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Aula 2 - Gestão de águas pluviais e drenagem pluvial Prof. Dr. Rafael Pedrollo de Paes Eng. Sanitarista e Ambiental – FAET – UFMT MSc. Eng. Hidráulica e Saneamento – EESC – USP Dr. Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos – UFMG Drenagem e manejo das águas pluviais urbanas • BRASIL, 2007. Lei de Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico. Lei Federal 11445/2007. • BRASIL, 2020. Marco Legal do Saneamento Básico. Lei Federal 14026/2020. Constituídos pelas atividades, infraestrutura e instalações operacionais de drenagem de águas pluviais, transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas, contempladas a limpeza e a fiscalização preventiva das redes • Manejo de águas pluviais: Medidas para minimizar os danos e os riscos a que estão expostos a população. • Sistema de drenagem: conjunto de infraestrutura para realizar a coleta, o transporte e o lançamento final das águas superficiais. Manejo das águas pluviais urbanas x Drenagem Importância rural • Proteger o corpo estradal (rodovia) • Garantir a aeração do solo na zona radicular • Controle de erosão • Controle de salinidade • Aumento da produtividade • Incorporação de novas áreas agrícolas • Reduzir a exposição da população, das propriedades e da infraestrutura ao risco de alagamentos e inundações • Preservar as várzeas não urbanizadas para minimizar as interferências do escoamento Importância urbana A enchente é fenômeno natural do regime de qualquer corpo hídrico. Todos os rios têm sua área de inundação. Geralmente, as inundações passam a ser um problema para o homem quando este deixa de respeitar os limites naturais dos rios, ocupando suas áreas marginais. E o alagamento? O que o diferencia da enchente e da inundação? Cuiabá, 1974 Conceitos fundamentais Principais dificuldades relacionadas à gestão de águas pluviais e drenagem Principais dificuldades relacionadas à gestão de águas pluviais e drenagem 1. Chuvas intensas 2. Crescimento desordenado 3. Desmatamento e erosão do solo 4. Impermeabilização de superfícies 5. Assoreamento de canais 6. Deficiência da rede de esgotos – favorece ligações clandestinas à rede pluvial 7. Deficiência da coleta de lixo e limpeza pública – pode causar o entupimento das tubulações 8. Comportamento indisciplinado da população 9. Ocupação de áreas ribeirinhas e áreas de inundação natural 10. Aspectos econômicos 11. Ineficácia de políticas públicas A redução eficiente dos riscos de alagamento, inundação e poluição requer intervenções integradas em toda a bacia hidrográfica: Nos lotesNos lotes Nas áreas públicas: sistema viário, praças Nas áreas públicas: sistema viário, praças No sistema de microdrenagem No sistema de microdrenagem No sistema de macrodrenagem Rios, canais e lagosRios, canais e lagos # % $ #S #Y r R io C ox ip ó 0 51 16 47 24 29 57 7 38 28 1723 59 22 20 10 27 40 21 26 50 32 45 31 18 55 30 34 35 54 46 6 53 1 4 2512 56 4841 36 8 5 9 2 3 600000 600000 608000 608000 8 27 20 00 8 27 20 00 8 28 00 00 8 28 00 00 3 0 3 6 km N Lim ite da bacia do Rio Cox ipó 32- REC AN TO DOS PÁSSAROS 33- JAR DIM D AS PALMEIR AS 34- CPA 35- PEDRA 90 36- PARAÍSO 38- MORAD A D O OUR O 39- BELA VISTA 4- JAR DIM PASSARED O 40- JAR DIM ITÁLIA 41- CAR UMBÉ 42- SÃO ROQU E 43- RES. SANTA INÊS 44- RES. SÃO C ARLOS 45- MORAD A D OS NOBRES 46- JOR DÃO 47- SANTA CR UZ 48- JAR DIM ELD OR ADO 49- SOL NASC ENTE 5- NOSSA SEN HORA APAR ECIDA 50- NOVO M ATO GR OSSO 51- MORAD A D A SERR A 52- JAR DIM C UIABÁ 53- RES. ITAMARATY 54- PLANALTO 55- PRIMEIR O D E MARÇO 56- NOVO H ORIZONT E 57- TR ES BARR AS 59- LAGOA AZU L 6- COOPHEM A 7- NOVA ESPER ANÇA 8- JAR DIM GR AMADO 9 -VISTA ALEGRE 0 - ÁR EA DE EXPANSÃO 1- SÃO GONÇALO B R IO 10- TIJU CAL 11- PRAEIR IN HO 12- JAR DIM SH ANGRI-LÁ 13- JAR DIM C ALIFÓR NIA 14- UFMT 15- JAR DIM IND USTR IÁR IO 16- PASCOAL R AM OS 17- SÃO SEBASTIÃO 18- SANTA LAURA 19- JAR DIM FORTALEZA 2- JAR DIM C OMODOR O 20- OSMAR CABRAL 21- BOA ESPERANÇA 22- SÃO JOÃO DEL R EY 23- SÃO JOSÉ 24- ALTOS D O C OXIPÓ 25- JAR DIM D OS IPÊS Bairros 26- PARQUE OHARA 27- JAR DIM IMPERIAL 28- JAR DIM U NIVER SITÁRIO 29- COXIPÓ 3- JAR DIM PASSARED O 30- CAC HOEIR A DAS GARÇAS 31- BELA MAR INA Rio C oxipó Estações de Monitoram ento # P1 - R io C ox ipó-Horto Flores tal % P2 - C orrego Moinho - Estrada $ P3 - C orrego Moinho - Bairro #S P4 - R io C ox ipó Fazenda Rosada #Y P5 - Córrego Cas telhano r P6 - R io C ox ipó - Ponte de Ferro Hidrografia # % $ #S #Y r R io C ox ip ó 0 51 16 47 24 29 57 7 38 28 1723 59 22 20 10 27 40 21 26 50 32 45 31 18 55 30 34 35 54 46 6 53 1 4 2512 56 4841 36 8 5 9 2 3 600000 600000 608000 608000 8 27 20 00 8 27 20 00 8 28 00 00 8 28 00 00 3 0 3 6 km N Lim ite da bacia do Rio Cox ipó 32- REC AN TO DOS PÁSSAROS 33- JAR DIM D AS PALMEIR AS 34- CPA 35- PEDRA 90 36- PARAÍSO 38- MORAD A D O OUR O 39- BELA VISTA 4- JAR DIM PASSARED O 40- JAR DIM ITÁLIA 41- CAR UMBÉ 42- SÃO ROQU E 43- RES. SANTA INÊS 44- RES. SÃO C ARLOS 45- MORAD A D OS NOBRES 46- JOR DÃO 47- SANTA CR UZ 48- JAR DIM ELD OR ADO 49- SOL NASC ENTE 5- NOSSA SEN HORA APAR ECIDA 50- NOVO M ATO GR OSSO 51- MORAD A D A SERR A 52- JAR DIM C UIABÁ 53- RES. ITAMARATY 54- PLANALTO 55- PRIMEIR O D E MARÇO 56- NOVO H ORIZONT E 57- TR ES BARR AS 59- LAGOA AZU L 6- COOPHEM A 7- NOVA ESPER ANÇA 8- JAR DIM GR AMADO 9 -VISTA ALEGRE 0 - ÁR EA DE EXPANSÃO 1- SÃO GONÇALO B R IO 10- TIJU CAL 11- PRAEIR IN HO 12- JAR DIM SH ANGRI-LÁ 13- JAR DIM C ALIFÓR NIA 14- UFMT 15- JAR DIM IND USTR IÁR IO 16- PASCOAL R AM OS 17- SÃO SEBASTIÃO 18- SANTA LAURA 19- JAR DIM FORTALEZA 2- JAR DIM C OMODOR O 20- OSMAR CABRAL 21- BOA ESPERANÇA 22- SÃO JOÃO DEL R EY 23- SÃO JOSÉ 24- ALTOS D O C OXIPÓ 25- JAR DIM D OS IPÊS Bairros 26- PARQUE OHARA 27- JAR DIM IMPERIAL 28- JAR DIM U NIVER SITÁRIO 29- COXIPÓ 3- JAR DIM PASSARED O 30- CAC HOEIR A DAS GARÇAS 31- BELA MAR INA Rio C oxipó Estações de Monitoram ento # P1 - R io C ox ipó-Horto Flores tal % P2 - C orrego Moinho - Estrada $ P3 - C orrego Moinho - Bairro #S P4 - R io C ox ipó Fazenda Rosada #Y P5 - Córrego Cas telhano r P6 - R io C ox ipó - Ponte de Ferro Hidrografia Macrodrenagem urbana - Bacia do rio Coxipó ALVES, Édina. (2009). Dissertação de Mestrado PPG Recursos Hídricos. UFMT Macrodrenagem urbana Córrego do Barbado 22 fev 2020 Microdrenagem urbana Microdrenagem urbana • A humanidade sempre manteve forte relação entre suas ocupações e os cursos de água, sendo estes determinantes no processo de assentamento das populações • Posteriormente, essa proximidade entre cidades e cursos d’água resultou em frequentes problemas relacionados ao equilíbrio entre escassez e excesso de água • Até meados do século XIX, as inundações eram consideradas como “um preço a pagar” devido a proximidade com os rios Aspectos históricos Sistemas clássicos Sistemas clássicos • No século XIX, com as grandes epidemias de cólera e tifo na Europa, a preocupação com o “saneamento” aumentou • Por isso, estipulou-se que as águas pluviais e de esgotamento escoassem por gravidade, afastando-as o mais rápido possível do ambiente de circulação • Esses conceitos foram adotados de forma quase sistemática na Europa e América. De certa maneira, eles vigoram até hoje, mesmo que com algumas alterações. Eles constituem os sistemas clássicos de drenagem. Aspectos históricos TAREFA O que é “higienismo”? E “movimento higienista”? Sistemas clássicos de “gestão de águas pluviais” Os sistemas clássicos de drenagem são constituídos, essencialmente, de dispositivos para: • Captação das águas superficiais • Estruturas de condução das águas captadas, na forma de bueiros, canais abertos ou condutos enterrados • Deságue, por meiode bocas de bueiro e dissipadores de energia • Ao retirar das áreas urbanizadas as águas de drenagem pluvial o mais rapidamente possível, transferem-se para jusante os problemas de inundação; • Como resultado, novas obras de drenagem devem ser construídas a jusante; • A canalização de cursos d’água gera na população uma falsa idéia de segurança com respeito a inundações, facilitando a ocupação de áreas ribeirinhas; • Normalmente as soluções clássicas não contemplam os problemas de qualidade de água; • As soluções clássicas conduzem a situações irreversíveis que limitam outros usos presentes ou futuros da água em meio urbano; Problema dos métodos convencionais (drenagem pluvial) Desenvolvimento urbano “tradicional” • Estágio 1: inundações em dois locais da bacia e parte da bacia urbanizada • Estágio 2: canalização de um trecho e aumento da ocupação urbana • Estágio 3: Canalizações são concluídas e inundações ocorrem a jusante pelo aumento do pico e aceleração do escoamento Galeria pluvial tradicional Sistemas alternativos de gestão de águas pluviais • A partir dos anos 1970, uma outra abordagem para tratar o problema vem sido desenvolvida, sobretudo na Europa e na América do Norte. Trata-se do conceito de tecnologias alternativas, ou compensatórias de drenagem. Elas buscam mitigar os efeitos da urbanização sobre os processos hidrológicos, com benefícios para a qualidade de vida e a preservação ambiental • Essas tecnologias consideram os impactos da urbanização de forma global CANHOLI (2005) CARACTERÍSTICA CANALIZAÇÃO RESERVAÇÃO Função Remoção rápida de escoamentos Contenção temporária da água Componentes principais Canais abertos/galerias Reservatório subterrâneo a à superfície livre; retenção superficial Aplicabilidade Instalação em áreas novas; construção por fases; ampliação de capacidade pode ser difícil Áreas novas (em implantação); construção por fases; áreas existentes (subterrâneas ou à superfície) Impacto nos trechos de jusante (quantidade) Aumenta os picos das enchentes em relação à condição anterior; maiores obras a jusante Áreas novas: podem ser dimensionadas para impacto zero; podem tornar vazões a jusante compatíveis com o sistema Impacto a jusante (qualidade) Transporta para o corpo receptor toda carga poluente afluente Facilita remoção de material flutuante e dos sólidos em suspensão Manutenção e operação Manutenção pouco frequente (comum assoreamento e lixo); difícil acesso para manutenção nas galerias Necessária limpeza periódica e fiscalização; sistemas de bombeamento requerem operação/manutenção; desinfecção (insetos) Estudo hidrológico e hidráulico Requer definição de picos de enchente Requer definição dos hidrogramas (volumes das enchentes) Conceito de canalização x conceito de reservação Adaptado de CANHOLI (2005) Medidas Estruturais e não estruturais Estruturais: • Medidas físicas de engenharia; • Objetiva desviar, deter, reduzir ou escoar com maior rapidez as águas do escoamento superficial direto; • Normalmente são obras hidráulicas; • Não são projetadas para propiciar proteção absoluta. Não estruturais: • Não utilizam estruturas que alteram o regime de escoamento do escoamento superficial direto; • Objetiva a diminuição da vulnerabilidade das populações; • Objetiva que as populações passem a conviver melhor com o fenômeno (resiliência). #FLAT_THE_CURVE! #ACHATE_A_CURVA! • Bacias de detenção, também conhecidas por bacias de amortecimento de cheias; • Armazenamento temporário em telhados, áreas de estacionamento, terrenos esportivos e áreas livres em geral; • Pavimentos porosos, em áreas de estacionamento e no sistema viário; • Estruturas que favorecem a infiltração e a percolação, tais como trincheiras, poços, valas, etc.; • Tratamento de fundos de vale, com zoneamento de planícies de inundação e delimitação de áreas non aedificandi destinadas ao armazenamento temporário; • Canalizações de cursos d’água com técnicas que favorecem o escoamento lento ou mesmo a detenção temporária das águas. Soluções de tecnologias compensatórias mais adotadas Bacia em estudo e zona de inundação (SÃO PAULO, 2012, vol. 1) Definição de níveis de cheia Córrego do Barbado (mar 2013) Sistemas de alerta de cheias Níveis de segurança e cheias na bacia do rio Cuiabá em Cuiabá (Defesa Civil MT) 1) Nível de alerta 2) Nível de emergência 3) Nível de calamidade Zoneamento de áreas de várzea para ocupação humana Construção de barragem para contenção de cheias Construção de valas de infiltração Bacias de detenção Bacia de detenção Praça Júlio Andreatta, Porto Alegre Bacias de detenção Bacias de detenção e retenção Retenção Detenção Reservatório in-line, Aricanduva 2, em São Paulo (Foto: Luciano Piva, PMSP) Reservatório off-line Inhumas, em São Paulo (Foto: Luciano Piva, PMSP) Córrego do Barbado (mar 2013) Microrreservatório residencial Pavimentos permeáveis, ou semi-permeáveis * Alguns municípios não admitem esses pisos como permeáveis Índices de permeabilidade do solo Coberturas verdes Telhados verdes • LEITURA DE APOIO PARA A SEMANA QUE VEM: • ADASA (2018). Cap. 7: COMPONENTES DO SISTEMA DE DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS. MINISTÉRIO DAS CIDADES (2005). Cap. 3: Gestão das inundações na drenagem urbana - itens: 3.1 até 3.4 Agradeço a participação!
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