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A Studocu não é patrocinada ou endossada por nenhuma faculdade ou universidade Resumos Introdução ao Estudo do Direito Introdução ao Estudo do Direito (Universidade Catolica Portuguesa) A Studocu não é patrocinada ou endossada por nenhuma faculdade ou universidade Resumos Introdução ao Estudo do Direito Introdução ao Estudo do Direito (Universidade Catolica Portuguesa) Baixado por M. Isabely (isamisaki250@gmail.com) lOMoARcPSD|31287645 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=resumos-introducao-ao-estudo-do-direito https://www.studocu.com/pt-br/document/universidade-catolica-portuguesa/introducao-ao-estudo-do-direito/resumos-introducao-ao-estudo-do-direito/7299207?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=resumos-introducao-ao-estudo-do-direito https://www.studocu.com/pt-br/course/universidade-catolica-portuguesa/introducao-ao-estudo-do-direito/3404263?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=resumos-introducao-ao-estudo-do-direito https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=resumos-introducao-ao-estudo-do-direito https://www.studocu.com/pt-br/document/universidade-catolica-portuguesa/introducao-ao-estudo-do-direito/resumos-introducao-ao-estudo-do-direito/7299207?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=resumos-introducao-ao-estudo-do-direito https://www.studocu.com/pt-br/course/universidade-catolica-portuguesa/introducao-ao-estudo-do-direito/3404263?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=resumos-introducao-ao-estudo-do-direito Ana Sofia Macedo INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO O QUE É O DIREITO? O Direito é uma ordem normativa, isto é, um conjunto de regras, com valores subjacentes que são transpostos para casos concretos, procurando compatibilizar as expectativas e os interesses diferentes dos Homens. É essencial à vida humana pois, sem este iria prevalecer a Lei da Força/do mais forte e a sociedade viveria em constante conflito, por isto, o Direito permite-nos viver em sociedade (não prescinde do Direito). A principal função do Direito é resolver conflitos, mediante as suas regras e instrumentos. Para além disso, este não é um fim em si mesmo. Para além disso, podemos ainda dizer que o Direito é constituído pelo Calo Jurídico (bom senso) e por leis (soluções justas para um certo problema). Nem todas as pessoas têm capacidade de exercer direito pois, todos somos diferentes e, para além disso, a lei aplica-se a todos tendo em conta as suas diferenças. No Direito são utilizadas muitas expressões em Latim, pois este teve várias influências que são originárias do Direito Romano. IMPORTÂNCIA DAS INSTITUIÇÕES O conceito de instituição diz respeito a um conjunto de regras (além das jurídicas, existem também as religiosas, as de cortesia, as familiares) que dizem aos indivíduos como se devem comportar em sociedade. 1 NORMAS JURÍDICAS Normas Imperativas/ Obrigatórias ("jus cogens") FacultativasDispositivas Normas Proibitivas (Direito Penal) Baixado por M. Isabely (isamisaki250@gmail.com) lOMoARcPSD|31287645 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=resumos-introducao-ao-estudo-do-direito Ana Sofia Macedo INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO As instituições são importantes, visto que servem de base para o Homem, indicando-lhe um certo rumo, criando um consenso à volta de alguns valores (como o da justiça) e libertando-nos do caos. Proporcionam, portanto, um contexto de ordem, direção e estabilidade. Permitem, ainda, que o Homem interiorize e conheça as regras a seguir, por isso, contribui para o bom funcionamento social – Função De Estabilidade Normativa. Para além disso, são uma forma de relacionar os diferentes papéis de cada indivíduo. O papel que temos em casa é diferente daquele que temos na faculdade, mas correlacionam-se – Função De Integração Entre As Unidades. Como as instituições implementam normas e criam “papéis”, o Homem não precisa de estar constantemente a refletir sobre o que fazer, visto que, há, de certa forma, um plano que lhe é dado pelas instituições – libertar as pessoas das decisões constantes. NECESSIDADE DO DIREITO As três Funções do Direito: ORDENADORA O Direito ordena a liberdade individual, criando normas que regulam o comportamento dos indivíduos e das comunidades. Regula as situações de tensão, com ordem, permitindo que os indivíduos e a sociedade se possam desenvolver. ESTABILIZADORA O Direito cria segurança e certeza jurídica, ou seja, com a positivação das normas os indivíduos podem criar expectativas, pois sabem que elas se aplicam a si e a todos os outros. CONFORMADORA Também pode ser chamada função transformadora, modeladora, educativa, pedagógica ou formadora. Aqui o Direito não olha para os indivíduos como eles são efetivamente, mas como eles deviam ser. Neste caso, o Direito tem um papel ativo e impulsionador na evolução social, pois procura alterar as conceções, os valores e as condutas dos indivíduos e, consequentemente, a realidade social, com a finalidade de passar para um “patamar” de desenvolvimento mais justo, realizar a ideia de justiça. O Homem é um ser social que apenas na convivência com os outros pode evoluir e realizar-se. É esta natureza ambivalente como indivíduo autónomo e ser social que explica a diversidade de interesses, a “sociabilidade não social” segundo Kant. Sem a Função Ordenadora e Disciplinadora do Direito estes conflitos poderiam conduzir a um estado de desordem em que iria prevalecer a violência. 2 Baixado por M. Isabely (isamisaki250@gmail.com) lOMoARcPSD|31287645 Ana Sofia Macedo INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO A Sociedade muda, mas a Norma não é atualizada (o Direito é o espelho da Sociedade). Os valores da Sociedade mudam e o Direito obrigatoriamente tem de mudar, contudo ao longo da história houve diferentes soluções. Como foi visto até agora, o Direito tem como principal objetivo prevenir e resolver conflitos (LIBERDADE DE AUTODETERMINAÇÃO (autonomia)). Exemplo: contratos; ferramentas jurídicas; relações físicas (compra de um café, transportes públicos) As Regras Jurídicas são aplicadas quando há um choque de interesses (escolha de valores). PROTEÇÃO DOS MAIS FRACOS Na sociedade somos todos diferentes, sendo que uns possuem mais capacidades que outros, uns são mais fortes e outros são mais fracos. Quem não respeitar esta lei poderá ter consequências a nível jurídico. Perante a Lei, um indivíduo é maior de idade (tem capacidade de reger o seu poder /património sozinho) a partir do momento que atinge os 18 anos. Antigamente, só a partir dos 21 anos e que eram considerados maiores de idade. LEI DO CONTRATO NUPCIAL (1977) Nos dias de hoje, a idade aceite para casar é aos 16 anos, mas antigamente era mais cedo. Isto origina uma contradição em relação à idade mínima de 21 anos para atingir o dito maior de idade. É possível realizar emancipação somente em relação ao casamento ( não tem 18 anos, mas já tem capacidade de exercício) e não em relação ao maior de idade. Esta emancipação não desaparece com o divórcio nem com a morte de um dos cônjuges, mas se for inválido, ou seja, se for coagido a casar, este contrato poderá ser anulado- a emancipação desaparece. Aos 16 anos o jovem pode-se casar sem a autorização dos pais, mas continua a não exercer, ou seja, continuam a ser os pais a representar o menor de idade até este atingir os 18 anos. A fixação da idade poderá ser injusta, pois o indivíduo pode-se tornar maior mesmo que não tenha maturidade para tal. 3 Carruagem (tenta alterar a sociedade “puxando-a “) Puxa oComboio Baixado por M. Isabely (isamisaki250@gmail.com) lOMoARcPSD|31287645 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=resumos-introducao-ao-estudo-do-direito Ana Sofia Macedo INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PRECRISÇÃO vs. CADUCIDADE Desde já, é necessário salientar que estes dois conceitos têm significados distintos. A Prescrição é a consequência fora do tempo (esse direito já prescreveu), sendo que a exigência deste direito já não pode recorrer a tribunal, mas continua com o direito. A Caducidade, por outro lado, é quando um direito acaba, “morre”. Exemplo: Direito de Crédito (ajuda o indivíduo que deve dinheiro e não o credor) O António deve 100€ ao Bento (credor). SE não pagar poem a ação em tribunal, mas ao deixar prescrever o Direito (prazo de 20 anos), o Bento já não pode recorrer ao tribunal para pedir novamente o Direito. Somente o António é quer pode ir novamente a tribunal pedir o Direito. A solução justa era não dever prescrever, mas ao haver a prescrição e a caducidade existe segurança jurídica. A primeira preocupação foi fazer uma Constituição (organização fundamental do Estado Português) sendo que, tal aconteceu somente em 1976. LEI DA LIBERDADE Nos contratos não existe, perante a Lei, uma validade fixa, ou seja, basta as duas partes estarem de acordo. Exceções: compra e venda de imóveis tem de ser por escrito (por exemplo por um advogado). Caso isso não aconteça o contrato é dado como nulo (negócio é nulo). Esta nulidade do contrato é declarada pelo tribunal. TRIBUNAIS DA RELAÇÃO (2ª INSTÂNCIA) Funcionam como tribunais de recurso, ou seja, em regra o cidadão dirige-se a um tribunal de 2ª instância quando não concorda com a decisão final do tribunal da 1ª instância. CONTRATO DE COMPRA E VENDA Se o contrato for válido e se um dos sujeitos não pagar ou não entregar o que foi comprado, o contrato mantem-se válido. LEIS ATENDEM À DESIGUALDADE 4 25 ABRIL 1974 Baixado por M. Isabely (isamisaki250@gmail.com) lOMoARcPSD|31287645 Ana Sofia Macedo INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO Quem tem a arte de bem falar e persuadir o outro, está a aproveitar-se das suas fraquezas para seu próprio proveito. SOLIDARIEDADE SOCIAL Tem como principal objetivo igualar a população (ser justo). DEUSA DA JUSTIÇA: Espada Balança Venda nos olhos (a Romana tem venda por isso é que se afirma que esta cria injustiças, pois aplica o mesmo castigo a todos de igual modo. Por oposição temos a Deusa Grega que não tem venda) “ A Justiça é Dura” ---- “ Duralex Sadex” “Summum Jus, Summa Injuria” ---- “ O Máximo do Direito, o Máximo da Injustiça” FALAR DA IMPORTABILIDADE ≠ INIMPUTABILIDADE Por causa da sua condição a justiça não pode “castigar” porque não estava consciente dos seus atos. Quem é “maluco” e tem atitudes violentas são internados num hospício (estabelecimento psiquiátrico). Exemplo: Uma criança com 2 anos verte um copo de vinho noutra pessoa os pais serão os responsáveis. Mas, se a criança tiver mais de 7 anos esta será responsabilizada a nível civil. RESPONASIBILIDADE CIVIL Criança com mais de 7 anos (impotável) DIREITO E COAÇÃO VISÃO SOCIOLÓGICA DO DIREITO O que distingue o Direito das restantes ordens normativas é o facto de este apresentar coercibilidade (é a força de se fazer impor à força. O Estado serve-se de meios coercivos para impor a observância das normas) e, portanto, as suas regras têm de ser respeitas, caso contrário, é-se sancionado. É um instrumento de controlo social eficaz. 5 Baixado por M. Isabely (isamisaki250@gmail.com) lOMoARcPSD|31287645 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=resumos-introducao-ao-estudo-do-direito Ana Sofia Macedo INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO VISÃO JURÍDICA DO DIREITO O Direito é uma ordem orientada pela ideia de Justiça, este valor é lhe uma referência intrínseca e, portanto, é errado não o ter em conta na definição. A coercibilidade no Direito só existe para assegurar a Justiça. Para o Homem se realizar precisa de estar inserido numa sociedade, para a sociedade prevalecer é preciso haver Direito vigente, a vigência do Direito é dada pela coercibilidade. Se não houvesse coercibilidade ninguém obedeceria às normas e instalar-se-ia a Lei Do Mais Forte e a Anarquia. Desta forma, o recurso a meios de coação para repor a Justiça não só é legítimo como é também exigível. Podemos afirmar que sem coação o Direito era uma ordem sem eficácia social e, consequentemente, um fracasso, uma “lex imperfecta”. Portanto, a essência do Direito deve ser a Justiça, mas para esta ser assegurada é necessário entregar o monopólio do poder da força ao Estado e este recorrer a meios coercivos, impondo sanções a quem não cumprir as normas. Em suma, o Direito é uma ordem de conveniência humana com um sentido, o da Justiça. A Coação é o ato de coagir alguém a fazer algo sendo não só legítima como também exigível. “… Se não existir uma sociedade não pode haver Direito e para existir uma sociedade tem de vigorar um Direito.” COAÇÃO E COERCIBILIDADE A coação, como já foi referida anteriormente, consiste no ato de coagir alguém a fazer algo, sendo não só a legítima, mas também a exigível. A Coercibilidade, referido anteriormente, é a força de se fazer impor à força. O Estado serve-se de meios coercivos para impor a observância das normas. Nem todas as normas jurídicas são dotadas de coercibilidade, somente as normas imperativas/obrigatórias o são. O Direito não se define pela coercibilidade, mas esta é uma característica ou qualidade que resulta da própria natureza do Direito. DIREITO E PODER POLÍTICO “ O direito não instaura por si mesmo a paz, mas contribui para a manter quando a política a tenha estabelecido e se encontre em condições de impor e fazer respeitar as soluções por via jurídica, em lugar de soluções por via de violência.”; “ Se a vontade política entende recorrer deliberadamente à violência, O Direito não a pode impedir disso.” 6 Baixado por M. Isabely (isamisaki250@gmail.com) lOMoARcPSD|31287645 Ana Sofia Macedo INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO Podemos assim concluir que o Direito não depende da Força na sua validade, no seu sentido específico ou na sua essência. Força não é jurídica e a coação é. JUSTIÇA E SEGURANÇA O Direito tem dois fins, a justiça e a segurança. Uma das principais funções das instituições sociais é criar estruturas de ordem e estabilidade nas relações entre os membros de uma comunidade. O Direito tem como objetivo acrescentar a segurança ordenadora específica e própria a que se pode denominar “segurança jurídica”. Cada um pode criar expectativas jurídicas, onde assentam as suas decisões e os seus planos de vida, pois sabe que todos têm de obedecer ao Direito. O Direito proporciona aos seus destinatários segurança e certeza jurídica, através de: Positivação da lei Leis gerais (toda a gente) e abstratas (variedade de situações) Aparelho coercivo, que obriga o respeito pelo Direito Poder recorrer a um “poder neutro” – poder judicial Sujeição da Administração ao princípio da legalidade e imparcialidade Garantia do recurso contencioso contra quaisquer atos da Administração Exige-se ao direito que proporcione segurança, mas este não pode ser o seu único objetivo, é também necessário que as normas sejam justas, orientadas por valores como a liberdade e a igualdade. Então, por vezes, a segurança conflitua com a justiça, porque nem sempre o que transmite mais ordem é o mais justo. Apesar de a Justiça representar um ideal de hierarquia superior face a Segurança, muitas vezes o valor da segurança prevalece, pois está diretamente ligada à utilidade, às necessidades práticas e às urgências da vida. Exemplos em que prevalece a segurança: princípio da não retroatividade; normaque fixa a maioridade; normas que fixam prazos de caducidade ou prescrição e instituto do caso julgado. Existem duas técnicas legislativas: “ius strictum” o legislador é bastante preciso, claro e detalhado, garantindo a segurança jurídica em vez da justiça; 7 Baixado por M. Isabely (isamisaki250@gmail.com) lOMoARcPSD|31287645 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=resumos-introducao-ao-estudo-do-direito Ana Sofia Macedo INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO “ius aequum” o legislador não é tão detalhado e, portanto, há uma grande margem de flexibilidade, privilegiando a justiça e não a segurança. DIREITO E MORAL Como o Homem vive em sociedade, este depara-se com relações sociais, com por exemplo, jurídicas, amizade, normas, etc. A Moral é um conjunto de normas, baseadas em costumes e opiniões éticas, que visam o aperfeiçoamento do ser humano. Existe diferenças entre as Regras Jurídicas e as Regras Morais segundo estes critérios: 1. Mínimo Ético 2. Heteronomia e Coercibilidade 3. Exterioridade MÍNIMO ÉTICO Algumas regras sociais são básicas e indispensáveis à vida em sociedade. Estas regras são também morais. Crítica: Todas as regras jurídicas são regras morais? Não! Por exemplo, conduzir pela direita é uma regra jurídica em Portugal, mas na Inglaterra conduz- se pela esquerda e, por isso, não deixa de ser moral. Por esta razão, nem todas as regras jurídicas são morais. 8 Dito pelo crédito Todas as regras jurídicas são morais, mas nem todas as regras morais são jurídicas. DireitoRegras Morais MoralDireito Baixado por M. Isabely (isamisaki250@gmail.com) lOMoARcPSD|31287645 Ana Sofia Macedo INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO HETERONOMIA E COERCIBILIDADE Norma jurídica (heterónoma) significa que estas regras são impostas por outros (sociedade). Estas normas são diferentes das regras morais (autónomas), ou seja, neste caso é o próprio que forma as normas morais (ético, antiético, bem, mal), nascem com o indivíduo. A coercibilidade afirma-nos que as regras jurídicas quando não são cumpridas são impostas sanções. Por outro lado, as normas morais não são coercíveis porque a sociedade não vai impor nenhum castigo. Crítica à Heteronímia Se todas as normas jurídicas são heterónomas, então não existem regras jurídicas autónomas? Existe! Autonomia Privada – contrato (contrato modelo, por exemplo, o contrato de compra e venda) Crítica à Coercibilidade Muitas das norma jurídicas são facultativas, como por exemplo, o casamento aos 16 anos, a liberdade contratual (artigo 405º CC). As normas morais não são só autónomas, mas também partem pelo ambiente em que nos rodeia (por exemplo, se um pai disser ao filho que roubar é bom , este irá ficar incutido com isso – não é autónoma). EXTERIORIDADE Uma das coisas que diferencia o Direito e a Moral é o facto e o primeiro apenas se preocupar com aquilo que efetivamente afeta a sociedade, ignorando intenções e motivações internas que nunca se chegam a exprimir. A ação do Direito só se inicia, de acordo com esta teoria, no momento em que as ações se exteriorizam podendo afetar os demais. O direito não pode atuar sobre alguém com perfil de assassino se esse perfil não se manifestar através de uma ação criminosa, ou seja, ignora as intenções e exige a exteriorização da ação. Crítica: O Direito não se preocupa somente com a ação, também se preocupa com a intenção. Este, muitas vezes, analisa também a vertente interna do agente, por exemplo, é diferente matar com intenção ou por acidente. O Direito não pretende impor normas morais, mas isso não 9 Baixado por M. Isabely (isamisaki250@gmail.com) lOMoARcPSD|31287645 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=resumos-introducao-ao-estudo-do-direito Ana Sofia Macedo INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO significa que imponha normas imorais. Dado que o valor na essência do Direito é a Justiça e este é um valor ético, o Direito respeita a moral. Daremos o exemplo da neglicência, no qual, o indivíduo que o cometeu não tinha intenções de tal. A neglicência é oposta do premeditado que ocorre quando o indivíduo teve intenções de o executar e houve um planejamento da ação. Mas se houver uma situação em que não haja ato, somente a intenção não há punição. Ou seja, o Direito só atua se houver uma exteriorização da intenção. DIREITO E USOS SOCIAIS USOS SOCIAIS: regras que existem para tornar a vida social mais agradável, não sendo, contudo, essenciais à vida em comunidade. Quando estes não são cumpridos, pode haver algum tipo de censura da comunidade pelo seu incumprimento. Os usos sociais diferenciam-se do Direito no sentido em que não há coercibilidade, quando não se cumprem não há nenhuma sanção jurídica, mesmo assim, pode haver uma sanção de caráter social: segregação. Os usos também se diferenciam do Direito por as suas normas não estarem sistematizadas. Os usos sociais relevantes são possivelmente transpostos para o Direito, por exemplo, em determinados lugares no autocarro é exigível a sua cedência a pessoas idosas, deficientes, grávidas ou com criança ao colo. DIREITO OBJETIVO VS DIREITO SUBJETIVO O Direito em sentido Objetivo diz respeito ao complexo de regras gerais e abstratas que rege a vida em sociedade, definindo assim o estatuto das pessoas e as relações entre elas (relações sociais). Por exemplo, o Direito Civil, Direito Penal. Por outro lado, o Direito Subjetivo é a faculdade ou poder que é atribuído pelo Direito objetivo a certas pessoas no caso concreto, quando cumprem os requisitos do Direito Objetivo. Por exemplo, a liberdade contratual presente no artigo 405º, do CC. DISTINÇÃO ENTRE DIREITO PÚBLICO E DIREITO PRIVADO 10 Baixado por M. Isabely (isamisaki250@gmail.com) lOMoARcPSD|31287645 Ana Sofia Macedo INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO O Direito Público é um conjunto de normas que regula as relações e a organização das entidades públicas, baseia-se no Princípio da legalidade. Tem uma estrutura vertical porque existe hierarquia. O Direito Privado é um conjunto de normas que regula as relações entre particulares ou particulares e entidades públicas desprovidas de ius imperii, baseia-se no princípio da igualdade e da autonomia privada. Tem uma estrutura horizontal, porque os sujeitos estão ao mesmo nível, por causa da igualdade na dignidade. Existem três teorias para distinguir normas jurídicas privadas e públicas: 1. Teoria dos Interesses 2. Teoria da infra - ordenação e supra - ordenação 3. Teoria dos sujeitos Estas teorias ajudam a distinguir as relações jurídicas entre particulares (entre si), entidades públicas (entre si) e entre particulares e entidades públicas. TEORIA DOS INTERESSES A norma seria considerada de Direito Público se os interesses que a norma quer proteger são sobretudo Públicos. Por oposição, a norma seria considerada de Direito Privado se os interesses que a norma quer proteger são sobretudo Privados. – Finalidade da Norma. Crítica: Muitas das vezes a mesma norma pretende proteger tanto os interesses públicos como os interesses Privados, sendo impossível fazer esta distinção. Como é exemplo no caso do Homicídio. TEORIA DA INFRA - ORDENAÇÃO E SUPRA - ORDENAÇÃO O Direito Público disciplina as relações no qual uma parte encontra-se em posição de supremacia e outra de subordinação. O Direito Privado disciplina as relações em que as partes estão em posição de igualdade. Crítica: Visto que no direito público por vezes se legisla sobre duas entidades públicas que estão em posição de igualdade e no direito privado se pode legislar sobre partes que não estão em posição de igualdade. Temos como exemplo as relações entre pais e filhos menores (neste caso, estamos perante o Direito Privadoe, não existe uma relação de igualdade, visto que o pai tem mais poder sobre o filho do que o filho em relação ao pai); se a camara do Porto e a camara 11 Baixado por M. Isabely (isamisaki250@gmail.com) lOMoARcPSD|31287645 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=resumos-introducao-ao-estudo-do-direito Ana Sofia Macedo INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO de Gaia quiserem fazer uma ponte a meias (Direito Público), não irá haver supra ordenação (assim, não é obrigatório no Direito Público, haver relações de supremacia). TEORIA DOS SUJEITOS Quando abrange o Direito Público, tratam-se de relações nas quais as entidades públicas atuam com o seu ius imperii (as normas só serão válidas para alguns). Trata-se de Direito Privado quando regula a relação entre particulares ou entre particulares e entidades públicas, desde que estas estejam desprovidas do seu ius imperii (as normas serão válidas a todos). IMPORTÂNCIA DA DISTINÇÃO ENTRE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO Determinação da jurisdição competente: saber qual é o Tribunal que deve resolver o litígio entre as partes. Quando diz respeito ao direito privado o litígio deve ser encaminhado para o Tribunal Judicial, quando diz respeito ao direito público o litígio deve ser encaminhado para o Tribunal Administrativo e Fiscal. No regime da responsabilidade civil: a indemnização por prejuízos causados por uma entidade pública pode variar consoante se está no âmbito do Direito Privado ou no Direito Público. Se os prejuízos foram causados a um particular por um órgão, agente ou representante do Estado a exercer o seu ius imperii estamos no Direito Público. Se o dano decorrer duma situação em que a entidade pública abdicou do seu ius imperii estamos no âmbito do Direito Privado. RAMOS DO DIREITO PÚBLICO DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA A União Europeia é uma organização económica e política com um conjunto de regras próprio, diferente do que compõe os Estados-membros e o Direito Internacional. Engloba o Direito Primário, que diz respeito aos Tratados que fundam a União Europeia e os seus princípios jurídicos. Engloba também o Direito Derivado, que é baseado do outro, mas possui efeitos diretos no ordenamento jurídico português. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Conjunto de normas que regula as relações entre Estados ou entre Estados e entidades internacionais soberanas, como a ONU e a Santa Sé. As normas resultantes de Tratados ou 12 Baixado por M. Isabely (isamisaki250@gmail.com) lOMoARcPSD|31287645 Ana Sofia Macedo INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO Convenções têm aplicabilidade direta nos Estados que os assinaram, no Direito Português é através do art.8.º da Constituição. DIREITO CONSTITUCIONAL Conjunto de normas que regula a organização do Estado e dos seus órgãos de soberania, fixa os princípios fundamentais do Direito Português e desempenha um papel importante na proteção dos direitos e garantias dos cidadãos. É um ramo hierarquicamente superior. DIREITO ADMINISTRATIVO Conjunto de normas que organiza a Administração Pública, isto é, o conjunto de entidades que executa funções públicas relevantes: governo, ministérios, autarquias, hospitais públicos, etc. DIREITO FISCAL Conjunto de normas que regula os impostos: a sua incidência (o que é alvo de impostos), liquidação (o valor) e a sua cobrança. Está integrado no Direito Financeiro, que legisla a recolha, gestão e aplicação dos meios financeiros públicos e no Tributário (taxas e impostos). DIREITO PENAL Conjunto de normas que define as condutas consideradas crime e associa-lhes sanções. Entendemos por crime uma lesão de um bem jurídico essencial para a comunidade. A sanção pode ser uma pena privativa de liberdade, a prisão, ou uma pena pecuniária, multa (podendo haver ainda penas acessórias como o serviço comunitário), também pode ser medidas de segurança, quando se trata de inimputáveis. DIREITO CONTRAORDENACIONAL Conjunto de normas que define e sanciona condutas que são infrações menos graves que as analisadas em Penal – por ex. a conduzir um veículo. Aqui as sanções são sempre pecuniárias: coimas. DIREITOS PROCESSUAIS Conjunto de normas que regulam o processo jurídico em Tribunal. São considerados direitos adjetivos, pois servem de instrumento dos substantivos – civil, tributário e penal – as regras dos substantivos definem os direitos e as obrigações de cada sujeito jurídico. DIREITO DA CONCORRÊNCIA 13 Baixado por M. Isabely (isamisaki250@gmail.com) lOMoARcPSD|31287645 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=resumos-introducao-ao-estudo-do-direito Ana Sofia Macedo INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO Conjunto de normas que visa promover e proteger a concorrência, impedindo concentração de empresas que levam a monopólios e práticas impeditivas de concorrência. DIREITO DA REGULAÇÃO Conjunto de normas que visa proteger os interesses do consumidor nos setores público, privado e social. RAMOS DO DIREITO PRIVADO DIREITO CIVIL É o núcleo fundamental do Direito Privado, visto que a sua aplicação se estende a todas as áreas do Direito Privado, salvo aquelas que se tornam objeto de um direito especial. Contém um conjunto de normas aplicáveis aos seguintes estatutos: pessoal (que define a posição jurídica dos indivíduos), real (que tem a ver com o património de cada pessoa) e o contratual (que regula a celebração de negócios jurídicos, o intercâmbio de bens e serviços). Maioritariamente, está contido no Código Civil e subdivide-se em: Parte Geral – subdivide-se em: 1) das Leis, aqui tem as normas sobre as normas, com a teoria da interpretação e aplicação das leis – 2) das Relações Jurídicas Direito das Obrigações – regula o tráfico de bens e serviços, a reparação dos danos e tem por instituição fundamental o contrato, como forma por excelência de expressão da autonomia privada. Direitos Reais – direitos das coisas, ou seja, regem os direitos que dão aos indivíduos poderes sobre determinada coisa. A instituição central é a propriedade, mas é também constituído por Direitos Reais Menores. Direito da Família – abrange as relações familiares, regulando as relações de matrimónio, adoção, parentesco e afinidade. Direito das Sucessões – sucessão dos bens do falecido. Pode ser por força: testamentária (quando a sucessão do património está inscrita no testamento); legítima (quando a pessoa morre intestada e aplica-se uma hipótese de caráter supletivo); legitimária (quando uma parte da herança tem de ir para certas pessoas, forçosamente, contra a vontade do autor da sucessão). DIREITOS PRIVADOS ESPECIAIS setores que à partida estavam abrangidos pelo Direito Civil, mas vão autonomizar-se e ganhar especificações, continuando a fazer parte do Direito Privado. DIREITO COMERCIAL 14 Baixado por M. Isabely (isamisaki250@gmail.com) lOMoARcPSD|31287645 Ana Sofia Macedo INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO regula os atos de comércio. Regula como é que os bens, meios e serviços das empresas estão ao serviço para atingir o determinado objetivo. Integra o Direito das Sociedades Comerciais, o Direitos dos Valores Mobiliários (p. ex. ações da bolsa), o Direito Bancário (regula a atividade das instituições financeiras e de crédito) e o Direito dos Seguros (regula as instituições seguradoras e os seus seguros). DIREITO DO TRABALHO inicialmente apenas regulava as relações entre o trabalhador e o empregador, mas, hoje, abrange a proteção dos trabalhadores, a relação entre os sindicatos e empregadores. Reclama regras específicas, diferentes das do Direito Civil, pois nas relações laborais massificadas deixa de haver uma relação de igualdade, estando os trabalhadores numa situação de subordinação. DIREITO DO CONSUMIDORdestina-se à proteção do cidadão enquanto consumidor de bens e serviços, visto que as empresas que exploram monopólios têm um grande poder económico mais força que o consumidor. DIREITO DA PROPRIEDADE INTELECTUAL regula os direitos sobre os bens imateriais. Abrange os: Direitos de Autor, atribuído sobre as criações intelectuais artísticas, científicas e literárias (código do direito de autor e direitos conexos); Direito da Propriedade Industrial, que protege os direitos sobre os processos técnicos, através de patentes, por exemplo. DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO: resolve situações plurilocalizadas, isto é, em que as relações privadas que apresentam uma conexão relevante com mais do que um ordenamento jurídico, sendo preciso decidir qual o ordenamento que deve decidir aquele litígio. NORMA JURÍDICA A norma jurídica é uma regra de conduta geral abstrata e coerciva, ditada por uma autoridade competente (por outras palavras, é uma espécie de mediador entre aqueles critérios jurídicos que valem na sociedade, valores jurídicos, a norma aplica as decisões jurídicas na sociedade). Todas as normas jurídicas são compostas por 2 partes: HIPÓTESE OU ANTECEDENTE 15 Baixado por M. Isabely (isamisaki250@gmail.com) lOMoARcPSD|31287645 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=resumos-introducao-ao-estudo-do-direito Ana Sofia Macedo INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO Descrição em abstrato de uma situação, facto, acontecimento da vida (por exemplo: quem matar é punido por 10 anos de cadeia- hipótese “quem matar”), no qual, haverá consequência jurídica deste comportamento. “facti species” (espécie/tipo de facto) – Descrição ESTATUIÇÃO OU CONSEQUENTE É uma consequência jurídica resultante da verificação da hipótese legal (por exemplo tem de pagar Y). Os efeitos jurídicos consistem na atribuição de um direito ou na imposição de um dever. ART 483 CC (identificar a hipótese e a estatuição). Uma norma jurídica é considerada incompleta quando não tem ou a hipótese ou a estatuição (normalmente é a estatuição). Uma norma é remissiva quando esta é incompleta e necessita de outra norma agregada. SILOGISMO JUDICIÁRIO A premissa maior representa a norma, a premissa menor é representada pela situação concreta e a conclusão é a consequência jurídica prescrita na estatuição da norma. Por exemplo: Premissa maior - todo aquele que causar danos a outrem fica obrigado a indemnizar o lesado; Premissa menor - A causou danos na viatura de B; Conclusão - Logo, A está obrigado a indemnizar B pelos danos causados. Nestes casos, o tribunal observa o silogismo judicial e depois aplica uma norma. Entende-se por subsunção quando o tribunal entende que a situação corresponde a hipótese da norma x. O comportamento é a atitude praticada pelo sujeito (por exemplo: um raio atingiu a casa do António - não é um comportamento porque não foi provocada por uma ação humana, mas é um “facti species”). PREVISÃO OU FACTI-SPECIES Refere-se ao facto cuja verificação desencadeia a consequência jurídica. Mas, por vezes, os factos que se encontram na hipótese legal são dados normativos, isto é, conceitos que já são o resultado da aplicação de outras normas jurídicas (p. ex. o conceito de cidadão). Além disso, todos os conceitos utilizados pelas normas jurídicas são conceitos análogos, no sentido que acarretam não apenas o significado de referência comum, mas, principalmente, dão expressão a um específico sentido jurídico, são noções jurisdicionas – noções que a lei vai buscar às situações típicas da vida e faz sofrerem uma deformação ao serem incorporadas no sistema jurídico (por exemplo: prédio no artigo 1322.º, do CC ou quando o conceito de arma abrange ácidos corrosivos e gases letais). 16 Baixado por M. Isabely (isamisaki250@gmail.com) lOMoARcPSD|31287645 FACTOS JURÍDICOS Puros Factos Jurídicos Factos Exteriores Factos Internos Atos Jurídicos Simples Atos Jurídicos Declaração Quase - Negocial Declaração Negocial Ana Sofia Macedo INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO Isto faz com que seja a facti-species a identificar, especificar ou determinar a diferença das situações de facto do ponto de vista do Direito , do naturalista, do sociológico, do económico, etc. Por isso, é que um jurista na aplicação do Direito não se limita a constatar dados, é preciso uma intervenção da “species” jurídica, resolver problemas segundo critérios de articulação interiores, segundo a lógica própria do sistema. Todos os estes conceitos dos quais se esteve a falar são conceitos normativos. FACTO JURÍDICO A hipótese legal não se refere apenas a factos ou situações de facto, visto que contempla, muitas vezes, dados normativos e aí a hipótese legal parece dirigir-se apenas à descrição de factos, explicar conceitos jurisdicizados. Mas, os factos que se verificam na hipótese legal são factos jurídicos, isto é, eventos juridicamente relevantes que produzem efeitos jurídicos – são, então, o elemento que produz alterações na vida jurídica ou no mundo do direito. Os efeitos jurídicos traduzem-se sempre na constituição, modificação ou extinção de uma situação jurídica. 17 Baixado por M. Isabely (isamisaki250@gmail.com) lOMoARcPSD|31287645 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=resumos-introducao-ao-estudo-do-direito Ana Sofia Macedo INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO Puros Factos Jurídicos Exteriores Independentes do conhecer, da vontade e do agir do Homem (p. ex. localização de um terreno ou um incêndio). Puros Factos Jurídicos Internos: factos relacionados com a vida psíquica do Homem (p. ex. intenção). Atos Jurídicos há uma conduta humana dirigida pela vontade, que pode ser por ação, quando não se pode fazer, ou por omissão, quando não se pode tolerar um comportamento (ex. ação: matar; omissão: segurança não pode tolerar que um ladrão roube). Simples Atos Jurídicos condutas que produzem uma consequência jurídica, que o indivíduo até pode não a ter desejado e a sua atuação não visava esse efeito (p. ex. incêndio começado por alguém que adormeceu com uma vela acesa). Declaração Quase Negocial exteriorização de vontade que produz diretamente um efeito jurídico, independentemente de a consequência ser querida pela pessoa, ou não (p. ex. declaração de impostos vai levar ao ter que pagá-lo). Declaração Negocial exteriorização de vontade que produz os efeitos pretendidos (p. ex. testamento, contrato ou a renúncia de um direito). DIREITO SUBJETIVO O Direito Subjetivo, como já vimos anteriormente, é o poder jurídico de pretender/exigir, livremente, a outrem um comportamento (positivo ou negativo) ou por um ato de livre vontade, produzir determinados efeitos jurídicos, que inevitavelmente se impõem a outra pessoa (a contraparte). A norma estabelece uma relação específica de relação de causalidade, entre os factos a que se reporta na sua previsão e os efeitos jurídicos prescritos na sua estatuição. Os efeitos podem ser a imposição de um dever jurídico ou a atribuição de uma qualidade, competência ou faculdade jurídica (por exemplo, a atribuição da cidadania portuguesa) ou, ainda, a atribuição de direito subjetivo. 18 Baixado por M. Isabely (isamisaki250@gmail.com) lOMoARcPSD|31287645 Ana Sofia Macedo INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO Quando o direito confere a uma determinada pessoa um poder destinado à satisfação de um interesse próprio ou alheio, acompanhado da faculdade de dispor dos meios coercivos do ordenamento jurídico para proteger esse poder, diz-se que lhe atribui um Direito Subjetivo. O direito subjetivo pode ainda ser: Poder Jurídico De Exigir (quando a obrigação (civil) da outra parte é judicialmente exigível, ou seja, quando a contraparte não cumpre a obrigação civil a parte como direito subjetivo pode recorrer ao Tribunal para a obrigar) Poder Jurídico De Pretender Existe uma obrigação natural (dever moral/social), que está regulada nos artigos 402º a 404º, mas se a contraparte não cumprir, a parte que tem o direito subjetivo não pode recorrer ao Tribunal (por exemplo, no artigo 1245º - se alguém fizer uma aposta e não a pagar, a parte que tem o direito não pode recorrer ao Tribunal). Quando alguém tem um direito subjetivo, a outra parte tem sempre um dever/obrigação jurídico. TIPOS DE DIREITOS SUBJETIVOS DIREITOS DE DOMÍNIO Direitos absolutos, que podem ser opostos contra qualquer pessoa, logo, não precisa de haver previamente um vínculo jurídico (p. ex. direitos de personalidade, propriedade ou de autor). Têm eficácia “erga ormes” (contra todos). DIREITOS DE CRÉDITO Direitos relativos, que se impõem a certas e determinadas pessoas e só a estas é que se pode exigir um comportamento positivo ou negativo, esse comportamento é uma prestação (prestação de facto ou prestação de coisa). Têm eficácia relativa ou inter-partes. Neste direito existe um vínculo jurídico entre as partes. O “devedor” também tem certos direitos face ao “credor” -1037º. DIREITOS POTESTATIVOS Direito de por um ato livre de vontade, só de per si (unilateralmente) ou integrado por um ato de autoridade pública, produzir efeitos jurídicos (constituir, modificar ou extinguir uma relação jurídica) que, inevitavelmente, se impõem à contraparte, sem esta poder fazer nada, estando, por isso, num Estado de Sujeição. 19 Baixado por M. Isabely (isamisaki250@gmail.com) lOMoARcPSD|31287645 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=resumos-introducao-ao-estudo-do-direito Ana Sofia Macedo INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO - DIREITO POTESTATIVO CONSTITUTIVO (o titular deste consegue constituir uma relação jurídica entre si e uma contraparte, estando esta num Estado de sujeição – 414º e 1550º (se tiver um terreno que não tem acesso à via pública posso ter um direito de passagem/servidão sobre outro terreno, para ter acesso à via pública)) - DIREITO POTESTATIVO MODIFICATIVO (o titular pode modificar uma relação jurídica que já existe - 1568º (o proprietário do outro tal terreno pode, por efeitos de incómodo, modificar o caminho pelo qual o titular de direito constitutivo passa até à via pública)) - DIREITO POTESTATIVO EXTINTIVO (extinguir uma relação jurídica – 1773º nº3 e 1781 (o divórcio pode ser sem o consentimento de uma das partes, quando a outra requer a tribunal com algum fundamento, p. ex. a ausência, sem de que do ausente haja notícias, por tempo não inferior a um ano) ) DIREITOS DE DIREÇÃO Trata-se de um direito-dever ou direito-função, a ser exercido no interesse, não do seu titular, mas de terceiro. P. ex., o “poder paternal” (1901º e ss.) é um direito de direção, visto que alguém tem de reger/dirigir o filho e administrar os seus bens, no interesse deste. ÓNUS JURÍDICO Observância de certo comportamento para a obtenção de uma certa vantagem para o agente, ou como pressuposto da manutenção de uma vantagem ou ainda para evitar uma desvantagem; não é imposto como um dever. P. ex. ónus da contestação em processo civil – o réu deverá contestar aquilo que o autor alegou contra ele, para evitar que tal se dê logo como certo e provado; ónus do registo predial – aquele que adquire um imóvel, se pretende que tal aquisição tenha eficácia em relação a terceiros, tem de promover a sua inscrição nos livros de registo predial, caso contrário, aquele que lhe vendeu o imóvel pode vender a outro. SUJEITO JURÍDICO Os direitos, deveres, qualidades jurídicas e situações jurídicas, isto é, os efeitos jurídicos, recaem sempre sobre determinadas pessoas. São, então, imputadas a pessoas. Estas também são capazes de ser autores de factos jurídicos voluntários, fazendo atos jurídicos, nomeadamente, negócios jurídicos. Os Factos Jurídicos são eventos juridicamente relevantes, que têm efeitos jurídicos. 20 Baixado por M. Isabely (isamisaki250@gmail.com) lOMoARcPSD|31287645 Ana Sofia Macedo INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PERSONALIDADE JURÍDICA É um centro de imputação de efeitos jurídicos, ou seja, ter a capacidade de ser titular de direitos, obrigações e qualidades (como a de cidadania). Hoje em dia, todos os seres humanos têm personalidade jurídica, a partir do momento em que nascem (66º,nº1) e cessa com a morte (68º,nº1). Mas nem sempre foi assim, p. ex. os escravos não tinham quaisquer direitos. A personalidade jurídica implica desde logo a titularidade de certos direitos: os direitos de personalidade; estes são intrínsecos à própria natureza humana, são absolutos (há uma obrigação passiva universal) e são tutelados, visto que a sua violação gera uma responsabilidade (que pode ser civil ou penal). Mas a personalidade jurídica não é só atribuída aos seres humanos, é também atribuída a pessoas coletivas, ou seja, a organizações humanas que congregam várias pessoas e que se destinam a alcançar determinado fim. Se for uma mera organização de pessoas é uma associação. Se congregar pessoas e bens é uma sociedade (com escopo/fim lucrativo). Se for uma organização só de bens é uma fundação. Diz-se, então, que a lei personifica determinado substrato organizacional. Há uma representação orgânica das pessoas coletivas, ou seja, atuam mediante uma pessoa individual que assume determinado órgão, que assuma os interesses e execute as vontades da pessoa coletiva. CAPACIDADE DOS SUJEITOS JURÍDICOS CAPACIDADE JURÍDICA (artigo 67.º) Esta capacidade jurídica é a aptidão para ser titular de direitos e obrigações, isto é, ser titular de um círculo maior ou menor de relações jurídicas. Há quem diga que este conceito não é relevante, pois não acrescenta nada de novo à personalidade jurídica. CAPACIDADE DE EXERCÍCIO DE DIREITOS É a capacidade para atuar juridicamente, isto é, adquirir e exercer direitos, assumir e cumprir obrigações por ato próprio e com eficácia jurídica. É a capacidade de se dispor dos direitos de que se é titular ou criar novas relações jurídicas, através de atos jurídicos, nomeadamente negócios. Ao contrário da personalidade jurídica, nem todos os seres humanos em todos os momentos têm esta capacidade (menores - artigo 123.º e interditos - artigo 138.º) e, por isso, carecem de um representante que, em seu nome e no seu interesse, exerçam tais direitos – representantes legais – sozinhos não podem reger a sua pessoa e dispor dos seus bens. Mas também as pessoas dotadas de capacidade de exercício podem fazer substituir-se no exercício de certos direitos, ou na prática de negócios jurídicos, mediante um representante à sua escolha – representação voluntária. Há ainda os inabilitados (artigo 152.º), a quem é atribuído um 21 Baixado por M. Isabely (isamisaki250@gmail.com) lOMoARcPSD|31287645 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=resumos-introducao-ao-estudo-do-direito CRITÉRIO DA AUTONOMIA PRIVADA Imperativas PrecetivasProibitivas Dispositivas Permissivas Interpretativas Supletivas Ana Sofia Macedo INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO curador, este tem de autorizar e controlar os negócios do inabilitado, por isso, diz-se que a sua capacidade de exercício de direitos existe, mas é limitada. Nos menores de 18 anos, normalmente, os representantes legais são os pais. Há algumas exceções à incapacidade dos menores – artigo 127.º Nos interditos, isto é, aqueles que devido a uma anomalia psíquica, surdez, mudez ou cegueira não se mostrem capazes de governar os seus bens, normalmente, têm como representantes legais o tutor. Os inabilitados são quem tem uma anomalia psíquica, surdez, mudez oucegueira, mas mostram-se capazes de governar os seus bens, ou até quem abuse habitualmente de bebidas alcoólicas ou estupefacientes. Os atos destes precisam da autorização de um curador. CAPACIDADE DELITUAL É a aptidão para responder por factos ilícitos que a pessoa cometeu, isto é, capacidade para ser sujeito de uma responsabilidade penal e de uma responsabilidade civil – têm uma capacidade de imputabilidade, ou seja, capacidade de responder pelos atos que pratica. Do ponto de vista da responsabilidade civil (488.º), é imputável quem tem a capacidade de entender e querer aquilo que estava a praticar, sendo, por isso, necessário observar o caso concreto, mas presume-se que algumas pessoas à partida são inimputáveis (488º,nº2): as pessoas com menos de 7 anos e os interditos por anomalia psíquica. Do ponto de vista penal (19.º C.P.), como as sanções são mais graves já se fixa uma idade para existir responsabilidade – os 16 anos – até aqui todos são inimputáveis, não podendo ser julgados nem condenados, independentemente do terem a capacidade de entender e querer. 22 Baixado por M. Isabely (isamisaki250@gmail.com) lOMoARcPSD|31287645 Normas JurídicasNormas Jurídicas Normas Imperativas Normas Imperativas Normas Perceptivas Normas Perceptivas Normas Proibitivas Normas Proibitivas Normas Dispositivas Normas Dispositivas Normas Interpretativas Normas Interpretativas Normas Supletivas Normas Supletivas Normas Concessivas Normas Concessivas Ana Sofia Macedo INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO Ficções legais – em vez de remeter para determinadas normas o legislador estabelece que o facto ou a situação N O R M A S J U R Í D I C A S N O R M A S D I S P O S I T I V A S Aplicam-se caso haja declaração da vontade nesse sentido; normas que podem ser evitadas pelo destinatário, sendo que este tem a liberdade de afastar a norma por meio de uma dada ação ou não – ação: 23 Baixado por M. Isabely (isamisaki250@gmail.com) lOMoARcPSD|31287645 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=resumos-introducao-ao-estudo-do-direito Ana Sofia Macedo INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO Normas Permissivas (Normas que autorizam um determinado comportamento) Normas Interpretativas (Norma que, em caso de dúvida na manifestação de vontade, esclarece o que deve ser feito) Normas Supletivas (só faz sentido no domínio do negocio jurídico ; visam suprimir a falta de manifestação de vontade das partes. Só intervêm quando as partes não manifestaram a vontade supondo que estas não o fizeram porque estavam de acordo com os trâmites comuns apresentados no Código Civil. o (por exemplo a determinação de quem paga às custas do conservatório no ato de venda de um imóvel). (artigo 1717 do Código Civil, por exemplo)) Normas que indicam o que fazer quando as partes não declaram a vontade no que diz respeito a determinadas matérias) N O R M A S I M P E R A T I V A S Aplicam-se independentemente da declaração da vontade – Jus cogens; visam atribuir um sentido a uma declaração ou comportamento de um sujeito jurídico privado; visam fixar um sentido para as declarações das partes quando elas não o fizeram, artigo 226º e 1424º do CC. Normas Percetivas (Normas que impõe um determinado comportamento) Normas Proibitivas (Normas que proíbem um comportamento. Por exemplo: a norma que pune o furto, o homicídio, as ofensas corporais, etc.) C O D I F I C A Ç Ã O C Ó D I G O É uma lei em sentido material, ou seja, um conjunto de normas gerais e abstratas. Contém a disciplina fundamental de certa matéria ou ramo do Direito. Esta disciplina é realizada por uma forma científico-sistemática e unitária. 24 Baixado por M. Isabely (isamisaki250@gmail.com) lOMoARcPSD|31287645 Ana Sofia Macedo INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO Este plano sistemática facilita a construção científica do Direito, pois, põe em evidência os princípios comuns, as grandes orientações legislativas, os grandes nexos construtivos e funcionais – articulação entre os diversos institutos. E S T A T U T O Lei que regula de forma sistemática e unitária uma certa atividade, carreira ou profissão. O Estatuto não tem matéria suficientemente importante para a vida social, nem ampla, ao ponto de justificar a designação de código. o Exemplo: Estatuto de Comerciante, Estatuto Disciplinar dos Funcionários Civis do Estado, Estatuto dos Magistrados Judiciais, etc. L E I S O R G Â N I C A S Leis que organizam e regulam o funcionamento de um serviço ou entidade pública. A sua matéria também não é suficientemente revelante para criar um Código, à semelhança dos Estatutos. o Exemplo: Lei Orgânica do Ministério das Finanças, Lei Orgânica dos Tribunais Judiciais, Lei Orgânica da APDL, etc. M I C R O C Ó D I G O S Organizados e unificados, mas regulam áreas muito específicas. Pequenos diplomas. L E I S A V U L S A S O U L E G I S L A Ç Ã O E X T R A V A G A N T E Pela sua organização sistemática, permitem raciocínios e inferências paralelos aqueles que os códigos facultam. o Exemplo: Lei do Arrendamento Rural P R I N C I P A I S C Ó D I G O S P O R T U G U E S E S Código Civil Código do Processo Civil Código Penal 25 Baixado por M. Isabely (isamisaki250@gmail.com) lOMoARcPSD|31287645 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=resumos-introducao-ao-estudo-do-direito Ana Sofia Macedo INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO Código do Processo Penal Código Comercial Código Administrativo Constituição (é também um código apesar de não se comummente designada como tal) VANTAGENS DE HAVER CODIFICAÇAÕ DESVANTAGENS DE HAVER CODIFICAÇÃO Conhecimento mais fácil do Direito, graças à concentração e sistematização da matéria. É inadequada para resolver os problemas de uma sociedade em mutação constante e acelerada, visto que a codificação formaliza e rigidifica o Direito. Evita incongruências e contradições ao criar- se uma disciplina que é unitária sobre a matéria. Não é uma instituição de sistema fechado, mas sim uma Forma formadora que postula implementação e complementação. Facilidade em encontrar a solução para o problema com que se depara, garças à sua organização. É o resultado a que tende todo o esforço da ciência jurídica. T É C N I C A S L E G I S L A T I V A S As técnicas legislativas são usadas pelo legislador de modo a garantir ganhos de eficiência e de clareza na elaboração das normas jurídicas e dos códigos, certificando que os códigos não se mantenham rígidos, mas sim flexíveis. P A R T E S G E R A I S Resulta de uma exigência de técnica jurídica: evitar repetições, fixar os princípios gerais e disposições normativas, dar resposta antecipada. São uma compilação de pré-decisões, ou seja, dão resposta antecipada a um catálogo de questões, cuja solução é extensível a todas as regulamentações particulares que a lei estabelece. Põe em evidência aquelas disposições que são comuns às várias matéria reguladas, evitando assim repetições (passa a não ser necessário dizer mais do que uma vez aquelas disposições que são comuns a mais do que uma matéria em particular). 26 Baixado por M. Isabely (isamisaki250@gmail.com) lOMoARcPSD|31287645 Ana Sofia Macedo INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO o Exemplo: O I livro do Código Civil chama-se “Parte Geral”, pois tem princípios e regras que se aplicam a todos os outros livros do Código Civil, ou normas que se aplicam aos contratos em geral, podendo ainda aplicar-se aos contratos de compra e venda. R E M I S S Õ E S São aquelas em que o legislador, em vez de regular diretamente a questão de direito em causa, lhe manda aplicar outras normas do seu sistema jurídico, evitando assim a repetição de normas. Norma indireta e não autónoma. Podem descrever uma hipótese legal e, depois, mandar aplicar a estatuição de outra, sendo que isto é o mais comum, mas também pode remeter para a hipótese legal de outra norma. o Exemplo: Artigo 678º e 692º ou 974º, do Código Civil. As Remissões podem ser: o Em cadeia ou à segunda potência (remissões em que um artigo remete para outro e este, por sua vez, remete para outro). Exemplo: Artigo 433º, 289º, 1269º, do Código Civil. o Amplas (remetem para outra secção). Exemplo: Artigo 913º remete para uma secção do Código Civil. o Muito amplas (remetem para outro diploma, dando uma função integradora auxiliar ao regime). Exemplo: Artigo 1º do C.P. do Trabalho remete para o C.P. Civil ; artigo 433º. o Por extensão da aplicação do regime (visam estender a aplicação de um regime a outras matérias). Exemplo: Artigo 939º - manda aplicar as normas da compra e venda a contratos onerosos. o Infra sistemáticas (quando o legislador manda aplicar outra norma do mesmo sistema jurídico, podendo estar no mesmo diploma legal, ou não). o Extra sistemáticas (remissões para sistemas jurídicos diferentes). 27 Baixado por M. Isabely (isamisaki250@gmail.com) lOMoARcPSD|31287645 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=resumos-introducao-ao-estudo-do-direito Ana Sofia Macedo INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO Exemplo: Artigo 8.º da CRP ou artigo 1625.º remete para o casamento canónico. F I C Ç Õ E S L E G A I S Funcionam como remissões implícitas, ou seja, em vez de expressamente remeter para normas determinadas que regulam determinados factos ou situações, o legislador estabelece que o facto ou situação a regular é ou se considera igual àquele facto ou situação para que já se acha estabelecido um regime na lei. o Exemplo: Artigo 805º, nº2, alínea c). D E F I N I Ç Õ E S L E G A I S Definem determinados conceitos. São normas incompletas, visto que não têm nem hipótese legal nem estatuição. o Exemplo: Artigo 202º definição de coisa; artigo 1577º definição de casamento; artigo 762º definição de cumprimento. P R E S U N Ç Õ E S Judiciais (são feitas pelo julgador/tribunal e só podem acontecer quando há prova testemunhal). Legais (tal como nos diz no artigo 349º do Código Civil, as presunções são “as ilações que a lei ou o julgador tira de um facto conhecido para firmar um facto desconhecido” e, “quem tem a seu favor a presunção legal escusa de provar o facto a que ela conduz”, artigo 350º, nº1 do Código Civil. o Iures et de iure (presunções legais absolutas e irrefutáveis, que nunca podem ser contrariadas). o Iuris tantum (presunções legais relativas, podendo ser refutadas mediante prova em contrário, isto é, cedem perante prova em contrário que não foi acompanhado o facto presumido). Exemplo: Artigo 350º, nº2 (quando a lei nada diz a presunção é deste tipo). C O N C E I T O S I N D E T E R M I N A D O S Conceitos que dão maior flexibilidade e que são usados no ius aequum. São normas que carecem de preenchimento valorativo, não têm um conteúdo perfeitamente traçado na lei, fazem com que a lei não se torne demasiado rígida e, desta forma, seja capaz 28 Baixado por M. Isabely (isamisaki250@gmail.com) lOMoARcPSD|31287645 Ana Sofia Macedo INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO de acompanhar a evolução da sociedade, pois é possível que sejam aplicados consoante o caso concreto, dando então a tal flexibilidade ao sistema. o Exemplo: os bons costumes, prazo razoável, boa fé. C O N C E I T O S D E T E R M I N A D O S Conceitos claros e rigorosos, que são usados no ius strictum. Conceitos cujos contornos estão perfeitamente traçados na lei, transmitem segurança e certeza jurídica, pois não há grande margem de interpretação. o Exemplo: prescrição e usucapião. C L Á U S U L A S G E R A I S Exprimem através de conceitos indeterminados (artigo 334º do Código Civil). É caracterizada pela sua maior abertura, que alarga o seu campo de aplicação, deixando bastante indefinidos os casos a que virá a aplicar-se. O legislador pode recorrer a enumerações, mas estas são meros exemplos (artigo 1083º, nº2 do Código Civil). Vantagens de usar Cláusulas Gerais Desvantagens de usar Cláusulas Gerais Têm um campo de aplicação muito alargado, o que permite evitar lacunas, situações em que a lei não dá uma resposta. Traz insegurança jurídica. Permite adequar o direito às particularidades do caso concreto. R E G U L A M E N T A Ç Ã O C A S U Í S T I C A Limita-se a prever e regular grupos de casos especificados, através da tipificação dos pressupostos da consequência jurídica, fazendo com que a norma tenha facti-species tipificada. É muitas vezes inadequada, já pela própria complexidade da matéria a regular, por se tratar de relações sociais sujeitas a uma mutação acelerada. Vantagens de haver Regulamentação Casuística Desvantagens de haver Regulamentação Casuística 29 Baixado por M. Isabely (isamisaki250@gmail.com) lOMoARcPSD|31287645 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=resumos-introducao-ao-estudo-do-direito Ana Sofia Macedo INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO Traz maior segurança e certeza jurídica, dando maior previsibilidade. Algum sacrifício da justiça, não é adequado para regular matérias complexas. Torna a lei muito rígida e pouco flexível, logo, há pouco permeabilidade do Direito face à evolução das conceções sociais, o que pode fazer a que haja uma desatualização das normas e dificulta a aplicação das normas ao caso concreto. S I S T E M A T I C I D A D E E O T R A B A L H O D O J U R I S T A Dada a sistematicidade e articulação podemos conceber o ordenamento jurídico como um sistema – o sistema jurídico. Desta sistematicidade e unidade do ordenamento jurídico e da interconexão dos diversos complexos normativos resultam certas repercussões que se refletem sobre o trabalho preparatório dos textos legais, sobre o trabalho do jurista. Para a elaboração de projetos legislativos o O autor do projeto tem de começar por documentar-se minuciosamente sobre a história legislativa do setor em causa, estudando a jurisprudência, os dados de Direito Comparado, isto é, as soluções legislativas dadas ao problema noutros países, deve ter em conta todas as possíveis ligações do complexo normativo. o Também terá que faze remissões e ressalvas relativamente a disposições contidas em outras leis e relativamente a disposições previstas para o projeto em elaboração. o Tudo dentro de um plano bem organizado, em que se começa pelas disposições gerais e se termina pelas disposições transitórias. o Há que ter cuidado com as expressões técnico-jurídicas utilizadas, tem de conhecer bem as técnicas legisladoras e tem de prestar grande atenção aos problemas eventualmente suscitados pela entrada em vigor da lei, estabelecendo, por isso, as necessárias disposições transitórias. Os juristas-intérpretes o Têm de conhecer todo o contexto da lei, pois ao aplicar uma norma está-se a aplicar todo um sistema jurídico, minuciosamente articulado e coeso. 30 Baixado por M. Isabely (isamisaki250@gmail.com) lOMoARcPSD|31287645 Ana Sofia Macedo INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO T U T E L A J U R Í D I C A N O R M A J U R Í D I C A Diferentes das normas morais, das normas de cortesia das outra regras de conduta social Caracterizam-se pela sua coercibilidade Assegurada pelo aparelho de coerção estadual A ordem jurídica estadual tem por detrás de si o aparelho estadual (por um lado, impõe e tutela o direito objetivo e, por outro lado, representa a garantia jurídica dos direitos subjetivos, dando assim uma consciênciaprática que contribui para tornar viável um tráfico económico de bens e serviços, bem como a circulação de valores económicos rápida e segura ). Por exemplo: se alguém deve 50 mil euros a outrem e não os paga, o credor pode recorrer ao Tribunal e, verificada a existência da dívida, o Tribunal condena o devedor a pagar a dívida (ação declarativa) e se este não o fizer pode dar-se uma execução (ação executiva) sobre os bens do devedor, ou seja, os seus bens são apreendidos e vendidos, sendo que o produto da venda vai para o credor. A P A R E L H O E S T A D U A L Complexo Compreendem tanto a Justiça (conjunto de tribunais que existem e impõe o respeito pelos direitos, quando este não são voluntariamente respeitados) como a Administração (poder executivo, cujo principal titular é o Governo, que dá ainda mais consciência à garantia dos direitos subjetivos, visto que permite a imposição à força da observância da ordem jurídica ou as sanções correspondentes à violação (inclui polícias, exército, prisões, entre outros)) Artigo 209º e 210º da CRP T U T E L A P R E V E N T I V A São medidas que estão destinadas a impedir a violação da ordem jurídica, a prevenir ou a evitar a inobservância das normas – medidas preventivas. Exemplo: quando uma autoridade pública fiscaliza um espaço público. Uma autoridade pública pode ser: a polícia, guarda florestal, etc. 31 TUTELA PÚBLICA: meios do Estado tornar efetivas as normas jurídicas garantindo que as normas jurídicas não são violadas ou quando são despertam um mecanismo nas autoridades competentes. Em condições normais deve-se recorrer a este tipo de tutela. Baixado por M. Isabely (isamisaki250@gmail.com) lOMoARcPSD|31287645 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=resumos-introducao-ao-estudo-do-direito Ana Sofia Macedo INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO Podemos ainda dizer que as medidas preventivas podem ser aquelas que proíbem a prática de determinada atividade ou o exercício de certa profissão àqueles que tenham sido condenados por determinados delitos. T U T E L A C O M P U L S Ó R I A Atuam sobre o indivíduo que infringiu a norma, com o intuito de o obrigar a adotar o comportamento devido; Nos sistemas jurídicos contemporâneos não existe prisão por dívidas. Em certos caso, admitia-se que a prisão pudesse funcionar como meio de obrigar o devedor a cumprir uma certa obrigação; Meios compulsivos de tipo privado: o Direito Civil (exceção de não cumprimento e o direito de retenção, por vezes chamada por cláusula penal) o Direito Fiscal (juros de moda têm uma função compulsiva) T U T E L A R E C O N S T I T U T I V A Medidas que são aplicadas depois da norma ter sido violada e obriga o lesante a constituir a situação de lesado antes de ocorrer o facto danoso. Existem três formas: Reconstituição “in natura” (execução específica, dá exatamente aquilo que danificou. Artigo 562º e 827º do CC); Reintegração por mero equivalente (quando não é possível a reconstituição natural, não repara totalmente os danos ou é excessivamente onerosa dá-se o equivalente em dinheiro. Artigo 566º do CC); Compensação (quando o dano não tem natureza patrimonial, o lesante fica obrigado a dar uma soma pecuniária, como compensação. Artigo 469º do CC). S A N Ç Õ E S P U N I T I V A S Esta tutela aplica- se a casos de violação mais graves da ordem jurídica, por isso aplicam-se: Responsabilidades penais (o delinquente é obrigado a prestar contas à própria sociedade pela violação da ordem estabelecida) Responsabilidades civis (danos causados à vitima do delito e, quanto a este aspeto, trata-se na verdade de proceder à reconstituição da situação anterior ao ato). 32 Baixado por M. Isabely (isamisaki250@gmail.com) lOMoARcPSD|31287645 Ana Sofia Macedo INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO Isto significa que o violador da norma não tem exclusivamente uma relação com a pessoa que lesou, mas tem com toda a comunidade, por ter lesado um bem essencial para a vida em comunidade (implica penas privativas de liberdade ou pecuniárias). Por exemplo: se A ataca B causando-lhe lesões corporais, será condenado não só a repara os danos causados a B como ainda a cumprir uma pena pelo crime de ofensas corporais. As penas têm uma função preventiva: positiva e negativa, geral e especial/geral. Efeito positivo geral: transmite segurança à comunidade. Efeito negativo geral: dissuasão, leva a comunidade a não praticar a mesma ação. Prevenção pessoal positiva: funciona como recuperação do delinquente para a sociedade. Prevenção pessoal negativa: delinquente não voltará a praticar os mesmos atos. Para além disso, têm uma função retributiva, na medida em que o castigam pela infração. I N E F I C Á C I A E I N V A L I D A D E D O S A T O S J U R Í D I C O S A ineficácia e a invalidade dos atos jurídicos dá-se quando alguém pretende obter certo resultado jurídico, omitindo e não cumprindo requisitos legais. Há uma ineficácia em sentido amplo, quer dizer, a ordem jurídica reage perante os atos jurídicos inconformes com as leis impedindo-os de produzir todos os efeitos jurídicos pretendidos. Essa reação pode ser por inexistência jurídica ou invalidade. Inexistência jurídica: quando há um ato, mas nem sequer tem a materialidade própria de um ato jurídico (artigo 245º do CC), logo, é um ato inexistente em termos jurídicos (por exemplo: numa peça de teatro ator pede para casar com alguém da plateia); Invalidade: um ato que existe materialmente, mas sofre um vício que justifica a sua não produção de efeitos jurídicos (artigo 285º a 294º do CC). Pode ser a nulidade ou a anulabilidade. o Nulidade (artigo 286º do CC): quando o ato que é praticado não chega a produzir nenhum efeito jurídico e qualquer pessoa pode invoca-la sem dependência de prazo. o Anulabilidade (artigo 287º do CC): quando o ato jurídico produz os efeitos normais, mas são efeitos transitórios, a anulabilidade pode ser invocada apenas por determinadas pessoas dentro de um prazo. Ineficácia jurídica em sentido estrito: o ato não é nulo nem anulável, mas é ineficaz, na medida em que não produz todos os efeitos que poderia. P. ex. 269º se o representante de alguém exceder os seus poderes num negócio este negócio existe e é válido, só que é ineficaz em relação ao representado. 33 Baixado por M. Isabely (isamisaki250@gmail.com) lOMoARcPSD|31287645 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=resumos-introducao-ao-estudo-do-direito Ana Sofia Macedo INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO T U T E L A P R I V A D A / A U T O T U T E L A D O S P A R T I C U L A R E S As entidades públicas têm de realizar os atos de coerção destinados a prevenir ou a sancionar os atos ilícitos. No artigo 1º do CPC diz-nos que “ a ninguém é lícito restitui-se ao exercício do direito de que seja titular por sua própria força e autoridade, salvo nos casos e dentro dos limites declarados na lei”. Existem casos declarados na lei em que ação dos particulares pode funcionar como meio de tutela dos direitos, ou como meio de prevenir a sua violação, nos quais temos: Ação direta Legítima defesa Estado de necessidade O Direito de Retenção também representa uma manifestação da ideia da autotutela privada. Em termos diferentes, o direito legal de resolução por incumprimento representa igualmente um meio de autotutela privada C L A S S I F I C A Ç Ã O D O S M E I O S D E T U T E L A D O D I R E I T O Heterotutela ou Tutela Pública abrange: Tutela Preventiva (em geral) ; Tutela Compulsiva (em geral) ; Tutela Reconstitutiva ; Tutela Punitiva ; Tutela que se traduz na recusa de efeitos jurídicos aos atos jurídicospraticados sem obediência aos requisitos exigidos por lei ou cláusulas contrárias à lei. Assim, a tutela jurídica não consiste sempre na prática de atos matérias de execução forçada: Apreensão de bens Aplicação da pena de prisão 34 Artigo 336º a 339º do CC, artigo 20, nº2 da CRP Tutela Jurídica Heterotutela / Tutela Pública Autotutela / Tutela Particular, com caráter execional Baixado por M. Isabely (isamisaki250@gmail.com) lOMoARcPSD|31287645 Ana Sofia Macedo INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO Despejo efetuado por mandato da autoridade judicial ou administrativa Maioritariamente, as sanções traduzem-se na criação de situações jurídicas desfavoráveis (por exemplo, constituição de um autor do facto ilícito danoso na obrigação de indemnizar) ou na não produção dos efeitos de direito pretendidos pelas partes. A T U T E L A D O D I R E I T O E A T U T E L A D OS D I R E I T O S Quando falámos em meios de tutela reconstitutivos, referimo-nos a meios de tutela dos direitos subjetivos, na medida em que só se vai reconstituir ou compensar determinada pela inobservância do direito específico daquela pessoa. Quando falamos em resolução de um contrato por incumprimento, em divórcio por violação dos deveres conjugais ou em exclusão de um sócio por violação dos deveres para com a sociedade são sempre situações que visam tutelar direitos subjetivos. Mas os direitos dos particulares não estão só garantidos contra a violação por parte de outros particulares, também são tutelados face à Administração Pública. Quando o direito de um particular tiver sido violado por uma autoridade administrativa, o particular cujo direito foi violado adquire, p. ex., um direito de indemnização contra a Administração Pública e contra os seus agentes. Os meios de tutela postos à disposição dos particulares também funcionam como tutela do Direito (do direito objetivo). P. ex. a faculdade conferida ao titular de um direito de recorrer dos atos administrativos ilegais é um dos meios de tutela da legalidade dos atos da Administração. Outro meio de tutela do Direito é a fiscalização da legalidade dos atos pelos superiores hierárquicos, que podem revogar os atos. A lei tutela um interesse coletivo, através da atribuição de um direito a um particular, p. ex. art. 1083º, nº2 d) um proprietário naquelas circunstâncias tem o direito de resolver o contrato, não ficando com a sua casa desvalorizada pela falta de uso, e dessa forma também contribui para o interesse coletivo, na medida em que outra pessoa realmente interessada tem a possibilidade de arrendar um imóvel. S A N Ç Ã O E S I S T E M A J U R Í D I C O A Sanção de Invalidade (recusa da eficácia jurídica) é uma ordem diferente da dos outros tipos de sanções. A Sanção Jurídica consiste na “reação da ordem jurídica à inobservância ou à violação das sua normas”. Esta sanção pode-se situar a dois níveis: 35 Baixado por M. Isabely (isamisaki250@gmail.com) lOMoARcPSD|31287645 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=resumos-introducao-ao-estudo-do-direito Ana Sofia Macedo INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO o Nível próprio das normas que fixam os pressupostos dos atos de exercício eficaz (válido) de um poder ou competência, ou proíbem certos atos jurídico – constitutivos ou normativos. A sanção traduz -se na recusa, total ou parcial, de eficácia jurídica dos atos praticados com incumprimento das ditas normas; o Ao nível das restantes normas jurídicas, a reação à violação delas traduz-se mais incisivamente no desencadeamento (produção) de determinados efeitos jurídicos: Constitutivos Modificativos Extintivos Impeditivos / inibidores Não é possível violar normas jurídicas sem efeitos jurídicos, pois se isto acontecesse significaria que o sistema jurídico não teria autonomia perante o seu envolvimento político- social. Se aos efeitos jurídicos da violação de uma norma se não seguem medidas práticas efetuadoras, de forma sistemática e por um longo tempo, então a norma acaba por perder a qualidade de norma jurídica. Só a sua violação deixa de desencadear efeitos jurídicos. P O S I Ç Ã O C O N S T I T U C I O N A L E F U N Ç Ã O D O P O D E R J U D I C I A L Artigo 202º - CRP Função Jurisdicional 1. Os Tribunais são os órgãos de soberania com competência para administrar a justiça em nome do povo. 2. Na administração da justiça incumbe aos tribunais assegurar a defesa dos direitos e interesses legalmente protegidos dos cidadãos, reprimir a violação da legalidade democrática e dirimir os conflitos de interesses públicos e privados. 3. Nos exercício das suas funções os tribunais têm direito à coadjuvação das outras autoridades. 4. A lei poderá institucionalizar instrumentos e formas de composição não jurisdicional de conflitos. A J U R I S D I Ç Ã O E M S E N T I D O M A T E R I A L : J U R I D I Ç Ã O E A DM I N I S T R A Ç Ã O Imparcialidade: Os tribunais estão sujeitos à lei, ao Direito; Incompatibilidade 36 Baixado por M. Isabely (isamisaki250@gmail.com) lOMoARcPSD|31287645 Ana Sofia Macedo INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO o Os juízes têm incompatibilidade geral, não podendo exercer outra função pública com a exceção de docente ou de investigação; o Os juízes não podem estar expostos a outros interesses – artigo 216º da CRP Impedimentos o Os impedimentos traduzem-se em algo mais concreto, quando é atribuído um caso a um juiz, ele pode pedir exclusão nas seguintes situações Conflito de interesses Conflito de interesses durante o decorrer do processo. No caso do juiz não o fazer, qualquer das partes pode suscitar o conflito de interesses - Incidente de Suspeição. Garantias: Estatuto dos magistrados judiciais o Impedimentos dão origem a pedidos de escusa e incidente de suspeição. Os juízes têm um impedimento textual relativamente ao exercício de qualquer outra função, exceto como professores de direito, sendo que não são remunerados – Artigo 216º, nº3 da CRP. Independência Artigo 203º da CRP Irresponsabilidade – artigo 216º, nº2 da CRP o Os juízes nunca podem ser chamados a responder perante as partes do caso em que tiveram que resolver. A parte lesada não pode acionar diretamente o juiz pela decisão que tomou. O que as partes podem fazer é responsabilizar o Estado pelo exercício jurisdicional. Esta característica da irresponsabilidade, é uma garantia de independência. O juiz não pode estar a pensar que vai ser responsabilizado pelo seu ato. Inamovibilidade – artigo 216º, nº1 da CRP o Os juízes só podem ser transferidos/suspensos/inabilitados nos termos estritos na lei Os juízes não estão dependentes de qualquer ordem do Governo Os Tribunais são imparciais e devem obediência só à lei Autogoverno – artigo 215º, nº1 e artigo 217º da CRP o A nomeação, colocação, transferência ou produção, bem como o exercício da ação disciplinar dos juízes não competem ao Governo o Existe um estatuto no qual os juízes podem vir a ser responsabilizados. Conselho Superior de Magistratura que controla e rege todo o núcleo dos juízes 37 Baixado por M. Isabely (isamisaki250@gmail.com) lOMoARcPSD|31287645 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=resumos-introducao-ao-estudo-do-direito Ana Sofia Macedo INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO O R G A N I Z A Ç Ã O J U D I C I A L Os Tribunais Judiciais existem: Tribunais de 1ª Instância o Tribunais de Comarca Tribunais de 2ª Instância o São as relações, as quais correspondem distritos judiciais. Atualmente podemos verificar 4 distritos judiciais e, por sua vez, 4 relações: Porto Coimbra Lisboa
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