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Prévia do material em texto

SERVIÇO SOCIAL E
ATENÇÃO À FAMÍLIA
PROF.A SUZIE KEILLA VIANA DA SILVA
Reitor: 
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-Reitoria Acadêmica
Maria Albertina Ferreira do 
Nascimento
Diretoria EAD:
Prof.a Dra. Gisele Caroline
Novakowski
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Fernando Sachetti Bomfim
Marta Yumi Ando
Simone Barbosa
Produção Audiovisual:
Adriano Vieira Marques
Márcio Alexandre Júnior Lara
Osmar da Conceição Calisto
Gestão de Produção: 
Cristiane Alves
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de 
Sócrates para reflexão: “a vida sem desafios 
não vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande 
responsabilidade sobre as escolhas que 
fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida 
acadêmica e profissional, refletindo diretamente 
em nossa vida pessoal e em nossas relações 
com a sociedade. Hoje em dia, essa sociedade 
é exigente e busca por tecnologia, informação 
e conhecimento advindos de profissionais que 
possuam novas habilidades para liderança e 
sobrevivência no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a 
Distância, a proporcionar um ensino de qualidade, 
capaz de formar cidadãos integrantes de uma 
sociedade justa, preparados para o mercado de 
trabalho, como planejadores e líderes atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
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01
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................................4
1. CONCEITO DE FAMÍLIA: DA PRÉ-HISTÓRIA À IDADE MODERNA .......................................................................5
2. FAMÍLIA CONTEMPORÂNEA E SUAS TRANSFORMAÇÕES................................................................................ 16
3. A RELAÇÃO DA FAMÍLIA COM O ESTADO .............................................................................................................20
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................................................................25
AS CONFIGURAÇÕES DA FAMÍLIA E AS SUAS 
TRANSFORMAÇÕES AO LONGO DO TEMPO ATÉ 
A CONTEMPORANEIDADE
PROF.A SUZIE KEILLA VIANA DA SILVA 
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
SERVIÇO SOCIAL E ATENÇÃO À FAMÍLIA
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a),
Antes de iniciar sua leitura, deixe o seu conhecimento empírico sobre família de lado, 
mergulhe de cabeça em novos conhecimentos e desvende como chegamos à família de hoje. É 
preciso olhar a família em sua construção – desconstrução – reconstrução, o seu movimento; 
como um espaço privilegiado e indispensável para a formação de nossa sociedade, cultura e 
história.
A família vem se modificando, não temos como ter um modelo único e ideal, pois se 
estrutura em suas várias dimensões e particularidades. Dessa forma, você, discente, deve 
compreender as mudanças ocorridas no tempo. Como profissionais, iremos utilizar nosso 
conhecimento para compreensão do indivíduo, pois somos seres biopsicossociais e precisamos 
olhar para o todo.
Portanto, convido você a mergulhar nesta leitura e em nossas aulas, buscar novos 
conhecimentos a partir de nossas indicações de filmes e livros sobre família. Aqui estamos 
mostrando apenas uma pequena parte do conhecimento sobre o assunto, faça fluir o lado 
pesquisador e descubra mais sobre a constituição, as mudanças e perspectivas da família dentro 
do Serviço Social.
Nesta unidade, iremos apresentar a constituição da família, desde o período pré-
histórico, passando pelos períodos Estados Selvagem e Barbárie nas suas três fases. Abordaremos 
as primeiras famílias consanguíneas, as famílias Punaluana, a Sindiásmica até a constituição da 
família monogâmica e tradicional.
Também veremos os tipos de famílias na contemporaneidade, que estão presentes no 
nosso cotidiano e que nos tornam tão especiais.
Venha comigo e mergulhe no tempo!
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1. CONCEITO DE FAMÍLIA: DA PRÉ-HISTÓRIA À IDADE MODERNA
Quando pensamos em família, a primeira coisa que nos vem à mente é um grupo pequeno 
constituído de pai, mãe e filhos, conceito que se encontra enraizado em nossa mente e pelo mundo 
globalizado. É fato que a família é, sem dúvida, a instituição e o agrupamento humano mais antigo 
e, para se compreender os conceitos de família, temos que voltar à história de sua constituição; 
assim, nossas percepções e conhecimento empírico sobre o assunto serão desmitificados.
A palavra “família” possui um significado que foge à ideia que temos de tal instituição na 
contemporaneidade, vem do latim famulus e significa conjunto de escravos ou servos pertencentes 
ao mesmo patrão.
Figura 1 - Família na Pré-História. Fonte: Histórias da Pré-História (2014).
O autor Jakob Bachofen, em O direito materno, de 1861, realizou a primeira tentativa real 
de retratar a estrutura familiar primitiva. A partir dele, outros autores questionaram a origem 
da família, entre eles, Charles Morgan em A sociedade antiga, em 1877, e Friedrich Engels, que 
escreveu a Origem da família e da propriedade privada em 1884, autores que nos darão a base 
teórica para nossos estudos nesta unidade.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Morgan, que foi o primeiro com conhecimento de causa, tratou de introduzir uma ordem 
precisa na pré-história da humanidade, e sua classificação permanecerá certamente em vigor até 
que uma riqueza de dados muito mais considerável nos obrigue a modificá-la. Das três épocas 
principais – Estado selvagem, Barbárie e Civilização –, subdivide cada uma nas fases inferior, 
média e superior, de acordo com os progressos obtidos na produção dos meios de existência, 
porque “[...] a habilidade nessa produção desempenha um papel decisivo no grau de superioridade 
e domínio do homem sobre a natureza: o homem é de todos os seres, o único que logrou um 
domínio quase absoluto da produção de alimentos” (ENGELS, 1978, p. 28). De forma sintética,
Estado Selvagem – período em que predomina a apropriação de produtos 
da natureza, prontos para ser utilizados; as produções artificiais do homem 
são, sobretudo, destinadas a facilitar essa apropriação. Barbárie – período em 
que aparecem a criação de gado e a agricultura, e se aprende a incrementar a 
produção da natureza por meio do trabalho humano. Civilização – período em 
que o homem continua aprendendo a elaborar os produtos naturais, período da 
indústria propriamente dita e da arte (ENGELS, 1978, p. 28).
“Todas as grandes épocas de progresso da humanidade coincidem, de modo mais ou 
menos direto, com as épocas em que se ampliam as fontes de existência”. O desenvolvimento da 
família realiza-se paralelamente, mas não oferece critérios tão conclusivos para a delimitação dos 
períodos (ENGELS, 1978, p. 21-22).
O Estado Selvagem – a fase inferior, segundo o autor, trata-se da infância do gênero 
humano. Os homens permaneciam nas florestas e em bosques tropicais, não temos o tempo 
delimitado, mas essa fase durou milênios.
A fase média inicia-se com a introdução de novos alimentos como os peixes e a aparição 
do fogo; assim, os homens ficaram mais independentes e espalharam-se sobre a superfície da terra. 
Nesse período, com incertezas sobrea alimentação, surgiu a antropofagia para sobrevivência.
Com a invenção do arco e flecha, temos a fase superior; com a caça, tem-se alimento 
regular, encontram-se indícios de residências fixas. O fogo e o machado de pedra davam condições 
de construções de pirogas feitas com troncos de árvores, processos estes encontrados entre os 
índios do noroeste da América.
Segundo o Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa de José 
Pedro Machado, a palavra “família” entrou na nossa língua, no 
século XVI por via culta, através do latim familia, que significava 
“o conjunto dos escravos da casa; todas as pessoas ligadas a 
qualquer grande personalidade; casa de família”.
Disponível em: https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/
perguntas/a-etimologia-da-palavra-familia/15348. Acesso em: 
21 abr. 2020.
https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/a-etimologia-da-palavra-familia/15348
https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/a-etimologia-da-palavra-familia/15348
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
A Barbárie – a fase inferior inicia-se com a introdução da cerâmica e o traço principal 
é a domesticação e criação de animais e o cultivo de plantas. O continente oriental, chamado 
de mundo antigo, tinha quase todos os animais domesticáveis e todos os cereais próprios para 
o cultivo. Já no continente ocidental, a América tinha apenas a lhama domesticada numa parte 
do sul, e apenas o milho como cereal cultivável. Dessa forma, cada hemisfério se desenvolve de 
maneira particular.
Na fase média no Oeste, existia o cultivo de hortaliças por meio de irrigação e o emprego 
do tijolo cru (secado ao sol). No Leste, começa a domesticação de animais para o fornecimento 
de leite e carne. Dessa forma, os arianos e semitas se afastaram dos demais bárbaros. Com a 
formação de rebanhos nos lugares adequados, surgiu a vida pastoril, os semitas, nas pradarias 
do Tibre e do Eufrates; os arianos, nos campos da Índia, de Oxus e Jaxartes, do Don e do Dniepr 
(ENGELS, 1978, p. 26).
A fundição de minério de ferro inicia-se na fase superior e passa à fase da civilização, 
temos a invenção da escrita alfabética. Portanto, essa fase só existiu de maneira independente no 
hemisfério oriental e superou todas as anteriores juntas, elevando o progresso da produção. A ela 
pertencem os gregos da época heroica, as tribos ítalas de pouco antes da fundação de Roma, os 
germanos de Tácito, os normandos do tempo dos vikings (ENGELS, 1978, p. 27).
Segundo Morgan,
Estado Selvagem. – Período em que predomina a apropriação de produtos 
da natureza, prontos para ser utilizados; as produções artificiais do homem 
são, sobretudo, destinadas a facilitar essa apropriação. Barbárie. – Período em 
que aparecem a criação de gado e a agricultura, e se aprende a incrementar a 
produção da natureza por meio do trabalho humano. Civilização – Período em 
que o homem continua aprendendo a elaborar os produtos naturais, período da 
indústria propriamente dita e da arte (ENGELS, 1978, p. 28).
Até aqui, pudemos compreender as passagens pré-históricas culturais necessárias para 
chegarmos ao que o autor Morgan chama de família. Veremos quatro tipos de família: a Família 
Consanguínea, a Família Punaluana, a Família Sindiásmica e a Família Monogâmica.
Precisamos abrir uma discussão antes de passarmos para o primeiro tipo de família, pois 
o referido autor nos traz sua própria experiência; ele passou a maior parte de sua existência entre 
os iroqueses, ainda hoje no estado de Nova York, sendo adotado pela tribo Senakas, encontrando 
ali um sistema de consanguinidade entre eles, que era contraditório com seus reais vínculos 
de família. Os matrimônios eram facilmente desfeitos por ambas as partes; era, para o autor, a 
denominada “família sindiásmica”.
A descendência de semelhante casal era patente e reconhecida por todos; 
nenhuma dúvida podia surgir quanto às pessoas a quem se aplicavam os nomes 
de pai, mãe, filho, filha, irmão ou irmã. Mas, o uso atual desses nomes constituía 
uma contradição. O iroquês não somente chama filhos e filhas aos seus próprios, 
mas, ainda, aos de seus irmãos, os quais, por sua vez, o chamam pai. Os filhos de 
suas irmãs; pelo contrário, ele os trata como sobrinhos e sobrinhas, e é chamado 
de tio por eles. Inversamente, a iroquesa chama filhos e filhas os de suas irmãs, 
da mesma forma que os próprios, e aqueles, como estes, chamam-na mãe. 
Mas chama sobrinhos e sobrinhas os filhos de seus irmãos, os quais a chamam 
de tia. Do mesmo modo, os filhos de irmãos tratam-se, entre si, de irmãos e 
irmãs, e o mesmo fazem os filhos de irmãs. Os filhos de uma mulher e os de seu 
irmão chamam-se reciprocamente primos e primas. E não são simples nomes, 
mas a expressão das ideias que se tem do próximo e do distante, do igual ou do 
desigual no parentesco consanguíneo; ideias que servem de base a um sistema 
de parentesco inteiramente elaborado e capaz de expressar muitas centenas de 
diferentes relações de parentesco de um único indivíduo (ENGELS, 1978, p. 28-
29).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Esse sistema achava-se em vigor não apenas entre todos os índios da América, mas existia 
também, quase sem alterações, entre os nativos da Índia, as tribos dravidianas do Dekan e as 
tribos gauras do Indostão.
As expressões de parentesco dos tamilas do sul da índia e dos senekas – iroqueses do estado 
de Nova York – ainda hoje coincidem em mais de duzentas relações de parentesco diferentes. E, 
nessas tribos da Índia, como entre os índios da América, as relações de parentesco resultantes da 
vigente forma de família estão em contradição com o sistema de parentesco (ENGELS, 1978, p. 
30).
Depreende-se que esse sistema prevaleceu em toda a América, existiu na Ásia em povos 
de etnias completamente diferentes e se encontram formas modificadas por grande parte da 
África e da Austrália. As nomenclaturas “pai”, “filho”, “irmão”, “irmã” não são meros títulos; pelo 
contrário, implicam sérias responsabilidades recíprocas, devidamente definidas, e cujo conjunto 
forma uma parte essencial do regime social desses povos.
Essa explicação foi encontrada nas ilhas Sandwich (Havaí). Na primeira metade do século 
passado, ainda havia uma forma de família em que existiam os mesmos pais e mães, irmãos 
e irmãs, filhos e filhas, tios e tias, sobrinhos e sobrinhas do sistema de parentesco dos índios 
americanos e dos nativos da Índia (ENGELS, 1978).
Segundo Morgan, o sistema de parentesco em vigor no Havaí também não correspondia à 
forma de família ali existente, todos os filhos de irmãos e irmãs, sem exceção, são irmãos e irmãs 
entre si e são considerados filhos comuns, não só de sua mãe e das irmãs dela, ou de seu pai e dos 
irmãos dele, mas também de todos os irmãos e irmãs de seus pais e de suas mães, sem distinção.
Portanto, se o sistema americano de parentesco pressupõe uma forma de família mais 
primitiva que não existe mais na América, mas que ainda encontramos no Havaí, o sistema 
havaiano, por seu lado, nos indica uma forma de família ainda mais rudimentar que, embora 
não seja encontrada hoje em parte alguma, deve ter existido, pois, do contrário, não poderia ter 
nascido o sistema de parentesco que a ela corresponde (ENGELS, 1978).
Esses sistemas de parentesco e grupos de famílias a que nos referimos diferem das atuais, 
pois cada filho tinha vários pais e mães; já no sistema americano de parentesco, correspondente à 
família havaiana, um irmão e uma irmã não podem ser pai e mãe de um mesmo filho. O sistema 
de parentesco havaiano, pelo contrário, pressupõe uma família em que essa é a regra (ENGELS, 
1978).
Encontramo-nos diante de várias formas de família que entram em contradição com as 
admitidas pela sociedade. A concepção de família tradicional descrita até aqui conhece apenas 
a monogamia (ao lado da poligamia de um homem e talvezda poliandria de uma mulher). 
Observa-se que esses fatos são silenciados e que, na prática, as barreiras impostas pela sociedade 
são silenciadas e desprezivelmente transgredidas.
Ao estudarmos a história primitiva, nos é revelado um período em que os homens 
praticam a poligamia e as suas mulheres, a poliandria; consequentemente, os filhos de uns e 
outros tinham que ser considerados comuns. Devido a esse período, passando por uma série de 
transformações, resultou-se na monogamia (ENGELS, 1978).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
A Família Consanguínea, segundo Morgan, é a primeira etapa de família. Os ascendentes 
e descendentes, os pais e filhos são os únicos que reciprocamente estão excluídos dos direitos 
e deveres (poderíamos dizer) do matrimônio. Irmãos e irmãs, primos e primas, em primeiro, 
segundo e outros graus, são todos, entre si, irmãos e irmãs, e por isso mesmo maridos e mulheres 
uns dos outros, o vínculo de irmão e irmã pressupõe, por si, nesse período, a relação carnal mútua 
(ENGELS, 1978, p. 38).
Segundo Morgan,
[...] a família consanguínea desapareceu, nem mesmo os povos reais atrasados de 
que fala a história apresentam qualquer exemplo seguro dela. mas o que nos obriga 
a reconhecer que ela deve ter existido é o sistema de parentesco havaiano, ainda 
vigente em toda a Polinésia, e que expressa graus de parentesco consanguíneo 
que só puderam surgir com essa forma de família; e somos levados da mesma 
conclusão por todo o desenvolvimento ulterior da família, que pressupõe essa 
forma como estágio preliminar necessário (ENGELS, 1978, p. 39).
A Família Punaluana deu o segundo grande passo ao progresso, que foi a exclusão dos 
irmãos das relações sexuais recíprocas, sendo o primeiro progresso na organização da família, 
que consistiu em excluir os pais e filhos. Esse progresso foi muito mais importante que o primeiro 
e, também, mais difícil, dada a maior igualdade nas idades dos participantes. Foi ocorrendo aos 
poucos, provavelmente começando pela exclusão dos irmãos, parte de mãe, a princípio em casos 
isolados, e depois, gradativamente, como regra geral e acabando pela proibição do matrimônio 
até entre irmãos colaterais (entre primos carnais, primos em segundo e terceiro graus).
O que significa relações sexuais sem entraves?
Significa que não existiam os limites proibitivos vigentes hoje ou numa época 
anterior para essas relações. Já vimos caírem as barreiras dos ciúmes. Se algo 
pode ser estabelecido irrefutavelmente, foi que o ciúme é um sentimento que se 
desenvolveu relativamente tarde. O mesmo acontece com a ideia de incesto. Não 
só na época primitiva irmão e irmã eram marido e mulher, como também, ainda 
hoje, em muitos povos, é lícito o comércio sexual entre pais e filhos. Bancroft (As 
raças nativas dos Estados da Costa do Pacífico na América do Norte, 1875, tomo 
1), testemunha a existência dessas relações entre os kadiakos do Estreito de 
Behring, os kadiakos das cercanias do Alasca e os tinnehs do interior da América 
do Norte inglesa; Letourneau reuniu numerosos fatos idênticos entre os índios 
chipevas, os kukus do Chile, os caribes, os karens da Indochina; e isso deixando 
de lado o que contam os antigos gregos e romanos a respeito dos partos, dos 
persas, dos citas e dos hunos, etc. Antes da invenção do incesto (porque é uma 
invenção e das mais valiosas), o comércio sexual entre pais e filhos não podia 
ser mais repugnante que entre outras pessoas de gerações diferentes, coisa que 
ocorre em nossos dias até nos países mais beatos, sem produzir grande horror 
(ENGELS, 1978, p. 36).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Segundo Morgan, esse progresso constitui “uma magnífica ilustração de como atua o 
princípio da seleção natural”. Sem dúvida, nas tribos onde esse progresso limitou a reprodução 
consanguínea, deve ter havido um progresso mais rápido e mais completo que naquelas onde 
o matrimônio entre irmãos e irmãs continuou sendo uma regra e uma obrigação. Até o ponto 
em que se fez sentir a ação desse progresso, como demonstra a instituição da gens, nascida 
diretamente dele e que ultrapassou muito seus fins iniciais.
Uma vez proibidas as relações sexuais entre todos os irmãos e irmãs – inclusive, os 
colaterais mais distantes por linha materna, o grupo de que falamos se transforma numa gens; 
e, a partir de então, esse círculo se consolida cada vez mais por meio de instituições comuns, de 
ordem social e religiosa, que a distinguem das outras gens da mesma tribo. A gens formou a base 
da ordem social da maioria, senão da totalidade, dos povos bárbaros do mundo, e dela passamos, 
na Grécia e em Roma, sem transições, à civilização.
A Família Sindiásmica tinha o regime de matrimônio por grupos, ou talvez antes, já 
se formavam uniões por pares, de duração mais ou menos longa. O homem tinha uma mulher 
principal entre suas numerosas esposas, e era para ela o esposo principal entre todos os outros.
Essa circunstância contribuiu bastante para a confusão produzida na mente dos 
missionários, que veem, no matrimônio por grupos, ora uma comunidade promíscua das 
mulheres, ora um adultério arbitrário.
Porém, à medida que evoluíam as gens e iam-se fazendo mais numerosas as classes de 
“irmãos” e “irmãs”, entre os quais agora era impossível o casamento, a união conjugal por pares, 
baseada no costume, foi se consolidando. O impulso dado pela gens à proibição do matrimônio 
entre parentes consanguíneos levou as coisas para um grande progresso.
Assim, vemos que, entre os iroqueses e entre a maior parte dos índios da fase inferior 
da barbárie, está proibido o matrimônio entre todos os parentes reconhecidos pelo seu sistema, 
no qual há algumas centenas de parentescos diferentes. Com essa crescente complicação das 
proibições de casamento, tornaram-se cada vez mais impossíveis as uniões por grupos, que foram 
substituídas pela família sindiásmica.
Neste estágio, um homem vive com uma mulher, mas de maneira tal que a poligamia 
e a infidelidade ocasional continuam a ser um direito dos homens, embora a poligamia seja 
raramente observada por causas econômicas; ao mesmo tempo, exige-se a mais rigorosa fidelidade 
das mulheres, enquanto dure a vida em comum, sendo o adultério delas cruelmente castigado. 
O vínculo conjugal, todavia, dissolve-se com facilidade por uma ou por outra parte, e depois, 
como antes, os filhos pertencem exclusivamente à mãe. Nessa exclusão cada vez maior, que afeta 
os parentes consanguíneos do laço conjugal, a seleção natural continua a produzir seus efeitos.
Segundo Morgan (apud ENGELS, 1978), o “[...] matrimônio entre gens não consanguíneas 
engendra uma raça mais forte, tanto física como mentalmente; mesclavam-se duas tribos 
adiantadas, e os novos crânios e cérebros cresciam naturalmente até que compreendiam as 
capacidades de ambas as tribos”. As tribos que haviam adotado o regime das gens estavam 
chamadas a predominar sobre as mais atrasadas, ou a arrastá-las com seu exemplo. Portanto, a 
evolução da família nos tempos pré-históricos consiste numa redução constante do círculo em 
cujo seio prevalece a comunidade conjugal entre os sexos, círculo que originariamente abarcava 
a tribo inteira.
A exclusão progressiva, primeiro dos parentes próximos, depois dos parentes distantes 
e, por fim, até das pessoas vinculadas apenas por aliança, torna impossível na prática qualquer 
matrimônio por grupos; como último capítulo, não fica senão o casal, unido por vínculos ainda 
frágeis – essa molécula com cuja dissociação acaba o matrimônio em geral. Isso prova quão pouco 
tem a ver a origem da monogamia com o amor sexual individual, na atual acepção da palavra.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Houve o desmoronamento do direito materno, a grande derrota histórica do sexofeminino em todo o mundo, e surgiu a Família Patriarcal, caracterizada pela organização de 
certo número de indivíduos livres e não livres, em uma família submetida ao poder paterno de 
seu chefe. Essa forma de família assinala a passagem do matrimônio sindiásmico à monogamia.
Figura 2 - Família Patriarcal. Fonte: Bezerra (2019).
A Família Monogâmica nasce em decorrência da família sindiásmica, no período de 
transição entre a fase média e a fase superior da barbárie. O grande triunfo definitivo é a nascente 
civilização. Baseada no predomínio do homem, tem por finalidade expressa a de procriar filhos 
cuja paternidade seja indiscutível, porque estes na qualidade de herdeiros diretos entrarão, um 
dia, na posse dos bens de seu pai. A família monogâmica diferencia-se do matrimônio sindiásmico 
por uma solidez muito maior dos laços conjugais, que já não podem ser rompidos por vontade 
de qualquer das partes. Agora, como regra, só o homem pode rompê-los e repudiar sua mulher.
Ao homem, igualmente, se concede o direito à infidelidade conjugal, sancionado ao 
menos pelo costume (o Código de Napoleão outorga-o expressamente, desde que ele não traga a 
concubina ao domicílio conjugal), e esse direito se exerce cada vez mais amplamente, à medida 
que se processa a evolução da sociedade. Quando a mulher, por acaso, recorda as antigas práticas 
sexuais e intenta renová-las (poliandria), é castigada mais rigorosamente do que em qualquer 
outra época anterior.
Entre os gregos, encontramos, com toda a sua severidade, a nova forma de família. 
Enquanto a situação das deusas na mitologia, como assinala Marx, nos fala de um período 
anterior, em que as mulheres ocupavam uma posição mais livre e de maior consideração, nos 
tempos heroicos, já vemos a mulher humilhada pelo predomínio do homem e pela concorrência 
das escravas. Leia-se, na Odisséia, como Telêmaco interrompe sua mãe e lhe impõe silêncio.
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Em Homero, os vencedores aplacam seus apetites sexuais com as jovens capturadas, 
escolhendo os chefes para si, por turno e segundo a sua categoria, as mais formosas; e é sabido 
que toda a Ilíada gira em torno de uma disputa mantida entre Aquiles e Agamenon por causa de 
uma escrava. Junto a cada herói mais ou menos importante, Homero fala da jovem cativa que vive 
em sua tenda e dorme em seu leito.
Essas jovens eram, ainda, conduzidas ao país natal dos heróis, à casa conjugal, conforme 
Agamenon fez com Cassandra em Ésquilo. Os filhos nascidos dessas escravas recebem uma 
pequena parte da herança paterna e são considerados homens livres; assim, Teucro, que é filho 
natural de Telamon, tem direito de usar o nome de seu pai.
Quanto à mulher legítima, exige-se dela que tolere tudo isso e, por sua vez, guarde uma 
castidade e uma fidelidade conjugal rigorosa. É certo que a mulher grega da época heroica é 
mais respeitada que a do período civilizado; todavia, para o homem, não passa, afinal de contas, 
da mãe de seus filhos legítimos, seus herdeiros, aquela que governa a casa e vigia as escravas – 
escravas que ele pode transformar (e transforma) em concubinas, à sua vontade.
A existência da escravidão junto à monogamia, a presença de jovens e belas cativas que 
pertencem de corpo e alma ao homem é o que imprime desde a origem um caráter específico à 
monogamia, que é monogamia só para a mulher, e não para o homem. E, na atualidade, conserva-
se esse caráter.
Há três formas principais de matrimônio, que correspondem aos três estágios 
fundamentais da evolução humana:
Quadro 1 - Evolução da família. Fonte: Engels (1997).
São complementos do matrimônio monogâmico: o adultério e a prostituição. Entre o 
matrimônio sindiasmático e a monogamia, “[...] intercalam-se, na fase superior da barbárie, a 
sujeição aos homens das mulheres escravas e a poligamia” (ENGELS, 1978, p. 81).
Constitui-se peculiaridade do progresso manifestado nessa sucessão de formas de 
matrimônio: “Se foi tirando cada vez mais às mulheres (mas não aos homens) a liberdade 
sexual do matrimônio por grupos” (ENGELS, 1978, p. 81). O matrimônio por grupos continua 
existindo para os homens enquanto, para as mulheres, se constituía crime de graves consequências. 
“Quanto mais o heterismo antigo se modifica, em nossa época pela produção capitalista de 
mercadorias – à qual se adapta – mais se transforma em franca prostituição e mais 
desmoralizadora se torna a sua influência” (ENGELS, 1978, p. 81).
A monogamia nasceu da concentração de grandes riquezas nas mesmas mãos 
– as de um homem – e do desejo de transmitir essas riquezas, por herança, 
aos filhos deste homem, excluídos os filhos de qualquer outro. Para isso era 
necessária a monogamia da mulher, mas não a do homem; tanto assim que a 
monogamia daquela não constitui o menor empecilho à poligamia, oculta ou 
descarada deste (ENGELS, 1978, p. 82).
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Argumenta Engels (1978) que a transmissão dos patrimônios, por herança de pai para 
filho, em um mundo onde a ascendência era maternal (ou seja, sabia-se quem era a mãe, mas 
não o pai), imprime à humanidade a necessidade de se conhecer o pai. Dessa forma, surge então 
o matrimônio monogâmico para a mulher e, lentamente, vão desaparecendo as sociedades 
matriarcais, que são substituídas pelas patriarcais. Depreende-se que esse tipo de matrimônio 
surgiu devido a causas econômicas.
Portanto,
[...] quando os meios de produção passarem a ser propriedade comum, a família 
individual deixará de ser a unidade econômica da sociedade. A economia 
doméstica converter-se-á em indústria social. O trato e a educação das crianças 
tornar-se-ão assunto público; a sociedade cuidará, com o mesmo empenho, de 
todos os filhos, sejam legítimos ou naturais. Desaparecerá, assim, o temor das 
‘consequências’, que é hoje o mais importante motivo social – tanto do ponto 
de vista moral como do ponto de vista econômico – que impede um a jovem 
solteira de se entregar livremente ao homem que ama (ENGELS, 1978, p. 82-83).
Para Morgan (apud ENGELS, 1978, p. 91), há uma evolução, ou um progresso, com a 
família monogâmica:
[...] se se reconhece o fato de que a família tenha atravessado sucessivamente 
quatro formas [matrimônio por grupos, família consanguínea, família 
punaluana e família sindiásmica] e se encontra atualmente na quinta forma 
[família monogâmica], coloca- se a questão de saber se esta forma pode ser 
duradoura no futuro. A única coisa que se pode responder é que a família deve 
progredir na medida em que progrida a sociedade, que deve modificar-se na 
medida em que a sociedade se modifique; como sucedeu até agora. A família é 
o produto do sistema social e refletirá o estado de cultura desse sistema. Tendo 
a família monogâmica melhorada a partir dos começos da civilização e, de uma 
maneira muito notável, nos tempos modernos, é lícito pelo menos supor que 
seja capaz de continuar seu aperfeiçoamento até que chegue à igualdade entre 
os dois sexos. Se, num futuro remoto, a família monogâmica não mais atender 
às exigências sociais, é impossível predizer a natureza da família que a sucederá 
(ENGELS, 1978, p. 91).
Compreenda melhor o que é heterismo: na antiga Grécia, era um 
sistema de prostituição exercido pelas heteras, que tanto podiam 
ser escravas como mulheres livres, modelo teórico atribuído a 
estágios primitivos de organização social, que se caracterizaria 
pela inexistência da instituição do casamento e pela promiscuidade 
sexual entre os membros de uma mesma comunidade. Disponível 
em: https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/
heterismo. Acesso em: 8 jun. 2020.
https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/heterismo.
https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/heterismo.
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Vejamos as principais características dos tipos de famílias, conforme o Quadro 2 a seguir:
Quadro 2 - Principais características dos tipos de famílias. Fonte: Engels (1997, p. 28-91).
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Esse tipo de família (monogâmica) merece especial atenção por constituir-se em forma 
de matrimônio estritamente vinculada à propriedade privada. Assim, “[...] a evolução da família 
nos tempos pré-históricos, consiste numa redução constante do círculo em cujo seio prevalece 
a comunidade conjugal entre os sexos, círculo que originariamente abarcava a tribo inteira” 
(ENGELS, 1978, p. 49).
O Lar comunista significa
[...] predomínio da mulher na casa; tal como reconhecimento exclusivo de uma 
mãe própria, na impossibilidade de conhecer com certeza o verdadeiro pai; 
significa alto apreço pelas mulheres, isto é, pelas mães. Uma das ideias mais 
absurdas que nos transmitiu a filosofia do século XVIII é a de que na origem da 
sociedade a mulher foi escrava do homem. Entre todos os selvagens e em todas 
as tribos que se encontram nas fases inferior, média e até (em parte) superior da 
barbárie, a mulher não só é livre como, também, muito considerada (ENGELS, 
1978, p. 50-51).
Até então, vigorava o direito materno, isto é, “[...] enquanto a descendência só se contava 
por linha feminina, e segundo a primitiva lei de herança imperante na gens, os membros dessa 
mesma gens herdavam, no princípio, do seu parente gentílico falecido”. Entretanto, 
[...] os filhos de um homem falecido não pertenciam à gens daquele, mas à de 
sua mãe; ao princípio, herdavam da mãe, como os demais consanguíneos desta; 
depois, provavelmente, forma seus primeiros herdeiros, mas não podiam sê-lo 
de seu pai, porque não pertenciam à gens do mesmo, na qual deveriam ficar os 
seus bens (ENGELS, 1978, p. 59).
Dessa forma, 
[...] as riquezas, à medida que iam aumentando, davam, por um lado, ao homem 
uma posição mais importante que a da mulher na família, e, por outro 
lado, faziam com que nascesse nele a ideia de valer-se desta vantagem para 
modificar, em proveito de seus filhos, a ordem da herança estabelecida. 
Mas isso não se poderia fazer enquanto permanecesse vigente a filiação segundo 
o direito materno. Esse direito teria que ser abolido, e o foi. E isto não foi tão 
difícil quanto hoje nos parece O desmoronamento do direito materno, a grande 
derrota histórica do sexo feminino em todo o mundo. O homem apoderou-se 
também da direção da casa; a mulher viu-se degradada, convertida em servidora, 
em escrava da luxúria do homem, em simples instrumento de reprodução 
(ENGELS, 1978, p. 59, 61).
Famulus significa escravo doméstico e ‘família’ é o conjunto dos escravos pertencentes 
a um mesmo homem. “A expressão foi inventada pelos romanos para designar um novo 
organismo social, cujo chefe mantinha sob seu poder a mulher, os filhos e certo número de 
escravos, com o pátrio poder romano e o direito de vida e morte sobre todos eles” (ENGELS, 
1978, p. 61).
A monogamia não aparece na história, portanto, absolutamente, como uma 
reconciliação entre o homem e a mulher e, menos ainda, como a forma mais 
elevada de matrimônio. Pelo contrário, ela surge sob a forma de escravização de 
um sexo pelo outro, como proclamação de um conflito entre os sexos, ignorado, 
até então, na pré-história. Num velho manuscrito inédito, redigido em 1846 por 
Marx e por mim, encontro a seguinte frase: ‘A primeira divisão do trabalho é a 
que se fez entre o homem e a mulher para a procriação dos filhos’ (ENGELS, 
1978).
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Chegamos à divisa das famílias sindiásmica e monogâmica, surge a família patriarcal. 
“Com a família patriarcal, entramos no domínio da História escrita” (ENGELS, 1978, p. 62). E, 
para Marx,
A família moderna contém, em germe, não apenas a escravidão (servitus) como 
também a servidão, pois, desde o começo, está relacionada com os serviços da 
agricultura. Encerram, em miniatura, todos os antagonismos que se desenvolvem 
mais adiante, na sociedade e em seu Estado (ENGELS, 1978, p. 62).
Com efeito, “[...] a família individual moderna baseia-se na escravidão doméstica, franca 
ou dissimulada da mulher, e a sociedade moderna é uma massa cujas moléculas são as famílias 
individuais” (ENGELS, 1978, p. 80).
2. FAMÍLIA CONTEMPORÂNEA E SUAS TRANSFORMAÇÕES
A ideia que temos de família na contemporaneidade não é a mesma da antiguidade, como 
acabamos de estudar. Estamos em um momento de desenvolvimento social sobre o tema, em que 
o conceito do que vem a ser família precisa ser ampliado.
O modelo familiar predominante era o patriarcal, tínhamos a figura do “chefe de família”, 
que era o líder, o centro do grupo familiar, responsável pela tomada das decisões, tido como o 
provedor, e suas decisões deveriam ser seguidas.
Além desse fato, a ideia de família era patrimonial e imperialista; prova disso estava no 
fato de que as uniões entre as pessoas não se davam por amor entre elas, mas sim pelas escolhas 
de suas famílias, no caso dos patriarcas, com o interesse de aumentar o patrimônio e o poder de 
suas famílias. Muitas vezes, os noivos não se conheciam, mas viam-se obrigados a honrar o nome 
da família e contribuir para seu fortalecimento social e econômico.
Com a evolução pela qual passamos na sociedade, os modelos familiares mudaram 
influenciados pela industrialização, urbanização, abolição da escravatura e uma nova organização 
social, que vieram com uma nova ideia de igualdade e de dignidade da pessoa humana, passando 
a ser mais democrática. Abandonou-se o modelo patriarcal, trazendo para as famílias um 
modelo igualitário, no qual todos os membros devem ter suas necessidades atendidas, buscando 
a felicidade de cada indivíduo, essencial no ambiente familiar.
Mas, conforme Oliveira (2009, p. 67),
A dificuldade está em compatibilizar a individualidade e a reciprocidade 
familiares, pois, ao abrir espaço para tal individualidade, renovam-se as 
concepções das relações familiares. O impacto desses desafios influencia o 
cotidiano dessas relações. 
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Na atualidade, temos um elemento de suma importância para a criação das famílias: as 
pessoas se unem por haver uma atração entre elas, um querer, ainda traz um traço egoísta, porém 
no melhor sentido da palavra, uma vez que se dá pelo fato de a outra pessoa lhe trazer felicidade, 
segurança, prazer e crescimento.
Figura 3 - Novos modelos de família. Fonte: Maligeri (2010).
 
Na contemporaneidade, existem vários tipos de arranjos familiares trazidos pela 
modernidade, por isso não podemos pensar apenas nas famílias patriarcais (nucleares). Com 
transformações como planejamento familiar e métodos contraceptivos, a mulher passou a ter sua 
independência financeira; enfim, tudo contribuiu para alterações dos tipos familiares. Deve-se 
concordar que a palavra família tem novos valores e significados, é importante compreender que 
é algo muito maior que apenas um conjunto de pessoas. Nesse sentido, o IBGE entende a palavra 
família como:
[...] conjunto de pessoas ligadas por laços de parentesco, dependência doméstica 
ou normas de convivência, residente na mesma unidade domiciliar, ou pessoa 
que mora só em uma unidade domiciliar. Entende-se por dependência doméstica 
a relação estabelecida entre a pessoa de referência e os empregados domésticos 
e agregados da família, e por normas de convivência as regras estabelecidas 
para o convívio de pessoas que moram juntas, sem estarem ligadas por laços 
de parentesco ou dependência doméstica. Consideram-se como famílias 
conviventes as constituídas de, no mínimo, duas pessoascada uma, que residam 
na mesma unidade domiciliar, domicílio particular ou unidade de habitação em 
domicílio coletivo (IBGE, 2020).
Podemos observar que as transformações ocorridas com a modernização ampliam a 
constituição familiar, que não é mais só formada por homem e mulher, pelo casamento civil e 
religioso, pois o elemento responsável pela constituição da família é subjetivo e decorrente da 
vontade dos indivíduos.
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Tais arranjos diversificados podem variar em combinações de diversas 
naturezas, seja na composição ou também nas relações familiares estabelecidas. 
A composição pode variar em uniões consensuais de parceiros separados ou 
divorciados; uniões de pessoas do mesmo sexo; uniões de pessoas com filhos 
de outros casamentos; mães sozinhas com seus filhos, sendo cada um de um pai 
diferente; pais sozinhos com seus filhos; avós com os netos; e uma infinidade 
de formas a serem definidas, colocando-nos diante de uma nova família, 
diferenciada do clássico modelo de família nuclear (OLIVEIRA, 2009, p. 68).
Ainda conforme a autora, no Brasil, as novas estruturas de parentesco colocam os 
profissionais que trabalham com família e os próprios membros da instituição familiar em busca 
de novas denominações ou de tentar compreender socialmente tais mudanças. Vejamos algumas 
dessas nomenclaturas familiares da modernidade.
• Extensa/Alargada: em um determinado lugar, moram todos ou boa parte dos membros 
da família. Nisso inclui, além do pai, da mãe e dos filhos, os avós, tios e primos, isto é, a 
família formada por três ou quatro gerações.
• Heteronormativa/Patriarcal/Nuclear: é apenas mãe, pai e filhos. Os casais sem filhos 
também se encaixam nesse tipo.
• Famílias Adotivas: são as famílias formadas por pessoas que, por diversos motivos, 
acolhem novos membros, geralmente crianças, que podem ser multiculturais ou birraciais.
• Famílias Adotivas Temporárias: são famílias (nuclear, extensa ou qualquer outra) que 
adquirem uma característica nova ao acolher um novo membro, mas temporariamente.
• Família Anaparental: Ana vem do grego e significa “falta”. Assim, a família anaparental 
é aquela em que não haverá a figura de pai ou de mãe, em que os irmãos se tornam 
responsáveis uns pelos outros. A lei vigente abrange também a formação de um agregado 
a partir de laços afetivos, como no caso de amigos, em que não há uma relação de 
parentalidade.
• Reconstruída/Composta/Mosaico/Reestruturada/Pluriparental: quando a família se 
divide após uma separação ou divórcio. A mãe casa-se novamente com outra pessoa, 
assim como o pai. O filho desse casal tem, então, madrasta, padrasto, pai, mãe e, às vezes, 
meio-irmãos.
• Parental ou Monoparental: há apenas a mãe ou apenas o pai. Isso ocorre quando há 
morte ou divórcio de um dos pais, ou a mãe tem um filho independente (mãe solo).
• Família Design: com os avanços tecnológicos e as facilidades da internet, nesse tipo de 
formação familiar, as pessoas se unem no intuito único de ter uma relação que gere filhos, 
seja de forma natural ou reprodução assistida e, posteriormente, criarão a criança como 
se fossem pais divorciados (ALVES, 2013).
• Família Unipessoal: as famílias unipessoais cumprem uma função jurídica importante 
por se tratar de pessoas que vivem sozinhas (pessoas solteiras, viúvas ou separadas). Essas 
pessoas recebem amparo legal e não podem ter suas heranças familiares penhoradas pela 
justiça.
• Homoparental: pessoas do mesmo sexo, homens ou mulheres, se casam. Podem ter 
filhos ou não.
• Comunitária/Eudemonista: há variadas pessoas dividindo uma mesma casa, sem a 
obrigatoriedade de terem laços de consanguinidade.
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• Famílias Simultâneas/Paralelas: ocorre tal espécie de família quando há, ao mesmo tempo, 
relacionamento, um casamento ou união estável com uma pessoa e outro relacionamento, 
caracterizado também pela união estável envolvendo um mesmo indivíduo. É o caso 
do marido/esposa que possui um amante; assim, para Madaleno (2011, p. 15), “[...] 
ressalvadas as uniões estáveis de pessoas casadas, mas de fato separadas, uma segunda 
relação paralela ou simultânea ao casamento ou a outra união estável é denominada 
concubinato e não configura uma união estável”, entretanto os bens adquiridos dessa 
união, bem como os filhos, devem receber respaldo legal.
• Família Inter-racial e Família Intercultural: com a imigração, há mais oportunidade 
de conhecer pessoas fora do seu grupo cultural e étnico. Dessa maneira, surgem casais 
de culturas diferentes, que terão filhos biológicos ou não e que serão educados entre 
costumes e, às vezes, idiomas distintos.
• Matrifocal: grupo familiar caracterizado pela valorização explícita e elaborada do papel 
materno, em que as relações entre mães e filhos são mais enfatizadas do que as relações 
entre pai e filho e em que a mãe tem o controle sobre os recursos econômicos e os processos 
de decisão, normalmente o pai está sempre ausente ou tem um papel secundário. Essa 
expressão, “família matrifocal”, deve-se a Raymond Thomas Smith, em The negro family 
in British Guiana, de 1956.
Em um contexto generalizado, a sociedade contemporânea é pautada em uma perspectiva 
moderna, porém, em seu interior, necessita da família, mesmo que o conceito de família seja 
volátil e esteja em constante alteração. Diante dessa realidade, podemos verificar que a família 
é uma maneira da vida privada de se expressar, lugar de intimidade, de construções individuais 
(cada qual com uma maneira única de ser e pensar) e coletivas e um espaço significativo de 
expressões de sentimentos, que, nessa modernidade, podem ser esquecidos diante da correria na 
atualidade.
Depreende-se que a expansão do conceito familiar transforma e causa pensamentos 
e ideologias diferentes, um espaço que gera relações horizontais e de crescimento de pessoas, 
discussões e preconceitos, pois é compreendida como um importante espaço para a construção e 
reconstrução de identidades e o não aceitamento à configuração do mundo atual, que é marcado 
pela multiplicidade ideológica.
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3. A RELAÇÃO DA FAMÍLIA COM O ESTADO
Figura 4 - Tipos de família. Fonte: Blog da Kika Castro (2014).
Especialistas de diversas áreas do conhecimento têm realizado constantes estudos sobre 
as relações família e Estado. Dessa forma, o surgimento do Estado novo ao surgimento da família 
moderna como lugar de afetos e espaço privado não significou apenas uma separação de esferas, 
mas também o estabelecimento de uma relação entre ambos, até nos dias de hoje conflituosa 
e contraditória. Conforme Mioto (2004, p. 45), a relação família e Estado é conflituosa desde 
o princípio, por estar menos relacionada aos indivíduos e mais à disputa do controle sobre o 
comportamento dos indivíduos.
Ainda segunda a autora, por essa razão, ela (a família) tem sido lida de duas formas 
opostas. Como uma questão de invasão progressiva e de controle do Estado sobre a vida familiar e 
individual, que tolhe a legitimidade e desorganiza os sistemas de valores radicados no interior da 
família, ou como uma questão que tem permitido uma progressiva emancipação dos indivíduos, 
pois à medida que o Estado intervém enquanto protetor, ele garante os direitos e faz oposição 
aos outros centros de poderes tradicionais (familiares, religiosos e comunitários), movidos por 
hierarquias consolidadas e uma solidariedade coativa.
Alguns autores vêm afirmando que, apesar do reconhecimento da centralidade na 
família no âmbito da vida social, têm existido uma prática e uma negação sistemática de tal 
reconhecimento, havendo mesmo uma penalização da família por parte daquelas instituições que 
deveriam promovê-la (DONATI, 1996; BARROS,1995 apud MIOTO, 2004). Ao longo da história, 
a relação estabelecida entre família e Estado foi marcada pelo encetamento do Estado como fonte 
de controle e elaboração de normas para a família e pela construção de uma contraditória parceria 
no decorrer do tempo para garantir a reprodução social. 
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No caso do Brasil, podemos observar essa contradição por meio das legislações. 
A Constituição de 1988 tem a família como base da sociedade e com especial proteção do 
Estado. Dessa forma, a distinção entre famílias capazes (estruturadas) e famílias incapazes 
(desestruturadas) pelo Estado tornou-se necessária. Na categoria das capazes (estruturadas), 
incluem-se aquelas que, via mercado, trabalho e organização interna, conseguem desempenhar 
com êxito as funções que lhes são atribuídas pela sociedade, cuidam de si e dos seus. Já na categoria 
das incapazes (desestruturadas), estariam aquelas que, não conseguindo atender às expectativas 
sociais relacionadas ao desempenho das funções atribuídas, requerem a interferência externa, a 
princípio do Estado, para a proteção dos seus membros (MIOTO, 2004).
Ainda conforme a autora, a categoria das famílias capazes ou incapazes, sãs ou doentes, 
normais ou anormais, estruturadas ou desestruturadas se encontra fortemente arraigada tanto no 
senso comum como nas propostas dos políticos e dos técnicos responsáveis pela formulação de 
políticas públicas e sociais e a organização de serviços. Como se pode dizer que as famílias são 
ou não estruturadas, tendo como pano de fundo um capitalismo desonesto, desordenado, poucos 
com muito e muitos com pouco? Sofrendo com as expressões da questão social? Pense nisso!
Conforme Mioto (2004), a hegemonia desse tipo de leitura sobre a família se faz presente 
no cotidiano dos serviços, tanto no âmbito da organização como na ação rotineira dos técnicos dos 
programas de apoio sociofamiliar. Alguns princípios podem ser identificados como norteadores 
dessa condução das ações assistenciais direcionadas às famílias: a predominância de concepções 
estereotipadas de família e papéis familiares, a prevalência de propostas residuais e a centralização 
de ações em situações-limite, e não em situações cotidianas.
Vemos historicamente, a partir do século XVIII, a efetivação do modo de produção 
capitalista, incidindo diretamente na organização da família, conforme Mioto (2008), por meio da 
separação entre a casa e a rua; a divisão entre as tarefas da mulher (casa) e do homem (trabalho); 
e a instauração de um salário individual. Ocorreu assim uma divisão de papéis: o homem foi 
posto como o “macho” que mantém a família, sendo responsável moral pela provisão familiar; e a 
mulher como responsável pelo cuidado, na busca da manutenção do corpo “são” para o trabalho 
e da primazia pela preservação das reservas familiares. No capitalismo, a família se constitui, 
então, como o espaço privado (SECCOMBE, 1997 apud MIOTO, 2008).
O Estado, neste momento histórico, não provia políticas sociais e havia hegemonia do 
ideário liberal, que indicava a regulação por parte do mercado das relações sociais. A família era 
vista como o “canal natural” de proteção social vinculado às suas possibilidades de participação 
no mercado para compra de bens e serviços necessários à provisão de suas necessidades.
O grau de valorização da família vai aumentando até chegar a ser colocada como 
instância primordial da sociedade [...]. Enfim, na formação capitalista sob a 
égide do liberalismo, a família se conforma com o espaço privado por excelência 
e como espaço privado, e deve responder pela proteção social de seus membros 
(MIOTO, 2008, p. 133).
O esgotamento do capitalismo liberal, demonstrado por meio do agravamento das 
condições objetivas de vida como reflexo da precariedade do trabalho, e consequentemente do 
aumento dos riscos dos trabalhadores e da desproteção das mulheres e crianças, demonstrou os 
limites do capitalismo liberal de garantir, por meio apenas da família e do mercado, o bem-estar 
coletivo (MIOTO, 2008).
As manifestações da questão social se agravaram, determinando mudanças na intervenção 
do Estado e nas formas de proteção, passando a se constituir como principal sujeito de regulação 
das relações entre economia e demandas sociais (MIOTO, 2008).
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Principalmente na Europa, após a II Guerra Mundial, que havia sido destruída pelo conflito, 
se consolidou a necessidade de reorganização do processo de intervenção do Estado, dando 
origem ao Welfare State, no qual os modelos de intervenção apresentam três tipos de inserção 
da família: a) Família do provedor masculino: transferência de benefício ao pai trabalhador, 
que é o responsável em transferir aos demais membros; b) Desfamilização: abrandamento da 
responsabilidade familiar, devendo o Estado prover políticas que atendam às necessidades das 
famílias; c) Familismo: família deve assumir a responsabilidade pelo bem-estar de seus membros 
(MIOTO, 2008).
Com a crise do Welfare State, houve uma redescoberta da família, como instância de 
proteção e como possibilidade de recomposição de uma sociedade solidária. Neste contexto 
histórico, o neoliberalismo é tomado como ideário que preconiza a diminuição dos gastos sociais, 
redução dos serviços sociais públicos, com a eliminação de programas e redução de benefícios, 
o mercado como mecanismo dos recursos econômicos e da satisfação das necessidades dos 
indivíduos; além disso, ressalta a competição e o individualismo, desregulamenta e flexibiliza 
as relações trabalhistas e, por fim, rechaça os direitos sociais e responsabiliza a sociedade pela 
satisfação desses direitos (LAURELL, 1995).
Nessa direção, o Estado transfere para a família a responsabilidade de seu próprio sustento, 
sem, contudo, lhe oferecer meios para essa sobrevivência. A família sofre escancaradamente os 
efeitos da política neoliberal.
O neoliberalismo reduz as funções sociais do Estado. Laurell (1995) postula que o 
mercado “[...] é o melhor mecanismo dos recursos econômicos e da satisfação das necessidades 
dos indivíduos” (LAURELL, 1995 p. 161). Este, por sua vez, passa a intervir junto às camadas 
menos favorecidas da população, para que façam uso dos serviços privados, despolitiza as relações 
sociais e os direitos historicamente conquistados, valorizando o “assistencialismo” e o “favor”.
O Estado, com o processo de redução, retomou a família como sujeito fundamental na 
provisão de bem-estar. Pereira (2007) aponta que, em contraposição ao Welfare State ou Estado 
de Bem-estar social, o que passou a ser visto foi um pluralismo de bem-estar, havendo uma 
quebra da centralidade do Estado, em favor do mercado e do terceiro setor.
A proteção social passou a ser definida a partir de três eixos: o do Estado como o recurso 
de poder; o do Mercado como recurso do capital; e o da sociedade e da rede familiar como 
recurso da solidariedade (ABRAHAMSON, 1992 apud PEREIRA, 2007).
Devido ao ideário neoliberal e às transformações societárias, há uma chamada à família 
para que se responsabilize em prover as condições de sua vida, ocorrendo simultaneamente uma 
diminuição da responsabilidade do Estado sob a proteção social dos membros da sociedade.
Segundo Mioto (2007), o familismo é a base das políticas sociais brasileiras. Na tradição 
familista, existem dois “canais naturais” para satisfação das necessidades dos indivíduos: o 
mercado – pela inserção no trabalho; e a família. Dessa forma, o Estado só interfere de maneira 
temporária, quando um desses canais “falha”.
No Brasil, essa tendência foi abalada pelo processo de rearticulação da sociedade em 
torno do fim da ditadura, a partir da estruturação dos movimentos sociais e do desdobramento 
da concepção de cidadania com a ampliação de direitos, respaldados pela Constituição de1988 – 
CF/1988. Com o advento da nova CF/1988 e do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no 
início da década de 1990, o Brasil recupera e reforça o olhar sobre a família.
Porém, há uma dicotomia, pois é a partir dessa mesma década que ocorre no país a entrada 
do neoliberalismo. As circunstâncias no país são de redução dos direitos sociais e trabalhistas, 
desemprego estrutural, precarização do trabalho, sucateamento da educação e saúde, desmonte 
da previdência pública, manipulação dos espaços de controle social e minimização dos direitos 
garantidos na Constituição Federal de 1988. Há a consolidação das disputas entre diferentes 
projetos políticos.
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Você já pensou que, na contemporaneidade, temos família em rede? O parentesco, 
principalmente para famílias pobres, supera laços de sangue e transforma vizinhos, 
ou amigos próximos em parentes. Eles possibilitaram trocas de dinheiro, de apoio 
e de afeto. Um grande exemplo são grupos familiares chefiados por mulheres, o 
que é possibilitado pela mobilização cotidiana de uma rede familiar que ultrapassa 
os limites das casas, é a unidade que permite a sobrevivência e que organiza o 
mundo das pessoas (MIOTO; CAMPOS; CARLOTO, 2015, p. 129).
Para mais informações sobre a origem das famílias, 
dentro da perspectiva da Antropologia, leia:
ENGELS, F. A origem da família, da propriedade 
privada e do Estado. São Paulo: Boitempo, 2019.
Fonte: Amazon (2020).
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Uma visão crítica interessante do conceito 
de família pode ser vista no filme 
A excêntrica família de Antônia. 
Disponível em:
h t t p s : / / w w w . y o u t u b e . c o m /
watch?v=PEaiNm92JEU. 
Acesso em: 11 abr. 2020.
Para compreendermos que não existe um único modelo 
de família, por meio de um drama forte e envolvente, 
assista ao filme indicado. Ele apresenta uma perspectiva 
feminista e utópica de independência individual, 
especialmente da mulher. Narra a passagem da vida de 
ao menos três gerações femininas: Antonia; Danielle, sua 
filha; Thérèse, filha de Danielle. Gorris se esforça para 
entregar uma narrativa interessante, mas que não passa 
de uma crítica barata às tradições e ao machismo do 
pós-guerra.
Acredito que, depois de ter assistido a esse filme, você, aluno, deve ter compreendido 
os preconceitos colocados pela sociedade sobre as famílias e suas mudanças ao 
longo do tempo.
 Fonte: Pena Júnior (2020).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado(a) aluno(a), chegamos ao fim da nossa Unidade 1 e do tema Conceito de 
família. Pudemos, nesta unidade, ter acesso às informações sobre o surgimento da família, sua 
sistematização e organização.
Você conheceu alguns exemplos de como eram os matrimônios por grupos e foi 
convidado(a) a compreender de forma mais profunda os modelos de famílias desde o seu início: 
consanguínea, punaluana, sindiásmica e monogâmica, chegando ao modelo patriarcal.
Pôde observar que não existe mais um modelo de família ideal, que houve transformações 
importantes na estrutura familiar, em sua forma, devido às influências, primeiramente da 
propriedade privada, depois do Estado, do capitalismo e do neoliberalismo, que atua até os dias 
de hoje em nossa sociedade.
Dessa forma, teve a oportunidade de aprender temas que fazem parte do cotidiano das 
pessoas e das sociedades, algo que coloca você, querido(a) aluno(a), à frente de responsabilidades 
com um novo olhar para a família, que nem sempre é do conhecimento de todos, e isso é um dos 
diferenciais deste curso para você.
Esperamos que, além de conhecimento, esse tema traga alegria a você, por saber que, no 
mundo atual, geralmente marcado apenas pela busca do lucro e da vantagem competitiva, pode 
existir uma família que ama, que estrutura e que acolhe! Faça da sua família aquela que você 
construiu ou ainda vai construir, independentemente da forma que ela seja, a melhor família.
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SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................................................27
1. MATRICIALIDADE SOCIOFAMILIAR DO SUAS ......................................................................................................28
2. A FAMÍLIA E A REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE .......................................................................................................32
3. FAMÍLIA E A QUESTÃO HABITACIONAL NO BRASIL ...........................................................................................38
4. O CONTEXTO EDUCACIONAL E A FAMÍLIA ..........................................................................................................47
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................................................................57
AS POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO DO PROFISSIONAL 
DO SERVIÇO SOCIAL NO TRABALHO COM FAMÍLIAS EM 
DIFERENTES POLÍTICAS E ESPAÇOS DE ATUAÇÃO
PROF.A SUZIE KEILLA VIANA DA SILVA 
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
SERVIÇO SOCIAL E ATENÇÃO À FAMÍLIA
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INTRODUÇÃO
Olá, prezado(a) aluno(a).
Dando continuidade aos estudos da disciplina Serviço Social e Atenção à Família, vamos 
conhecer as interfaces entre a política de Assistência Social (Matricialidade), Saúde, Habitação, 
Educação e o Serviço Social, seus desdobramentos e entraves para a consolidação da atuação 
profissional do Assistente Social.
Na política de assistência social, veremos a matricialidade sociofamiliar, como esta se 
tornou importante para a efetivação das políticas públicas para se trabalhar o todo, deixando o 
olhar fragmentado dos sujeitos.
Neste contexto, o direito à saúde foi conquistado a partir de um processo de intensas 
reivindicações da classe trabalhadora e de movimentos sociais, os quais conseguiram alcançar seu 
objetivo, a partir da Constituição Federal de 1988, com a regulamentação do tripé da Seguridade 
Social, composto pelas políticas de Saúde, Assistência Social e Previdência Social.
Estudaremos a Política Nacional de Habitação e sua relação com o Serviço Social. Pautado 
em uma revisão histórico-social do desenvolvimento da Política de Habitação no Brasil, o leitor 
terá condições de conhecer os avanços, os desafios e os fatores econômicos, políticos e sociais que 
influenciaram no processo de construção da atual política, bem como suas bases legais. 
Neste sentido, veremos o papel do Assistente Social na área da educação, suas competências, 
habilidades e a contribuição que o trabalho interdisciplinar pode oferecer para a referida área – 
tema central de discussão nesta unidade.
Diante deste contexto, é de suma importância compreender a transversalidade entre 
essas políticas e a interlocução com o Serviço Social, enquanto profissão voltada para viabilizar 
a garantia de direitos fundamentais para o pleno desenvolvimento da pessoa humana, uma vez 
que, de acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil, “todos são iguais perante 
a lei”.
Essa frase, que se refere ao primeiro artigo da legislação suprema de nosso país, nos faz 
refletir sobre como as políticas sociais, em especial as públicas e seus respectivos serviços, estão 
sendo prestadas aos cidadãos brasileiros.
Então vamos descobrir e interpretar as relações que permeiam o cenário das políticas 
públicas brasileiras e como está inserido o Serviço Social nessas áreas, as quais podem ser 
consideradas como palcos das expressões da questão social.
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1. MATRICIALIDADE SOCIOFAMILIAR DO SUAS
Figura 1 - Representação da Matricialidade. Fonte: Pixabay (2018).
Desde a Constituição Federal de 1988, a Assistência Social se fundamenta em um novo 
paradigma, o do direito social, e passa a ser definida como política pública. Dessa forma, é uma 
política de Estado que independe de governos específicos.
Posteriormente, as legislações que a regulamentaram, como a Lei Orgânica da Assistência 
social – LOAS (BRASIL, 1993), Política Nacional de Assistência Social – PNAS (BRASIL, 
2004), Norma Operacional Básica – NOB/SUAS (BRASIL, 2005) e Norma Operacional Básica 
de Recursos Humanos do SUAS – NOB-RH/SUAS (BRASIL, 2006), materializam essas novas 
dimensões e promovem reordenamentos institucionais. A Política Nacional de Assistência Social 
explicita que os serviços de Proteção Social Básica e Proteção Social Especial, voltados para a 
atenção às famílias, deverão ser prestados em unidades próprias dos municípios, por meio do 
Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) e do Centro de Referência Especializado da 
Assistência Social (CREAS).
As instituições não governamentais (Terceiro Setor) de Assistência Social, que integram 
a rede socioassistencial dos municípios, também poderão firmar parcerias para executar esses 
serviços. Dessa maneira, possibilita-se a normatização dos padrões nos serviços, qualidade 
do atendimento, indicadores de avaliação e resultado, nomenclatura dos serviços da rede 
assistencial, seguindo eixos estruturantes: Matricialidade Sociofamiliar; Descentralização 
Político-Administrativa e Territorialização; Novas bases para a relação entre Estado e Sociedade 
Civil; Financiamento; Controle Social; Desafio da participação popular; Recursos Humanos; 
Informação, Monitoramento e Avaliação (BRASIL, 2004, p. 13-14).
Por meio do eixo estruturante da Matricialidade Sociofamiliar, o atendimento na Política 
de Assistência Social passa a ter centralidade na família e em seus membros, pois se considera que 
nela se encontram todos os segmentos.
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Segundo a Política Nacional de Assistência Social, a família é definida como:
[...] espaço privilegiado e insubstituível de proteção e socialização primárias, 
provedora de cuidados aos seus membros, mas que precisa também ser cuidada 
e protegida. Essa correta percepção é condizente com a tradução da família na 
condição de sujeito de direitos, conforme estabelece a Constituição Federal de 
1988, o Estatuto da Criança e do Adolescente, a Lei Orgânica de Assistência 
Social e o Estatuto do Idoso (BRASIL, 2004, p. 41).
A NOB/2005 definiu o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) como 
[...] um sistema público não contributivo, descentralizado e participativo que 
tem por função a gestão do conteúdo específico da assistência social no campo 
da proteção social brasileira [...]. E traz a família como o núcleo social básico de 
acolhida, convívio, autonomia, sustentabilidade e protagonismo social (BRASIL, 
2005, p. 17).
No SUAS, a centralidade traz, em sua base, a concepção de que todas as outras necessidades 
e públicos da assistência social estão, de alguma maneira, vinculados à família, quer no momento 
de utilização dos programas, projetos e serviços da Assistência, quer no início do ciclo que gera a 
necessidade de o indivíduo vir a ser alvo da atenção da política.
Ao defender a centralidade, a NOB/2005 aponta o seguinte conceito de família: “[...] 
Núcleo afetivo, vinculada por laços consanguíneos, de aliança ou afinidade, onde os vínculos 
circunscrevem obrigações recíprocas e mútuas, organizadas em torno de relações de geração e de 
gênero” (BRASIL, 2005, p. 17).
A matricialidade sociofamiliar passa a ter centralidade no SUAS devido ao intenso 
processo de penalização das famílias, que estão cada vez mais vulneráveis devido às transformações 
societárias e à forte pressão que os processos de exclusão sociocultural geram sobre as famílias, 
acentuando suas fragilidades e contradições. Por isso, faz-se primordial sua centralidade no 
âmbito das ações da Política de Assistência Social, como espaço privilegiado e insubstituível de 
proteção e socialização primárias, provedora de cuidados aos seus membros, mas que precisa 
também ser cuidada e protegida (BRASIL, 2004).
Dessa forma, reconhece-se a importância da família para seus membros, sendo necessário 
que esta seja incluída como centro da Política de Assistência Social, articulada com as outras 
políticas públicas (saúde, educação, habitação, cultura, esporte, lazer, entre outras), tão essenciais 
para que o cidadão possa alcançar a promoção social.
A família, independentemente dos formatos que assume, é mediadora das relações 
entre o sujeito e a coletividade. É um espaço contraditório, marcado pela luta cotidiana para 
a sobrevivência. Nesse sentido, deve-se considerar que o sistema imposto na sociedade não dá 
condições humanas para uma vida cidadã, pois a sociedade está em movimento, é dinâmica; sendo 
assim, a cada dia, solicitam-se novas formas de sobrevivência para as famílias e seus membros, 
tanto no mundo do trabalho assalariado como nos setores informais (VANZETTO, 2005).
Segundo Mioto (2000), o lugar da família nas políticas sociais se faz necessário pelo 
fato de que à sua situação de pobreza está diretamente ligada a má distribuição de renda, pois 
o modo de produção capitalista não garante pleno emprego, ficando as famílias em situação de 
vulnerabilidade, havendo a necessidade da inclusão social por meio das políticas sociais ofertadas 
pelo Estado.
O grau de vulnerabilidade no Brasil vem aumentando, devido às desigualdades 
econômicas, próprias de sua estrutura social, onde cada vez mais se nota a exigência para que as 
famílias desenvolvam formas estratégicas para sua sobrevivência.
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No bojo das transformações sociais, a família não deve ser entendida somente como uma 
casa onde residem pai, mãe e filhos; compreende-se que existem novas concepções de família 
e, considerando essa diversidade, a família pode ser definida “[...] como um núcleo de pessoas 
que convivem em determinado lugar, durante um lapso de tempo mais ou menos longo e que se 
acham unidas, ou não, por laços consanguíneos” (MIOTO, 1997, p. 120). Ou ainda, como destaca 
a autora, “[...] estamos diante de uma família quando encontramos um espaço constituído de 
pessoas que se empenhem umas com as outras, de modo contínuo, estável e não-casual [...] 
quando subsiste um empenho real entre as diversas gerações” (MIOTO, 2004, p. 14-15).
Dessa forma, não deve haver distinção no atendimento no SUAS para as famílias; 
independentemente de sua forma, o importante é incluir os membros do grupo familiar em 
programas, projetos, serviços e benefícios, que possam ter suas principais necessidades atendidas 
e que saiam da situação de exclusão.
Os usuários dos programas, projetos e serviços da assistência social têm necessidades 
em diferentes áreas da vida social (ser biopsicossocial), bem como nas diferentes faixas etárias, 
abrangendo, portanto, toda a família e não apenas um ou parte de seus membros. Portanto, 
reconhecer e defender a centralidade como princípio aponta para o trabalho junto à família com 
a possibilidade de atuação integral e não fragmentada.
Entretanto, a Política de Assistência Social busca romper com a tradição de atendimentos 
fragmentados, pontuais, dispersos e descontínuos, voltados para situações extremas, assumindo 
uma dimensão preventiva, em nível de atenção básica, além daquela dirigida para situações de 
média e alta complexidade, quando o risco ou violação de direitos já ocorreu. A matricialidade 
sociofamiliar vem como antídoto à fragmentação dos atendimentos, sujeitos à proteção de uma 
rede de serviços de suporte à família. O fortalecimentode possibilidades de convívio, educação, 
proteção social na própria família não restringe as responsabilidades públicas de proteção social 
para com os indivíduos e a sociedade (BRASIL, 2005, p. 17).
Dessa forma, o modo como a família é incorporada à política pública reflete na organização 
dos serviços e na proposição e organização do trabalho com as famílias no cotidiano dos serviços, 
programas e projetos.
Houve um grande avanço nessa estruturação e, da forma como está apresentada na Norma 
Operacional Básica, fica evidente a necessidade de o Estado dar conta de assegurar ao núcleo 
familiar as condições básicas para que este assuma seu papel exposto na Constituição Federal 
de 1988 e em outras legislações, como, por exemplo, o Estatuto da Criança e do Adolescente 
(BRASIL, 1990) e o Estatuto do Idoso (BRASIL, 2003), visto que tais legislações deixam evidentes 
as responsabilidades da família perante a infância e juventude e a terceira idade.
A família deve ser apoiada e ter acesso a condições para responder ao seu papel no 
sustento, na guarda e na educação de suas crianças e adolescentes, bem como na proteção de seus 
idosos e portadores de deficiência (BRASIL, 2005, p. 17).
De acordo com Ferrari (1994, p. 8 apud ROSA, 2006, p. 5), vale lembrar que família pode 
ser considerada aquela que propicia o bem-estar de seus componentes, ela desempenha um papel 
decisivo na educação formal e informal, é em seu espaço que são absorvidos os valores éticos 
e humanitários e onde se aprofundam laços de solidariedade, é também em seu interior que 
se constroem as marcas entre as gerações e são observados os valores culturais. A família pode 
representar uma instituição fundamental na vida social, uma rede de relações, ou ainda, “família é 
gente com quem se conta”, de acordo com a definição da Organização das Nações Unidas (ONU).
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Segundo Teixeira (2010), a PNAS/2004 e o SUAS/2005, ao adotarem o princípio da 
matricialidade sociofamiliar, não conseguem superar a tendência familista da política social 
brasileira, da assistência social em especial, pois, de um lado, o termo significa que a família é a 
matriz para concepção e implementação dos programas, projetos e benefícios, que em hipótese 
pode romper a fragmentação do atendimento; por outro, toma a família como instância primeira 
ou núcleo básico da proteção social aos seus membros, devendo ser apoiada para exercer em seu 
próprio domínio interno as funções de proteção social. Portanto, continua-se a responsabilizar a 
família, em especial às mulheres, pelos cuidados e outras tarefas de reprodução social (TEIXEIRA, 
2010, p. 5-6).
Depreende-se que a família pode oferecer condições para o desenvolvimento da identidade 
de seus membros, construindo as suas histórias cotidianamente, em processos constantes de 
transformações, que por vezes são permeadas de contradições, conflitos e tensões.
Ademais, vê-se que o contexto familiar não é um lugar somente de consensos. No mundo 
globalizado, tem-se dados estatísticos que demonstram que é na família onde ocorre o maior 
número de violência contra as crianças, os jovens, as mulheres e os idosos. Portanto, como toda e 
qualquer instituição social, deve ser vista como um lugar com muitas contradições, e ter ciência 
disso é fundamental para o desenvolvimento de políticas sociais.
Destaca Esping-Andersen (1999) que o “familismo” ou tendência familista da 
política social não pode ser confundido com pró-família, mas uma perspectiva de 
maior responsabilização da família pelo bem-estar de seus membros, incentivado 
pelas políticas públicas, seja pelo seu subdesenvolvimento em serviços de apoio 
à família, por benefícios poucos generosos ou pelo princípio da subsidiariedade 
do Estado, recaindo sobre a família a responsabilidade pelos serviços de proteção 
social.
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2. A FAMÍLIA E A REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE
Figura 2 - Representação de família saudável. Fonte: Cursos Abrafordes (2020).
Na contemporaneidade, a ideia de que as condições de saúde-doença dos membros da 
família e a família como unidade influenciam-se mutuamente já é consolidada. Atuar em saúde 
tendo como objeto do cuidado a família é uma forma de reversão do modelo hegemônico voltado 
à doença, que fragmenta o indivíduo e separa-o de seu contexto e de seus valores socioculturais 
(SILVA; SILVA; BOUSSO, 2011).
A Estratégia Saúde da Família (ESF) foi implantada para reorganizar o Sistema Único de 
Saúde, e nela cada equipe é levada a conhecer a realidade das famílias pelas quais é responsável, 
busca promover a qualidade de vida da população brasileira e intervir nos fatores que colocam a 
saúde em risco, como falta de atividade física, má alimentação, uso de tabaco, dentre outros. Com 
atenção integral, equânime e contínua, a ESF se fortalece como a porta de entrada do Sistema 
Único de Saúde (SUS).
A proximidade da equipe de saúde com o usuário permite que se conheça a pessoa, a 
família e a vizinhança. Isso garante uma maior adesão do usuário aos tratamentos e às intervenções 
propostas pela equipe de saúde. O resultado é mais problemas de saúde resolvidos na Atenção 
Básica, sem a necessidade de intervenção de média e alta complexidade em uma Unidade de 
Pronto Atendimento (UPA) 24h ou hospital.
A Equipe de Saúde da Família está ligada à Unidade Básica de Saúde (UBS) local. Esse 
nível de atenção resolve 80% dos problemas de saúde da população. Entretanto, se a pessoa 
precisar de um cuidado mais avançado, a ESF faz esse encaminhamento.
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Atividades básicas de uma equipe de Saúde da Família, segundo o Ministério da Saúde 
(BRASIL, 2017):
• Conhecer a realidade das famílias pelas quais são responsáveis e identificar os problemas 
de saúde mais comuns e situações de risco aos quais a população está exposta;
• Executar, de acordo com a qualificação de cada profissional, os procedimentos de 
vigilância à saúde e de vigilância epidemiológica, nos diversos ciclos da vida;
• Garantir a continuidade do tratamento, pela adequada referência do caso;
• Prestar assistência integral, respondendo de forma contínua e racionalizada à demanda, 
buscando contatos com indivíduos sadios ou doentes, visando a promover a saúde por 
meio da educação sanitária;
• Promover ações intersetoriais e parcerias com organizações formais e informais existentes 
na comunidade para o enfrentamento conjunto dos problemas;
• Discutir, de forma permanente, junto à equipe e à comunidade, o conceito de cidadania, 
enfatizando os direitos de saúde e as bases legais que os legitimam;
• Incentivar a formação e/ou participação ativa nos conselhos locais de saúde e no Conselho 
Municipal de Saúde.
Cada equipe de Saúde da Família deve ser responsável por, no máximo, 4.000 pessoas de 
uma determinada área, que passam a ter corresponsabilidade no cuidado com a saúde.
Portanto, as abordagens familiares serão necessárias no contexto da saúde, pois visam ao 
atendimento para a escuta ativa/qualificada da família usuária, com problematização e mediação 
de conflitos, e buscam a sensibilização, a negociação para elaboração de plano de cuidados e a 
realização de encaminhamentos conforme as particularidades identificadas, se necessário, para 
outras redes assistenciais da saúde e/ou para a rede intersetorial (SOARES et al., 2017).
Dependendo das demandas apresentadas no território das equipes da ESF, frequentemente 
o assistente social realiza visitas domiciliares compartilhadas com profissionais das equipes de 
saúde ou de outros aparatos da rede, configurando intervenções multiprofissionais (SOARES et 
al., 2017).
Ainda é importante destacar que os atendimentos familiares não devem possuir uma 
perspectiva repressoraou impositiva nem partir de um pressuposto de “família ideal”, pois tal 
tipo de intervenção contraria os princípios fundamentais da profissão. As abordagens devem 
compreender a família como um sujeito histórico, que passou e passa por transformações 
provenientes da sociedade capitalista e que se organiza por diferentes configurações familiares.
O atendimento familiar deve, sobretudo, problematizar as demandas existentes, orientar 
os familiares e estimular a reflexão conjunta entre equipe e família sobre as possibilidades de 
estratégias para o desenvolvimento de uma linha de cuidados efetiva ao usuário que a demanda. 
Dessa forma, esse processo envolve a avaliação das necessidades específicas do indivíduo/família, 
orientação, encaminhamentos para rede de serviços e discussões/estudos de caso com o objetivo 
de qualificar ações e ampliar a resolutividade das demandas, assim como trabalhar aspectos 
éticos que envolvam as atuações do profissional de serviço social para com pessoas em situação 
de vulnerabilidade.
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CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (CAPS)
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) nas suas diferentes modalidades são pontos 
de atenção estratégicos da RAPS: serviços de saúde de caráter aberto e comunitário constituídos 
por equipe multiprofissional e que atua sobre a ótica interdisciplinar e realiza prioritariamente 
atendimento às pessoas com sofrimento ou transtorno mental, incluindo aquelas com necessidades 
decorrentes do uso de álcool e outras drogas, em sua área territorial, seja em situações de crise ou 
nos processos de reabilitação psicossocial e são substitutivos ao modelo asilar (BRASIL, 2017).
Modalidades
• CAPS I: atendimento a todas as faixas etárias, para transtornos mentais graves e 
persistentes, inclusive pelo uso de substâncias psicoativas, atende cidades e/ou regiões 
com, pelo menos, 15 mil habitantes.
• CAPS II: atendimento a todas as faixas etárias, para transtornos mentais graves e 
persistentes, inclusive pelo uso de substâncias psicoativas, atende cidades e/ou regiões 
com, pelo menos, 70 mil habitantes.
• CAPS i: atendimento a crianças e adolescentes, para transtornos mentais graves e 
persistentes, inclusive pelo uso de substâncias psicoativas, atende cidades e/ou regiões 
com, pelo menos, 70 mil habitantes.
• CAPS ad Álcool e Drogas: atendimento a todas faixas etárias, especializado em 
transtornos pelo uso de álcool e outras drogas, atende cidades e/ou regiões com, pelo 
menos, 70 mil habitantes.
• CAPS III: atendimento com até 5 vagas de acolhimento noturno e observação para 
todas faixas etárias, para transtornos mentais graves e persistentes, inclusive pelo uso de 
substâncias psicoativas, atende cidades e/ou regiões com, pelo menos, 150 mil habitantes.
• CAPS ad III Álcool e Drogas: atendimento com 8 a 12 vagas de acolhimento noturno e 
observação, funcionamento 24h, para todas faixas etárias, para transtornos pelo uso de 
álcool e outras drogas, atende cidades e/ou regiões com, pelo menos, 150 mil habitantes 
(BRASIL, 2017).
Se, em seu município, não tem CAPS, procure a Atenção Básica. No Brasil, a atenção 
básica (AB) é desenvolvida com alto grau de descentralização, capilaridade e próxima da vida das 
pessoas, deve ser o contato preferencial dos usuários, a principal porta de entrada e o centro de 
comunicação com toda a Rede de Atenção à Saúde. 
O Serviço Social na saúde mental trabalha de forma interdisciplinar, contudo são 
asseguradas as especificidades, em articulação com as demais áreas do conhecimento, o que 
permite uma análise integral do sujeito que adoece, proporcionando a compreensão das situações 
socioeconômicas e culturais da saúde, fator importante para a humanização e qualificação do 
atendimento aos usuários e suas famílias, conforme preconizam as diretrizes do SUS. 
Devemos sempre nos lembrar de que o assistente social atua no sentido de minimizar 
as expressões da questão social; dessa forma, “A metodologia do assistente social em psiquiatria 
não pode ser praticista ou iluminada por um conhecimento técnico pretensamente neutro” 
(MONTAÑO, 1998 apud BISNETO, 2009, p. 62). 
http://dab.saude.gov.br/portaldab/smp_ras.php
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NÚCLEO DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA (NASF)
Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) foram criados pelo Ministério da Saúde, 
em 2008, de acordo com o Portal da Saúde. O objetivo do NASF é apoiar a inserção da Estratégia 
Saúde da Família (ESF) com vistas à ampliação e resolutividade das ações da Atenção Primária, 
levando em conta os princípios de territorialização e regionalização. Sendo assim, o NASF 
deve buscar contribuir para a integralidade do cuidado aos usuários do SUS, principalmente 
por intermédio da ampliação da clínica, auxiliando no aumento da capacidade de análise e de 
intervenção sobre problemas e necessidades de saúde, tanto em termos clínicos quanto sanitários 
e ambientais dentro dos territórios.
Atualmente, regulamentados pela Portaria no 2.488/2011, os núcleos são compostos por 
equipes multiprofissionais que atuam de forma integrada com as equipes de Saúde da Família 
(eSF), as equipes de atenção primária para populações específicas (consultórios na rua, equipes 
ribeirinhas e fluviais) e com o Programa Academia da Saúde.
Ao compreender e reconhecer que outras ações, além das realizadas pelas equipes 
das UBS, têm impacto direto sobre a saúde e bem-estar das pessoas, essa política estimula a 
ampliação do número de Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASFs). Em dezembro de 2012, 
foi publicada a Portaria nº 3.124/2012, que redefiniu os parâmetros de vinculação dos núcleos 
de Apoio à Saúde da Família (NASFs), modalidades 1 e 2, às equipes de Saúde da Família e/ou 
equipes de Atenção Básica para populações específicas, e criou a Modalidade NASF 3. Ao final 
de 2013, estão implantados no Brasil 2.623 NASFs, dos quais 1.798 são da Modalidade I; 539 da 
Modalidade II; e 286 da Modalidade III.
Essa atuação integrada permite realizar discussões de casos clínicos, possibilitando o 
atendimento interdisciplinar entre profissionais, tanto na Unidade de Saúde como nas visitas 
domiciliares; permite a construção conjunta de projetos terapêuticos de forma a ampliar e 
qualificar as intervenções no território e na saúde de grupos populacionais. Essas ações de saúde 
também podem ser intersetoriais, com foco prioritário nas ações de prevenção e promoção da 
saúde.
Com a publicação da Portaria no 3.124/2012, o Ministério da Saúde criou, portanto, uma 
terceira modalidade de conformação de equipe: o NASF 3, abrindo a possibilidade de qualquer 
município do Brasil implantar equipes NASF, desde que tenha ao menos uma equipe de Saúde 
da Família.
O NASF tem uma característica marcante, que é a perspectiva matriciadora e de fomento 
e articulação das equipes e das redes. Os profissionais de serviço social, nesse contexto, trabalham 
com a articulação e o fortalecimento de ações interdisciplinares e intersetoriais, por meio da 
mobilização da equipe ESF/NASF e de parceiros para discussão de situações individuais e 
familiares, que visem à construção coletiva de projetos/planos terapêuticos, bem como ao ajuste 
e à divisão de tarefas, encaminhamentos e avaliação de resultados.
O Ministério da Saúde conceitua: “O matriciamento ou apoio matricial é um modo 
de produzir saúde em que duas ou mais equipes, num processo de construção 
compartilhada, criam uma proposta de intervenção pedagógico-terapêutica”.
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Dentro dessa dinâmica, podem-se incluir a identificação e a análise crítica das relações 
da rede social do usuário, para discussão de casos entre os serviços que a compõem, bem como a 
busca pela corresponsabilidade nas açõese enfrentamento da vulnerabilidade social.
Caro(a) aluno(a), trouxe para você um dos melhores programas desenvolvidos por equipe 
multiprofissional de atendimento às famílias, para que possa agregar esses conhecimentos à sua 
vida profissional, e que ainda está vigente neste momento em alguns municípios. Porém, em 27 
de janeiro de 2020, o Ministério da Saúde, por meio da Nota técnica nº 3/2020-DESF/SAPS/MS, 
revogou as normativas que definem os parâmetros e custeio do Núcleo Ampliado de Saúde da 
Família e Atenção Básica (NASF-AB), devido ao novo modelo de financiamento de custeio da 
Atenção Primária à Saúde (APS), instituído pelo Programa Previne Brasil por meio da Portaria 
no 2.979, de 12 de novembro de 2019. Conforme a Nota Técnica, em seu ponto 2.2,
Dessa forma, a composição de equipes multiprofissionais deixa de estar vinculada 
às tipologias de equipes NASF-AB. Com essa desvinculação, o gestor municipal 
passa a ter autonomia para compor suas equipes multiprofissionais, definindo os 
profissionais, a carga horária e os arranjos de equipe. O gestor municipal pode 
então cadastrar esses profissionais diretamente nas equipes de Saúde da Família 
(eSF) ou equipes de Atenção Primária (eAP), ampliando sua composição 
mínima. Poderá, ainda, manter os profissionais cadastrados no SCNES como 
equipe NASF-AB ou cadastrar os profissionais apenas no estabelecimento de 
atenção primária sem vinculação a nenhuma equipe (BRASIL, 2020).
Agora cada município deverá adaptar suas equipes; assim, há um desmonte das políticas 
públicas de atendimento às famílias, por isso reiteramos a importância das ações multiprofissionais 
no âmbito da Atenção Básica.
A revogação das referidas normativas também impacta o 
credenciamento de novas equipes NASF-AB. A partir de janeiro de 
2020, o Ministério da Saúde não realizará mais o credenciamento 
de NASF-AB, e as solicitações enviadas até o momento serão 
arquivadas. Para saber mais, você pode consultar pelo site: https://
www.conasems.org.br/wp-content/uploads/2020/01/NT-NASF-
AB-e-Previne-Brasil.pdf. 
https://www.conasems.org.br/wp-content/uploads/2020/01/NT-NASF-AB-e-Previne-Brasil.pdf.
https://www.conasems.org.br/wp-content/uploads/2020/01/NT-NASF-AB-e-Previne-Brasil.pdf.
https://www.conasems.org.br/wp-content/uploads/2020/01/NT-NASF-AB-e-Previne-Brasil.pdf.
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A Resolução do CFESS nº 569, de 25 de março de 2010, dispõe sobre a vedação 
da realização de terapias associadas ao título e/ou ao exercício profissional 
do assistente social. Em seu texto, ela se embasa nos artigos 4º e 5º da Lei 
8.662/1993, que regulamenta a profissão, nas diretrizes curriculares aprovadas 
pela Resolução CNE/CES/MEC nº 15, de 13 de março de 2002, inciso XIII do artigo 
5º da Constituição Federal e na discussão e deliberação do XXXVII Encontro 
Nacional CFESS/CRESS, realizado nos dias 25 a 28 de setembro de 2008 para definir 
que a realização de terapias não se configura como atribuição e competência do 
assistente social. O documento considera como terapias individuais, grupais e/ou 
comunitárias: 
- Intervenção profissional que visa a tratar problemas somáticos, psíquicos ou 
psicossomáticos, suas causas e seus sintomas. 
- Atividades profissionais e/ou clínicas com fins medicinais, curativos, psicológicos 
e/ou psicanalíticos que atuem sobre a psique. 
É de grande relevância que os assistentes sociais e estagiários inseridos na 
política de saúde, sobretudo na área da saúde mental, conheçam essa normativa 
baseada na Resolução nº 569 (CFESS, 2010).
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3. FAMÍLIA E A QUESTÃO HABITACIONAL NO BRASIL
Figura 3 - Comunidades. Fonte: Teixeira (2018).
A atuação profissional no contexto da habitação requer ênfase à política pública de 
atendimento às demandas sociais, que se apresentam por meio da participação popular, sendo 
essencial para a sociedade civil à construção dos “[...] espaços públicos de representação e 
negociação respaldadas em bases efetivas e organizadas” (BRAVO, 2008, p. 395).
Nesse sentido, proporcionar o estudo dos instrumentais possíveis de utilização na área 
habitacional na formação acadêmica acrescenta ao espaço sócio-ocupacional a possibilidade de 
normatização para a prática que vem sendo executada, “[...] mas sem definição clara do papel 
do serviço social e do seu espaço na divisão sociotécnica deste trabalho, espaço não somente 
interdisciplinar, mas transversal nas políticas públicas” (CECILIO; BERNARDO; CURI, 2018, 
p. 142). De acordo com Nascimento (2010, p. 96), “A incorporação da intersetorialidade nas 
políticas públicas trouxe a articulação de saberes técnicos, já que os especialistas em determinada 
área passaram a integrar agendas coletivas e compartilhar objetivos comuns”.
Faz-se necessário realizar uma interlocução entre as políticas públicas que permita a 
construção de competências e habilidades que serão agregadas sistematicamente à regulamentação 
profissional nas diversas áreas do conhecimento e campos de atuação.
Em 1930, com a crise cafeeira e o contínuo processo de industrialização, as cidades 
padecem com a falta de estrutura para acolher as famílias provenientes da zona rural. E, para o 
atendimento dessa nova demanda, em resposta às necessidades básicas de sobrevivência e como 
instrumento de manipulação, exploração e dominação das classes subalternas, o Estado e as 
classes dominantes intervêm por meio do assistente social, reiterando contradições históricas 
(IAMAMOTO, 2004, p. 10).
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Portanto, é de suma importância trazer à discussão acadêmica as estratégias legais, 
institucionais, ideológicas e instrumentais do Estado Novo no Brasil que recorreram à força 
de trabalho do Serviço Social, com o objetivo disciplinador, orientando a mão de obra recém-
chegada do campo, conforme veremos a seguir.
No ano de 1933, em Atenas, houve o IV Congresso Internacional de Arquitetura 
Moderna (Ciam), no qual foi elaborada a Nova Carta de Atenas, que configurou a cidade como 
um organismo que deveria ser planejado de forma funcional e que pusesse o homem e suas 
necessidades como centro desse planejamento. Nesse documento, foram investigadas as funções 
sociais da cidade.
São divididas em três grupos: funções urbanísticas, funções de cidadania e 
funções de gestão. Cada grupo possui, segundo análise deste estudo, quatro 
funções. Funções urbanísticas são: habitação, trabalho, lazer e mobilidade. As 
funções de cidadania constituem-se em: educação, saúde, proteção e segurança. 
E as funções de gestão são: prestação de serviços, planejamento, preservação do 
patrimônio cultural e natural, e sustentabilidade urbana (BERNARDI, 2006, p. 
58).
No decorrer dos anos, foram sendo agregadas muitas funções sociais da cidade, que não 
estão limitadas ao espaço físico territorial e que fazem valer os direitos do cidadão.
Na década de 1930, o Brasil foi marcado por intensas demandas sociais, que impulsionaram 
a tomada de postura pelo Estado Novo passando a se preocupar com o problema da habitação 
no país, contudo a efetivação das políticas públicas esbarra na burocracia institucional e nas 
questões de cunho político. Observa-se que o Estado brasileiro, como outros na América Latina, 
consolida-se como um importante aliado da burguesia, levando em conta a lógica de expansão 
do capitalismo e, nesse sentido, as emergentes Políticas Sociais no país devem ser apreendidas no 
movimento geral e nas configurações particulares desse Estado.
Nesta perspectiva, segundo Yazbek (2007, p. 2), o que pode ser constatado é que a Política 
Social estatal surge a partir de relações sociais, que peculiarizaram a sociedade brasileira nos anos 
30 do século passado, representando uma estratégia de gestão socialda força de trabalho. Nesse 
período, houve um acirramento da questão social, e no intuito de contê-lo, foram promulgadas 
várias intervenções por meio de políticas sociais, disciplinando a massa trabalhadora advinda do 
campo.
O governo de Vargas, denominado populista, favoreceu a ampliação do processo de 
produção e industrialização nas cidades, mas diante dos entraves político-administrativos, não 
obteve resultados nas políticas habitacionais implantadas nesse período.
O Populismo – fenômeno político e ideológico presente com maior peso na 
periferia do sistema capitalista – se caracteriza pela expectativa de setores 
populares menos organizados por uma ação salvadora do Estado capitalista. No 
Brasil, esse período é compreendido entre 1945 e 1964 (TASCHNER, 1997, p. 5).
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Nesse aspecto, o assistente social foi importante instrumento disciplinador, compondo o 
leque de estratégias do Estado, no processo de transição agrícola-industrial no Brasil (BULLA, 
2003, p. 2). Getúlio Vargas construiu uma imagem de “pai dos pobres” e de “patrono” da legislação 
social em meio a profundas mudanças na sociedade brasileira. Entre elas, houve a transição de uma 
economia tipicamente rural para uma economia urbano-industrial sob forte orientação estatal 
(GALVANIN NETO, 2011, p. 1321). Durante o governo de Vargas, os programas habitacionais 
eram financiados pelo Estado, no intuito de regular o déficit habitacional, em detrimento do que 
indicava o mercado.
Entretanto, o plano de urbanização industrial implantado, trazendo as famílias da zona 
rural para as cidades, ampliando o êxodo rural, entrou em crise a partir de 1942, pois muitos 
desses trabalhadores vindos do campo passaram a fazer parte do “exército industrial de reserva” 
(MARX), pois já não eram absorvidos pelo mercado de trabalho, produzindo a queda das locações 
e fazendo com que as primeiras favelas surgissem no país.
As marcas desse Brasil contraditório são ampliadas frente à crise vivenciada pelo 
setor imobiliário nos anos 1940 e também com o crescimento populacional nas 
cidades como São Paulo. Mediante principalmente a Lei do Inquilinato, essa 
intervenção se traduziu numa redução contínua dos investimentos na produção 
de moradias, resultando num aumento constante do déficit habitacional 
(DUARTE, 2013, p. 12).
Com base nos dados que relatam que somente 25% da população nacional tinha residência 
própria, o governo tentou amenizar a miséria e implantar a política habitacional, intervenção 
estatal que ocorreu por meio da criação da Fundação Casa Popular, dando início aos primeiros 
programas que visavam à remoção de favelas.
A intervenção federal na questão da habitação popular construiu o ideário da casa 
própria na mentalidade do trabalhador urbano, uma noção de bem patrimonial da família como 
fator elementar para manutenção dos laços familiares e da estabilidade social. O ideário da casa 
própria serviu como instrumento de manutenção de poder e de organização social ao Estado e 
às elites brasileiras, sendo que, para a União, proporcionava sustentação política perante as crises 
econômicas e as demandas sociais (DUARTE, 2013, p. 12).
A seguir, caro(a) aluno(a), você poderá acompanhar a cronologia, o histórico legal de 
construção da atual Política Pública de Habitação brasileira:
• 1934 - diante da impossibilidade do mercado de satisfazer as demandas crescentes por 
habitação, Getúlio Vargas assume uma nova postura em relação ao problema: o governo 
retira do mercado privado a responsabilidade em ofertar moradia à massa popular e 
transfere a si e ao próprio operário o custo da moradia.
• 1940 - o poder público passa a atuar na produção direta de Conjuntos Habitacionais e 
no financiamento de moradias populares. Os órgãos pioneiros de habitação no Brasil 
foram os IAPs e a Fundação Casa Popular (FCP), que atuaram no setor da habitação 
popular a partir da década de 1940 quando, enfim, o Estado assume a responsabilidade 
do problema habitacional no país.
• 1942 - Lei do Inquilinato, Decreto-lei de 1942, que instituiu o congelamento dos valores 
locativos e regulamentou as relações entre proprietários e inquilinos.
• 1946 - criação da FCP em 1946, tendo sua extinção em 1964; produziram-se 19 mil 
unidades habitacionais, estando essas moradias concentradas principalmente no sudeste 
do país. Já os IAPs, entre 1937 e 1945, construíram cerca de 124 mil unidades. Esses 
resultados pouco expressivos demonstram que a FCP se limitou a produzir onde os 
recursos permitiam e os interesses prevaleciam.
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• Até 1964 - atuação esporádica do Governo;
• Após 1964 - após o Golpe Militar que derrubou o governo João Goulart, o novo governo 
que se estabeleceu criou o Sistema Financeiro de Habitação juntamente com o Banco 
Nacional de Habitação (SFH/BNH) com a missão de “[...] estimular a construção de 
habitações de interesse social e o financiamento da aquisição da casa própria, especialmente 
pelas classes da população de menor renda”, conforme a Lei nº 4.380/64 de 21 de agosto 
de 1964.
• 1968 - é criada a Coordenação de Habitação de Interesse Social da Área Metropolitana do 
Grande Rio (CHISAM).
• 1984 - extinção do BNH. Foram muitas as razões que levaram o Banco Nacional da 
Habitação ao seu fim, dentre elas: inadimplência, corrupção e, sobretudo, fragilidade em 
relação a flutuações macroeconômicas do seu período de vigência.
• 1987 - é criado o Fórum Nacional da Reforma Urbana.
• 1988 - Constituição Federal do Brasil, art. 182. A política de desenvolvimento urbano, 
executada pelo poder público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem 
por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir 
o bem-estar de seus habitantes. É possível afirmar que a principal delas é a definição do 
Município como espaço político institucional, ou seja, compete a ele estabelecer políticas 
urbanas adequadas, com a finalidade de alcançar as diretrizes estabelecidas (BRASIL, 
1988).
• 1991 - elaboração do Projeto de Lei de iniciativa popular – Fundo Nacional.
• 1996 - a Secretaria de Política Urbana passa a ser gestora do segmento habitacional e 
divulga o documento da Política Nacional de Habitação.
• 2000 - Projeto Morar Melhor foi concluído em maio de 2000 e apresentou soluções 
concretas para o problema do déficit habitacional no Brasil, a partir do conceito inovador 
de “moradia digna”. O projeto inspirou a criação do Ministério das Cidades, do Conselho 
Nacional das Cidades, de programas habitacionais e de saneamento básico.
• 2001 - em 12 de fevereiro desse ano, por meio da Lei Federal nº 10.188, é criado o Programa 
de Arrendamento Residencial (PAR), que, em seu art. 1º, afirma ser para atendimento 
da necessidade de moradia da população de baixa renda, sob a forma de arrendamento 
residencial com opção de compra.
• 2001 - no dia 10 de julho de 2001, foi publicada a Lei Federal nº 10.257, denominada 
pelo próprio texto legal de “Estatuto da Cidade”. Essa norma se propôs a regulamentar 
os artigos 182 e 183 da Constituição Federal Brasileira de 1988 (dispositivos legais que 
tratam da Política Urbana).
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• 2001 - em 4 de setembro, foi instituída a Medida Provisória nº 2.220, que “dispõe sobre 
a concessão de uso especial do que trata o § 1o do art. 183 da Constituição, e cria o 
Conselho Nacional de Desenvolvimento Urbano – CNDU”. O uso especial a que se refere 
essa MP é o chamado usucapião, que, em seu art. 1º, preconiza: “Aquele que, até 30 de 
junho de 2001, possuiu como seu, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, 
até duzentos e cinquenta metros quadrados de imóvel público situado em área urbana, 
utilizando-o parasua moradia ou de sua família, tem o direito à concessão de uso especial 
para fins de moradia em relação ao bem objeto da posse, desde que não seja proprietário 
ou concessionário, a qualquer título, de outro imóvel urbano ou rural”. No seu art. 10, 
fica criado o Conselho Nacional de Desenvolvimento Urbano, como órgão deliberativo 
e consultivo, integrante da Presidência Nacional, entre cujas competências tem-se a 
proposição de diretrizes, instrumentos, normas e prioridades da política nacional de 
desenvolvimento urbano, além do acompanhamento e avaliação da implementação da 
política nacional de desenvolvimento urbano, incentivando a participação das três esferas 
de governo e a participação popular na elaboração da Política Pública de Desenvolvimento 
urbano.
• 2003 - o Ministério das Cidades foi criado a partir da Medida Provisória nº 103/2003, 
convertida na Lei nº 10.683 de 28 de maio de 2003, com os objetivos de combater as 
desigualdades sociais, transformar as cidades em espaços mais humanizados e ampliar 
o acesso da população à moradia, saneamento e transporte.
• 2004 - em 14 de abril de 2004, a Lei Federal nº 10.859 propõe alterações na Lei no 10.188, 
de 12 de fevereiro de 2001, que institui o Programa de Arrendamento Residencial. Nesse 
mesmo documento, o Ministério das Cidades instituiu a Política Nacional da Habitação.
• 2005 - a Lei no 1.124/2005 cria o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social 
(SNHIS); O Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS); O Conselho 
Gestor do FNHIS. Mas quem opera o Fundo é a Caixa Econômica Federal e, para que 
Estados e municípios fizessem parte do SNHIS, deveriam criar seus fundos, conselhos 
e estruturar seus planos locais de habitação social, com vistas à garantia da participação 
democrática na definição dos seus programas e projetos, por meio de Conferências e 
Audiências Públicas, promovendo a democracia popular.
• 2005 - as orientações e recomendações quanto ao conteúdo mínimo do Plano Diretor 
foram determinadas pelo Ministério das Cidades em 1 de julho de 2005, pela Resolução 
Federal de nº 34.
• 2006 - obrigatoriedade de elaboração (e de revisão) do Plano Diretor de Desenvolvimento 
Urbano até 10 de outubro de 2006.
• 2008 - proposta de emenda à constituição nº 285/2008, com vistas a garantir recursos 
para os fundos de habitação nas três esferas de governo.
• 2009 - é criado o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida; O PMCMV é 
incorporado ao Plano Nacional de Habitação (PlanHAB), lançado em dezembro de 
2009, que pretende ser um importante instrumento de planejamento de longo prazo do 
setor habitacional e tem como diretriz reduzir, no prazo de até quinze anos, o déficit 
habitacional, estimado em 7,9 milhões de domicílios no ano de 2006 (e posteriormente 
estimado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD/2007 – em 6,3 
milhões).
https://pt.wikipedia.org/wiki/Desigualdade_social
https://pt.wikipedia.org/wiki/Humaniza%C3%A7%C3%A3o_(humanidade)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Saneamento_b%C3%A1sico
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• 2019 - o Ministério das Cidades e o Ministério da Integração Nacional foram fundidos e 
transformados em Ministério do Desenvolvimento Regional, órgão extinto com a edição 
da Lei nº 13.844, de 18 de junho de 2019.
• 2020 - o Governo Federal lança o Programa Casa Verde e Amarela, no lugar do Minha 
Casa, Minha Vida, por meio da medida Provisória (MP) 996/2020, que busca ampliar 
o acesso de cidadãos ao financiamento da casa própria e promover a regularização 
fundiária. O texto, que já entrou em vigor, precisa ser votado em um prazo de até 120 dias 
pela Câmara e pelo Senado para ser transformado definitivamente em lei.
O profissional de Serviço social, historicamente, executou políticas assistencialistas, 
emergenciais, focalizadas, descontínuas e fragmentadas, que visavam tão somente ao controle e à 
disciplina dos trabalhadores pelo sistema de poder dominante (Burguesia). 
[...] as políticas de assistência, como as demais políticas no âmbito da gestão 
estatal da reprodução da força de trabalho, buscam responder a interesses 
contraditórios, engendrados por diferentes instâncias da sociedade, e assim 
não se configuram como simples produtos dos interesses dos ‘de cima’, mas 
como espaço onde também estão presentes os interesses dos subalternizados da 
sociedade (YAZBEK, 1995, p. 9).
Segundo Yasbek (2012, p. 293), “[...] a dominação e a subalternidade fazem parte dessa 
pobreza. Tornar os indivíduos governáveis é parte do jogo”. O assistente social, com base em 
seu código de ética profissional, deve priorizar a defesa intransigente dos direitos sociais e, 
com base nisso, encontrar alternativas para sua intervenção, construindo novos caminhos para 
consolidação da cidadania e para a construção de políticas públicas e sociais de acesso universal 
e equânime.
Nesta direção e em defesa desses direitos, tem-se a relação com a questão da moradia, 
sendo esta um direito legitimado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1948, na 
Declaração dos Direitos Humanos, no art. 25, inciso I, que determina:
A Revolução Industrial só iniciou seu processo de implantação no Brasil entre 
as décadas de 1930 e 1960. Seus impactos não atingiram somente os meios de 
produção, mas também a estrutura organizacional das cidades, potencializando 
desigualdades sociais. Em 1930, com o início do Governo de Vargas, a política 
urbana e habitacional estava subordinada aos interesses da lógica de produção 
capitalista que orientava o Estado, não visando a atender demandas do processo de 
industrialização e urbanização vivenciadas pela classe trabalhadora, denominado 
como populismo (WEFFORT, 1986, p. 61). Para mais informações, leia:
WEFFORT, F. C. O populismo na política brasileira. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e 
Terra, 1986.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Minist%C3%A9rio_da_Integra%C3%A7%C3%A3o_Nacional
https://pt.wikipedia.org/wiki/Minist%C3%A9rio_do_Desenvolvimento_Regional
http://www.congressonacional.leg.br/materias/medidas-provisorias/-/mpv/144365
http://www.congressonacional.leg.br/materias/medidas-provisorias/-/mpv/144365
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Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e 
à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação, ao 
vestuário, ao alojamento, à assistência médica e ainda quanto aos serviços sociais 
necessários, e tem direito à segurança no desemprego, na doença, na invalidez, 
na viuvez, na velhice ou noutros casos de perda de meios de subsistência por 
circunstâncias independentes da sua vontade.
No Brasil, esse direito foi ratificado pelo art. 6º da Constituição Federal de 1988, que 
recebeu nova redação por intermédio da Emenda Constitucional nº 26, do ano de 2000, que 
incluiu, entre os direitos sociais, o direito à moradia, que passa a ser executado por meio de 
Programas Habitacionais, com a gestão realizada pelo Sistema Financeiro de habitação (SFH), 
assumido pela Caixa Econômica Federal em 1986 até os dias atuais.
Segundo Magalhães (1985, p. 213 apud MEDEIROS, 2010, p. 5), essa gestão pelo SFH foi 
equivocada, pois “[...] a questão da habitação não é financeira, mas social. O SFH, justiça seja feita, 
foi concebido para um modelo de desenvolvimento pleno da economia e, nestas circunstâncias, 
funcionava”.
A orientação do SFH e do BNH na sua execução provou com as primeiras experiências que 
“[...] não bastava construir casas: era preciso dotá-las de infraestrutura adequada. Os conjuntos 
habitacionais eram alvo de críticas precisamente por lhes faltarem esses requisitos” (AZEVEDO; 
ANDRADE, 1982, p. 62).
Discutir as questões que envolvem a moradia, na sua plenitude, se faz necessário, 
pois a falta dos serviços básicos de atendimento à população precariza suas 
condições de vida,saúde, acesso e transporte, mesmo quando lhes atende a 
necessidade habitacional. Palco de intervenção do profissional de Serviço Social, 
não somente no que se refere aos problemas visíveis e equacionáveis, mas na 
interlocução cidadã com a população, empoderando-a de saberes e acessos, para 
a construção de políticas públicas inclusivas, que realmente garantam os seus 
direitos sociais (CECILIO; BERNARDO; CURI, 2018, p. 160).
A questão social nas décadas de 1980 e 1990, com o início do neoliberalismo, teve uma 
elevação considerável, inclusive a que envolvia a habitação, pois foram reduzidos os investimentos, 
e o empobrecimento populacional aumentou consideravelmente pelas crises da economia 
brasileira, com altos índices de inflação e pela precarização das condições de trabalho e acesso ao 
emprego.
Expansão que cria o necessitado, o desamparado e a tensão permanente da instabilidade e 
da insegurança no trabalho. Implica a disseminação do desemprego de longa duração, do trabalho 
precário, instável e intermitente, dos biscates e de outras modalidades de relacionamento da força 
de trabalho com o capital, que em sua essência representam uma mesma ordenação da vida social 
(YASBEK, 2012, p. 293-294).
Segundo Curi (2018), a construção de moradias, em detrimento do cunho social, não 
somente visa a atender necessidades básicas da força de trabalho, mas gerar impacto financeiro 
positivo no mercado imobiliário, por meio do incentivo econômico da indústria da construção 
civil.
Embora o PAC tenha previsão de infraestrutura para equipamentos públicos, 
atualmente os maiores investimentos estão vinculados ao Programa Minha 
casa Minha Vida, que tem executado projetos sem a garantia ou compromisso 
dos municípios de atender a população com a construção e disponibilização 
de equipamentos públicos de saúde, educação, ou transporte (CECILIO; 
BERNARDO; CURI, 2018, p. 161).
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Com a iniciativa do programa “CAIXA de Olho na qualidade do Programa Minha Casa 
Minha Vida”, em abril de 2013, foi criado um canal de comunicação das famílias beneficiárias, 
diretamente com a CEF, para encaminhamento de denúncias sobre obras, com relação à qualidade 
dos imóveis entregues pelas construtoras aos beneficiários desse programa; assim, poderão 
conhecer o projeto de sua casa e validar a qualidade da construção.
A atuação do assistente social nessa configuração se faz necessária para garantir o acesso à 
informação pelos beneficiários do Programa, pois precisam se envolver e participar efetivamente 
das alterações necessárias na política social. Para Yasbek (2012, p. 292),
Do ponto de vista político, a questão se coloca pelas ‘lacunas de uma cidadania 
construída de forma segmentada, adjetivada, compartimentalizada segundo 
a posição social, política e econômica dos sujeitos’ (Araújo, 2009, p. 52) pela 
‘não cidadania’ (Fleury, 1994) ou pela construção tardia de direitos sociais na 
sociedade brasileira. [...] Abordar aqueles que socialmente são constituídos como 
pobres é penetrar num universo de dimensões insuspeitadas. Universo marcado 
pela subalternidade, pela revolta silenciosa, pela humilhação e fadiga, pela crença 
na felicidade das gerações futuras, pela alienação e resistência e, sobretudo 
pelas estratégias para melhor sobreviver, apesar de tudo. Embora a renda se 
configure como elemento essencial para a identificação da pobreza, o acesso a 
bens, recursos e serviços sociais, ao lado de outros meios complementares de 
sobrevivência, precisa ser considerado para definir situações de pobreza.
Depreende-se que é preciso considerar que a questão da moradia, em todos os seus 
aspectos, é a mais pura expressão da questão social, pois envolve as relações sociais familiares, a 
saúde, a assistência social e de trabalho, gera tanto soluções quanto situações a serem superadas. 
Historicamente, as políticas públicas têm sido utilizadas como reguladores de mercado, das 
relações e como controladores da força de trabalho, ciclicamente.
Na atualidade, o Brasil conta hoje com cerca de 80% da sua população morando em 
área urbana e o déficit habitacional se agrava cada vez mais, principalmente nos grandes centros 
urbanos e, em escala variável, as cidades brasileiras apresentam problemas comuns relacionados 
à falta de planejamento, ausência de reforma fundiária, de controle sobre o uso e a forma de 
ocupação do solo (CNM, 2010, p. 139).
No Brasil, como vimos anteriormente, existe um problema histórico na área de habitação: 
a fragmentação, descontinuidade e desarticulação das políticas habitacionais entre União, Estados 
e Municípios, com evidente pulverização de recursos entre diversos programas, além do grande 
déficit habitacional.
O Governo Federal, para enfrentar esses dois grandes problemas, decidiu retomar 
o processo de planejamento do setor habitacional, traçando, assim, com a ajuda do Conselho 
Nacional das Cidades, uma Política Nacional de Habitação em 2004.
Segundo a Confederação Nacional de Municípios (2010), a Política Nacional da Habitação 
(PNH) obedece a princípios e diretrizes que têm como principal meta garantir à população, 
especialmente a de baixa renda, o acesso à habitação digna, e considera fundamental, para atingir 
seus objetivos, a integração entre a política habitacional e a política nacional de desenvolvimento 
urbano.
Essa política, instituída pelo Ministério das Cidades, conta com um conjunto de 
instrumentos a serem criados, pelos quais se viabiliza a sua implementação. São eles: o Sistema 
Nacional de Habitação, o Desenvolvimento Institucional, o Sistema de Informação, Avaliação e 
Monitoramento da Habitação e o Plano Nacional de Habitação (CNM, 2010, p. 139).
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Um dos principais objetivos da PNH é a mobilização de recursos, que se daria pela 
estruturação do Sistema Nacional de Habitação de forma a viabilizar a cooperação entre as 
três esferas de governo para o enfrentamento do déficit habitacional brasileiro, quantitativo e 
qualitativo, por meio da articulação de recursos (dos fundos), planos, programas e ações.
No Brasil, mais de 11 milhões de pessoas vivem em comunidades (favelas) ou em moradias 
precárias. Considerando que uma moradia adequada é um local que apresenta coleta de lixo, 
esgoto, água encanada e, no máximo, duas pessoas por dormitório, apenas 52,5% da população 
brasileira vive em condições regulares de residência, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia 
e Estatística (IBGE).
Segundo os dados do Censo Demográfico de 2010, são 30 milhões de domicílios 
brasileiros que possuem essas características, de um total de 57,3 milhões. O levantamento 
mostra 2,3 milhões de moradias (4,1%) que não apresentam nenhuma dessas condições. Entre as 
regiões do país, o Norte apresentou o pior quadro, com apenas 16,3% de domicílios considerados 
adequados. Enquanto isso, no Sul (68,9%) e no Sudeste (59,35%), mais da metade das casas está 
ligada a redes de saneamento básico. Destaca-se também o fato de mais de 32 mil pessoas viverem 
em situação de rua no país. Segundo Duarte (2013, p. 6),
Compreendemos que um dos elementos mais significativos na promoção do 
bem-estar, assim como da promoção de problemas urbanos é a habitação popular, 
por entender que nela se encontra a representação da segurança, do ambiente 
familiar privativo e individualizado, capaz de garantir a proteção, independência 
e aconchego junto a sua família. Esse sentimento, real ou simbólico, representa o 
estímulo a todo e qualquer cidadão que luta pelo espaço e pela moradia para si 
e para sua família. A habitação, elemento fundamental tanto como bem básico 
para a sobrevivência do indivíduo, como para as articulações necessárias à 
manutenção e à expansão do sistema de economia de mercado, assume o papel 
de elemento organizador das classes sociais, capazde criar e recriar espaços a 
partir das novas demandas do sistema de produção capitalista.
Depreende-se que os problemas de moradia no mundo manifestam-se de modo mais 
intenso nos países subdesenvolvidos, aqueles que apresentam mais limitações sociais, maior nível 
de pobreza e desigualdade social. Nesses países, o processo de urbanização vem ocorrendo de 
maneira rápida e desordenada, formando grandes cidades, mas sem infraestrutura como água 
encanada, rede de saneamento, luz elétrica, entre outras, necessárias para o desenvolvimento 
dessa população. Assim, nesses países, é comum a manifestação do processo de favelização, 
como, por exemplo, no Brasil, quanto maiores as desigualdades sociais, mais intensos tendem a 
ser os problemas de moradia.
https://escolakids.uol.com.br/urbanizacao.htm
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4. O CONTEXTO EDUCACIONAL E A FAMÍLIA
Figura 4 - Representação de criança estudando. Fonte: Sou mamãe (2018).
Caro(a) acadêmico(a), a discussão em torno da educação pública na sociedade de 
classes teve sua origem no período escravocrata, em que os senhores proprietários da terra não 
precisavam trabalhar, pois o trabalho manual/brutal era realizado pelos escravos. Por isso, surge 
a necessidade de uma atividade que ocupasse o tempo dos senhores e seus filhos, nasce então a 
educação, a qual tem seu nome interligado ao ócio.
Nesta unidade, vamos compreender a importância da Constituição Federal de 1988 e sua 
contextualização para a educação pública brasileira. Veremos os instrumentos fundamentais para 
garantir a política de educação – as legislações e seu financiamento.
A promulgação da CF/1988 trouxe esperança para a população brasileira, por motivos 
concretos para as expectativas de mudança de um país que iniciava o processo de redemocratização, 
após ter passado por um severo período de ditadura militar, de extrema censura e limitação 
dos direitos, falta de liberdade de expressão; assim, surge uma nova conjuntura nas legislações, 
normas e, principalmente, na igualdade de direitos e deveres de todos os cidadãos e do Estado, 
na gestão das políticas públicas e sociais, e seus respectivos serviços (CECILIO; BERNARDO; 
CURI, 2018).
O artigo 5o da referida Constituição expressa, nitidamente, que “[...] todos são iguais 
perante a Lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e estrangeiros 
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à segurança e à propriedade 
[...]”. Esse artigo é o guia de orientação e norte do conjunto de direitos que a Constituição Federal 
de 1988 traz em sua composição.
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Na Carta Magna, encontram-se vários artigos que preveem a Educação e sua garantia 
como direito fundamental do indivíduo, especialmente para crianças e adolescentes. Assim, o 
artigo 205 nos apresenta que “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será 
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da 
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL, 
1988, p. 57, grifo nosso).
Conforme o artigo citado, o Estado e a família possuem obrigações complementares entre 
si e à violação de tal direito, seja por uma ou ambas as partes, caberá punição, pois, de acordo com 
o artigo 227 da Carta Magna,
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, 
com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, 
ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade, e 
à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma 
de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão 
(BRASIL, 1988, p. 61, grifo nosso).
A partir da CF/1988, com a democratização da educação, considerada gratuita e de 
qualidade para todos os cidadãos residentes no Brasil ou naturalizados, surgiu nesse período 
a mobilização de intelectuais, profissionais da educação e políticos com a finalidade de esboçar 
uma nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). Ela deveria atender às necessidades desse 
momento de novas mudanças que o país enfrentava em todas as esferas. Depois de 8 anos, essa lei 
foi promulgada em 20 de dezembro de 1996 como Lei no 9.394/1996, também conhecida como 
Lei Darcy Ribeiro, senador que contribuiu de forma significativa tanto em sua elaboração como 
na luta política para sua aprovação.
A LDB teve como cenário dois momentos políticos, sendo o primeiro do 
início do Estado de Bem Estar Social e o segundo a entrada avassaladora do 
neoliberalismo. Foram personagens políticos deste período quatro presidentes 
da República, tais fatores contribuíram para sua extensão de tramitação, bem 
como a colaboração de vários deputados e senadores (CECILIO; BERNARDO; 
CURI, 2018, p. 100).
De acordo com Pino (2008), em 1995, com a chegada de Fernando Henrique Cardoso ao 
poder presidencial, o cenário e a configuração política eram conflituosos. O Projeto de uma nova 
LDB foi orquestrado, as relações sociais ficaram cada vez mais restritas, pois o universo político 
que se constituía tinha novas concepções de educação e de suas relações. A educação passou a ser 
definida pelas linhas mestras do ordenamento geral da Educação, com a promulgação da nova 
LDB.
Segundo Fagundes (2006 apud CECILIO; BERNARDO; CURI, 2018, p. 100), isso significa 
que a educação possui com a LDB uma legislação própria, a qual orienta o passo a passo a todos 
os regimentos necessários para se garantir uma educação pública de qualidade.
De acordo com Cecilio, Bernardo e Curi (2018), foi instituído um processo de 
descentralização e flexibilidade aos Estados, Municípios e escolas, em que cada esfera de governo 
tinha condições de definir questões e situações pontuais, adequando-se a seu cenário e conjuntura. 
Porém, sempre pautados na referida legislação.
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Ainda segundo Fagundes (2006 apud CECILIO; BERNARDO; CURI, 2018, p. 100), “[...] 
apesar dos grandes esforços empregados desde aquela data até hoje, muitos obstáculos ainda 
persistem, agravados por novas situações”, que seus idealizadores, visionários anteciparam à sua 
promulgação. Desse modo, Darcy Ribeiro, em apresentação da lei ao Senado, afirma:
A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, aprovada após 
oito anos de debates profundos no Congresso Nacional e de ampla participação 
de todos os segmentos que atuam na área educacional, é um documento enxuto 
que reflete bem a realidade educacional brasileira. É, também, um instrumento 
fundamental de mudança de nossa sociedade, pois, pela sua abertura para o 
novo, permitirá, na prática, com uma correta interpretação de seu texto e uma 
rápida adaptação de nossos sistemas educacionais, que a nação enfrente o ritmo 
acelerado das mudanças que virão em todos os setores e que influenciarão a vida 
de todas as pessoas, quer elas queiram, quer não.
Caro(a) aluno(a), vemos que a CF/1988 veio para garantir o direito de educação a todos, é 
uma legislação suprema do nosso país e nenhuma legislação, seja ela estadual ou municipal, pode 
contrariar os artigos constitucionais que a compõem, pois, caso isso ocorra, são considerados 
inconstitucionais.
Em seu artigo 212, define-se que a União aplicará 18% e nunca menos que essa quantia, 
os estados e o Distrito Federal 25%, e os Municípios também 25%, no mínimo, da receita de 
impostos, para o financiamento da política de educação. De acordo com Pilleti e Rossato (2010, 
p. 46), tais receitas são compreendidas “[...] como aquelas provenientes de transferência, na 
manutenção e no desenvolvimento do ensino, sob pena de intervenção federal”.Diante deste contexto, temos estados, como o Piauí e São Paulo, que ampliaram seu 
percentual para 30%, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul para 35%, pois a contribuição 
das três esferas de governo para o financiamento da educação não impede que constituições 
estaduais e leis orgânicas municipais financiem, além do mínimo exigido pela CF/1988 e pela 
LDB por meio do artigo 68.
No entanto, a capacidade de atendimento de um município seria o número de matrículas 
que seu orçamento poderia suportar, conforme os artigos 74 e 75 da LDB apresentam. Porém, 
quando a receita fosse inferior ao número de matrículas, o estado deveria complementar com 
seus 25%, e quando este também não desse suporte, a União deveria arcar com as despesas 
por meio de seus 18%. Contudo, a União não conseguiu dar suporte a todos os municípios 
que necessitavam de sua contribuição, pois gastava cerca de 80% de seus 18% com custos das 
universidades (educação superior) (CECILIO; BERNARDO; CURI, 2018).
Veja alguns fatos que configuram a Política Nacional de Educação:
1988 - Constituição Federal: democratização da educação gratuita e de qualidade para 
todos os cidadãos residentes no Brasil ou naturalizados.
1996 - promulgação da LDB, Lei no 9.394/1996, também conhecida como Lei Darcy 
Ribeiro; essa discussão percorreu uma caminhada de oito anos até a promulgação.
1996 - a emenda constitucional no 14 de 1996 instituiu que, por dez anos, fosse estabelecido 
um fundo para o ensino fundamental e o magistério. Assim, surgiu o Fundo de Manutenção e 
Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF).
1996 - o FUNDEF foi regulamentado pela Lei nº 9.424 de 1996, passando a vigorar em 
1o de janeiro de 1998. Piletti e Rossato (2010) afirmam que o FUNDEF previa que o montante 
arrecadado deveria ser repassado para as contas exclusivas desse fundo, para cada Estado e 
Município exclusivamente. E nos casos em que o Estado e o Município não alcançassem o valor 
mínimo anual de R$ 300,00, caberia à União complementar.
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1998 - o Plano Nacional de Educação, em 10 de fevereiro de 1998, deu entrada na Câmara 
dos Deputados como projeto PNE elaborado pelas entidades educacionais.
2001 - em 9 de janeiro de 2001, há a promulgação do Plano Nacional de Educação como 
Lei no 10.172, após uma trajetória de três anos. Segundo Saviani (2008), foi preciso lutar para que 
fosse implantado um Plano Nacional de Educação (PNE), com diretrizes, metas e previsão de 
recursos financeiros para os diferentes níveis e modalidades de educação.
2006 - extinção do FUNDEF, sendo necessário instituir outro fundo que agregasse todas 
as funções que ele exercia, bem como as novas demandas. Para Piletti e Rossato (2010, p. 49), 
com “[...] os reclames da sociedade, especialmente das entidades educacionais, pela ampliação 
do financiamento a fim de incluir a educação infantil e o ensino médio, criou-se o FUNDEB [...]”.
2006 - o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB) foi 
instituído pela emenda constitucional no 53 de 2006 e regulamentado pela Lei 11.494/2007, tendo 
sua duração por um prazo de 14 anos.
2020 - em 26 de agosto de 2020, foi promulgada pelo Congresso Nacional a Emenda 
Constitucional 108/2020, que amplia o alcance e torna o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento 
da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação permanente. A proposta 
aumenta de forma gradativa a participação da União no FUNDEB passando dos atuais 10% até 
chegar, em 2026, a 23%, entrando em vigor a partir de janeiro de 2021.
Para Saviani (2008, p. 262), “[...] o desenvolvimento do sistema educacional é condicionado 
pelo PNE no âmbito do qual se definem as metas e os recursos com os quais o sistema opera [...], 
pois é nele e por ele que as metas previstas poderão tornar-se realidade”. Portanto, destaca-se a 
importância de que sejam delimitadas todas as ações, legislações, planos, tudo que seja necessário 
para sua execução.
No Brasil, não ocorreu de forma sistematizada, ou seja, houve um grande e extenso 
intervalo de uma legislação para outra. De acordo com Saviani (2007, p. 22), “[...] a ausência de 
um sistema nacional de educação no país é um indicador de que não se priorizou devidamente a 
educação, o que se traduziu na escassez de recursos a ela destinados”.
Assim, o descaso do poder público para com a Política Nacional de Educação deixa 
evidentes as inúmeras falhas em seu sistema de financiamento e planejamento, tendo como 
produto final a prestação dos serviços precários e com graves divergências entre a legislação e o 
cotidiano escolar.
O desenvolvimento da educação e, especificamente, da educação pública entra 
em contradição com as exigências inerentes à sociedade de classes de tipo 
capitalista. Esta, ao mesmo tempo em que exige a universalização da forma 
escolar de educação, não pode realizá-la plenamente porque isso implicaria a 
sua própria superação (SAVIANI, 2007, p. 20).
Conforme visto, fica evidente o quanto são delicadas as questões em torno da 
transformação e efetivação do processo educacional, pois, apesar de se apresentar como política 
pública universal, exerce um papel de controle sobre seus usuários, uma vez que são poucos no 
país as escolas e centros educacionais que prestam tal serviço público com qualidade, seja por 
falta de materiais e/ou de recursos humanos.
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A educação acaba transmitindo e reproduzindo os mecanismos de dominação impostos 
pelo capitalismo. Por outro lado, o setor educacional deve estar em busca da conscientização e da 
libertação, por meio das quais se resgatam caminhos para uma ação transformadora. “A educação 
é imprescindível para que todos os indivíduos tenham acesso à cultura e possam fazer parte do 
mundo, compreendendo a realidade que se inserem e transformando sua própria história de 
vida” (SANTOS, 2012, p. 124).
Segundo Piana (2009), a educação é uma área nova de atuação do Serviço Social, 
porém podemos perceber que esses profissionais estão interessados em ingressar na equipe 
de profissionais da educação nas escolas, a fim de pôr em prática seus conhecimentos teórico-
metodológicos.
É imprescindível que as escolas conheçam a realidade social dos alunos, diminuindo a 
distância que as separa do âmbito familiar, pois a escola, sendo uma das principais instituições 
sociais, é continuamente desafiada a relacionar o conhecimento que é trabalhado no contexto 
educacional com o contexto social do aluno, ou melhor dizendo, as questões sociais. Neste 
sentido, Wituik (2007, p. 126) destaca que
[...] a escola, instituição responsável pela educação é parte significativa na 
formação integral do indivíduo e como tal deve incorporar, em sua estrutura e 
funcionamento, uma política educacional que garanta a melhoria da qualidade 
de ensino, uma vez que o processo educativo de ensino-aprendizagem se deteve, 
até então, em uma função técnica-pedagógica desvinculada de uma participação 
crítica e atuante na realidade social vigente.
No âmbito escolar, devem ser resgatados os valores sociais dos indivíduos, orientando-
os para a sociedade e, por meio dela, dar ênfase ao trabalho de inserção do grupo familiar no 
contexto educacional, com o objetivo de fortalecer os vínculos familiares e sociais de um modo 
geral.
Acesse as legislações brasileiras abaixo para adquirir conhecimentos específicos 
sobre os assuntos discutidos:
 • Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional, disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm . 
 • Plano Nacional de Educação, disponível em: http://pne.mec.gov.br/ .
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Para que a escolaconsiga desempenhar um papel político, ela deve desenvolver o senso 
crítico de seus alunos, de acordo com a realidade em que se encontram inseridos na sociedade, 
compreendendo sua realidade cultural, social e econômica e, dessa forma, propiciar a interação 
familiar no processo sociopedagógico educacional. Nesta perspectiva, Rigo (2010, p. 3) afirma 
que “[...] a educação e a instituição escolar precisam ser consideradas como espaço primordial na 
ampliação da cidadania e fortalecimento da democracia”. Isso significa que somente dessa forma 
o Estado brasileiro estará cumprindo a função social da escola, em particular da pública, pois, 
sendo este o legislador e executor das políticas públicas e sociais, precisa honrar as ações que lhe 
foram designadas e atribuídas.
O Serviço Social, ao ser introduzido na educação por meio da Lei no 13.935, de 2019, 
contribuirá com ações transformadoras da educação com práticas de formação da cidadania, 
emancipação dos sujeitos sociais e inclusão social, orientando os indivíduos para que se tornem 
conscientes do empoderamento da sua própria história. Assim, Camardelo (1994, p. 156) expressa 
que “[...] a escola e o Serviço Social trabalham diretamente com a educação, com a consciência, 
com a possibilidade de os homens se tornarem autônomos, cidadãos conscientes”.
As orientações presentes em Psicólogas(os) e assistentes sociais na rede pública de educação 
básica: orientações para regulamentação da Lei no 13.935, de 2019 trazem algumas possibilidades 
de atuação dos assistentes sociais. Veja algumas:
• Contribuir para o fortalecimento da relação da escola com a família e a comunidade, na 
perspectiva de ampliar a sua participação na escola;
• Atuar junto às famílias no enfrentamento das situações de ameaça, violação e não acesso 
aos direitos humanos e sociais, como a própria educação; 
• Fortalecer e articular parcerias com as equipes dos Conselhos Tutelares, CRAS, CREAS, 
unidades de saúde, movimentos sociais, dentre outras instituições, além de espaços 
de controle social para viabilizar o atendimento e acompanhamento integral dos(as) 
estudantes.
O Conselho Federal de Psicologia (CFP) e o Conselho Federal de 
Serviço Social (CFESS) apresentam a sistematização do manual 
Psicólogas(os) e assistentes sociais na rede pública de educação 
básica: orientações para regulamentação da Lei nº 13.935, de 
2019, fruto do empenho conjunto entre as duas autarquias e as 
entidades parceiras. Acesse o link: http://www.cfess.org.br/
arquivos/manualassistsociaispsicologo2020.pdf para baixar, ler e 
colocar em prática o material!
http://www.cfess.org.br/arquivos/manualassistsociaispsicologo2020.pdf
http://www.cfess.org.br/arquivos/manualassistsociaispsicologo2020.pdf
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De acordo com Amaro (1997), educadores e assistentes sociais compartilham desafios 
semelhantes, e tem a escola como ponto de encontro para enfrentá-los. Tem-se a necessidade 
de fazer algo em torno dos problemas sociais que repercutem e implicam de forma negativa o 
desempenho do aluno e levam o educador pedagógico a recorrer ao assistente social.
É de extrema importância a compreensão de que a inserção do Serviço Social na educação 
não resolve os conflitos existentes nem substitui os profissionais da educação. Tendo em vista as 
relações sociais e as expressões destas na sociedade, as quais são objeto de estudo e de trabalho do 
Serviço Social, Camardelo (1994) afirma a importância da mediação exercida pelo Serviço Social, 
como instrumento fundamental para possibilitar e colaborar com a construção de novas relações 
sociais, na ampliação dos espaços democráticos e na conquista da cidadania.
A participação do assistente social é útil no sentido interdisciplinar, subsidia os demais 
atores escolares no enfrentamento da questão social sobre a qual geralmente a escola não sabe 
de que maneira agir e intervir. Assim, para Amaro (1997), a interdisciplinaridade, no contexto 
escolar, representa estágios de superação do pensar fragmentado e disciplinar, resultando-se na 
ideia de complementaridade recíproca entre as áreas e seus respectivos saberes.
Diante deste contexto, Andrade (1995, p. 97) expõe que
[...] o novo modelo curricular, de base interdisciplinar, exige uma nova visão 
de escola, criativa, ousada e com uma nova concepção de divisão do saber. Pois 
a especificidade de cada conteúdo precisa ser garantida, paralelamente à sua 
integração num todo harmonioso e significativo. Num currículo multidisciplinar 
os alunos recebem informações incompletas e têm uma visão fragmentada 
e deformada do mundo. Num currículo interdisciplinar, as informações, as 
percepções e os conceitos compõem uma totalidade de significação completa e o 
mundo já não é visto como um quebra-cabeça desmontado.
O Serviço Social é uma profissão que trabalha no sentido educativo de inovação, de 
proporcionar novas discussões, de trabalhar as relações interpessoais e grupais. Portanto, “[...] 
compreende-se que são muitas as contribuições que o assistente social, técnico do Serviço Social, 
se encontra apto e capacitado para intervir, complementando o trabalho que já é desenvolvido na 
escola por outros profissionais” (SANTOS, 2010, p. 1).
Assim, em consonância com o autor, pode-se dizer que a escola tem sido palco de 
inúmeras expressões da questão social, como fome, desemprego, problemas de saúde, habitação 
inadequada, trabalho infantil, drogas, pedofilia, baixa renda, desnutrição, extrema pobreza, 
abandono, violência doméstica, negligência, problemas familiares, desigualdade e exclusão social, 
entre outros, o que justifica a presença do profissional de Serviço Social na educação, para que as 
políticas públicas e sociais, que são transversais, possam atender essas demandas emergentes da 
questão social.
Dessa forma, pode-se afirmar:
O campo educacional torna-se para o assistente social hoje não apenas um 
futuro campo de trabalho, mas sim um componente concreto do seu trabalho 
em diferentes áreas de atuação que precisa ser desvelado, visto que encerra a 
possibilidade de uma ampliação teórica, política, instrumental da sua própria 
atuação profissional e de sua vinculação às lutas sociais que expressam na esfera 
da cultura e do trabalho, centrais nesta passagem de milênio (ALMEIDA, 2000, 
p. 74).
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Nesse sentido, Iamamoto (1999, p. 75) afirma: o desafio é redescobrir alternativas e 
possibilidades para o trabalho profissional no cenário atual; traçar horizontes para a formulação 
de propostas que façam frente à questão social e que sejam solidárias com o modo de vida 
daqueles que a vivenciam, não só como vítimas, mas como sujeitos que lutam pela preservação 
e conquista da sua vida, da sua humanidade. Essa discussão é parte dos rumos perseguidos 
pelo trabalho profissional contemporâneo. Segundo a autora, o assistente social exerce funções 
educativo-organizativas sobre as classes trabalhadoras. E não poderia ser diferente na escola, pois 
seu trabalho se insere sobre o modo de viver da comunidade educacional, a partir de situações 
vivenciadas em seu cotidiano, justamente pelo seu trabalho realizado diretamente com a ideologia.
Por isso, é de extrema importância, caro(a) aluno(a), que mesmo de forma sucinta, 
possamos conhecer a história e a forma como foram conquistados esses direitos. Com isso, a 
cidadania ainda hoje é desconhecida e praticada por poucos indivíduos, por abranger uma gama 
de direitos e deveres construídos pela sociedade.
De acordo com o Conselho Federal de Serviço Social (CFESS, 2001), os problemas sociais 
a serem combatidos pelo assistente social na área da educação são: baixo rendimento escolar, 
evasão escolar, desinteresse pelo aprendizado, problemas com indisciplina, insubordinação a 
qualquer limite ou regra escolar, vulnerabilidade às drogas,atitudes e comportamento agressivos 
e violentos. Tendo em vista essas possibilidades de atuação para o assistente social, Martins (1999, 
p. 93) afirma:
A visão que a instituição escolar é uma entidade coletiva – situada num certo 
contexto social, com práticas, convicções e saberes que se entrelaçam numa 
história própria em permanente mudança e que precisa ser pensada coletivamente 
por toda a comunidade escolar – ainda está muito restrita ao discurso de alguns 
teóricos e assessores curriculares, encontrando inúmeros obstáculos para sua 
concretização.
No livro elaborado pelo Conselho Federal de Serviço Social, O Serviço Social na Educação, 
encontram-se dados estatísticos, os quais revelam que cerca de 36 milhões de pessoas vivem nas 
cidades abaixo da linha de pobreza absoluta, e que o nosso país ocupa o último lugar nos relatórios 
da ONU, o qual enfoca a questão social. Tudo isso, consequentemente, se reflete em uma quantia 
de aproximadamente 60% de alunos, que, em determinadas regiões do Brasil, iniciam seus estudos 
e não chegam a concluir a 8ª série do ensino fundamental (CFESS, 2001, p. 11). 
As escolas devem estar atentas à realidade social dos alunos para que não haja falhas, pois 
é nessa realidade que as manifestações da exclusão social se apresentam, entre elas, a violência, 
discriminações de gênero, etnia, sexo, classe social, física e mental, reprovações, evasões escolares, 
entre outras. Dessa forma, a escola, com o intuito de incluir aqueles que se encontram em exclusão 
social, incentiva os alunos a participarem da sociedade em que vivem.
Segundo Almeida (2000), as demandas provenientes do setor educacional, no que se 
refere à sua ação ou ao fazer profissional do Serviço Social, recaem em diversas situações. Tem-se 
assim necessidade do trabalho com crianças e adolescentes por meio de projetos como o Apoio 
Socioeducativo em Meio Aberto (ASEMA), como prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente 
(ECA, 1990).
De acordo com Rivani (2005), o “Serviço Social trabalha com ações de caráter preventivo, 
educativo e assistencial, sendo amparado pelas bases teórico-metodológicas, ético-política e 
técnico-operativa, possibilitando sua atuação para modificar a realidade existente na família”. 
Partilhando essa ideia e analisando a conjuntura da educação pública brasileira, precisamos 
considerar como agravantes os seguintes condicionantes: as formas como as escolas e seus atores 
visualizam a família, em que inúmeras vezes a rotulam como desestruturada e desinteressada.
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Contudo, esses sujeitos têm dificuldades de compreender que a falta de informação e 
divulgação do papel social da escola são fatores que impedem a participação e o comprometimento 
da família, uma vez que, para participar de qualquer reunião ou grupo, o indivíduo precisa saber 
a importância de sua participação. Antes de qualquer coisa, é preciso que se criem vínculos 
de pertencimento, ou seja, que o sujeito sinta que sua participação é importante para todos os 
envolvidos.
Por isso, vale ressaltar que é papel da escola despertar tal sentimento na família 
do educando, tendo em vista que a participação e acompanhamento desta no 
desenvolvimento do aluno contribuíram não apenas no desempenho escolar, 
mas, sobretudo, no processo de cidadania que será construído entre os sujeitos 
deste cenário. Sendo que a participação destes sujeitos em reuniões que busquem 
desvelar as dificuldades e os entraves presentes neste processo é que o ambiente 
escolar se tornará um canal de participação coletivo e horizontal e não apenas 
vertical e hierarquizado como é conhecido (CECILIO; BERNARDO; CURI, 
2018, p. 127).
Dessa forma, o assistente social é de extrema importância para a participação das famílias, 
por meio do desenvolvimento de ações, como trabalho de grupo e, muitas vezes, com os próprios 
professores, podendo ainda promover reuniões interdisciplinares para decisões e conhecimento 
a respeito de determinadas problemáticas enfrentadas pela comunidade escolar. Isso tudo sem 
deixar de lado a ação junto ao campo educacional, mediada pelos programas e ações assistenciais 
que têm marcado o trabalho dos profissionais do Serviço Social.
[...] as novas feições da família estão intrínseca e dialeticamente condicionadas 
às transformações societárias contemporâneas, ou seja, às transformações 
econômicas e sociais, de hábitos e costumes e ao avanço da ciência e da 
tecnologia. O novo cenário tem remetido à discussão do que seja a família, uma 
vez que as três dimensões clássicas de sua definição (sexualidade, procriação 
e convivência) já não têm o mesmo grau de imbricamento que se acreditava 
outrora. Nesta perspectiva, podemos dizer que estamos diante de uma família 
quando encontramos um conjunto de pessoas que se acham unidas por 
laços consanguíneos, afetivos e, ou, de solidariedade. Como resultado das 
modificações acima mencionadas, superou-se a referência de tempo e de lugar 
para a compreensão do conceito de família (BRASIL, 2004, p. 25).
As ideias acima expressas, de forma simples e concisa, refletem os ganhos que a educação 
e os direitos sociais alcançarão com a inserção dos assistentes sociais no ambiente escolar. Agregar 
a esse espaço um profissional qualificado a lidar com as expressões da questão social é ter não 
apenas uma esperança de mudança do cenário da educação pública, mas subsídios para lutar 
por melhorias. Sendo assim, precisamos cobrar a garantia de uma educação pública que agregue, 
inclua, ensine, forme cidadãos e que estes tenham condições de ter autonomia, consciência crítica 
e liberdade ao fazer suas escolhas.
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Este livro trata de tema da maior relevância 
e atualidade: o conflito entre trabalho e 
responsabilidades familiares. Adepta da crítica 
feminista à separação entre as esferas da produção 
e da reprodução social, a autora discute que a 
feminização dos mercados de trabalho coincidiu 
com a transformação da organização do trabalho 
e da produção. Essas mudanças incrementaram as 
tensões entre trabalho e vida familiar.
GAMA, A. S. Trabalho, família e gênero: impactos 
dos direitos do trabalho e da educação infantil. São 
Paulo: Cortez, 2014.
Fonte: Editora Cortez (2020).
Uma visão interessante da religião, da 
família e das transformações pode ser 
conferida no vídeo Orações para Bobby. 
Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=TYAkCl6oVZM. Acesso em: 11 
abr. 2020.
Para entender melhor sobre as habilidades de 
aprendizagem, assista a esse filme. Na trama, somos 
apresentados ao lar de Mary (Sigourney Weaver), uma 
cristã devota que segue todos os ditames da Igreja que 
frequenta. Ela é daquelas protestantes que sabe as 
passagens bíblicas que lhe convém para utilização nos 
momentos de pregação em casa, junto aos filhos. Certo 
dia, entretanto, “Deus a desafia”, pois ela precisa enfrentar 
os fatos. O delicado e meigo Bobby (Ryan Kelley) assume 
a sua homossexualidade.
Caro(a) aluno(a), após assistir a esse filme, deve 
compreender a importância de conhecer as influências religiosas e as suas 
relações dentro das famílias. Estudar para compreender e desmitificar, eis aqui 
um belo exemplo. Você já parou para pensar que essas relações influenciam no 
cotidiano dos usuários?
Fonte: Wikipedia (2020).
https://www.youtube.com/watch?v=TYAkCl6oVZM
https://www.youtube.com/watch?v=TYAkCl6oVZM
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final de mais uma unidade!
Encerramos a Unidade 2 desta disciplina e espero que você tenha aprendido um 
pouquinho mais com os temas abordados neste material.
Nossa preocupação foi oferecer elementos teórico-práticos que contribuíssem para 
a sua formação e aperfeiçoamento. Nesta unidade,apresentamos quatro espaços de atuação 
profissional, que exigiram discutir os aspectos econômicos, políticos e sociais da realidade 
brasileira e sua influência no desenvolvimento das políticas de assistência social (Matricialidade), 
saúde, habitação e educação.
Discutimos também a importância de pensar a prática profissional aliada a um projeto de 
sociedade que vise ao pleno exercício da cidadania e dos direitos sociais, fortalecendo a família. 
E que, nas políticas apresentadas, se faz necessário o exercício profissional ético e responsável, 
exigindo que o próprio assistente social construa as alternativas de enfrentamento dos problemas 
estruturais e transversais que se manifestam nessas políticas e que têm impacto direto na vida dos 
cidadãos.
Desse modo, esperamos que você explore ao máximo este material, e aproveite as leituras 
e materiais complementares sugeridos. Futuros assistentes sociais, apaixonados pelo ensino, 
temos que ter consciência de que o Serviço Social exige que estejamos em constante processo de 
pesquisa e de compreensão da realidade; por isso, é fundamental que o seu estudo sobre as quatro 
políticas discutidas neste material tenha continuidade no decorrer do curso.
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SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................. 59
1. A FAMÍLIA NA DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS ............................................................. 60
2. A FAMÍLIA, A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 E O CÓDIGO CIVIL ............................................................... 64
3. A GUARDA DOS FILHOS E A ADOÇÃO NO CONTEXTO DO ECA ......................................................................... 68
3.1 A ADOÇÃO .............................................................................................................................................................. 70
3.2 O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: UM NOVO PARADIGMA EM RELAÇÃO À ADOÇÃO NA 
SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA ............................................................................................................................... 73
4. ESTATUTO DO IDOSO E A FAMÍLIA ...................................................................................................................... 78
5. ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA E A FAMÍLIA .................................................................................. 85
5.1 LEI Nº 12.764/2012: DIREITOS DA PESSOA COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA ......................... 88
CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................................................... 93
FAMÍLIA NA PERSPECTIVA DO DIREITO
PROF.A SUZIE KEILLA VIANA DA SILVA 
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
SERVIÇO SOCIAL E ATENÇÃO À FAMÍLIA
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INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a)!
O assistente social pode atuar nos mais variados espaços sócio-ocupacionais, dentre 
os quais a matéria-prima de seu trabalho são as expressões da questão social. Esse profissional 
tem um compromisso visceral com os projetos societários vinculados à construção de uma nova 
ordem social, sem exploração e quaisquer tipos de dominação. Para tanto, as políticas sociais 
públicas se constituem como um mecanismo para a busca desse ideal. 
Nesse sentido, passaremos a estudar, nesta unidade, algumas das políticas públicas que 
se destacam no cotidiano do profissional de Serviço Social, bem como as respectivas legislações 
que lhes conferem o status de direito e impulsionam o Estado a promovê-las em suas agendas 
políticas. Destarte, iniciaremos com A Família na Declaração Universal dos Direitos Humanos, 
que faz parte de nosso Código de Ética profissional. Na sequência, focaremos A Família, a 
Constituição Federal de 1988 e o Código Civil, trazendo algumas questões familiares abordadas 
pelo direito, em relação às mulheres e às crianças. Por exemplo, com quem fica a guarda dos filhos 
e como se dá o processo de adoção no contexto do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). 
Você também estudará assuntos sobre o Estatuto do idoso e a família, sobre suas 
responsabilidades para com os idosos e a responsabilidade do Estado, da sociedade. Também 
abordaremos o Estatuto da Pessoa com Deficiência e a família, as alterações para a inclusão social 
da pessoa com deficiência. Agora, convidamos você para iniciarmos os estudos sobre algumas 
políticas públicas que compõem o cenário brasileiro.
Bom estudo!
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1. A FAMÍLIA NA DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS
Figura 1 - A família e a Declaração Universal dos direitos humanos. Fonte: Britta (2020).
Conforme a mudança realizada no Código de Ética de 1993, incorporando os onze 
princípios fundamentais, o Serviço Social se apresenta norteado pelos Direitos Humanos. Dessa 
forma, compreende-se que os demais princípios estão interligados e garantem um trabalho de 
efetivação de um projeto amplamente comprometido com a construção de uma nova ordem 
societária.
A direção social do projeto ético-político profissional supõe o amadurecimento 
teórico crítico em relação aos limites da luta pelos direitos humanos, a partir 
de sua possibilidade real na sociedade em que vivemos, tendo-a como uma 
ferramenta estratégica complementar na construção de uma nova ordem 
(CFESS, 1993).
A Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 introduz a concepção 
contemporânea da indivisibilidade dos direitos humanos, consagrando direitos civis e políticos e 
direitos econômicos, sociais e culturais, conjugando o valor da liberdade ao valor da igualdade 
(PIOVESAN, 2001). 
Os direitos humanos, chamados hoje de primeira, de segunda ou de terceira geração, são 
entendidos como complementares uns aos outros. Em 1979, um jurista chamado Karel Vasak 
criou uma classificação de “gerações de direitos”, que não possui pretensões científicas, mas ajuda 
a situar as diferentes categorias de direitos no contexto histórico em que surgiram (SOUZA, 2017).
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A base de sua teoria são os princípios da Revolução Francesa: liberdade, igualdade e 
fraternidade. Esses três conceitos são utilizados para dividir, de forma didática, os direitos humanos 
em três perspectivas históricas de entendimento; portanto, distribuir os direitos humanos em: 
primeira geração (liberdade), segunda geração (igualdade) e terceira geração (fraternidade).
A primeira geração de direitos humanos está associada ao contexto do final do século 
XVIII – mais precisamente, à independência dos Estados Unidos e criação de sua constituição, 
em 1787 – e à Revolução Francesa, em 1789. Seu marco histórico é a Declaração dos Direitos do 
Homem e do Cidadão. Tem como elemento principal a ideia clássica de liberdade individual, 
concentrada nos direitos civis e políticos. Esses direitos só poderiam ser conquistados mediante a 
abstenção do controle do Estado, já que sua atuação interfere na liberdade do indivíduo (SOUZA, 
2017). 
Os direitos civis ou individuais são prerrogativas que protegem a integridade humana 
(proteção à integridade física, psíquica e moral) contra o abuso de poder ou qualquer outra forma 
de arbitrariedade estatal. Exemplos de direitos civis são a liberdade de expressão, direito ao devido 
processo legal, presunção de inocência, proteção à vida privada, à liberdade de locomoção, entre 
outros. Os direitos políticos asseguram a participação popular na administração do Estado. O 
núcleo desse direito envolve o direito ao voto, direito a ser votado, direito a ocupar cargos ou 
funções políticas e, por fim, o direitoa permanecer nesses cargos.
Os direitos humanos de segunda geração surgem após a Primeira Guerra Mundial, 
quando começa a se fortalecer a concepção de Estado de Bem-Estar Social. Surge de uma 
necessidade de o Estado garantir direitos de oportunidade iguais a todos os cidadãos, por meio de 
políticas públicas como o acesso básico à saúde, educação, habitação, trabalho, lazer, entre outros 
(SOUZA, 2017). Os direitos sociais, no Brasil, característicos da segunda geração, aparecem no 
artigo 6º da nossa mais recente constituição, que assegura: “São direitos sociais a educação, a 
saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência 
social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta 
Constituição” (BRASIL, 1988).
Sobre os direitos econômicos, a CF/1988, no art. 170, diz: “A ordem econômica, fundada 
na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência 
digna, conforme os ditames da justiça social […]” (BRASIL, 1988). 
Dessa forma, devem-se respeitar os princípios de livre concorrência, função social da 
propriedade, a propriedade privada, a defesa do consumidor, a redução das desigualdades sociais 
e regionais, a busca do pleno emprego, entre outros. Esse mesmo artigo ainda determina que: “É 
assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de 
autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei” (BRASIL, 1988).
 Nos artigos 215 e 216 da Constituição Federal de 1988, determina-se que os direitos 
culturais são o acesso às fontes da cultura nacional, valorização e difusão das manifestações 
culturais, proteção às culturas populares, indígenas e afro-brasileiras; e proteção ao patrimônio 
cultural brasileiro, que são os bens de natureza material e imaterial, portadores de referência à 
identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira.
A terceira geração de direitos humanos aparece a partir dos anos 1960, norteada pelo 
ideal de fraternidade ou solidariedade. A principal preocupação passa a ser com os direitos 
difusos – ou seja, direitos cujos titulares não se pode determinar nem mensurar o número exato 
de beneficiários – e com os direitos coletivos, que possuem um número determinável de titulares, 
que por sua vez compartilham determinada condição. São exemplos a proteção de grupos sociais 
vulneráveis e a preservação do meio ambiente (SOUZA, 2017).
A defesa de direitos na terceira geração não é mais responsabilidade do Estado, mas uma 
tutela compartilhada com representantes da sociedade civil, sobretudo das organizações não 
governamentais ou ações populares.
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Conforme o plano internacional, são exemplos de direitos da terceira geração o direito ao 
desenvolvimento, o direito à paz, o direito de comunicação, o direito de autodeterminação dos 
povos, o direito à defesa de ameaça de purificação racial e genocídio, o direito à proteção contra 
as manifestações de discriminação racial, o direito à proteção em tempos de guerra ou qualquer 
outro conflito armado.
No Brasil, a terceira geração de direitos configura-se pelo direito ambiental, direitos do 
consumidor, da criança, adolescente, idosos e portadores de deficiência, bem como pela proteção 
dos bens que integram o patrimônio artístico, histórico, cultural, paisagístico, estético e turístico 
(SOUZA, 2017).
Segundo Pessoa (2017, p. 3), reconhecido está que os direitos civis e políticos juntamente 
com os direitos econômicos, sociais e culturais, os direitos à paz, à autodeterminação dos povos 
e a um meio ambiente saudável e ecologicamente equilibrado e outros são essenciais para a 
manutenção da dignidade, da liberdade e do bem-estar de todos. O princípio de indivisibilidade, 
em conjunto com o de universalidade, é o eixo do sistema protetor dos direitos humanos.
Dessa forma, as gerações de direitos não podem ser hierarquizadas nem compreendido 
o que são os direitos humanos de forma fragmentada. A maior expressão que se pode dar aos 
Direitos Humanos é: “Todos os direitos para Todos!” A garantia desses direitos, entretanto, está 
longe de ser alcançada. “A defesa dos direitos humanos é uma tarefa interminável, porque a 
cada dia o respeito aos direitos humanos é algo que se constrói” (LOCHE et al., 1999). Todos 
os direitos humanos e todas as liberdades fundamentais são indivisíveis e interdependentes; a 
realização, a promoção e a proteção dos direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais 
devem beneficiar-se de uma atenção igual e ser encaradas como uma urgência. 
Com relação ao Direito de Família, Barros (2004, p. 1) assegura que “[...] o direito de 
família é o mais humano dos direitos, pois lida com as mais íntimas relações humanas, nas quais 
flagra de modo ímpar as grandezas e as pequenezas do ser humano”.
De acordo com Riva (2014, p. 399), “[...] o estudo sobre os Direitos Humanos e sua 
influência no Direito de Família pode ser abordado por meio de vários enfoques, tais como: 
igualdade entre homens e a mulher; proteção à criança e ao adolescente”.
Entretanto, Pessoa (2017, p. 2) explica que “[...] não só a Constituição Brasileira estabelece 
as normas protetivas da família”, mas há também os tratados internacionais ratificados no Brasil: 
Convenção Europeia dos Direitos Humanos (1950); Convenção Americana de Direitos Humanos 
– Pacto de São José da Costa Rica (1969), ratificado pelo Brasil em 25 de setembro de 1992; a 
Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos (1981); a Declaração Universal dos Direitos 
Humanos (1948). Sobre os Direitos Humanos e sua influência no Direito de Família, Silva (2013, 
p. 5) afirma:
[...] há muito ultrapassa a órbita internacional, integrando-se ao direito interno 
dos Estados a partir da influência dos tratados internacionais, disseminando-
se, por conseguinte, a ideia de proteção ao indivíduo para diversos outros 
seguimentos do direito, notadamente ao ramo do Direito de Família, o qual 
considero, entre todos, o mais humano dos direitos.
Na Declaração dos Direitos Humanos, a respeito dos direitos assegurados, observou-se 
que foram previstos e dispostos no artigo 16 que: 
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, 
nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar 
uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração 
e sua dissolução. 2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno 
consentimento dos nubentes. 3. A família é o núcleo natural e fundamental da 
sociedade e tem direito à proteção da sociedade e do Estado.
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Azevedo (2003, p. 22), quanto ao que foi exposto acima, explica:
O texto alude primeiramente ao ‘direito de contrair matrimônio’, sem qualquer 
restrição a este, que deve ser da vontade livre dos contraentes. A palavra 
matrimônio, como resta clarividente, está utilizada em sentido amplo, como toda 
espécie de união familiar. Tanto é verdade que esse preceito condiciona a ideia 
de contrair matrimônio com a de fundar uma família (‘e fundar...’), acentuando 
no final que esta é o ‘núcleo natural e fundamental da sociedade’, com direito a 
proteção desta e do Estado.
Na Convenção Americana de Direitos Humanos, Pacto de São José da Costa Rica (1969) 
ratificado pelo Brasil em 25 de setembro de 1992, reafirma-se, em seu artigo 17, o qual se refere 
à proteção da família: 
1° A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e deve ser protegida 
pela sociedade e pelo Estado. 2° É reconhecido o direito do homem e da mulher 
de contraírem casamento e de constituírem uma família, se tiverem idade e as 
condições para isso exigidas pelas leis internas, na medida em que não afetarem 
estas o princípio da nãodiscriminação estabelecido nesta Convenção. 3° 
O casamento não pode ser celebrado sem o consentimento livre e pleno dos 
contraentes.
Em 1950, foi instituída a Convenção Europeia dos Direitos Humanos, que traz, em “Direitos 
e Liberdades”, artigo 8°, o direito ao respeito pela vida privada e familiar: “Qualquer pessoa tem 
direito ao respeito da sua vida privada e familiar, do seu domicílio e da sua correspondência”. E 
também, no Protocolo n° 7 à Convenção para a Proteção dos Direitos do Homem e das Liberdades 
Fundamentais, no artigo 5°, “Igualdade entre os cônjuges”, determina-se que os cônjuges gozam 
de igualdade de direitos e de responsabilidades de caráter civil, entre si e nas relações com os seus 
filhos, em relação ao casamento, na constância do matrimônio e quando da sua dissolução. Esse 
artigo não impede os Estados de tomarem as medidas necessárias no interesse dos filhos.
Em relação à Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Direitos dos Povos (1981), 
Comparato (2010) observa que esse documento “[...] consistiu em afirmar que os povos são 
também titulares de direitos humanos, tanto no plano interno como na esfera internacional”. A 
Carta, enquanto instrumento protetor ao direito de família, assegura, em seu artigo 18, que: 
1. A família é o elemento natural e a base da sociedade. Ela tem que ser protegida pelo 
Estado, que deve zelar pela sua saúde física e moral.
2. O Estado tem a obrigação de assistir a família na sua missão de guardiã da moral e dos 
valores tradicionais reconhecidos pela comunidade.
3. O Estado tem o dever de zelar pela eliminação de toda a discriminação contra a mulher 
e de assegurar a proteção dos direitos da mulher e da criança tais como estipulados 
nas declarações e convenções internacionais.
4. As pessoas idosas ou incapacitadas têm igualmente direito a medidas específicas de 
proteção que correspondem às suas necessidades físicas ou morais. 
Além disso, no Capítulo II, “Dos Deveres”, artigo 27, afirma-se que cada indivíduo tem 
deveres para com a família e a sociedade, para com o Estado e outras coletividades legalmente 
reconhecidas, e para com a comunidade internacional. Em seu artigo 29, determina-se preservar o 
desenvolvimento harmonioso da família e de atuar em favor da sua coesão e respeito; de respeitar 
a todo o momento os seus pais, de os alimentar e de os assistir em caso de necessidade.
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Segundo Cordeiro (2003 apud PESSOA, 2017, p. 16), os “[...] direitos humanos não são 
apenas um discurso, mas sim, uma mudança de paradigmas, de cultura, de perspectiva, de olhar 
sobre o mundo e as pessoas que nos cercam. Ou seja, mudança de atitude. Ação, esta é a palavra”.
2. A FAMÍLIA, A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 E O CÓDIGO CIVIL
Figura 2 - Representação de família. Fonte: Esteban (2019).
Como vimos na primeira unidade desta apostila, a concepção de família vem se alterando 
ao longo dos anos, tem sofrido variações e transformações múltiplas. Delineia-se um novo tipo 
de família e, consequentemente, um novo direito de família. Antigamente o direito brasileiro 
privilegiava a família matrimonial e, com isso, a desigualdade entre os filhos, nascidos ou não em 
uma família constituída pelo casamento. As famílias eram patriarcais, o marido sendo o maior 
detentor de direitos, em uma nítida desigualdade entre os cônjuges e discriminação da mulher.
Praticamente, o Código Civil de 1916 estabelecia que o casamento criava a família 
legítima e era dessa família que o direito cuidava. Os filhos gerados dessa união mereciam uma 
proteção maior. Havia distinção discriminatória entre filhos legítimos e ilegítimos dentro do 
direito e, dentre estes últimos, os chamados espúrios, adulterinos e incestuosos não poderiam ser 
reconhecidos, conforme o artigo 35. Com o tempo, muitos conceitos foram se alterando; dessa 
forma, algumas brechas foram sendo construídas no direito dos filhos adulterinos e das famílias 
concubinárias.
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Segundo Lôbo (2015, p. 33) “[...] as constituições brasileiras reproduzem as fases históricas 
que o país viveu, em relação ao direito de família, no trânsito do Estado liberal para o Estado 
social”. Como afirma Dias (2011, p. 36), “Estado social, que intervém em setores da vida privada 
como forma de proteger o cidadão, postura impensável em um Estado liberal, que prestigia, 
acima de tudo, a liberdade”.
Ainda conforme Lôbo (2015, p. 34), “[...] as constituições de 1824 e 1891 são marcadamente 
liberais e individualistas, não tutelando as relações de familiares”. E “[...] em contrapartida, as 
Constituições do Estado Social brasileiro (1934 a 1988) destinaram à família normas explícitas 
de modernidade emancipadora”.
Em três décadas, a organização jurídica da família mudou várias vezes. A Constituição 
Brasileira de 1988 avançou muito nessa área e determinou novos contornos para a família. As 
principais foram a isonomia entre homem e mulher, a paridade entre os filhos, a família plural, 
a família entendida como entidade assume claramente a posição de sujeito de direitos e deveres 
jurídicos, a natureza socioafetiva da filiação torna-se gênero, abrangendo as espécies biológica e 
não biológica, e a proteção da família em cada um de seus integrantes alcança qualquer entidade 
familiar, sem restrições, entre outros.
Não só o Código Civil, mas também as Constituições brasileiras, a partir de 1934 
até a de 1967, só se referiam à proteção da família constituída pelo casamento. 
Assim: 
• Constituição de 1934, art. 144 - A família, constituída pelo casamento 
indissolúvel, está sob a proteção especial do Estado; 
• Constituição de 1937, art. 124 - A família, constituída pelo casamento 
indissolúvel, está sob a proteção especial do Estado; 
• Constituição de 1946, art. 163 - A família é constituída pelo casamento de 
vínculo indissolúvel e terá direito à proteção especial do Estado. 
• Constituição de 1967, art. 167 - A família é constituída pelo casamento e terá 
direito à proteção dos Poderes Públicos. § 1º - O casamento é indissolúvel. 
• Quanto à filiação, o Código Civil de 1916 classificava os filhos como legítimos, 
legitimados e ilegítimos, vedando o reconhecimento dos filhos espúrios – 
adulterinos e incestuosos:
• A Lei 883/49, art. 358, permitiu o reconhecimento de filho adulterino, após a 
dissolução da sociedade conjugal, o direito a alimentos e herança da metade 
do quinhão que coubesse ao filho legítimo; 
• A Lei 6.515/77 estabeleceu a igualdade de herança para todos os filhos e a 
possibilidade de reconhecimento do filho adulterino por testamento cerrado; 
• A Constituição de 1988 estabelece isonomia entre todos os filhos; 
• A Lei 7.841/89 revogou expressamente o art. 358 do Código Civil; 
• A Lei 8.069/90-ECA permitiu o reconhecimento de filhos sem quaisquer 
restrições; 
• A Lei 8.560/92 facilitou o reconhecimento de filhos, inclusive por escrito 
particular, determinando a averiguação oficiosa pelo juiz e a legitimidade do 
Ministério Público para intentar ação de investigação de paternidade.
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Conforme Paulo Lôbo, (2015, p. 154),
[...] nenhum princípio da Constituição provocou tão profunda transformação 
do direito de família quanto o da igualdade entre homem e mulher e entre 
os filhos. Todos os fundamentos jurídicos da família tradicional restaram 
destroçados, principalmente os da legitimidade, verdadeira summa divisio entre 
sujeitos e sub-sujeitos de direito, segundo os interesses patrimoniais subjacentes 
que protegiam, ainda que razões éticas e religiosas fossem as justificativas 
ostensivas. O princípio da igualdade de gêneros foi igualmente elevado ao status 
de direito fundamental oponível aos poderes políticos e privados (art.5º, I, da 
Constituição).
Em 2002, o novo Código Civil passa a estabelecer a igualdade de direitos e deveres dos 
cônjuges e a isonomia dos filhos. Não mais normas diferenciadoras entre o marido e a mulher, 
que concediam ao homem a administração dos bens e a representação legal da família.
Comparato (2010, p. 74) afirma que a Constituição Federal de 1988 é o maior instrumento 
de proteção dos direitos fundamentais no Brasil, os quais são os “[...] direitos humanos 
reconhecidos expressamente pela autoridade política”. Em seu artigo 226, traz:
A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração.
§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o 
homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão 
em casamento.
§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por 
qualquer dos pais e seus descendentes.
§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente 
pelo homem e pela mulher.
 § 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.
A Constituição Federal de 1988 reconheceu a existência de outras entidades 
familiares, além das constituídas pelo casamento, conferindo proteção especial 
à união estável e à comunidade formada por qualquer dos pais com seus 
descendentes, a chamada família monoparental. Rastreando os fatos da vida, a 
Carta Magna consagrou um novo conceito de família baseado no vínculo de afeto, 
um conceito abrangente e aberto, na medida em que 
[…] os tipos de entidades familiares explicitados nos parágrafos 
do art. 226 da Constituição são meramente exemplificativos, sem 
embargos de serem os mais comuns, por isso mesmo merecendo 
referência expressa. As demais entidades familiares são tipos 
implícitos incluídos no âmbito de abrangência do conceito amplo 
e indeterminado de família, indicado no caput (NETTO LÔBO apud 
LOUZADA, 2011, p. 269).
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§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade 
responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo 
ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse 
direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou 
privadas.
§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a 
integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações 
(BRASIL, 1988).
Azevedo (2002, p. 321) assevera que os “[...] parágrafos do referido art. 226 não são 
taxativos, pois não é o Estado que determina como deva constituir-se a família, mas protegê-la 
sob várias formas de constituição”.
Depreende-se que, no tocante à matéria que trata da família, Riva (2014, p. 397) explicita 
que a nova Ordem Constitucional “[...] tem como base o primado do trabalho, e como objetivo 
o bem-estar e a justiça sociais (art. 193, CF/1988)”; assim, “[...] observando as transformações 
que já vinham ocorrendo no Brasil e em outros países, considerou a família a base da sociedade”.
Para Maluf (2016, p. 44), “[...] a Carta Magna de 1988 introduziu uma grande mudança 
no panorama da família, com a nova conceituação de entidade familiar, para efeitos de proteção 
do Estado, passando a família a ser concebida de forma mais ampla”. Entretanto, assevera Lôbo 
(2015, p. 35), ao proclamar a família como base da sociedade, o Estado se limita na medida em 
que “[...] a família não pode ser impunemente violada pelo Estado, porque seria atingida a base 
da sociedade a que serve o próprio Estado”.
É importante ressaltar, nas palavras de Barros (2006, p. 24), que “[...] as normas que 
disciplinam o direito de família, em regra, são cogentes, isto é, de ordem pública, insuscetível 
de modificação por vontades das partes”; apesar disso, “[...] os direitos de família são ainda 
personalíssimos, isto é, intransferíveis e irrenunciáveis”. E sobre os direitos e deveres dos membros 
das famílias, Riva (2014, p. 397) esclarece que
A constituição Federal de 1988 imputa aos membros que compõem a família, 
direitos e deveres recíprocos, entre os quais os pais têm o direito de assistir, criar 
e educar os filhos menores, nascidos ou não das relações de casamento ou por 
adoção e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, 
carência ou enfermidade.
Quanto à criança e ao adolescente, a família, juntamente com o Estado e a comunidade, 
tem o dever de assegurar com absoluta prioridade os direitos fundamentais elencados no art. 
227, da CF/1988. E quanto aos idosos, eles são amparados pelo art. 230: a família, a sociedade e o 
Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, 
defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida. Assim, após verificar os 
direitos garantidos na CF/1988, é sabido que eles podem ser observados em vários instrumentos 
internacionais de proteção aos Direitos Humanos.
O Direito de Família brasileiro se assemelha às diretrizes que orientam a construção dos 
Direitos Humanos, pois, segundo Riva (2014, p. 398), “[...] ambos estão em contínuo processo 
de edificação a fim de acompanhar a evolução humana; proteger os valores preponderantes 
e essenciais no meio social e resguardar a família enquanto núcleo natural e fundamental da 
sociedade”.
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3. A GUARDA DOS FILHOS E A ADOÇÃO NO CONTEXTO DO ECA
 
Figura 3 - Representação de família adotante. Fonte: Brazilian Times (2018).
Na contemporaneidade, ninguém é obrigado a ficar casado por convenções religiosas ou por 
posição social, vivemos em um novo tempo! Dessa forma, quando se termina um relacionamento 
e se tem filhos menores, há a necessidade de se pensar a melhor forma de regularizar as questões 
que os envolvem como a guarda, por exemplo, para que não haja a quebra de vínculos familiares, 
assim preservando o bem-estar dos filhos e considerando o contexto daquela família.
Além do mais, é importante os pais terem consciência de que houve uma separação entre 
eles, que se extingue o vínculo afetivo entre o casal, e não entre os filhos. Preservam-se seus 
direitos e deveres em relação aos filhos, não devendo a separação comprometer o relacionamento 
entre pais e filhos.
Devemos então compreender o conceito “guarda” dos filhos antes de falar das modalidades 
de guarda de filhos. A guarda é um dos atributos do poder familiar, sendo este um conjunto de 
obrigações, direitos e deveres que os pais exercem igualmente em relação aos filhos.
De acordo com Dias (2011), o poder familiar é inerente ao estado de pai ou mãe, 
decorrendo tanto da filiação natural quanto da legal e socioafetiva, e não se extingue com o 
divórcio ou separação, também estando presente nos casos em que não há uma relação conjugal/
marital entre os genitores quando da concepção e do nascimento do filho. Segundo Grisard 
Filho (2009), o poder familiar “[…] é o conjunto de faculdades encomendadas aos pais, como 
instituição protetora da menoridade, com o fim de lograr o pleno desenvolvimento e a formação 
integral dos filhos, física, mental, moral, espiritual e social”.
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A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 226, § 5°, concede a ambos os genitores 
o exercício do poder familiar com relação aos filhos comuns. Entretanto, muitos casais têm 
divergências ao exercício desse poder familiar, ocorrendo disputas quanto à guarda, que servirá 
para determinar qual dos genitores será o responsável por reger a vida do filho. 
O Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA/1990, em seu artigo 33, determina 
que a guarda “[...] obrigaa prestação de assistência material, moral e educacional à criança ou 
adolescente”, cabendo ao genitor não guardião supervisionar aquele que detém a guarda em 
relação a suas decisões a respeito dos(as) filhos(as). Devemos compreender que a ausência da 
guarda não afasta o poder familiar daquele que não a detém; apenas prioriza, no caso de conflito 
entre os genitores na tomada de decisões, a opinião do detentor da guarda, desde que em 
benefício do filho ainda menor.
Caro(a) aluno(a), existem duas modalidades de guarda: a unilateral e a conjunta e/ou 
compartilhada. A guarda unilateral é atribuída a uma única pessoa, podendo ser exclusiva ou 
alternada. A guarda unilateral exclusiva é aquela atribuída a um dos genitores, resguardando ao 
outro o direito de convivência e de fiscalização das decisões tomadas pelo detentor da guarda. A 
guarda unilateral alternada é concedida apenas a um dos genitores por um determinado período 
de tempo e, após o término desse período, a guarda passa para o outro genitor (ex.: o filho fica 6 
meses sob a guarda de um genitor e 6 meses sob a guarda do outro). 
Alguns estudiosos entendem que essa alternância não seria benéfica para os filhos, por 
causar conflito quanto ao seu ponto de referência, e danos à sua formação. De acordo com o 
entendimento de Grisard Filho (2009), “Esta modalidade de guarda opõe-se fortemente ao 
princípio de ‘continuidade’, que deve ser respeitado quando desejamos o bem-estar físico e mental 
da criança”. Porém, outros defendem essa alternância por ser importante para que a criança 
crie vínculos sólidos com ambos os genitores, pois está em fase de desenvolvimento e possui 
capacidade de adaptação. É essencial que ela tenha uma referência nos pais e não somente nos 
locais em que reside.
A guarda compartilhada, conforme dispõe a Lei n° 13.058/2014, será sempre compartilhada 
entre os pais, salvo se um deles abrir mão de exercê-la ou não demonstrar condições para tanto; 
dessa forma, a guarda compartilhada é aquela exercida por ambos os genitores simultaneamente. 
Assim, ambos são responsáveis por, em conjunto, tomar todas as decisões em relação aos filhos 
e, também, dividem igualmente as responsabilidades no que diz respeito a eles.
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3.1 A Adoção
Figura 4 - Representação de família adotante. Fonte: Pappas (2013).
No decorrer da trajetória histórica da infância no Brasil, inúmeras crianças tiveram seus 
direitos violados, entre os quais o direito à convivência familiar. Por outro lado, o ato de cuidar 
de uma criança que não foi gerado por si, não é algo novo ou recente na sociedade brasileira. A 
adoção, como se configura atualmente, é fruto de momentos históricos que foram evoluindo e se 
transformando.
Diante dessa realidade, torna-se imprescindível abordar a temática da adoção no Brasil, 
enfatizando os avanços e as dificuldades encontrados nesse processo que culminaram na 
aprovação do Estatuto da Criança e do Adolescente e da Lei nº 12.010/2009 (conhecida como 
Nova Lei da Adoção), resultado de um longo período de modificações legais instituídas, com o 
fim de garantir que crianças e adolescentes tivessem proteção e afeto no seio de uma nova família.
A partir do século XVIII, conforme afirma Valdez (2004), aparecem os primeiros relatos 
sobre as instituições de acolhimento às crianças abandonadas no Brasil; isso porque, nesse 
período, muitas famílias viviam na miséria, não tinham condições de criar e educar seus filhos e 
acabavam abandonando-os nas ruas. Outro fato que ocorria era o da mulher engravidar estando 
solteira, sendo condenadas pela sociedade daquela época, em que rígidos valores morais e éticos 
prevaleciam. Elas sofriam discriminação, preconceito e, consequentemente, não conseguiam 
criar seus filhos. Também havia as causas de doenças na família, nascimentos de gêmeos ou até 
mesmo doença da criança.
Segundo Valdez (2004), foi em 1726, em Salvador-BA, que surgiu a primeira “Roda dos 
Expostos” no Brasil (termo que denomina o local onde as crianças (bebês) eram abandonadas, 
em que se formava um círculo para apresentação delas, a pessoa tocava um sino para avisar que 
tinha um bebê naquele local). Passou a existir em 1738 no Rio de Janeiro, sendo que a última, 
durante o período colonial, situava-se na cidade de Recife-PE. Porém, antes mesmo da instalação 
das respectivas rodas, as Santas Casas já recolhiam os expostos.
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De acordo com informações da Santa Casa de São Paulo, as organizações de Assistência 
Social modificaram-se e a Roda tornou-se arcaica. Iniciou-se um debate sobre sua extinção em 
1944, na Santa Casa de São Paulo, sugerido pelo então provedor, Dr. José Cássio de Macedo 
Soares. Foi criada uma comissão para estudar o caso e, após mais de cinco anos de debates, foi 
apresentado um extenso relatório, no qual, entre outros fatos, informava que a Santa Casa de São 
Paulo era a única instituição, no Brasil, que mantinha a Roda, taxando-a como antiquada, com 
um regime incompatível com o regime social de uma nova era de legislações que viriam garantir 
direitos. Assim, ela deixou de existir em 5 de junho de 1949.
De acordo com Carvalho (2011), na década de 1920,
[...] com o crescimento acentuado do número de crianças abandonadas, o 
governo brasileiro começou a implantar ações para tentar resolver a questão do 
abandono de crianças, criando orfanatos, escolas profissionalizantes e escolas 
correcionais (para menores infratores) (CARVALHO, 2011, p. 1).
Desse modo, Mergár (2010) afirma que foi sancionado um conjunto de leis no ano de 
1927, que regulamentavam políticas governamentais a favor das crianças – o chamado Código 
de Menores, também conhecido como Código “Mello Mattos”, nome este em homenagem ao 
seu idealizador. Em tal legislação, não estava prevista a adoção, estando esse instituto, ainda, aos 
cuidados do Código Civil de 1916.
Já as décadas de 1930 e 1940 foram marcadas pela ênfase na assistência, que 
se realizava prioritariamente em instituições fechadas. As críticas a este modelo 
seguiram toda sua trajetória e propuseram várias mudanças até a década de 50, 
quando as denúncias de superlotação, maus tratos, corrupção, se fizeram mais 
fortes (RIZZINI, 1997 apud PAES, 2013, p. 1).
Depreende-se que, na década de 1950, se acirra o processo de denúncias em torno das 
condições a que as crianças eram submetidas nas instituições fechadas. Não havia um trabalho 
pedagógico e um direcionamento voltado à proteção integral desse público. Paes (2013) afirma 
que até 1935 os menores abandonados e infratores apreendidos nas ruas eram levados a abrigos 
de triagem. Em 1940, se define a idade para a imputabilidade penal aos 18 anos com o novo 
Código Penal.
Em 1942, conforme Mergár (2010), foi criado o Serviço de Assistência ao Menor (SAM), 
órgão do Ministério da Justiça, que foi reconhecido por muitos autores como a primeira política 
pública estruturada para a infância e adolescência no Brasil. Ainda nesse período, surgiram 
diversas casas de atendimento, as quais ficavam sob o comando principalmente de primeiras 
damas, ou seja, diretamente ligadas ao poder central.
De acordo com Mergár (2010), em 1979, em virtude de inovações no seio da sociedade, 
o legislador entendeu por bem substituir o Código “Mello Mattos” por outra legislação mais 
atualizada. Desse modo, o conhecido Código de Menores de 1979 (Lei nº 6.697/1979) previa, nos 
artigos 27 a 37, duas novas modalidades de adoção: a simples e a plena.
O artigo 28 do Código de Menores de 1979 identifica o entendimento sobre a adoção 
simples:
A adoção simples dependerá de autorização judicial, devendo o interessado 
indicar, no requerimento, os apelidos de família que usará o adotado, os quais, se 
deferido o pedido, constarão do alvará e da escritura, para averbação no registro 
denascimento do menor.
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Em seu art. 29, o Código de Menores de 1979 apresentava a modalidade de adoção 
plena como sendo “[...] a situação de filho ao adotado, desligando-o de qualquer vínculo com 
pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais” (BRASIL, 1979), e referenda, ainda, essa 
modalidade de adoção em seu artigo 31 quando relata:
Adoção plena será deferida após período mínimo de um ano de estágio de 
convivência do menor com os requerentes, computando- se, para esse efeito, 
qualquer período de tempo, desde que a guarda se tenha iniciado antes de o 
menor completar sete anos e comprovada a conveniência da medida (BRASIL, 
1979).
Cabe destacar que, mesmo com as instituições e as leis formuladas, até esse período citado, 
ainda eram precárias as condições de acolhimento, sendo que as leis não protegiam as crianças e os 
adolescentes enquanto sujeitos em desenvolvimento, somente aumentavam o controle repressivo 
sobre eles. Assim, diante desse cenário, diversos movimentos se formaram em defesa do público 
infanto-juvenil, dando contornos na elaboração de políticas sociais e legislações que objetivam a 
defesa dos direitos dessa população.
Em 1988, foi promulgada a nova Constituição Federal, conhecida como constituição 
cidadã, por abranger diversos aspectos dos direitos humanos e que vêm assegurar, no artigo 
227, o direito fundamental da convivência familiar concedido especialmente às crianças e aos 
adolescentes. Em 1990, houve a criação pelo governo brasileiro do Estatuto da Criança e do 
Adolescente, que marca o início de uma nova fase, regulamenta políticas em favor da criança e 
do adolescente, institui seus direitos e deveres, baseando-se numa legislação que rompeu com 
paradigmas anteriores de atenção à criança desamparada, como pode ser visto em um de seus 
primeiros artigos:
Art. 4º - É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder 
público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à 
vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, 
à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e 
comunitária (BRASIL, 1990, p. 28).
Observa-se que a conquista dos direitos das crianças e dos adolescentes foi uma 
trajetória árdua, que passou pelo descaso do Estado na garantia de direitos desse público, pelas 
transformações legislativas, mas de maneira ainda repressora, até a promulgação da Constituição 
Federal de 1988 e do Estatuto da Criança e do Adolescente em 1990, reconhecendo-os, então, 
como sujeitos de direitos e deveres, que devem ser protegidos pelo Estado, pela família e pela 
sociedade.
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3.2 O Estatuto da Criança e do Adolescente: um Novo Paradigma em 
Relação à Adoção na Sociedade Contemporânea
Como já mencionado, com a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente, em 
1990, crianças e adolescentes passam a ser concebidos como sujeitos de direitos, em peculiares 
condições de desenvolvimento, focos de atenção por parte do Estado, da família e da sociedade 
como um todo. Essa lei coloca, ainda, a família como o primeiro e o principal provedor de 
condições para o desenvolvimento biológico, cognitivo e afetivo do público infanto-juvenil 
(BRASIL, 1990).
Vale ressaltar que todos os problemas que existiam anteriormente referentes às crianças e 
aos adolescentes desapareceram e, a partir de então, pelo menos perante a lei, eles são vistos como 
sujeitos de direitos que necessitam de proteção integral.
O ECA extinguiu o Código de Menores de 1979, transformando o instituto da adoção, 
e propiciando um estado de proteção em prol daquilo que se considera o melhor interesse da 
criança e do adolescente, fundamentado na Constituição da República Federativa do Brasil de 
1988, que preceitua em seu art. 227, § 6º: “Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, 
ou por adoção, terão os mesmos direitos, qualificações, proibidas quaisquer designações 
discriminatórias relativas à filiação” (BRASIL, 1988, p. 88). Segundo Tassi (2014, p. 1), “[...] O 
interesse maior deve ser sempre o da criança e, neste sentido, procura-se dar um tom moderno 
à adoção; não apenas encontrar bebês para casais que não podem gerar filhos biológicos, mas 
também encontrar pais para crianças”.
Nesse sentido, analisa-se que foram diversas as conquistas referentes ao processo de 
adoção, trazidas pelo ECA. Porém, verifica-se que há uma luta diária, para que a referida norma 
legal se faça cumprir em sua integralidade, se adequando às mudanças sociais impostas. Exemplo 
disso é a Lei nº 12.010/2009, que modifica o ECA em suas questões sobre a adoção.
De acordo com Alves (2010), a Lei nº 12.010, sancionada em 3 de agosto de 2009 e 
publicada no Diário Oficial da União em 4 de agosto de 2009, denominada Nova Lei da Adoção, 
criou novas regras para a adoção no Brasil, tendo como finalidade aprimorar esse instituto. A 
nova legislação reforça a priorização da família biológica em caso de adoção, além de reafirmar a 
necessidade de afinidade e afetividade da criança com os parentes, elementos fundamentais para 
garantir, de modo pleno, o direito à convivência familiar.
A adoção é medida excepcional, irrevogável, à qual se deve recorrer apenas quando 
esgotados os recursos de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa 
(BRASIL, 1990).
O ECA, em seu artigo 41, enfatiza que:
A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e 
deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais 
e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais.§ 1º Se um dos cônjuges ou 
concubinos adota o filho do outro, mantêm-se os vínculos de filiação entre o 
adotado e o cônjuge ou concubino do adotante e os respectivos parentes. § 2º É 
recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus descendentes, o adotante, 
seus ascendentes, descendentes e colaterais até o 4º grau, observada a ordem de 
vocação hereditária.
Conforme apresentado no artigo 49 do ECA, o vínculo jurídico gerado pela família 
biológica jamais volta a se estabelecer, mesmo que os adotantes faleçam. De acordo com Brandão 
(2001), com o ECA, a adoção simples deixa de existir, pois, nesse tipo de adoção, era possível 
resgatar os vínculos jurídicos com a família natural. É possível observar isso na citação a seguir:
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[...] a adoção prevista pelo Código Civil e pela Lei n.º 3.133, de 08 de maio de 
1957, chamada de adoção simples, civil, restrita ou comum, onde o vínculo 
de filiação nasce de uma declaração de vontade de adotante e adotado, e não é 
definitivo, podendo ser revogado, pois em verdade é um negócio jurídico, não 
imitando assim a filiação natural, que é irrevogável. […]
Dessa forma, a adoção simples gerava um vínculo de filiação e paternidade entre o 
adotado e o adotante, constituindo parentesco entre ambos. Vale ressaltar que a adoção simples 
não extinguiu o vínculo entre o adotado e sua família natural, apenas transferia o chamado pátrio 
poder para o adotante. Conforme o artigo 42 do Estatuto da Criança e do Adolescente,
[…] Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, independentemente do 
estado civil.§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando. § 2o 
Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes sejam casados civilmente 
ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade da família. §3º O 
adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho do que o adotando.
Para a adoção conjunta, é indispensável que os pais sejam casados civilmente ou 
mantenham união estável, comprovada a estabilidade da família. A lei não menciona o sexo nem 
a orientação sexual do adotante, sendopossível assim que casais homoafetivos também adotem. 
Outra exigência é que o adotante deve ser dezesseis anos mais velho do que o adotando. Vale, 
ainda, ressaltar que o ECA prevê a garantia de que a adoção só será deferida quando apresentar 
reais vantagens para o adotando com fundamentos em motivos legítimos. Segundo Tassi (2014, 
p. 1), “[...] a adoção, na modernidade preenche duas finalidades fundamentais: dar filhos àqueles 
que não os podem ter biologicamente; e dar pais as pessoas desamparadas”. Embora a lei não 
traga nenhum limite quanto à idade máxima do adotante, no artigo 40 do ECA, o limite se dá 
apenas com relação ao adotando, que deve ter, no máximo, dezoito anos na data do pedido de 
adoção, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes.
O estágio de convivência é referido no artigo 46 do Estatuto da Criança e do Adolescente, 
que tem por finalidade a adaptação familiar e convivência do adotando à nova família. A Lei 
12.010/09 estabeleceu critérios importantes para a sua realização:
Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência com a criança 
ou adolescente, pelo prazo que a autoridade judiciária fixar, observadas as 
peculiaridades do caso.§ 1o O estágio de convivência poderá ser dispensado se 
o adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do adotante durante tempo 
suficiente para que seja possível avaliar a conveniência da constituição do 
vínculo.§ 2o A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispensa da 
realização do estágio de convivência. § 3o Em caso de adoção por pessoa ou 
casal residente ou domiciliado fora do País, o estágio de convivência, cumprido 
no território nacional, será de, no mínimo, 30 (trinta) dias.§ 4o O estágio de 
convivência será acompanhado pela equipe interprofissional a serviço da 
Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos 
responsáveis pela execução da política de garantia do direito à convivência 
familiar, que apresentarão relatório minucioso acerca da conveniência do 
deferimento da medida (BRASIL, 2009).
Conforme citado, o estágio de convivência com a criança e o adolescente não possui um 
prazo único estipulado, sendo necessário avaliar as peculiaridades do caso. Em relação à adoção 
internacional, é estipulado um prazo mínimo de 30 (trinta) dias no território brasileiro.
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Krauss (2013) enfatiza que “[...] o principal objetivo da adoção é a proteção e o resguardo 
da criança e do adolescente, permitindo a convivência em um lar que possa lhe dar uma vida 
digna [...]”. Sabemos que por diversos motivos pode haver a situação de não acontecer uma boa 
convivência entre o adotante e o adotado, o que fomenta a ocorrência de situações geradoras de 
conflitos e, constantemente, crianças e adolescentes são “devolvidos”, por isso a importância do 
estágio de convivência antecedente à adoção.
Em relação ao estágio de convivência, Krauss (2013) descreve, ainda, que “[...] é nesse 
momento que ocorre a construção de laços afetivos, as trocas de experiências sociais e culturais, 
no qual acontece o nascimento de um novo vínculo familiar entre pais e filho”. Então, é sempre 
importante salientar a necessidade de uma melhor preparação dos postulantes ao cargo de pais, 
para haver a certeza de que querem ter um filho e aquela criança é a certa, transmitindo amor, 
aceitação e segurança ao adotado.
Conforme Cecatto (2010), “[...] o reconhecimento do direito à identidade biológica/
genética para o ser humano, sujeito de direitos e deveres, assume relevância na atual conjuntura 
em que se desenvolvem os valores sociais [...]”. À luz do princípio constitucional da dignidade 
da pessoa humana e, considerando a compreensão legal observada no dispositivo 48 da Lei 
nº 12.010/09, o direito do adotado à identidade genética é essencial para a garantia da sua 
historicidade pessoal, bem como para o pleno desenvolvimento e proteção da sua integridade 
psíquica.
De acordo com Lopes e Ferreira (2010, p. 7),
[...] esta medida da Lei 12.010/09, antes reconhecida apenas em caráter subjetivo 
na sociedade, garante o pleno conhecimento pelo adotado sobre todo assunto 
que envolva seu processo de adoção, mesmo que o adotado não tenha atingido 
a maioridade, ocasião em que deverá ter orientação jurídica e psicológica. Neste 
sentido, a doutrina tem entendido que referida inovação poderá desmotivar a 
adoção.
De forma a diminuir as intercorrências no processo de adoção, é primordial a preparação 
psicossocial e jurídica que antecede a concretização da adoção. Essa necessidade de preparação é 
um marco importante trazido pelo art. 50 do ECA/1990, que preconiza:
§ 3o A inscrição de postulantes à adoção será precedida de um período de 
preparação psicossocial e jurídica, orientado pela equipe técnica da Justiça da 
Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis 
pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência 
familiar.§ 4o Sempre que possível e recomendável, a preparação referida no § 
3o deste artigo incluirá o contato com crianças e adolescentes em acolhimento 
familiar ou institucional em condições de serem adotados, a ser realizado sob a 
orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça da Infância e da 
Juventude, com apoio dos técnicos responsáveis pelo programa de acolhimento e 
pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar 
(BRASIL, 1990).
A constituição de uma equipe técnica do Tribunal de Justiça para atender a área da infância 
e da juventude é fundamental, nos casos de preparação para a adoção. Esse preparo inicial torna-
se uma ferramenta indispensável para que o processo de adoção ocorra em consonância com o 
ECA.
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De acordo com Sousa (2010, p. 25), tal artigo amplia consideravelmente a regulamentação 
da habilitação prévia para adotar, que se transformou em processo para preparação das pessoas 
interessadas. A equipe técnica das Varas da Infância e Juventude deverá orientar os pretendentes 
sistematicamente durante todo o estágio, em autos próprios, apresentando relatório minucioso. 
Nesse sentido, deve-se não só esclarecer, informar, instruir, educar, mas também desmitificar 
preconceitos, estereótipos e as reais motivações que levam os pretendentes a adotarem. Tais 
programas devem contribuir para redução de preconceitos e barreiras, e ainda buscam formas de 
sensibilizar os pretendentes para a chamada adoção universal de interesse exclusivo dos adotados.
Nesse sentido, Lopes e Ferreira (2010, p. 8) enfatizam que:
[...] a Lei 12.010/09 tornou clara a preferência de adoção por nacionais, 
exigindo-se, inclusive, prévia consulta de adotantes interessados com residência 
permanente no Brasil, quando da hipótese de interesse postulado por estrangeiro. 
Devem ainda ser esgotadas todas as tentativas de colocação do menor em 
família substituta brasileira, consultando-se, para tanto, os cadastros estaduais e 
nacional, além de se exigir a impreterível elaboração de relatório multidisciplinar 
acerca do processo da adoção internacional. Observe-se, também, que a Lei 
12.010/09 determina, ainda, a preferência por adotantes brasileiros residentes no 
exterior quando em comparação a estrangeiros, além de estabelecer o minucioso 
procedimento para a realização da adoção internacional.
No entanto, independentemente das pretensões pessoais ou das formas e maneiras como 
a Lei prevê os processos de adoção no Brasil, percebe-se que a Nova Lei da Adoção traz novas 
possibilidades de valorização de crianças e adolescentes em situação de adoção e o fortalecimento 
dos novos vínculos familiares, contribuindo para a garantia da convivência familiar e comunitária. 
• O profissional de Serviço Social tem um papel fundamental nesses processos; dessa forma,no que se refere ao processo de adoção, em linhas gerais, o assistente social se faz presente 
nos seguintes momentos, de acordo com Barros (2004, p. 3):
• Consentimento à adoção: é comum ocorrerem situações nas quais, após o parto, as 
genitoras, espontaneamente, manifestam desejo em entregar os filhos à adoção. É 
importante que o assistente social leve em consideração as condições físicas e emocionais 
da mãe, o que servirá como base para que o juiz visualize as reais condições dela, no 
momento em que teve essa decisão. 
• Suspensão e destituição do poder familiar: aqui serão estudados aspectos referentes às 
condições socioeconômicas, o vínculo afetivo e as possibilidades de haver a permanência, 
ou não, da criança na sua família de origem. Não havendo possibilidade de retorno aos 
familiares biológicos ou familiares extensos, opta-se pela destituição do poder familiar. 
Para isso, o assistente social poderá utilizar como instrumental subsidiador a observação, 
entrevistas, visitas domiciliares etc., os quais possibilitarão a elaboração do estudo social, 
no qual constarão as informações relevantes para o magistrado, no que diz respeito à 
situação do infante. 
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• Habilitação dos pretendentes à adoção: o assistente social fornece suporte à família 
pretendente à adoção, no que se refere à orientação quanto aos trâmites do processo 
judicial, às documentações necessárias para dar início ao processo, encaminhamento 
para o Grupo de Apoio à Adoção (GAAN) e Grupo de Preparação à Adoção do Serviço 
Auxiliar da Infância (SAI). Igualmente, após a entrega das documentações, é realizada 
visita domiciliar na residência da família para que, posteriormente, seja realizada 
entrevista com ela. Ambos os instrumentais são utilizados pelo assistente social e 
possibilitarão identificar, por exemplo, a aceitação dos demais membros da família em 
relação à adoção, as condições habitacionais e financeiras, bem como quais são os reais 
interesses dos pretendentes à adoção. 
• Encaminhamento das crianças e adolescentes aptos à adoção: no momento em que uma 
criança ou adolescente está apto à adoção, o assistente social também tem a função de 
estabelecer contato com o pretendente, devidamente habilitado, considerando a ordem 
cronológica estabelecida na lista de pretendentes à adoção. O assistente social orienta 
quanto à documentação necessária e, variando de acordo com a idade da criança adotada, 
participará do processo de aproximação entre adotante e adotado. 
• Estágio de convivência: de acordo com Ferreira (2013),
[...] a intervenção prévia da equipe técnica não representa uma adoção de 
sucesso. Não raras vezes, os encaminhamentos preliminares da adoção não 
surtem os efeitos desejados, aparecendo problemas posteriores decorrentes na 
nova relação estabelecida. 
Depreende-se que é imprescindível que haja o acompanhamento do profissional de 
serviço social nos primeiros meses de convivência entre adotante e adotado, a fim de identificar se 
o ciclo adotivo está sendo encarado positivamente por ambos. Diante disso, é nesse momento que 
começam a aparecer aspectos que anteriormente eram desconhecidos, pelo fato de que não havia 
convivência. Nesse momento, o assistente social se utiliza de vários instrumentais, a exemplo da 
observação, entrevista e visita domiciliar, valendo-se do estudo social para emitir as informações 
necessárias ao juiz da Vara da Infância.
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4. ESTATUTO DO IDOSO E A FAMÍLIA
Figura 5 - Representação de pessoas idosas. Fonte: Morlini (2020). 
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU, 1982), o ser idoso é diferente em 
países desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento, pois, nos desenvolvidos, 
são considerados idosos os seres humanos com 65 anos ou mais; e nos em desenvolvimento, 
são idosos aqueles com 60 anos ou mais; é o caso do Brasil, embora não sejam devidamente 
respeitadas, em muitos casos, essas definições. Essa definição foi estabelecida em 1982, durante 
a Primeira Assembleia Mundial das Nações Unidas sobre o Envelhecimento da População, 
promovida pela ONU, por meio da Resolução 39/125, relacionando-se com a expectativa de vida 
ao nascer e com a qualidade de vida que as nações propiciam a seus cidadãos.
Segundo Bobbio (1997), o envelhecimento não é uma cisão em relação à vida precedente, 
mas é, na verdade, uma continuação da adolescência, da juventude, da maturidade, que podem ter 
sido vividas de diversas maneiras. Ainda conforme o autor, também as circunstâncias históricas, 
que ele relaciona tanto à vida privada quanto à vida pública, exercem muita importância nos 
determinantes da velhice.
As pessoas estão vivendo mais tempo e, nessa etapa, necessitam do apoio de seus familiares, 
assim como também do apoio da sociedade para garantir a qualidade de vida e o bem-estar 
na terceira idade. Depreende-se que o processo de envelhecer é historicamente compreendido 
sob duas perspectivas distintas: uma que o compreende como sendo o estágio final da vida que 
direciona o indivíduo rumo à morte; outra que o percebe como sendo um momento de sabedoria, 
de serenidade e maturidade (ARRUDA, 2007).
Na Constituição Federal de 1988, artigo 230, afirma-se: “A família, a sociedade e o 
Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, 
defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida”.
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Para que os direitos garantidos na CF/1988 fossem realmente efetivados, em 2003, foi 
sancionada a Lei n° 10.741, o Estatuto do Idoso, com o objetivo de garantir qualidade de vida para 
as pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, buscando assegurar direitos para a saúde, o 
lazer, a educação, prioridades em atendimentos públicos ou privados. É sabido que, muitas vezes, 
esses direitos não são respeitados e garantidos, por falta de educação, informação ou até vontade 
política.
No Estatuto do Idoso, no Título I das Disposições Preliminares, no artigo 3º, diz-se que: 
“É obrigação da família, da comunidade, da sociedade, do Poder Público assegurar ao idoso, com 
absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à cultura, ao esporte, 
ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e 
comunitária”.
O artigo 9º trata das políticas públicas que respaldam a qualidade de vida como um 
direito da pessoa idosa, quando afirma o seguinte: “É obrigação do Estado garantir à pessoa idosa 
a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um 
envelhecimento saudável e em condições de dignidade”.
Entretanto, em muitos casos, o Estado não tem garantido a subsistência dessas famílias, 
que estão em vulnerabilidade social e econômica, tirando o seu direito de provedora ao idoso que 
pertence ao grupo familiar. A taxa de desemprego no país só vem se agravando, esse é o quadro 
que se apresenta para as famílias; entretanto, os vínculos sociais e emocionais se fazem essenciais 
para assegurar uma estabilidade emocional do idoso. A família representa para esses idosos um 
fator que influencia significativamente na sua segurança emocional (MENDES et al., 2005).
O ambiente familiar faz toda diferença ao bom envelhecimento, pois representa um 
importante papel na vida do idoso; é onde as interações familiares acontecem, os vínculos se 
fundamentam, o respeito às individualidades do outro por cada membro exerce o seu papel.
Em famílias onde há desarmonia, falta de respeito e não reconhecimento de 
limites, o relacionamento é carregado de frustrações, com indivíduos deprimidos 
e agressivos. Essas características promovem retrocesso na vida daspessoas, o 
idoso torna-se isolado socialmente e com medo de cometer erros e ser punido 
(ZIMERMAN, 2000).
Os idosos têm vontade própria e a família deve estar atenta aos seus anseios, angústias, 
desejos, mas quase nunca eles são questionados nem respeitados. Em um ritmo frenético, a 
vida na atualidade traz um novo modelo familiar, com poucos filhos, o que pode acarretar a 
diminuição dos cuidados com os pais. As mulheres atuam no mercado de trabalho, reduzindo, 
assim, o tempo que ficaria em casa para cuidar do idoso.
Art. 38. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados 
com recursos públicos, o idoso goza de prioridade na aquisição de 
imóvel para moradia própria.
Veja no Estatuto do Idoso – Lei no 10.741/2003, acessando o link: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm .
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Todas essas questões passam despercebidas e o idoso acaba ficando isolado e “fora” do 
planejamento das atividades cotidianas de um círculo familiar. Surgiu então a necessidade de 
transferir ou partilhar essa responsabilidade, e o apoio à pessoa idosa passa a ser compartilhado 
com instituições públicas e privadas de solidariedade social (BARBOSA; MATOS, 2008).
As redes de apoio social são também muito importantes e necessárias para a manutenção 
da saúde emocional ao longo de todo o ciclo de vida. Segundo Neri (2008), algumas das mais 
importantes funções dessas redes de apoio social para as pessoas da terceira idade são:
• Criar novos contatos sociais;
• Fornecer e receber apoio emocional;
• Obter garantia de que são respeitados e valorizados;
• Manter o sentimento de pertencimento a uma rede de relações comuns e fornecer suporte 
para aquelas pessoas idosas que sofreram perdas físicas e sociais.
Depreende-se que o fato de os idosos viverem com os filhos não é garantia de respeito 
nem da ausência de maus-tratos. A maior parte das denúncias de violência contra idosos aparece 
na própria residência, na maioria dos casos, praticada pelos próprios filhos e outros parentes.
Se todos os idosos tivessem uma aposentadoria digna, evitando a dependência financeira 
em relação aos filhos, evitar-se-ia a perda da estima na família, o desprezo e a solidão. Por outro 
lado, muitos idosos vivem com a renda do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e alguns 
ainda sustentam suas famílias com essa única renda, famílias com filhos, netos, bisnetos e 
agregados.
Considerar a família a garantia “natural” da sobrevivência e bem-estar do idoso é obrigá-
la a assumir um leque enorme de deveres e, ao mesmo tempo, impedir que investimentos 
financeiros sejam acionados na construção de outros formatos institucionais capazes de tratar a 
velhice com dignidade.
Dessa forma, a família necessita de apoio das políticas públicas. A Política Nacional de 
Assistência Social traz, dentro dos serviços ofertados, a proteção básica, que tem por objetivo:
Prevenir situações de risco por meio do desenvolvimento de potencialidades e 
aquisições, e o fortalecimento de vínculos familiares comunitários. Destina-se à 
população que vive em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, 
privação (ausência de renda, precário ou nulo acesso aos serviços públicos, dentre 
outros) e, ou, fragilização de vínculos afetivos- relacionais e de pertencimento 
social (discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por deficiências, dentre 
outras). Prevê o desenvolvimento de serviços, programas e projetos locais de 
acolhimento, convivência e socialização de famílias e de indivíduos, conforme 
identificação da situação de vulnerabilidade apresentada. Deverão incluir as 
pessoas com deficiência e ser organizados em rede, de modo a inseri-las nas 
diversas ações ofertadas. Os benefícios, tanto proteção social básica, dada a 
natureza de sua realização (BRASIL, 2004, p. 33).
Na Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais (Resolução nº 109/2009), tem-se o 
Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos para idosos, que é um Serviço da Proteção 
Social Básica cujo foco é o desenvolvimento de atividades que contribuam para o processo de 
envelhecimento saudável, o desenvolvimento da autonomia e de sociabilidades, o fortalecimento 
dos vínculos familiares e do convívio comunitário e a prevenção de situações de risco social. 
Pode ser ofertado no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), bem como no Centro 
de Convivência de Idosos, ou ainda em outras unidades públicas ou entidades conveniadas e 
inscritas no Conselho de Assistência Social do município ou DF, desde que estejam na área de 
abrangência do CRAS e a ele referenciados.
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O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos para idosos tem os seguintes 
objetivos específicos:
• Contribuir para um processo de envelhecimento ativo, saudável e autônomo;
• Assegurar espaço de encontro para os idosos e encontros intergeracionais, de modo a 
promover a sua convivência familiar e comunitária;
• Detectar necessidades e motivações e desenvolver potencialidades e capacidades para 
novos projetos de vida;
• Propiciar vivências que valorizem as experiências e que estimulem e potencializem a 
condição de escolher e decidir. Isso contribuirá para o desenvolvimento da autonomia 
social dos usuários.
Ainda segundo a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, tem-se a oferta 
do Serviço de Proteção Social Especial para os idosos, o qual busca promover a qualidade da 
convivência e a autonomia, considerando que as situações de deficiência e dependência, associadas 
à pobreza, isolamento social, abandono, negligência, maus tratos, ausência de cuidados familiares, 
aumentam o risco de violação dos direitos sociais das pessoas. Essas condições deverão ser 
indicativas de prioridades no atendimento do Serviço de Proteção Social Especial.
Dentro dessa perspectiva, o Centro-Dia é um Serviço ofertado na Proteção Social Especial, 
voltado às pessoas idosas com 60 anos ou mais e pessoas com deficiência, devido à situação 
de dependência de suas famílias e/ou terceiros, prioritariamente pessoas/famílias que recebem 
o Benefício de Prestação Continuada (BPC), ou aqueles em situação de pobreza inseridos no 
CADÚNICO e que necessitam de cuidados básicos para as atividades de vida diária. Favorecem-
se a integração e a participação do indivíduo na família, no seu entorno, em grupos sociais, com 
incentivo ao associativismo, dentre outros apoios ofertados pelas unidades públicas.
Conforme a Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais, a Norma Operacional 
Básica de Recursos Humanos (NOB RH/SUAS) e a Resolução CNAS nº 17, de 20 de junho de 
2011, a equipe de referência do Centro-Dia, considerando a capacidade de atendimento para 
30 usuários por turno, será composta por: 01 Coordenador Geral do Centro-Dia; 01 Assistente 
Social; 01 Psicólogo; 01 Terapeuta Ocupacional; e 10 Técnicos de nível médio com a função de 
cuidador, responsáveis pelas atividades de cuidados pessoais dos usuários.
Após o atendimento da pessoa/família, a equipe multiprofissional fará construção do 
Plano Individual ou Familiar de Atendimento, que consiste em traçar as atividades a serem 
desenvolvidas, considerando-se desde as condições de acesso e permanência no Centro-Dia 
para idosos, estabelecendo o compromisso entre as partes envolvidas, a capacidade e ofertas 
disponibilizadas, as dificuldades a serem superadas conjuntamente, os resultados esperados e a 
forma de acompanhamento dos resultados.
O serviço ofertado em Centro-dia de Referência não substitui os cuidados familiares. 
Pelo contrário, tem por objetivos: apoiar e fortalecer as famílias no seu papel protetivo; prestar 
apoio e orientação aos cuidadores familiares alertando para a importância dos autocuidados; 
promover a capacitação e a descoberta de novos saberes sobre cuidadospessoais; identificar 
novas tecnologias de ajuda e autonomia no cotidiano das pessoas com deficiência e suas famílias; 
identificar novas redes de apoio aos cuidadores familiares; mobilizar a família de origem, a 
família ampliada, a família estendida, conforme o caso, os amigos, os vizinhos e a comunidade 
para a facilitação de processos de convivência e cooperação para a superação das situações de 
isolamento social e das barreiras de inclusão social de cuidados e cuidadores (BRASIL, 2012).
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Outro serviço ofertado conforme a tipificação, na Proteção Social Especial para idosos, é 
o acolhimento institucional:
Acolhimento para idosos com 60 anos ou mais, de ambos os sexos, independentes 
e/ou com diversos graus de dependência. A natureza do acolhimento deverá 
ser provisória e, excepcionalmente, de longa permanência quando esgotadas 
todas as possibilidades de autossustento e convívio com os familiares. É previsto 
para idosos que não dispõem de condições para permanecer com a família, 
46 com vivência de situações de violência e negligência, em situação de rua e 
de abandono, com vínculos familiares fragilizados ou rompidos. Idosos com 
vínculo de parentesco ou afinidade – casais, irmãos, amigos, etc., devem ser 
atendidos na mesma unidade. Preferencialmente, deve ser ofertado aos casais 
de idosos o compartilhamento do mesmo quarto. Idosos com deficiência devem 
ser incluídos nesse serviço, de modo a prevenir práticas segregacionistas e o 
isolamento desse segmento (BRASIL, 2009).
O serviço de acolhimento institucional para idosos pode ser desenvolvido nas seguintes 
modalidades: 
1. Atendimento em unidade residencial onde grupos de até 10 idosos são acolhidos. Deve 
contar com pessoal habilitado, treinado e supervisionado por equipe técnica capacitada para 
auxiliar nas atividades da vida diária; 
2. Atendimento em unidade institucional com característica domiciliar que acolhe 
idosos com diferentes necessidades e graus de dependência. Deve assegurar a convivência com 
familiares, amigos e pessoas de referência de forma contínua, bem como o acesso às atividades 
culturais, educativas, lúdicas e de lazer na comunidade. 
A capacidade de atendimento das unidades deve seguir as normas da Vigilância Sanitária, 
devendo ser assegurado o atendimento de qualidade, personalizado, com até quatro idosos por 
quarto. As formas de acesso são por requisição de serviços de políticas públicas setoriais, CREAS, 
demais serviços socioassistenciais, Ministério Público ou Poder Judiciário. Esse serviço pode ser 
ofertado em unidades públicas ou entidades conveniadas e inscritas no Conselho de Assistência 
Social do município ou DF.
Conforme a Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais, a Norma Operacional 
Básica de Recursos Humanos (NOB RH/SUAS) e a Resolução CNAS nº 17, de 20 de junho de 
2011, a equipe de referência do serviço de acolhimento será composta por: 01 Coordenador Geral; 
Cuidadores; 01 Assistente Social; 01 Psicólogo; 01 Profissional para desenvolvimento de atividades 
socioculturais; profissional de limpeza; profissional de alimentação e profissional de lavanderia, 
todos responsáveis pelo funcionamento e atividades de cuidados pessoais dos usuários. 
A Portaria 2.528/GM, de 19 de outubro de 2006, instituiu a Política Nacional de Saúde do 
Idoso. Nesse mesmo ano, foi publicado o Pacto pela Saúde do SUS por meio da Portaria GM/MS 
nº 399/2006, e a saúde do idoso é elencada como uma das seis prioridades pactuadas entre as três 
esferas de governo.
A construção de uma política pública de saúde com foco no envelhecimento e 
na saúde da pessoa idosa estabelece uma dimensão necessária às transformações 
da sociedade e a construção do Sistema Único de Saúde para garantir atenção 
adequada e digna aos brasileiros idosos. Como sabemos, o envelhecimento 
populacional apresenta-se como um fenômeno atual de grande relevância em 
todo o mundo, pois à medida que as sociedades envelhecem os problemas de 
saúde entre os idosos desafiam os sistemas de saúde e de seguridade social 
(CUNHA, 2017, p. 142).
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A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (BRASIL, 2006) e do Pacto da Saúde tem as 
seguintes diretrizes: promoção do envelhecimento ativo e saudável; manutenção e recuperação 
da capacidade funcional; atenção integral, integrada à saúde da pessoa idosa; estímulo às ações 
intersetoriais, visando à integralidade da atenção; implantação de serviços de atenção domiciliar; 
acolhimento preferencial em unidades de saúde, respeitando o critério de risco; provimento 
de recursos capazes de assegurar qualidade da atenção à saúde da pessoa idosa; produção de 
conhecimento e capacitação intensiva dos profissionais de saúde da rede do SUS para esse 
atendimento.
O passo seguinte foi a constituição da Área Técnica de Saúde da Pessoa Idosa 
no Grupo Técnico de Ações Estratégicas de Saúde (SES, 2009), o qual viabilizou 
a estruturação de um Comitê Técnico Assessor para apoiar a elaboração e 
implementação da política estadual de saúde. Esse Comitê Gestor é composto 
por vários especialistas e gestores, somado a um colegiado de articuladores 
regionais para a elaboração de planos regionais de saúde da pessoa idosa, a fim 
de criar indicadores e priorizar as intervenções necessárias. Cabe a área técnica 
a construção de uma política de atenção integral alinhada a política nacional, 
que atue tanto na promoção do envelhecimento saudável para a melhoria da 
qualidade de vida e da dignidade pessoa idosa, como no cuidado adequado aos 
idosos dependentes (CUNHA, 2017, p. 143).
Foram considerados como diretrizes estratégicas para a implantação de políticas de 
atenção integral à saúde da pessoa idosa no SUS:
EIXO ENVELHECIMENTO ATIVO:
• Promoção de saúde e prevenção de agravos, riscos e doenças.
• Implantação da vigilância de quedas, acidentes e violências contra as pessoas idosas.
• Melhoria da qualidade das Instituições de Longa Permanência de Idosos.
EIXO REDE DE ATENÇÃO:
• Incorporação das ações referentes à saúde da pessoa idosa com implantação da caderneta 
de saúde da pessoa idosa e do gerenciamento de cuidados na atenção básica.
• Apoio da estratégia de “cuidadores comunitários” de pessoas idosas na atenção básica.
• Melhoria da qualidade, acesso e humanização dos serviços de atenção à saúde com o foco 
das pessoas idosas, utilizando a estratégia “amigos da pessoa idosa”.
• Estabelecimento de núcleos regionais de referência geriátrica gerontológica à saúde da 
pessoa idosa (unidades e centros de referência ambulatoriais e hospitalares).
• A partir das políticas públicas que foram criadas em benefício das pessoas idosas, 
podemos identificar o aumento da expectativa de vida.
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Diante do conteúdo apresentado, faz-se necessária a inserção do assistente social diante 
de tal demanda da população. Por isso, caro(a) aluno(a), estamos trazendo aqui um pequeno 
ensaio a você, para que se interesse pelo assunto e pesquise muito mais durante e depois de sua 
graduação sobre gerontologia. Pereira (2007) cita várias evidências empíricas que atualmente 
induzem os cursos de Serviço Social a se interessarem pelos conteúdos voltados para o fenômeno 
do envelhecimento. Dentre as evidências, destaca três: o progressivo aumento da população, que 
fez com que os interesses pelos assuntos gerontológicos se tornassem relevantes; o surgimento 
de novas necessidades que fizeram com que o assunto tomasse uma dimensão maior, deixando 
de ser apenas biológico, mas agora abrangendo também o psicológico, econômico, social e de 
cidadania das pessoas idosas; e o reconhecimento de uma revisão das respostas a essas novas 
necessidades.
Ainda segundo a autora,o serviço social, por ser uma profissão que atua em constante 
interação com as políticas e os direitos sociais, não pode ficar alheio à tematização do fenômeno 
do envelhecimento. Ocorre que o fenômeno se dá em uma conjuntura desfavorável à proteção 
social pública, que é a regulação econômica e social guiada pelo mercado.
Segundo Bieger (2013), cabe ao Serviço Social, em sua função educativa e política, trabalhar 
os direitos sociais do idoso, resgatar sua dignidade, estimular a consciência participativa do idoso 
objetivando sua integração com as pessoas, trabalhando com o idoso na sua particularidade 
e singularidade, levando em consideração que ele é parcela de uma totalidade complexa e 
contraditória. 
Ainda segundo a autora, no que tange à família e à sociedade civil, o Serviço Social tem 
como missão precípua tecer considerações e reflexões sobre a questão do idoso, com base numa 
visão transformadora e crítica, despertando o cuidado e o respeito pela pessoa idosa. Isso nos 
servirá como sinal de valorização do respeito pelo nosso próprio futuro, pois haveremos de 
adquirir idade e inevitavelmente nos confrontarmos com a velhice.
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5. ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA E A FAMÍLIA
Figura 6 - Pessoa com deficiência. Fonte: Adobe Stock (2020).
A Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, art. 
23, de forma sucinta, determina que os Estados-partes, em relação à pessoa com deficiência, 
tomem medidas efetivas e apropriadas para eliminar a discriminação, que reconheçam todos 
os direitos relativos à família (casamento, filhos, adoção, curatela etc.) e assegurem direitos e 
responsabilidade das pessoas com deficiência e instituições. Dessa forma, alguns artigos, entre 
os quais se destacam os artigos 6º, 114 a 116 e 123 da Lei nº 13.146/2015, buscam regulamentar a 
matéria no âmbito interno.
O Estatuto da Pessoa com Deficiência, Lei no 13.146/2015, foi sancionada no dia 6 de 
julho de 2015. A norma foi publicada no dia 7 de julho e entrou em vigor 180 dias após sua 
publicação, em 7 de janeiro de 2016.
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Essa lei traz vários comandos com notáveis avanços para a proteção da dignidade da pessoa 
com deficiência. A legislação altera e revoga alguns artigos do Código Civil de 2002, artigos 114 
a 116, e traz importantes mudanças estruturais e funcionais na antiga teoria das incapacidades, o 
que repercute diretamente em institutos do Direito de Família, como o casamento, a interdição 
e a curatela.
Quadro 1 - As modificações após o Estatuto da Pessoa com Deficiência. Fonte: Martins (2016, p. 13).
Foram revogados todos os incisos do art. 3º do Código Civil, que tinham a seguinte 
redação: 
São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: I – os 
menores de dezesseis anos; II – os que, por enfermidade ou deficiência mental, 
não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; III – os que, 
mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. 
Também foi alterado o caput do comando, passando a estabelecer que “são absolutamente 
incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 anos”.
Depreende-se que todas as pessoas com deficiência, das quais trata o comando anterior, 
passam a ser, em regra, plenamente capazes para o Direito Civil, o que propõe a sua plena inclusão 
social, em prol de sua dignidade. Em síntese, no sistema privado brasileiro, não existe mais pessoa 
absolutamente incapaz que seja maior de idade. Com fundamento, não há que falar mais em 
ação de interdição absoluta no sistema civil, pois os adolescentes (menores de 18 anos) não são 
interditados.
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Merece importância o artigo 6º da Lei 13.146/2015, o qual enfatiza que a deficiência não 
afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para: a) casar-se e constituir união estável; 
b) exercer direitos sexuais e reprodutivos; c) exercer o direito de decidir sobre o número de 
filhos e de ter acesso a informações adequadas sobre reprodução e planejamento familiar; d) 
conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória; e) exercer o direito à família 
e à convivência familiar e comunitária; e f) exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à 
adoção, como adotante ou adotando, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas. 
Verifica-se que, nos direitos referentes ao plano familiar, há uma expressa inclusão das pessoas 
com deficiência.
Possivelmente, e em casos excepcionais, tais pessoas podem ser tidas como relativamente 
incapazes em algum enquadramento do Código Civil do novo art. 4º, como, por exemplo, a 
situação de um deficiente que faz uso abusivo e frequente de substâncias psicoativas, podendo ser 
considerado incapaz como qualquer outro sujeito.
Este último dispositivo foi também modificado de forma relevante pelo Estatuto da 
Pessoa com Deficiência. Em seu inciso II, não faz mais referência às pessoas com discernimento 
reduzido, que não são mais consideradas relativamente incapazes, como antes regulamentado. 
Apenas foram mantidas no diploma as menções aos ébrios habituais aqueles que fazem uso 
abusivo e frequente de substâncias psicoativas, que continuam dependendo de um processo de 
interdição relativa, com sentença judicial, para que sua incapacidade seja reconhecida.
Igualmente foi alterado o inciso III do art. 4º do Código Civil de 2002, sem mencionar 
mais os excepcionais sem desenvolvimento completo. O inciso anterior tinha incidência para o 
portador de síndrome de Down, não considerado mais um incapaz. A nova redação dessa norma 
passa a enunciar as pessoas que, por causa transitória ou permanente, não podem exprimir 
vontade, o que antes estava previsto no inciso III do art. 3º como situação típica de incapacidade 
absoluta; agora a hipótese é a de incapacidade relativa.
O Código Civil de 1916 em seu artigo art. 5º, inciso III, mencionava os surdos-mudos 
que não pudessem se expressar como absolutamente incapazes; agora, com a mudança do Código 
Civil de 2002, verificadas as alterações, o sistema de incapacidades deixou de ter esse modelo 
rígido, sendo mais maleável, em prol da inclusão das pessoas com deficiência, tutelando a sua 
dignidade e a sua interação social.
Em relação ao casamento, podem-se notar alterações importantes constituídas pelo 
Estatuto da Pessoa com Deficiência. Anteriormente, o artigo 1.518 do Código Civil teve sua 
redação modificada, passando a prever que, até a celebração do casamento, podem os pais ou 
tutores revogar a autorização para o matrimônio. Não existe mais referência aos curadores, pois 
não se decreta mais a nulidade do casamento das pessoas mencionadas no antigo art. 1.518, 
inciso I, ora revogado. 
Enuncia o último diploma que seria nulo o casamento do enfermo mental, sem o 
necessário discernimento para a prática dos atos da vida civil, o que equivalia ao antigo art. 3º, 
inciso II, do Código Civil, como visto, também revogado. Dessa forma, perdeu embasamento 
legal a possibilidade de se decretar a nulidade do casamento nessa situação. Em síntese, passa a 
ser válido o casamento do enfermo mental, sem discernimento.
O sistema anterior vedava o casamento e presumia que seria ruim para aquele que se dizia 
incapaz, vedando-o com a mais dura das invalidades. O casamento é um direito de todos; dessa 
forma, tem-se a garantia da plena inclusão social. 
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Continuando no estudo das alterações do sistema de incapacidades, o artigo 1.550 
do Código Civil, que trata da nulidade relativa do casamento, ganhou um novo parágrafo, 
preceituando que a pessoacom deficiência mental ou intelectual em idade núbil poderá contrair 
matrimônio, expressando sua vontade diretamente ou por meio de seu responsável ou curador (§ 
2º). Trata-se de um complemento ao inciso IV da norma, que prevê a anulação do casamento do 
incapaz de consentir e de manifestar, de forma inequívoca, a sua vontade. Advirta-se, contudo, que 
este último diploma somente gerará a anulação do casamento dos ébrios habituais, os viciados em 
tóxicos e das pessoas que, por causa transitória ou definitiva, não puderem exprimir sua vontade, 
na linha das novas redações dos incisos II e III do art. 4º da codificação material.
Como decorrência natural da possibilidade de a pessoa com deficiência mental ou 
intelectual se casar, foram alterados dois incisos do artigo 1.557, dispositivo que consagra as 
hipóteses de anulação do casamento por erro essencial quanto à pessoa. O seu inciso III passou 
a ter uma ressalva, eis que é anulável o casamento por erro no caso de ignorância, anterior ao 
casamento, de defeito físico irremediável que não caracterize deficiência ou de moléstia grave e 
transmissível, por contágio ou por herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou 
de sua descendência.
Prosseguindo, foi revogado o antigo inciso IV do artigo 1.557 do Código Civil de 2002, 
que possibilitava a anulação do casamento em caso de desconhecimento de doença mental grave, 
o que era tido como ato distante da solidariedade (“a ignorância, anterior ao casamento, de doença 
mental grave que, por sua natureza, torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado”).
5.1 Lei nº 12.764/2012: Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro 
Autista
A presidente Dilma Rousseff aos 27 de dezembro de 2012 sancionou a Lei Ordinária 
Federal nº 12.764, que instituiu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com 
Transtorno do Espectro Autista (TEA), estabelecendo diversas diretrizes para sua consecução, 
considerando esses sujeitos como pessoas com deficiência.
Art. 1º Esta Lei institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa 
com Transtorno do Espectro Autista e estabelece diretrizes para sua consecução.
§ 1º Para os efeitos desta Lei, é considerada pessoa com transtorno do espectro 
autista aquela portadora de síndrome clínica caracterizada na forma dos 
seguintes incisos I ou II:
I - deficiência persistente e clinicamente significativa da comunicação e da 
interação sociais, manifestada por deficiência marcada de comunicação verbal e 
não verbal usada para interação social; ausência de reciprocidade social; falência 
em desenvolver e manter relações apropriadas ao seu nível de desenvolvimento;
II - padrões restritivos e repetitivos de comportamentos, interesses e atividades, 
manifestados por comportamentos motores ou verbais estereotipados ou por 
comportamentos sensoriais incomuns; excessiva aderência a rotinas e padrões 
de comportamento ritualizados; interesses restritos e fixos (BRASIL, 2012).
Portanto, são possuidoras dos mesmos direitos legais que os indivíduos que apresentam 
outras formas de deficiência e, também, dos direitos previstos na Constituição Federal de 1988 
e em outras leis, que são garantidos a todas as pessoas. Além disso, as crianças e os adolescentes 
com autismo também são possuidores de todos os direitos presentes no Estatuto da Criança e do 
Adolescente (BRASIL, 1990). 
O Brasil assume o comprometimento com a promoção dos direitos humanos, traz 
uma ferramenta legal de inclusão da pessoa com deficiência e impõe ao Poder Público o 
desenvolvimento de políticas, ações e serviços que visem à garantia de uma vida digna à pessoa 
com transtorno do espectro autista.
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Cada indivíduo com TEA apresenta características próprias, mas alguns sinais 
podem ser comuns, como: desinteresse no relacionamento com outras pessoas, 
ausência ou pouca frequência no contato visual, dificuldade na fala, repetições 
de palavras ou falas em lugar da linguagem comum (ecolalia), estereotipias 
(movimentos repetitivos), utilização das pessoas como meios para obter o que 
se quer, pouco envolvimento afetivo com outras pessoas, resistência a mudanças 
de rotina, apego a alguns objetos, crises de agressividade ou autoagressividade 
(AMORIM; LÚCIO, 2017, p. 8). 
São considerados como direitos da pessoa com autismo, conforme a Lei nº 12.764/2012, 
artigo 3º, dentre outros: a vida digna, a segurança, o lazer, a proteção contra abusos e explorações, 
o acesso aos serviços de saúde (atendimento multiprofissional, nutrição de forma adequada, 
medicamentos, informações que ajudem no tratamento, diagnóstico precoce), o acesso à educação, 
à moradia, ao mercado de trabalho, à previdência e à assistência social, direito a acompanhante 
especializado, em caso de comprovada necessidade, aos que estiverem inseridos em escolas 
regulares de ensino. Na assistência social, tem-se o Benefício de Prestação Continuada (BPC), 
considerado o benefício de maior importância para a pessoa com deficiência e, consequentemente, 
para a pessoa com autismo.
Têm o direito à saúde as pessoas com deficiência, sendo tal direito garantido pela Lei 
Federal 7.853/89. Garante-se o acesso das pessoas portadoras de deficiência aos estabelecimentos 
de saúde públicos e privados, e de seu adequado tratamento neles, sob normas técnicas e padrões 
de conduta apropriados (BRASIL, 1989). O direito ao transporte é assegurado pela Lei Federal 
8.899/94, art. 1º: é concedido passe livre às pessoas portadoras de deficiência, comprovadamente 
carentes, no sistema de transporte coletivo interestadual. Cabe aos estados e municípios formular 
as próprias legislações para concederem o passe gratuito para transportes intermunicipais e para 
deslocamentos dentro da cidade, de acordo com as suas especificidades. 
As crianças e adolescentes que possuem transtornos mentais são atendidos nos CAPSIs, 
os quais focalizam esse tipo de tratamento. São um forte exemplo de inclusão social. Eles 
obedecem a uma programação que exige reuniões mensais entre os profissionais e os responsáveis 
pelas crianças e adolescentes atendidos, acompanhando de perto a evolução de cada usuário, 
desenvolvendo um trabalho social especializado, com visitas domiciliares, informes de direitos e 
benefícios. Dessa forma, o Serviço Social possibilita o resgate dos direitos dos cidadãos.
O profissional de Serviço Social deve estar comprometido com as ações e demandas 
juntamente com as famílias e, de forma extensiva, com a sociedade no enfrentamento das 
expressões da questão social. Destarte, o assistente social tem a possibilidade de contribuir 
para a realização de diagnósticos sociais, indicando possíveis alternativas à problemática social 
vivida por muitas pessoas portadoras de deficiência (visual, auditiva, sensorial, transtornos 
mentais, síndrome de Down, entre outros), o que refletirá na melhoria das suas condições de 
enfrentamento da vida, contribuindo para a identificação das vulnerabilidades sociais, culturais 
e econômicas que mais afligem o contexto da pessoa portadora de deficiência, tais como: falta de 
alimentação adequada, acesso à saúde, habitação com acessibilidade, baixo rendimento escolar 
devido à falta de educação de qualidade, situações de violência familiar, negligências, uso abusivo 
e frequente de substâncias psicoativas na família, dentre outros serviços básicos de satisfação das 
necessidades.
Essas questões se constituem de grande complexidade e precisam necessariamente de 
equipamentos que tenham intervenção de equipe multidisciplinar: educadores, assistentes 
sociais, psicólogos, dentre outros, possibilitando uma ação efetiva.
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Ressalta-se a importância dos conceitos, como a evolução da concepção e a política de 
atenção à pessoa portadora de deficiência, para melhor compreendercomo foi e como está sendo 
a sua abordagem, e as possibilidades de sua inclusão social nesse processo. Depreende-se que 
o Serviço Social, na contribuição do processo de inclusão da pessoa portadora de deficiência, 
desenvolve ações integradas (rede), que possibilitam o alcance pelas diversas políticas públicas 
e sociais (transversais) para o enfrentamento das vulnerabilidades, tais como: saúde, educação, 
trabalho, habitação, cultura, esporte e turismo, justiça, previdência social e assistência social.
Ainda que hoje haja uma base, um eixo de referência à prática profissional dos assistentes 
sociais, não se pode negar que essa profissão, como qualquer outra, é produzida na multiplicidade 
de atuações e na pluralidade de representações sociais. Dentro do espaço profissional que vem 
ocupando, o Serviço Social trabalha no sentido de fortalecer o compromisso de sua instituição 
com a Política de Assistência Social, da Saúde, da Previdência Social, e políticas públicas em geral, 
na perspectiva de garantia dos direitos da pessoa portadora de deficiência.
Dessa forma, segundo Iamamoto (1999, p. 102) é importante
[...] destacar que o Assistente Social dispõe de relativa autonomia no exercício de 
suas funções institucionais, o que se expressa numa relação singular de contato 
direto com o usuário, em que o controle institucional não é total, abrindo a 
possibilidade de redefinir os rumos da ação profissional. Conforme a maneira 
pela qual ele interpreta o seu papel profissional.
Por meio dessas ações, o Serviço Social contribui para o processo de inclusão da pessoa 
com deficiência na família, na sociedade e no trabalho, fazendo esses cidadãos terem o seu 
devido reconhecimento. Ressalta-se que, no decorrer do texto, observamos que existe certo 
reconhecimento da sociedade quanto às pessoas com deficiência, mas ainda existem estigmas, 
que podem e devem ser rompidos com as orientações, prevenções e manifestações dos assistentes 
sociais juntamente com outros profissionais, para conquista da igualdade e consequente inclusão 
das pessoas com deficiência no trabalho, na família, enfim, na sociedade como um todo.
No artigo Educação sexual e a Síndrome de Down, a autora Meire 
Gomes ressalta a importância do diálogo entre pais e filhos 
para evitar comportamentos indesejáveis. A educação sexual 
ainda é um tabu na nossa sociedade, é algo difícil de ser feita, 
principalmente por visar a uma fase delicadíssima da vida, que 
é a adolescência. A educação sexual é complexa, pois não se 
restringe à percepção do amadurecimento físico para a relação 
sexual atingido com a puberdade, mas sim envolve questões psicoafetivas, a 
prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, a prevenção da gravidez 
precoce e do abuso sexual. Saber que o corpo está preparado fisicamente 
para relação sexual é um fato, mas como podemos saber se nosso filho está 
psicoafetivamente preparado? Até onde podemos interferir?
Confira na íntegra em:
GOMES, M. Educação sexual e a Síndrome de Down. Movimento Down. 11 jan. 
2013. Disponível em: http://www.movimentodown.org.br/2013/01/sexualidade-
da-pessoa-com-sindrome-de-down-2/. Acesso em: 17 ago. 2020.
http://www.movimentodown.org.br/2013/01/sexualidade-da-pessoa-com-sindrome-de-down-2/
http://www.movimentodown.org.br/2013/01/sexualidade-da-pessoa-com-sindrome-de-down-2/
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O preconceito com relação a pessoas com deficiência vem, muitas vezes, cheio 
de um sentimento de negação, ou seja, a deficiência é vista como incapacidade 
ou limitação. Embora a sociedade tenha um discurso que frise a inclusão social 
de pessoas com deficiência, estas ainda são vistas pelo que não têm, ou pelo que 
não são. Não nos acostumamos a olhá-las pelo que têm ou pelo que são.
A pessoa que tem deficiência visual é aquela que não pode enxergar, a pessoa que 
tem deficiência auditiva é aquela que não pode ouvir. Assim, nós nos aproximamos 
de qualquer deficiência por meio da negação e nos limitamos à ideia de que os 
deficientes são sempre aqueles que não apresentam a mesma capacidade de 
uma pessoa considerada “normal”, seja de pensar, de se relacionar ou até mesmo 
de agir.
De acordo com a lei, os portadores de deficiência têm direito de estudar na escola 
que escolherem, e os estabelecimentos de ensino devem providenciar os ajustes 
necessários, ajustes estruturais e pedagógicos para recebê-los. Além disso, 
uma determinada porcentagem dos empregos nos setores público e privado é 
destinada a deficientes. Porém, a inclusão não acontece por falta de adaptação 
tanto do setor educacional como do emprego, tornando-os ainda mais excluídos 
e marginalizados.
Assim, quando tratamos um portador de deficiência de forma diferente das demais 
pessoas, quando achamos que ele não é capaz de alcançar um objetivo só por ser 
portador de uma deficiência, estamos sendo preconceituosos, egoístas e muito 
ignorantes, pois eles têm potencial e, muitas vezes, são bem melhores do que as 
pessoas ditas “normais”.
VIANA, J. Deficientes são vistos, na maioria das vezes, 
como incapazes. Jornal Digital. 2006. Disponível em: 
https://jornaldigital2006.wordpress.com/2012/10/22/
depoimentos-de-imigrantes-revelam-discriminacao-
durante-busca-por-vida-digna/. Acesso em: 17 ago. 2020.
E você, caro(a) aluno(a), após realizar a leitura desse texto, 
qual o seu posicionamento em relação às pessoas com 
deficiência? Como pretende lidar no seu cotidiano pessoal e 
profissional com as demandas desse público? Pense nisso!
https://jornaldigital2006.wordpress.com/2012/10/22/depoimentos-de-imigrantes-revelam-discriminacao-durante-busca-por-vida-digna/
https://jornaldigital2006.wordpress.com/2012/10/22/depoimentos-de-imigrantes-revelam-discriminacao-durante-busca-por-vida-digna/
https://jornaldigital2006.wordpress.com/2012/10/22/depoimentos-de-imigrantes-revelam-discriminacao-durante-busca-por-vida-digna/
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Pensar e repensar a família é uma exigência. A 
família tem sido percebida como base estratégica 
para condução de políticas públicas, especialmente 
aquelas voltadas para a garantia de direitos. Nos 
últimos anos, observou-se uma proliferação de 
programas e projetos dirigidos ao atendimento das 
famílias. Tem-se questionado se essas iniciativas 
são eficientes e eficazes para o fortalecimento 
das competências familiares, se respondem às 
necessidades das próprias famílias atendidas e se 
contribuem para o processo de inclusão e proteção 
social desses grupos. A reflexão sobre esses e 
outros desafios certamente interessa a todos que 
pesquisam ou trabalham com a temática da família 
e das políticas sociais, nas diferentes organizações públicas ou privadas.
ACOSTA, A. R.; VITALE, M. A. F. (org.). Família: redes, laços e políticas públicas. 3. 
ed. São Paulo: Cortez: Instituto de Estudos Especiais PUC-SP, 2007.
Um filme que traz a paternidade, o cuidado, a deficiência 
e a família: Uma lição de amor. Veja o trailer disponível 
em https://topflix.pro/movies/uma-licao-de-amor/.
Para entender melhor sobre as habilidades de 
aprendizagem, assista a esse filme, que conta a história 
de Sam Dawson (Sean Penn), um homem com deficiência 
intelectual que cria sua filha Lucy (Dakota Fanning) com 
uma grande ajuda de seus amigos. Porém, assim que faz 
7 anos, Lucy começa a ultrapassar intelectualmente seu 
pai, e essa situação chama a atenção de uma assistente 
social que quer Lucy internada em um orfanato. A partir 
de então, Sam enfrenta um caso virtualmente impossível 
de ser vencido por ele, contando para isso com a ajuda 
da advogada Rita Harrison (Michelle Pfeiffer), que 
aceita o caso como um desafio com seus colegas de 
profissão.
Acredito que, depois de ter assistido a esse filme, você, 
aluno(a), deve ter compreendido a importância de 
desenvolver as habilidades e que elas possuem uma relação muitopróxima com 
o sucesso ou com o fracasso no processo de ensino e de aprendizagem.
Fonte: Editora Cortez (2020).
Fonte: Adoro cinema (2020).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado(a) aluno(a), nesta unidade, conhecemos alguns instrumentos legais que amparam 
a efetivação de políticas públicas em diferentes âmbitos da família, dentre os quais o profissional 
de Serviço Social poderá ter um papel decisivo na sua implementação. Por assim considerar, 
falamos sobre as políticas públicas e instrumentos legais sobre os Direitos Humanos que nos 
ensina que, de todos os direitos, “o direito da família é o mais humano dos direitos” e que, por 
meio desse instrumento, várias leis, cartas e convenções foram realizadas e efetivadas, garantindo 
direitos. 
Passamos pela Constituição Federal de 1988 e o Código Civil de 2002, que foram se 
alterando com o tempo e trazendo os direitos das mulheres e aos seus filhos, que nem eram vistos 
pela sociedade de seu tempo. Podemos nos casar e ter filhos legítimos ou adotivos e, se não der 
certo, tudo bem! Não precisamos ficar presos a uma união desgastante, podemos conversar e 
entrar em acordo sobre a guarda dos filhos; não tendo acordo, quem decide é o juiz da Vara da 
Infância. O Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei nº 8.069/1990 – nos garante esse direito. 
Observamos, no Estatuto do Idoso, estabelecido pela Lei nº 10.741/2003, que a família 
deve prover o sustento e os mínimos sociais dos idosos, mas muitas são as dificuldades familiares, 
e o Estado nem sempre consegue fazer a sua parte. Por último e não menos importante, vimos 
a grande alteração no Código Civil de 2002, por meio do Estatuto da Pessoa com Deficiência, 
instituído pela Lei nº 13.146/2015, que surgiu para acabar de vez com a visão de incapacidade, 
trazendo a inclusão social para a vida da pessoa com deficiência e o trabalho com crianças e 
adolescentes com autismo.
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SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................. 96
1. SERVIÇO SOCIAL E O TRABALHO COM FAMÍLIAS EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE SOCIAL ............. 97
1.1 A PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA (PSB) ................................................................................................................... 102
1.2 SERVIÇOS DE PROTEÇÃO E ATENDIMENTO INTEGRAL À FAMÍLIA (PAIF) ................................................... 103
1.3 PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL – PSE ................................................................................................................. 105
1.3.1 CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL (CREAS)........................................ 105
1.3.2 SERVIÇO DE PROTEÇÃO E ATENDIMENTO ESPECIALIZADO A FAMÍLIAS E INDIVÍDUOS (PAEFI) ......... 106
2. A GARANTIA DE DIREITOS E O ATENDIMENTO EM REDE PARA O ACESSO AOS SERVIÇOS DE FORTALECIMENTO 
DE VÍNCULOS ............................................................................................................................................................. 108
O PROCESSO DE TRABALHO DO SERVIÇO 
SOCIAL COM FAMÍLIAS
PROF.A SUZIE KEILLA VIANA DA SILVA 
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
SERVIÇO SOCIAL E ATENÇÃO À FAMÍLIA
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3. FAMÍLIAS EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE SOCIAL E A REFERÊNCIA E CONTRARREFERÊNCIA COMO 
INSTRUMENTO DE ACOMPANHAMENTO NA ASSISTÊNCIA SOCIAL E NA SAÚDE ........................................... 112
CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................................................... 116
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INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), 
Com esta unidade, fechamos mais uma etapa de sua formação e esperamos que todo o 
trabalho desenvolvido por nós com toda dedicação sirva para complementar seu arcabouço de 
conhecimento.
Nesta unidade, traremos mais uma peculiaridade do trabalho social com famílias, 
perpassando conceitos, como o trabalho em equipes, suas diversas formações, constituição e 
articulação da rede de serviços.
Destacamos a importância do trabalho em rede na perspectiva de sistema e que perpassa 
os níveis de proteção social: básica e especial, fragmentando-se em média a alta complexidade.
Estudaremos que trabalhar em equipes e em rede é compreender a incompletude dos 
trabalhos humanos e a necessidade da troca, de diálogos e saberes entre os vários profissionais 
para que as famílias recebam atendimento integral e de qualidade.
Por fim, trazemos um pouco da referência e contrarreferência entre as proteções sociais 
e um breve parâmetro para as políticas públicas, pois não se tem muitas bibliografias sobre o 
assunto.
Dessa forma, esperamos desenvolver em você, aluno(a), senso crítico fundamentado e 
humano sobre as mais diversas complexidades dos indivíduos e suas famílias e sobre as mais 
complexas situações que encontrará como futuro(a) assistente social.
Bons estudos!
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1. SERVIÇO SOCIAL E O TRABALHO COM FAMÍLIAS EM SITUAÇÃO DE 
VULNERABILIDADE SOCIAL
Figura 1 - Representação de vulnerabilidade. Fonte: Deposit Photos (2020).
Prezado(a) aluno(a), para pensarmos no trabalho com famílias em situação de 
vulnerabilidade social, antes de qualquer coisa, temos de nos lembrar de alguns conceitos! 1° 
- O Serviço Social é um curso que forma assistentes sociais, que faz a mediação das políticas 
públicas e sociais; 2° - De acordo com Iamamoto (2004, p. 38), analisar o significado social da 
profissão significa inscrever o trabalho do assistente social no âmbito do trabalho social coletivo 
na sociedade brasileira atual, não apenas destacando sua utilidade social e diferencialidade diante 
de outras especializações do trabalho social, mas também e contraditoriamente, “[...] sua unidade 
enquanto parte do trabalho social médio, comum ao conjunto de trabalhadores assalariados que 
produzem valor e/ou mais-valia”; 3° - Conceito de “vulnerável”, no qual temos de nos ater um 
pouco mais. Vamos lá:
O termo “vulnerável” vem do latim vulnerabilis, “o que pode ser ferido ou atacado”, 
de vulnerare, “ferir”, de vulnus, “ferida, lesão”, possivelmente de vellere, “rasgar, romper”. 
Evidentemente, vulnerabilidade tem a mesma origem (ORIGEM DA PALAVRA, 2012).
Dessa forma, nós, profissionais do Serviço Social, ao realizarmos o trabalho com famílias, 
devemos fazer uma relação com vulnus (ferida, dor) da família, ou seja, esta tem uma necessidade 
de algo, ela está vulnerável em que área? Abuso sexual, falta de acesso à educação, à saúde, faz uso 
abusivo e frequente de substâncias psicoativas, violência doméstica, entre outras.
A Política Nacional de Assistência Social – PNAS/2004 – explicita que os usuários da 
política de Assistência Social são os sujeitos da proteção social não contributiva, os quais devem 
ter garantidas as seguintes seguranças: de sobrevivência (de rendimento e de autonomia); de 
acolhida; de convívio ou vivência familiar.
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Constitui o público usuário da Política de Assistência Social, cidadãos e grupos 
que se encontram em situações de vulnerabilidade e riscos, tais como: famílias e 
indivíduos com perda ou fragilidade de vínculos de afetividade, pertencimento 
e sociabilidade; ciclos de vida; identidades estigmatizadas em termos étnico, 
cultural e sexual; desvantagem pessoal resultante de deficiências; exclusão 
pela pobreza e, ou, no acesso às demais políticas públicas; uso de substâncias 
psicoativas; diferentes formas de violência advinda do núcleo familiar,grupos e 
indivíduos; inserção precária ou não inserção no mercado de trabalho formal 
e informal; estratégias e alternativas diferenciadas de sobrevivência que podem 
representar risco pessoal e social (BRASIL, 2005, p. 34).
Ao analisar o conceito de vulnerabilidade social pela perspectiva da política de 
assistência social, vê-se que a pobreza é reconhecida como uma das condições que a caracteriza, 
mas o entendimento de pobreza não se reduz somente à escassez de renda, visto que esta é 
desencadeadora de outras dimensões das necessidades humanas; assim, é necessário investigá-la 
como um fenômeno multidimensional e complexo.
Segundo Yazbek (2007), a pobreza, para além da ausência de renda, gera uma situação 
de subalternidade relacionada ao plano subjetivo, pela ausência de poder de mando, de decisão, 
criação e direção. Dessa forma, a subalternidade faz parte do mundo dos dominados, dos 
submetidos à exclusão social, política, cultural e econômica, à exploração; portanto, constitui 
um processo de interiorização das condições objetivas vividas por esses sujeitos. Além disso, a 
situação de subalternidade está associada a um quadro de necessidades objetivas e subjetivas; 
desse modo, “[...] não se reduz às privações materiais, alcançando diferentes planos e dimensões 
da vida do cidadão” (COUTO; YAZBEK; RAICHELIS, 2010, p. 40).
Estudos têm demonstrado que existe uma grande quantidade da população que não é 
considerada pobre quando se analisa sua renda em termos financeiros, mas pode ser considerada 
vulnerável. “Nem todos os que se encontram em situação de vulnerabilidade são pobres – situados 
abaixo de alguma linha monetária da pobreza – nem todos os pobres são vulneráveis da mesma 
forma” (CARNEIRO, 2005, p. 170).
Para a autora Sposati (2009), estar em situação de vulnerabilidade social não significa, 
necessariamente, estar na linha da pobreza. Esta agrava as situações de vulnerabilidade, os riscos 
e as fragilidades, mas não se pode apontar que vulnerabilidades, riscos e fragilidades existem 
por causa da pobreza. Diante dessa compreensão, constituem usuários das políticas públicas não 
somente os que se encontram sem renda, mas, igualmente, os cidadãos que estão fora dos canais 
de proteção pública: trabalho, serviços sociais públicos e redes sociorrelacionais. O documento 
Caderno de Orientações do PAIF (BRASIL, 2012) também afirma que vulnerabilidade não é 
sinônimo de pobreza.
As famílias pobres tendem a ter sua situação de vulnerabilidade agravada; também não 
é um estado, uma dada condição, mas uma zona instável que as famílias podem atravessar, nela 
reincidir ou nela permanecer ao longo de sua trajetória. A vulnerabilidade é um fenômeno 
complexo e multifacetado, que não se manifesta sempre da mesma forma, exigindo sempre uma 
análise especializada para a formulação de respostas intersetoriais para seu enfrentamento, para 
que não se torne, como temos visto, um movimento cíclico intergeracional de reprodução de 
situações de vulnerabilidade vivenciadas; ou ainda, se não prevenida ou enfrentada, tende a se 
tornar uma situação de risco.
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Estar em vulnerabilidade social significa ter as potencialidades de respostas alteradas 
ou diminuídas perante situações de risco ou constrangimentos naturais da vida; indica uma 
predisposição à precarização, à vitimização e à agressão, mas, também, capacidade ou resiliência, 
ou seja, uma condição tal capaz de resistir e construir estratégias para conviver em ambientes 
desfavoráveis e circunstâncias difíceis, uma disposição para enfrentar confrontos e conflitos 
(SEMZEZEM; ALVES, 2013). Em relação à operacionalização da noção de vulnerabilidade, com 
base no público usuário da política de assistência social, consta, na Norma Operacional Básica do 
Sistema Único da Assistência Social:
O público é constituído por famílias que apresentam pelo menos uma das 
características listadas a seguir: domicílios com infraestrutura inadequada 
(critério IBGE); família com renda familiar per capita inferior a um quarto de 
salário mínimo; família com renda familiar per capita inferior a meio salário 
mínimo, com pessoas de 0 a 14 anos e responsável com menos de quatro anos de 
estudo; família em que uma chefe mulher, sem cônjuge, com filhos menores de 15 
anos e analfabeta; família em que uma pessoa com 16 anos ou mais, desocupada 
(procurando trabalho) com quatro ou menos anos de estudo; família em que 
uma pessoa com 10 a 15 anos que trabalhe; família em que uma pessoa com 4 
a 14 anos que não estude; família com renda familiar per capita inferior a meio 
salário mínimo, com pessoas de 60 anos ou mais; família com renda familiar per 
capita inferior a meio salário com uma pessoa com deficiência (BRASIL, 2005, 
p. 51-52).
Depreende-se que as condições de pobreza e vulnerabilidade devem ser associadas a um 
quadro de necessidades tanto subjetivas como objetivas, agregadas às dificuldades materiais, 
relacionais e culturais, que interferem diretamente na produção e reprodução social dos usuários, 
o que torna fundamental situá-las no contexto do espaço territorial onde se localizam, pois são 
neles que ocorrem tanto as vulnerabilidades quanto os mecanismos para seu enfrentamento e 
proteção.
Na PNAS/2004, as expressões “vulnerabilidade” e “risco” figuram quase sempre 
juntas e nessa ordem, referindo-se à exposição dos indivíduos e famílias a tais 
situações. Parece haver complementaridade entre ambas, embora falte um 
enunciado para cada uma. Ao tratar da atenção social a famílias, alguns autores 
assumem a vulnerabilidade como um conceito complexo e multifacetado, 
relacionado à exposição das pessoas às questões próprias do ciclo geracional, das 
relações sociais, da dinâmica dos territórios, da qualidade do acesso a trabalho, 
renda e serviços. A falta de prevenção ou o aprofundamento das situações de 
vulnerabilidade poderá originar situações de risco social decorrentes da exposição 
à violência, exploração, negligência, dentre outras violações de direitos emergentes 
ou já estabelecidas. A pobreza é um elemento de vulnerabilidade 
social que pode agravá-la e potencializar o risco.
Disponível em: 
https://www.gesuas.com.br/blog/atendimento-risco-e-
vulnerabilidade/. Acesso em: 25 jul. 2020.
https://www.gesuas.com.br/blog/atendimento-risco-e-vulnerabilidade/
https://www.gesuas.com.br/blog/atendimento-risco-e-vulnerabilidade/
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Como veremos no tópico de Proteção Social Básica, tem-se os Centros de Referência da 
Assistência Social (CRAS), considerados a porta de entrada do SUAS para o atendimento dos 
usuários e suas famílias na política de Assistência Social. A equipe técnica desses equipamentos 
está preparada para trabalhar com as famílias na perspectiva da proteção social e em conformidade 
com a PNAS/2004, que destaca a matricialidade sociofamiliar, como já vimos, por reconhecer 
que a família é um dos cenários onde ocorrem e se refletem as fortes pressões dos processos de 
exclusão social e cultural e, ainda, por considerá-la como
[...] espaço privilegiado e insubstituível de proteção e socialização primárias, 
provedora de cuidados aos seus membros, mas que precisa também ser cuidada 
e protegida. Essa correta percepção é condizente com a tradução da família na 
condição de sujeito de direitos, conforme estabelece a Constituição Federal de 
1988, o Estatuto da Criança e do Adolescente, a Lei Orgânica de Assistência 
Social e o Estatuto do Idoso (BRASIL, 2004, p. 42).
Segundo Romagnoli (2018, p. 215), em qualquer que seja o nível de proteção, a 
matricialidade sociofamiliar é essencial, priorizando a atenção às famílias e seus membros a partir 
do território em que se encontram e estabelecendo a família como matriz, sustentáculo das atuações 
no campo da assistência social, espaço privilegiado e insubstituívelde proteção e socialização 
primárias. Complementando o raciocínio, Teixeira (2010, p. 5) destaca a matricialidade familiar 
como “[...] um antídoto à fragmentação dos atendimentos, como sujeitos à proteção de uma rede 
de serviços de suporte à família”.
O suposto básico é que a vulnerabilidade tem como fatores determinantes a 
estrutura de oportunidades – expressão que identifica o conjunto de recursos, 
bens e serviços, programas, benefícios colocados à disposição de públicos com 
diferentes níveis e tipos de vulnerabilidade – e a dimensão psicossocial. Essa 
dimensão refere-se, basicamente, às ações (e não ações) das famílias, para prevenir, 
mitigar ou enfrentar os riscos. De um lado, fatores exógenos às pessoas e famílias 
e, de outro, fatores endógenos a elas. Disso decorre que, para enfrentar, de forma 
efetiva e sustentável, as condições de vulnerabilidade, qualquer estratégia tem 
necessariamente de passar pela alteração positiva da estrutura de oportunidade, 
pelo fortalecimento dos ativos e pela busca de autonomia e protagonismo dos 
indivíduos e das famílias.
Para compreender mais sobre o assunto, leia: 
UNESCO. Concepção e gestão da proteção social não contributiva 
no Brasil. Brasília, DF: Ministério do Desenvolvimento Social 
e Combate à Fome, 2009. Disponível em: http://www.mds.
gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Livros/
concepcao_gestao_protecaosocial.pdf. Acesso em: 25 jul. 2020.
http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Livros/concepcao_gestao_protecaosocial.pdf
http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Livros/concepcao_gestao_protecaosocial.pdf
http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Livros/concepcao_gestao_protecaosocial.pdf
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No entanto, o trabalho com indivíduos e famílias nem sempre foi assim:
Em virtude da forma de organização da assistência social, historicamente 
marcada por atendimentos segmentados por categorias, fragmentados em 
problemáticas, os serviços foram dispostos a partir de ‘indivíduos-problemas’ e 
‘situações específicas’, como, por exemplo, trabalho infantil, abandono, exploração 
sexual, delinquência, dentre outras, não contemplando a família como uma 
totalidade. Em relação às famílias pobres, subjacentes à lógica da assistência 
social, estava a ideia de que a família é constitutiva do problema social, e de que 
seus responsáveis não tinham capacidade de educar as crianças, proteger seus 
membros da marginalidade, da promiscuidade e dos vícios (TEIXEIRA, 2010, 
p. 6).
Conforme aprendemos nas primeiras unidades desta disciplina, é preciso atentar-se aos 
chamados “novos arranjos e rearranjos familiares”, ou seja, famílias compostas por componentes 
que extrapolam a idealização burguesa de família tradicional/nuclear; em outras palavras: pai, 
mãe e filhos.
Dessa forma, Bareta et al. (2019, p. 172) nos explica que é de extrema importância que 
as equipes atuantes nos diferentes equipamentos/dispositivos do SUAS compreendam e façam 
análise crítica desses novos arranjos familiares, tendo em vista, principalmente, a valorização das 
possibilidades presentes nesses diversos contextos e o respeito a suas diversidades, identidades 
culturais e universalidade.
Na contemporaneidade, é impensável considerar, no âmbito do SUAS, abordagens 
conservadoras, de senso comum e de culpabilização das famílias e sua relação direta com a 
pobreza no sentido de considerá-las “[...] desestruturadas e sem capacidade de emancipação 
frente ao ideal neoliberal” (TEIXEIRA, 2010).
As equipes que realizam o atendimento direto com as famílias no SUAS devem estar 
atentas às possibilidades de risco que envolvem tais contextos, ou seja, o trabalho com famílias 
visando à preservação de seus vínculos, levando em consideração seus laços afetivos e não apenas 
consanguíneos, não exclui a possibilidade da análise crítica sobre as relações envolvidas em seu 
ambiente familiar.
Depreende-se que a análise crítica dos contextos familiares, muitas vezes, permite ao 
profissional constatar situações graves de violência física, sexual, moral e mental, motivações 
mais que comprovadas para que esses vínculos se fragilizem ou até mesmo se rompam. Em alguns 
casos mais complexos, a alternativa mais adequada, em determinados momentos, é a retirada dos 
membros do mesmo contexto.
Nesse sentido, de acordo com Bareta et al. (2019, p. 173), compor equipes de referência 
de serviços da política de assistência social pressupõe compromisso ético e político, como sujeitos 
que elaboram e executam intervenções de garantia de direitos e qualidade nos serviços prestados. 
Devem estar atentos às possibilidades e necessidades de encaminhamentos e interlocução com 
serviços necessários à integralidade das ofertas e ainda realizar a inserção dos usuários no 
planejamento e na fiscalização da política, conforme garantido em Constituição Federal de 1988.
Vamos, então, relembrar a composição da rede de proteção social dentro do SUAS, de 
acordo com a NOB/SUAS: a rede de proteção social é formada hierarquicamente entre a proteção 
social básica e especial, dividida em outros dois níveis de complexidade – média e alta.
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1.1 A Proteção Social Básica (PSB)
Conforme o Caderno de orientações técnicas de atendimento no SUAS às famílias e aos 
indivíduos em situação de vulnerabilidade e risco pessoal e social por violação de direitos associada 
ao consumo de álcool e outras drogas (BRASIL, 2016), a Política Social Básica (PSB) possui uma 
dimensão inovadora, pois supera a atenção às situações críticas ou dificuldades já instaladas 
para assegurar, a partir das potencialidades das famílias e dos indivíduos no território, novos 
patamares de cidadania na garantia de direitos e na prevenção de riscos por violação de direitos.
Sabe-se que o objetivo central da Proteção Social Básica é a prevenção de ocorrências 
de situações de vulnerabilidade, risco social e violações de direitos nos territórios. Em suas 
ações, efetivam-se investimentos na diminuição das vulnerabilidades sociais e na ampliação das 
potencialidades e aquisições, fortalecendo fatores de proteção às famílias, por meio da oferta 
territorializada de serviços socioassistenciais, compreendidos como atividades continuadas que 
objetivam a melhoria da qualidade de vida da população (BRASIL, 2016).
O trabalho social coordenado pelos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) 
volta-se à população que vive em situação de fragilidade decorrente da pobreza, ausência de 
renda, acesso precário ou nulo aos serviços essenciais públicos ou fragilização de vínculos afetivos 
(discriminações etárias, étnicas, de gênero, por deficiências, usos de crack, álcool e outras drogas, 
dentre outras) (BRASIL, 2012).
A Proteção Social Básica prevê, além do acesso à renda, por meio dos benefícios 
socioassistenciais e programas de transferência de renda, o desenvolvimento de serviços, 
programas e projetos afiançando acolhida, convivência familiar e comunitária e fortalecimento de 
vínculos de famílias e seus indivíduos, conforme as vulnerabilidades identificadas. Esses serviços 
e programas deverão incluir crianças, adolescentes, jovens, adultos, pessoas com deficiência, 
pessoas idosas, de modo a inseri-las nas diversas ações ofertadas pela rede socioassistencial 
(BRASIL, 2016).
O caráter protetivo da PSB compreende também a concessão do Benefício de Prestação 
Continuada (BPC) e dos Benefícios Eventuais. O BPC está previsto na LOAS e destina-se a 
idosos e pessoas com deficiência cuja renda per capita seja inferior a ¼ (um quarto) do salário 
mínimo e que não tenham como prover sua própria existência em função da deficiência ou do 
processo de envelhecimento (BRASIL, 2016).
Os benefícios eventuais são provisões suplementares e provisóriasconcedidas às famílias 
em virtude de nascimento, morte, situações de vulnerabilidade temporárias e de calamidade 
pública. A concessão e o valor dos benefícios são definidos e efetivados pelos estados, municípios 
e Distrito Federal. No tocante ao seu papel de prevenção, há que se destacar a conformação de 
uma extensa rede de Proteção Social Básica, a partir da implantação dos CRAS nos territórios que 
apresentem índices de vulnerabilidades sociais (BRASIL, 2016).
Conforme as orientações técnicas do Centro de Referência de Assistência Social – CRAS 
(2009), a equipe de referência do CRAS é constituída por profissionais responsáveis pela gestão 
territorial da proteção básica, organização dos serviços ofertados no CRAS e pela oferta do PAIF.
O território representa muito mais do que o espaço geográfico. Assim, o 
município pode ser considerado um território, mas com múltiplos espaços 
intraurbanos que expressam diferentes arranjos e configurações socioterritoriais. 
Os territórios são espaços de vida, de relações, de trocas, de construção e 
desconstrução de vínculos cotidianos, de disputas, contradições e conflitos, de 
expectativas e de sonhos, que revelam os significados atribuídos pelos diferentes 
sujeitos (BRASIL, 2008, p. 53).
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Como citado, os territórios são lugares onde as pessoas e as famílias se expressam; dessa 
forma, compreende-se que as políticas públicas trazem uma forte expectativa de atendimento 
integral para todos os grupos sociais, veiculando direitos e construindo uma sociedade.
Portanto, para que esses atendimentos aconteçam, a Norma Operacional Básica de 
Recursos Humanos do SUAS – NOB-RH/SUAS (2006) regulamenta a composição da equipe de 
referência dependendo do número de famílias referenciadas ao CRAS.
Quadro 1 - Equipe de Referência CRAS. Fonte: Brasil (2009, p. 63).
O CRAS se diferencia das demais unidades de referência do SUAS, pois além da oferta de 
serviços e ações, possui as funções exclusivas de trabalho social com famílias por meio da oferta 
do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF) e da gestão territorial da rede 
socioassistencial de Proteção Social Básica (BRASIL, 2012, p. 10).
1.2 Serviços de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF)
O Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF), ofertado exclusivamente 
no Centro de Referência da Assistência Social – CRAS, tem por objetivo contribuir para o 
fortalecimento da função protetiva da família e a melhoria da sua qualidade de vida. Fortalecer 
a função protetiva da família é reconhecê-la, conforme preconiza a PNAS (2004), como espaço 
privilegiado e insubstituível de proteção e socialização primárias, provedora de cuidados aos seus 
membros, mas que precisa também ser cuidada e protegida (BRASIL, 2016).
O PAIF consiste no trabalho social com famílias, de caráter continuado, com a finalidade 
de fortalecer a função protetiva das famílias, prevenir a ruptura de seus vínculos, promover seu 
acesso e usufruto de direitos e contribuir para a melhoria de sua qualidade de vida. Ao prever o 
desenvolvimento de potencialidades e aquisições das famílias, o trabalho desenvolvido no PAIF 
incide em um conjunto de procedimentos implementados pelos trabalhadores sociais nos CRAS, 
a partir de pressupostos éticos, conhecimento teórico-metodológico e técnico-operativo. Esses 
procedimentos visam a contribuir para o processo de convivência social das famílias, identificadas 
como um conjunto de pessoas unidas por laços consanguíneos, afetivos e/ou de solidariedade, a 
fim de proteger seus direitos, apoiá-las no desempenho da sua função de proteção e socialização 
de seus membros, bem como assegurar o convívio familiar e comunitário de maneira “preventiva, 
protetiva e proativa” (BRASIL, 2016).
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Segundo Kaztman (2007), a vulnerabilidade das famílias resultaria da relação entre duas 
variáveis: estrutura de oportunidades e capacidades dos lugares (territórios). Como estrutura de 
oportunidades, o autor exemplifica o mercado (empregos, estrutura ocupacional); a sociedade, 
em especial capital social, relações interpessoais de apoio mútuo geradas com base em princípios 
de reciprocidade; e o estado de políticas de bem-estar e estruturas de representação de demandas 
e interesses. Em relação à capacidade dos lugares ou territórios, relaciona-se ao acesso à habitação, 
transporte, saúde, serviços públicos, entre outros. Esses elementos combinados poderiam 
fortalecer os cidadãos para o enfrentamento das vulnerabilidades (BRASIL, 2012).
Os profissionais do PAIF deverão planejar ações voltadas às funções protetivas da família, 
reconhecendo os diferentes saberes, fazeres e linguagens próprias da cultura local, valorizando 
a produção comunitária e a participação popular. O trabalho social do PAIF poderá identificar 
estigmas ligados à raça, etnia, gênero, idade ou associados ao consumo de álcool e outras drogas, 
e desenvolver estratégias para a garantia dos direitos sociais e superação das invisibilidades, por 
meio de ações que valorizem as práticas comunitárias e as identidades raciais, étnicas e de gênero 
ou grupos que valorizem o protagonismo e qualidade de vida das pessoas idosas, grupos de apoio 
e ajuda às pessoas que usam álcool e outras drogas e outras questões da população residente 
naquele território (BRASIL, 2016).
Dessa forma, os profissionais envolvidos, de acordo com o Caderno de Orientações 
Técnicas do PAIF, v. 2, devem elaborar o Plano de Acompanhamento Familiar, que consiste no 
planejamento conjunto entre as famílias e os profissionais que realizam o acompanhamento 
familiar, de extrema importância para alcançar os objetivos do processo, com o estabelecimento 
de propostas de intervenção do acompanhamento, esclarecendo à família atendida quais são as 
ações do PAIF diante das demandas trazidas.
As ações do PAIF são desenvolvidas na perspectiva da garantia das seguranças 
socioassistenciais: de acolhida; de convívio ou vivência familiar; de sobrevivência ou de 
rendimento e de autonomia (BRASIL, 2004). O trabalho do PAIF pressupõe a compreensão 
dos novos arranjos e dinâmicas familiares e suas relações, valores, crenças e identidades e a 
identificação de potencialidades, mas também de distintas formas de violência, preconceito e 
discriminação (BRASIL, 2016).
Segundo o pesquisador Demo (2000), para sermos capazes de entender a realidade, é 
preciso desconstruir os conceitos mais internalizados sobre as verdades absolutas, por exemplo, 
de um modelo ideal de família, entendendo que, muitas vezes, a família não é somente espaço 
de proteção e cuidado, mas um lugar onde podem existir conflitos, violências e rebatimentos de 
diversas expressões da questão social, por vezes engendradas pela pobreza e pelas desigualdades 
sociais.
Portanto, neste momento, é necessário que os técnicos estejam atentos para não reforçar 
paradigmas e estereótipos de culpabilização das famílias, em razão de sua desmotivação e não 
participação ou adesão às ações de caráter protetivo e preventivo. É necessário, ainda, pensar 
metodologias de trabalho social que contribuam para desnaturalizar práticas de violação de 
direitos nas relações familiares e nos territórios (BRASIL, 2016).
O PAIF é estratégico para o SUAS por contribuir para a integração dos serviços 
socioassistenciais, programas de transferência de renda e benefícios, promovendo o trabalho social 
de atendimento e acompanhamento às famílias nos territórios de referência dos CRAS. Centra 
esforços para que as famílias tenham acesso o mais rápido possível a programas de transferência 
de renda e/ou a benefícios socioassistenciais, desenvolvendo, ainda, outras estratégias de acesso 
à renda, tais como: o encaminhamento a serviços de intermediação de mão de obra, qualificação 
profissionale inclusão produtiva e a outros serviços setoriais, quando for o caso (BRASIL, 2016).
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1.3 Proteção Social Especial – PSE
De acordo com a Tipificação Nacional (2009), a PSE está dividida em Média e Alta 
Complexidade. No atendimento especializado a famílias e indivíduos em situação de risco por 
violação de direitos, de acordo com a PNAS/2004, a atenção na Proteção Social Especial tem como 
objetivo contribuir para a reconstrução de vínculos familiares e comunitários, o fortalecimento 
de potencialidades e aquisições e a proteção de famílias e indivíduos para o enfrentamento das 
situações de risco pessoal e social, por violação de direitos.
Nessa perspectiva, os serviços de PSE exigem maior especialização nas intervenções 
profissionais. Caracterizam-se por um acompanhamento mais singularizado e por uma exigência 
maior de flexibilidade e diálogo com redes intersetoriais, tendo em vista a complexidade das 
demandas apresentadas pelos seus usuários, incluídos aqueles cujas situações de risco estão 
associadas ao consumo de álcool e outras drogas.
1.3.1 Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS)
O CREAS é uma unidade pública estatal de abrangência municipal ou regional que tem 
como papel constituir-se em lócus de referência, nos territórios, da oferta de trabalho social 
especializado no SUAS às famílias e indivíduos em situação de risco pessoal ou social, por violação 
de direitos” (BRASIL, 2011, p. 23). Nesse equipamento, são ofertados serviços às famílias e aos 
indivíduos em situação de risco pessoal e social, por violação de direitos, em conformidade com 
as demandas identificadas no território, como, por exemplo: afastamento do convívio familiar, 
devido à aplicação de medida de proteção; situação de rua; maus tratos e/ou abandono; violência 
sexual, abuso ou exploração sexual; trabalho infantil; violência física, psicológica, negligência, 
discriminação em decorrência de orientação sexual, etnia, raça, deficiência, idade, convivência 
com consumo de álcool e outras drogas, entre outras.
As orientações técnicas do Centro de Referência Especializado de Assistência Social 
– CREAS (BRASIL, 2011, p. 93) nos trazem que, com o amadurecimento da implantação do 
SUAS, a Portaria nº 843, de 28 de dezembro de 2010, ao dispor sobre a composição das equipes 
de referência do CREAS, passou a considerar, para além do nível de gestão, disposto na NOB-
RH/SUAS (2006), o porte dos municípios como um elemento fundamental no planejamento da 
capacidade de atendimento e da definição das equipes do CREAS.
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Quadro 2 - Equipe de referência do CREAS. Fonte: Brasil (2011, p. 94).
O CREAS oferta obrigatoriamente o Serviço de Proteção e Atendimento Especializado 
a Família e Indivíduos (PAEFI) e, de acordo com a Tipificação Nacional (2009), pode ofertar: 
Serviços de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa de 
Liberdade Assistida (LA) e de Prestação de Serviços à Comunidade (PSC); Programa de Trabalho 
Infantil (PETI); Serviço Especializado em Abordagem Social; Serviço de Proteção Social Especial 
para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas famílias (BRASIL, 2011).
1.3.2 Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI)
O PAEFI é o serviço socioassistencial estruturante da unidade CREAS, responsável 
pelo trabalho social a famílias que estão em situação de risco pessoal e social por violação de 
direitos. Segundo a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, o atendimento no serviço 
fundamenta-se no respeito à heterogeneidade, potencialidades, valores, crenças e identidades 
das famílias (BRASIL, 2016). O serviço busca contribuir para o fortalecimento da família na sua 
função protetiva, para romper com os padrões violadores de direitos, para a reparação de danos, 
prevenir a reincidência de violação de direitos, dentre outros objetivos.
Dessa forma, o PAEFI é ofertado obrigatoriamente no CREAS, seja de abrangência 
municipal ou regional. As pessoas e/ou famílias podem ter acesso ao PAEFI mediante 
encaminhamentos dos serviços que compõem a rede socioassistencial e a rede intersetorial das 
diversas políticas públicas e órgãos de defesa de direitos, ou por demanda espontânea, ou seja, 
famílias e indivíduos que buscam atendimento, voluntariamente, quando necessitam.
As equipes técnicas do PAEFI, tendo em vista a complexidade das situações de seu âmbito 
de atuação, devem compreender as histórias e os contextos das situações vivenciadas pelos 
usuários a partir do contexto familiar, comunitário e social no qual estão inseridos, assim como 
as fragilidades/dificuldades e potencialidades/recursos. Cada grupo familiar tem sua dinâmica 
e suas constituições, o nascimento dos filhos, a idade escolar, os envelhecimentos na família, 
dentre outras condições que ampliam riscos por violação de direitos. Essas subjetividades têm 
significados particulares e influenciam as dinâmicas das famílias, potencializando ou fragilizando 
vínculos.
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É imprescindível que a equipe técnica e coordenação do PAEFI desenvolvam posturas 
acolhedoras e de escuta qualificada ao longo de todo o período do acompanhamento, construa 
os Planos de Atendimento Individual ou Familiar conjuntamente com os usuários e desenvolvam 
ações articuladas com os demais serviços do SUAS no território, com as demais políticas públicas, 
em especial com a saúde, e com os órgãos de garantia e de defesa de direitos, na perspectiva de 
garantir a visão integral de sujeito, devido às múltiplas dimensões que delineiam as situações de 
risco por violação de direitos que podem ser apresentadas pelos indivíduos.
Depreende-se que as equipes do PAEFI, em articulação com as equipes técnicas do PAIF 
e demais políticas públicas, devem apoiar os usuários na construção e/ou resgate de vínculos 
familiares, comunitários e sociais, na perspectiva de fortalecê-los e de identificar potencialidades 
para efetivar desejos e projetos pessoais (BRASIL, 2016).
É essencial que o trabalho intersetorial do SUAS seja otimizado. As equipes necessitam se 
reunir regularmente, para que as ações positivas possam estar em consonância com os conceitos, 
concepções, atividades e objetivos, potencializando o trabalho intersetorial. Esse diálogo permite 
discutir as competências e delimitar as atuações dos técnicos de cada área, organizar as intervenções 
conjuntas e a elaboração de instrumentos como o Plano de Acompanhamento Individual e/ou 
Familiar no SUAS e Projeto Terapêutico Singular no SUS, de forma integralizada, sempre que 
possível e quando necessário (BRASIL, 2016). O diálogo entre as equipes é fundamental tanto 
para ampliar os objetivos das ações quanto para evitar a sobreposição de ações. Dessa maneira, 
podemos trabalhar também a referência e contrarreferência.
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2. A GARANTIA DE DIREITOS E O ATENDIMENTO EM REDE PARA O 
ACESSO AOS SERVIÇOS DE FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS
Figura 2 - Representação de garantia de direitos. Fonte: Igreja Adventista do Sétimo Dia (2020).
Caro(a) aluno(a), para garantir a integralidade dos atendimentos prestados às famílias, 
se faz necessário o trabalho em rede, na perspectiva da garantia de seus direitos. De acordo com 
Bareta et al. (2019), essa articulação pressupõe o encaminhamento para acompanhamento das 
ações nos diversos dispositivos do SUAS, tanto governamentais como não governamentais em 
seus diferentes níveis de complexidade: básica, média e alta.
Entende-se que rede é um conjunto de ações e serviços de várias políticas públicas com 
uma finalidade em comum:atender a população em grau de vulnerabilidade social, dentro de 
determinada localidade. 
Segundo Bourguignon (2001, p. 6),
[...] termo rede sugere a ideia de articulação, conexão, vínculos, ações 
complementares, relações horizontais entre parceiros, interdependência 
de serviços para garantir a integralidade da atenção aos segmentos sociais 
vulnerabilizados ou em situação de risco social e pessoal.
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A atuação em rede precisa ser eficaz no sentido de superar o assistencialismo e a 
fragmentação das ações, com uma abordagem integral da situação, os profissionais e/ou 
atores sociais envolvidos devem ter compromisso, complementaridade, corresponsabilidade, 
metodologias definidas em comum, com objetivos e resultados a serem alcançados.
Segundo a autora Bourguignon (2001, p. 8-9), temos 7 principais tipos de redes, mas 
trabalharemos apenas com as setoriais públicas. Vejamos:
Rede social espontânea: constituída pelo núcleo familiar, pela vizinhança, pela 
comunidade e pela Igreja. São consideradas as redes primárias, sustentadas em princípios como 
cooperação, afetividade e solidariedade.
Redes sociocomunitárias: constituídas por agentes filantrópicos, organizações 
comunitárias, associações de bairros, entre outros, que objetivam oferecer serviços assistenciais, 
organizar comunidades e grupos sociais.
Rede social movimentalista: constituída por movimentos sociais de luta pela garantia 
dos direitos sociais (creche, saúde, educação, habitação, terra...). Caracteriza-se por defender a 
democracia e a participação popular.
Redes setoriais públicas: são aquelas que prestam serviços e programas sociais 
consagrados pelas políticas públicas como educação, saúde, assistência social, previdência social, 
habitação, cultura, lazer etc.
Redes de serviços privados: constituídas por serviços especializados na área de educação, 
saúde, habitação, previdência, e outros que se destinam a atender aos que podem pagar por eles.
Redes regionais: constituídas pela articulação entre serviços em diversas áreas da política 
pública e entre municípios de uma mesma região.
Redes intersetoriais: são aquelas que articulam o conjunto das organizações 
governamentais, não governamentais e informais, comunidades, profissionais, serviços, 
programas sociais, setor privado, bem como as redes setoriais, priorizando o atendimento integral 
às necessidades dos segmentos vulnerabilizados socialmente.
A rede, de acordo com a PNAS/2004, constitui um papel essencial no trabalho do SUAS, 
pois tem por objetivos a efetivação, a eficiência e a eficácia tanto nas atuações específicas quanto 
nas atuações intersetoriais, por meio da definição e responsabilização de cada dispositivo, tanto 
governamentais quanto não governamentais. Segundo Bareta et al. (2019, p. 166), isso quer dizer 
que os diferentes tipos de serviços dentro da rede, trabalhando em articulação, têm a possibilidade 
de dar foco em suas atribuições específicas e complementar os atendimentos com diversas equipes 
com enfoques diversificados e específicos.
Na perspectiva do trabalho em rede, precisamos compreender dois conceitos, 
multiprofissional e interdisciplinaridade, pois ambos serão citados nos diversos serviços e em 
várias situações em que os profissionais que os compõem necessitam de diálogo entre esses 
serviços.
O primeiro conceito, segundo Bareta et al. (2019, p. 167), refere-se às equipes 
multiprofissionais:
[...] são formadas variavelmente conforme os objetivos locais de atuação dos 
trabalhadores e demandas, ainda, conforme a capacidade de atendimento 
do serviço e suas complexidades, como o próprio nome já diz: são equipes 
compostas por diversas formações que se complementam nas ações, mas não 
necessariamente realizam a interlocução e discussão de casos, tendo objetivos 
em comum, realizando suas ações por meio de diversas instrumentalidades e 
intervenções.
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As equipes multiprofissionais trabalham em prol do mesmo objetivo: atender os usuários 
e/ou as famílias como um todo, numa abordagem integral. É preciso somar conhecimentos para 
dar respostas efetivas e eficazes aos problemas complexos que envolvem a vulnerabilidade social.
No que se refere ao segundo conceito, conforme salientam Cavalcanti et al. (2011), 
o trabalho interdisciplinar possibilita a construção de diálogos entre diversas disciplinas, 
favorecendo a proximidade entre elas de forma dialética, com vistas à quebra de paradigmas pré-
estabelecidos.
Segundo a autora Jorge (2017, p. 6),
A relação entre diferentes profissões requer uma prática que possibilita o exercício 
de Interdisciplinaridade no espaço de trabalho e que proporcione aos seus sujeitos 
profissionais apreenderem que são sujeitos trabalhadores, que exercem suas 
profissões numa divisão social e técnica do trabalho numa sociedade de relações 
capitalistas, e que ao se apropriarem da perspectiva de Interdisciplinaridade na 
sua práxis profissional buscam uma forma de emancipação para as necessidades 
de outros sujeitos, público de seu exercício de trabalho.
Dentro da perspectiva do SUAS, o trabalho interdisciplinar não é apenas uma possibilidade, 
mas uma necessidade, pois permite a troca de saberes específicos e ampliação das possibilidades 
de atuação e intervenção sobre as demandas complexas do cotidiano profissional.
Ao integrar a equipe dos (as) trabalhadores (as) no âmbito da política de 
Assistência Social, esses (as) profissionais podem contribuir para criar ações 
coletivas de enfrentamento a essas situações, com vistas a reafirmar um projeto 
ético e sócio-político de uma nova sociedade que assegure a divisão equitativa 
da riqueza socialmente produzida. Dessa forma, o trabalho interdisciplinar 
em equipe deve ser orientado pela perspectiva de totalidade, com vistas a 
situar o indivíduo nas relações sociais que têm papel determinante nas suas 
condições de vida, de modo a não responsabilizar o indivíduo pela sua condição 
socioeconômica (CFESS, 2011, p. 26- 27).
O código de ética do(a) assistente social considera como dever desse(a) profissional 
incentivar, sempre que possível, a prática profissional interdisciplinar, desde que não contrarie 
os princípios trazidos nesse documento. Ele traz, em seu capítulo III, as relações dos assistentes 
sociais e de outros(as) profissionais.
Ao analisarmos os conceitos sobre multiprofissionalidade e interdisciplinaridade, de 
acordo com Bareta et al. (2019), notaremos que o profissional de serviço social trabalhará sob as 
duas perspectivas: conforme o local e os objetivos das demandas atendidas. Depreende-se que 
ambos os conceitos fazem parte da equipe de referência e são de extrema importância para o 
trabalho em rede.
De acordo com a NOB/RH/SUAS (2006, p. 14), as equipes de referências
[...] são aquelas constituídas por servidores efetivos responsáveis pela organização 
e oferta de serviços, programas, projetos e benefícios de proteção social básica 
e especial, levando-se em consideração o número de famílias e indivíduos 
referenciados, o tipo de atendimento e as aquisições que devem ser garantidas 
aos usuários.
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As equipes de referência aqui mencionadas, pertencentes à rede de serviços 
socioassistenciais, conforme a NOB/RH/SUAS (2006), são compostas por diversos profissionais, 
de diferentes áreas do conhecimento, com competências e habilidades para atender demandas da 
básica à alta complexidade, que geralmente envolvem situações de riscos e/ou vulnerabilidades 
sociais; assim, como já evidencia o seu próprio nome, torna-se referência no atendimento às 
demandas.
É indispensável a compreensão de que o trabalho de qualquer profissional, principalmente 
do assistente social, éimpossível em seu âmbito individual; portanto, torna-se necessário ser 
parte integrante de equipes multiprofissionais e/ou interdisciplinares. Assim, podemos concluir 
que trabalhar com equipes pressupõe o reconhecimento da incompletude humana, ou seja, que 
todas as formações possuem limites.
Como se pode perceber, fazer de um grupo de trabalhadores uma equipe de 
trabalho é realmente um grande desafio. Desafio que envolve o grupo e o gestor 
e que passa pelo aprendizado coletivo da necessidade de comunicação aberta, 
de uma prática democrática que permita o exercício pleno das capacidades 
individuais e atuação mais criativa e saudável de cada sujeito, evitando, 
assim, a cristalização de posições, a rotulação e a deterioração das relações 
interpessoais. Desta forma, o grupo buscará seus objetivos, responsabilizando-
se, solidariamente, pelos sucessos e fracassos. [...] No entanto, há que se destacar 
que não podemos ingenuamente atribuir exclusivamente à solidariedade do 
grupo, às capacidades individuais ou a competência do coordenador da equipe 
a tarefa de superarem as diversidades e até às diferenças ideológicas. O grupo 
não está isolado de uma estrutura organizacional, de um processo de gestão, de 
um contexto sócio-político que condicionam as relações estabelecidas (MUNIZ, 
2011, p. 93).
Como já vimos anteriormente, o trabalho em rede se faz necessário para garantir a 
integralidade dos atendimentos prestados aos usuários e suas famílias, na perspectiva de garantia 
de seus direitos. A articulação em seus diferentes níveis de complexidade, básica, média e alta, 
possibilita o encaminhamento para acompanhamento das ações nos diversos dispositivos do 
SUAS, tanto governamentais como não governamentais.
Depreende-se que o trabalho em rede se baseia em alguns princípios, como a integralidade 
dos sujeitos e a incompletude institucional inerente às diversas políticas públicas (BRASIL, 2013, 
p. 14). O trabalho em rede como instrumento de encaminhamento e acompanhamento dos 
indivíduos e suas famílias é composto por ações conjuntas e pode ser realizado por campanhas 
e ações voltadas à prevenção e enfrentamento de situações de risco e vulnerabilidades sociais, 
reuniões inter e multiprofissionais de diferentes dispositivos de atuação, estudos de casos pela 
junção das equipes (BARETA et al., 2019).
O órgão gestor da política de assistência social é o responsável pelo trabalho em rede, 
pela formação e efetivação do trabalho. Por meio da coordenação, definição dos componentes 
dessa rede de serviços de acordo as características de cada território conclui-se, segundo Bareta 
et al. (2019), que tal função proporciona aos diferentes serviços o destaque de suas identidades, 
ou seja, a clarificação do papel e atribuições de cada um nos encaminhamentos, de modo a evitar 
solicitações e demandas inapropriadas aos serviços e suas atribuições privativas.
A convergência com demais políticas, como saúde, educação, habitação, trabalho, 
alimentação, segurança, entre outras, é fundamental ao trabalhar a interdisciplinaridade no 
SUAS e, independentemente do nível de complexidade com que as equipes técnicas estejam 
trabalhando, estas têm por objetivo pensar e estabelecer intervenções efetivas, eficientes e eficazes 
tanto para as demandas individuais quanto coletivas dos serviços. 
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3. FAMÍLIAS EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE SOCIAL E A 
REFERÊNCIA E CONTRARREFERÊNCIA COMO INSTRUMENTO DE 
ACOMPANHAMENTO NA ASSISTÊNCIA SOCIAL E NA SAÚDE
Figura 3 - Representação de Referência e Contrarreferência. Fonte: A autora.
Querido(a) aluno(a), compreende-se que, para que a rede socioassistencial funcione de 
maneira coesa, deve haver interlocução entre os serviços em seus diferentes níveis de complexidade; 
portanto, compete ao poder executivo municipal determinar e fortalecer a articulação entre as 
diversas secretarias responsáveis pelas políticas setoriais. A responsabilidade de promover a 
articulação da rede socioassistencial, ou seja, a conexão dos serviços é do órgão gestor da política 
de assistência social, conforme vimos na unidade anterior. 
Portanto, utiliza-se a referência e a contrarreferência como forma de assegurar as 
demandas, o acesso aos diferentes dispositivos e a garantia da integralidade da proteção social, 
encaminhamentos e acompanhamentos.
Quando as políticas públicas atuam em parceria, o atendimento às necessidades 
da população é mais qualificado e evita-se a fragmentação de ações. Afinal a 
política de assistência social não tem condições de solucionar todas as questões 
sociais, de forma isolada (OLIVEIRA, 2017, p. 5).
Segundo Bareta et al. (2019), para sua concretização, é necessário que haja a definição 
exata dos tipos de serviços e suas atribuições específicas, incluindo as especialidades de cada 
profissional inserido nos diversos serviços.
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Depreende-se que a referência e a contrarreferência acontecem tanto de serviços da 
proteção social básica para média e alta complexidade como o contrário, ou seja, entre serviços de 
alta complexidade para média e proteção social básica. Na política de Assistência Social, a porta 
de entrada é o CRAS e, na Política de Saúde, é a Unidade Básica de Saúde; assim, os usuários e 
suas famílias serão encaminhados para atendimento, necessitando de encaminhamento para os 
outros níveis de complexidade. Serão realizadas a referência e a contrarreferência.
Para Bareta et al. (2019), isso quer dizer que acaba por definir entre elas uma relação 
de hierarquia, sem que para isso os serviços percam suas identidades e estejam em situação de 
inferioridade técnica, havendo complementação prático-teórica.
É essencial a interlocução entre a Média e a Alta Complexidade, de modo que haja 
acompanhamento das famílias após o desligamento dos acolhidos dos serviços, 
proporcionando a reintegração familiar de forma segura para as crianças e/
ou adolescentes, o apoio às famílias no desempenho do seu papel de cuidado 
e proteção e a prevenção de futuros retornos aos serviços de acolhimento. Por 
isso, municípios que já possuem CREAS devem ser priorizados na escolha 
de alocação das unidades de acolhimento (inclui-se CREAS em processo de 
implantação). Ainda, municípios sede de comarca devem ser priorizados na 
escolha dos municípios que farão a oferta do serviço, como forma de estreitar a 
articulação com o Sistema de Justiça (BRASIL, 2014, p. 38).
Entende-se que a rede socioassistencial é composta de acordo com o princípio de 
territorialização, ou seja, de acordo com cada território e suas características específicas, como 
cultura e população. Ainda temos a referência e contrarreferência entre as outras políticas públicas 
como a Educação, habitação, cultura, entre outras tão importantes quanto, que fazem parte da 
rede de atendimento aos usuários e suas famílias.
Mas, dentre essas já mencionadas, faz-se necessário um olhar ampliado para as Políticas 
da Saúde e da Assistência Social para o presente instante, que demanda cuidado com as famílias 
e suas relações sociais, culturais, econômicas, da vida e seus contextos. Convém ampliar o olhar 
para as abordagens dos profissionais e apropriações das expressões da questão social que afligem 
as famílias e que exigem articulação e integração intersetorial. Olhar ampliado da gestão para as 
equipes de referências, para que juntos possam criar e/ou agilizar as já existentes metodologias de 
referência e contrarreferência, que realmente atendam as demandas dos usuários e suas famílias.
De acordo com Oliveira (2017, p. 5), para efetividade da referência e contrarreferência, 
ainda se fazem necessários:
• Momentos de diálogos entre os setores municipais;
• Visão integrada dos(as) profissionais sobre os problemas sociais;
• Construção conjunta de fluxos para encaminhamentos;• Conhecimento dos serviços socioassistenciais existentes no território pela equipe de 
referência dos equipamentos;
• Registro permanente dos atendimentos;
• Qualificação constante da equipe profissional.
Para que os encaminhamentos e acompanhamentos das famílias e usuários atendidos 
não sejam fragmentados, por falta de continuidade, o trabalho em rede é a melhor estratégia. 
Portanto, a referência e a contrarreferência envolvem a interlocução intersetorial e uma rede 
socioassistencial formada e que execute corretamente, proporcionando a garantia de direitos das 
famílias.
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Família e política pública – dois temas complexos 
e polêmicos – guardam riscos sociais, tanto 
internos como em suas relações. São maiores para 
a população mais pobre e vulnerável. Um grupo de 
pesquisadoras, experientes no trabalho com essas 
duas temáticas, uniu-se aqui para apresentá-los 
claramente como aparecem no caso das políticas 
de Assistência Social e de Saúde. Foi apontado, 
por exemplo, na família, a culpabilização por seus 
problemas sociais e psicológicos e a atribuição de 
um papel histórico de instituição-braço terceirizado 
do Estado. Arriscaria seu fundamento na cidadania, 
ao secundarizar a responsabilidade estatal quanto 
ao direito de todos nós a lugares calorosos, de 
amparo, cuidado e amor. Neste momento, marcado pelos dez anos de criação do 
SUAS, é um livro que alimenta a crítica necessária, sem o pessimismo ingênuo 
e reducionista; é muito bem-vindo para chamar conversações interdisciplinares. 
Sem qualquer enaltecimento da vida privada, deixo uma provocação: em lugar 
do “familismo”, por que não a ética e a estética do cuidado? Não deixemos essa 
busca esmorecer.
MIOTO, R. C.; CARLOTO, C. M.; CAMPOS, M. S. (org.). Familismo, direitos e 
cidadania: contradições da política social. São Paulo: Cortez, 2015.
Fonte: Editora Cortez (2020).
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Neste filme, conseguimos ter uma visão 
do não acolhimento da família, da falha 
no sistema de garantia de direitos. 
Assista ao filme Preciosa: uma história 
de esperança. Disponível em: https://
www.youtube.com/watch?v=WO-
ynovfRis. Acesso em: 11 abr. 2020.
Para entender melhor sobre atendimento de qualidade e 
as suas falhas no funcionamento do sistema de garantia 
de direitos, assista a esse filme. Ele conta a história 
de uma jovem de 16 anos, Claireece “Preciosa” Jones, 
que enfrenta uma série de dificuldades. Discriminação, 
agressão e opressão são alguns dos fatores que fazem 
parte do seu cotidiano.
Acredito que, depois de ter assistido a esse filme, 
você, aluno(a), deve ter compreendido a importância 
de se desenvolver as habilidades e competências no 
atendimento às famílias, na utilização de uma escuta 
qualificada.
Fonte: Papo de cinema
(2020).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a) aluno(a), com todo o conteúdo apreendido nesta quarta unidade, podemos rever 
os objetivos do trabalho social com famílias dentro da Política Nacional de Assistência Social, 
tendo o Sistema Único de Assistência Social como norte.
Aprendemos, então, que o trabalho desenvolvido com os indivíduos e suas famílias dentro 
da perspectiva da política de assistência social deve ser uma construção coletiva entre o Estado, 
os diversos cargos que compõem as equipes técnicas, os gestores e, o mais importante de todos, 
a população usuária.
Vimos que é de extrema importância atentar-se ao cuidado no atendimento às demandas, 
levando em consideração que o SUAS deve ser um sistema acolhedor que valoriza as famílias, que 
olha para os novos arranjos familiares com conhecimentos específicos.
A convergência entre os diferentes níveis hierárquicos de serviços deve acontecer 
considerando que cada serviço dentro do SUAS possui especificidades de atendimentos e a junção 
deles compõe o sistema de proteção social em sua totalidade. Possibilita os encaminhamentos e 
acompanhamento adequados para cada realidade, proporciona o reconhecimento de que a troca 
de experiência e saberes é indispensável aos atendimentos e favorece a qualidade dos serviços 
prestados à população. Nessa mesma interface, acontecem a referência e contrarreferência em 
seus diferentes níveis de complexidade.
Por fim, é com grande satisfação que encerramos mais esta unidade e, junto a ela, a 
apostila de “Serviço Social e Atenção à Família”. Esperamos ter contribuído para mais uma etapa 
da sua formação em Serviço Social.
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ENSINO A DISTÂNCIA
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match&epi1=78696231&tduid=2cdf2a015be26514fd1c98ef698c3184&as_channel=affiliate&as_
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