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Alternativas Técnicas Sustentáveis em Benefício do Ambiente Construído APRESENTAÇÃO Você sabe como é possível tornar uma edificação mais agradável internamente? E mais sustentável? Ao projetar uma edificação, é possível aplicar várias estratégias, técnicas ou soluções construtivas que proporcionem ventilação e iluminação adequadas correspondente ao uso a que a edificação ou ambiente está sendo projetado. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai entender a respeito do uso da ventilação natural em benefício da construção, o conforto térmico e as estratégias para isso, como, por exemplo, a ventilação cruzada, ventilação pelo efeito chaminé, coletores de ventos. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer as estratégias de uso da ventilação natural.• Avaliar necessidade de ventilação em construções existentes.• Explicar os benefícios da utilização do verde em projetos de edificações.• DESAFIO Joana é uma mulher ativa. Empresária e solteira, decidiu comprar uma casa e desde então começou a procurar e visitar as opções que mais lhe agradavam. Quando finalmente encontrou o que desejava buscou ajuda de um profissional para uma orientação a respeito da casa antes de fechar o negócio. Nessa busca, você, arquiteto, foi o contratado para uma assessoria prévia e, depois desta etapa, para o projeto de reforma. Ela pretende deixar a edificação o mais sustentável possível e a ventilação natural é primordial para ela na sala, escritório e quartos. Vocês foram visitar a casa e na visita o corretor lhe entregou a planta baixa do imóvel. Analisando a edificação, quais desses ambientes que ela considera importantes você pôde identificar que têm uma boa ventilação cruzada e por quê? Existe alguma estratégia que pode melhorar a quantidade de troca de ar utilizando a ventilação cruzada nesses ambientes? Utilize a planta a seguir indicando as possibilidades técnicas. Para analisar o espaço e em seguida tomar decisões, considere que os ventos têm uma intensidade semelhante em todas as direções. INFOGRÁFICO Para uso da ventilação natural em construções sustentáveis para benefício do meio ambiente é possível utilizar diversas técnicas. Observe três técnicas em uma edificação permeável: DESAFIO: IMAGEM 1 A sala tem uma boa ventilação cruzada, existem duas janelas e elas estão posicionadas na mesma direção. Se aumentar a largura das janelas o fluxo será maior pois a abertura depende também do tipo de janela que será utilizada. Por exemplo, uma janela de correr de 2,00 m de largura tem abertura menor do que 1,00 m devido a uma folha se sobrepor à outra quando aberta; já as portas pivotantes têm a abertura quase total além de poder direcionar o vento. O escritório possui duas janelas pequenas, portanto, para que ocorra a ventilação cruzada no ambiente são necessárias uma entrada e uma saída para o ar, desta forma, se encaixar; porém, o correto seria aumentá-las um pouco e, se possível, utilizar as wings walls externamente para potencializar as trocas. No quarto de solteiro, há duas janelas de tamanhos diferentes, e para a ventilação cruzada eficiente as janelas devem ter tamanhos aproximados; dobrando a largura da janela menor já teríamos uma ventilação melhor, se utilizar de artifícios para direcionar os ventos, como as wings walls ou vegetação externa, aumentaria ainda mais. O quarto de casal tem apenas uma janela e duas portas, uma saída seria retirar a porta que dá acesso ao exterior e colocar uma janela no lugar; a outra opção seria utilizar janelas sobre as portas tipo maxim ar e/ou veneziana ventilada nas portas; porém, não seria tão eficiente quanto a troca da porta por uma janela. CONTEÚDO DO LIVRO Várias são as estratégias de projeto e tipos de materiais com funções diferentes que podem ser utilizados para tornar um ambiente ou edificação sustentável. O controle térmico do interior da edificação usando a ventilação natural é uma maneira de torná-la mais agradável e sustentável diminuindo a necessidade de ventilação mecânica, uso de climatizadores ou do ar-condicionado. Acompanhe a leitura do capítulo Alternativas Técnicas Sustentáveis em Benefício do Ambiente Construído, do livro Introdução a arquitetura e urbanismo, que serve de base teórica para esta Unidade de Aprendizagem. Boa leitura. ARQUITETURA Betina Conte Cornetet Alternativas técnicas sustentáveis em benefício do ambiente construído Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Reconhecer as estratégias de uso da ventilação natural. � Avaliar a necessidade de ventilação em construções existentes. � Explicar os benefícios da utilização do verde em projetos de edi- ficações. Introdução Você sabe como é possível tornar uma edificação mais agradável in- ternamente? E mais sustentável? Ao projetar uma edificação, é pos- sível aplicar várias estratégias, técnicas ou soluções construtivas que proporcionem ventilação e iluminação adequadas corresponden- tes ao uso a que a edificação ou ambiente está sendo projetado. Neste texto, você vai aprender sobre o uso da ventilação natural em benefício da construção, o conforto térmico e sobre as estratégias para isso, como a ventilação cruzada, ventilação pelo efeito chaminé e coletores de ventos, por exemplo. Estratégias de uso da ventilação natural O uso da ventilação natural é um dos princípios básicos da sustentabilidade das edificações. Além de proporcionar o controle térmico do ambiente, ela possibilita a troca constante de ar, gerando espaços com mais conforto, salu- bridade e qualidade. Outra vantagem dessa estratégia é a redução da neces- sidade de ventilações mecânicas ou o uso de ar-condicionado. Dessa forma, além de proporcionar um edifício mais sustentável, também garante economia ao longo da vida útil da edificação. A ventilação é apenas um dos parâmetros que colaboram para o conforto e a sus- tentabilidade de uma edificação. No livro Sol, vento & luz: estratégias para o projeto de arquitetura, de G. Z. Brown e Mark DeKay (2004), os autores classificam diferentes estratégias de melhor aproveitamento dos recursos naturais disponíveis em diferentes etapas do projeto. Ventilação cruzada A ventilação cruzada é a maneira mais simples de proporcionar a ventilação no ambiente construído. Trabalhando com aberturas nos planos verticais, sejam elas em planos de orientações opostas, adjacentes, sejam ainda no mesmo plano (através de recursos de arquitetura com as wing walls), você favorece o movimento do ar dentro do ambiente. É necessário, porém, conhecer a pre- dominância de ventos da região em que o projeto está inserido, analisando a frequência, a direção e a intensidade dos ventos em cada período do ano. Em regiões de clima frio, ou ainda com fortes ventos, a ventilação cruzada pode trazer efeitos negativos à qualidade do espaço. Você encontra as melhores condições para viabilizar a ventilação cruzada quando o ar incide diretamente nas fachadas do edifício, criando zonas de alta e baixa pressão. As zonas de alta pressão, ou de vento positivo, são chamadas de barlavento; e as zonas de baixa pressão, ou vento negativo, de sotavento. Quando as entradas de ar estão localizadas perpendicularmente às regiões de alta pressão e as saídas de ar, nas regiões de baixa pressão, você terá as melhores condições para a ventilação cruzada. Quando não for possível posicionar as aberturas nas orientações mais ade- quadas, mas tiver uma fachada de pressão positiva do ar, você ainda tem como alternativa o uso do paisagismo para direcionar os ventos ou o uso de abas de direcionamento (as wing walls). A profundidade das abas deve ser de, no mínimo, a metade ou uma vez a largura das janelas, e o espaçamento entre elas deve ser de, no mínimo, duas vezes a largura das janelas. Veja algumas configurações possíveis para as wing walls na Figura 1. 79Alternativas técnicas sustentáveis em benefíciodo ambiente construído Figura 1. Exemplo de estratégias de desenho para as wing walls. Fonte: Brown e DeKay (2004, p. 207). A edificação ideal para a ventilação cruzada seria aquela onde houvesse apenas um ambiente estreito, possibilitando mais exposição aos ventos pre- dominantes. No entanto, essa solução dificilmente é alcançada. O que ocorre é que o ambiente exposto à maior incidência de ventos acaba por ser a pró- pria barreira para os demais espaços. Edificações com corredor, por exemplo, apresentam um desafio para a ventilação cruzada, sendo necessário desen- volver estratégias projetuais para permitir que o ar atravesse esse corredor. Veja o exemplo na Figura 2. Ótimo A be rt ur as n a m es m a pa re de A be rt ur as e m pa re de s ad ja ce nt es Ruim RuimBom Arquitetura80 Figura 2. Exemplo de soluções para ventilar ambientes acessados por corredores. No pavi- mento inferior, a solução é feita através de uma abertura para o corredor, sendo este aberto para a rua. No pavimento superior, um duto sobre o corredor permite que o ar atravesse en- tre as lajes, possibilitando que a circulação de ar ocorra, ainda que o corredor seja fechado. Fonte: Brown e DeKay (2004, p. 172). Na página 172 do livro Sol, vento & luz: estratégias para o projeto de arquitetura, de G. Z. Brown e Mark DeKay (2004), indicado nas referências, é possível encontrar outras sugestões para solucionar a ventilação cruzada em edificações com corredor. Neste mesmo livro, na página 205, é possível ainda obter a dimensão necessária de uma abertura para garantir a remoção do calor de uma edificação. Ao inserir em um gráfico a velocidade do vento e a taxa de ganho térmico da edificação, você obtém o percentual da área de piso que é necessário garantir através de uma abertura. 81Alternativas técnicas sustentáveis em benefício do ambiente construído Efeito chaminé Quando não há vento, ou quando as orientações que oferecem possibilidade de abertura de janelas não são favoráveis para a ventilação cruzada, uma alterna- tiva é fazer a ventilação por gravidade através do efeito chaminé. Esse sistema funciona através do movimento natural de subida do ar quente. O ar quente vai sair do ambiente através de aberturas na parte superior do ambiente, sendo substituído pelo ar de temperatura mais baixa que entrará pela parte inferior desse mesmo ambiente. As taxas de ventilação são ótimas, quando a área de entrada de ar é igual a área de saída de ar. A ventilação por efeito chaminé depende da distância entre as tomadas (aber- turas inferiores) e as saídas de ar (aberturas superiores), da diferença de tempe- ratura entre o interior e o exterior da edificação e da dimensão dessas aberturas. Assim, uma alternativa para melhorar a eficiência desse sistema é maximizar a diferença de altura entre as aberturas através de recintos com pés-direitos mais altos, ou ainda com a construção de chaminés. Veja na Figura 3 dois cortes do projeto Building Research Establishment Office Building (Edifício BRE), em Garston, no Reino Unido, projetado pela firma de Feilden Clegg. Figura 3. Corte do edifício do BRE na sua situação tipo e no auditório, demonstrando duas soluções arquitetônicas para se obter ventilação natural dos ambientes, utilizando o recurso do efeito chaminé. Fonte: Brown e DeKay (2004, p. 208). Na página 201 do livro Sol, vento & luz: estratégias para o projeto de arquitetura, de G. Z. Brown e Mark DeKay (2004), indicado nas referências, é possível obter a dimensão necessária para a chaminé de modo a alcançar bons resultados para essa estratégia. Arquitetura82 Coletores de vento Quando as edificações não oferecem boas condições para que as janelas obtenham acesso à ventilação para fins de resfriamento do ambiente, é pos- sível projetar coletores de vento para capturar brisas acima do nível da edi- ficação. Em locais com alta densidade edilícia, é comum que algumas edifi- cações não tenham contato com zonas de pressão positiva dos ventos. Nestes casos, coletores de vento podem possibilitar que edificações coletem vento de alturas maiores, onde a velocidade dos ventos é maior e a temperatura também tende a ser mais baixa. Veja o exemplo da Universidade de Catar na Figura 4. Figura 4. Exemplo de coletor de vento em uma edificação que não tem sua fachada na orientação de ventos positivos.Fonte: Brown e DeKay (2004, p. 211). Outra vantagem das torres coletoras de vento é que, uma vez que não existem barreiras físicas, os ventos podem ser coletados de qualquer direção. Uma análise da frequência dos ventos pode sugerir uma, duas ou mais aber- turas na torre. Painéis verticais direcionam o ar para baixo e este pode sair por alpendres ou recintos adjacentes. Universidade de Catar. Corte/elevação dos módulos da Faculdade de Ciências Humanas. 83Alternativas técnicas sustentáveis em benefício do ambiente construído Existem quatro tipos básicos de coletores (BROWN; DEKAY, 2004, p. 212): 1. Egípcio: quando ventos sopram da mesma direção. 2. Paquistanês: para ventos que geralmente não ultrapassam 90°. 3. Iraniano de dois lados: quando os ventos variam entre duas direções opostas. 4. Iraniano de quatro lados: quando há variação homogênea de frequência de ventos distribuídos em várias direções. Usando um coletor com dutos em mais de uma direção, é necessário o uso de painéis verticais internos, evitando que os ventos cruzem o coletor sem que haja a tomada de ar. Isso força o circuito do vento até o nível desejado para a saída de ar. Para saber mais sobre a eficiência de cada coletor, consulte o gráfico na página 212 do livro Sol, vento & luz: estratégias para o projeto de arquitetura, de G. Z. Brown e Mark DeKay (2004), indicado nas referências. Em climas quentes ou em locais onde o movimento do ar é muito fraco em determi- nadas horas do dia, é desejável combinar diferentes estratégias de ventilação natural em diferentes ambientes. Combinando soluções horizontais, como a ventilação cruzada, e verticais, como o efeito chaminé ou os coletores de vento, é possível obter resultados melhores. Quanto mais permeável for a edificação, sem obstruções para o movimento das massas de ar, maiores as possibilidades de soluções para a ventilação natural. Veja as combinações de estratégias em planta baixa e em corte na Figura 5. Arquitetura84 Figura 5. Exemplo de combinações entre ventilação cruzada e efeito chaminé. Fonte: Brown e DeKay (2004, p. 170). Benefícios da utilização do verde em projetos de edificações Atualmente, podemos verificar uma preocupação em recuperar condições ambientais perdidas com a intensificação da construção nas grandes cidades. Para esse fim, é possível intensificar o uso de coberturas vegetais em edifi- cações novas e existentes. Essas coberturas podem ser apresentadas na sua forma mais tradicional, através de jardins, mas também podem ser implan- tadas em treliças, quadros vivos, coberturas verdes, fachadas, entre outros. Cada tipo de utilização traz benefícios maiores ou menores ao meio ambiente. Os principais benefícios da utilização do verde em projetos de edificações são: � A obtenção de um maior isolamento térmico do ambiente. � O controle acústico através da absorção de ruídos. Plantas baixas esquemáticas para ventilação cruzada Cortes esquemáticos para ventilação por efeito chaminé A - Recintos com pés-direitos elevados B - Recinto com pé-direito elevado na periferia 1 Edificações com um recinto de largura 2 Edificações com um recinto de largura no centro 3 Wingwalls 4 Canalização Venturi 5 Recintos e ventilação interligados através da circulação D - Chaminés de ventilação específicas E - Escadaria como chaminé de ventilação C - Recinto com pé-direito elevado no centro da edificação 85Alternativas técnicas sustentáveis em benefício do ambiente construído � A redução de consumo energético para manutenção da temperatura interna. � A proteção das superfícies contra intempéries.� A retenção da água da chuva. � A absorção tóxica. � A proteção contra a formação de ilhas de calor nas grandes cidades. � A contribuição para a formação e manutenção da biodiversidade. � O seu valor estético. Verdes em superfícies verticais (quadros ou paredes) O uso de vegetações que sobem verticalmente as paredes, devido às carac- terísticas de determinadas plantas, sempre foi uma prática comum usada há muitos séculos. No entanto, essas espécies geralmente alcançavam pequenas alturas. Tecnologias contemporâneas permitem que, através de estruturas es- pecíficas, espécies vegetais sejam distribuídas ao longo de altas superfícies verticais, que chamamos de fachadas ou paredes verdes. Veja um exemplo de fachada verde na Figura 6. Figura 6. Obra Oásis de Aboukir, uma parede verde projetada por Patrick Blanc, em Paris, no ano de 2013. Fonte: SustentArqui (2013). Arquitetura86 Verdes em superfícies horizontais (telhados ou terraços) As superfícies horizontais ou inclinadas, tanto na cobertura das edificações quanto em terraços e jardins suspensos, caracterizadas por uma cobertura vegetal são chamadas de telhados verdes. Além da estética proporcionada por essas coberturas, elas também são isolantes térmicos muito importantes para as edificações. Em grandes cidades, elas ainda colaboram para melhorar a qualidade do ar e minimizar o efeito de ilhas de calor, além de recuperar condições para o ecossistema animal, atraindo pássaros e insetos. Outra van- tagem para as cidades é o controle da velocidade com que a água da chuva chega nas redes pluviais, além da possibilidade de tratamento e reaprovei- tamento desta água. Por esses motivos, algumas cidades brasileiras já têm leis ou orientações que incentivam o uso dessas coberturas em edificações públicas e privadas. As duas tipologias básicas para as coberturas verdes são: � Extensivas: essas coberturas se assemelham mais à construção de um jardim, com plantas rasteiras e de pequeno porte. Normalmente, esse tipo de cobertura verde está em locais onde não haverá tráfego de pes- soas e não exigirá manutenção constante. Dessa forma, a altura e o peso da estrutura são menores. Veja um exemplo de cobertura exten- siva na Figura 7. Figura 7. Exemplo de cobertura extensiva. Fonte: International Green Roof Association (c2016). 87Alternativas técnicas sustentáveis em benefício do ambiente construído � Intensivas: essas coberturas compreendem estruturas para áreas maiores e com espécies vegetais de médio e grande porte. A espessura das estru- turas tende a ser maior (dependendo das espécies escolhidas) e o peso do conjunto também aumenta consideravelmente em relação às coberturas de tipo extensivas. Veja um exemplo de cobertura intensiva na Figura 8. Figura 8. Exemplo de cobertura intensiva. Fonte: International Green Roof Association (c2016). Em ambas as soluções é importante tomar cuidado com as questões técnicas, como impermeabilização e drenagem, além das questões estruturais. É impor- tante ainda avaliar a viabilidade para o caso de edificações existentes e os custos de manutenção. A escolha das espécies é fundamental e deve ser feita não apenas por questões estéticas, mas também considerando o tipo e a profundidade do substrato, as condições climáticas do local e a necessidade de manutenção. Visite o site do IGRA (INTERNATIONAL GREEN ROOF ASSOCIATION, c2016) para co- nhecer exemplos mundiais do uso de coberturas verdes. Neste site, é possível obter mais informações técnicas sobre as tipologias (o IGRA considera três tipos de cobertura verde, incluindo a classificação de “semi-intensiva” como uma tipologia intermediária de acordo com suas especificações técnicas), tecnologias disponíveis e sobre a cons- trução dessas coberturas. Arquitetura88 1. Uma das alternativas técnicas sus- tentáveis em benefício do ambiente construído é a edificação permeável. Analise as questões abaixo e assinale a que não corresponde a uma de suas características. a) Utilização das plantas livres. b) A ventilação cruzada e as wing walls podem ser usadas nas edifi- cações permeáveis. c) Não é possível a utilização da ventilação pelo efeito chaminé em edificações permeáveis, pois se trata de uma estratégia de uso isolado. d) Os tetos inclinados podem favo- recer a circulação do ar. e) Aberturas na laje, como em me- zaninos ou escadas, podem ser utilizadas na circulação do ar nas edificações permeáveis. 2. Sobre a ventilação cruzada, assinale a afirmativa correta. a) É uma estratégia utilizada para cruzar os ventos de ambientes localizados em pisos diferentes, como nos sobrados. b) As wing walls são utilizadas apenas quando as janelas estão na mesma parede. c) Um ambiente com uma janela de dimensionamento proporcional ao seu tamanho desempenha a ventilação cruzada de modo eficiente. d) A vegetação no exterior da edificação pode ser utilizada para ampliar a circulação de ar no seu interior. e) A quantidade de ar que entra e sai das edificações é resultante dos ventos; e a diferença de pressão, neste caso, não influencia. 3. Uma estratégia utilizada para o con- trole térmico nas edificações é a ven- tilação pelo efeito chaminé, analise as suposições abaixo e marque a correta. a) A presença dos ventos e sua orientação é indispensável para o desempenho da ventilação pelo efeito chaminé. b) A altura da chaminé não in- fluencia na taxa de movimen- tação do ar através do ambiente. c) Algumas estratégias podem au- xiliar ampliando a taxa de movi- mentação do ar, como tetos retos ou inclinados, de maneira que a chaminé se localize na parte mais baixa do pé-direito. d) As taxas de troca de ar quente por ar frio são máximas quando a área de entrada é igual à área de saída. e) A ventilação pelo efeito chaminé tem o mesmo efeito que os cole- tores ou torres de ventos. 4. Os coletores de ventos são uma es- tratégia de ventilação natural. Quanto ao seu uso e desenvolvimento, é correto afirmar: a) As edificações são baixas quando localizadas em cidades de pouca densidade, onde as janelas captam a ventilação natural. b) As edificações são altas, possi- bilitando a coleta eficiente dos ventos. 89Alternativas técnicas sustentáveis em benefício do ambiente construído c) A utilização da rosa dos ventos não é necessária na elaboração dos coletores de ventos porque as aberturas localizam-se acima das edificações. d) O coletor de ventos tem dupla função: captação do ar frio e saída do ar quente do interior das edificações. e) Os coletores do tipo iraniano necessitam de uma divisão no seu interior, desde a entrada de ar até a saída, para evitar que o vento cruze através e atinja seu objetivo. 5. O controle térmico das edificações utili- zando a ventilação natural é uma solução sustentável para o ambiente construído. Várias estratégias podem ser utilizadas, algumas em conjunto, potencializando a circulação do ar. Antes de iniciar um projeto, algumas observações devem ser feitas para a elaboração e escolha correta da estratégia. Assinale a alternativa que não contém uma delas. a) Material utilizado na edificação. b) A rosa dos ventos. c) A posição onde o sol nasce e se põe. d) O clima da região. e) A vizinhança e a topografia do local. Arquitetura90 BROWN, G. Z.; DEKAY, Mark. Sol, vento e luz: estratégias para o projeto de arquitetura. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2004. INTERNATIONAL GREEN ROOF ASSOCIATION. Global networking for green roofs. Nürtin- gen: IGRA, c2016. Disponível em: <http://www.igra-world.com/>. Acesso em: 17 set. 2016. SUSTENTARQUI. Nova parede verde de Patrick Blanc em Paris. Rio de Janeiro: SustentAr- qui, 2013. Disponível em: <http://sustentarqui.com.br/urbanismo-paisagismo/nova- -parede-verde-de-patrick-blanc-em-paris/>. Acesso em: 17 set. 2016. Leituras recomendadas LAMBERTS, Roberto; DUTRA, Luciano; PEREIRA, Fernando. Eficiência energética na arqui- tetura. São Paulo: PW, 1997. LEAL, Ledy Valporto. Ecoeficiência: verde sobe dos jardinspara as coberturas. São Paulo: ARCO, 2009. Disponível em: <https://arcoweb.com.br/finestra/tecnologia/ecoeficien- cia-telhados-verdes-01-12-2009>. Acesso em: 17 set. 2016. MASCARÓ, Lucia. Energia na edificação: estratégias para minimizar seu consumo. São Paulo: Projeto, 1985. 91Alternativas técnicas sustentáveis em benefício do ambiente construído Conteúdo: DICA DO PROFESSOR Nesta Dica do professor, você vai conhecer um pouco mais sobre a utilização do verde nas construções. Além do uso estético, a vegetação pode ser usada como um fator beneficiário do meio construído. Veja estas e outras vantagens de optar pelo caminho sustentável nas edificações. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Uma das alternativas técnicas sustentáveis em benefício do ambiente construído é a edificação permeável. Analise as questões abaixo e assinale a que não corresponde a uma de suas características. A) Utilização das plantas livres. B) A ventilação cruzada e as wing walls podem ser usada nas edificações permeáveis. C) Não é possível a utilização da ventilação pelo efeito chaminé em edificações permeáveis pois trata-se de uma estratégia de uso isolado. D) Os tetos inclinados podem favorecer a circulação do ar. E) Aberturas na laje, como em mezaninos ou escadas, podem ser utilizadas na circulação do ar nas edificações permeáveis. 2) Sobre a ventilação cruzada, assinale a afirmativa correta. As plantas livres caracterizam-se pela presença de poucas paredes ou divisórias favorecendo a circulação do ar pela edificação, é utilizada nas edificações permeáveis. A ventilação cruzada consiste na circulação do ar pela diferença de pressão, ou pela densidade, o ar quente é mais leve e o frio mais denso. As wing walls são aparatos que ajudam na troca do ar aumentando o diferencial de pressão quando necessário. Ambas são utilizadas nas edificações permeáveis. O ar quente é mais leve e devido a isso em um ambiente se localizará rente ao teto, a inclinação voltada para uma chaminé ou saída de ar (na parte mais alta) acelera essa saída e o resfriamento do ambiente. As aberturas na laje tanto de mezanino, escadas ou outras auxiliam na circulação do ar e resfriamento, contribuindo para uma edificação permeável. A ventilação por efeito chaminé pode ser utilizada nas edificações permeáveis em conjunto com outras estratégias como a ventilação cruzada. A) É uma estratégia utilizada para cruzar os ventos de ambientes localizados em pisos diferentes, como nos sobrados. B) As wing walls são utilizadas apenas quando as janelas estão na mesma parede. C) Um ambiente com uma janela de dimensionamento proporcional ao seu tamanho desempenha a ventilação cruzada eficientemente. D) A vegetação no exterior da edificação pode ser utilizada para ampliar a circulação de ar no interior da mesma. E) A quantidade de ar que entra e sai das edificações é resultante dos ventos e a diferença de pressão neste caso não influencia. 3) Uma estratégia utilizada para o controle térmico nas edificações é a ventilação pelo efeito chaminé, analise as suposições abaixo e marque a correta. A) A presença dos ventos e sua orientação é indispensável para o desempenho da ventilação pelo efeito chaminé. B) A altura da chaminé não influencia na taxa de movimentação do ar através do ambiente. C) Algumas estratégias podem auxiliar ampliando a taxa de movimentação do ar como tetos retos ou inclinados de maneira que a chaminé se localize na parte mais baixa do pé direito. D) As taxas de troca de ar quente pelo ar frio são máximas quando a área de entrada é igual à área de saída. E) A ventilação pelo efeito chaminé tem o mesmo efeito que os coletores ou torres de ventos. 4) O ar quente é mais leve e devido a isso em um ambiente se localizará rente ao teto, a inclinação voltada para uma chaminé ou saída de ar (na parte mais alta) acelera essa saída e o resfriamento do ambiente. Os ventos incidentes nas edificações promovem as diferenças de pressões que quanto maior for, maior a circulação de ar no interior das edificações. Para que haja a ventilação cruzada é necessário existir duas aberturas, ou duas janelas, uma de entrada do ar e outra de saída. As wing walls ampliam a capacidade de troca do ar e resfriamento do ambiente, são utilizadas quando as janelas estão na mesma parede ou adjacentes conforme medidas padrão. A ventilação cruzada faz a troca e circulação do ar no mesmo piso. A ventilação pelo efeito chaminé procede mesmo com a presença dos ventos. Quanto maior a altura da chaminé maior a taxa de movimentação do ar no ambiente. Os tetos inclinados ajudam ampliando a taxa de movimentação do ar, mas as chaminés devem estar localizadas na parte mais alta do pé direito nesta inclinação porque o ar quente é leve e tende a ficar nas regiões mais altas. Os coletores ou torres de ventos têm a função entrada de ar, diferente das chaminés que têm a função de saída do ar. Nesta situação as taxas são máximas quando o dimensionamento da saída do ar na chaminé é igual ao dimensionamento da entrada na janela ou outro. Os coletores de ventos são uma estratégia de ventilação natural. Quanto ao seu uso e desenvolvimento é correto afirmar: A) As edificações são baixas localizadas em cidades de pouca densidade onde as janelas captam a ventilação natural. B) As edificações são altas possibilitando a coleta eficiente dos ventos. C) A utilização da rosa dos ventos não é necessária na elaboração dos coletores de ventos porque as aberturas localizam-se acima das edificações. D) O coletor de ventos tem dupla função, a de captação do ar frio e de saída do ar quente do interior das edificações. E) Os coletores do tipo iraniano necessitam de uma divisão no seu interior desde a entrada de ar até a saída para evitar que o vento cruze através e atinja seu objetivo. 5) O controle térmico das edificações utilizando a ventilação natural é uma solução sustentável para o ambiente construído. Várias estratégias podem ser utilizadas, algumas em conjunto potencializando a circulação do ar. Antes de iniciar um projeto utilizando essas estratégias, algumas observações devem ser feitas para a elaboração e escolha correta da estratégia. Assinale a alternativa que não contém uma delas. A) Material utilizado na edificação. B) A rosa dos ventos. C) A posição onde o sol nasce e se põe. D) O clima da região. Os coletores iranianos podem ter duas ou quatro aberturas de entrada e são utilizados quando os ventos se originam de várias direções; a divisão interna é necessária para que o vento não cruze através das aberturas coletoras mantendo, assim, a função do coletor. O coletor tem a função de captar os ventos ou brisas acima das edificações. A rosa dos ventos é utilizada para orientar as aberturas, o formato e a quantidade de aberturas nos coletores. Os coletores são utilizados quando as edificações são baixas. Os coletores de ventos são utilizados em altas densidades de edificações onde as janelas não conseguem captar a ventilação natural. A rosa dos ventos orientará a direção das aberturas para coletar os ventos predominantes da região. É importante saber a orientação do sol para poder identificar quais faces da edificação receberão a maior quantidade de sol e, consequentemente, serão os ambientes mais quentes necessitando de estratégias para o controle térmico. É importante o conhecimento do clima da região para traçar a melhor estratégia que atenda a este clima. Sim, o material utilizado na edificação pode torná-la mais quente ou não, porém estamos falando aqui sobre estratégias de ventilação natural; o controle térmico pelos tipos de materiais ou isolamentos são outras estratégias. E) A vizinhança e topografia do local. NA PRÁTICA Um ambiente construído pode ser feito com o uso da ventilação natural e uma dessas maneiras é utilizando a ventilação cruzada. Para que aconteça a ventilação cruzada é necessário uma polarização negativa e outra positiva de pressãocausadas pela diferença de temperatura interna e externa da edificação e pelos ventos. Além disso, também é necessário: SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Galeria da Arquitetura | Sesc Jundiaí -Teuba Arquitetura Veja o vídeo no link a seguir. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Galeria da Arquitetura | Natura Ecoparque Ver-a-Vida - Gesto Arquitetura: Entrevista Os ventos incidentes na edificação produzem as áreas de alta e baixa pressão promovendo as trocas e movimentação do ar, uma vizinhança densa ou uma localização do terreno em um fundo de vale, por exemplo, dificulta ou desvia esses ventos; assim, é importante o conhecimento da vizinhança e a topografia do local para definir a melhor estratégia. com os arquitetos Newton M. Yamato e Tânia R. Parma Leia mais no link a seguir. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Arquitetura bioclimática: Conforto ambiental na rede Sarah Leia mais no link a seguir. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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