo externo que abriga 
o elo fusível, que é um condutor de seção reduzida, projetado para suportar um 
valor específico de corrente. O elo fusível é feito de uma liga metálica que se 
funde quando a corrente conduzida é superior a um valor pré-definido, 
interrompendo o circuito. Além disso, o tempo de ruptura varia de acordo com o 
material, fazendo com que tenham diferentes modos de atuação. 
Apesar da interrupção do elo fusível, a corrente ainda pode ser mantida 
por arco elétrico no interior do fusível, em função de uma elevada diferença de 
potencial, por isso os fusíveis podem ser classificados pelas seguintes 
características: 
 
 
21 
• Corrente nominal (𝑰𝑰𝑵𝑵): corresponde ao valor da corrente nominal, em 
que o circuito opera normalmente, sem haver a atuação do fusível; 
• Capacidade de interrupção: esse é o valor máximo de corrente que o 
fusível é capaz de interromper. Correntes superiores a esse valor, 
poderão ser mantidas através de arco elétrico no interior do dispositivo; 
• Corrente convencional ou corrente de atuação (𝑰𝑰𝟐𝟐): trata-se do valor 
de corrente que provocará o rompimento do elo fusível. A ruptura 
deverá ocorrer dentro de um tempo determinado, chamado de “tempo 
convencional”; 
• Curva de atuação: representa graficamente a relação entre a corrente 
conduzida pelo fusível e o tempo de condução. Nesse quesito, os 
fusíveis podem ser rápidos ou retardados, como mostra a Figura 21. 
 
Figura 21 – Comparação entre a curva de atuação de um fusível rápido e um retardado. 
Fonte: Adaptado de NERY e KANASHIRO, 2014. 
 Na partida de um motor elétrico, se não for usado um dispositivo de partida 
suave, a corrente drenada pode chegar de 8 a 10 vezes a corrente nominal. Em 
função disso, a atuação dos fusíveis não pode ser muito rápida. 
Em comandos elétricos normalmente são utilizados dois tipos de fusíveis: 
os do tipo D, chamados de diametral ou diazed, e os do tipo NH, conhecidos 
como fusíveis do tipo faca. A seguir vamos falar especificamente sobre cada um 
deles. 
Os fusíveis do tipo diametral são recomendados para correntes nominais 
entre 2 A e 63 A, onde a tensão é de até 500 V podendo chegar a 750 V 
dependendo do fabricante, e sua capacidade de interrupção pode variar entre 50 
kA e 70 kA. 
A Figura 22 apresenta um exemplo de um fusível diametral e as suas 
partes, além da aplicação em um painel elétrico. Na figura, o número 1 é a base 
de fixação, o número 2 é a tampa do fusível e o número 3 é o próprio fusível. 
 
 
 
22 
 
Figura 22 – Partes constituintes do fusível diazed e sua aplicação em um painel elétrico. 
Fonte: . 
Os fusíveis do tipo NH são recomendados para corrente nominais entre 
6 A e 630 A (podendo chegar a 1250 A dependendo do fabricante), onde a 
tensão é de até 500 V, podendo chegar a 690 V. A sua capacidade de interrupção 
é maior em relação aos fusíveis diazed, podendo chegar a 120 kA. A Figura 23 
apresenta um exemplo de um fusível do tipo NH. 
 
Figura 23 – Exemplo de um fusível do tipo NH e sua aplicação em um porta-fusível. 
Fonte: . 
Independentemente do tipo de fusível, a simbologia é a mesma, conforme 
representada na Figura 24, e são representados pela letra F. 
 
Figura 24 – Simbologia utilizada para fusíveis. 
Fonte: Autoria própria. 
4.2 Relé de sobrecarga 
Também conhecido como relé térmico ou relé bimetálico, o relé de 
sobrecarga recebe este nome por ser um dispositivo responsável por detectar 
uma condição de sobrecarga no circuito que alimenta o motor. 
1 
2 
3 
 
 
23 
Conforme já vimos anteriormente, a sobrecarga típica de um ambiente 
industrial não é de origem elétrica, por falha de dimensionamento, e sim 
mecânica.Um motor elétrico é projetado para promover uma certa rotação, dada 
em função da carga mecânica no seu eixo. Quanto maior a força feita para 
rotacionar o eixo, maior será a corrente drenada da rede elétrica. A detecção de 
sobrecarga de forma recorrente, pode ajudar a diagnosticar falhas de 
manutenção, como nos rolamentos do motor, por exemplo. Um travamento de 
eixo pode causar uma sobrecorrente capaz de danificar os condutores do motor 
e da instalação, se não for interrompida rapidamente. 
 
Figura 25 – Exemplo de relé de sobrecarga. 
Fonte: . 
O funcionamento deste dispositivo está baseado no mesmo princípio 
térmico dos disjuntores, ou seja, a detecção de correntes de sobrecarga é feita 
através de lâminas bimetálicas, que se curvam com o aquecimento provocado 
pela corrente elétrica elevada e aciona a alavanca que muda o estado dos 
contatos. 
Apesar de haver um acionamento dos contatos auxiliares, este tipo de relé 
não possui uma estrutura de seccionamento, portanto, ele não é capaz de 
interrompe o circuito de força, mas a comutação dos contatos auxiliares pode ser 
utilizada para disparar outro dispositivo de seccionamento. Por isso a forma 
utilização do relé de sobrecarga é acoplado ao contator, como mostra a Figura 
26. Em função do sinal de comando enviado pelos contatos auxiliares do relé, o 
contator fará a abertura dos contatos de força. 
1 3 5 
2 4 6 
Seletor da corrente de atuação 
Contato 
NA 
Contato 
NF 
Seletor de rearme (manual ou autom.) 
 
 
24 
 
Figura 26 – Conexão entre o relé de sobrecarga e o contator e módulos de contatos auxiliares. 
Fonte: . 
No relé de sobrecarga a indicação dos contatos de força é idêntica a dos 
contatores, entretanto, há uma mudança nos contatos auxiliares. Os relés de 
sobrecarga normalmente possuem um contato auxiliar NA, indicado pelos 
números 97 e 98, e um contato auxiliar NF, indicado pelos números 95 e 96. 
A Figura 27 apresenta a simbologia utilizada para o relé de sobrecarga e 
seus contatos auxiliares em comandos elétricos. A sigla RT é utilizada para se 
referir ao relé de sobrecarga, entretanto, é comum encontrar a letra F para a 
representação deste dispositivo. 
 
Figura 27 – Conexão entre o relé de sobrecarga e o contator e módulos de contatos auxiliares. 
Fonte: Autoria própria. 
TEMA 5 – DISPOSITIVOS AUXILIARES 
Além dos dispositivos de comando e proteção que vimos até aqui, existem 
muitos outros elementos que são utilizados no segmento de acionamentos 
elétricos com funções auxiliares. Dentre as muitas opções, vamos destacar aqui 
os mais utilizados e os de funções mais importantes, são eles: temporizadores, 
e sinalizadores. 
Relé de 
sobrecarga 
Contator 
Módulo de 
contatos auxiliares 
para contatores 
 
 
25 
5.1 Temporizadores 
Algumas aplicações requerem ações temporizadas. Considere uma 
situação hipotética em que se deseja inverter as fases de um motor elétrico para 
fazer a reversão da rotação. Neste caso, o contator K1 ligas as fases A, B e C 
na carga, nesta ordem, já o contator K2 liga as fases C, B e A à carga, como 
mostra a Figura 28. 
 
Figura 28 – Esquema de inversão de fases de um motor elétrico. 
Fonte: Autoria própria. 
Note que se houver uma comutação simultânea de K1 e K2, as fases A e 
C estarão em curto. Para evitar uma falha como essa, um temporizador pode ser 
inserido no sistema, de modo que após a abertura de K1, abra-se uma contagem 
e, ao final, seja comutado o K2. 
Os temporizadores são dispositivos de comando, ou seja, não farão o 
seccionamento do circuito de força e sim, farão a comutação dos contatos 
auxiliares (NA ou NF) para que sejam utilizados na lógica de contatos. Sendo 
assim, á bastante comum o uso dos temporizadores associado aos contatores 
que farão a conexão com a carga ou circuito. 
Existem vários tipos de relés temporizadores. Em comandos elétricos 
para o acionamento de motores elétricos os mais utilizados são o relé 
temporizador com retardo na energização e o relé temporizador para partida 
estrela-triângulo. Estes dois tipos serão apresentados a seguir. 
• Relé temporizador com retardo na energização 
É um relé que possui um contato normalmente aberto e fechado (NAF), 
identificados por 15-16 (NF) e 15-18 (NA). Alguns modelos possuem dois 
contatos NAF, sendo o segundo identificado por 25-26 (NF), e 25-28 (NA). Após 
 
 
26 
a energização dos terminais, o relé espera passar o tempo ajustado, e então 
fecha o contato NA. A Figura 29 apresenta o aspecto físico de um relé 
temporizador com retardo na energização, além do diagrama de tempo dos 
contatos. 
 
Figura 29 – Relé temporizador com retardo na energização e diagrama de tempo. 
Fonte: https://static.weg.net/medias/downloadcenter/h45/hb9/WEG-automation-electronic-
relays-50058082-en.pdf. Acessado em 27 de agosto de 2023. 
A simbologia utilizada para o relé temporizador com retardo na 
energização é mostrada na Figura 30. 
 
Figura 30 – Simbologia utilizada para o relé temporizador com retardo na energização. 
Fonte: Autoria própria. 
• Relé temporizador para chave de partida estrela-triângulo 
Este relé temporizador foi desenvolvido pelos fabricantes para atender 
especificamente as chaves de partida estrela-triângulo, que são largamente 
utilizadas na indústria. Este temporizador possui os terminais de alimentação 
(A1, A2 e A3) e sempre dois contatos NAF, sendo numerados como 15-16 (NF) 
e 15-18 (NA) para energizar o motor em estrela, e 25-26 (NF) e 25-28 (NA) para 
energizar o motor em triângulo. 
O funcionamento deste relé inicia a partir do instante em que os terminais 
de alimentação são energizados. No instante em que eles são energizados, o 
contato NA 15-18 fecha, e se inicia a contagem de tempo, e após finalizar a 
contagem do tempo ajustado, o contato 15-18 volta a sua posição original, ou 
seja, ele abre. Então o relé aguarda 100 ms, para então fechar o contato NA 25-
 
 
27 
28. Após isso, o os contatos permanecerão nesta posição, até que os terminais 
de alimentação sejam desenergizados. 
A Figura 31 apresenta o aspecto físico de um relé temporizador com 
retardo na energização, além do diagrama de tempo dos contatos. 
 
Figura 31 – Relé temporizador para chave de partida estrela-triângulo e diagrama de tempo. 
Fonte: https://static.weg.net/medias/downloadcenter/h45/hb9/WEG-automation-electronic-
relays-50058082-en.pdf. Acessado em 27 de agosto de 2023. 
A simbologia utilizada para o relé temporizador para chave de partida 
estrela-triângulo é mostrada na Figura 32. 
 
Figura 32 – Simbologia utilizada para o relé temporizador para chave de partida estrela-
triângulo. 
Fonte: Autoria própria. 
5.2 Sinalizadores 
Os sinalizadores fazem a interface com os operadores de circuitos 
elétricos e usuários em geral. Estes dispositivos podem ser usados como medida 
de segurança e alerta, para que um operador saiba identificar com maior 
facilidade quando alguma situação específica ocorreu, além disso, podem servir 
como indicadores de status de algum processo. 
Existem muitas formas distintas de sinalizadores, podendo ser tanto sinais 
luminosos, como sonoros (buzzer), como mostra a Figura 33. 
 
 
28 
 
Figura 33 – Exemplos de sinalizadores luminosos e sonoros e sua simbologia. 
Fonte: https://www.metaltex.com.br/produtos/automacao/sinalizadores. Acessado em 27 de 
agosto de 2023. 
 
Assim como nos botões, as cores utilizadas nos sinalizadores podem 
representar funções específicas, como: 
 
Vermelho 
Alerta ou perigo  máquina parada ou atuação do sistema 
de emergência 
 
Verde 
Máquina OK  pronta para trabalhar ou já está em operação 
 
Amarelo 
Alerta ou falha  valores próximos do máximo ou em risco 
de falha 
 
Branco 
Indicador de circuitos  circuito energizado, pronto para 
operar 
 
Azul 
Função extra  qualquer função diferente das demais cores 
 
 
Figura 34 – Exemplos de aplicação dos sinalizadores luminosos em um painelelétrico. 
Fonte: . 
 
 
 
29 
FINALIZANDO 
Agora, quando entrar em um ambiente industrial e ter acesso às 
instalações elétricas, não terá mais dúvidas do que são todos os dispositivos ali 
instalados. 
Nesta aula, fizemos um resumo geral dos principais dispositivos utilizados 
nos painéis elétricos de comandos e acionamentos de motores elétricos, 
começando pela lógica de contatos, os dispositivos de acionamentos, de 
manobra, de proteção e finalizando com os com os temporizadores e 
sinalizadores como dispositivos auxiliares. 
 
REFERÊNCIAS 
CREDER, H. Instalações Elétricas. Atualização e revisão Luiz Sebastião 
Costa, 16 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016. 
FRANCHI, C. M. Sistemas de acionamento elétrico. 1ª ed. São Paulo: Érica, 
2014. 
NERY, N; KANASHIRO, N. M. Instalações Elétricas Industriais. 2 ed. São 
Paulo: Érica, 2014. 
PETRUZZELA, F. D. Motores elétricos e acionamentos. Porto Alegre: 
AMGH, 2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÁQUINAS E ACIONAMENTOS 
ELÉTRICOS 
AULA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profa. Maria Aline Gonçalves 
 
 
CONVERSA INICIAL 
Olá, seja bem-vindo(a) novamente. Na aula anterior, estudamos os 
principais dispositivos utilizados para acionamentos e comandos elétricos, mas 
agora iniciaremos o estudo das técnicas de partidas, aplicadas a motores 
elétricos. Especificamente nesta aula será abordada a chave de partida direta. 
Serão apresentados os circuitos de força e de comando, assim como a descrição 
do funcionamento dos circuitos e suas características. 
Vamos lá? Tenha uma ótima leitura. 
 
TEMA 1 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO 
Os motores elétricos podem ser submetidos a alguns métodos de partida 
em instalações elétricas. Cada partida é aplicada em função de alguns critérios 
pré-estabelecidos, dentre eles, podemos citar a potência do motor e a 
característica da carga, por exemplo. 
Vale ressaltar que não existe uma regra que defina qual partida usar, em 
função da potência do motor, se será do tipo estrela-triângulo ou eletrônica, por 
exemplo. Cada indústria é responsável pode definir qual tipo de partida será 
aplicada aos seus motores, mas um dos principais fatores que implica na escolha 
da chave de partida, é a relação Ip por In, que matematicamente é escrita como 
sendo: 
𝐼𝐼𝑝𝑝
𝐼𝐼𝑛𝑛
= 𝑚𝑚 (1) 
Esta relação indica quantas vezes a corrente de partida (Ip) é maior que a 
corrente nominal do motor (In). Por exemplo, se a corrente nominal de um motor 
for igual a 22,3 A, e m for igual a 6,8, então significa que a corrente de partida 
deste motor pode ser de até 151,64 A. Quando há um pico de corrente muito 
acentuado em uma instalação, pode haver uma queda de tensão que venha a 
danificar outros equipamentos, ou causar mau funcionamento. Por este motivo 
a escolha de outros tipos de partida pode ser conveniente. 
No caso de uma partida direta, onde o motor é diretamente energizado a 
partir da fonte de alimentação, se ele estiver com carga mecânica nominal 
 
 
3 
aplicada ao eixo, no instante da partida, o motor pode absorver o valor integral 
da corrente de partida. 
E por que a corrente de partida é tão alta? Isto ocorre porque no instante 
em que o motor é energizado ele está em repouso. Para retirar o rotor da inércia 
é necessária uma grande quantidade de energia, e o motor absorve esta energia 
da rede elétrica. 
Se adotarmos a Equação 2, abaixo, 
𝑃𝑃 = 𝑉𝑉 ∙ 𝐼𝐼 (2) 
podemos verificar que a tensão é uma grandeza estática nesta equação, 
portanto a corrente sofrerá a variação necessária para alcançar a potência 
nominal do motor. 
À medida que o motor vai ganhando velocidade, a corrente do motor 
diminui, pois ele a usa para tirar o rotor da inércia e depois acelerar o motor. 
Sendo assim, os dispositivos de proteção devem estar dimensionados 
corretamente para que não atuem durante a partida. 
Como mencionado anteriormente, não há uma definição da potência 
máxima que se pode utilizar esta partida. Por uma questão de bom senso, 
grande parte das indústrias, opta por utilizar este tipo de partida para motores de 
até 5 CV ou 10 CV no máximo. Sendo assim, entre as características da chave 
de partida direta, pode-se citar: 
• Destinada a motores de baixa potência; 
• Não reduz a corrente de partida do motor; 
• O motor pode ser ligado em estrela ou triângulo; 
• A tensão da rede deve ser a mesma da tensão de ligação do motor; 
• Elevado torque de partida; 
• Custo e volume físico reduzido; 
• Simplicidade de implementação. 
No caso de este tipo de partida ser aplicada a motores de elevada 
potência, vão existir desvantagens, como por exemplo 
• Acentuada queda de tensão na instalação; 
• Sobre dimensionamento do sistema de acionamento e proteção; 
• Imposição das concessionárias de energia, limitando a queda de 
tensão aceitável. 
 
 
4 
1.1 Alternativas 
Para contornar os problemas da chave de partida direta, existem várias 
soluções com o objetivo de reduzir esta corrente de partida. Várias delas serão 
abordadas nas aulas seguintes desta disciplina, mas aqui vamos apenas citar as 
principais características que influenciam na corrente de partida. 
• Partida estrela-triângulo 
Na partida estrela-triângulo, o motor é preparado inicialmente para 
receber a maior tensão, com sua ligação feita em estrela, mas a tensão aplicada 
é referente a ligação em triângulo, sendo assim, haverá uma redução na corrente 
de partida do motor, mas também no torque da partida. Nesta topologia, a 
corrente de partida fica reduzida a 1/3 da corrente da partida direta. 
• Partida compensadora 
Este tipo de partida utiliza um transformador para reduzir a tensão de 
partida e, consequentemente, o torque e a corrente de partida. O transformador 
utilizado possui derivações ou taps, que aumentam a tensão de partida 
progressivamente. Normalmente os taps possuem tensões de 50%, 65% e 80% 
do valor nominal, mas nada impede que sejam utilizados transformadores com 
tensões diferentes destas. Cada tap reduz, tanto o torque, quanto a corrente de 
partida em uma determinada porcentagem: 
o Tap em 50%, o torque e a corrente de partida é 25% da partida direta; 
o Tap em 65% o torque e a corrente de partida é 42% da partida direta; 
o Tap em 80% o torque e a corrente de partida é 64% da partida direta. 
• Partidas eletrônicas 
Além das partidas eletromecânicas, os motores de indução podem ser 
acionados por partidas eletrônicas. São duas as partidas eletrônicas mais 
comuns, a partida por meio de soft-starter e por inversores de frequência. Se 
focarmos apenas na partida do motor, então nosso estudo recairá sobre as soft-
starters, isso porque os inversores de frequência possuem mais funções e 
opções de controle, enquanto a soft-starter é destinada apenas a partida do 
motor. 
As soft-starters são dispositivos eletroeletrônicos que permitem controlar 
a rampa de aceleração do motor, controlando também a sua tensão ou a sua 
corrente, até que seja atingida a velocidade nominal do motor. Alguns modelos 
 
 
5 
permitem que a tensão inicial seja nula, de modo que a curva de partida do motor 
se assemelhe muito à curva de partida do motor quando se utiliza um inversor 
de frequência. 
Para efeito de comparação, a Figura 1 apresenta um gráfico comparativo 
entre as correntes de partida do motor, em função do tempo e do tipo de chave 
utilizada. 
 
Figura 1 – Comparativo entre a corrente de partidas de motores de indução trifásicos. 
Fonte: Adaptado de OLIVEIRA, João B. et al. 
Na Figura 1, a corrente de partida direta inicia com valor máximo e, à 
medida que o tempo passa, a corrente estabiliza na corrente nominal, In. Na 
curva da partida estrela-triângulo, notadamente há uma redução da corrente de 
partida e no momento da comutação de estrela para triângulo há um elevado 
pico de corrente, mas de curta duração. Por fim, nas curvas das partidas 
eletrônicas, nota-se uma semelhança bastante grande, com uma pequena 
divergênciano final da curva, em que a soft-starter possui uma corrente maior 
que a do inversor de frequência. 
TEMA 2 – CHAVE DE PARTIDA DIRETA 
Agora que conhecemos as características gerais das partidas de motores, 
vamos estudar mais especificamente a chave de partida direta nesta aula. 
1.1 Circuito de força 
A Figura 2 apresenta o circuito de força da chave de partida direta. 
 
 
6 
 
Figura 2 – Circuitos de força de uma chave de partida direta, utilizando fusíveis e relé de 
sobrecarga para a proteção do motor (a) ou um disjuntor-motor (b). 
Fonte: Autoria própria. 
No circuito da Figura 2(a) a energização do motor se dá pelo acionamento 
do contator K1. Quando ele é acionado, os seus contatos de força (1-2, 3-4 e 5-
6) se fecham e então a tensão trifásica (L1, L2 e L3) ficam aplicadas diretamente 
aos terminais de alimentação do motor (U1, V1 e W1). A corrente proveniente da 
fonte vai passar pelos fusíveis, que fazem a proteção contra corrente de curto-
circuito (F1, F2 e F3), e também pelos contatos de força do relé de sobrecarga 
RT1 (1-2, 3-4 e 5-6), antes de chegar aos terminais do motor. Assim, caso haja 
um curto-circuito a corrente será detectada pelos fusíveis, e caso haja uma 
sobrecarga a corrente será detectada pelo relé. O desligamento do motor se dá 
pela desenergização do contator K1, que provocará também a abertura dos 
contatos de força, interrompendo o caminho entre a fonte de alimentação e o 
motor. 
O funcionamento do circuito da Figura 2(b) é o mesmo, ou seja, o 
acionamento do motor é feito pela energização do contator K1. Entretanto, para 
isso o disjuntor-motor Q1 deve ser fechado. Perceba que os contatos de força 
dele (1-2, 3-4 e 5-6) são normalmente abertos, portanto para que eles fechem e 
 
 
7 
permitam a passagem da corrente, o disjuntor-motor deve estar acionado. Além 
disso, somente assim as proteções contra correntes de curto-circuito e 
sobrecarga estarão habilitadas. 
Fazendo uma comparação direta entre os dois circuitos, ambos possuem 
pontos positivos e negativos. No circuito da Figura 2(b) a montagem é mais 
simples, o número de componentes é menor, porém pode apresentar um custo 
mais elevado e o disjuntor-motor deve ser acionado manualmente. Por outro 
lado, o circuito da Figura 2(a) apresenta um custo menor e é mais didático. 
Entretanto, como mencionado anteriormente, ambos podem ser utilizados sem 
nenhum problema. Cabe aos profissionais decidirem qual será o circuito mais 
adequado em cada situação. 
Outro ponto que merece destaque com relação à atuação da proteção 
contra correntes de curto-circuito. No circuito da Figura 2(a), dependendo do tipo 
de curto-circuito que venha a ocorrer, pode ser que somente o fusível de uma 
das fases se rompa. Caso isso ocorra, o motor passa a ser alimentado pelas 
duas fases restantes sobrecarregando-as. Assim, caberá ao relé de sobrecarga 
detectar esta corrente de sobrecarga e atuar no desligamento do motor. Para o 
restabelecimento do circuito, será necessária uma inspeção dos componentes 
danificados, como os fusíveis, realizar a substituição, para depois religar o motor. 
Já no circuito da Figura 2(b) isso não ocorre. Ainda que ocorra um curto-
circuito em apenas uma das fases, isso já será o suficiente para a atuação do 
disjuntor-motor que irá interromper imediatamente a corrente das três fases, 
simultaneamente. Neste caso, basta eliminar a causa da atuação do disjuntor-
motor, ligá-lo novamente e o circuito estará pronto para uso. 
1.2 Circuito de comando 
O circuito de comando para a chave de partida direta é apresentado na 
Figura 3. 
 
 
8 
 
Figura 3 – Circuitos de comando de uma chave de partida direta, utilizando relé de sobrecarga 
(a) ou disjuntor-motor (b). 
Fonte: Autoria própria. 
A Figura 3 apresenta duas possibilidades para o circuito de comando da 
chave de partida direta. O circuito da Figura 3(a) deve ser utilizado juntamente 
com o circuito de força da Figura 2(a), e o circuito de comando da Figura 3(b) 
deve ser utilizado em conjunto com o circuito de força da Figura 2(b). 
Tomando o circuito da Figura 3(a) para a explicação do funcionamento do 
circuito, a energização da bobina do contator K1 se dá pela aplicação da tensão 
de comando (aqui definida como 24 VCC) aos seus terminais, A1 e A2. Isso ocorre 
quando a botoeira S2 é acionada. Perceba que quando a botoeira S2 é acionada, 
seu contato normalmente aberto (13-14) se fecha e permite que a corrente 
elétrica passe por ele, após ela passar pelo fusível F4, pelo contato normalmente 
fechado do relé térmico RT1 (95-96) e pelo contato normalmente fechado de S1 
(11-12), chegando finalmente à bobina do contator K1, energizando-a. 
No instante em que a bobina de K1 é energizada, o contato normalmente 
aberto (13-14) de K1 se fecha, e então, mesmo que os contatos 13-14 da 
botoeira S2 que estavam fechados voltem a abrir, o circuito continua alimentado, 
 
 
9 
pois é formado o contato de selo através de K1, ou seja, é necessário somente 
um pulso na botoeira S2 para acionar o motor e mantê-lo ligado. 
Para desligar o motor, basta pressionar a botoeira S1 para que seu 
contato normalmente fechado, 11-12, se abra e interrompa o fluxo de corrente 
do circuito de comando, desenergizando a bobina do contator K1. 
Perceba ainda, que no circuito da Figura 3(a) existe o contato auxiliar do 
relé térmico RT1 (95-96). Este contato é normalmente fechado, e em caso de 
atuação do relé RT1 devido a corrente de sobrecarga no circuito de força, este 
contato irá se abrir desenergizando a bobina do contator K1, desligando assim o 
circuito de força. 
Agora, em relação ao circuito da Figura 3(b), o acionamento e o 
desligamento do motor são idênticos ao do circuito da Figura 3(a), ou seja, o 
motor é ligado quando a botoeira S2 é pressionada, e é desligado quando a 
botoeira S1 é pressionada. A grande diferença está em relação ao contato 
normalmente aberto do disjuntor-motor Q1 (13-14). O disjuntor-motor precisa ter 
seus contatos de força fechados manualmente, assim, o contato auxiliar também 
irá fechar, permitindo que a corrente elétrica chegue até a bobina do contator 
para acioná-lo. Em caso de atuação do disjuntor-motor, por sobrecarga ou curto-
circuito, o contato auxiliar volta a sua posição original, ou seja, ficará aberto. 
É válido observar que nos circuitos da Figura 3 foi utilizada a tensão de 
24 VCC. Este nível de tensão foi utilizado porque é comum a tensão do circuito 
de comando ser menor que a tensão do circuito de força. Isso proporciona mais 
segurança, e desvincula a alimentação do circuito de comando da alimentação 
do circuito de força, já que normalmente a tensão de 24 VCC é proveniente de 
uma fonte de alimentação que deve ser isolada. Assim, os problemas que 
acontecem na rede trifásica não afetam diretamente o circuito de comando, 
protegendo sua integridade. 
TEMA 2 – CHAVE DE PARTIDA DIRETA COM REVERSÃO NO SENTIDO DE 
ROTAÇÃO 
Em muitas aplicações dentro de uma linha produtiva, se faz necessária a 
inversão do sentido de rotação de um motor elétrico. Suponha por exemplo, uma 
esteira que ora leva peças em um sentido e ora traz peças no sentido contrário. 
Os motores elétricos trifásicos terão o sentido de rotação invertido, 
quando houver uma alteração na sequência das fases que o alimentam. 
 
 
10 
Por se tratar de uma ligação física, não é prático, nem viável, que um 
operador tenha que refazer as conexões a cada ocasião que deseja inverter o 
sentido de rotação, por isso é necessária uma nova lógica no circuito de 
comando e também no circuito de força, para conseguir tal efeito. 
2.2 Circuito de força 
O circuito de força de uma chave de partida direta com reversão no 
sentido de rotação é mostrado na Figura 4. 
 
Figura 4 – Circuito de força de uma chave de partida direta com reversão no sentido de 
rotação, utilizando fusíveis e relé de sobrecarga (a) ou um disjuntor-motor (b). 
Fonte:Autoria própria. 
Assim como na partida direta sem reversão, são apresentados dois 
circuitos de força equivalentes, para a partida com reversão, sendo que em um 
deles a proteção do motor é feita por fusíveis e um relé de sobrecarga, e no 
outro, a proteção é feita por um disjuntor-motor. 
Em ambos os circuitos, se desconsiderarmos o contator K2, eles ficarão 
idênticos ao circuito de força de uma chave de partida direta sem reversão, 
portanto, o funcionamento é exatamente o mesmo, conforme já foi explicado. 
Agora, com a inclusão do contator K2, há a possibilidade de inversão no sentido 
de rotação do motor. 
 
 
11 
A inversão no sentido de rotação de um motor de indução trifásico se dá 
pela inversão de duas das três fases que chegam até os terminais de 
alimentação do motor, e é justamente esse o papel do contator K2. 
Perceba que quanto o contator K1 é acionado, a fase L1 é aplicada ao 
terminal U1 do motor, a fase L2 é aplicada ao terminal V1 e a fase L3 é aplicada 
ao terminal W1. Assim, a ligação da fonte de alimentação com os terminais do 
motor fica da seguinte forma: L1-U1, L2-V1 e L3-W1. Esta sequência vai fazer 
com que o motor seja acionado girando em um determinado sentido, que vamos 
chamar de sentido de rotação A. 
Agora vamos considerar que ao invés de o contator K1, acionaremos o 
contator K2. Neste caso, a fase L1 é aplicada ao terminal U1 do motor, a fase L2 
é aplicada ao terminal W1 e a fase L3 é aplicada ao terminal V1. Assim, a ligação 
fica da seguinte forma: L1-U1, L2-W1 e L3-V1. Em comparação com o 
acionamento do contator K1, houve uma inversão das fases L2 e L3. Portanto, o 
motor será acionado no sentido de giro que vamos chamar de B. 
Em resumo, o contator K1 faz o motor ser acionado em um determinado 
sentido de giro, e o contator K2 faz o motor ser acionado no sentido de giro 
oposto, devido a inversão de duas das três fases de alimentação. 
Algo que é indispensável neste acionamento é o intertravamento entre os 
contatores K1 e K2. Como foi mencionado, quando o contator K1 é acionado, a 
a sequências das fases no motor é L1, L2 e L3, enquanto no contator K2, a 
sequência é L1, L3 e L2. Portanto, se os dois contatores forem acionados 
simultaneamente, haverá uma ligação direta das fases L2 e L3 nos terminais de 
ligação do motor, resultando em um curto-circuito entre estas duas fases. 
A garantia de que esta situação não vai ocorrer é o intertravamento feito 
no circuito de comando, que será apresentado a seguir. 
2.2 Circuito de comando 
O circuito de comando para a chave de partida direta com reversão no 
sentido de rotação é apresentado na Figura 5. 
 
 
12 
 
Figura 5 – Circuitos de comando de uma chave de partida direta com reversão no sentido de 
rotação, utilizando relé de sobrecarga (a) ou disjuntor-motor (b). 
Fonte: Autoria própria. 
Conforme foi observado nos circuitos de força da Figura 4 é preciso dois 
contatores para realizar a reversão no sentido de rotação do motor. Além disso, 
foi mencionado que os contatores não podem ser acionados simultaneamente. 
Toda essa lógica de contatos pode ser verificada no funcionamento dos circuitos 
de comando da Figura 5. 
Tomando como base o circuito de comando da Figura 5(a), nota-se que a 
energização do contator K1 se dá pelo acionamento da botoeira S2. Ao 
pressioná-la, a tensão de 24 VCC fica diretamente aplicada aos terminais da 
bobina do contator K1, fechando os contatos de força e o contato normalmente 
aberto 13-14, que é um contato de selo para manter a bobina do contator 
energizada. É possível verificar também, que há um contato normalmente 
fechado de K1 (21-22) em série com a bobina do contator K2. Quando a bobina 
do contator K1 é energizada, este contato vai abrir, impedindo assim que a 
bobina do contator K2 seja acionada simultaneamente, realizando então, o 
intertravamento. 
 
 
13 
Para que o contator K2 seja acionado e então o motor inverta o sentido 
de rotação é necessário, antes de tudo, desenergizar a bobina do contator K1, 
pressionando a botoeira S1. Ao acionar esta botoeira todo o fluxo de corrente do 
circuito é interrompido, fazendo com que todos os contatos voltem ao estado 
original. 
Com todo o circuito de comando desenergizado, pressiona-se a botoeira 
S3 e a tensão de 24 VCC fica aplicada diretamente aos terminais da bobina do 
contator K2. Assim, os contatos de força do contator K2 são acionados, o contato 
de selo de K2 (13-14) se fecha, e o contato de intertravamento de K2 (21-22) se 
abre, evitando que a bobina de K1 seja energizada. 
Dessa forma, mantem-se o circuito em funcionamento, possibilitando o 
acionamento do motor em qualquer sentido de giro. 
Vale ressaltar que o circuito de comando da Figura 5(a) deve ser utilizado 
em conjunto com o circuito de força da Figura 4(a) onde a proteção é feita com 
fusíveis e o relé de sobrecarga, e o circuito de comando da Figura 5(b) deve ser 
utilizado com o circuito de força da Figura 4(b), onde o seccionamento e a 
proteção são feitas com a utilização de um disjuntor-motor. 
 TEMA 4 – DIMENSIONAMENTO DE DISPOSITIVOS DE MANOBRA E 
PROTEÇÃO 
Agora que já conhecemos os métodos de partida direta de motores 
trifásicos, vamos verificar como é realizado o dimensionamento dos dispositivos 
de manobra e proteção. Será visto como realizar o dimensionamento de 
contatores, fusíveis, relé de sobrecarga e disjuntor-motor. 
4.1 Dimensionamento de contatores 
O dimensionamento de contatores deve ser feito de acordo com a corrente 
nominal a que ele fica sujeito. Para obter este valor, basta determinar a corrente 
nominal do motor, conforme mostrado na equação a seguir 
ηϕ ⋅⋅⋅
=
cos3 L
N
N V
P
I (3) 
onde PN é a potência nominal em watts (W), VL é tensão nominal de linha, cosφ, 
é o fator de potência do motor a plena carga, e η é o rendimento do motor a plena 
carga, entre 0 e 1. 
 
 
14 
Em função das correntes de partida que já vimos, nem sempre a corrente 
que passará pelo contator será a corrente nominal do motor. É importante avaliar 
o caso para adotar o contator de acordo com o valor da corrente que, de fato, irá 
conduzir. 
Para a chave de partida direta e chave de partida direta com reversão no 
sentido de rotação, os contatores sempre estarão em série com o motor. Na 
partida direta (Figura 2), isto é óbvio, já na partida direta com reversão no sentido 
de rotação (Figura 4), os contatores operam sempre um de cada vez, então a 
corrente que passará por eles também será a corrente do motor, conforme a 
Equação 3. 
Sendo assim, a corrente do contator K1 para a chave de partida direta 
será 
NK II =1 (4) 
e para a chave de partida com reversão no sentido de rotação será 
NKK III == 21 (5) 
Vale ressaltar dois pontos importantes no dimensionamento e 
especificações de contatores. Primeiro, que todos os contatores devem levar em 
consideração a capacidade de corrente para a categoria AC3, que se refere ao 
serviço normal de manobras em motores com rotor do tipo gaiola de esquilo, com 
desligamento em regime. O segundo ponto é quanto ao número de contatos 
auxiliares disponíveis, em que se deve optar por modelos que permitam 
implementar o circuito de comando, sem a necessidade de blocos auxiliares. Se 
isso não for possível, então deve ser especificado o bloco de contatos auxiliares. 
4.2 Dimensionamento de relés de sobrecarga 
Os relés de sobrecarga têm a função de monitorar se a corrente que está 
sendo absorvida pelo motor pode ser considerada uma sobrecarga. Sendo 
assim, a corrente que deve passar por eles e, portanto, que devem suportar, é a 
corrente que alimenta o motor em regime permanente. 
No dimensionamento dos relés de sobrecarga, será especificada qual a 
corrente que ele passará a enxergar como sendo uma corrente de sobrecarga. 
Este valor será ajustado na regulagem do próprio dispositivo. 
 
 
15 
Na chave de partida direta e na partida direta com reversão de rotação,o 
relé de sobrecarga está ligado em série com o motor, e em série com os 
contatores, sendo assim, a corrente será a mesma dos contatores, portanto: 
NRT II = (6) 
Como a corrente determinada para o relé de sobrecarga é a mesma 
corrente à qual ele será ajustado, a corrente de sobrecarga calculada deve estar 
o mais possível no centro da escala de ajuste, permitindo variações para mais e 
para menos na mesma proporção. 
4.3 Dimensionamento de fusíveis 
O dimensionamento de fusíveis deve levar em consideração duas 
situações. A primeira situação é durante a partida do motor, em que sabemos 
que pode atingir valores muito maiores que a corrente nominal. Sendo assim, o 
fusível não pode se romper durante a partida. Além disso, durante o 
funcionamento do motor com corrente nominal, o fusível também não pode ser 
romper. 
No caso da partida deve-se conhecer o tempo de duração da corrente de 
partida, e então verificar na curva do fusível imediatamente superior ao valor 
encontrado. Cruzando a informação da corrente de partida e tempo de partida, 
determinamos a corrente nominal do fusível. 
Como exemplo, vamos considerar que um motor de indução trifásico tem 
uma corrente nominal de 18 A, e uma relação m (IP/IN) de 5,55. Supondo que o 
tempo de partida é estimado em 5 segundos e será utilizado um fusível do tipo 
diazed, o primeiro passo é determinar a corrente de partida do motor pela relação 
IP/IN. 
AI
I
I
I
P
P
N
P 10055,5
18
55,5 =→−→= (7) 
 Agora vamos verificar a curva do fusível diazed na Figura 6. 
 
 
16 
 
Figura 6 – Curvas tempo x corrente – fusível diazed. 
Fonte: Adaptado de CREDER, 2022. 
Como o fusível deve proteger, além do motor, o contator e o relé de 
sobrecarga, precisamos ainda, verificar os seguintes critérios: 
• If ≥ 1,2 x IN: Significa que a corrente nominal do fusível deve ser no 
mínimo 20% acima da corrente nominal do motor. 
• If ≤ IK : Significa que a corrente nominal do fusível não pode ser maior 
que a corrente máxima do valor dimensionado para os contatores. 
• If ≤ IRT: Significa que a corrente nominal do fusível não pode ser superior 
à corrente máxima do relé de sobrecarga. 
Esta metodologia de dimensionamento pode ser utilizada para os diodos 
diazed (tipo D) e também para os fusíveis do tipo NH. 
4.4 Dimensionamento de disjuntor-motor 
Os disjuntores-motores combinam as funcionalidades do fusível e do relé 
de sobrecarga para realizar a proteção de sistemas de partida de motores 
elétricos. Sendo assim, o seu dimensionamento consiste em combinar o 
dimensionamento do relé de sobrecarga com o dos fusíveis. 
Obviamente, deve ser verificado na curva de atuação de um disjuntor-
motor, se os critérios de dimensionamento irão satisfazer as condições da partida 
 
 
17 
escolhida, e pode ser que pequenos ajustes tenham que ser realizados. 
Conforme estudamos na aula 2, a maioria dos modelos permitem o ajuste da 
corrente de atuação no próprio dispositivo. 
TEMA 5 – CARACTERÍSTICA DO TORQUE DE PARTIDA 
Os motores elétricos realizam um certo esforço para girar o seu eixo, a 
este esforço damos o nome de torque, que também pode ser chamado de 
conjugado do motor. Já a carga mecânica acoplada ao eixo do motor, devido à 
sua inércia, reage a este esforço negativamente, tentando mantê-lo em repouso, 
por isso a chamamos de conjugado de carga ou conjugado resistente. 
Quando dimensionamos um motor para acionar uma determinada carga 
acoplada ao seu eixo, é importante levar em consideração que durante a partida 
o conjugado (ou torque) do motor deve ser superior ao conjugado resistente. 
Ambos os conjugados, do motor e da carga (resistente), podem ser 
representados graficamente por curvas que relacionam o valor do conjugado e 
a velocidade de rotação no eixo do motor, como mostra a Figura 7. 
 
Figura 7 – Curvas dos conjugados x velocidade para um motor trifásico. 
Fonte: FRANCHI, 2014. 
Ainda na Figura 7, a área hachurada demarcar o intervalo conhecido como 
conjunto acelerante. Este trecho implica que, para haver a aceleração do 
conjunto (motor-carga), a curva do conjugado do motor deve se manter acima e 
distante da curva do conjugado resistente. O ponto de encontro dessas curvas, 
determina o instante em que não há mais aceleração do conjunto e o motor 
atinge a velocidade nominal ou velocidade de regime. 
Este intervalo de tempo é extraído através de ensaios e é especificado 
pelo fabricante, de modo que o tempo de partida é significativo para a integridade 
 
 
18 
do motor. Intervalos acima do recomendado, pode ser interpretado como um 
travamento do rotor, provocando sobreaquecimento, chegando ao ponto de 
danificar a isolação dos enrolamentos. Por esse motivo, devemos tomar alguns 
cuidados com técnicas de partidas que causem a redução de tensão. Nessas 
circunstâncias, o conjugado do motor é reduzido, enquanto o conjugado da carga 
não é alterado, consequentemente, o tempo de aceleração é aumentado e, 
sendo superior ao tempo de rotor bloqueado, pode danificar o motor. 
A NBR 17094-1:2018 define as características de partida dos motores, em 
função da especificação brasileira de motores de indução, e as separa em 
categorias que, resumidamente são: 
• Categoria N – Abrange os motores de aplicação geral, que acionam a 
grande parte das cargas de utilização industrial. Os motores desta categoria 
apresentam conjugado de partida normal, corrente de partida normal e baixo 
escorregamento. A aplicação típica é em ventiladores industriais, bombas e 
máquinas operatrizes em geral. No dimensionamento desses motores, é 
aconselhável estabelecer que o conjugado mínimo do motor deve ser superior 
em pelo menos 30 % do conjugado resistente da carga. Em situações críticas, 
pode-se admitir um conjugado mínimo de 15 %. 
• Categoria H – São motores que acionam cargas cujo conjugado 
resistente é elevado durante a partida. Os motores desta categoria apresentam 
conjugado de partida elevado, corrente de partida normal e baixo 
escorregamento. A aplicação típica é no acionamento de cargas de inércia 
elevada, como britadores, peneiras e transportadores-carregadores. 
• Categoria D – Estes motores que acionam cargas cujo conjugado 
resistente durante a partida é muito elevado, assim como a corrente de partida 
elevada e escorregamento. Os motores desta categoria são utilizados 
geralmente em elevadores de carga e aplicações semelhantes. 
A Figura 8 apresenta, esquematicamente, as curvas características de 
conjugado versus a velocidade dos motores de indução, segundo as categorias 
mencionadas. 
 
 
19 
 
Figura 8 – Curvas típicas do conjugado x velocidade para as categorias de motores de indução. 
Fonte: MAMEDE FILHO, 2023. 
5.1 Torque na partida direta 
Na partida direta, seja ela com ou sem reversão no sentido de rotação, o 
torque é dado por uma relação simples entre a potência nominal do motor (P) e 
a velocidade de rotação do seu eixo (ω), e é medido no S.I. em Newton-metro, 
como mostrado abaixo. 
𝑇𝑇 =
𝑃𝑃
𝜔𝜔
[𝑛𝑛.𝑚𝑚] (8) 
Para essa expressão, utilizamos a potência em watts [W] e a velocidade 
em radianos por segundo [rad/s]. No entanto, é mais comum em motores 
elétricos, encontrar a potência dada em cavalo-vapor [cv] ou horse-power [hp], e 
a velocidade em rotações por minuto [rpm], sendo assim, algumas conversões 
podem ser necessárias. 
Em radianos, uma rotação é igual a 2π, portanto a velocidade rad/s para 
o tempo de um minuto, será: 
𝜔𝜔 =
2𝜋𝜋
𝑇𝑇
 [𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟/𝑠𝑠] 
 𝑒𝑒𝑒𝑒 1min(60𝑠𝑠) 
�⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯� 𝜔𝜔 =
2𝜋𝜋
60
=
𝜋𝜋
30
 [𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟/𝑠𝑠] (9) 
A velocidade em rpm é representada pela letra N, sendo que a conversão 
de rad/s para rpm pode ser obtida por: 
1 𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟/𝑠𝑠 =
𝜋𝜋
30
 𝑟𝑟𝑟𝑟𝑚𝑚 → 𝜔𝜔 =
𝜋𝜋.𝑁𝑁
30
 (10) 
A velocidade em rpm é representada pela letra N, sendo que a conversão 
de rad/s para rpm pode ser obtida por: 
1 𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟/𝑠𝑠 =
𝜋𝜋
30
 𝑟𝑟𝑟𝑟𝑚𝑚→ 𝜔𝜔 =
𝜋𝜋.𝑁𝑁
30
 (11) 
 
 
 
 
20 
A conversão de cavalo-vapor para watts é dada pela seguinte relação: 
1 𝑐𝑐𝑐𝑐 ≈ 735,5 𝑊𝑊 (12) 
Vamos utilizar a placa de identificação da Figura 9, para obter os dados 
do fabricante e descobrir o seu torque. Observe que o número 1 indica a potência 
do motor em kilowatt [kW], à esquerda, e em cavalo-vapor à direita. Já o número 
2 indica a velocidade de rotação nominal, em rpm. 
 
Figura 9 – Placa de identificação de um motor de indução trifásico. 
Fonte: https://blog.kimotor.com.br/leitura-da-placa-do-motor/. Acessado em 31 de agosto de 
2023. 
A potência já é informada em quilowatts, portanto, 3 kW é igual a 3000 W. 
Convertendo a velocidade de rpm para rad/s, temos: 
𝑁𝑁 = 1735 𝑟𝑟𝑟𝑟𝑚𝑚 → 𝜔𝜔 =
𝜋𝜋. 1735
30
= 181,69 𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟/𝑠𝑠 (13) 
por fim, aplicando os valores na Equação 8, temos que o torque do motor será: 
𝑇𝑇 =
3000
181,69
= 16,51 𝑛𝑛𝑚𝑚 (14) 
 
 
 
 
21 
FINALIZANDO 
Esta aula foi bastante esclarecedora, não é mesmo? Começamos 
compreendendo o comportamento dos motores no momento da partida, em que 
a corrente drenada pode ter diferentes valores em função da técnica de partida 
adotada. Na sequência focamos na chave de partida direta, com e sem reversão 
no sentido de rotação, passando tanto pelos circuitos de força, quanto pelos 
circuitos de comando. Fizemos também o dimensionamento dos principais 
dispositivos envolvidos na partida direta e, por fim, analisamos os efeitos do 
torque em motores de indução trifásicos. 
Como vimos, esta aula esteve voltada para a partida direta, mas não deixe 
de acompanhar as aulas seguintes, pois veremos outras técnicas de partida e 
suas análises completas. 
 
REFERÊNCIAS 
CREDER, H. Instalações Elétricas. Atualização e revisão Luiz Sebastião 
Costa, 17 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2022. 
FRANCHI, C. M. Sistemas de acionamento elétrico. 1 ed. São Paulo: Érica, 
2014. 
MAMEDE FILHO, J. Instalações elétricas industriais. 10 ed. Rio de Janeiro: 
LTC, 2023. 
NERY, N; KANASHIRO, N. M. Instalações Elétricas Industriais. 2 ed. São 
Paulo: Érica, 2014. 
OLIVEIRA, J. B. et al. Aplicação de soft-start e conversores de frequência 
no acionamento de motores assíncronos. Universidade de Taubaté, 
Departamento de Engenharia Elétrica. Disponível em: 
<https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos09/191_AC%20-%20softstart.pdf>. 
Acessado em: 29 de agosto de 2023. 
PETRUZZELA, F. D. Motores elétricos e acionamentos. Porto Alegre: 
AMGH, 2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÁQUINAS E ACIONAMENTOS 
ELÉTRICOS 
AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Maria Aline Gonçalves 
 
 
 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Sejam bem-vindos à quarta aula da disciplina de Máquinas e 
Acionamentos Elétricos. Nesta aula será realizado o estudo da chave de partida 
estrela-triângulo aplicada a motores elétricos trifásicos, com e sem reversão no 
sentido de rotação. Serão apresentados os circuitos de força e de comando de 
cada uma destas partidas assim como a descrição do funcionamento dos 
circuitos. 
TEMA 1 – CHAVE DE PARTIDA ESTRELA-TRIÂNGULO 
A chave de partida estrela-triângulo tem como principal objetivo reduzir o 
pico da corrente de partida direta. Quando o motor está parado e é aplicada a 
tensão nominal haverá um pico de corrente muito maior que a corrente nominal. 
Para motores de elevada potência, este pico pode ser prejudicial para o os 
equipamentos que irão ficar sujeitos aos efeitos desta queda de tensão. Assim, 
para minimizar estes efeitos, uma opção é utilizar a chave de partida estrela-
triângulo, onde o motor é ligado em estrela, portanto preparado para receber a 
tensão nominal para este tipo de ligação (que é maior que a da ligação em 
triângulo), mas recebe a tensão referente a ligação em triângulo, que é menor. 
Depois de atingir um valor de velocidade próximo ao nominal, a ligação do motor 
é alterada automaticamente para triângulo. Assim, a partir deste instante, o motor 
passa a operar com tensão e corrente nominais. 
Este tipo de partida é recomendado para motores de potência superior 
aos motores que utilizam partida direta. Geralmente a potência de motores que 
fazem uso da partida estrela-triângulo é entre 5 e 15 CV, mas esta faixa pode 
variar. 
Devido a redução da tensão nominal na partida do motor, há a redução 
da corrente de partida e como consequência, há a redução do torque de partida 
na mesma proporção. Também é necessário que no momento da mudança da 
ligação de estrela para triângulo, o motor já tenha atingido uma determinada 
velocidade. Portanto, a seguir são listadas as características da chave de partida 
estrela-triângulo. 
• A corrente de partida é reduzida a 1/3 da corrente de partida direta; 
• O torque de partida é reduzido a 1/3 do torque de partida direta; 
• A tensão da rede de alimentação deve ser a mesma da tensão de 
ligação em triângulo; 
 
 
3 
• No momento da conversão de estrela para triângulo, o motor deve 
ter atingido aproximadamente 85% da sua rotação nominal. Caso 
contrário no momento da comutação o pico de corrente pode 
chegar próximo do pico de corrente da partida direta. 
• Número de partidas ilimitado; 
• Menor custo e menor volume físico em relação à chave de partida 
compensadora; 
• O motor deve possuir os 6 terminais disponíveis para ligação. 
Perceba que entre os itens listados foi mencionada a partida 
compensadora, que tem a mesma função da chave de partida estrela-triângulo, 
ou seja, reduzir o pico da corrente de partida. Este tipo de partida será estudado 
em detalhes na Aula 5 desta disciplina. 
1.1 Circuito de força para a partida estrela-triângulo 
O circuito de força de uma chave de partida estrela-triângulo sem reversão 
no sentido de rotação é mostrado na Figura 1. 
 
Figura 1 – Circuito de força de uma chave de partida estrela-triângulo sem 
reversão no sentido de rotação, com fusíveis e relé de sobrecarga. Fonte: A 
autora (2023) 
 
 
 
4 
O diagrama de força da Figura 1 opera acionando o motor primeiramente 
em estrela e na sequência em triângulo. A primeira etapa da operação dele 
consiste em energizar as bobinas dos contatores K1 e K3. Ao fazer isso, os 
contatos de força deles (1-2, 3-4 e 5-6) irão ser fechados. Quando isso acontece 
o contator K3 irá interligar os terminais U2, V2 e W2 do motor, caracterizando a 
ligação em estrela. Com o fechamento dos contatos do contator K1, as fases 
indicadas por L1, L2 e L3 serão aplicadas aos terminais U1, V1 e W1 do motor 
fazendo a sua energização. Assim, o motor faz a partida ligado em estrela. 
Após o tempo que foi ajustado no relé temporizador passar, 
automaticamente a bobina do contator K3 é desenergizada abrindo os seus 
contatos de força, e a bobina do contator K2 é energizada fechando seus 
contatos de força. Assim, a ligação em estrela é desfeita e é feita a ligação em 
triângulo, energizando os terminais U2, V2 e W2, e o motor permanecerá 
funcionando até que os contatores K1 e K2 sejam desenergizados. 
Vale ressaltar que para que a ligação em triângulo seja bem sucedida a 
aplicação das fases L1, L2 e L3 aos terminais U2, V2 e W2 deve obedecer a 
sequência correta em função da sequência de fases que foi aplicada aos 
terminais U1, V1 e W1. Uma das opções corretas, é como está mostrado na 
Figura 1. 
Ainda sobre a Figura 1 a proteção contra curto-circuito é feita pelos 
fusíveis F1, F2 e F3, e a proteção contra correntes de sobre carga é feita pelo 
relé térmico RT1. 
A implementação da chave de partida estrela-triângulo também pode ser 
feita empregando um disjuntor-motor para realizar as proteções. Neste caso os 
fusíveis e o relé de sobrecarga são substituídos por um disjuntor motor que deve 
ser instalado no lugar dos fusíveis. Neste caso, o circuito resultante fica como 
mostrado na Figura 2. 
Neste caso o circuito se torna mais simples e com a mesma 
funcionalidade quando são empregados fusíveis e o relé de sobrecargapara 
realizar a proteção. 
O funcionamento do circuito da Figura 2 é idêntico ao do circuito da Figura 
1, ou seja, os contatores K1 e K3 são energizados para ligar o motor em estrela 
e realizar a partida, e na sequência, o contator K3 é desenergizado e o contator 
K2 é energizado, mantendo o motor em funcionamento, mas ligado em triângulo. 
 
 
5 
 
Figura 2 – Circuito de força de uma chave de partida estrela-triângulo sem 
reversão no sentido de rotação com disjuntor-motor. Fonte: A autora (2023) 
1.2 Circuito de comando para partida estrela-triângulo 
O circuito de comando para a chave de partida estrela-triângulo sem 
reversão no sentido de rotação é apresentado na Figura 3. Este circuito de 
comando deve ser utilizado em conjunto com o circuito de força apresentado na 
Figura 1. A seguir será feita a descrição do seu funcionamento. 
O funcionamento do circuito se inicia com o acionamento da botoeira S2. 
Ao ser acionada, seu contato NA (13-14) se fecha, permitindo que a corrente 
elétrica passe pelo contato NF do relé de sobrecarga (95-96), pelo contato NF 
da botoeira S1 (11-12) e chegue à bobina do contator K1 energizando os seus 
terminais (A1-A2). 
Assim, o contato de selo de K1 (13-14) se fecha, permitindo que a botoeira 
S2 seja desacionada e a bobina do contator energizada. Além disso, o contator 
NA de K1 (43-44) é fechado, energizando a bobina do relé temporizador KT. 
Como o contator KT é específico para a partida estrela-triângulo, então quando 
a sua bobina é energizada há a comutação do seu contato NAF (15-18), 
energizando a bobina do contator K3 (A1-A2). Isso fará o motor ser acionado em 
estrela, além de abrir o contato NF de K3 (21-22) que está em série com a bobina 
 
 
6 
do contator K2 evitando que os contatores K2 e K3 sejam energizados 
simultaneamente. 
 
Figura 3 – Circuito de comando de uma chave de partida estrela-triângulo sem 
reversão no sentido de rotação. Fonte: A Autora (2023) 
Analisando o circuito de força da Figura 1 se percebe que caso os 
contatores K2 e K3 sejam energizados simultaneamente, haverá um curto-
circuito entre as três fases da rede de alimentação do motor. Por isso é 
indispensável o intertravamento entre estes dois contatores. 
Voltando ao funcionamento do circuito de comando da Figura 3, ele vai 
permanecer com os contatores K1 e K3, e com o relé temporizador KT 
energizados, até que o tempo ajustado no relé temporizador termine. Quando 
isso acontecer, o seu contato NAF (15-18) irá comutar novamente desfazendo a 
ligação entre eles. Neste instante a bobina do contator K3 é desenergizada, 
desfazendo a ligação em estrela do motor, e fazendo com que seu contato NF 
(21-22) volte à posição original. Depois de se passar os 100 ms programados 
 
 
7 
internamente no temporizados KT, o segundo contato NAF (25-28) irá se fechar 
energizando a bobina do contator K2 (A1-A2). Assim, o motor será ligado em 
triângulo, e o contato NF de K2 (21-22) irá se abrir fazendo o intertravamento 
com o contator K3. 
Assim, o motor irá permanecer ligado em triângulo até que a botoeira S1 
seja acionada, abrindo seu contato NF (11-12), desenergizando todo o circuito. 
Ainda no circuito da Figura 3, há uma proteção contra curto-circuito feita 
pelo fusível F4. Vale ressaltar que este fusível não possui nenhuma relação com 
os fusíveis do circuito de força. O fusível F4 faz a proteção apenas do circuito de 
comando. Também pode ser observada a existência do contato NF de RT1 (95-
96). Caso uma corrente de sobrecarga surja no circuito de força e permaneça 
tempo suficiente para a atuação do relé, o contato NF de RT1 irá se abrir, 
desenergizando todo o circuito de comando, e, consequentemente, o circuito de 
força. 
No caso da implementação da chave de partida estrela-triângulo 
empregando um disjuntor-motor para a proteção, o circuito de comando da 
Figura 3 deve ser alterado. A alteração consiste em substituir o contato NF de 
RT1, por um contato NA referente ao disjuntor-motor. 
TEMA 2 – CHAVE DE PARTIDA ESTRELA-TRIÂNGULO COM REVERSÃO NO 
SENTIDO DE ROTAÇÃO. 
O circuito da chave de partida estrela-triângulo com reversão no sentido 
de rotação é uma combinação do circuito de força da chave de partida estrela-
triângulo com o circuito de força de uma chave de partida direta com reversão 
no sentido de rotação. Em outras palavras, é um circuito que inverte o sentido 
de giro do motor e em ambos os sentidos é executada uma chave de partida 
estrela-triângulo. Para isso é necessário a inclusão de mais um contator em 
relação à chave de partida estrela-triângulo, portanto, são utilizados quatro 
contatores. 
2.1 Circuito de força para partida estrela-triângulo com reversão no 
sentido de rotação 
O circuito de força de uma chave de partida estrela-triângulo com reversão 
no sentido de rotação é mostrado na Figura 4. 
 
 
8 
O funcionamento do circuito de força da Figura 4 é bastante semelhante 
ao do circuito da Figura 1. Partindo do motor em repouso o acionamento do 
motor é feito a partir do fechamento dos contatos de força do contator K1 e K4. 
Quando isso acontece os terminais U2, V2 e W2 do motor são interligados, 
caracterizando a ligação em estrela, e as fases L1, L2 e L3 são aplicadas aos 
terminais do motor U1, V1 e W1. Assim, o motor é acionado na ligação em 
estrela. 
 
Figura 4 – Circuito de força de uma chave de partida estrela-triângulo com 
reversão no sentido de rotação, com fusíveis e relé de sobrecarga. Fonte: A 
Autora (2023) 
Esta situação vai permanecer até que o tempo programado no relé 
temporizador se passe. Assim que isso acontecer, o contator K4 irá abrir seus 
contatos de força desfazendo a ligação em estrela. Neste mesmo instante, os 
contatos de força do contator K3 irão se fechar aplicando as fases L1, L2 e L3 
aos terminais U2, V2 e W2 do motor na sequência correta, conforme mostrado 
na Figura 4. Dessa forma, o motor será energizado na ligação em triângulo. 
Como o motor, teoricamente, já está com o rotor em uma velocidade próxima da 
nominal, não haverá o pico de corrente da partida direta. 
 
 
9 
Para a inversão no sentido de rotação, no início do funcionamento do 
motor deve ser energizado o contator K2 ao invés do contator K1, iniciando o 
funcionamento do motor em estrela com os contatores K2 e K4. Perceba, que ao 
energizar o contator K2 inverte-se a sequência de fases que são aplicadas aos 
terminais U1, V1 e W1 do motor, em relação ao acionamento com o contator K1. 
Portanto, ao se energizar os contatores K2 e K4, o motor é acionado em estrela. 
Após o término do tempo ajustado no relé temporizador, o contator K4 será 
desligado e o contator K3 será ligado. Assim, mantendo os contatores K2 e K3 
energizados, o motor estará ligado em triângulo e permanecerá assim, até que 
os contatores sejam desenergizados. 
Para um melhor entendimento de quais contatores são energizados em 
cada situação do funcionamento do circuito da Figura 4, a Tabela 1 apresenta 
as combinações possíveis, como o motor estará ligado, e em qual sentido de 
giro. 
Tabela 1 – Possíveis combinações para a chave de partida estrela-triângulo 
com reversão no sentido de rotação. Fonte: A Autora (2023) 
Contatores acionados Ligação do motor Sentido de giro 
K1 e K4 Estrela A 
K1 e K3 Triângulo A 
K2 e K4 Estrela B 
K2 e K3 Triângulo B 
 
Caso se deseje substituir o sistema de proteção do circuito de força da 
Figura 4 feito com fusíveis e relé de sobrecarga por um disjuntor-motor, basta 
realizar a mesma substituição, como foi feito da Figura 1 para a Figura 2. 
2.1 Circuito de comando para partida estrela-triângulo com reversão no 
sentido de rotação 
O circuito de comando para a chave de partida estrela-triângulo com 
reversão no sentido de rotação é apresentado na Figura 5. Este circuito de 
comando deve ser utilizado em conjunto com o circuito de força apresentado na 
Figura 4. A seguir será feita a descrição doseu funcionamento. 
O funcionamento do circuito se inicia com o acionamento da botoeira S2. 
Ao ser acionada, seu contato NA (13-14) se fecha, permitindo que a corrente 
 
 
10 
elétrica passe pelo contato NF do relé de sobrecarga (95-96), pelo contato NF 
da botoeira S1 (11-12) e chegue à bobina do contator K1 energizando os seus 
terminais (A1-A2). 
 
Figura 5 – Circuito de comando de uma chave de partida estrela-triângulo com 
reversão no sentido de rotação. Fonte: A Autora (2023) 
Assim, o contato de selo de K1 (13-14) se fecha, permitindo que a botoeira 
S2 seja desacionada e a bobina do contator energizada. Como se trata de uma 
chave de partida com reversão no sentido de rotação é necessário que exista 
um intertravamento entre os contatores que fazem a inversão de fases. Portanto, 
o contato de intertravamento de K1 (21-22) com K2 se abre impedindo a 
energização da bobina deste contator. 
 Além disso, o contato NA de K1 (43-44) é fechado, energizando a bobina 
do relé temporizador KT. Como o contator KT é específico para a partida estrela-
triângulo, então quando a sua bobina é energizada há a comutação do seu 
contato NAF (15-18), energizando a bobina do contator K4 (A1-A2). Isso fará o 
 
 
11 
motor ser acionado em estrela, além de abrir o contato NF de K4 (21-22) que 
está em série com a bobina do contator K3 evitando que os contatores K3 e K4 
sejam energizados simultaneamente. 
O circuito vai permanecer com os contatores K1 e K4, e com o relé 
temporizador KT energizados, até que o tempo ajustado no relé temporizador 
termine. Quando isso acontecer, o seu contato NAF (15-18) irá comutar 
novamente desfazendo a ligação entre eles. Neste instante a bobina do contator 
K4 é desenergizada, desfazendo a ligação em estrela do motor, e fazendo com 
que seu contato NF (21-22) volte à posição original. Depois de se passar os 100 
ms programados internamente no temporizados KT, o segundo contato NAF (25-
28) irá se fechar energizando a bobina do contator K3 (A1-A2). Assim, o motor 
será ligado em triângulo, e o contato NF de K3 (21-22) irá se abrir fazendo o 
intertravamento com o contator K4. 
Assim, o motor irá permanecer ligado em triângulo até que a botoeira S1 
seja acionada, abrindo seu contato NF (11-12), desenergizando todo o circuito. 
A inversão no sentido de rotação é feita quando o acionamento é realizado 
pela botoeira S3. Neste caso, o funcionamento é exatamente o mesmo que foi 
descrito, com a diferença que ao invés de ser acionado o contator K1, será 
acionado o contator K2, e o seu contator NF (21-22) fará o intertravamento com 
o a bobina do contator K1, impedindo que ela seja energizada, e evitando o risco 
de elas serem energizadas simultaneamente. 
Caso o sistema de proteção do circuito de força da chave de partida 
estrela-triângulo com reversão no sentido de rotação seja feito através de um 
disjuntor-motor, então o contato NF (95-96) do relé de sobrecarga RT1 que está 
no circuito de comando, não vai existir. No seu lugar deverá ser colocado um 
contato NA do disjuntor-motor, para que se feche quando o disjuntor-motor for 
acionado, e abra quando o disjuntor-motor atuar, desligando o circuito de 
comando. 
O circuito de comando da chave de partida estrela-triângulo com reversão 
no sentido de rotação, utilizando o contato NA do disjuntor-motor é mostrado na 
Figura 6. 
 
 
12 
 
Figura 6 – Circuito de comando de uma chave de partida estrela-triângulo com 
reversão no sentido de rotação, com o contato NA do disjuntor-motor. Fonte: A 
Autora (2023) 
TEMA 3 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO 
A chave de partida estrela-triângulo tem como principal característica a 
redução da tensão de alimentação das bobinas do motor durante o processo de 
partida. 
Quando o motor inicia seu funcionamento as bobinas estão conectadas 
em estrela, porém, recebem a tensão referente à ligação em triângulo, ou seja, 
há uma redução de 58% da tensão nominal. Devido a esta redução da tensão, 
há uma redução para aproximadamente 33% no valor da corrente, como 
apresentado na Figura 7. 
 
 
13 
 
Figura 7 – Corrente de partida na chave estrela-triângulo. Fonte: Franchi (2014) 
Em aplicações práticas, a chave de partida estrela-triângulo é utilizada 
praticamente em sua totalidade em motores que partem sem carga. Como o 
conjugado de partida é proporcional ao quadrado da tensão de alimentação, o 
conjugado durante a partida é de aproximadamente 20% a 50% do conjugado 
nominal, que se tem na partida direta. Sendo assim, somente depois que o motor 
passa a ser energizado pela tensão nominal, é que a carga pode ser acoplada 
ao eixo. A Figura 8 apresenta a comparação entre o conjugado de partida direta 
e da partida estrela triângulo. 
 
Figura 8 – Conjugado de partida na chave estrela-triângulo. Fonte: Franchi 
(2014) 
 
 
14 
 A velocidade do motor se estabiliza quanto o conjugado resistente 
(conjugado da carga) e o conjugado do motor se estabilizam, o que ocorre entre 
75% e 85% da velocidade nominal. Neste momento, o circuito de comando faz 
com que os contatores comutem, alterando automaticamente a ligação entre as 
bobinas do motor, fazendo elas mudarem de estrela para triângulo, 
automaticamente. Assim o motor passa a ser alimentado por tensão nominal, e 
o motor retoma suas características nominais de desempenho. 
 Como mencionado anteriormente, na chave de partida estrela triângulo a 
corrente de partida é de aproximadamente 33% da corrente de partida direta. 
Isso ocorre devido ao fato de a impedância dos enrolamentos do motor no 
momento da partida ser calculada por 
𝑍 =
𝑉𝑛
𝐼𝑛
√3
=
𝑉𝑛 ∙ √3
𝐼𝑛
 (1) 
em que Z é a impedância das bobinas do motor, em Ω, In é a corrente nominal 
do motor, em A, e Vn é a tensão nominal da rede de alimentação, em V. 
 Assim, a corrente em estrela é dada por 
𝐼𝑌 =
𝑉𝑛
√3
𝑍
=
𝑉𝑛
√3
𝑉𝑛 ∙ √3
𝐼𝑛
=
𝐼𝑛
3
= 0,33 ∙ 𝐼𝑛 (2) 
 Portanto, a corrente de partida da chave estrela-triângulo será dada por 
𝐼𝑃𝑌−Δ = (
𝐼𝑝
𝐼𝑛
) ∙ 0,33 ∙ 𝐼𝑛 = 0,33 ∙ 𝐼𝑝 (3) 
em que Ip é a corrente de partida nominal, em A. 
TEMA 4 – DIMENSIONAMENTO DE DISPOSITIVOS DE MANOBRA E 
PROTEÇÃO 
Agora que já conhecemos os circuitos de força e comando, além das 
características da chave de partida estrela-triângulo, vamos verificar como é 
realizado o dimensionamento dos dispositivos de manobra e proteção, para este 
tipo de partida. Será visto como realizar o dimensionamento de contatores, 
fusíveis, relé de sobrecarga e disjuntor-motor. Para este dimensionamento, 
serão considerados os circuitos das Figuras 1 até a 6. 
 
 
15 
4.1 Dimensionamento de contatores 
O dimensionamento de contatores deve ser feito de acordo com a corrente 
a que ele fica sujeito. Para obter este valor, é importante conhecer a corrente 
nominal do motor, conforme mostrado na equação a seguir 
𝐼𝑛 =
𝑃𝑛
√3 ∙ 𝑉𝑛 ∙ cos 𝜑 ∙ 𝜂
 (4) 
onde Pn é a potência nominal em W, Vn é tensão nominal da rede, cosφ, é o fator 
de potência do motor a plena carga, e η é o rendimento do motor a plena carga, 
entre 0 e 1. Nem sempre é a corrente nominal do motor vai passar pelo contator. 
Então deve-se ficar atento para qual será esta corrente e escolher o contator de 
acordo com o valor da corrente que passará por ele. 
Vamos analisar agora a chave de partida estrela-triângulo da Figura 1. 
Nela a corrente do contator K3, que faz a ligação do motor em estrela, será 33% 
da corrente nominal do motor, portanto 
𝐼𝐾3 ≥ 0,33 ∙ 𝐼𝑛 (5) 
Já a dos contatores K1 e K2, que ficarão acionados com o motor na 
operação de regime, será de 58% da corrente nominal, portanto 
𝐼𝐾1 = 𝐼𝐾2 ≥ 0,58 ∙ 𝐼𝑛 (6) 
No caso da chave de partida estrela-triângulo com reversão no sentido de 
rotação, como a mostrada na Figura 4, os contatores K1 e K2 ficam sujeitos à 
corrente nominal do motor, portanto, 
𝐼𝐾1 = 𝐼𝐾2 ≥ 𝐼𝑛 (7) 
Ainda na Figura 4, o contator K4, responsável pela ligaçãodas bobinas 
do motor em estrela, fica sujeito a 33% da corrente nominal do motor, ou seja 
𝐼𝐾4 ≥ 0,33 ∙ 𝐼𝑛 (8) 
Já o contator K3, que faz a ligação das bobinas do motor em triângulo 
deve suportar uma corrente de 58% da corrente nominal, portanto, 
𝐼𝐾3 ≥ 0,58 ∙ 𝐼𝑛 (9) 
 
 
 
16 
4.2 Dimensionamento de relés de sobrecarga 
Os relés de sobrecarga têm a função de monitorar se a corrente que está 
sendo absorvida pelo motor não é uma corrente que pode ser considerada como 
sendo de sobrecarga. Sendo assim, a corrente que deve passar por eles e, 
portanto, que eles devem suportar, é a corrente que alimenta o motor em regime 
permanente. No dimensionamento dos relés de sobrecarga, será especificada 
qual a corrente que ele passará a enxergar como sendo corrente de sobrecarga. 
Este valor é o que deverá ser ajustado na regulagem de corrente. 
Na chave de partida estrela-triângulo sem e com reversão no sentido de 
rotação, a corrente ajustada no relé de sobrecarga será de 
𝐼𝑅𝑇 = 0,58 ∙ 𝐼𝑛 (10) 
4.3 Dimensionamento de fusíveis 
O dimensionamento de fusíveis deve levar em consideração duas 
situações. A primeira situação é durante a partida do motor. Sabe-se que a 
partida do motor atinge valores muito maiores que a corrente nominal. Sendo 
assim, o fusível não pode se romper durante a partida. Além disso, durante o 
funcionamento do motor com corrente nominal, o fusível também não pode se 
romper. 
No caso da partida estrela-triângulo deve-se saber quanto tempo a 
corrente de partida irá permanecer, e então verificar na curva do fusível 
imediatamente superior ao valor encontrado, cruzando a informação de corrente 
de partida e tempo de partida, qual é a corrente nominal do fusível. 
A segunda situação diz respeito às correntes, já que o fusível deve 
proteger, além do motor, o contator e o relé de sobrecarga. Estes critérios são: 
• If ≥ 1,2 x IN: Significa que a corrente nominal do fusível deve ser no 
mínimo 20% acima da corrente nominal do motor. 
• If ≤ IK : Significa que a corrente nominal do fusível não pode ser maior 
que a corrente máxima do fusível dimensionado para os contatores. 
• If ≤ IRT: Significa que a corrente nominal do fusível não pode ser 
superior a corrente máxima do fusível para relé de sobrecarga. 
Esta metodologia de dimensionamento pode ser utilizada para os diodos 
diazed ou diametral (tipo D) e também para os fusíveis do tipo NH. 
 
 
 
17 
4.4 Dimensionamento de fusíveis 
Os disjuntores-motores combinam as funcionalidades do fusível e do relé 
de sobrecarga para realizar a proteção de sistemas de partida de motores 
elétricos. Sendo assim, o seu dimensionamento consiste em combinar o 
dimensionamento do relé de sobrecarga com o dos fusíveis. 
Obviamente deve ser verificado na curva de resposta deles, se os critérios 
de dimensionamento irão satisfazer as condições da partida escolhida, e pode 
ser que pequenos ajustes tenham que ser realizados. 
4.5 Exemplo de dimensionamento 
Como exemplo de especificação de componentes de uma chave de 
partida estrela-triângulo, considere motor trifásico de 30 HP, 4 polos, 380/660 V, 
60 Hz, com rendimento de 94% e fator de potência de 0,81 quando opera a plena 
carga. Sabendo que a tensão de comando é de 24 Vcc, e que a corrente de 
partida permanece durante 5 segundos, com uma relação Ip/In igual a 8. Utilize 
fusíveis do tipo NH. 
Para a especificação dos componentes desta chave de partida estrela-
triângulo são utilizados os circuitos das Figura 1 e 3. 
Para a especificação do fusível, deve-se ter em mente que a corrente de 
partida da chave estrela triângulo é igual a um terço da corrente de partida direta. 
Portanto, tem-se que 
𝐼𝑛 =
𝑃𝑛
√3 ∙ 𝑉𝑛 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 ∙ 𝜂
=
30 ∙ 746
√3 ∙ 380 ∙ 0,81 ∙ 0,94
= 44,65 𝐴 (11) 
E, a corrente de partida será 
𝐼𝑝 = (
𝐼𝑝
𝐼𝑛
) ∙ 0,33 ∙ 𝐼𝑛 = 8 ∙ 0,33 ∙ 𝐼𝑛 = 8 ∙ 0,33 ∙ 44,65 = 117,87 𝐴 (12) 
Sabendo que a corrente de partida permanece durante 5 segundos, do 
gráfico com as curvas do fusível tipo NH, mostrado na Figura 9, tem-se que 
 
 
18 
 
Figura 9 – Curva do fusível NH. Fonte: Franchi (2014) 
Como o ponto encontrado ficou logo abaixo da curva do fusível de 35 A, 
é este fusível que atenderá o requisito da corrente de partida. 
Sabe-se ainda que o fusível deve possuir uma corrente nominal tal que 
𝐼𝑓 ≥ 1,2 ∙ 𝐼𝑛 = 1,2 ∙ 44,65 = 53,58 𝐴 (13) 
 Como por este critério, a corrente nominal do fusível deve ser igual ou 
maior que 53,58 A, então o fusível de 35 A não é adequado. Sendo assim, opta-
se pelo fusível com corrente nominal imediatamente superior a 53,58 A, que é 
de 63 A. Portanto, o fusível especificado é do tipo NH, de 63 A de corrente 
nominal. De acordo com os modelos disponíveis no catálogo do fabricante 
adotado como exemplo, como apresentado na Figura 10. 
 
 
19 
 
Figura 10 – Modelos de fusíveis NH. Fonte: Disponível em 
https://static.weg.net/medias/downloadcenter/h0a/h63/WEG-fusiveis-ar-e-gl-gg-
50009817-catalogo-portugues-br-dc.pdf . Acessado em 26/08/2023. 
Qualquer um destes três modelos de fusíveis, FNH000-63U, FNH00-63U 
ou FNH1-63U, poderia ser utilizado. 
Em relação aos contatores, no circuito de força da Figura 1, os contatores 
ficarão sujeitos as seguintes correntes 
𝐼𝐾1 ≥ 0,58 ∙ 𝐼𝑛 = 0,58 ∙ 44,65 = 25,9 𝐴 
𝐼𝐾2 ≥ 0,58 ∙ 𝐼𝑛 = 0,58 ∙ 44,65 = 25,9 𝐴 
𝐼𝐾3 ≥ 0,33 ∙ 𝐼𝑛 = 0,33 ∙ 44,65 = 14,7 𝐴 
(14) 
 
 
20 
 Pelo enunciado do exercício, todos os contatores devem ter a tensão de 
comando em 24 Vcc. Além disso, pela análise do circuito de comando da Figura 
3, se percebe que o contator K1 deve possuir 2 contatos normalmente abertos, 
e que os contatores K2 e K3 devem possuir pelo menos um contato normalmente 
fechado cada um. Assim, pela análise do catálogo do fabricante, mostrado na 
Figura 11, os modelos adotados seriam os seguintes. 
 
Figura 11 – Modelos de contatores. Fonte: Disponível em 
https://static.weg.net/medias/downloadcenter/hac/hb5/WEG-CWM-50051271-
catalogo-pt.pdf. Acessado em 26/08/2023. 
Sempre observando que deve ser adotada a corrente para os contatores 
na categoria AC-3, tem-se que 
• Contator K1: contator modelo CWM32-22-30C34 
• Contator K2: contator modelo CWM32-01-30C34 
 
 
21 
• Contator K3: contator modelo CWM18-01-30C34 
O relé de sobrecarga deve ser ajustado em uma corrente tal que 
𝐼𝑅𝑇 ≥ 0,58 ∙ 𝐼𝑁 = 0,58 ∙ 44,65 = 25,9 𝐴 (15) 
Este relé pode ser acoplado diretamente ao contator K1, portanto é 
importante que ele permita a montagem direta em contatores modelo CWM32. 
Além disso deve ser verificado o máximo fusível que pode ser adotado de modo 
que o relé seja protegido. Assim, analisando o catálogo do fabricante adotado, 
mostrado na Figura 12, é possível determinar o modelo do relé. 
 
Figura 12 – Modelos de relés de sobrecarga. Fonte: Disponível em 
https://static.weg.net/medias/downloadcenter/h3f/h86/WEG-reles-de-
sobrecarga-termico-linha-rw-50042397-catalogo-portugues-br-dc.pdf. Acessado 
em 26/08/2023. 
O relé de sobrecarga utilizado será o RW27-1D3-U032, que possibilita um ajuste 
entre 22 e 32 A, e aceita fusíveis de até 63 A para proteção. Além disso, possui 
 
 
22 
um contato normalmente fechado, conforme está especificado no circuito de 
comando, e permite a montagem direta em contatores do CWM9 ao CWM40, 
portanto atende o CWM32. 
 Por fim, o relé temporizador específico para chave de partida estrela 
triângulo será o modelo apresentado na Figura 13. 
 
Figura 13 – Modelos de relés temporizadores. Fonte: Disponível em 
https://static.weg.net/medias/downloadcenter/hb4/h1d/WEG-reles-
temporizadores-protetores-e-de-nivel-50009830-catalogo-portugues-br-dc.pdf. 
Acessado em 26/08/2023. 
 O relé temporizador RTW-ET02-U030S-E26, possui um ajuste de tempo 
entre 3 e 30 segundos para fazer a conversão da ligação de estrela para 
triângulo. Assim, os componentes especificados para este acionamento são: 
• 3 fusíveis FNH000-63U, FNH00-63Uou FNH1-63U 
• 1 contator CWM32-22-30C34 
• 1 contator CWM32-01-30C34 
• 1 contator CWM18-01-30C34 
• 1 relé de sobrecarga RW27-1D3-U032 
• 1 relé temporizador RTW-ET02-U030S-E26 
 Caso fosse uma chave de partida estrela triângulo com reversão no 
sentido de rotação, os contatores K1 e K2 deveriam ser dimensionados para 
suportar a corrente nominal do motor, ou seja, deveriam possuir uma corrente 
nominal superior a 44,65 A, o quer resultaria no seguinte contator, conforme 
mostrado na Figura 14. 
 
 
23 
 
Figura 14 – Modelos de contatores. Fonte: Disponível em 
https://static.weg.net/medias/downloadcenter/hac/hb5/WEG-CWM-50051271-
catalogo-pt.pdf. Acessado em 26/08/2023. 
 Assim, os componentes especificados para este acionamento, se se 
tratasse de uma chave de partida estrela-triângulo com reversão no sentido de 
rotação, seriam: 
• 3 fusíveis FNH000-63U, FNH00-63U ou FNH1-63U 
• 2 contatores CWM50-22-30C34 
• 1 contator CWM32-01-30C34 
• 1 contator CWM18-01-30C34 
• 1 relé de sobrecarga RW27-1D3-U032 
• 1 relé temporizador RTW-ET02-U030S-E26 
TEMA 5 – CARACTERÍSTICA DO TORQUE DE PARTIDA 
 Na partida estrela-triângulo o motor é preparado inicialmente para receber 
a maior tensão, portanto ligado em estrela, mas a tensão aplicada é referente a 
ligação em triângulo, portanto haverá uma redução na corrente de partida do 
 
 
24 
motor, mas também no torque da partida. Vamos verificar como ocorre esta 
redução. Sabe-se que o torque de partida da ligação em triângulo é dado por 
𝑇Δ = 𝐾 ∙ 𝑉𝑛
2 (16) 
onde T∆ é o torque do motor em triângulo, K é uma constante do motor, e Vn é a 
tensão aplicada ao motor. Quando o motor está ligado em estrela, e é aplicada 
a tensão referente a ligação em triângulo, então está se aplicando o valor 
equivalente a tensão de fase do motor que é dada pela tensão de linha dividida 
por raiz de três. Assim, o torque na partida fica 
𝑇𝑌 = 𝐾 ∙ (
𝑉𝑛
√3
)
2
= 𝐾 ∙
𝑉𝑛
2
3
 (17) 
onde TY, é o torque do motor desenvolvido quando está ligado em estrela. Como 
a constante K do motor é a mesma, isolando-a na equação (16) e na equação 
(17), tem-se 
𝑇Δ
𝑉𝑛2
=
3𝑇𝑌
𝑉𝑛2
→ 𝑇𝑌 =
𝑇Δ
3
 (18) 
 Portanto, na partida estrela-triângulo há uma redução de 2/3 no torque de 
partida nominal do motor. Este mesmo raciocínio aplica-se a corrente do motor 
durante a partida, portanto a corrente de partida é reduzida a 1/3 da corrente de 
partida nominal do motor. 
FINALIZANDO 
Esta aula teve como principal objetivo apresentar a chave de partida estrela-
triângulo sem e com reversão no sentido de rotação. Foram apresentados os 
circuitos de força e comando, além de explicar como é feita a especificação dos 
componentes de manobra e proteção. Ainda, foram apresentadas as 
características de correte e torque para esse tipo de partida. 
REFERÊNCIAS 
FRANCHI, C. M. Sistemas de Acionamento Elétrico. 1ª ed. São Paulo: Érica, 
2014. 
PETRUZZELA, F.D. Motores elétricos e acionamentos. Porto Alegre: AMGH, 
2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÁQUINAS E ACIONAMENTOS 
ELÉTRICOS 
AULA 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Maria Aline Gonçalves 
 
 
 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Sejam bem-vindos à quinta aula da disciplina de Máquinas e 
Acionamentos Elétricos. Nesta aula será realizado o estudo da chave de partida 
compensadora aplicada a motores elétricos trifásicos, com e sem reversão no 
sentido de rotação. Serão apresentados os circuitos de força e de comando de 
cada uma destas partidas assim como a descrição do funcionamento dos 
circuitos. 
TEMA 1 – CHAVE DE PARTIDA COMPENSADORA 
O objetivo da chave de partida compensadora é reduzir o pico da corrente 
de partida do motor, ou seja, o objetivo é o mesmo da chave de partida estrela-
triângulo. A diferença está no fato de que na chave de partida compensadora há 
uma redução na tensão aplicada ao motor durante a partida. Essa redução é 
realizada utilizando um autotransformador trifásico ligado aos terminais do 
motor. Um exemplo de autotransformador que pode ser utilizado na chave de 
partida compensadora é apresentado na Figura 1. 
Figura 1 – Autotransformador trifásico. 
 
Fonte: A autora (2023) 
A Figura 1 apresenta um autotransformador trifásico cujos enrolamentos 
estão ligados em estrela. É possível notar que há três derivações no enrolamento 
de cada fase. A indicação de porcentagem nas derivações indica qual a 
porcentagem da tensão nominal em cada derivação. Por exemplo, supondo que 
cada enrolamento seja projetado para uma tensão de 220 V, então significa que 
na derivação de 75% a tensão será de 165 V, na derivação de 50% a tensão 
será de 110 V e na derivação de 25% a tensão será de 55 V, sempre em relação 
ao ponto de interligação das bobinas. 
No momento da partida do motor é escolhida uma das derivações para 
ser ligada aos terminais do motor, sendo a tensão que está na derivação que 
será aplicada ao motor no instante da partida. 
 
 
3 
Devido à redução da tensão aplicada ao motor no instante da partida, 
haverá a redução da corrente de partida. Em consequência disso, há uma 
redução no torque de partida. Considerando as derivações mostradas na Figura 
1 os torques de partida seriam de 56% na derivação de 75%, 25% na derivação 
de 50% e de 6,25% na derivação de 25%, sempre em comparação ao torque da 
partida direta. 
Vale ressaltar que o autotransformador da Figura 1 é apenas um exemplo. 
Podem ser utilizados transformadores com diferentes percentuais da tensão 
nominal em suas derivações. 
Na chave de partida compensadora podem ser observadas as seguintes 
características: 
• Na mudança das derivações o motor continua energizado, o que reduz 
os picos de corrente; 
• Para que o motor realize a partida de maneira adequada, é possível 
variar a derivação quantas vezes forem necessárias; 
• O valor da tensão da rede pode ser igual a tensão de ligação do motor 
em estrela ou em triângulo; 
• Há limitação do número de partidas devido ao uso do 
autotransformador; 
• Custo mais elevado e maior volume físico em relação a chave de 
partida estrela-triângulo devido a utilização do autotransformador. 
 
1.1 Circuito de força para a partida compensadora 
O circuito de força de uma chave de partida compensadora é mostrado na 
Figura 2. Como mencionado anteriormente, o funcionamento da chave de partida 
consiste em aplicar uma tensão reduzida na partida do motor e na sequência 
aplicar a tensão nominal. Como isso é feito pode ser entendido pela análise de 
funcionamento do circuito da Figura 2. 
A operação do circuito se inicia pelo acionamento dos contatores K3 e K2. 
O primeiro contator a ser acionado é o K3, que como pode ser observado na 
Figura 2, fará a conexão dos terminais dos enrolamentos do autotransformador 
ligando seus enrolamentos em estrela. Assim que o contator K3 é acionado, o 
contator K2 é acionado em seguida, aplicando as fases L1, L2 e L3 aos terminais 
dos enrolamentos do autotransformador. 
 
 
4 
 
Figura 2 – Circuito de força de uma chave de partida compensadora com 
fusíveis e relé de sobrecarga. Fonte: A autora (2023) 
Dessa maneira, o autotransformador fica energizado e os terminais da 
derivação escolhida são conectados aos terminais 1, 3 e 5 do relé de sobrecarga 
cujos terminais de saída, 2, 4 e 6, estão conectados aos terminais de 
alimentação do motor, U1, V1 e W1. Assim, o motor será acionado com a tensão 
disponível na derivação. 
Depois de um certo tempo, ajustado em um relé temporizador, haverá a 
desenergização do contator K3 e o acionamento do contator K1, o que 
ocasionará a desenergização do contator K2, abrindo seus contatos de força, 
permanecendo assim, apenas o contator K1 acionado. Dessa forma, as fases 
L1, L2 e L3 ficam aplicadas diretamente aos terminais do motor alimentando-o 
com tensão nominal. Está situação vai permanecer até que o contator K1 seja 
desacionado. 
No circuito da Figura 2 a proteção contra curto-circuitoé feita através dos 
fusíveis F1, F2 e F3 e a proteção contra correntes de sobrecarga é feita pelo relé 
de sobrecarga RT1. Este sistema de proteção pode ser substituído por um 
disjuntor-motor que fará as duas proteções. O circuito de força da chave de 
partida compensadora com disjuntor-motor é apresentado na Figura 3. 
 
 
5 
 
Figura 3 – Circuito de força de uma chave de partida compensadora com 
disjuntor-motor. Fonte: A autora (2023) 
1.2 Circuito de comando para partida compensadora 
O circuito de comando para a chave de partida compensadora é 
apresentado na Figura 4. Este circuito de comando deve ser utilizado em 
conjunto com o circuito de força apresentado na Figura 2. A seguir será feita a 
descrição do seu funcionamento. 
O início da operação do circuito de comando da Figura 4 se dá pelo 
acionamento da botoeira S2. Ao ser pressionada o seu contato aberto 13-14 irá 
se fechar. A corrente elétrica proveniente da fonte de 24 VCC irá passar pelo 
contato fechado 95-96 do relé de sobrecarga RT1, pelo contato fechado de S1, 
11-12, pelo contato de 13-14 de S2 que está fechado, pelos contatos 15-16 do 
relé temporizador KT, pelo contato fechado de K1, 21-22, e finalmente chegará 
à bobina do contator K3, energizando seus terminais A1-A2. 
Com a energização da bobina do contator K3 o contato NA deste contator, 
13-14, irá fechar energizando o contator K2, o que irá fazer com que seus 
contatos auxiliares comutem. Além disso, o contato NF de K3, 21-22, irá se abrir, 
realizando o intertravamento com o contator K1. Assim, os contatos NA de K2, 
13-14 e 43-44 serão fechados. O contato 13-14 de K2 irá ser responsável por 
 
 
6 
manter a bobina do contator K3 energizada, e o contato 43-44 de K2 irá energizar 
a bobina do relé temporizador KT fazendo com que ele inicie a contagem do 
tempo pré-programado. Assim, durante esta etapa, os contatores energizados 
são o K3 e o K2, que são responsáveis por aplicar a tensão reduzida ao motor 
na partida. Esta situação permanecerá até que o tempo programado no relé 
temporizador termine. 
 
Figura 4 – Circuito de comando de uma chave de partida compensadora. 
Fonte: A autora (2023) 
Quando o tempo do relé temporizador terminar, então o seu contato NAF, 
irá comutar e desenergizar o contator K3, reabrir seu contato 13-14, e fazer com 
que o contato NF de K3, 21-22, volte a fechar, permitindo a energização da 
bobina do contator K1. Como neste instante o contato NA de K2, 13-14, estará 
fechado, então a bobina do contator K1 será energizada. Quando isso ocorrer, 
seu contato de selo 13-14 irá se fechar, mantendo-o acionado. Isso é necessário 
porque o contato NF de K1, 31-32, irá se abrir, desenergizando a bobina do 
 
 
7 
contator K2 e assim os contatos 13-14 e 43-44 de K2 voltarão ao seu estado 
normalmente aberto. Dessa forma, somente o contator K1 permanecerá 
acionado aplicando a tensão da rede de alimentação diretamente aos terminais 
do motor. 
O desligamento do circuito de comando, e consequentemente do circuito 
de força, ocorre mediante o acionamento da botoeira S1, da atuação do relé 
térmico RT1, ou pela atuação do fusível F4 caso ocorra um curto-circuito no 
circuito de comando, o que é muito pouco provável que aconteça, mas pode 
acontecer. 
O circuito de comando para utilização com o circuito de força da Figura 3 
é o mesmo da Figura 4, apenas fazendo a substituição do contato fechado de 
RT1, 95-96, por um contato auxiliar NA do disjuntor-motor. 
TEMA 2 – CHAVE DE PARTIDA COMPENSADORA COM REVERSÃO NO 
SENTIDO DE ROTAÇÃO. 
O circuito da chave de partida compensadora com reversão no sentido de 
rotação é uma combinação do circuito de força da chave de partida 
compensadora com o circuito de força de uma chave de partida direta com 
reversão no sentido de rotação. Em outras palavras, é um circuito que inverte o 
sentido de giro do motor e em ambos os sentidos é executado o procedimento 
de partida da chave compensadora. Para isso é necessário a inclusão de mais 
dois contatores em relação à chave de partida compensadora, portanto, são 
utilizados cinco contatores. 
2.1 Circuito de força para partida compensadora com reversão no sentido 
de rotação 
O circuito de força de uma chave de partida compensadora com reversão 
no sentido de rotação é mostrado na Figura 5. 
O funcionamento do circuito de força da Figura 5 é bastante semelhante 
ao do circuito da Figura 2. Partindo do motor em repouso o acionamento do 
motor é feito a partir do fechamento dos contatos de força do contator K1, K3 e 
K5. Quando isso acontece os terminais 8, 5 e 2 do autotransformador são 
interligados, caracterizando a ligação em estrela. As fases da rede, L1, L2 e L3, 
são aplicadas aos terminais 7, 4 e 1 do autotransformador, energizando-o. Com 
o autotransformador energizado, haverá uma tensão menor que a tensão 
 
 
8 
nominal disponível nos terminais das derivações, 9, 6 e 3, que passam pelo relé 
de sobrecarga e são aplicadas aos terminais U1, V1 e W1 do motor. Assim, o 
motor é acionado com tensão reduzidia. 
 
Figura 5 – Circuito de força de uma chave de partida compensadora com 
reversão no sentido de rotação, com fusíveis e relé de sobrecarga. Fonte: A 
Autora (2023) 
Esta situação vai permanecer até que o tempo programado no relé 
temporizador se passe. Assim que isso acontecer, o contator K5 irá abrir seus 
contatos de força desfazendo a ligação em estrela do autotransformador. Neste 
mesmo instante, os contatos de força do contator K4 irão se fechar aplicando as 
fases L1, L2 e L3 aos terminais U1, V1 e W1 do motor na sequência correta, 
mantendo o mesmo sentido de giro. Na sequência, o contator K3 é 
 
 
9 
desenergizado abrindo seus contatos de força. Dessa forma, o motor ficará 
energizado com tensão nominal e com os contatores K1 e K4 energizados. 
Para a inversão no sentido de rotação, no início do funcionamento do 
motor deve ser energizado o contator K2 ao invés do contator K1. A partir deste 
ponto, o funcionamento é o mesmo que foi descrito anteriormente. iniciando o 
funcionamento do motor em estrela com os contatores K2 e K4. Perceba, que ao 
energizar o contator K2 inverte-se a sequência de fases que são aplicadas aos 
terminais U1, V1 e W1 do motor, em relação ao acionamento com o contator K1. 
Caso se deseje substituir o sistema de proteção do circuito de força da 
Figura 5 feito com fusíveis e relé de sobrecarga por um disjuntor-motor, basta 
realizar a mesma substituição, como foi feito da Figura 2 para a Figura 3. 
2.1 Circuito de comando para partida compensadora com reversão no 
sentido de rotação 
O circuito de comando para a chave de partida compensadora com 
reversão no sentido de rotação é apresentado na Figura 6. 
 
Figura 6 – Circuito de comando de uma chave de partida compensadora com 
reversão no sentido de rotação. Fonte: A Autora (2023) 
 
 
10 
Este circuito de comando deve ser utilizado em conjunto com o circuito de 
força apresentado na Figura 5. A seguir será feita a descrição do seu 
funcionamento. 
O funcionamento do circuito se inicia com o acionamento da botoeira S2. 
Ao ser acionada, seu contato NA (13-14) se fecha, permitindo que a corrente 
elétrica passe pelo contato NF do relé de sobrecarga (95-96), pelo contato NF 
da botoeira S1 (11-12), pelo contato NF de K2 (21-22) e chegue à bobina do 
contator K1 energizando os seus terminais (A1-A2). 
Assim, o contato de selo de K1 (13-14) se fecha, permitindo que a botoeira 
S2 seja desacionada e a bobina do contator se mantenha energizada. Como se 
trata de uma chave de partida com reversão no sentido de rotação é necessário 
que exista um intertravamento entre os contatores que fazem a inversão de 
fases. Portanto, o contato de intertravamento de K1 (21-22) se abre impedindo 
a energização da bobina do contator K2. 
 Além disso, o contato NA de K1 (43-44) é fechado, energizando a bobina 
do contator K5. Ao ter sua bobinaenergizada o contator K5 vai fechar seu 
contato NA (13-14), energizando a bobina do contator K3, e abrir seu contato NF 
(21-22) impedindo a energização simultânea com o contator K4. 
O contator K3, após energizado, irá fechar seus contatos NA (13-14) e 
(43-44). O contato NA de K3 (13-14) opera como contato de selo, e o contato NA 
(43-44) irá energizar o relé temporizador KT, que é um relé de retardo na 
energização, ou seja, ele irá comutar seus contatos após a passagem do tempo 
previamente ajustado. 
Até o momento, tem-se os contatores K1, K3 e K5 energizados, além do 
relé temporizador KT. Esta situação irá permanecer até que o tempo ajustado no 
relé temporizador passe totalmente. 
Após o término do tempo ajustado em KT, o seu contato NAF (15-16) irá 
comutar para os contatos (15-18). Dessa forma, a bobina do contator K5 será 
desenergizada, fazendo o seu contato NA (13-14) voltar a abrir e o seu contato 
NF (21-22) fechar. Como o contato NA de K3 (13-14) está fechado, a bobina do 
contator K4 será energizada, fazendo com que seu contato NA (13-14) se feche, 
e o contato NF (21-22) de intertravamento com K5, abra. Ainda, haverá a 
abertura do contato NF (31-32) de K4, desenergizando a bobina do contator K3, 
fazendo com que seus contatos NA (13-14) e (43-44) voltem a abrir, 
desenergizando o relé KT. Ao ser desenergizado o seu contato NAF volta para 
 
 
11 
a posição (15-16). Entretanto, o fato do contato NF de K4 (21-22) estar aberto, o 
contator K5 não será energizado. 
 Assim, ao final do procedimento de partida permanecerão energizados 
os contatores K1 e K4, até que a botoeira S1 seja pressionada e desenergize 
todo o circuito. 
Para inverter o sentido de rotação, basta ao invés de pressionar a botoeira 
S2, pressionar a botoeira S3 para dar início ao funcionamento. O procedimento 
é o mesmo que foi descrito, apenas invertendo o sentido de rotação do motor. 
TEMA 3 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO 
A chave de partida compensadora tem como principal característica a 
redução da tensão de alimentação das bobinas do motor durante o processo de 
partida, devido a ligação dos terminais do motor às derivações, conhecidas como 
tap, do autotransformador. 
Como no momento da partida a tensão aplicada ao motor é a tensão dos 
taps, há a redução da corrente de partida. Quanto menor for o percentual do tap, 
menor a tensão aplicada, e consequentemente maior será a redução da corrente 
de partida e menor será o conjugado de partida. 
A escolha do tap na partida é em função da carga do motor durante a 
partida. Para motores que partem a vazio ou com pouca carga, o tap de 50% 
costuma ser uma boa escolha. Para as demais situações, cada caso deve ser 
estudado individualmente pelo projetista para escolher o melhor tap durante a 
partida. 
Há casos em que é necessária a utilização de mais de um tap, onde a 
tensão aplicada ao motor vai aumentando gradualmente em função do tap, até 
chegar à tensão nominal. Porém, a cada tap adicional, é preciso adicionar um 
contator a mais, o que torna a partida mais cara, e os circuitos de força e 
comando mais complexos. 
O princípio de funcionamento da chave de partida compensadora, pode 
ser resumido em três etapas: 
1) Na primeira etapa as bobinas do autotransformador são ligadas em 
estrela e em seguida os terminais restantes são energizados. Então a 
tensão reduzida dos taps é aplicada aos terminais do motor que parte 
com tensão reduzida. 
 
 
12 
2) Na segunda etapa, é desfeita a ligação das bobinas do transformador. 
Isso deve ser feito quando o motor atinge a velocidade de equilíbrio. 
3) Na terceira etapa a tensão nominal é plicada ao motor diretamente e 
o autotransformador é desligado. Tanto a corrente quando o 
conjugado de partida variam de aproximadamente 1,7 a 4 vezes o 
valor nominal. Na partida direta este valor pode chegar a 8 vezes ou 
mais. 
 Para uma melhor compreensão, a Figura 7 apresenta um comparativo 
entre a corrente de partida da chave compensadora e a corrente de partida 
direta. 
 
Figura 7 – Corrente de partida na chave compensadora. Fonte: Franchi (2014) 
 Seguindo a mesma lógica da corrente de partida, a Figura 8 apresenta o 
comportamento do conjugado de partida e a comparação com a partida direta. 
 
 
13 
 
Figura 8 – Conjugado de partida na compensadora. Fonte: Franchi (2014) 
TEMA 4 – DIMENSIONAMENTO DE DISPOSITIVOS DE MANOBRA E 
PROTEÇÃO 
Agora que já conhecemos os circuitos de força e comando, além das 
características da chave de partida estrela-triângulo, vamos verificar como é 
realizado o dimensionamento dos dispositivos de manobra e proteção, para a 
partida compensadora. 
4.1 Dimensionamento de contatores 
O dimensionamento de contatores deve ser feito de acordo com a corrente 
a que ele fica sujeito. Para obter este valor, é importante conhecer a corrente 
nominal do motor, conforme mostrado na equação a seguir 
𝐼𝑛 =
𝑃𝑛
√3 ∙ 𝑉𝑛 ∙ cos 𝜑 ∙ 𝜂
 (1) 
onde Pn é a potência nominal em W, Vn é tensão nominal da rede, cosφ, é o fator 
de potência do motor a plena carga, e η é o rendimento do motor a plena carga, 
entre 0 e 1. Nem sempre é a corrente nominal do motor vai passar pelo contator. 
Então deve-se ficar atento para qual será esta corrente e escolher o contator de 
acordo com o valor da corrente que passará por ele. 
Vamos analisar agora a chave de partida compensadora da Figura 2. 
Nela, os contatores K2 e K3 operam durante a partida do motor, e na sequência 
apenas o contator K1 fica sujeito a passagem de corrente. Como a tensão de 
 
 
14 
partida depende do tap do transformador em que o motor está ligado, a corrente 
dependerá desta ligação, com exceção do contator K1. No caso do contator K1, 
ele ficará sujeito a corrente nominal do motor, já que ele não participa 
diretamente da partida do motor. Sendo assim, a ele deve ser dimensionador 
para corrente nominal do motor, ou seja, 
𝐼𝐾1 = 𝐼𝑛 (2) 
Já para os contatores K2 e K3, deve ser levado em consideração o tap de partida. 
A corrente no contator K2 será 
𝐼𝐾2 = 𝑡𝑎𝑝
2 ∙ 𝐼𝑛 (3) 
e para o contator K3 será 
𝐼𝐾2 = (𝑡𝑎𝑝 − 𝑡𝑎𝑝
2) ∙ 𝐼𝑛 (4) 
Onde tap, significa em qual tap o motor está ligado para a partida. Por exemplo, 
se o motor estiver ligado no tap 65%, o valor de tap nas equações (3) e (4) será 
de 0,65. 
4.2 Dimensionamento de relés de sobrecarga 
Os relés de sobrecarga têm a função de monitorar se a corrente que está 
sendo absorvida pelo motor não é uma corrente que pode ser considerada como 
sendo de sobrecarga. Sendo assim, a corrente que deve passar por eles e, 
portanto, que eles devem suportar, é a corrente que alimenta o motor em regime 
permanente. No dimensionamento dos relés de sobrecarga, será especificada 
qual a corrente que ele passará a enxergar como sendo corrente de sobrecarga. 
Este valor é o que deverá ser ajustado na regulagem de corrente. 
Na chave de partida compensadora sem e com reversão no sentido de 
rotação, a corrente ajustada no relé de sobrecarga será a corrente nominal do 
motor, portanto 
𝐼𝑅𝑇 = 𝐼𝑛 (5) 
4.3 Dimensionamento de fusíveis 
O dimensionamento de fusíveis deve levar em consideração duas 
situações. A primeira situação é durante a partida do motor. Sabe-se que a 
partida do motor atinge valores muito maiores que a corrente nominal. Sendo 
 
 
15 
assim, o fusível não pode se romper durante a partida. Além disso, durante o 
funcionamento do motor com corrente nominal, o fusível também não pode se 
romper. 
No caso da partida compensadora deve-se saber quanto tempo a corrente 
de partida irá permanecer, e então verificar na curva do fusível imediatamente 
superior ao valor encontrado, cruzando a informação de corrente de partida e 
tempo de partida, qual é a corrente nominal do fusível. 
A segunda situação diz respeito às correntes, já que o fusível deve 
proteger, além do motor, o contator e o relé de sobrecarga. Estes critérios são: 
• If≥ 1,2 x IN: Significa que a corrente nominal do fusível deve ser no 
mínimo 20% acima da corrente nominal do motor. 
• If ≤ IK : Significa que a corrente nominal do fusível não pode ser maior 
que a corrente máxima do fusível dimensionado para os contatores. 
• If ≤ IRT: Significa que a corrente nominal do fusível não pode ser 
superior a corrente máxima do fusível para relé de sobrecarga. 
Esta metodologia de dimensionamento pode ser utilizada para os diodos 
diazed ou diametral (tipo D) e, também para os fusíveis do tipo NH. 
4.4 Dimensionamento do disjuntor-motor 
Os disjuntores-motores combinam as funcionalidades do fusível e do relé 
de sobrecarga para realizar a proteção de sistemas de partida de motores 
elétricos. Sendo assim, o seu dimensionamento consiste em combinar o 
dimensionamento do relé de sobrecarga com o dos fusíveis. 
Obviamente deve ser verificado na curva de resposta deles, se os critérios 
de dimensionamento irão satisfazer as condições da partida escolhida, e pode 
ser que pequenos ajustes tenham que ser realizados. 
4.5 Exemplo de dimensionamento 
Como exemplo, serão dimensionados os componentes de uma chave de 
partida compensadora para um motor trifásico de 15 CV, 4 polos, 220 V, 60 Hz, 
com rendimento de 95% e fator de potência de 0,91 quando opera a plana carga, 
sabendo que a tensão de comando é de 24 Vcc, e que a corrente de partida 
permanece durante 3 segundos, com uma relação Ip/In igual a 7,5. Utilize fusíveis 
do tipo NH. Considere que na partida o motor está ligado no tap de 65% da 
tensão nominal do autotransformador, e que ele fica energizados durante 10 
segundos. 
 
 
16 
 Para a especificação dos componentes desta chave de partida 
compensadora são utilizados os circuitos das Figura 2 e 4. Para o 
dimensionamento dos componentes deve ser levado em consideração qual tap 
do transformador em que o motor está conectado. Como nesse caso o enunciado 
menciona que o motor está ligado no tap de 65% da tensão nominal, então 
usaremos o fator de 0,65. Para o dimensionamento do fusível, deve ser 
determinada a corrente de partida do motor, que é calculada fazendo 
𝐼𝑛 =
𝑃
√3 ∙ 𝑉𝑛 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 ∙ 𝜂
=
15 ∙ 746
√3 ∙ 220 ∙ 0,91 ∙ 0,95
= 33,97 𝐴 
𝐼𝑝
𝑡𝑎𝑝2 ∙ 𝐼𝑛
= 7,5 → 𝐼𝑝 = 7,5 ∙ 𝑡𝑎𝑝
2 ∙ 𝐼𝑛 = 7,5 ∙ 0,65
2 ∙ 33,97 = 107,64 𝐴 
(6) 
 Como a corrente de partida permanece durante 3 segundos, no gráfico 
das curvas dos fusíveis NH o ponto encontrado será o mostrado na Figura 9. 
 
Figura 9 – Curva do fusível NH. Fonte: Franchi (2014) 
 O ponto encontrado ficou logo abaixo da curva do fusível de 35 A de 
corrente nominal, portanto ele atende ao requisito da corrente de partida. 
 Porém deve ser levado em consideração o critério que o a corrente 
nominal do fusível não pode ser menor que 120% da corrente nominal do motor. 
Portanto, 
 
 
17 
𝐼𝑓 ≥ 1,2 ∙ 𝐼𝑛 = 1,2 ∙ 33,97 = 40,76 𝐴 (7) 
 Assim, a corrente nominal do fusível deve ser superior a 40,76 A, portanto 
será adotado o fusível de 50 A de corrente nominal. 
 De acordo com o catálogo dos fusíveis mostrado na Figura 10, o modelo 
adotado será: 
 
Figura 10 – Modelos de fusíveis NH. Fonte: Disponível em 
https://static.weg.net/medias/downloadcenter/h0a/h63/WEG-fusiveis-ar-e-gl-gg-
50009817-catalogo-portugues-br-dc.pdf . Acessado em 26/08/2023. 
 Poderão ser utilizados os modelos FNH000-50U, FNH00-50U, ou o FNH1-
50U. 
 
 
18 
 Os contatores são dimensionados pela corrente que devem suportar. No 
caso da chave de partida compensadora, as correntes devem ser 
𝐼𝐾1 ≥ 𝐼𝑛 = 33,97 𝐴 
𝐼𝐾2 ≥ 𝑡𝑎𝑝
2 ∙ 𝐼𝑛 = 0,65
2 ∙ 33,97 = 14,35 𝐴 
𝐼𝐾3 ≥ (𝑡𝑎𝑝 − 𝑡𝑎𝑝
2) ∙ 𝐼𝑛 = (0,65 − 0,65
2) ∙ 33,97 = 7,72 𝐴 
(8) 
 Levando em consideração o circuito de comando da Figura 4, o contator 
K1 deve possuir 2 contatos auxiliares NF e 1 contato NA, o contator K2 deve ter 
2 contatos auxiliares NA e o contator K3, deve possuir pelo menos 1 contato 
auxiliar NA e 1 contato NF, e considerando que a tensão de alimentação é de 24 
Vcc, os contatores escolhidos serão os mostrados na Figura 11. 
 
Figura 11 – Modelos de contatores. Fonte: Disponível em 
https://static.weg.net/medias/downloadcenter/hac/hb5/WEG-CWM-50051271-
catalogo-pt.pdf. Acessado em 26/08/2023. 
 
 
19 
 Portanto, os contatores serão o CWM40-22-30C34 para K1, o CWM18-
22-30C34 para o K2, e o CWM9-11-30C34 para o K3. 
 O relé de sobrecarga, deverá atuar quando o procedimento da partida já 
for realizado, e portanto, somente o contator K1 ficará energizado. Sendo assim, 
ao analisar o circuito de força da Figura 7, percebe-se que a corrente que 
passará pelo motor. Portanto a corrente de ajuste será 
𝐼𝑅𝑇 ≥ 𝐼𝑁 = 33,97 𝐴 
(9) 
 Pela análise dos modelos de relé de sobrecarga, será escolhido o 
mostrado na Figura 12. 
 
Figura 12 – Modelos de relés de sobrecarga. Fonte: Disponível em 
https://static.weg.net/medias/downloadcenter/h3f/h86/WEG-reles-de-
sobrecarga-termico-linha-rw-50042397-catalogo-portugues-br-dc.pdf. Acessado 
em 26/08/2023. 
 
 
20 
 O relé de sobrecarga escolhido é o RW67-1D3-U040. Ele possui uma 
faixa de ajuste adequada, bem como aceita um fusível máximo de 80 A, acima 
do fusível especificado com corrente nominal de 50 A 
 Por fim, o relé temporizador de retardo na energização escolhido deverá 
possuir um contato normalmente aberto-fechado, e possuir uma tensão de 
comando de 24 Vcc. Com base no catálogo o relé temporizador com retardo na 
energização escolhido, sabendo que de acordo com o enunciado o 
transformador ficará energizado por 10 segundos, será: 
 
Figura 14 – Modelos de contatores. Fonte: Disponível em 
https://static.weg.net/medias/downloadcenter/hac/hb5/WEG-CWM-50051271-
catalogo-pt.pdf. Acessado em 26/08/2023. 
 O modelo utilizado será o RTW-RE01-U030S-E26. Este foi escolhido 
porque os 10 segundos que devem ser ajustados nele ficarão o mais próximo do 
centro da faixa de ajuste deste modelo. Além disso, ele foi escolhido por possuir 
um contato auxiliar normalmente aberto-fechado, e a tensão de alimentação 
entre os terminais A1-A2, e A2-A3 é de 24 Vcc. 
 Assim, os componentes especificados para este acionamento são: 
• 3 fusíveis FNH000-50U, FNH00-50U ou FNH1-50U 
• 1 contator CWM40-22-30C34 
• 1 contator CWM18-22-30C34 
• 1 contator CWM9-11-30C34 
• 1 relé de sobrecarga RW67-1D3-U040 
• 1 relé temporizador RTW-RE01-U030S-E26 
 Caso se tratasse de uma chave compensadora com reversão no sentido 
de rotação, como mostrado na Figura 5 e na Figura 6, os contatores K1, K2 e 
 
 
21 
K4 devem ser projetados para suportar a corrente nominal do motor, e os 
contatores K3 e K5, conforme seus respectivos contatores da partida 
compensadora sem reversão no sentido de rotação. 
 Em relação o número de contatos auxiliares, de acordo com a Figura 6, o 
contator K1 necessitaria 2 contatos NA e 1 contato NF, assim como o contator 
K2. O contator K3 precisaria de 2 contatos NA, o contator K4 precisaria de 1 
contato NA e 2 contatos NF, e por fim o contator K5 precisaria de 1 contato NA 
e 1 contato NF. 
TEMA 5 – CARACTERÍSTICA DO TORQUE DE PARTIDA 
 O autotransformador utilizado na partida compensadora possui taps que 
diminuem a tensão de partida. Normalmente os taps possuem tensões de 50%, 
65% e 80%. Entretanto, nada impede que sejam utilizados transformadores com 
tensões diferentes destas. Cada tap utilizado, reduz a corrente de partida, e o 
torque de partida em uma determinada porcentagem 
• Tap em 50%, o torque de partida é 25% do torque de partida direta; 
• Tap em 65% o torque de partida é 42% do torque de partida direta; 
• Tap em 80% o torque de partida é 64% do torque de partida direta. 
 Este cálculo é feito da seguinte forma. Vamos tomar como exemplo o 
cálculo de levando em consideração que o tap está em 65% da tensão nominal. 
Portanto, da equação (10) tem-se 
𝑇 = 𝐾 ∙ (𝑡𝑎𝑝2) ∙ 𝑇𝑛 = 𝐾 ∙ (0,65
2) ∙ 𝑇𝑛 = 𝐾 ∙ 0,42 ∙ 𝑇𝑛 (10) 
Nota-se que háuma redução de 58% no torque, portanto o resultado é um torque 
de 42% do torque nominal. Este cálculo pode ser estendido para qualquer tensão 
do motor. Mesmo par uma tensão diferente das que foram mencionadas, é 
possível determinar a redução percentual do torque e consequentemente da 
corrente de partida do motor. 
 Além disso, o fato de o transformador operar somente durante a partida 
do motor, implica em ele não necessitar ter a potência nominal do motor, mas 
sim apenas alimentar o motor durante a partida. 
FINALIZANDO 
Esta aula teve como principal objetivo apresentar a chave de partida 
compensadora sem e com reversão no sentido de rotação. Foram apresentados 
 
 
22 
os circuitos de força e comando, além de explicar como é feita a especificação 
dos componentes de manobra e proteção. Ainda, foram apresentadas as 
características de correte e torque para esse tipo de partida. 
REFERÊNCIAS 
FRANCHI, C. M. Sistemas de Acionamento Elétrico. 1ª ed. São Paulo: Érica, 
2014. 
PETRUZZELA, F.D. Motores elétricos e acionamentos. Porto Alegre: AMGH, 
2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÁQUINAS E ACIONAMENTOS 
ELÉTRICOS 
AULA 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profa. Maria Aline Gonçalves 
 
 
CONVERSA INICIAL 
 Seja bem-vindo(a) à nossa última aula teórica nesta disciplina. Nas aulas 
anteriores, adquirimos conhecimento sobre o funcionamento dos motores de 
indução, seus principais componentes de acionamento e os métodos de partida 
utilizados. 
 Hoje, concluiremos o conteúdo planejado, encerrando assim este ciclo de 
aprendizagem teórica. 
 No primeiro tópico, estudamos a técnica de partida sequencial de motores 
elétricos com o uso de soft-starters, visando a economia de energia. Exploramos 
como essa abordagem possibilita a partida eficiente de vários motores, 
ressaltando a importância da escolha de motores com características 
semelhantes para simplificar os ajustes. 
 No segundo tópico, abordamos a frenagem por injeção de corrente 
contínua, esclarecendo como essa técnica interrompe o movimento de um motor 
após a desativação da corrente alternada. Discutimos a importância do projeto 
de retificadores adequados e sua aplicação, tanto em dispositivos eletrônicos 
quanto em sistemas personalizados de frenagem dinâmica. 
 No terceiro tópico, exploramos o conceito de potência elétrica e sua 
relação com trabalho e energia, bem como seu impacto nos motores trifásicos 
de indução. Investigamos a potência instantânea em circuitos de corrente 
alternada, compreendendo as potências ativa, reativa e complexa, além de como 
esses conceitos se conectam ao fator de potência. 
 Por fim, encerraremos a aula com a exploração dos métodos de correção 
de fator de potência e automação de bancos de capacitores. 
 Prepare-se para concluir este curso com um conhecimento sólido e 
prático sobre motores elétricos e suas aplicações. 
 
 
 
 
 
3 
TEMA 1 – CHAVE DE PARTIDA SEQUENCIAL 
 A ligação em partida sequencial, ou em cascata, é uma estratégia eficaz 
para reduzir o custo das partidas, pois permite que vários motores sejam 
acionados usando uma única soft-starter. Para realizar essa operação, um motor 
é iniciado individualmente, e uma vez concluída sua partida, a soft-starter 
alimenta-o com a tensão da rede elétrica. Após isso, a soft-starter fica pronta 
para iniciar a partida de outro motor. 
 A utilização de motores de mesma potência e características de carga é 
altamente recomendável pois possibilita a utilização dos mesmos ajustes para 
todos os motores, tornando a partida mais eficiente. No entanto, caso sejam 
utilizados motores com potências e/ou cargas diferentes, é necessário ajustar os 
parâmetros de cada motor separadamente. Isso pode ser feito por meio de 
entradas digitais ou através de redes de comunicação, como Devicenet, 
Profibus, RS 232, entre outras. A Figura 1, abaixo ilustra o diagrama trifilar desse 
tipo de ligação. 
 
Figura 1 – Ligação sequencial de motores com soft-starter. 
Fonte: Franchi, 2014. 
 
 
4 
 Para garantir o desempenho adequado desse sistema, a potência da soft-
starter deve ser, no mínimo, igual à potência nominal do maior dos motores a 
serem acionados em sequência. Se não houver pausa entre as partidas dos 
motores, a capacidade da soft-starter deve ser especificada com base na 
corrente eficaz resultante. A adaptação dos parâmetros para diferentes 
capacidades de motores e/ou cargas pode ser facilmente realizada por meio do 
software de comunicação da soft-starter, que permite o armazenamento de até 
três conjuntos diferentes de parâmetros. Além disso, a partida sequenciada pode 
ser aplicada a motores de pólos comutáveis em suas diversas rotações. 
 Para concluir, a partida sequencial de motores trifásicos é uma série de 
operações controladas por um sistema de comandos elétricos, que introduz dois 
ou mais motores em sequência no circuito. Esse tipo de partida pode ser 
realizado com o auxílio de relés temporizadores e comandos elétricos, 
proporcionando uma solução eficiente para acionar múltiplos motores de forma 
coordenada e econômica. 
 
TEMA 2 – FRENAGEM POR INJEÇÃO DE CORRENTE CONTÍNUA 
 A frenagem por injeção de corrente contínua, também conhecida como 
frenagem eletromagnética, é um método em que aplicamos corrente contínua 
aos enrolamentos fixos de um motor CA após desligar a corrente alternada. Isso 
transforma o motor em um eletroímã, interrompendo o movimento do rotor. 
 Esse método requer um conversor CA-CC (retificador) projetado com os 
limites de tensão e corrente do motor em mente para garantir que a corrente 
contínua aplicada seja forte o suficiente para parar o rotor, mas não tão forte a 
ponto de danificar os enrolamentos. Um diagrama trifilar de aplicação deste 
método de frenagem está ilustrado na Figura 2. 
 O transformador tem a função de ajustar a quantidade torque de frenagem 
aplicado ao motor. A tensão alternada é convertida em tensão contínua pelo 
retificador a diodos em ponte completa (identificado no diagrama da Figura 2). 
 
 
5 
 As bobinas M e B no bloco de acionamento do diagrama trifilar são 
intertravadas, para que os contatos de corrente alternada (M) e corrente contínua 
(B) no bloco de acionamento não sejam fechadas ao mesmo tempo. 
 Ao se pressionar o botão start, a bobina M e o timer TR são energizados, 
o contato M1 fecha para manter a corrente na bobina e o contato M2 abre 
cortando a alimentação de energia para a bobina B. O timer TR mantém-se 
fechado enquanto o motor está operando. 
 Quando o botão de stop é pressionado, a bobina M e o timer TR são 
desenergizados. A bobina do circuito de frenagem, B, é energizada pelo contato 
fechado do timer TR. Os contatos B do bloco de comando do diagrama fecham-
se para injetar corrente contínua no enrolamento do motor. A bobina B é 
desenergizada ao final do tempo do timer. 
 
 
Figura 2 – Diagrama trifilar de motor com frenagem por injeção de CC 
Fonte: Adaptado de Petruzella,2013. 
 
 Alguns dispositivos eletrônicos, como inversores de frequência, possuem 
essa função integrada e podem ser programados para parar o motor. Se desejar 
Retificador Transformador 
Bloco de comando 
Bloco de acionamento 
 
 
6 
criar um sistema de frenagem desse tipo com componentes eletrônicos 
adicionais, é aconselhável entrar em contato com o fabricante do motor para 
verificar a possibilidade de uso da frenagem dinâmica, considerando suas 
características elétricas. 
 
TEMA 3 – FATOR DE POTÊNCIA 
 O termo potência é diretamente relacionado a trabalho e energia, e 
veremos como ele está diretamente ligado ao rendimento de um motor trifásico 
de indução. Em nossa primeira aula, no tema 4, estudamos o rendimento de 
motores trifásicos de indução e entendemos que nem toda energia que é 
fornecida ao motor é transferida em forma de trabalho pelo eixo do outro lado 
devido as perdas que ocorrem no interior do equipamento.Sabemos também que o motor trifásico de indução transforma energia 
elétrica em energia mecânica. Vamos entender o processo do fluxo de potência 
e o que influencia para que parte da potência elétrica seja usada no processo de 
transformação, mas não seja convertida em potência mecânica de trabalho. 
 A fim de entendermos esse fenômeno, vamos antes estudar um pouco 
mais a fundo o sistema de corrente alternada, CA, e seus sinais senoidais que 
alimentam o motor. 
3.1 Potência instantânea 
A potência instantânea em um circuito de corrente alternada é uma 
medida da taxa na qual a energia está sendo transferida ou consumida em um 
dado momento, sua unidade de medida é o Watt (W). Em um circuito CA, a 
corrente e a tensão variam com o tempo, geralmente seguindo uma forma de 
onda senoidal. A potência instantânea, 𝑝(𝑡), em um instante de tempo t, pode 
ser calculada multiplicando a corrente instantânea, 𝑖(𝑡), pela tensão instantânea, 
𝑣(𝑡), naquele momento específico: 
 
𝑝(𝑡) = 𝑣(𝑡) ∙ 𝑖(𝑡) 
[1] 
 
Onde: 
𝑣(𝑡) = 𝑉𝑚á𝑥 ∙ 𝑐𝑜𝑠(𝜔𝑡 + 𝜃); 
 
 
7 
𝑖(𝑡) = 𝐼𝑚á𝑥 ∙ 𝑐𝑜𝑠(𝜔𝑡 + 𝛿) = 𝐼𝑚á𝑥 ∙ 𝑐𝑜𝑠(𝜔𝑡 + 𝜃 − ∅) ; 
sendo ∅ = 𝜃 − 𝛿, a defasagem entre o sinal de tensão e o sinal de 
corrente. 
 
Figura 3 - Potência instantânea com tensão e corrente. Fonte: Mohan, 2015. 
 
 A Figura 3 ilustra os gráficos de potência instantânea resultante para duas 
cargas diferentes, (a) e (b), a linha cheia representa os valores de tensão, 𝑣(𝑡), 
a linha pontilhada representa os valores de corrente, 𝑖(𝑡), e a linha pontilhada 
representa os valores de potência, 𝑝(𝑡), ao longo do tempo. 
 A Figura 3(a) plota o gráfico de potência, 𝑝(𝑡), de uma carga em que a 
tensão 𝑣(𝑡), e a corrente, 𝑖(𝑡), estão em fase, ou seja, ambas são positivas ou 
negativas no mesmo intervalo de tempo durante todo o período. Nesta condição, 
o produto entre 𝑣(𝑡) e 𝑖(𝑡) é sempre positivo. Note que toda a área sob a curva 
de potência (linha tracejada) fica na região superior e positiva do gráfico. 
 A Figura 3(b) plota o gráfico de potência, 𝑝(𝑡), de uma carga onde verifica-
se que em determinado instante de tempo a tensão, 𝑣(𝑡) é positiva enquanto a 
corrente, 𝑖(𝑡), é negativa, ou seja, 𝑣(𝑡) e 𝑖(𝑡) estão defasadas. Nesta condição 
haverá um atraso caracterizado pelo ângulo de fase ∅, e haverá uma parte do 
produto entre 𝑣(𝑡) e 𝑖(𝑡) que resultará negativo. Note que uma parte da área da 
curva de potência fica na região inferior do gráfico. 
 
3.2 Potência ativa e potência reativa 
 Analisando os dois gráficos verificamos que a corrente e a tensão 
alternadas são grandezas senoidais e que a potência instantânea varia ao longo 
 
 
8 
do ciclo da onda, atingindo valores máximos e mínimos em diferentes pontos. 
Portanto, para calcular a potência média ao longo de um ciclo completo da onda 
senoidal, você pode usar o conceito de integração da área sob a curva da 
senoide. 
 A onda senoidal é simétrica e periódica, com um período T. A potência 
média (ou potência ativa), 𝑝𝑚é𝑑𝑖𝑎(𝑡), ao longo de um ciclo completo da onda 
senoidal é medida em Watts (W) e é dada por: 
 
𝑝𝑚é𝑑𝑖𝑎(𝑡) =
1
𝑇
∫ 𝑝(𝑡)
𝑇
0
𝑑𝑡 
ou 
 P=𝑉. 𝐼𝑐𝑜𝑠(∅) 
[2] 
 
 Onde 𝑝(𝑡)é a potência instantânea em um ponto qualquer do ciclo e a 
integral está sendo calculada ao longo de um período completo da onda 
senoidal. 
 A parte negativa da potência que aparece no gráfico da Figura 2(a) é 
chamada de potência reativa, 𝑄, é definida pelo valor de pico da potência reativa 
instantânea, sua unidade de medida é o Volt-Ampére (VAr) reativo, e pode ser 
expressa através da equação: 
 
Q = 𝑉. 𝐼𝑠𝑒𝑛(∅) 
[3] 
 
3.3 Potência complexa 
 A potência complexa, ou potência aparente, S, é a potência total fornecida 
ao sistema, seu valor é calculado através da soma da potência ativa e da 
potência reativa. Sua unidade de medida é o Volt-Ampére (VA). 
 A potência complexa é definida na forma fasorial, através do produto entre 
o fasor da tensão pelo complexo conjugado do fasor da corrente. Ou seja, é um 
número complexo representado da seguinte forma: 
 
𝑆 = 𝑃 + 𝑗𝑄 
[4] 
 
 
9 
 
 Onde a potência ativa, P, é a parte real e a potência reativa, Q, é a parte 
imaginária, conforme pode ser observado na Figura 4. 
 
Figura 4- Triângulo de Potências. Fonte: Mohan, 2015. 
 
 Substituindo as Equações 2 e 3 na Equação 4, obtemos: 
 
𝑆 = 𝑉. 𝐼 𝑐𝑜𝑠(∅) + 𝑗 [𝑉. 𝐼 𝑠𝑒𝑛(∅)] 
 
rearranjando a Equação 5: 
[5] 
 
𝑆 = 𝑉. 𝐼 [𝑐𝑜𝑠(∅) + 𝑗 𝑠𝑒𝑛(∅)] ou S= 𝑉. 𝐼∠∅ 
 
[6] 
 Analisando o triângulo de potência da Figura 3, por trigonometria obtemos 
o valor da magnitude de S, em módulo: 
 
|𝑆| = √𝑃2 + 𝑄2 
[7] 
e 
 
∅ = tan−1 (
𝑄
𝑃
) 
 
[8] 
 
Interpretando o triângulo de potência na Figura 3 e considerando a equação 
apresentada, podemos discernir os seguintes conceitos: 
• Potência Aparente (S): Essa é a quantidade total de potência 
fornecida ao motor. 
• Potência Ativa (P): Ela representa a potência real transformada em 
trabalho útil. 
 
 
10 
• Potência Reativa (Q): Essa é a potência utilizada na conversão de 
energia, mas não diretamente utilizada para executar trabalho 
mecânico. 
 Observação importante: Se o ângulo de defasagem (φ) se aproxima de 
zero, a potência ativa (P) se torna mais próxima da potência aparente (S), 
resultando em um motor mais eficiente. 
 O Fator de Potência (FP) é uma medida adimensional que indica quanto 
da potência aparente (S) está sendo usada como potência ativa (P) pelo motor. 
Em outras palavras, é a relação direta entre a potência de saída (potência ativa, 
P) e a potência de entrada (potência aparente, S). Matematicamente, o fator de 
potência (FP) está relacionado ao ângulo de defasagem (∅) e pode ser expresso 
da seguinte maneira: 
 
𝐹𝑃 =
𝑃
|𝑆|
=
𝑃
𝑉𝐼
= 𝑐𝑜𝑠(∅) 
 
[8] 
 Em um cenário ideal, a potência reativa, Q, deve ser zero e o fator de 
potência, FP, igualar-se a um, garantindo que o motor absorva toda a potência 
fornecida sem perdas no processo de conversão de energia elétrica em 
mecânica. 
3.4 Fator de potência em circuitos trifásicos 
 Vimos anteriormente a análise de potência em circuitos monofásicos, 
agora iremos abordar esta mesma análise para circuitos trifásicos. Para circuitos 
trifásicos balanceados em regime permanente senoidal, a potência ativa 
absorvida e reativa para cada uma das fases são as mesmas de uma carga 
monofásica. Ou seja: 
 
𝑃3ϕ = 3. 𝑃1𝜙 = 3𝑉𝐼. 𝑐𝑜𝑠(∅) 
[9] 
 
𝑄3ϕ = 3. 𝑄1𝜙 = 3𝑉𝐼. 𝑠𝑒𝑛(∅) 
[10] 
onde: 
3ϕ: valor trifásico e 1ϕ: valor por fase 
 Portanto a potência aparente total em Volta-Ampéres será: 
 [11] 
 
 
11 
|𝑆3ϕ| = 3. |𝑆1ϕ| = 3𝑉𝐼 
 
 e o fator de potência de um sistema trifásico é: 
 
𝐹𝑃 =
𝑃3ϕ
|𝑆3ϕ|
=
3𝑉𝐼. 𝑐𝑜𝑠(∅)
3𝑉𝐼
 = 𝑐𝑜𝑠(∅) 
 
[12] 
 
TEMA 4 – CORREÇÃO DE FATOR DE POTÊNCIA 
 Até este ponto, já compreendemos que o fator de potência, FP, de um 
motor é determinado pelo ângulo de diferença de fase entre a tensão e a 
corrente, (∅), e é o resultado de cos(∅). Esse valor desempenha um papel 
fundamental na avaliação do consumo de energia de um motor, sendo 
particularmente relevante no contexto das bombas. 
 No cenário de bombas equipadas com motores de corrente alternada 
convencionais, é possível calcular a potência absorvida por meio da medição da 
tensão de entrada e da corrente de entrada, juntamente com a leitura do valor 
de cos(∅), ou FP, na placa de especificações do motor, sob carga máxima, 
conforme destacado na Figura 5. 
 Na prática, um FP igual a 0,8 indica que 80% da potência fornecida ao 
motor (potência aparente) está sendo convertida em potência útil de trabalho 
(potência ativa). Um baixo fator de potência pode ser causado por cargas 
indutivas, transformadores e motores operando com pouca ou nenhumacarga, 
ou por um excesso de cargas capacitivas no sistema. Como resultado, um baixo 
fator de potência pode resultar em perdas devido ao efeito Joule causado pela 
circulação de potência reativa no sistema, redução da eficiência dos 
transformadores, aquecimento dos condutores e, finalmente, em contas de 
energia mais elevadas. 
 
 
12 
 
Figura 5 – Placa de identificação de um motor de indução trifásico. Fonte: 
http://resumosparaengenheiros.blogspot.com/2017/12/dados-da-placa-do-motor-motores.html. 
Acessado em 29/07/2020. 
4.1 Métodos de correção do fator de potência 
 As concessionárias de energia também preferem que as cargas 
consumam potência com um fator de potência valor unitário, de forma a 
minimizar a corrente necessária para uma determinada potência, reduzindo 
assim as perdas por resistência nas linhas de transmissão, distribuição e outros 
componentes. 
 O fator de potência pode ser ajustado através da implementação de 
medidas. A primeira, utilizada para cargas lineares, é modificar a rotina 
operacional, desligando os motores que estão operando em vazio e otimizando 
a utilização de energia elétrica de maneira racional para outras cargas como 
iluminação, por exemplo. Quando o sistema estiver operando com carga leve, 
analisar a possibilidade de desligar transformadores e manter apenas um 
energizado. 
 Outra forma de melhorar o fator de potência pode ser alcançada por meio 
da compensação ou anulação da potência reativa consumida pela carga, através 
da conexão de uma reatância em paralelo que absorve a mesma quantidade de 
potência reativa, mas com polaridade oposta. É comum a utilização de banco de 
capacitores para absorver a energia reativa, o que está diretamente relacionado 
às características dos capacitores. 
http://resumosparaengenheiros.blogspot.com/2017/12/dados-da-placa-do-motor-motores.html
 
 
13 
 
4.2 Características dos Capacitores 
Capacitores são componentes eletrônicos passivos usados em circuitos 
elétricos e eletrônicos para armazenar e liberar energia elétrica de maneira 
controlada. Eles consistem em dois condutores (ou placas) separados por um 
material isolante chamado dielétrico. As placas condutoras estão em contato 
com fios ou terminais que permitem sua conexão a um circuito elétrico, conforme 
ilustrado no diagrama esquemático da Figura 6. Essa capacidade de 
armazenamento e liberação controlada de energia elétrica oferecida pelos 
capacitores desempenha um papel fundamental na correção do fator de 
potência. 
 
Figura 6 – Diagrama esquemático de um capacitor conectado a uma fonte de tensão. Fonte: 
shutterstck 1952904196. 
 
A principal função de um capacitor é armazenar carga elétrica em suas 
placas, criando um campo elétrico entre elas devido à diferença de potencial 
(tensão) aplicada. O dielétrico entre as placas impede a passagem de corrente 
elétrica direta entre elas, mas permite o acúmulo de carga em suas superfícies. 
A Figura 7 ilustra a imagens de capacitores comumente utilizados em média e 
baixa tensão. 
Quando um capacitor é carregado, ele armazena energia na forma de 
cargas opostas nas placas, criando uma diferença de potencial entre elas. Essa 
energia pode ser liberada posteriormente quando o capacitor é descarregado. A 
capacidade de armazenamento de carga de um capacitor é medida em Farads 
(F), e a tensão máxima que um capacitor pode suportar é especificada como sua 
tensão nominal. 
 
 
14 
 
 
Figura 7 – (a)Capacitores utilizado em subestações de média tensão. (b)Capacitores utilizados 
em instalações de baixa tensão. Fonte: FILHO, 2023. 
 
4.3 Especificação de Capacitores 
Ao contrário de outros componentes, os capacitores são caracterizados 
pela sua potência nominal reativa, medida em Quilo Volt-Ampére Reativo (kVar). 
Esse valor de potência nominal reativa está intrinsecamente ligado à quantidade 
de potência reativa em KVAr que o capacitor absorve do sistema quando 
submetido a uma tensão e frequência nominais, a uma temperatura ambiente 
não superior a 20ºC. A potência nominal do capacitor pode ser determinada 
utilizando a Equação 13: 
 
𝑃𝑐 =
2𝜋𝑓 ∙ 𝑉𝑛
2 ∙ 𝐶
1000
 
 
[13] 
Onde: 
𝑃𝑐: potência do capacitor [kVAr]; 
f: frequência nominal [Hz]; 
𝑉𝑛:tensão nominal [kV]; 
C: capacitância [µF]. 
 
Observe que a potência nominal guarda uma relação direta com a 
frequência de operação. Em geral, os capacitores operam a uma frequência de 
60Hz, sendo necessário especificar o valor apropriado quando utilizados em 
outras frequências. 
(a) 
 
(b) 
 
 
 
15 
Os capacitores são tipicamente produzidos com valores de tensão 
nominal que correspondem à tensão do sistema entre fases ou entre fase e 
neutro, dependendo se são destinados a unidades trifásicas ou monofásicas, 
respectivamente. 
Isso significa que, se estivermos lidando com um sistema trifásico, os 
capacitores serão projetados para operar de forma segura e eficaz na tensão 
entre as fases desse sistema. Em sistemas monofásicos, os capacitores serão 
projetados para funcionar com a tensão entre a fase e o neutro. 
Essa correspondência entre a tensão nominal dos capacitores e a tensão 
do sistema é crucial para garantir que eles desempenhem seu papel 
corretamente, absorvendo energia reativa e melhorando o fator de potência sem 
sofrer danos devido a sobretensões. 
 
4.3 Bancos de capacitores 
Conforme vimos acima, capacitores podem absorver a potência reativa de 
um sistema, portanto, bancos de capacitores permitem uma correção 
significativa do fator de potência e normalmente é utilizado em instalações com 
grande número de cargas e potências diferentes em regime de funcionamento 
pouco uniformes. Além disso, as concessionárias de eletricidade também usam 
capacitores em suas redes para evitar perdas de energia e manter a tensão 
estável. 
Quando uma empresa instala capacitores, basicamente está adicionando 
uma fonte de energia extra que ajuda a manter as máquinas funcionando bem. 
Isso significa que não precisam depender tanto da energia que recebem da 
empresa de eletricidade, o que é bom porque, caso contrário, a empresa de 
eletricidade poderia cobrar mais caro por fornecer essa energia extra. Desta 
forma os capacitores ajudam a economizar energia e evitar custos extras e 
multas com eletricidade. 
Bancos de capacitores, Figura 8, podem ser classificados como fixos ou 
controlados. Os bancos de capacitores fixos são destinados a cargas que 
permanecem constantes ou variam apenas ligeiramente durante o dia. A 
 
 
16 
potência capacitiva pode ser determinada usando um dos dois métodos: o 
método analítico ou o método gráfico. 
 
Figura 8 – (a)Banco de capacitores instalado em baixa tensão subestações de média 
tensão. (b)Banco de capacitores instalado em subestação de média tensão. Fonte: Shutterstock: 
1841348680 e 1101821852. 
O método analítico se baseia no uso do triângulo de potências, ilustrado 
na Figura 9. A potência ativa, representada pela linha verde sólida, é a única que 
não se altera. As linhas tracejadas indicam os valores iniciais do sistema, sem a 
correção do fator de potência. 𝑃 é potência ativa em kW, ∅1é o ângulo do fator 
de potência inicial, ∅2 é o ângulo do fator de potência desejado, 𝑄1 é apotência 
reativa inicial em kVAr, 𝑄2 é a potência reativa desejada em kVAr, 𝑆1 é a potência 
aparente inicial em kVA, 𝑆2 é a potência aparente desejada em kVA e 𝑃𝑐 é a 
potência capacitiva a ser instalada para corrigir o fator de potência ao valor 
desejado. 
 
Analisando a figura 6, verificamos que a potência capacitiva, 𝑃𝑐, pode ser 
calculada aplicando-se relações trigonométricas que resultam na Equação 14: 
 𝑃𝑐 = 𝑃 ∙ (𝑡𝑔(∅1) − 𝑡𝑔(∅2)) [14] 
Onde: 
𝑃: potência ativa [kW]; 
∅1: ângulo do fator de potência inicial; 
∅2: ângulo do fator de potência desejado 
 
(a) 
 
(b) 
 
 
 
17 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 9 – Banco de capacitoresinstalado por grupo de acionamento. Fonte: A Autora, 2023. 
 
Vamos analisar o triângulo de potências antes e depois do cálculo da 
potência capacitiva, 𝑃𝑐. A potência ativa (representada pela linha sólida verde) 
permanece constante. As linhas tracejadas indicam os valores iniciais do 
sistema. Para manter a potência ativa, P, constante, determinamos o fator de 
potência desejado e, usando relações trigonométricas, calculamos a potência 
reativa desejada, 𝑄2. Em seguida, subtraindo a potência reativa inicial, 𝑄1, do 
valor desejado, 𝑄2, encontramos a quantidade de capacitores necessários para 
atingir o fator de potência desejado. 
Outro método para se determinar o valor de potência capacitiva para se 
corrigir o fator de potência é o metodo gráfico, apresentado na Figura 10. As 
escalas de potência ou consumo de energia ativa e reativa podem ser ajustadas 
por qualquer valor arbitrário, preferencialmente um múltiplo de 10. Se você 
conhece o fator de potência original, 𝐹𝑃1, e deseja corrigi-lo para um valor 𝐹𝑃2, 
basta determinar a demanda de energia ativa em kW, cruzar o gráfico passando 
pelo valor correspondente a 𝐹𝑃1 na linha central e o valor da demanda de 
energia reativa correspondente, 𝑄1 no eixo oposto em kVAr. Usando o mesmo 
valor da demanda de energia ativa, localize no gráfico a demanda de energia 
reativa correspondente a 𝐹𝑃2, que é 𝑄2. A diferença entre 𝑄1 e 𝑄2 na escala de 
potência reativa representa a potência necessária dos capacitores. 
∅1 𝑄2
𝑆2
∅2
𝑆1
𝑃
𝑃𝑐
𝑄1
 
 
18 
 
Figura 10 – Gráfico para determinar potência capacitiva para correção do fator de potência. 
Fonte: FILHO,2023. 
 
Exemplo de cálculo de potência capacitiva para correção do fator de 
potência: 
Vamos determinar a potência capacitiva necessária de uma unidade 
industrial que possui fator de potência 0,78 e deseja-se corrigi-lo para 0,92. a 
demanda é linear ao longo do dia permanece em torno de 340KW. 
Resolução: utilizando a Equação 14, temos: 
𝑃𝑐 = 340 ∙ (𝑡𝑔(38,74) − 𝑡𝑔(23,07)) 
𝑃𝑐 = 128kVAr 
 
 
 
19 
Os capacitores podem ser instalados em série ou paralelo. Na 
ligação em série, os capacitores podem ser ligados em triângulo ou 
estrela, conforme ilustrado na Figura 11, abaixo. 
 
 
Figura 11 – (a)Capacitores ligados em triângulo série. (b)Capacitores ligados em estrela série. 
Fonte: FILHO,2023. 
 
Na topologia em paralelo, os capacitores também podem ser ligados nas 
configurações triângulo ou estrela. Conforme ilustrado na Figura 12, abaixo. 
 
 
 
Figura 12 – (a)Capacitores ligados em triângulo paralelo. (b)Capacitores ligados em estrela 
paralelo. Fonte: FILHO,2023. 
 
Os bancos de capacitores podem ser instalados diretamente nos 
terminais da carga que se deseja corrigir o fator de potência. Especificamente 
para motores de indução, a potência do banco de capacitores deve ser 
dimensionado obedecendo o limite de 90% da potência absorvida pelo motor em 
operação sem carga, que pode ser determinada pela corrente em vazio. 
A Figura 12 ilustra o diagrama esquemático de uma ligação de um banco 
de capacitores a um motor que possui chave de partida direta. O banco de 
capacitores está instalado entre o contator de manobra e o relé térmico de 
proteção. 
(a) 
 
(b) 
 
(a) 
 
(b) 
 
 
 
20 
Outro exemplo de aplicação de bancos de capacitores diretamente 
ligados à carga, é a instalação em motores com chave de partida estrela-
triângulo. Os capacitores estão instalados logo após o contator de manobra e 
antes do relé térmico de proteção. 
 
 
Figura 13 – Capacitores instalados em motor de indução trifásico com chave de partida direta. 
Fonte: FILHO,2023. 
 
 
Figura 13 – Capacitores instalados em motor de indução trifásico com chave de partida estrela 
triângulo. Fonte: FILHO,2023. 
 
TEMA 5 – AUTOMAÇÃO DE BANCO DE CAPACITORES 
Bancos automáticos de capacitores são normalmente utilizados em 
instalações que possuem uma variação significativa da carga reativa durante o 
dia e precisam manter o fator de potência dentro uma faixa estreita de valor. A 
 
 
21 
determinação do valor da potência capacitiva necessária para corrigir o fator de 
potência baseia-se nos mesmos métodos já estudados até aqui, porém avalia-
se a capacidade do banco de acordo com a variação da demanda durante o ciclo 
de carga da instalação. 
Deve-se levar em consideração que existem limitações e recomendações 
para a automatização de bancos de capacitores. A potência capacitiva a ser 
chaveada por estágio do controlador não deve ultrapassar os 15kVAr para 
sistemas trifásicos 220V e 25kVAr para sistemas de 380/440V a fim de prevenir 
correntes de surto que podem ocorrer durante o processo de energização das 
células capacitivas. 
 O capacitor deve ser dimensionado com a metade da potência máxima a 
ser manobrada para que seja possível realizar o ajuste fino do fator de potência. 
A utilização de controladores que realizam a varredura das unidades chaveadas 
permite uma inserção mais concatenada. 
 
FINALIZANDO 
Nesta aula, exploramos diversos tópicos relacionados à partida 
sequencial de motores, frenagem por injeção de corrente contínua, fator de 
potência e correção do fator de potência, bem como a automação de bancos de 
capacitores. 
No primeiro tema, discutimos a estratégia de partida sequencial, que 
permite acionar vários motores usando uma única soft-starter. Destacamos a 
importância de usar motores de mesma potência e características de carga para 
tornar a partida mais eficiente. 
No segundo tema, abordamos a frenagem por injeção de corrente 
contínua, que envolve a aplicação de corrente contínua para interromper o 
movimento do rotor do motor CA. Destacamos a necessidade de projetar o 
retificador com limites adequados de tensão e corrente para garantir uma 
frenagem segura. 
No terceiro tema, exploramos o conceito de fator de potência e sua 
importância na eficiência de motores trifásicos de indução. Introduzimos a 
 
 
22 
potência instantânea em circuitos de corrente alternada e explicamos os 
conceitos de potência ativa, potência reativa e potência complexa. 
No quarto tema, aprofundamos a correção do fator de potência, 
destacando os métodos para melhorar o fator de potência, como a adição de 
bancos de capacitores. Exploramos as características dos capacitores e como 
especificá-los corretamente. Também discutimos os métodos analíticos e 
gráficos para determinar a potência capacitiva necessária para correção do fator 
de potência. 
Por fim, no quinto tema, falamos sobre a automação de bancos de 
capacitores, especialmente em instalações com variações significativas na carga 
reativa. Destacamos as limitações e recomendações para a automação desses 
bancos, incluindo o dimensionamento adequado dos capacitores e a prevenção 
de correntes de surto. 
Esses conceitos são fundamentais para o entendimento e a operação 
eficiente de sistemas elétricos industriais, contribuindo para a otimização do 
consumo de energia e o desempenho adequado de motores e equipamentos 
elétricos. 
 
REFERÊNCIAS 
FILHO, João M. Instalações Elétricas Industriais. Grupo GEN, 2023. E-book. 
ISBN 9788521638643. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521638643/. 
FRANCHI, Claiton M. Sistemas de Acionamento Elétrico. Editora Saraiva, 
2014. E-book. ISBN 9788536520292. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536520292/. 
MOHAN, Ned. Máquinas Elétricas e Acionamentos - Curso Introdutório. Grupo 
GEN, 2015. E-book. ISBN 978-85-216-2835-4. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-216-2835-4/. 
Acesso em: 10 set. 2023. 
PETRUZZELA, F. D. Motores elétricos e acionamentos. Porto Alegre: AMGH, 
2013. 
 
	AULA 2
	Conversa inicial
	TEMA 1 – LÓGICA DE CONTATOS
	1.1 Contatos normalmente aberto (NA) e normalmente fechado (NF)
	1.2 Operação lógica AND1.3 Operação lógica OR
	1.4 Operação lógica NOT
	1.5 Operação lógica NAND e NOR
	1.6 Contatos de selo
	1.7 Contato de intertravamento
	TEMA 2 – DISPOSITIVOS DE ACIONAMENTO
	2.1 Botoeiras
	2.2 Contatores
	TEMA 3 – DISPOSITIVOS DE MANOBRA
	3.1 Chave rotativa
	3.2 Disjuntor-motor
	TEMA 4 – DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO
	4.1 Fusíveis
	Na partida de um motor elétrico, se não for usado um dispositivo de partida suave, a corrente drenada pode chegar de 8 a 10 vezes a corrente nominal. Em função disso, a atuação dos fusíveis não pode ser muito rápida.
	4.2 Relé de sobrecarga
	TEMA 5 – DISPOSITIVOS AUXILIARES
	5.1 Temporizadores
	5.2 Sinalizadores
	FINALIZANDO
	REFERÊNCIAS
	AULA 3
	Conversa inicial
	TEMA 1 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO
	1.1 Alternativas
	TEMA 2 – CHAVE DE PARTIDA DIRETA
	1.1 Circuito de força
	1.2 Circuito de comando
	TEMA 2 – CHAVE DE PARTIDA DIRETA COM REVERSÃO NO SENTIDO DE ROTAÇÃO
	2.2 Circuito de força
	2.2 Circuito de comando
	TEMA 4 – DIMENSIONAMENTO DE DISPOSITIVOS DE MANOBRA E PROTEÇÃO
	4.1 Dimensionamento de contatores
	4.2 Dimensionamento de relés de sobrecarga
	4.3 Dimensionamento de fusíveis
	4.4 Dimensionamento de disjuntor-motor
	TEMA 5 – CARACTERÍSTICA DO TORQUE DE PARTIDA
	5.1 Torque na partida direta
	FINALIZANDO
	REFERÊNCIAS

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