Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Tensões nos Solos Tensões nos Solos O conhecimento das tensões atuantes em um maciço de terra sejam elas advindas do peso próprio ou em decorrência de carregamentos em superfície, ou ainda pelo alívio de cargas provocado por escavações, é de vital importância no entendimento do comportamento de praticamente todas as obras de engenharia geotécnica. Há uma necessidade de se conhecer a distribuição de tensões (pressões) nas várias profundidades abaixo do terreno para a solução dos mais diversos problemas de solos, como de recalques, empuxo de terra, capacidade de carga no solo, etc. Tensão em um meio particulado Tensões nos Solos Para o estudo das tensões no solo aplicam-se os conceitos da Mecânica dos Sólidos Deformáveis aos solos, para tal deve-se partir do Conceito de Tensões. O solo é um sistema trifásico constituído por sólidos, água e ar. Parte dos esforços é transmitida pelos grãos e, dependendo das condições de saturação, parte é transmitida pela água. No caso de solos secos, todos os esforços são transmitidos pelo arcabouço sólido. Entretanto, a definição do estado de tensões requer não só a definição dos esforços, mas também da área. Tensão em um meio particulado Tensões nos Solos Neste caso, a área considerada deveria passar pelos pontos de contato (Ac). Este tipo de abordagem torna-se inviável face à variabilidade de tamanhos de grãos e arranjos estruturais. Em contrapartida, a adoção de um plano horizontal (A) acarreta na existência de regiões sólidas e regiões que passam pelos vazios. Em qualquer caso, entretanto, a transmissão se faz nos contatos e, portanto, em áreas muito reduzidas em relação à área total envolvida. Tensão em um meio particulado Tensões nos Solos área Ac A F1 Fn 𝐂 Transmissão de esforços em solos Apesar do conceito de transmissão através dos contatos entre grãos ser fisicamente mais correto, não seria possível desenvolver modelos matemáticosquerepresentassemisoladamenteasforçastransmitidas. Tensão em um meio particulado Tensões nos Solos Assim sendo, as tensões normal e cisalhante são tratadas do ponto de vista macroscópico,considerandoaáreatotal(A),definindo-secomo: Tensão Normal é a somatória das forças normais ao plano, dividida pela área total que abrange as partículas em que estes contatos ocorrem. Tensão Cisalhante é a somatória das forças tangenciais, dividida pela área. O conceito de tensão definido conduz ao conceito de tensão num meio contínuo. Tensão em um meio particulado Tensões nos Solos Ao se fazer assim, não se está cogitando se esse ponto, no sistema particulado,estámaterialmenteocupadoporumgrãoouumvazio. Na Mecânica dos Solos trata-se eventualmente a tensão atuante no solo como“pressão”. Entenda-se que, sempre que referirmos para solo a palavra “pressão”, estaremos expressando tensão, sem prejuízo da conceituação clássica aqui abordada. Naanálisedocomportamentodossolos,astensõesdevidasaopesopróprio têmvaloresconsideráveis,enãopodemserdesconsideradas. Tensões verticais devidas ao peso próprio dos solos Tensões nos Solos Veremos agora as pressões atuantes na massa de solo, nas diversas profundidades de um maciço, quando consideramos somente o peso próprio, isto é, apenas sujeito à ação da gravidade, sem cargas exteriores atuantes. De acordo com a mecânica do contínuo “O estado de tensão em qualquer planopassandoporumpontoemummeiocontínuoétotalmentedefinido pelastensõesatuantesemtrêsplanosmutuamenteortogonais,passandono ponto”. s2 tzx tzy sx sx sy sy tyz tyx txz txy tyz tzx tzy tyx txy txz s2 Tensões nos Solos Estado de tensões em um ponto no interior de uma massa de solo qualquer Estado de tensão em qualquer plano passando por um ponto Representação matricial das componentes de tensão (definidas por 09 parcelas) Tensões nos Solos Gerscovich (2008) ressalta que a condição geostática horizontal se caracteriza por: - superfície do terreno ser horizontal - camadas estarem alinhadas na horizontal (espessura constante) - não existirem tensões cisalhantes atuando nos planos vertical e horizontal. Colocando-se em um sistema cartesiano, teremos o diagrama representativo de todos os valores de tensão vertical (ou horizontal), ao longo da espessura Z. Nota-se tratar de uma “função” linear, dependente apenas de Z, já que é constante para cada solo homogêneo – tipo y = a.x No caso de uma sequência de camadas aproximadamente horizontais, de solos homogêneos diferentes, considerado o terrapleno horizontal, a tensão vertical resulta do somatório do efeito das diversas camadas. Tensões nos Solos Exemplo de distribuição de tensões para uma sequência de camadas de solos Tensões nos Solos Análise sobre os materiais ocorrentes nas camadas Para cada camada homogênea, de espessura Z (h) pode-se considerar que ocorrem partículas sólidas e água, em diversas situações de peso específico, a saber: Só água = lâmina d’água = P = a ( w) - adotado usualmente igual a 10kN/m3 ; Só partículas = solo seco = p = s - não ocorre na prática, pode ser utilizado para correlacionar parâmetros; Partículas com todos os vazios cheios de água, S=100%: Solo saturado = quando a água dos vazios não está sujeita a ação da gravidade (partículas envolvidas pela água); Solo submerso = quando a água dos vazios está sujeita à ação da gravidade, assim, as partículas sólidas estão imersas na água, portanto, as partículas estão sujeitas ao empuxo que atua sobre as mesmas. Tensões nos Solos Reservatório cheio Empuxo 1 cm3 gsub Tensões nos Solos Reservatório rapidamente esvaziado Empuxo ~=0 1 cm3 gsat Partículas com água ocupando parcialmente os vazios – Solo pacialmente saturado. Tensões nos Solos O cálculo do peso específico para qualquer uma das situações poderá ser obtido a partir da relação de outros índices físicos, obtendo-se o peso específico aparente natural do solo, pela expressão geral deduzida como segue, função do peso específico do solo seco e da água (γs, γa) da porosidade (h) e do seu grau de saturação (S). Tensões nos Solos Perfil com dois horizontes de solo e diferentes pesos específicos Tensões nos Solos Princípio das tensões efetivas A importância das forças transmitidas através do esqueleto do solo de uma partícula para outra foi descoberta em 1923 quando Terzaghi apresentou o principio da tensão efetiva, uma relação intuitiva baseada em dados experimentais. O princípio se aplica apenas a solos completamente saturados e relaciona as três tensões a seguir: a tensão normal total (σ) em um plano dentro da massa de solo, que é a força por unidade de área transmitida na direção normal através do plano, imaginando que o solo seja um material sólido (fase única); a pressão da água nos poros (u), também chamada de poropressão ou pressão neutra, que é a pressão da água que preenche os espaços vazios entre as partículas sólidas; a tensão normal efetiva (σ‟ ou σ) no plano, representando a tensão transmitida apenas através do esqueleto do solo. Tensões nos Solos Princípio das tensões efetivas ---------------------------------------------------------- As moléculas de água estão unidas através das pontes de hidrogênio. Essa união entre as moléculas é chamada de coesão. Tensões nos Solos Coesão é a capacidade que uma substância tem de permanecer unida, resistindo à separação. Podemos observar essa coesão em uma gota de água sobre uma superfície, formando uma espécie de película resistente, pois as moléculas estão fortemente aderidas umas às outras. Coesão da Água Tensões nos Solos A adesão é a propriedade da matéria pela qual se unem duas superfícies de substâncias iguais ou diferentes quando entram em contato, e se mantém juntas por forças intermoleculares. Graças a ao processo de adesão a água molha. Tensões nos Solos Pode ser tratada, nestas característica entre tais superfícies, pelo termo adesividade. A coesão é distinta da adesão. A coesão é a força de atração entre partículas adjacentes dentro de um mesmo corpo, enquanto a adesão é a interaçãoentre as superfícies de distintos corpos. Tensões nos Solos Nos gases a força de coesão pode observar-se em sua liquefação que tem lugar ao comprimir-se uma série de moléculas e produzir-se forças de atração suficientemente altas para produzir uma estrutura líquida. Nos líquidos, a coesão se reflete na tensão superficial causada por uma força não equilibrada desde o interior do líquido que atua sobre as moléculas superficiais e também na transformação de um líquido em sólido quando se comprimem as moléculas o suficiente. Tensões nos Solos Tensão superficial é um fenômeno que ocorre na superfície de líquidos, como a água, formando uma fina película. Quando a água, em estado líquido, ocupa um recipiente, podemos perceber a separação que há entre o líquido e o ambiente. Isso ocorre porque a interação entre as moléculas de água na superfície é diferente das interações no interior do líquido. Na superfície, uma molécula de água interage com as moléculas das laterais e abaixo dela. No interior, uma molécula é rodeada por outras moléculas e há interação em todas as direções por meio das ligações de hidrogênio. Tensões nos Solos Trata-se da formação de uma fina película sob um líquido devido à desigualdade de atrações entre as moléculas que o compõe. Esse fenômeno ocorre de maneira mais acentuada nos líquidos que possuem forças intermoleculares intensas, como a água. As interações entre as espécies de um líquido são chamadas de forças de coesão. Enquanto que as moléculas no interior de um líquido sofrem atrações por moléculas vizinhas em todas as direções, as moléculas na superfície interagem com as moléculas abaixo e ao lado delas. Tensões nos Solos Tensões nos Solos - Capilaridade Para a aplicação da Mecânica dos sólidos deformáveis aos solos, deve-se partir do conceito de tensões. Uma maneira adequada consiste na consideração de que os solos são constituídos de partículas e que forças aplicadas a eles são transmitidas de partícula a partícula, além das que são suportadas pela água dos vazios. Consideremos, inicialmente, a maneira como as forças se transmitem de partícula a partícula, que é muito complexa, e depende do tipo de mineral. Esquema do contato entre grãos para definição de tensões Tensões nos Solos - Capilaridade Forças se transmitem de partícula a partícula Depende do tipo de mineral Diversos grãos transmitirão forças à placa, forças estas que podem ser decompostas em normais e tangenciais à superfície da placa. Como é complexo desenvolver modelos matemáticos com base nestas inúmeras forças, a sua ação é substituída pelo conceito de tensões. A somatória das componentes normais ao plano, dividida pela área total que abrange as partículas em que estes contatos ocorrem, é definida como tensão normal: A somatória das forças tangenciais, dividida pela área, é referida como tensão cisalhante: Tensões nos Solos - Capilaridade Tensões devidas ao peso próprio do solo Nos solos, ocorrem tensões devidas ao peso próprio e às cargas aplicadas. Na análise do comportamento dos solos, as tensões devidas ao peso têm valores consideráveis e não podem ser desconsideradas. Quando a superfície do terreno é horizontal, aceita-se intuitivamente, que a tensão atuante num plano horizontal a uma certa profundidade seja normal ao plano. Não há tensão de cisalhamento neste plano. Estatisticamente, as componentes das forças tangenciais ocorrentes em cada contato tendem a se contrapor, anulando a resultante. Tensões nos Solos - Capilaridade Tensões devidas ao peso próprio do solo Tensões no Plano Horizontal. Fonte: Carlos Souza Pinto Num plano horizontal, acima do nível d'água, como o plano A, atua o peso de um prisma de terra definido por este plano. O peso do prisma, dividido pela área, indica a tensão vertical: 𝐯 𝐧 = 𝐧 𝐀 Tensões nos Solos - Capilaridade Tensões devidas ao peso próprio do solo Quando o solo é constituído de camadas aproximadamente horizontais, a tensão vertical resulta da somatória do efeito das diversas camadas. Tensões totais verticais no subsolo. Fonte: Carlos Souza Pinto Tensões nos Solos - Capilaridade Pressão neutra e conceito de tensões efetivas Na análise da figura abaixo, considerou-se inicialmente um plano acima do nível d'água, onde o solo estava totalmente seco. Tensões no Plano Horizontal. Fonte: Carlos Souza Pinto Consideremos o plano B, abaixo do lençol freático, situado na profundidade Zw. A tensão total no plano B será a soma do efeito das camadas superiores. Tensões nos Solos - Capilaridade Pressão neutra e conceito de tensões efetivas A água no interior dos vazios, abaixo do nível d'água, estará sob uma pressão que independe da porosidade do solo; Depende só de sua profundidade em relação ao nível freático. No plano considerado, a pressão da água é representada pelo símbolo u, pela equação: Tensões nos Solos - Capilaridade A tensão normal total num plano qualquer deve ser considerada como a soma de duas parcelas: 1 – A tensão transmitida pelos contatos entre partículas, Tensão Efetiva (s’) ou ( ; 2 – Pela pressão da água, a qual recebeu a denominação de pressão neutra ou Poropressão. Tensões nos Solos - Capilaridade Pressão neutra e conceito de tensões efetivas 1- A tensão efetiva, para solos saturados, pode ser expressa por: Princípio das tensões efetivas 2- Todos os efeitos mensuráveis resultantes de variações de tensões nos solos, como compressão, distorção e resistência ao cisalhamento são devidos à variação de tensões efetivas. Tensões nos Solos - Capilaridade Pressão neutra e conceito de tensões efetivas Nos solos, as deformações correspondem à variações de forma ou de volume do conjunto, resultantes do deslocamentos relativo de partículas. Deformação no solo como consequência do deslocamento de partículas. Fonte: Carlos Souza Pinto Tensões nos Solos - Capilaridade Forças capilares são atuantes em todos os solos úmidos. Entretanto, a taxa de movimento e a ascensão são menores do que se espera, considerando apenas o diâmetro dos poros do solo. Uma razão é que os poros do solo não são uniformes como tubos de vidro. Além disso, alguns poros contêm ar aprisionado diminuindo ou impedindo o movimento capilar da água. Capilaridade Tensões nos Solos - Capilaridade Normalmente, a ascensão é resultante da capilaridade é maior em solos com textura fina, mas a taxa de fluxo pode ser muito baixa, devido à força de atrito nos pequenos poros. Os poros maiores encontrados em solos arenosos apresentam pouca resistência por atrito ao rápido movimento capilar da água. Entretanto, como pode ser observado na discussão sobre a equação da capilaridade, o maior raio dos poros entre partículas de areia resulta numa pequena ascensão capilar . Tensões nos Solos - Capilaridade A capilaridade é tradicionalmente ilustrada como um fenômeno ascendente. Mas o movimento se dá em qualquer direção, devido ao fato de que a atração entre os poros do solo e água, é eficiente em formar meniscos tanto em poros no sentido horizontal como vertical . Tensões nos Solos - Capilaridade Tensões nos Solos - Capilaridade Observemos a figura 1 ao lado Figura 1 A interação da água com uma superfície hidrofílica (a,c) ou hidrofóbica (b,d) resulta em um ângulo de contato característico (α). Na figura 1 temos que: Se a superfície sólida constitui-se de um tubo, forma-se uma interface água - ar curva, denominada menisco, devido às forças de adesão e coesão. Nesta interface, a pressão no lado convexo da curvatura é menor que no lado côncavo. (c) A ascensão capilar ocorre em um tubo hidrofílico fino (vidro) porque a pressão abaixo do menisco (P2) é menor que a pressão na água livre. (d) A depressão capilar ocorre se o tubo é hidrofóbico, e o menisco é invertido. Tensões nos Solos - Capilaridade Tensões nos Solos - Capilaridade Observemos a figura 2 ao lado Figura 2 Movimento capilar ascendente da água através de tubos de diferentes diâmetros e solos com diferentes tamanhos de poros. Na figura 2 temos :a) A equação da capilaridade pode ser esquematizada para mostrar que a altura de ascensão (h) duplica quando o raio do tubo é reduzido à metade. A mesma relação pode ser demonstrada utilizando tubos de vidro de diferentes diâmetros. b) O mesmo princípio relaciona o tamanho dos poros no solo e a ascensão capilar, mas a ascensão da água no solo é irregular, devido a tortuosidade e variabilidade em tamanho dos poros (e também devido ao ar aprisionado nos poros). c) Quanto mais fina a textura do solo, menor o diâmetro médio de poros e, assim, maior a ascensão capilar acima do lençol freático. Entretanto, devido a maior intensidade das forças de atrito nos poros menores, a ascensão capilar é menor nos solos de textura fina do que nos solos arenosos. Tensões nos Solos - Capilaridade De maneira mais simplificada, a capilaridade é definida como a propriedade dos fluidos de “subir” ou “descer” por tubos muito finos. Ou seja, a capilaridade é uma propriedade do fluido (água) e não do solo! Se a capilaridade é uma propriedade da água, por que ela é importante para o solo? Tensões nos Solos - Capilaridade A adesão e a tensão superficial juntas causam o fenômeno da capilaridade. Capilaridade é um movimento que ocorre em qualquer direção. A água presente no solo consegue, por capilaridade, “subir” por insterstícios do solo alcançando cotas acima da cota do lençol freático, e esse fenômeno precisa ser considerado! A água pode alcançar além do lençol freático, devido a capilaridade depende: Da natureza do solo; Da granulometria do solo e outros diversos fatores. Como a capilaridade é capacidade da água de subir por pequenos tubos, então de maneira geral, em solos com granulometria mais fina, como argilas e siltes a ascensão capilar tem valores mais elevados do que em solos arenosos. Tensões nos Solos - Capilaridade A ascensão capilar da água no solo podem atingir as seguintes ordens de grandeza: Solo hc Pedregulhos Poucos centímetros Areias 1m a 2m Siltes 3m a 4m Argilas Dezenas de metros Entretanto, de maneira geral, não podemos afirmar que existe uma determinada altura de ascensão capilar para determinado tipo de solo, pois outros diversos autores mencionam dados diferentes dos expostos por Souza Pinto. Fonte: Souza Pinto Tensões nos Solos - Capilaridade Altura da ascensão capilar (hc) Tensões nos Solos - Capilaridade Consideremos a figura abaixo: Corte de um perfil do solo, com o nível do lençol freático, nível de solo saturado e nível que a água alcança por capilaridade. O solo não está saturado ao longo de toda a ascensão capilar. Altura da ascensão capilar (hc) Tensões nos Solos - Capilaridade Pela figura, temos destacados os termos: zona saturada e nível freático: Zona saturada: é a região onde os vazios do solo encontram-se completamente preenchidos d’água. Nível freático: é o nível abaixo do qual o solo se encontra submerso. Considere então que vamos inserir um tubo bem fino em um recipiente com água. Por capilaridade a água vai “subir” pela parede do tubo até a altura hc. Formação do menisco em tubo capilar na extremidade da água no interior do tubo. Altura da ascensão capilar (hc) Tensões nos Solos - Capilaridade Esse menisco apresenta concavidade voltada para cima e, no ponto de contato com o tubo forma um “ângulo de tensão capilar” (α). Esse “menisco” é ocasionado pela tensão superficial do fluido, que aqui iremos retratar como T. Os vazios do solo são pequenos tubos para a ascensão capilar da água, entretanto, são tubos irregulares. Altura da ascensão capilar (hc) Tensões nos Solos - Capilaridade Estimativa da altura de ascensão capilar Altura da ascensão capilar (hc) Tensões nos Solos - Capilaridade Equilíbrio do fluido no tubo capilar O fluido está em equilíbrio, então podemos afirmar que a força de ascensão capilar é igual ao peso do fluido no tubo. F = P Pela análise da figura ao lado, podemos deduzir que: 𝒂 𝒂 Altura da ascensão capilar (hc) Tensões nos Solos - Capilaridade Logo: 𝒂 Onde: T: tensão superficial, que varia de acordo com o líquido e o material do tubo. d: diâmetro do tubo; γa: peso específico da água; É muito difícil determinar com precisão a altura de ascensão capilar para o solo, visto que a fórmula deduzida acima é de difícil aplicação para os solos. Existem algumas fórmulas que podemos utilizar para estimar grosseiramente o valor ascensão capilar no solo. Uma dessas formulações é a de Hazen, apresentada abaixo: 𝟏𝟎 Onde: C: coeficiente com valores geralmente na faixa de 0,1cm² a 0,5cm²; e: índice de vazios do solo; d10: diâmetro efetivo do solo Altura da ascensão capilar (hc) Tensões nos Solos - Capilaridade Efeitos da capilaridade no solo Tensões nos Solos - Capilaridade Coesão aparente em solos arenosos não saturados Coesão aparente é o resultado da tensão superficial da água nos capilares do solo, formando meniscos de água entre as partículas dos solos parcialmente saturados, que tendem a aproximá-las entre si. Se tentarmos fazer um castelo de areia com areia seca , não vamos conseguir, justamente pela falta de coesão entre os grãos. Entretanto, se umidificarmos, sem saturar a areia, conseguiremos fazer o castelo, justamente por essa coesão aparente, ocasionada pela tensão superficial! A altura de ascensão capilar é diretamente proporcional à tensão superficial do líquido e a adesão com a superfície sólida, mas inversamente proporcional ao raio do tubo e densidade do líquido. Tensões nos Solos - Capilaridade A altura de ascensão capilar é diretamente proporcional à tensão superficial do líquido e a adesão com a superfície sólida, mas inversamente proporcional ao raio do tubo e densidade do líquido. Tensões nos Solos - Capilaridade Capilaridade Ascensão Capilar hc q s r R A B O excesso de pressão acima do menisco comparada com a pressão imediatamente abaixo vale: A água sobe pelo tubo até a pressão hidrostática da coluna dentro do tubo igualar o excesso de pressão Como a circunferência do tubo vale 2pr, a força total no fluido para cima vale: 2prgcosq Esta força suporta a massa da coluna de água até a altura hc Tensões nos Solos - Capilaridade A sucção pode ser definida como a pressão isotrópica da água intersticial, fruto de condições físico-químicas, que faz com que o sistema água-solo absorva ou perca água dependendo das condições ambientais, aumentando ou reduzindo o grau de saturação. Em geral, a sucção dos solos é dividida em duas parcelas, a matricial e a osmótica. A componente matricial está relacionada com a matriz do solo, ou seja, ao tipo de partículas e seu arranjo estrutural. A componente osmótica está relacionada à concentração química da água no solo. A sucção total é a soma destas duas parcelas, ou seja: St = Sm + Som Sucção Tensões nos Solos - Capilaridade
Compartilhar