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CAPÍTULO 12:O PRIMEIRO REINADO (1822-1831) E O PERÍODO REGENCIAL (1831-1840) O PRIMEIRO REINADO (1822 – 1831) OBS: 1823: pacificação das revoltas portuguesas no MA, PA, BA e Cisplatina. O RECONHECIMENTO INTERNACIONAL Destaques: - 1824: EUA (doutrina Monroe); - 1825: Portugal (após receber indenização do Brasil); OBS: Início da dívida externa do Brasil (independência, pois o Brasil pegou emprestado 2 milhões de libras com os ingleses). - 1825/26: Inglaterra (renovação dos benefícios comerciais e promessa do fim do tráfico de escravos em 3 anos ocorreria apenas em 1850). A ASSEMBLEIA CONSTITUINTE DE 1823 1) “Partido” Português: centralização política Monarquia. 2) “Partido” Brasileiro: a) facção dos Liberais Moderados: defesa de uma Monarquia Constitucional (centralização política); b) facção dos Liberais Radicais: defesa de uma República (descentralização política). O ANTEPROJETO DA “CONSTITUIÇÃO DA MANDIOCA”: - Voto censitário (renda mínima de 150 alqueires de mandioca) e eleição indireta (2 turnos); divisão dos poderes em Executivo, Legislativo e Judiciário; limitação dos poderes do imperador (não poderia fechar o Congresso nem teria poder de veto absoluto). - D. Pedro I ordena o fechamento da Assembleia (“Noite da Agonia”) e nomeia um Conselho de Estado para a criação da primeira constituição do Brasil em 1824. A CONSTITUIÇÃO DE 1824 OUTORGADA - Monarquia Constitucional Hereditária. - Poderes: Executivo, Legislativo, Judiciário e MODERADOR (exclusivo do imperador – comando e controle sobre os demais poderes). - Imperador nomearia os presidentes das províncias. - Voto censitário e aberto; eleições indiretas em 2 turnos (eleitores de paróquia e eleitores de província). (OBS: cidadão homens livres, maiores de 25 anos e com renda mínima anual de 100 mil réis). - Religião oficial católica, porém a Igreja estava subordinada ao Estado (padroado – imperador poderia nomear membras da Igreja – e beneplácito – imperador poderia recusar uma ordem do papa. OBS: outras religiões limitadas a cultos domésticos ou em templos. - Sistema bicameral: senador: vitalício; deputados: mandato de 4 anos. A CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR (1824) - Nordeste: abandono político, econômico e social. - Movimento liberal contrário ao centralismo e autoritarismo de D. Pedro I (Constituição de 1824 e Poder Moderador). - Principais líderes: Cipriano Barata (médico e jornalista) e Frei Caneca. - Revoltosos elegem Manuel Paes de Andrade chefe de um governo provisório, que proclama uma República autônoma no PE (influência da constituição colombiana) se espalha para Al, CE, PB, RN e PI (obs: não foi adesão imediata). - Questão da escravidão enfraquece o movimento. - Movimento sufocado por tropas do brigadeiro Francisco Alves de Lima e Silva e do mercenário Lord Cochrane. - Prisão e execução de alguns líderes: exemplo: Frei Caneca. A CRISE DO PRIMEIRO REINADO - Autoritarismo de D. Pedro (ex: poder Moderador e repressão violenta à Confederação do Equador). - A GUERRA DA CISPLATINA (1825-1828) Brasil X Argentina pelo domínio sobre a Cisplatina. Após interferência inglesa a região se torna autônoma, dando origem ao Uruguai. - A QUESTÃO DO TRONO PORTUGUÊS 1826: morte de D. João VI: D. Pedro I abdica do trono lusitano em favor de sua filha, Maria da Glória, porém o trono foi usurpado por D. Miguel (irmão de D, Pedro I). - Conflitos em Portugal: liberais (Maria da Glória + D. Pedro I) x absolutistas (D. Miguel). - CRISE ECONÔMICA: altos gastos com guerras; queda nas exportações (açúcar, tabaco, algodão); país sem reservas monetárias falência do Banco do Brasil (1829). - 1830: Assassinato do jornalista Líbero Badaró (crítico do imperador): opositores responsabilizam D. Pedro I. 1831: - Noite das garrafadas. - Ministério brasileiro substituído pelo Ministério dos Marqueses (ministros do Partido Português, gerando grande oposição do Partido Brasileiro). - 7 de Abril: Abdicação do trono por D. Pedro I em favor de seu filho, Pedro II, após acordo com a elite do Partido Brasileiro. O PERÍODO REGENCIAL (1831-1840) - Período marcado por grande instabilidade política e ameaça (revoltas) de fragmentação do poder central e da unidade territorial brasileira. 1) Regência Trina Provisória (Abril a Julho de 1831) - Senadores Campos Vergueiro e José de Campos e o brigadeiro Francisco de Lima e Silva (obs: não podiam fechar o Congresso) anistiam políticos e convocam eleições para a Regência Trina Permanente. “Partidos” políticos: a) restauradores (caramurus) – retorno de D. Pedro (após sua morte em 1834, passam para os moderados). b) liberais moderados (chimangos) – monarquia constitucional; poder centralizado. c) liberais exaltados (farroupilhas/jurujubas) – autonomia das províncias e poder descentralizado. Alguns de seus membros defendiam a república. OBS: 1831-1837: “Avanço liberal”: liberais moderados e exaltados adotam medidas descentralizadoras. 2) Regência Trina Permanente (1831 a 1835) - deputados Bráulio Muniz e Costa Carvalho e o brigadeiro Francisco de Lima e Silva. - 1831: Guarda Nacional (Ministro da Justiça Antônio Diogo Feijó): milícias armadas (cidadãos) controladas pelas elites locais das províncias atendiam aos próprios interesses (surge o termo “coronéis”). Obs: 1831 “Lei Feijó”: fim do tráfico de escravos e punição aos traficantes não foi cumprida “lei para inglês ver”. - 1832: Código de Processo Criminal: juízes de paz escolhidos pelas elites locais; instituiu o habeas corpus e o tribunal do júri. - 1834: Ato Adicional: criação de Assembleias Legislativas nas Províncias, concedendo mais autonomia política a elas; substituição da Regência Trina pela Regência Una (regente seria escolhido pelo voto direto) “experiência republicana”; suspensão do poder moderador; Rio de Janeiro seria um município neutro. 3) Regência Una de Feijó (1835-1837) (liberal) - OBS: Após a morte de D. Pedro I em 1834, formam-se dois partidos: regressista/conservador e progressista/liberal. - Críticas dos conservadores devido ao surgimento de revoltas que ameaçavam a unidade territorial brasileira: isolamento político e renúncia de Feijó. 4) Regência Una de Araújo Lima (1837-1840) (regresso conservador) - Forma o “Ministério das capacidades” (conservadores) – criaria o colégio Pedro II, o IHGB (Instituto Histórico Geográfico Brasileiro) e o Arquivo Nacional (obs: nacionalismo). - Aprovação da a Lei Interpretativa do Ato Adicional, limitando o poder das províncias e fortalecendo o poder central. - 1840: Golpe da Maioridade (dado pelos liberais do Clube da Maioridade) imperador era visto como garantia da ordem e integridade territorial. AS REVOLTAS DO PERÍODO REGENCIAL - Representavam a instabilidade política, o fortalecimento das tendências federalistas, as rivalidades internas das províncias, e a mobilização de diferentes grupos sociais (elite, classe média e populares). 1) Revolta dos Malês (BA – 1835) - Movimento urbano composto por escravos (destaque: escravos de ganho) e ex-escravos islâmicos (sabiam ler e escrever o idioma árabe); influenciados pelo haitianismo; defendiam o fim da escravidão e das desigualdades sociais, uma ordem islâmica contrária ao catolicismo e a eliminação dos senhores brancos e dos mestiços; - Movimento massacrado pelas tropas da Guarda Nacional, polícia e civis brancos. OBS: outras revoltas de escravos: a) Revolta de Carrancas (MG – 1833): pretendia acabar com a escravidão, eliminar os senhores e tomar suas terras. b) Revolta de Manoel Congo (RJ – 1838): escravos matam capaz de fazenda que havia assassinado o cativo Camilo sapateiro, fogem e formam um quilombo. Os escravos foram recapturados e o líder Manoel Congo enforcado. 2) Cabanagem (PA, 1835 – 1840) - Movimento de predomínio popular (maior revolta social do Brasil) negros, indígenas, mestiços, livres pobres lutam contra a pobreza e contra as desigualdades sociais - Início da revolta: governo regencialhavia nomeado novo presidente de província, Bernardo Lobo de Sousa, visto como um preservador dos privilégios dos comerciantes portugueses da província, o que desagradava a elite local dos fazendeiros chegam a tomar o poder em Belém, com o apoio dos populares, proclamando uma república, separando o Pará do resto do Brasil. OBS: elite local abandona populares durante a revolta. - Principais líderes: Félix Antônio Clemente Malcher, Francisco Vinagre e Eduardo Angelim; - Violentamente reprimido (cerca 30 mil mortos) pelas tropas regenciais. OBS: não é a Guerra dos Cabanos ocorrida entre 1832 e 1835 (PE e AL), que era contra o Governo Regencial e defendia o retorno de D. Pedro I. 3) Farroupilha (RS: 1835 – 1845) - Movimento de predomínio elitista (contou com a participação de populares) liderado por estancieiros criadores de gado, contrários aos altos impostos cobrados pelo governo brasileiro sobre o sal e o charque gaúcho, o que o encarecia em relação ao charque uruguaio e ao argentino. - Estopim: nomeação do presidente da província Antônio Rodrigues Fernando Braga (grupo litorâneo e de Porto Alegre – apoio do Rio de Janeiro), contra os interesses da elites agrárias interioranas Revoltosos proclamam as Repúblicas do Piratini (RS) e Juliana (SC); - Líderes: Bento Gonçalves, Davi Canabarro e Giuseppe Garibaldi (grupo interiorano); OBS: longa duração: experiência militar nas lutas platinas e capacidade econômica favorável dos revoltosos. - TRATADO DE PONCHE VERDE: acordo entre Duque de Caxias e os revoltosos põe fim ao movimento: devolução das regiões ao governo central em troca de anistia e protecionismo econômico ao charque gaúcho. 4) Sabinada (BA, 1837 – 1838) - Movimento da classe média, liderado pelo médico Francisco Sabino Contrários à regência de Araújo Lima e ao alistamento militar obrigatório para lutar contra os farrapos no sul; e defendiam uma república provisória na Bahia até a maioridade de Pedro II; - Prisão, morte ou expulsão dos revoltosos. 5) Balaiada (MA, 1838 – 1841) - Movimento de predomínio popular. - Início: disputa política entre liberais (bem-te- vis) x conservadores (cabanos) - colocados no poder pelo regente Araújo Lima). - Liberais mobilizam populares para lutarem contra os conservadores, mas os abandonam em meio à luta. - Líderes populares: Francisco Manoel dos Anjos (“O Balaio”), Raimundo Gomes (“Cara Preta”) e Negro Cosme revoltosos tomam a cidade de Caxias, no Maranhão são derrotados pelas tropas do Coronel Luís Alves de Lima e Silva (futuro Duque de Caxias). - Violentamente reprimidos (cerca de 20 mil mortos).
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