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Biologia molecular e celular 3

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BIOLOGIA CELULAR E 
MOLECULAR 
AULA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Elaine Ferreira Machado 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Nesta aula de Biologia Molecular e Celular do Curso de Ciências 
Biológicas, trabalharemos com o citoesqueleto, o citoplasma e as organelas 
citoplasmáticas responsáveis por funções vitais da célula e controle do 
metabolismo celular. Dessa forma, veremos a estrutura e a função dessas 
organelas, bem como algumas passagens históricas do estudo e elucidação 
referentes a esse assunto. Por isso, serão objetivos desta aula: 
 Geral: compreender a anatomia e fisiologia do citoesqueleto e do 
citoplasma na homeostase celular. 
 Específicos: descrever a importância do citoesqueleto na forma celular, 
no transporte e distribuição de substâncias no interior da célula; 
diferenciar o RE granular e granular identificando as funções de síntese e 
secreção de substâncias bem como na desintoxicação celular; identificar 
a composição, a organização e o funcionamento do complexo golgiense 
na célula; identificar a composição, a organização e o funcionamento dos 
lisossomos e peroxissomos na digestão intracelular, na renovação e 
desintoxicação celulares; construir um modelo didático de um 
componente celular estudado neste capítulo, relacionando a estrutura à 
função desempenhada na célula. 
TEMA 1 – O CITOESQUELETO 
O citoesqueleto é uma estrutura que auxilia na manutenção da 
constituição e da organização interna da célula, além de fornecer suporte 
mecânico a ela. Ele permite que a célula realize diversas funções, por exemplo: 
a movimentação celular e a divisão celular, entre outras. Sua composição é 
variada, com proteínas filamentosas como os microtúbulos, microfilamentos 
(actina), filamentos intermediários. 
Segundo Junqueira e Carneiro (2005, p. 8), as observações dos 
pesquisadores levaram-nos a observar que as células, como os neurônios, 
mantinham seus componentes em regiões específicas bem como mantinham um 
formato específico. Esse fato, levou-os a propor a presença de um citoesqueleto, 
ou seja, um esqueleto celular que desempenharia “um papel mecânico, 
mantendo a forma e a posição dos seus componentes”. 
 
 
3 
Com o aperfeiçoamento dos microscópios eletrônicos, essas estruturas 
foram observadas com maior clareza e estudadas com detalhes, fato que 
contribuiu para elucidar o papel do citoesqueleto nas células eucarióticas, até 
porque, hoje há algumas evidências de citoesqueleto em procariotos. 
Segundo Rossetti (2016): 
O citoesqueleto atua organizando e mantendo a forma da célula. Ele 
âncora organelas e ajuda durante a endocitose, uma absorção de 
materiais externos por uma célula. Além disto, é parte importante na 
citocinese, a separação de células filhas após a divisão celular, 
movendo partes da célula em processos de crescimento e de 
mobilidade. Normalmente, de 20 a 35% das proteínas de uma célula 
estão ligadas ao citoesqueleto, embora esta quantidade possa variar 
sendo consideravelmente maior nas células musculares. O 
citoesqueleto eucarioto é composto por microfilamentos, filamentos 
intermediários e microtúbulos. Existe um grande número de proteínas 
associadas a eles, cada uma controlando uma estrutura da célula, 
orientando, agrupando, e alinhando os filamentos. O citoesqueleto de 
células procariotas era pouco estudado nos últimos 20 anos. Até pouco 
tempo aprendemos que procariotos não tinham citoesqueleto, mas 
nossa perspectiva sobre eles mudou drasticamente. O citoesqueleto 
era visto como uma propriedade única de células eucarióticas, mas 
proteínas homólogas a dos principais componentes do citoesqueleto 
eucariótico têm sido encontradas em procariotas. Embora as relações 
evolutivas ainda não sejam tão claras, a semelhança das suas 
estruturas tridimensionais e funções semelhantes na manutenção da 
forma da célula e polaridade fornecem fortes evidências de que o 
citoesqueleto de eucariotos e procariotos são verdadeiramente 
evolutivamente correspondentes entre si. A descoberta de que as 
bactérias possuem homólogos de ambos tubulina e actina deixa claro 
essa relação filogenética. A combinação de bioinformática, dados 
estruturais e imagens de células avançadas têm cimentado a ideia de 
que ambas, bactérias e Archaea tem citoesqueletos ativos e dinâmicos. 
Isso quer dizer que procariotos também têm citoesqueleto. 
Desta forma, com diferenças químicas de proteínas, conclui-se que o 
citoesqueleto está presente em diferentes tipos celulares, exercendo as mais 
variadas funções. 
1.1 Funções do citoesqueleto 
O citoesqueleto compreende uma estrutura celular de sustentação da 
célula. Sua composição proteica possibilita a manutenção da forma celular, a 
posição dos componentes citoplasmáticos. Além disso, o citoesqueleto modifica 
e mantém a forma das células bem como permite o movimento de pseudópodes, 
vesículas, grânulos além do movimento característico dos cílios e flagelos. 
Para Monteiro et al. (2011, p. 18), o citoesqueleto é uma complexa rede 
de proteínas, altamente dinâmica, que participa dos processos de plasticidade, 
 
 
4 
transporte e sinalização celular, além de ser o principal determinante da 
morfologia celular”. 
1.2 Composição do citoesqueleto 
Conforme a Figura 1, o citoesqueleto é formado basicamente por 
microfilamentos, microtúbulos e filamentos intermediários: 
Figura 1 – Constituintes do citoesqueleto 
 
Crédito: Blamb/Shutterstock 
Desta forma, torna-se importante conhecer estruturalmente esses 
componentes, uma vez que eles estão associados às funções específicas da 
célula. A Figura 2 também ilustra os componentes básicos do citoesqueleto. 
Figura 2 – Estrutura dos componentes do citoesqueleto 
 
Crédito: Soleil Nordic/Shutterstock 
 
 
5 
 
1.2.1 Microtúbulos 
Os microtúbulos são estruturas (filamentos) presentes nas células dos 
seres eucariontes. São formados pelo processo de polimerização de duas 
proteínas globulares, a alfa e beta tubulina e um dímero. A Figura 3 ilustra, de 
forma tridimensional, a estrutura dos microtúbulos. 
Figura 3 – Estrutura do microtúbulo 
 
Crédito: Soleil Nordic/shutterstock 
Os microtúbulos participam do transporte intracelular de partículas, 
deslocamento de cromossomos durante a mitose, estabelecimento e 
manutenção da forma das células (Junqueira; Carneiro, 2005). 
Além disso, os microtúbulos participam da formação de cílios e flagelos, 
bem como dos centríolos. 
Os cílios são curtos e encontrados em grandes números envoltos às 
células. São responsáveis pela movimentação das células e dos fluídos 
extracelulares, além de fixar determinados agentes invasores, tentando jogar 
para fora do corpo tais microrganismos, por exemplo, as bactérias. São 
encontrados em células, exemplo: do tecido epitelial da traqueia, onde tentam 
expelir para fora partículas estranhas por meio dos movimentos e, das tubas 
uterinas, nas quais atuam auxiliando o óvulo a chegar ao útero. 
Já os flagelos são longos e encontrados em poucos números nas células. 
Tem como função promover o movimento delas, tais como: espermatozoides, 
algumas espécies de algas, bactérias e protozoários. 
 
 
6 
Os centríolos são formados por 27 microtúbulos dispostos em 9 feixes de 
3 microtúbulos, participam ativamente da formação do fuso mitótico do processo 
de divisão celular. 
 
1.2.2 Microfilamentos ou Filamentos de Actina 
Os microfilamentos são polímeros de actina. Segundo Junqueira e 
Carneiro (2005), a actina encontra-se em abundância nos músculos e em menor 
quantidade no citoplasma, podendo constituir de 5% a 30% das proteínas 
celulares. A actina participa da formação do córtex celular (camada que se 
localiza abaixo da membrana celular). Encontram-se em constante estado de 
polimerização/despolimerização e podem estar sob muitas orientações na 
célula, além disso apresentam-se muito mais flexíveis do que os microtúbulos. 
As múltiplas características dos microfilamentos são dadasem razão dos 
múltiplos tipos de proteínas que a eles se associam. Essas proteínas são 
diferentes das que se associam a microtúbulos. O movimento celular por 
“deslizamento” é executado graças a filamentos de actina. Por exemplo: 
associadas aos microfilamentos existem proteínas motoras, denominadas 
miosinas. O conjunto de filamentos de actina/miosina são os responsáveis pela 
contração muscular. Já outros microfilamentos são responsáveis pela ciclose 
celular. Algumas drogas influem sobre a estrutura dos filamentos de actina, como 
as citocalasinas e as faloidinas, extraídas de fungos, ambas atuam impedindo o 
movimento dependente da actina. 
1.2.3 Filamentos intermediários 
Os filamentos intermediários recebem esse nome pelo fato de 
apresentarem uma espessura “intermediária” aos microtúbulos e aos filamentos 
de actina. São mais estáveis que os microtúbulos e filamentos de actina. 
Os filamentos intermediários têm constituição de proteínas fibrilares de 
alta resistência mecânica e com ocorrência específica entre diversos tipos 
celulares. Eles encontram-se no citoplasma e no interior do núcleo se dispondo 
em rede ou feixes, de acordo com as proteínas às quais se associam para sua 
organização: 
 
 
7 
Os filamentos intermediários dão sustentação mecânica às projeções 
de células, por exemplo, os dendritos e axônios das células nervosas, 
reforçam a membrana plasmática em zonas juncionais, revestem 
internamente a membrana nuclear sendo responsáveis por sua 
fragmentação e reestruturação no processo de divisão celular, 
conferem rigidez às células da epiderme quando vivas e, após sua 
morte, fundem-se com outros elementos secretados pela célula, 
depositando-se na superfície deste epitélio de revestimento externo, 
formando uma camada de queratina que o impermeabiliza e protege 
contra lesões mecânicas e térmicas. (Lothhamer et al., 2009) 
Cabe ressaltar que os filamentos intermediários são específicos de cada 
tecido e, por técnicas imunocitoquímicas torna-se possível detectar substâncias 
específicas de cada tecido, como a queratina, típica do tecido epitelial, auxiliando 
na detecção de metástases e classificação dos tumores em primários e 
secundários. 
TEMA 2 – RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO 
O retículo endoplasmático é uma das organelas mais abundantes no 
citoplasma das células eucarióticas, fazendo parte da composição do envoltório 
nuclear e contribuindo diretamente também para a formação do complexo de 
Golgi. O retículo endoplasmático granular também é responsável pela formação 
do retículo endoplasmático liso. 
Na célula, tanto o retículo endoplasmático granular quanto o agranular 
exercem funções essenciais ao funcionamento celular. A diferença básica entre 
eles está no fato do RE (Retículo Endoplasmático) granular apresentar 
ribossomos aderidos a sua superfície, ao passo que, o RE agranular não 
apresenta os ribossomos ou polirribossomos e, por isso, a diferença estrutural e 
também fisiológica entre eles, como veremos a seguir. 
A descoberta do retículo endoplasmático ocorreu em 1945 pelo citologista 
Albert Claude que caracterizou essa estrutura celular como uma organela 
membranosa lipoproteica. Atualmente, a visualização do RE é possível no MO, 
com corantes básicos e com detalhes ao ME. Além disso, a quantidade e o tipo 
de RE variam de acordo com a atividade celular, sua localização próxima ao 
núcleo ou disperso em regiões do citoplasma. A composição do RE pode ser 
determinada por métodos citoquímicos, imunocitoquímicos e frações isoladas de 
células. 
 
 
 
8 
2.1 Retículo Endoplasmático Granular 
O retículo endoplasmático granular caracteriza-se como um sistema de 
membranas complexas que se estende desde o envoltório nuclear até grande 
parte do citoplasma. Apresentam ribossomos ou polirribossomos aderidos a sua 
superfície. A Figura 4 ilustra as características do RE: 
Figura 4 – Anatomia do RE granular 
 
Crédito:Tefi/shutterstock 
Observe na figura a localização, próxima ao núcleo e estendendo-se para 
o citoplasma bem como a extensão do RE no citoplasma. Em razão de sua 
extensa área de abrangência na célula, o RE granular apresenta inúmeras 
funções, tais como: suporte mecânico do citosol junto aos microtúbulos e 
microfilamentos; secreção de produtos sintetizados em suas cavidades; 
exportação de substâncias para a secreção celular e, principalmente, a síntese 
proteica. 
2.2 Retículo Endoplasmático Agranular 
O RE agranular não apresenta ribossomos aderidos à sua superfície. 
Origina-se do RE granular, veja a representação na Figura 5: 
 
 
 
9 
Figura 5 – RE agranular 
 
 Crédito: Vecton/Shutterstock 
Observe, na Figura 5, a diferença estrutural entre o RE granular e 
agranular e descrita por Lothhammer et al. (2009): 
Devido a essa diferença, o RE agranular predomina a morfologia de 
túbulos e vesículas cuja função principal é a de síntese ou manipulação 
de lipídios para a produção de biomembranas ou substâncias com 
conjugados lipídicos, bem como o armazenamento de precursores na 
síntese de hormônios esteroides. Várias outras funções são atribuídas 
à esta região do retículo, como a detoxificação de substâncias 
químicas e álcool, a segregação de porções de citoplasma ou 
organelas envelhecidas para sua reciclagem no processo de autofagia, 
armazenamento e regulação no uso do íon cálcio no metabolismo das 
células musculares e mobilização do glicogênio. Compartilha 
membranas com o complexo de golgiense na formação da rede 
transGolgi e conjuntamente com este atua na formação de outras 
organelas como os peroxissomos, lisossomos e vesículas para 
exportação de substâncias. 
TEMA 3 – COMPLEXO GOLGIENSE 
As primeiras observações do complexo golgiense foram realizadas em 
1898 pelo biólogo italiano Camilo Golgi, fato que lhe rendeu o Prêmio Nobel de 
Fisiologia, em 1906. Era denominado complexo de Golgi, mas com mudanças 
na nomenclatura biológica passou a ser chamado de complexo golgiense. 
A observação foi realizada em tecido nervoso com contraste de tetróxido 
de ósmio. Em MO é possível observar o complexo golgiense com impregnação 
de nitrato de prata em que ele aparece como uma estrutura enovelada. No 
entanto, sua estrutura detalhada só foi evidenciada com o ME. 
 
 
 
10 
3.2 Composição e características do complexo golgiense 
A Figura 6 ilustra a estrutura do complexo golgiense. 
Figura 6 – Estrutura do complexo golgiense 
 
 Crédito: Designua/Shutterstock 
Conforme podemos observar, o complexo golgiense apresenta-se como 
um bolsa membranosa ilustrado na Figura 6 e descrito por Lothhammer et al. 
(2009): 
O complexo de Golgi tem origem no retículo endoplasmático de quem 
recebe membranas e substâncias para maturação através da face CIS, 
sendo responsável especialmente pela glicosilação terminal de suas 
secreções. Enzimas presentes nas cisternas e membranas dos 3 a 8 
sáculos empilhados que compõem sua estrutura realizam, além da 
glicosilação, a sulfatação de substâncias, o que favorece sua 
desidratação e compactação na maturação dos grânulos secretórios 
em seu trajeto até o local de exocitose. 
Além disso, Junqueira e Carneiro (2005) afirmam que o complexo de Golgi 
é constituído por pilhas de sáculos achatados e por vesículas. Cada porção da 
pilha de cisternas apresenta diferenças estruturais e funcionais. 
As membranas dos sáculos que formam o complexo golgiense têm 
diferentes composições enzimáticas o que caracteriza que apresentam 
diferentes funções em diferentes tipos celulares. 
3.2 Funções do complexo golgiense 
O complexo de Golgi tem, basicamente, sua função associada ao 
processamento de substâncias produzidas pelo RE granular. Além disso, o 
 
 
11 
complexo golgiense realiza a secreção celular, transporta substâncias tendo 
substâncias que agem como marcadores indicando onde as substâncias 
deverão atuar, secreta muco e hormônios e forma a região do acrossomo do 
espermatozoide. 
Já na facetrans as proteínas as secreções do complexo golgiense são 
transportadas originando vesículas. Desse modo, são originadas muitas 
enzimas, bem como os lisossomos primários e os peroxissomos, como veremos 
na sequência. 
TEMA 4 – LISOSSOMOS, PEROXISSOMOS, ENDOCITOSE E DIGESTÃO 
INTRACELULAR 
Os lisossomos e peroxissomos caracterizam-se como vesículas em cujo 
interior estão presentes enzimas responsáveis pelas hidrólises que ocorrem a 
nível celular. Originam-se do complexo golgiense e exercem funções catalíticas 
no interior das células, como veremos na sequência. 
4.1 Os lisossomos 
Os lisossomos foram descobertos por Christian de Duve, Prêmio Nobel 
de Fisiologia, em 1974, em razão da descoberta da estrutura e função dos 
lisossomos e peroxissomos em seus estudos de citologia. Segundo Lothhammer 
et al. (2009): 
Os lisossomos são organelas cujas membranas têm origem nos 
sáculos da face TRANS do complexo de golgiense principalmente de 
suas margens. Já suas enzimas hidrolíticas são sintetizadas no RER e 
adicionadas de açúcares marcadores nas cisternas do CG (Complexo 
Golgiense). Após a segregação da vesícula no citoplasma, ocorre 
bombeamento de prótons para o seu interior, acidificando e ativando 
suas enzimas. Assim, os lisossomos podem ser classificados em 
lisossomo primário, secundário e terciário. O lisossomo que contém 
apenas enzimas no seu interior é denominado lisossomo primário. 
Quando associado a algum endossomo tardio ou outro vacúolo para 
digestão, juntos formam o chamado lisossomo secundário. 
O lisossomo terciário é dito aquele que, possuindo apenas resíduos 
não digeridos no processo de digestão, encontrará dois destinos 
possíveis, a exocitose de seu conteúdo para o meio extracelular ou 
cavidade com que a célula possa ter contato, processo esse 
denominado clasmocitose, ou será armazenado no citoplasma até a 
morte da célula. 
Em células mais velhas ou com pouca renovação há acúmulo de grânulos 
de lipofusina no interior dos lisossomos, dando-lhes uma cor parda e 
 
 
12 
aumentando gradativamente conforme a idade celular (Junqueira; Carneiro, 
2005). 
A Figura 7 ilustra a estrutura de um lisossomo primário. 
Figura 7 – Estrutura de um lisossomo primário 
 
Crédito: Timona/Shutterstock 
Pelo fato de serem vesículas com enzimas digestivas, os lisossomos 
estão envolvidos com a digestão intracelular. Também são responsáveis por 
fenômenos como a autofagia celular, formando vacúolos autofágicos. As células 
fazem autofagia para a renovação celular ou em condições excepcionais em que 
células sofreram aumento em períodos específicos, por exemplo, na 
amamentação. 
Há casos de doenças celulares em que os lisossomos são responsáveis. 
Podemos citar as mucopolissacaridoses, as enfingolipidoses, doença de Tay 
Sachs e a silicose. 
4.2 Peroxissomos 
Os peroxissomos são organelas celulares com enzimas oxidativas cujo 
papel é a transferência de hidrogênio de diferentes substratos para o oxigênio. 
Em ME apresentam uma matriz granulosa envolvida por membrana. Sua 
identificação, via microscopia, se dá pela reação positiva com a catalase. 
Os peroxissomos assemelham-se com os lisossomos, mas hoje se sabe 
que os peroxissomos diferem dos lisossomos principalmente quanto ao tipo de 
enzimas que apresentam. Os peroxissomos, além de conterem enzimas que 
degradam gorduras e aminoácidos, têm também grandes quantidades da 
enzima catalase. A catalase converte o peróxido de hidrogênio, popularmente 
conhecido como água oxigenada (H2O2), e água e gás oxigênio. A água 
 
 
13 
oxigenada se forma normalmente durante a degradação de gorduras e de 
aminoácidos, mas, em grande quantidade, pode causar lesões à célula. Na 
equação química abaixo, um exemplo da degradação do peróxido de hidrogênio: 
2 H2O2 + Enzima Catalase → 2 H2O + O2 
Outra função dos peroxissomos relaciona-se a desintoxicação celular. Um 
exemplo é a desintoxicação por álcool, cuja oxidação ocorre nas células do 
fígado e rins. Nas mitocôndrias participam da degradação dos ácidos graxos 
para a participação da síntese de ATP na respiração celular, mais 
especificamente no Ciclo de Krebs. 
Em vegetais, as células das folhas e das sementes em germinação têm 
peroxissomos especiais, conhecidos como glioxissomos, cujas funções estão 
relacionadas à fotossíntese e à germinação da semente. 
Algumas doenças podem afetar os peroxissomos como a síndrome 
cérebro-hepato-renal e a adrenoleucodistrofia. 
4.2 Endocitoses e digestão intracelular 
A endocitose é um processo que ocorre nas células e tem por objetivo 
trazer para o interior dessa estrutura substâncias por meio da invaginação da 
membrana plasmática. Essas invaginações nada mais são que dobras na própria 
membrana para o interior da célula. Esse processo é fundamental para a nutrição 
de organismos unicelulares e para a defesa de organismos multicelulares. As 
endocitose podem ocorrer por fagocitose e pinocitose. A primeira engloba 
partículas sólidas, enquanto a segunda engloba partículas líquidas. 
Uma vez no interior das células, ocorrerá a digestão intracelular das 
substâncias, com ação dos lisossomos, formando vacúolos de digestão e 
resíduos metabólicos. 
A Figura 8 ilustra o processo de endocitose e digestão intracelular descrito 
acima. 
 
 
 
14 
Figura 8 – Endocitose e digestão intracelular 
 
Crédito: Ghost Design/Shutterstock 
TEMA 5 – MODELOS DIDÁTICOS DE ESTRUTURAS CELULARES NA PRÁTICA 
Segundo Silva et al. (2016, p. 17), “trabalhar com conceitos 
sistematizados e abstratos da citologia requer uma prática educativa em que não 
somente conteúdos teóricos sejam desenvolvidos”. Ficar em sala apenas 
explicando a característica e a função das estruturas celulares em nada contribui 
para o desenvolvimento da compreensão da célula e seu mecanismo funcional 
e integrado nos seres vivos. 
Por isso, tanto Silva et al. (2016) bem como Orlando et al. (2009) e Oliveira 
et al. (2015) propuseram o ensino de biologia celular e molecular com a 
mediação de modelos didáticos. Para eles, construir modelos didáticos contribui 
para a compreensão das estruturas que, ou não são entendidas ao serem 
visualizadas no microscópio ou ainda muitas escolas nem possuem laboratório 
e o próprio microscópio. 
Por isso, os modelos didáticos constituem-se em uma alternativa 
metodológica a ser explorada no ensino-aprendizagem. Planejar o tema com 
modelos didáticos para o ensino da anatomia e fisiologia das estruturas celulares 
contribuirá para uma compreensão da célula e suas funcionalidades. 
 
 
15 
Segundo Silva et al. (2016, p. 21), “uma atividade didática diferenciada, 
baseada na construção dos modelos didáticos representacionais evidenciaram 
que a incorporação de modelos didáticos no ensino de Anatomia Celular supera 
as dificuldades em trabalhar conceitos complexos e abstratos”, com dados em 
que 82% dos estudantes demonstraram compreender essa anatomia após a 
construção dos modelos didáticos. 
Na mesma linha de pensamento, Orlando et al. (2009) também haviam 
encontrado resultados bem positivos ao planejar, montar e aplicar modelos 
didáticos na biologia molecular e celular. Em pesquisa, desenvolveram 
sequência didática em que os estudantes organizaram estruturas celulares em 
modelos didáticos (membrana plasmática, mitocôndria, complexo golgiense, 
etc.), concluindo que atividades de enfoque construtivista motivam os estudantes 
a aprender bem como os modelos concretos contribuem para uma 
aprendizagem de estruturas abstratas e de difícil visualização bem como, formar 
novos profissionais das Ciências Biológicas que planejem aulas em 
metodologias ativas e construtivistas com o objetivo de contribuir para o ensino 
e também para uma aprendizagem efetiva. 
Para finalizar, Oliveira et al. (2015, p. 24271) afirmam em pesquisas 
realizadas em sala de aula “a produção de modelos didáticos evidenciou 
habilidades e curiosidades dos alunos envolvidose possibilitou tanto a estes 
quanto aos professores uma vivência distinta da rotina da sala de aula. [...]” 
ressaltando que o planejamento do professor bem como as situações do 
ambiente escolar é fundamental para a aprendizagem dos alunos com recursos 
diferenciados tal como os modelos didáticos. 
NA PRÁTICA 
1. Vamos confeccionar um modelo didático? Para isso, fundamente as 
ideias nos artigos propostos nas aulas e pesquisa no Google Imagens 
modelos celulares já elaborados. Pense em como você problematizaria o 
tema com os estudantes incentivando-os a elaborar esses modelos. A 
introdução de passagens da História da Ciência poderá auxiliá-lo. 
2. Organize um esquema relacionando o RE, o complexo golgiense e os 
lisossomos na fisiologia celular. 
3. Pesquise 3 doenças relacionadas com a fisiologia incorreta dos 
lisossomos e peroxissomos, explicando-as. 
 
 
16 
O filme O óleo de Lorenzo retrata a realidade de um menino que tem uma 
doença atrelada ao funcionamento dos peroxissomos. 
Que tal assistir ao filme e pesquisar mais sobre a adrenoleucodistrofia? 
FINALIZANDO 
Encerrando a nossa aula vamos revisar os temas estudados: 
 O citoesqueleto e a sustentação e movimentação celular; 
 Os diferentes tipos de retículos e suas funções; 
 O complexo golgiense e os processos de secreção e empacotamento de 
substâncias celulares e a secreção; 
 Os lisossomos, os peroxissomos e a digestão intracelular. 
 
 
 
 
 
17 
REFERÊNCIAS 
ALBERTS, B., BRAY, D.& HOPKIN, K. Fundamentos da Biologia Celular. 2. 
ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. 
AVERSI-FERREIRA, T. A. Biologia Celular e Molecular. São Paulo: Átomo, 
2008. 
CARVALHO, H. F.& RECCO-PIMENTEL, S.M. A célula. 2. ed. Barueri: Manole, 
2007. 
COOPER, G.M.; HAUSMAN, R.E. A célula: uma abordagem molecular.3. ed. 
Porto Alegre: Artmed. 2007 
DE ROBERTIS, E. M. F., HIB, J. & PONZIO, R. Biologia celular e molecular. 
14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. 
JUNQUEIRA, L. C. U; CARNEIRO, J. Biologia celular e molecular. 8. ed. Rio 
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 
OLIVEIRA, A. C. S. et al. Modelos didáticos como recurso para o ensino de 
Biologia: uma experiência didático-pedagógica com alunos do ensino médio em 
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