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02 - Reforma Psiquiátrica

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Reforma 
Psiquiátrica 
ao redor do 
mundo e no 
Brasil
Prof. Me. Lucas Dias
Modelo Pineliano
• O modelo de psiquiatria de Philippe Pinel traz a 
medicalização do Hospital Geral, onde aplicou o 
conceito de Alienação Mental relacionando-o a 
periculosidade.
• O método de tratamento adequado seria através do 
isolamento, da institucionalização e da hospitalização
integral.
• Resultado: asilos superlotados e constantes denúncias de 
violências.
Críticas ao Modelo Asilar
• A principal crítica ao modelo asilar tem relação ao
caráter fechado e autoritário da instituição, o que levou a 
vários esforços para reformar tanto a instituição asilar
quanto o saber psiquiátrico tradicional.
• Aliada a “dificuldade em estabelecer os limites entre a loucura
e a sanidade” e “as funções sociais (ainda) cumpridas pelos
hospícios na segregação de segmentos marginalizados da 
população” (AMARANTE, 2013, p. 38).
• Após a II Guerra Mundial, a sociedade percebeu que os
hospícios e os pacientes ali encarcerados não eram
diferentes dos campos de concentração, onde a falta de 
dignidade era evidente.
Movimentos de 
Reforma Psiquiátrica
no Mundo
• Comunidade Terapêutica
• Psicoterapia Institucional
• Psiquiatria de Setor
• Psiquiatria Preventiva
• Antipsiquiatria
• Psiquiatria Democrática
• Reforma Psiquiátrica
Brasileira
Comunidade Terapêutica
• Inglaterra, anos 50.
• Consistia na luta contra a hierarquia ou status dos papéis sociais, através da adoção de 
medidas democráticas, participativas e coletivas, objetivando transformar a dinâmica asilar.
• Organização de reuniões, grupos de trabalho, assembleias para discutir as dificuldades, 
projetos e planos de cuidado de cada interno, em conjunto com a equipe e a comunidade.
• A responsabilidade é compartilhada entre toda a equipe, envolvendo pacientes e familiares 
nas decisões.
• Nasce a expressão psicossocial nesse contexto histórico.
Psicoterapia Institucional
• França, anos 50.
• Transversalidade, escuta polifônica, acolhimento.
• Foi organizado como uma experiência de transformação de asilos na tentativa de superá-los 
como local de segregação. Com foco maior nos médicos do que nos pacientes.
• Garantia de proteção aos internos por parte da instituição, uma vez que o temor da loucura 
seria uma condição natural do ser humano.
• O asilo deveria ser um lugar onde se criassem zonas de liberdade, onde se reformulassem as 
condições de liberdade.
• Levar as pessoas a visitarem os asilos.
Psiquiatria de Setor
• França, anos 60.
• Setorização/zoneamento, equipes multidisciplinares, descentralização do psiquiatra.
• Procurava atuar fora do manicômio, ou seja, tomar providências para a continuidade 
terapêutica após a alta hospitalar.
• Foram criados os Centros de Saúde Mental em diferentes regiões da França, que tinham 
setores correspondentes no hospital.
• Participação e contato de familiares e comunidades no processo de estabilização.
• O setor era um local para o paciente se conectar com sua comunidade.
Psiquiatria Preventiva
• Estados Unidos, anos 60.
• Reduzir as doenças mentais na comunidades, ideia de prevenção, risco e população de 
risco.
• Todas as doenças mentais eram evitáveis se fossem detectadas a tempo, pois as doenças 
mentais eram compreendidas como desordem, bastava a organização das relações sociais 
para preveni-las.
• Pessoas consideradas “suspeitas” eram encaminhadas a um psiquiatra para investigação 
diagnóstica, aumento de ambulatórios, não houve redução de internações.
• Perseguição aos suspeitos de desordem mental.
• Desinstitucionalização como sinônimo de desospitalização.
Antipsiquiatria
• Inglaterra, anos 60.
• Surgiu junto a grande corrente de contestação cultural e 
política da época - Contracultura.
• Para a Antipsiquiatria, a doença mental não existe como um 
objeto natural, como a psiquiatria a considera, mas como uma 
certa vivência do sujeito e sua relação com o meio social em 
que vive.
• O modelo utilizado pela antipsiquiatria foi a Comunidade 
Terapêutica, no entanto, desenvolvido em instituições abertas.
• Diálogo entre a razão e a loucura, loucura entre as pessoas e 
não dentro das pessoas.
• A experiência patológica não ocorre em uma pessoa como um 
corpo ou mente doente, mas na relação entre ela e a sociedade.
Reforma Psiquiátrica Democrática
• Itália, anos 60.
• A superação do aparato manicomial, como um 
conjunto de saberes e práticas, científicas, sociais, 
legislativas e jurídicas, que sustentavam a existência 
de um lugar de reclusão, isolamento e patologização.
• Lei 180 (proibição da construção de novos hospitais; 
limitação do número de leitos psiquiátricos no 
hospital geral; criação de serviços comunitários 
regionalizados; proximidade entre o 
paciente/equipe técnica; fim do estatuto de 
periculosidade social e garantia dos direitos dos 
usuários).
• Desinstitucionalização, território (socialização) e 
atenção psicossocial.
Reforma Psiquiátrica Brasileira
• No final da década de 1970, em um contexto 
de lutas por direitos e redemocratização do 
país, constituiu-se um movimento social que 
lutava pelos direitos dos trabalhadores da 
saúde mental e dos usuários psiquiátricos que 
viviam sob condições desumanas em 
instituições asilares. 
• Movimento da Reforma Psiquiátrica Brasileira 
(MRPB).
• Movimento dos Trabalhadores em Saúde 
Mental (MTSM).
• Movimento Nacional da Luta Antimanicomial 
(MNLA).
• A Reforma Psiquiátrica é contemporânea ao movimento de Reforma Sanitária Brasileiro, 
que objetivou mudanças nos modelos de atenção e gestão das práticas de saúde, em defesa 
da saúde coletiva, equidade na oferta de serviços e protagonismo dos trabalhadores e 
usuários dos serviços de saúde nos processos de gestão e produção de tecnologias de 
cuidado.
• A reforma gerou mudanças no modelo de assistência em saúde mental visando à atuação 
em equipe multidisciplinar, redução do número de leitos de longa permanência, 
participação da família em todas as fases do tratamento, diminuição do tempo de 
internação e retorno do paciente o mais breve possível para a sua residência.
• Os serviços substitutivos são compreendidos como de atenção psicossocial e por isso, são 
lugares de sociabilidade e produção de subjetividades. Processo que almeja a restauração da 
autonomia do sujeito, no melhor nível possível, pensando na sua participação e funções na 
comunidade.
• A luta pela transformação dos serviços psiquiátricos, coloca em questão o modelo 
hospitalocêntrico-manicomial (macro asilos) de assistência em saúde mental, afirmando a 
experiência de desinstitucionalização e a implantação de serviços extra-hospitalares e 
substitutivos ao manicômio como principais características da Reforma Psiquiátrica 
Brasileira.
• Por influência da Psiquiatria Democrática Italiana, compreende-se que o serviço 
substitutivo não convive com o hospital psiquiátrico, seu princípio é substituí-lo e superá-lo.
• II Congresso Nacional do MTSM (1987) – Carta de Bauru - Por uma sociedade sem 
manicômios.
• I Conferência Nacional de Saúde Mental – RJ, 1987.
• Primeira experiência de CAPS, no ano de 1989 na cidade de santos em São Paulo. O CAPS 
Prof. Luiz da Rocha Cerqueira.
Manifesto de Bauru
• Um desafio radicalmente novo se coloca agora para o Movimento dos Trabalhadores em 
Saúde Mental. Ao ocuparmos as ruas de Bauru, na primeira manifestação pública 
organizada no Brasil pela extinção dos manicômios, os 350 trabalhadores de saúde mental 
presentes ao II Congresso Nacional dão um passo adiante na história do Movimento, 
marcando um novo momento na luta contra a exclusão e a discriminação.
• Nossa atitude marca uma ruptura. Ao recusarmos o papel de agente da exclusão e da 
violência institucionalizadas, que desrespeitam os mínimos direitos da pessoa humana, 
inauguramos um novo compromisso. Temos claro que não basta racionalizar e modernizar 
os serviços nos quais trabalhamos.
• O Estado que gerencia tais serviços é o mesmo que impõe e sustenta os mecanismos de 
exploraçãoe de produção social da loucura e da violência. O compromisso estabelecido 
pela luta antimanicomial impõe uma aliança com o movimento popular e a classe 
trabalhadora organizada.
• O manicômio é expressão de uma estrutura, presente nos diversos mecanismos de opressão 
desse tipo de sociedade. A opressão nas fábricas, nas instituições de adolescentes, nos 
cárceres, a discriminação contra negros, homossexuais, índios, mulheres. Lutar pelos 
direitos de cidadania dos doentes mentais significa incorporar-se à luta de todos os 
trabalhadores por seus direitos mínimos à saúde, justiça e melhores condições de vida. 
• Organizado em vários estados, o Movimento caminha agora para uma articulação nacional. 
Tal articulação buscará dar conta da Organização dos Trabalhadores em Saúde Mental, 
aliados efetiva e sistematicamente ao movimento popular e sindical.
• Contra a mercantilização da doença!
• Contra a mercantilização da doença; contra uma reforma sanitária privatizante e autoritária; 
por uma reforma sanitária democrática e popular; pela reforma agrária e urbana; pela 
organização livre e independente dos trabalhadores; pelo direito à sindicalização dos 
serviços públicos; pelo Dia Nacional de Luta Antimanicomial em 1988!
• Por uma sociedade sem manicômios!
• Bauru, dezembro de 1987.
• II Congresso Nacional de Trabalhadores em Saúde Mental.
Lei da Reforma Psiquiátrica Brasileira
• Em seu texto, a Lei nº 10.216/2001, resultado do Projeto de Lei nº 3.657/89, dispõe sobre a 
proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais, sem qualquer forma 
de discriminação quanto à raça, cor, sexo, orientação sexual, religião, opção política, 
nacionalidade, idade, família, recursos econômicos e ao grau de gravidade ou tempo de 
evolução de seu transtorno, ou qualquer outro.
• A lei ressalta a responsabilidade do Estado no desenvolvimento da política da saúde 
mental, a assistência e a promoção de ações de saúde aos portadores de transtornos 
mentais, com a devida participação da sociedade e da família.
• A lei também orienta que o tratamento visará como finalidade permanente, à reinserção 
social do paciente em seu meio, oferecendo assistência integral à pessoa com transtornos 
mentais, por meio de uma equipe multidisciplinar.
• Portanto, a internação psiquiátrica só será permitida quando os recursos extra-hospitalares 
se mostrarem insuficientes.
• Não são permitidas internações em instituições com características asilares, que não 
assegurem aos pacientes os direitos enumerados pela lei.
• A lei prevê três modalidades de internação: voluntária, involuntária e compulsória.
• O campo da saúde mental no âmbito do SUS, visa produzir qualidade de vida para as 
pessoas através de serviços territorializados e integrados à rede de saúde e em articulação 
com outras políticas sociais, oferecendo diversas ações de proteção, promoção e assistência 
engajadas na qualificação e democratização das relações entre usuários e sua comunidade, 
tendo como princípio o incentivo à autonomia.
Leitura e reflexão:
• Artigo: RODRIGUES, Jeferson; DESCHAMPS, Andréa Luciana Poerner. 
Política de saúde mental e projeto terapêutico singular. Cadernos Brasileiros 
de Saúde Mental/Brazilian Journal of Mental Health, v. 8, n. 17, p. 78-92, 
2016.
https://www.youtube.com/watch?v=cvjyjwI4G9c
Franco Basaglia teve grande importância no movimento da Psiquiatria Democrática, difundindo esse 
modelo para o mundo inteiro, tendo grande influência na Reforma Psiquiátrica Brasileira. Em relação 
a Franco Basaglia, marque a alternativa correta:
a) Franco Basaglia fez grandes mudanças na França com a Psiquiatria Democrática, e depois
influenciou os demais países;
b) Franco Basaglia reforçou a importância do tratamento moral, buscando valorizar o modelo asilar;
c) Franco Basaglia fez grandes mudanças na Itália com a Psiquiatria Democrática, e depois influenciou
os demais países;
d) Franco Basaglia acreditava que o hospital psiquiátrico era de grande importância, reforçando que o
médico era o principal responsável pelo cuidado;
e) Franco Basaglia, no século XVIII, começou a se interessar pela loucura, sendo considerado o Pai da
Psiquiatria.
Atividade Autônoma Aura
A Reforma Psiquiátrica Brasileira ganhou força no final da década de 1970, com movimentos de 
trabalhadores de saúde mental, acadêmicos e profissionais de saúde, usuários e familiares. Muitos 
movimentos reformistas ao redor do mundo, inspiraram a reforma no Brasil. Marque a opção incorreta em 
relação a esses movimentos:
a) O movimento denominado "Psiquiatria de Setor" já apontava a alta de pacientes como uma importante 
possibilidade, dividindo os hospitais por setores para que posteriormente, esses pacientes pudessem ser 
acompanhados em um serviço de saúde mental extra-hospitalar de sua região de origem;
b) O movimento denominado "Psiquiatria Preventiva" teve início na Inglaterra, na década de 60, com intuito 
de tratar com antecipação possíveis ?suspeitos? de adoecimento psíquico e assim evitar o surgimento de um 
transtorno mental;
c) O movimento denominado "Comunidade Terapêutica" começou na Inglaterra e tem grandes semelhanças 
com o movimento denominado "Psicoterapia Institucional", que teve início na França;
d) O movimento denominado "Antipsiquiatria" teve início na França e levantava a hipótese que os discursos 
dos considerados loucos, denunciavam conflitos e contradições existentes na sociedade;
e) O movimento denominado "Psiquiatria Democrática" aconteceu na Itália, tendo como principal 
representante Franco Basaglia, propondo a desconstrução total do hospital psiquiátrico.
Referências
• AMARANTE, Paulo (Ed.). Loucos pela vida: a trajetória da reforma psiquiátrica no Brasil. 
SciELO-Editora FIOCRUZ, 1998.
• AMARANTE, Paulo. Saúde mental e atenção psicossocial. 4 ed. SciELO-Editora 
FIOCRUZ, 2013.
• AMARANTE, Paulo; NUNES, Mônica de Oliveira. A reforma psiquiátrica no SUS e a luta 
por uma sociedade sem manicômios. Ciência & saúde coletiva, v. 23, p. 2067-2074, 2018.
• CÉZAR, M. A.; COELHO, M. P. As experiências de reforma psiquiátrica e a consolidação 
do movimento brasileiro: uma revisão de literatura. Mental [Internet]. 2017 [cited 2020 Aug 
19]; 11 (20): 134-51.
	Slide 1: Reforma Psiquiátrica ao redor do mundo e no Brasil
	Slide 2: Modelo Pineliano
	Slide 3: Críticas ao Modelo Asilar
	Slide 4: Movimentos de Reforma Psiquiátrica no Mundo
	Slide 5: Comunidade Terapêutica
	Slide 6: Psicoterapia Institucional
	Slide 7: Psiquiatria de Setor
	Slide 8: Psiquiatria Preventiva
	Slide 9: Antipsiquiatria
	Slide 10: Reforma Psiquiátrica Democrática
	Slide 11: Reforma Psiquiátrica Brasileira
	Slide 12
	Slide 13
	Slide 14: Manifesto de Bauru
	Slide 15
	Slide 16
	Slide 17: Lei da Reforma Psiquiátrica Brasileira
	Slide 18
	Slide 19: Leitura e reflexão:
	Slide 20: Atividade Autônoma Aura
	Slide 21
	Slide 22: Referências

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