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Balança comercial

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Balança Comercial
APRESENTAÇÃO
Nesta Unidade de Aprendizagem você vai perceber que o setor externo é tema de amplo estudo 
dentro da macroeconomia. Um país realiza diversas transações com o resto do mundo que 
envolve compra e venda de ativos, serviços, etc. Desta forma, a oferta e a demanda agregada 
deixam de ser compostas apenas por produtos feitos internamente e passam a contar com bens e 
serviços feitos no exterior. 
O balanço de pagamentos é um resumo contábil das transações econômicas do país com o resto 
do mundo e pode evidenciar a situação econômica internacional dentro do comércio exterior. A 
balança comercial é uma importante conta que compõe o balanço de pagamentos e nela são 
computadas as exportações e importações que o país realiza em determinado período. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer o papel do mercado externo para a macroeconomia.•
Definir o conceito de exportação e importação.•
Identificar a função da taxa de câmbio para a balança comercial.•
DESAFIO
Após um dia exaustivo de trabalho você chega a sua residência e decide, juntamente com sua 
família, assistir o noticiário e as recentes movimentações políticas e econômicas da sua nação.
Que considerações e esclarecimentos deverão ser feitas junto à sua equipe nessa reunião?
INFOGRÁFICO
Veja no infográfico como a balança comercial influencia no ambiente macroeconômico.
CONTEÚDO DO LIVRO
Aprofunde seus conhecimentos lendo o capítulo Balança Comercial, do livro Realidade 
socioeconômica e política brasileira, base teórica para esta Unidade de Aprendizagem.
Boa leitura!
REALIDADE 
SOCIOECONÔMICA 
E POLÍTICA 
BRASILEIRA
Rosângela 
Aparecida da Silva
Revisão técnica:
Luciana Bernadete de Oliveira
Graduada em Ciências Políticas e Econômicas
Especialista em Administração Financeira
Mestre em Desenvolvimento Econômico Regional
Lilian Martins
Especialista em Controladoria e Planejamento Tributário
Gisele Lozada
Graduada em Administração de Empresas
Especialista em Controladoria e Finanças
Alexsander Canaparro da Silva
Bacharel em Administração de Empresas
MBA em Marketing Práticas Avançadas
MBA em Comércio Exterior e Internacional
Mestre em Administração
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin - CRB -10/2147
R429 Realidade socioeconômica e política brasileira [recurso 
eletrônico ] / Daniele Fernandes da Silva... et al.; [revisão 
técnica: Luciana Bernadete de Oliveira... et al.]. – Porto 
Alegre: SAGAH, 2018.
ISBN 978-85-9502-450-2
1. Economia. I. Silva, Daniele Fernandes da.
CDU 338
Balança comercial
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Reconhecer o papel do mercado externo para a macroeconomia.
 � Definir os conceitos de exportação e importação.
 � Identificar a função da taxa de câmbio para a balança comercial.
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar de que maneira a economia internacional 
influencia o mercado interno, suas vantagens e desvantagens, quais são 
as principais políticas comerciais de um país e como a taxa de câmbio 
influencia os indicadores macroeconômicos nacionais.
Economia internacional e sua contribuição 
para o mercado interno
Você sabe de que maneira o mercado externo afeta a vida dos moradores de 
uma nação? Se não comercializo nem bens e nem serviços para fora do país, 
por que tenho que entender de economia internacional? Essas são perguntas 
comumente feitas por quem acha que o assunto aqui destacado não vai servir 
para nada em sua vida. No entanto, é um completo equívoco pensar dessa 
forma. Em um mundo cada vez mais globalizado, no qual bens, serviços, 
pessoas e capitais transitam facilmente de um país para o outro, seja via 
presencial ou TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação), fica cada 
vez mais primordial entender essas relações internacionais.
O comércio internacional, segundo seus defensores, promove a especiali-
zação e, por consequência, o aumento de produtividade dos países envolvidos. 
No longo prazo, pode promover um aumento da qualidade de vida da sociedade 
na medida em que adquirem conhecimentos, bens e serviços produzidos por 
outros países (SAMUELSON; NORDHAUS, 2012).
Para explicar o fator especialização, os economistas, em geral, usam a 
lei da vantagem comparativa criada por David Ricardo, que diz que um país 
tem uma vantagem comparativa em um determinado produto quando pode 
produzir o mesmo a um custo relativamente mais baixo que seus parceiros 
comerciais. Significa dizer grosseiramente que se o Brasil produz bananas 
por um dólar o quilo e a Argentina produz a dois dólares o quilo da mesma 
banana, o Brasil está em vantagem no comércio de bananas dessa espécie 
com a Argentina. Então a lei diz que o país deve produzir aquilo que tem 
custos menores que seus parceiros comerciais e, assim, pode vender no 
mercado internacional tudo que não foi consumido no mercado interno 
(MOCHÓN; TROSTER, 2002).
Entram na equação do comércio internacional os gostos e as necessidades 
das pessoas, que vão se aprimorando com o tempo; um país, isoladamente, 
talvez não tenha condições de suprir as tão estudadas ‘necessidades ilimitadas’. 
Mochón e Troster (2002) lista vantagens da especialização devido a 
diferentes aspectos de cada país: condições climáticas, riqueza mineral, 
tecnologia, quantidade e qualidade da mão de obra, disponibilidade de 
capital e terras cultiváveis. Segundo o autor, esses aspectos determinam o 
que cada país tem para oferecer e, dessa forma, como obtém vantagem no 
comércio exterior.
Contudo, não é só de vantagens que vive uma economia aberta. As políti-
cas internacionais do país têm que estar bem preparadas para a concorrência 
internacional, e também para trabalhar com questões inerentes à própria 
capacidade produtiva, à moeda e aos fatores relativos ao próprio comércio 
exterior, como questões de tarifas, fretes, seguros, legislação de cada país, 
costumes, impostos e tudo que é específico a cada produto e a cada país.
Embora exista a OMC (Organização Mundial do Comércio), que pode 
arbitrar nos casos em que os países comercializam de forma que ferem as 
regras internacionais, as manobras acontecem o tempo todo no ‘jogo’ das 
políticas internacionais.
Apesar de tudo isso, vale observar que a lei das vantagens comparati-
vas não leva em conta que a maioria dos mercados são imperfeitos e que, 
consequentemente, vão existir falhas nesse modelo de especialização. Que 
falhas? Veja um exemplo: suponha que um determinado país tenha vantagem 
na produção do setor têxtil por ter mão de obra barata e farta. Seus custos, 
é claro, vão ser baixos, mas apenas até certo ponto ele terá economias de 
escala (que significa produzir cada vez mais com menores custos unitários). 
A partir de determinado ponto, sua mão de obra e, portanto, seus custos, 
Balança comercial2
podem se tornar caros devido à maior união dos trabalhadores daquela 
região e da consciência de que podem reivindicar mais direitos trabalhistas 
via sindicatos.
Então, essas coalizões, sejam de trabalhadores ou mesmo de donos de 
empresas (que podem facilmente se deslocar no mundo para onde haja mão 
de obra barata e com subsídios governamentais), acabam corroborando para 
um comércio internacional que não é tão livre assim, porque depende das 
políticas dos países envolvidos.
A paridade do poder de compra (PPP) também fica desigual: países como 
o Brasil, primário exportador, ou onde predomina a exportação de produtos 
com baixo valor agregado, pouco diferenciados, irão sofrer muito. Por que? 
Porque a quantidade de bens com baixa diferenciação, como minérios, 
soja, milho (que são commodities, produtos padronizados, parecidos), que 
o país costuma exportar mais, deverá ser bem maior do que a quantidade 
de bens com alto valor agregado que costuma comprar do exterior (como 
computadores, máquinas e equipamentos). Ou seja, para obter dinheiro 
suficiente e ainda ficar com saldo positivona balança comercial, o país tem 
que vender muito e não comprar tanto assim, porque a paridade do poder 
de compra é diferente.
Outro problema: países produtores de bens com alta diferenciação, como 
os EUA, também têm dificuldades, sobretudo no que se refere ao seu meio 
ambiente, que tende a ficar altamente prejudicado quanto maior for a demanda 
por seus bens. Apesar de existir um tratado internacional segundo o qual os 
países devem reduzir seu nível de poluição, muitos não o obedecem, justa-
mente porque o custo da despoluição causaria uma desvantagem competitiva. 
Esses países preferem pagar outros países por meio de créditos de carbono 
(pagam outros países e empresas que têm um sistema de despoluição ou 
que mantêm uma produção sustentável), devido ao tamanho de seus custos 
para despoluir.
É importante salientar que nem todo país quer ser totalmente especiali-
zado em poucas coisas, pois se os mercados interno e externo não estiverem 
consumindo o que o país tem maior aptidão para produzir, sua economia 
pode entrar em crise e ele também não conseguirá comprar de outros países.
Por essa razão, a Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL) 
atua junto a países em desenvolvimento da América Latina com o intuito de 
propor reflexões que ajudem esses países (incluindo o Brasil) a serem menos 
dependentes de bens e serviços com alto valor agregado de economias ditas 
desenvolvidas.
3Balança comercial
Assim, como podemos verificar, o comércio exterior traz vantagens e 
desvantagens para a economia do país:
 � Para o consumidor, pode criar maior acesso a variedades de mercadorias 
a preços menores (dependendo do câmbio), mas também pode, com essa 
concorrência maior das mercadorias estrangeiras no mercado interno, 
causar-lhe redução do emprego e renda.
 � Para os produtores, pode facilitar a escoação da sua produção excedente 
para o exterior, mas, por outro lado, pode aumentar a concorrência e a 
possível deterioração da produção no mercado interno.
Cabe salientar que nem sempre a concorrência pode ser vista como algo 
ruim, ao contrário: se ela gerar esforço para melhoria das empresas já existentes, 
passa a ser benéfica em vários aspectos, mas, em um país onde há fragilidade 
educacional e de infraestrutura básica, a concorrência pode ser muito danosa. 
Logo, a forma de se fazer comércio exterior em países como o Brasil tem 
que ser com responsabilidade redobrada e com muita nitidez sobre todos os 
detalhes envolvidos nesse comércio.
Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL)
A CEPAL é um órgão regional da Organização das Nações Unidas (ONU) criado no 
ano de 1948 para propor políticas de desenvolvimento para países da América Latina. 
Em seus artigos de reflexão, analisa principalmente o relacionamento econômico 
perverso entre países que exportam produtos primários com países desenvolvidos. 
A deteriorização se dá principalmente no que concerne aos preços dos produtos 
primários relativos aos produtos industrializados, o que causa problemas nas relações 
de troca. Segundo esta corrente estruturalista, por não conseguir chegar ao estágio 
dos países desenvolvidos, os países latino-americanos acabam por ser dependentes 
da tecnologia e de bens diferenciados desses países.
A CEPAL chegou a influenciar vários governos brasileiros (inclusive Juscelino Kubis-
chek, com o Plano de Metas e a política de substituição de importações), que refletiram 
sobre o modo de se fazer política internacional no país. Entre os brasileiros ligados à 
CEPAL, destacam-se: Celso Furtado, Maria da Conceição Tavares, Antônio Barros de 
Castro, Carlos Lessa, Renato Baumann e até Fernando Henrique Cardoso, antes de se 
tornar presidente da República (MARQUES; REGO, 2003).
Balança comercial4
Política comercial de um país: 
exportação e importação
Percebemos, então, que o comércio exterior é importante para um país, cuja 
participação nesse comércio, com a globalização, torna-se imprescindível com 
ou sem intervencionismo dos governos locais. Mas o que define exportação e 
importação? Como a balança comercial reflete a situação do país no comércio 
internacional? Quais são as principais políticas comerciais adotadas pelos 
países para realizar as trocas internacionais? Essas e outras questões serão 
pretensamente respondidas a seguir. 
Balança comercial: exportações e importações
A balança comercial registra todas as exportações e importações de mer-
cadorias feitas pelo país em valores monetários. Em geral, devido à com-
paração com outros países, é expressa em moeda estrangeira (o dólar), 
mas dentro do país para fins de demonstração e análise pode ser feita em 
moeda nacional.
Exportações são as vendas feitas por parte dos agentes econômicos do país 
de bens e serviços para outros países. Quando você vende, você recebe em 
moeda internacional, o que é um dos principais meios de entrada de moeda 
estrangeira no país.
Importações são as compras de bens e serviços de outros países feitas por 
parte dos agentes econômicos do país.
Para se chegar ao valor de déficit (saldo negativo) ou superávit (saldo 
positivo) na balança comercial, é necessário calcular as quantidades vendidas 
multiplicadas pelos preços das mercadorias vendidas, para as exportações; 
para as importações, deve-se multiplicar as quantidades compradas pelos 
preços das mercadorias adquiridas. O mesmo serve para os casos de ser-
viços: se o valor gerado com as vendas (exportações) for maior do que o 
valor gerado com as compras (importações), temos um superávit na balança 
comercial. Do contrário, se o valor gerado com as vendas (exportações) 
for menor do que o valor gerado com as compras (importações), temos um 
déficit na balança comercial.
5Balança comercial
Fonte: Brasil (2018).
Ano
Exportação (A) Importação (B) Saldo (A-B)
Valores 
monetários (US$)
Valores 
monetários (US$)
Valores 
monetários (US$)
2010 201.915.285.335 181.768.427.438 20.146.857.897
2011 256.039.574.768 226.246.755.801 29.792.818.967
2012 242.578.013.546 223.183.476.643 19.394.536.903
2013 242.033.574.720 239.747.515.987 2.286.058.733
2014 225.100.884.831 229.154.462.583 -4.053.577.752
2015 191.134.324.584 171.449.050.909 19.685.273.675
2016 185.235.400.805 137.552.002.856 47.683.397.949
2017 217.739.177.077 150.749.452.949 66.989.724.128
Quadro 1. Balança comercial brasileira (valores anuais).
Observa-se pelo Quadro 1 que as transações do Brasil com outros países 
vêm desacelerando desde 2014, e isso se deve principalmente à crise econômica 
e política que se instalou no país a partir desse período. Vale enfatizar que, em 
2017, as exportações foram favorecidas pelo câmbio alto (real desvalorizado 
frente ao dólar), o que, de certa forma, ajudou o país frente a uma crise de 
consumo no mercado interno devido à referida crise econômica.
Entre os itens mais exportados pelo Brasil, segue liderando a soja, os 
minérios de ferro e os óleos brutos de petróleo. No que se refere às compras, 
lideram o ranking os derivados de petróleo, automóveis e trigos e suas misturas 
(SEBRAE, 2016).
Os principais destinos das exportações brasileiras no período analisado fo-
ram, respectivamente, de acordo com a mesma fonte, China, EUA e Argentina.
Políticas e acordos comerciais
As políticas comerciais que um país deve ter dependem de cada país, de sua 
estrutura produtiva, econômica, social e ambiental. Em geral, as políticas 
comerciais dos países têm como intuito a restrição as importações e/ou o 
incentivo as exportações do país. Assim, embora muitos países alardeiem 
Balança comercial6
políticas de maior abertura econômica, não é exatamente isso que eles fazem 
na prática: o intervencionismo/protecionismo existe e está cada vez mais 
enraizado nos países como políticas indiretas.
Essas políticas comerciais dependem, também, dos acordos multilaterais 
(com muitos países, como o Mercosul, do qual o Brasil faz parte) e dos acordos 
bilaterais (de um país com outro país – como a China, país com o qual o Brasil 
tem vários acordos).
Asprincipais políticas comerciais estão listadas a seguir.
Barreiras tarifárias 
São as barreiras diretas sobre o comércio exterior e dependem dos acordos 
citados anteriormente; portanto, as mercadorias são analisadas separadamente 
de acordo com o país de origem, sua documentação, de modo que o imposto 
também passa a ser diferente. Isso quer dizer que, mesmo que estejamos falando 
de apenas uma mercadoria, como um automóvel do mesmo modelo e marca, 
o imposto e, por consequência, o preço dele vai ser diferente dependendo de 
onde vem.
Logo, as restrições estão muito mais ligadas às importações, com a inten-
ção de proteção aos produtores nacionais diante da concorrência estrangeira, 
enquanto os incentivos estão ligados às exportações.
 � Impostos de importação ou tarifas aduaneiras: é um valor, em 
geral em percentual, que as autoridades econômicas nacionais exi-
gem para a entrada do produto no país. O objetivo é a proteção dos 
produtores com o aumento de preços da mercadoria estrangeira, mas 
também a maior arrecadação por parte dessas autoridades (MOCHÓN; 
TROSTER, 2002). Para entender melhor, suponha que o Brasil es-
teja importando computadores dos EUA; no seu país de origem, um 
computador desse tipo custa mil dólares para o consumidor, se vier 
para o Brasil, com um imposto de 40%, o computador custará para o 
consumidor brasileiro cerca de U$ 1.400 dólares (1.000 + 40%), fora 
outros custos incidentes sobre a importação (como fretes, seguros, 
custos de transação e outros).
 � Quotas de importação: ocorrem quando o país que está importando 
limita a quantidade de determinada mercadoria, que pode chegar 
ao país vinda de determinado país. Podemos citar como exemplo o 
caso da Argentina, que começou a estabelecer cotas de importação 
de eletrônicos da linha branca brasileira a partir de 2008, devido à 
7Balança comercial
crise mundial, o que reduziu bastante as vendas brasileiras naquele 
período e, por consequência, encareceu nossos produtos no mercado 
argentino.
 � Subsídios à exportação: os subsídios ou apoios às exportações são 
feitos para boa parte dos produtos exportados. Os governos tendem a 
reduzir ou até mesmo a tirar impostos que seriam cobrados para venda 
da mercadoria no mercado nacional para que fique mais barato para o 
mercado estrangeiro, com o objetivo de criar competitividade para o 
nosso produto e aumentar a produção nacional. 
 ■ No Brasil, é comum a isenção de IPI (Imposto sobre Produtos 
Industrializados), ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercado-
rias e Serviços) e outros mais. Você nunca se perguntou por que 
uma mercadoria brasileira no Paraguai é tão mais barata que no 
Brasil? São os impostos que são cobrados no mercado interno, e 
não no mercado externo. O que aconteceria se você fosse para o 
Paraguai e tentasse entrar no Brasil com um computador brasileiro 
comprado no país vizinho pelo mercado formal? Teria que pagar 
os impostos e o preço do computador poderia ficar até maior do 
que no mercado interno. 
 ■ Outro incentivo utilizado pelo Brasil com frequência é o chamado 
drawback, que consiste na suspensão ou mesmo na eliminação de 
impostos que incidiriam sobre insumos importados para utilização 
em produtos que serão exportados (GUIA TRIBUTÁRIO, 2018).
Barreiras não tarifárias 
São muito utilizadas no comércio internacional na atualidade por não pa-
recerem uma barreira, e sim um sistema de proteção aos consumidores e 
às leis nacionais. Com leis e regras próprias, os países tendem a beneficiar 
sua produção e dificultar a vinda de mercadorias de outros países. São bons 
exemplos de barreiras não tarifárias:
 � barreiras sanitárias: são utilizadas em casos de importações de car-
nes de animais ou vegetais com o objetivo inicial, segundo os países, 
de resguardar a saúde humana ou os consumidores. Na verdade, são 
frequentemente utilizadas com o fim de atrasar a importação de algum 
país que ameaça a produção nacional. Um exemplo a ser citado é o 
Balança comercial8
caso da Rússia, que, frequentemente, cria empecilhos sanitários para 
o consumo da carne suína brasileira.
 � barreiras técnicas: ocorrem quando os países criam especificações 
que não são comuns a todos os países e obrigam o país de origem 
a atender as regras se quiser vender para outro país. Um exemplo é 
quando o setor moveleiro quer vender móveis para a Europa e se obriga 
a atender regras de metragem e tipo de madeira que atendam às normas 
do país importador.
 � barreiras ambientais: estão ligadas às empresas das quais o país vai 
importar ter que atender normas ambientais como selo verde (refloresta-
mento no caso do setor moveleiro), gestão sustentável, reaproveitamento, 
diminuição de dióxido de carbono e outros.
Não obstante, todas estas barreiras não tarifárias, existem os subsídios 
aos produtores internos dos países (sobretudo desenvolvidos) que faz com 
que os preços deles fiquem abaixo dos preços internacionais. Se ficar muito 
abaixo, é considerada uma prática desleal e o país que se sentir prejudicado 
com isso pode pedir vistas para a OMC que verificará se existe ou não 
essa prática de dumping (vender abaixo do custo de produção) e poderá 
recomendar ou não retaliação ao país praticante. Importante salientar que a 
OMC apenas recomenda, mas não pode interferir diretamente nas políticas 
comerciais dos países.
No site do Ministério da Indústria, Comércio exterior e Serviços (MDIC), você pode obter 
mais dados sobre a balança comercial do Brasil (2018). No site do Banco Central, você 
poderá obter informações oficiais sobre o câmbio brasileiro e a economia nacional 
(BANCO CENTRAL, 2018). Acesse os links a seguir.
https://goo.gl/8zuLS4 
https://goo.gl/7cv0 
9Balança comercial
Os efeitos da taxa de câmbio para 
o comércio internacional e para o país 
O regime de taxa de câmbio ou de troca de moeda nacional por moeda es-
trangeira influencia não só a economia internacional do país mais também o 
mercado interno. 
No Brasil, as taxas de câmbio são flutuantes ou flexíveis, ou seja, depende 
da demanda e oferta de moeda estrangeira no Mercado interno. Mas quem 
traz e quem leva moeda estrangeira do Mercado interno? As principais formas 
de entrar moeda no país são através de exportações (visto que o exportador 
recebe em moeda estrangeira), do mercado financeiro (aplicação em bolsa 
de valores por estrangeiros por exemplo), investimento direto de empresas 
do exterior no país.
As principais formas de sair moeda do país são através de importações 
(pagamento pela mercadoria em moeda estrangeira), do mercado financeiro 
(quando os aplicadores saem do país), investimento de empresas nacionais 
fora do país ou remessa de lucros de empresas estrangeiras para o exterior.
É importante salientar que todas estas entradas e saídas de moeda estran-
geira tem que passar pelo Banco Central do país, que controla a quantidade 
dela e da moeda nacional.
Para controlar a taxa de câmbio quando ela está oscilando muito, o governo 
pode comprar ou vender moeda estrangeira no mercado nacional para atingir 
uma meta de taxa de câmbio que ele considera ideal para a economia local. 
Nesse caso, a flutuação da moeda é chamada de ‘suja’, pois não foi só pelas 
forças do mercado e sim com interferência indireta do governo como comprador 
ou vendedor de moeda estrangeira.
Mas, quais os efeitos da taxa de câmbio alta (desvalorização da moeda 
nacional) para a balança comercial?
A desvalorização da moeda nacional favorece as exportações visto que um 
dólar valendo mais no país faz com que os estrangeiros possam comprar mais 
em moeda nacional e assim, há a tendência de aumento da produção interna. 
Por outro lado, as importações tendem a diminuir, o que pode fazer com que 
Balança comercial10
a inflação interna suba devido à falta de competitividade internacional. Além 
disso, a balança comercial pode ficar positiva devido às maiores exportações e 
menores importações em valores monetários. Nesse caso, os produtores tendem 
a sair ganhando e os consumidorestendem a sair perdendo. E se ocorrer o 
contrário, uma valorização da moeda nacional ou taxa de câmbio baixa? Ocorre 
uma tendência à inversão do quadro anterior, ou seja, as importações podem 
ser maiores do que as exportações em valores monetários e a balança comercial 
pode ficar em déficit. Nesse caso, os consumidores serão favorecidos com a 
maior diversidade de mercadorias importadas competindo com as nacionais, 
podendo diminuir o nível geral de preços.
Suponha que você seja um importador de um insumo que é importante para a fabri-
cação do seu produto no Brasil. Qual é o impacto de uma desvalorização cambial (o 
valor unitário do dólar passou de R$ 2,00 para R$ 3,00) sobre o preço desse insumo 
em moeda nacional (custa US$ 10.000 em moeda estrangeira) e, em consequência, 
sobre a sua produção?
Veja que você terá um custo maior de produção, pois o insumo passou de R$ 20.000,00 
(US$ 10.000,00 x 2) para R$ 30.000,00 (US$ 10.000,00 x 3), um aumento de dez mil 
reais em apenas um insumo de produção devido à variação do câmbio. Assim, é 
bem provável que você aumente o preço do seu produto ou, se possível, procure um 
insumo nacional que seja similar (que, provavelmente, estará com um preço maior 
também devido à menor concorrência estrangeira).
Do contrário, se você for um exportador de um outro produto que custa US$ 10.000,00 
no mercado, você deve ganhar mais com a exportação: os seus ganhos passarão de 
R$ 20.000,00 para R$ 30.000,00, um aumento de R$ 10.000,00 por produto vendido 
no mercado externo!
É importante deixar claro que, nesses exemplos, não foram levados em conta custos 
como impostos, fretes, seguros, tarifas aduaneiras, custos de transação e nem a variação 
do preço em dólar – somente a variação cambial foi considerada.
11Balança comercial
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Brasília, DF, 2018. Disponível em: <http://www.bcb.gov.
br/pt-br#!/home>. Acesso em: 05 mar. 2018. 
BRASIL. Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Brasília, DF, 2018. Disponível 
em: <http://www.mdic.gov.br/>. Acesso em: 05 mar. 2018.
GUIA TRIBUTÁRIO. Você sabe o que é drawback? Portal Tributário, São Paulo, 2018. 
Disponível em: <http://www.portaltributario.com.br/guia/drawback.html>. Acesso 
em: 08 fev. 2018.
MARQUES, R. M.; REGO, J. M. (Org.). Economia brasileira. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
MOCHÓN, F.; TROSTER, R. L. Introdução à Economia. São Paulo: Makron Books, 2002.
SAMUELSON, P. A.; NORDHAUS, W. D. Economia. 19. ed. Porto Alegre: AMGH, 2012.
SEBRAE. Boletim de Comércio Exterior: período 2012 a 2016. Natal, 2016. Disponível 
em: <http://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/RN/Anexos/Bole-
tim_rev_Anual_de_Comercio_Exterior_2016_.pdf>. Acesso em: 07 fev. 2018.
Leituras recomendadas
DORNBUSCH, R.; FISCHER, S.; STARTZ, R. Macroeconomia. 11. ed. Porto Alegre: AMGH, 
2013. 
STIGLITZ, J.; WALSH, C. E. Introdução à Macroeconomia. 3. ed. Rio de Janeiro: Campus, 
2003. 
VASCONCELLOS, M. A. S. Economia: micro e macro. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
Balança comercial12
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esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR
Acompanhe uma breve discussão sobre balanço de pagamentos e balança comercial.
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EXERCÍCIOS
1) As movimentações de capital do Brasil com os outros países do mundo são retratadas 
dentro do balanço de pagamentos. Esses movimentos exercem impacto direto na 
economia brasileira. Na hipótese de que tenha havido um grande aumento nos bens 
exportados, é correto afirmar que a balança comercial:
A) Se torna superavitária, acompanhando o aumento nas exportações.
B) Se torna deficitária, pois ela é uma conta de sinal inverso às exportações.
C) Se torna deficitária, pois ela é uma conta compensatória às exportações.
D) A conta não será alterada dado o aumento na poupança externa brasileira.
E) Dado um aumento nas exportações, e todas as outras variáveis constantes, não há alteração 
no saldo da balança comercial.
2) Em uma economia aberta, assinale a alternativa que apresenta uma proposição 
CORRETA sobre o produto de equilíbrio e a balança comercial:
A) Um aumento dos gastos do governo em uma economia aberta tem efeito positivo sobre o 
nível do produto sobre a balança comercial, ou seja, promove superavit comercial.
B) Um aumento da demanda do resto do mundo em uma economia aberta tem efeito positivo 
sobre o nível do produto e efeito negativo na balança comercial, ou seja, acarreta um 
deficit comercial.
C) Em linhas gerais, um aumento da demanda estrangeira pode ser preferida pelos 
formuladores de políticas econômicas, já que um aumento da demanda doméstica por 
produtos importados deteriora o saldo da balança comercial.
D) A balança comercial é um indicador de inflação do país e deve ser combatido sempre que 
possível.
E) Um aumento de demanda por produtos internos provoca grave desequilíbrio no saldo da 
balança comercial.
3) A balança comercial é o principal indicador do comportamento das exportações e das 
importações de um país em um determinado período, impactando diretamente no 
comportamento da produção das indústrias nacionais. Mesmo em um cenário 
deficitário as importações são favoráveis para a produção da indústria de um país 
quando:
A) Favorecem a comercialização de produtos importados substituindo os de produção local.
B) Promovem a inovação tecnológica.
C) O governo do país incentiva a entrada de bens de consumo importados para controle da 
inflação.
D) Existe a importação de um produto usado.
E) Existe a importação de um produto com produção similar no mercado interno.
4) 
A economia brasileira, ao longo da década de 1990, passou por um processo de maior 
abertura para a economia mundial, bem como de liberalização comercial. 
Considerando o câmbio valorizado a afirmativa que melhor traduz a estratégia do 
governo é:
A) Aumentar as importações.
B) Aumentar as exportações.
C) Reduzir as importações.
D) Reduzir as exportações.
E) Aumentar as importações e combater a inflação de demanda.
5) Considerando uma balança comercial equilibrada, uma desvalorização cambial 
provocará, necessariamente:
A) Aumento das importações e saldo positivo de divisas.
B) Aumento das importações e saldo negativo de divisas.
C) Aumento das exportações e saldo negativo de divisas.
D) Aumento das exportações e saldo positivo de divisas.
E) Obrigatoriamente não ocorrerão alterações a curto e longo prazo promovidas por esse 
cenário.
NA PRÁTICA
Veja como funciona na prática a balança comercial.
Suponha que um residente norte-americano compre um produto importado, digamos, um carro 
japonês que custe U$ 20.000.
Agora o adquirente dos dólares teria então as mesmas opções da montadora – comprar bens e 
serviços norte-americanos – de modo que a igualdade das entradas líquidas de capital e do 
deficit comercial continuaria a existir.
Para eliminar o saldo negativo na conta comercial, o Japão solicita um empréstimo internacional 
de U$ 20.000 e, dessa forma, equilibra suas contas externas.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Conta Petróleo e a Balança Comercial Brasileira: uma análise do período recente
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HUBBARD, GLENN; O'BRIEN, ANTHONY. Introdução à Economia. 2. ed. Porto 
Alegre: Bookman, 2010. Capítulo 29.
FRANK, ROBERT; BERNANKE, BEN. Princípios de Economia. Porto Alegre: AMGH 
EDITORA LTDA, 2012. Capítulo 28.
DORNBUSCH, RUDIGER; FISCHER, STANLEY; STARTZ, RICHARD ; 
Macroeconomia. 11. ed. Porto Alegre: AMGH EDITORA LTDA, 2013. Capítulo 20.

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