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CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS MANUAL DE LINGUA PORTUGUESA II 2022 ENSINO ONLINE. ENSINO COM FUTURO 2022 ENSINO ONLINE. ENSINO COM FUTURO CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS MANUAL DE LINGUA PORTUGUESA II 1º ANO CÓDIGO TOTAL HORAS/1º SEMESTRE 150 CRÉDITOS (SNATCA) 6 NÚMERO DE TEMAS 5 Direitos de autor Este manual é propriedade da Univerdidade Aberta ISCED (UnISCED), e estão reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios, sejam (eletrónicos, mecânicos, gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa pela Entidade Editora (Universidade Aberta ISCED) UnISCED. A não observância do acima estipulado, o infrator é passível a aplicação de processos judiciais em vigor no País. Universidade Aberta UnISCED Rua Paiva Couceiro, Macuti Beira - Moçambique Telefone: +258 23323501 Fax: 258 23324215 E-mail: suporte@unisced.edu.mz Website: www.unisced.edu.mz http://www.unisced.edu.mz/ Agradecimentos A Universidade Aberta ISCED (UnISCED) agradece a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual: Autor Cardoso Augusto Nhambirre Coordenação Design Financiamento e Logística Revisão Científica e Linguística Ano de Publicação Ano de actualização Local de Publicação Vice- Reitoria Académica da UnISCED Universidade Aberta ISCED (UnISCED) Instituto Africano de Promoção da Educação a Distância (IAPED) Faculdade de Educação 2018 2022 UnISCED – BEIRA Visão geral Objectivos do Módulo O módulo de Língua Portuguesa II é composto de sete Unidades Temáticas e tem por objectivo contribuir na formação continuada de professores de Língua Portuguesa e outros técnicos superiores interessados nessa área, cujo contexto de trabalho, desenvolvido em diferentes espaços concorra para que a escola e outros sectores de actividade cumpram com o seu papel social na formação dos estudantes. No presente módulo, vamos abordar a Língua Portuguesa nas vertentes oral, escrita, leitura e a prória gramática. O tema I está relacionado com os textos orais ou escritos de comunicação social. O tema II reflecte sobre os textos informativos. O tema III tem a ver com a ortografia e pontuação. O tema IV faz uma reflexão sobre a língua, nomeadamente os actos ilocutórios. O tema V procura reflectir sobre a língua, no aspecto gramatical –frase simples e frase complexa. Objectivos Específicos Expressar-se oralmente e por escrito com coerência e correcção Utilizar a língua como instrumento para a aquisição de novas aprendizagens ▪ Expressar-se oralmente e por escrito com coerência e correção ▪ Utilizar a língua como instrumento para a aquisição de novas aprendizagens Quem deveria estudar este Manual Este Manual foi concebido para estudantes do 1º ano do curso de licenciatura em Ensino de Língua Portuguesa e outros que se interessem pela compreensão e produção de discursos orais e escritos nesta língua. Como está estruturado este módulo Este Manual está estruturado da seguinte maneira: Páginas introdutórias ▪ Um índice completo. ▪ Uma visão geral detalhada dos conteúdos do manual, resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de começar o seu estudo, como componente de habilidades de estudos. Conteúdo desta Disciplina / módulo Este módulo está estruturado em Unidedes Temáticas. Cada Unidade temática, por sua vez comporta certo número de temas. Cada tema se caracteriza por conter uma introdução, objetivos e conteúdos. No final de cada tema, são incorporados antes o sumário, exercícios de auto-avaliação, só depois é que aparecem os exercícios de avaliação. Os exercícios de avaliação têm as seguintes características: exercícios teóricos/práticos, problemas não resolvidos e actividades práticas incluido estudo de caso. Outros recursos A equipa dos académicos e pedagogos do ISCED, pensando em si, num cantinho recôndito deste nosso vasto Moçambique e cheio de dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem, apresenta uma lista de recursos didácticos adicionais ao seu módulo para você explorar. Para tal a UnISCED disponibiliza na biblioteca virtual mais material de estudos relacionado com o seu curso como: Livros e/ou manuais, CD, CD-ROOM, DVD. Para além deste material físico ou eletrónico disponível na biblioteca, pode ter acesso a Plataforma digital Moodle para alargar mais ainda as possibilidades dos seus estudos. Auto-avaliação e Tarefas de avaliação Tarefas de auto-avaliação para este manual encontram-se no final de cada Unidade Temática e de cada tema. As tarefas dos exercícios de auto-avaliação apresentam dois niveis: primeiro apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo, exercícios que mostram apenas respostas. Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação mas sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir as outras. Parte das tarefas de avaliação será objecto dos trabalhos de campo a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos de correção e atribuição da nota. Também algumas tarefas constarão do exame do fim do módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os exercícios de avaliação é uma grande vantagem. Ícones de actividade Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma nova atividade ou tarefa, uma mudança de atividade, etc. Habilidades de estudo O principal objectivo deste campo é de ensinar aprender a aprender. Aprender aprende-se: Durante a formação e desenvolvimento de competências, para facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e eficazes. Por isso é importante saber como, onde e quando estudar. Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos que caro estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos estudos, procedendo como se segue: 1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de leitura. 2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida). 3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR). 4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão. 5º Fazer Trabalho de Campo (TC), algumas atividades práticas ou as de estudo de caso, se existir. IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo, respetivamente como, onde e quando. Estudar, como foi referido no início deste item, antes de organizar os seus momentos de estudo reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si: Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à noite/de manhã/de tarde/fins-de-semana/ao longo da semana? Estudo melhor com música/num sítio silencioso/num sítio barulhento!? Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em cada hora, etc. É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada ponto da matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando achar que já domina bem o anterior. Privilegie saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler e estudar, que saber tudo superficialmente!Mas a melhor saída é aliar ambas as opções: Saber com profundidade todos conteúdos de cada tema, no módulo. Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso (chama-se descanso à mudança de actividades). Ou seja, durante o intervalo não se deve continuar a tratar dos mesmos assuntos das actividades obrigatórias. Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual obrigatório, pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento da aprendizagem. Por que o estudante acumula um elevado volume de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo, criando interferência entre os conhecimentos, perda da sequência lógica, por fim ao perceber que estuda tanto mas não aprende, cai em insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente incapaz. Não estude na última da hora, principalmente quando se trata de fazer alguma avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda sistematicamente), não estudar apenas para responder a questões de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobretudo, estude pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área em que está a se formar. Organize na sua agenda um horário onde define as horas e as matérias que deve estudar durante a semana; Face ao tempo livre que resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades. É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será uma necessidade para o estudo das diversas matérias que compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as partes que está a estudar e pode escrever conclusões, exemplos, vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a margem para colocar comentários seus relacionados com o que está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura; Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado não conhece ou não lhe é familiar; Precisa de apoio? Caro estudante, temos a certeza de que, por razões de ordem gráfica ou de conteúdo, o presente material pode suscitar-lhe algumas dúvidas. Queira, por favor, contactar os serviços de atendimento e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), via telefone, sms, E-mail. Tarefas (avaliação e auto-avaliação) O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, atividades e auto−avaliação), contudo, nem todas deverão ser entregues, mas é importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues duas semanas antes das sessões presenciais seguintes. Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do estudante. Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos de campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da disciplina/módulo. Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente. Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo, os mesmos devem ser devidamente referenciados, respeitando os direitos do autor. N.B: Em todos os casos, evite o plágio. Avaliação Caro estudante, você será avaliado durante os estudos à distância que contam com um mínimo de 90% do total de tempo de que precisa para estudar os conteúdos do seu módulo. O tempo de contacto presencial conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. Os trabalhos de campo por si realizados, durante os estudos e aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de frequência para ir aos exames. Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou módulo e decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no mínimo 60%, o que adicionado aos 40% da média de frequência, determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira. A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira. Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 3 (três) avaliações e 1 (um) (exame). Algumas atividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados como ferramentas de avaliação formativa. Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as recomendações, a identificação das referências bibliográficas utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros. Para mais informações acerca da avaliação, consulte o Regulamento de Avaliação em uso na Universidade Aberta ISECD. Unidade Temática I: Textos orais ou escritos de comunicação social Introdução Este tema permitir-lhe-á, caro estudante, entender um pouco sobre a circulação da informação nos meios de comunicação social. A informação pode nos aparecer oralmente ou por escrito, mas ambas as formas permitem que todas as pessoas fiquem actualizadas sobre o que acontece no dia-a-dia. Desde que apareceu a imprensa, a prática da leitura é um exercício que faz parte da nossa vida. Milhares de jornais circulam em todo mundo divulgando as mais diversas notícias. Nesta unidade temática vamos aprender como se estrutura o texto da notícia, como faz uma reportagem, o alcance das crónicas e como se conduz uma entrevista. Ao completar esta tema, você será capaz de: Objectivos ▪ Compreender discursos orais e escritos transmitidos na comunicação social; ▪ Produzir textos em que use correctamente os sinais de pontuação; ▪ Reconhecer a aplicabilidade dos actos ilocutórios; ▪ Indicar a diferença entre a frase simples e a frase complexa. TEMA: NOTÍCIA Notícia é qualquer tipo de informação que apresenta um acontecimento novo e recente ou que divulga uma novidade sobre uma situação já existente. A origem da palavra "notícia" provém do Latim, em que “notitia” significa “notoriedade; conhecimento de alguém; noção”. A notícia é uma forma de ver, perceber e conceber a realidade. A função da notícia é orientar o homem e a sociedade num mundo real. Na medida em que o consegue, tende a preservar a sanidade do indivíduo e a permanência sociedade. É comum o uso do termo como sinônimo de "paradeiro", quando se pretender ter conhecimento sobre a situação de uma determinada pessoa. Por exemplo: “Tem notícia da nossa colega Maria Antônia?”. Em Jornalismo, uma notícia se caracteriza por um texto informativo de interesse público, que narra algum fato recente ocorrido no país ou no mundo, e cujo conteúdo é constituído por um tema político, econômico, social, cultural, etc. As notícias são veiculadas ao público através da televisão, jornais, revistas e outros meios. A narração de uma notícia de gênero jornalístico deve ser feita de modo exato, objetivo e imparcial. Nesse gênero de notícia, deve ser destacada a veracidade dos fatos, a clareza da linguagem e a objetividade do conteúdo. As principais perguntas que devem ser respondidas para estruturar uma notícia são: "o quê?", "quem?", "quando?", "onde?", "como?", "por quê?", "como?". A estrutura do texto jornalístico é chamada de "pirâmide invertida", pois a informação mais relevante da notícia deve aparecer logo no primeiro parágrafo. Nos parágrafos seguintes surgem outras informações por ordem decrescente de importância. Resumidamente: Estrutura e Exemplo de Notícia Geralmente as notícias seguem uma estrutura básica classificada em: Título Principal e Título Auxiliar A notícia é formada por dois títulos, ou seja, um principal, também chamado de Manchete, que sintetiza o tema que será abordado, e outro um pouco maior, o qual auxilia o entendimentodo título principal, ou seja, é um recorte do assunto que será explorado, por exemplo: Olimpíadas Rio 2016 (Título Principal) Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016 (Título Auxiliar) Lead Na linguagem jornalística, a Lead corresponde à introdução da notícia, portanto, trata-se do primeiro parágrafo que responderá as perguntas: O Que? Quem? Quando? Onde? Como? Porque? Trata-se de um parágrafo em que todas as informações que estarão contidas na notícia deverão aparecer. É uma ferramenta muito importante, visto que desperta a atenção do leitor para a leitura da notícia. Segue abaixo um exemplo: O Rio de Janeiro, sede dos jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, vem se preparando para receber milhões de turistas no maior evento esportivo do planeta. Os Jogos Olímpicos ocorrerão entre os dias 05 e 21 de agosto e os Jogos Paraolímpicos, que contempla os atletas com necessidades especiais, acontecerão de 7 a 18 de setembro. Corpo da Notícia Nessa parte, será apresentada a notícia com descrições mais detalhadas. Segue abaixo um exemplo: Segundo a página oficial do “Rio 2016”, os Jogos Olímpicos vão ocorrer durante 17 dias (05 e 21 de agosto) em quatro regiões da Cidade Maravilhosa, que totalizam 32 locais de competição: Copacabana, Barra, Maracanã e Deodoro. As Modalidades Olímpicas incluem 42 esportes, onde participarão 10.500 atletas de 206 países. Duas novas modalidades foram inclusas nos jogos Olímpicos de 2016: o Golfe e o Rugby. Já os Jogos Paraolímpicos, destinados para atletas com necessidades especiais, acontecerão durante 11 dias (7 a 18 de setembro) nas mesmas regiões da cidade (Copacabana, Barra, Maracanã e Deodoro), que no total contemplam 20 locais de competição. São 23 modalidades esportivas, onde participarão 4.350 atletas de 178 países. A novidade é a inclusão de duas novas modalidades: a Canoagem e o Triatlo. Auto-avaliacao Questoes de Escola Multipla Dadas as frases abaixo, escolha a alínea correcta. 1. A função da notícia é: A. notoriedade, conhecimento de alguém B. é constituído por tema político, social ou económico C. veiculada ao público através do jornal ou notícia D. orientar o Homem e a sociedade num mundo real 2. Na notícia, a técnica da pirâmide invertida consiste em: A. encabeçar o título e as informações B. aparecem muitas notícias fúteis C. colocar as informações mais relevantes da notícia no primeiro parágrafo D. marcado pela actualidade de interesse geral 3. Em Jornalismo, a notícia caracteriza-se por apresentar: A. um texto informativo de interesse público ou particular B. um texto informativo de interesse público que relata facto recentes C. marcado especialmente pela actualidade e interesse elitista apenas D. um texto informativo de interesse privado que relata fatos recentes 4. O elemento facultativo que faz parte da estrutura da notícia chama-se: A. subtítulo B. título C. paragrafo-guia D. antetítulo 5. Os elementos que correspondem à estrutura da notícia são: A. título, subtítulo, lead e corpo da notícia B. antetítulo, lead e corpo da notícia C. título, subtítulo e corpo da notícia D. antetítulo, título, subtítulo e corpo da notícia 6. Na notícia as seguintes questões essenciais: quem, o quê, onde e quando são respondidas no: A. corpo da notícia B. título da notícia C. parágrafo-guia D. técnica de pirâmide invertida 7. A linguagem a utilizar na notícia deve respeitar os seguintes princípios: A. ser simples, clara, concisa e utilizar vocabulário corrente B. ser simples, objectiva, clara, concisa e utilizar vocabulário corrente C. ser simples, plurissignificativa, clara, concisa e utilizar vocabulário corrente D. ser simples, clara, concisa, polissêmica e utilizar vocabulário corrente 8. O título principal que forma a notícia também pode ser designado por: A. lead B. manchete C. actualidade D. estrelato Questoõs de Verdadeiro e Falso 9. A linguagem a utilizar na notícia nao deve respeitar os seguintes princípios: ser simples, clara, concisa e utilizar vocabulário corrente. 10. Em Jornalismo, a notícia caracteriza-se por apresentar: um texto informativo de interesse privado que relata fatos recentes. Questoes de reflexão 11. Reflita em torno do conceito de notícia. 12. sera a notícia sinonimo da reportagem? Justifique. Resposta 1. D 2. C 3. B 4. D 5. A 6. C 7. A 8. B 9. Falso 10. Falso TEMA: REPORTAGEM Introdução Neste tema vamos falar sobre um dos textos jornalísticos de maior importância -a reportagem. Objectivos da unidade temática • Definir o conceito de reportagem; • Distinguir a notícia da reportagem; • Reconhecer a sua estrutura. A Reportagem é um gênero textual não literário, considerado um texto jornalístico veiculado pelos meios de comunicação: jornais, revistas, televisão, internet, rádio, dentre outros. O repórter é a pessoa que está incumbida de apresentar a reportagem, a qual aborda temas da sociedade em geral. A Reportagem é um tipo de texto que tem o intuito de informar ao mesmo tempo que prevê criar uma opinião nos leitores, portanto ela possui uma função social muito importante como formadora de opinião. A Reportagem pode ser um texto expositivo, informativo, descritivo, narrativo ou opinativo. Desse modo, ela pode tanto se aproximar da notícia quanto dos artigos opinativos, porém não deve ser confundida com eles. Expositivo e Informativo porque ele expõe sobre um determinado assunto, com o intuito principal de informar o leitor. Podem também ser textos descritivos e narrativos, uma vez que descrevem ações e incluem tempo, espaço e personagens. E por fim, é um texto opinativo, ou seja, o repórter apresenta juízos de valor sobre o que está sendo discorrido. Geralmente são textos mais longos, opinativos e assinados pelos repórteres, enquanto as notícias são textos relativamente curtos e impessoais que possuem o intuito de somente informar o leitor de um fato atual ocorrido. Em resumo, podemos dizer que a notícia faz parte do jornalismo informativo, enquanto as reportagens fazem parte do chamado jornalismo opinativo. Por esse motivo, a reportagem é um texto que precisa de mais tempo para ser elaborado pelo repórter, donde se desenvolve um debate sobre um tema, de modo mais abrangente que a notícia. Estrutura Embora apresenta uma estrutura similar à da notícia, a reportagem é mais ampla e menos rígida na estrutura textual e pode incluir as opiniões e interpretações do autor, entrevistas e depoimentos, análises de dados e pesquisa, causas e consequências, dados estatísticos, dentre outros. Vale lembrar que a estrutura básica dos textos jornalísticos é dividida em três partes: • Título Principal e Secundário: as reportagens, tal qual as notícias, podem apresentar dois títulos, um principal e mais abrangente (chamado de Manchete), e outro secundário (uma espécie de subtítulo) e mais específico. • Lide: na linguagem jornalística a Lide corresponde aos primeiros parágrafos dos textos jornalísticos, os quais devem conter as informações mais importantes que serão discorridas pelo autor. Portanto, a Lide pode ser considerada uma espécie de resumo, donde as palavras-chave serão apontadas. • Corpo do Texto: Desenvolvimento do texto, sem perder de vista o que foi apresentado na Lide. Nessa parte, o repórter reúne todas as informações e as apresenta num texto coeso e coerente. Principais características Segue abaixo as principais características do gênero reportagem: • Textos em primeira e terceira pessoa • Presença de títulos • Temas sociais, políticos, econômicos • Linguagem simples, clara e dinâmica • Discurso direto e indireto • Objetividade e subjetividade • Linguagem formal • Textos assinados pelo autor Ainda que a notícia e a reportagemsejam textos jornalisticos, a notícia se difere da reportagem na medida que é um texto informativo e impessoal, sem teor opinativo, característico das reportagens. Além disso, as notícias não são textos assinados pelo autor, enquanto as reportagens apresentam o nome do repórter. Dentre outras diferenças que podem surgir entre esses tipos de textos, vale lembrar que a notícia apresenta um tema actual de modo inteiramente informativo, enquanto a reportagem aprofunda-se mais sobre os temas sociais e de interesse da sociedade apresentando as opiniões do autor. Sumário Ainda que a notícia e a reportagem sejam textos jornalisticos, a notícia se difere da reportagem na medida que é um texto informativo e impessoal, sem teor opinativo, característico das reportagens. Além disso, as notícias não são textos assinados pelo autor, enquanto as reportagens apresentam o nome do repórter. Dentre outras diferenças que podem surgir entre esses tipos de textos, vale lembrar que a notícia apresenta um tema actual de modo inteiramente informativo, enquanto a reportagem aprofunda-se mais sobre os temas sociais e de interesse da sociedade apresentando as opiniões do autor. Auto-avaliacao 1. A reportagem é um tipo de texto que pode ser encontrado na imprensa A. escrita, falada e interpretativa B. falada, televisiva e descritiva C. escrita, falada e televisiva D. falada, televisiva e opinativa 2. A reportagem caracteriza-se por englobar as técnicas de A. narração, descrição, argumentação crítica e fidelidade B. narração, descrição, argumentação crítica e subjetividade C. narração, descrição, argumentação crítica e impessoal D. narração, descrição, argumentação crítica e opinião 3. Uma das funções muito importantes da reportagem é a de: A. prever a formação de opinião dos leitores B. prever a imparcialidade nos leitores C. prever a o domínio do tema elos leitores D. prever a capacidade de escrever livros 4. Podemos ler nos jornais reportagens sobre assuntos ligados à: A. economia, política, sociedade, economia, sociedade, educação e calamidades B. todos, excepto educação e calamidades C. apenas economia, política e sociedade D. sociedade, educação e calamidades, respectivamente 5. A reportagem faz parte do jornalismo: A. informativo B. opinativo C. narrativo D. descritivo 6. O texto que precisa de mais tempo par ser elaborado de modo a desenvolver um debate é: A. a notícia B. narrativa C. a reportagem D. a crónica 7. Algumas técnicas e normas para a redacção de uma reportagem são: A. a narração, exposição e descrição B. a narração, argumentação e comentário C. a descrição, a narração e a exposição D. a descrição, a narração e a argumentação 8. Em relação à linguagem a reportagem apresenta: A. objectividade, subjectividade, linguagem dinâmica B. apenas a objetividade C. todos, excepto a subjetividade D. nenhuma 9. A seguinte frase, “no parágrafo-guia da reportagem, o jornalista, apresenta sumariamente, o problema, os elementos envolvidos, os comentários pessoais sobre o que pesquisou, viu ouviu e sentiu”, é: A. verdadeira B. falsa C. todas opções excepto o problema D. afirmação incompleta opiniões do autor. Questões de Verdadeiro e Falso 10.A reportagem faz parte do jornalismo descritivo. Questoes de Reflexao 11. No parágrafo-guia da reportagem, o jornalista, apresenta sumariamente, o problema, os elementos envolvidos, os comentários pessoais sobre o que pesquisou, viu ouviu e sentiu”. Comente. 12. Que temas devem ser matéria de repoirtagens? Porquê? Resposta: 1. C 2. D 3. A 4. A 5.B 6.C 7. D 8. A 9. A 10. Falso TEMA: CRÓNICA Introdução A crónica é texto híbrido, isto é, apresenta carecterísticas do jornalismo e da literatura. Objectivos da unidade • Adquirir conhecimento sobre a crónica • Ampliar a competência leitora e escrita, a partir da análise de diferentes tipos de crónica. Assim como a fábula e o enigma, a crônica é um gênero narrativo. Como diz a origem da palavra (Cronos é o deus grego do tempo), narra fatos históricos em ordem cronológica, ou trata de temas da atualidade abordando acontecimentos do cotidiano. Assim como a fábula e o enigma, a crônica é um gênero narrativo. Como diz a origem da palavra (Cronos é o deus grego do tempo), narra fatos históricos em ordem cronológica, ou trata de temas da atualidade abordando acontecimentos do cotidiano. É, primordialmente, um texto escrito para ser publicado no jornal - veículo de informação diário e, portanto, veicula textos efêmeros. A crônica, assim como o jornal, nasce, cresce, envelhece e morre em vinte e quatro horas. Por isso, ela é feita com uma finalidade pré- estabelecida: agradar aos leitores dentro de um espaço sempre igual e com a mesma localização. Ela se diferencia no jornal por não buscar exatidão da informação. Diferente da notícia, que procura relatar os fatos que acontecem, a crônica os analisa, dá-lhes um colorido emocional, mostrando aos olhos do leitor uma situação comum, vista por outro ângulo, singular. Ela se diferencia no jornal por não buscar exatidão da informação. Diferente da notícia, que procura relatar os fatos que acontecem, a crônica os analisa, dá-lhes um colorido emocional, mostrando aos olhos do leitor uma situação comum, vista por outro ângulo, singular. Podemos dizer que a crônica é uma mistura de: • jornalismo, do qual recebe a observação atenta da realidade cotidiana; e • literatura, pela construção da linguagem, o jogo verbal. Geralmente, as crônicas apresentam linguagem simples, espontânea, situada entre a linguagem oral e a literária. Isso contribui também para que o leitor se identifique com o cronista, que acaba se tornando o porta-voz daquele que lê. Geralmente, as crônicas apresentam linguagem simples, espontânea, situada entre a linguagem oral e a literária. Isso contribui também para que o leitor se identifique com o cronista, que acaba se tornando o porta-voz daquele que lê. Ao desenvolver seu estilo e ao selecionar as palavras que utiliza em seu texto, o cronista está transmitindo ao leitor a sua visão de mundo. Ele está, na verdade, expondo a sua forma pessoal de compreender os acontecimentos que o cercam. Ele pode ser considerado o poeta dos acontecimentos do dia a dia. Podemos listar algumas características da crônica: Podemos listar algumas características da crônica: • É um texto curto; • Baseia-se em fatos do cotidiano; • Apresenta linguagem informal, próxima da oralidade; • Utiliza recursos como humor e ironia para dizer coisas sérias por meio de uma aparente conversa fiada; • Traz as pessoas comuns como personagens, sem nome ou com nomes genéricos. As personagens não têm aprofundamento psicológico; são apresentadas em traços rápidos; • Tem como objetivo envolver, emocionar o leitor. Para concluir, Para concluir, A crônica é assim: simples na aparência, banal no assunto, mas extremamente rica na essência, na arte da construção da frase, na poesia com que se narra o acontecimento. Seu tema é sempre simples e trivial porque o que mais se destaca é sua forma, sua construção e sua linguagem. Auto-avalicao 1. A crônica é considerada como um texto que se situa entre o literário e o não literário por: A. apresenta características da literatura e notícia B. apresenta características da literatura e reportagem C. ser híbrido: características da literatura, reportagem e notícia D. ser híbrido: apresenta características da literatura e do jornalismo 2. A crônica é tida como um texto efémero porque: A. nasce, cresce e morre em um ano B. nasce, cresce e não morre C. nasce, cresce e perenne D. nasce, cresce e morre em vinte e quatro horas3. A notícia faz parte do jornalismo: A. informativo B. opinativo C. narrativo D. descritivo 4. Constituem as armas do bom repórter: A. a curiosidade e a pergunta B. o olho e a história C. a curiosidade e a análise D. o olho e o comentário 5. Qual dos exemplos abaixo constitui a reportagem do imprevisto. A. jogo de futebol *B. acidente de viação* C. notícia D. reportagem 6. A função de linguagem predominante na crónica é: A. informativa, expresiva apelativa B. informativa, expresiva e fática C. informativa, expressiva e eventualmente apelativa D. informativa, expresiva e metalinguística 7. A crónica tem como objetivos: A. envolver e transmitir visão ao leitor B. apresentar tema simples C. envolver e emocionar o leitor D. ganhar vitalidade literária Questões de Verdadeiro Falso 8. A função de linguagem predominante na crónica é informativa, expresiva e apelativa. 9. A crônica é tida como um texto efémero porque nasce, cresce e morre em um ano. 10. A crônica é uma notícia. Questoes de Reflexao 11. O que e uma cronica? 12. Quais são as características de uma cronica? Respostas 1. D 2. D 3. A 4. A 5. B 6. C 7. C 8. Falso 9. Falso 10. Falso TEMA: ENTREVISTA Introducao Neste tema terminamos com um género jornalístico, a entrevista. Objectivos: Compreender a circulacao jornalística da entrevista. A Entrevista é um dos gêneros textuais com função geralmente informativa, veiculado sobretudo pelos meios de comunicação: jornais, revistas, internet, televisão, rádio, dentre outros. Há diversos tipos de entrevistas dependendo da intenção pretendida: a entrevista jornalística, entrevista de emprego, entrevista psicológica, a entrevista social, dentre outras. Elas podem fazer parte de outros textos jornalísticos, por exemplo, a notícia e a reportagem. Trata-se de um texto marcado pela oralidade produzido pela interação entre duas pessoas, ou seja, o entrevistador, responsável por fazer perguntas, e o entrevistado (ou entrevistados), quem responde às perguntas. A Entrevista possui uma função social muito importante, sendo essencial para a difusão do conhecimento, a formação de opinião e posicionamento crítico da sociedade, uma vez propõe um debate sobre determinado tema, donde o discurso direto é sua principal característica. Ou seja, as palavras proferidas pelo entrevistado e o entrevistador são transcritas de maneira fidedigna e, portanto, pode haver muitas marcas de oralidade bem como observações (geralmente entre parênteses) que descrevem as ações de ambos, por exemplo: (risos). No entanto, é notório um tipo de formalismo nas entrevistas, exposto pela linguagem utilizada entre ambos, com apresentação de um discurso coerente. Características • Textos informativos e/ou opinativos • Presença do entrevistador e do entrevistado • Linguagem dialógica e oral • Marca do discurso direto e da subjetividade • Mescla da linguagem formal e informal Estrutura da entrevista Para produzir uma entrevista esteja atento à sua estruturação: • Escolha do Tema: a entrevista pode ser um texto em que você vá utilizar para dar consistência a um outro trabalho, ou mesmo, para conhecer melhor o trabalho de outra pessoa. Seja qual for o tema escolhido, por exemplo, o novo livro do escritor, fica claro que ele deverá comparecer à entrevista. • Elaboração de Roteiro: Feito a escolha do tema e do entrevistado, é muito importante a elaboração de um roteiro de forma que o entrevistador o tenha em mãos na hora da entrevista. Além disso, pesquise, analise e estude sobre o tema, pois como a entrevista garante a presença de alguém podem surgir outras perguntas durante, a partir das respostas do entrevistador. O roteiro deverá ter um objetivo claro e ser apresentado em formas de perguntas e cuidado para que não fique muito longo, no entanto, tenha outras perguntas em mente se for necessário. • Título: Se necessário, coloque um título na entrevista. Ele norteará melhor o objetivo delimitando o tema proposto, bem como seduz o leitor à sua leitura. Por exemplo: Entrevista com Eduardo Pereira: apontamentos sobre sua nova obra. Se necessário faça uma introdução (que pode ser curta), mas que informe o leitor do que será discutido. Nesse caso, apresente o assunto que será discutido, bem como o perfil do entrevistado e sua experiência profissional. • Revisão: A parte final é tão importante quanto a inicial. Afinal, não adianta ter as ideias e apresenta-las de maneira informal, ou seja, um texto que não abrigue coerência e coesão. Se a intenção é fazer uma entrevista com o entrevistado e depois apresentar para um público leitor, você deverá utilizar uma câmera ou gravador e depois realizar o trabalho de Transcrição das falas de ambos. Exemplos de entrevista Segue abaixo a entrevista (escrita e em vídeo) entre o jornalista Júlio Lerner e a escritora brasileira Clarice Lispector, veiculada no programa “Panorama”, da TV Cultura, dia 1 de fevereiro de 1977, ano da morte da escritora. Exemplo 1 : Trecho da Entrevista Escrita Clarice Lispector, de onde veio esse Lispector? É um nome latino, não é? Eu perguntei a meu pai desde quando havia Lispector na Ucrânia. Ele disse que há gerações e gerações anteriores. Eu suponho que o nome foi rolando, rolando, rolando, perdendo algumas sílabas e foi formando outra coisa que parece “Lis” e “peito”, em latim. É um nome que quando escrevi meu primeiro livro, Sérgio Milliet (eu era completamente desconhecida, é claro) diz assim: “Essa escritora de nome desagradável, certamente um pseudônimo…”. Não era, era meu nome mesmo. Você chegou a conhecer o Sérgio Milliet pessoalmente? Nunca. Porque eu publiquei o meu livro e fui embora do Brasil, porque eu me casei com um diplomata brasileiro, de modo que não conheci as pessoas que escreveram sobre mim. Clarice, seu pai fazia o que profissionalmente? Representações de firmas, coisas assim. Quando ele, na verdade, dava era para coisas do espírito. Há alguém na família Lispector que chegou a escrever alguma coisa? Eu soube ultimamente, para minha enorme surpresa, que minha mãe escrevia. Não publicava, mas escrevia. Eu tenho uma irmã, Elisa Lispector, que escreve romances. E tenho outra irmã, chamada Tânia Kaufman, que escreve livros técnicos. Você chegou a ler as coisas que sua mãe escreveu? Não, eu soube há poucos meses. Soube através de uma tia: “Sabe que sua mãe fazia um diário e escrevia poesias?” Eu fiquei boba… Nas raras entrevistas que você tem concedido surge, quase que necessariamente, a pergunta de como você começou a escrever e quando? Antes de sete anos eu já fabulava, já inventava histórias, por exemplo, inventei uma história que não acabava nunca. Quando comecei a ler comecei a escrever também. Pequenas histórias. Quando a jovem, praticamente adolescente Clarice Lispector, descobre que realmente é a literatura aquele campo de criação humana que mais a atrai, a jovem Clarice tem algum objetivo específico ou apenas escrever, sem determinar um tipo de público? Apenas escrever. Você poderia nos dar uma ideia do que era a produção da adolescente Clarice Lispector? Caótica. Intensa. Inteiramente fora da realidade da vida. Desse período você se lembra do nome de alguma produção? Bem, escrevi várias coisas antes de publicar meu primeiro livro. Eu escrevia para revistas — contos, jornais. Eu ia com uma timidez enorme, mas uma timidez ousada. Eu sou tímida e ousada ao mesmo tempo. Chegava lá nas revistas e dizia: “Eu tenho um conto, você não quer publicar?” Aí me lembro que uma vez foi o Raimundo Magalhães Jr. que olhou, leu um pedaço, olhou para mim e disse: “Você copiou isso de quem?” Eu disse: “De ninguém, é meu”. Ele disse: Você traduziu?” Eu disse: “Não”.Ele disse: “Então eu vou publicar”. Era sim, era meu trabalho. Você publicava onde? Ah, não me lembro… Jornais, revistas. Clarice, a partir de qual momento você efetivamente decidiu assumir a carreira de escritora? Eu nunca assumi. Por quê? Eu não sou uma profissional, eu só escrevo quando eu quero. Eu sou uma amadora e faço questão de continuar sendo amadora. Profissional é aquele que tem uma obrigação consigo mesmo de escrever. Ou então com o outro, em relação ao outro. Agora eu faço questão de não ser uma profissional para manter minha liberdade. Escolha um tipo de entrevista Após a pré-entrevista, que tipo de entrevista você vai conduzir? Diferentes tipos de entrevista requerem diferentes perguntas. Tenha claro em sua cabeça que tipo de entrevista você precisa fazer. Que tipo de perguntas você deve fazer para: • um personagem ou um perfil? Pergunte sobre questões pessoais que envolvam a pessoa como um todo, não apenas o(a) cientista. Você pode falar com os colegas, amigos e familiares do(a) entrevistado(a). • uma entrevista sobre uma pesquisa científica? Mantenha o foco em resultados, sua precisão, processo de pesquisa, implicações. • uma entrevista de conteúdo ou notícia? Fazer entrevistas curtas com muitas pessoas – incluindo cientistas, formuladores de políticas, educadores e outros – ajuda a traçar um panorama amplo e colectar vários pontos de vista. • uma entrevista de oposição? Às vezes conhecida como entrevista do “advogado do diabo”, este tipo de entrevista geralmente é uma maneira rápida de fazer com que o(a) cientista aponte claramente sua opinião. Tome uma posição crítica. Pergunte “por que devemos nos importar com isso?” Argumente em defesa do leitor ou espectador mais contestador: isso dá ao(à) cientista a oportunidade de dar uma resposta bastante persuasiva. • uma entrevista de oposição, em que você levanta questões formuladas por outras organizações? Coloque a responsabilidade em outra pessoa quando você formular uma pergunta ou opinião. Por exemplo: “alguns militantes ambientais se opõem à manipulação genética”. Auto-avalicao 1. A estrutura da entrevista é composta por: A. escolha do tema, trecho da entrevista B. escolha do tema, presença do entrevistado e do entrevistador C. escolha do tema, mescla da linguagem formal e informal D. escolha do tema, elaboração de roteiro, título e revisão 2. Numa entrevista, quanto à forma, as perguntas podem ser classificadas em: A. fechadas, abertas, verdadeiro e falso B. escolha múltipla, directas, livre escolha e indirectas C. escolha múltipla, directas, verdadeira e indirectas D. fechadas, abertas, alternativas, escolha múltipla, directas e indirectas 3. O objectivo do texto informativo é: A. comunicar as características principais do tema e conhecer ou transmitir explicações B. compreender ou comunicar as características principais do tema, sem maior aprofundamento C. conhecer ou transmitir explicações, sem maior aprofundamento D. conhecer ou transmitir explicações sobre o tema 4. “Aquela senhora gritou quando foi assaltada”. – O negrito da frase é: A. oração subordinante B. oração subordinada C. Oração subordinada temporal D. Oração subordinada adverbial temporal 5. A estrutura da não entrevista é composta por: A. escolha do tema, trecho da entrevista B. escolha do tema, presença do entrevistado e do entrevistador C. escolha do tema, mescla da linguagem formal e informal D. Todas as alternativas estão erradas. Questões de Verdadeiro Falso 6. Escolha do Tema na entrevista pode ser um texto em que você vá utilizar para dar consistência a um outro trabalho, ou mesmo, para conhecer melhor o trabalho de outra pessoa. Seja qual for o tema escolhido, por exemplo, o novo livro do escritor, fica claro que ele deverá comparecer à entrevista. 7. Na Elaboração de Roteiro não é feita a escolha do tema e do entrevistado, é muito importante a elaboração de um roteiro de forma que o entrevistador o tenha em mãos na hora da entrevista. Além disso, pesquise, analise e estude sobre o tema, pois como a entrevista garante a presença de alguém podem surgir outras perguntas durante, a partir das respostas do entrevistador. O roteiro deverá ter um objetivo claro e ser apresentado em formas de perguntas e cuidado para que não fique muito longo, no entanto, tenha outras perguntas em mente se for necessário. 8. Na entrevita, a Revisão é a parte final tão importante quanto a inicial. Afinal, não adianta ter as ideias e apresenta-las de maneira informal, ou seja, um texto que não abrigue coerência e coesão. Se a intenção é fazer uma entrevista com o entrevistado e depois apresentar para um público leitor, você deverá utilizar uma câmera ou gravador e depois realizar o trabalho de Transcrição das falas de ambos. 9. Se necessário, deve ser colocado um título na entrevista. 10. A Entrevista é um dos gêneros textuais com função geralmente informativa, veiculado sobretudo pelos meios de comunicação: jornais, revistas, internet, televisão, rádio, dentre outros. Questoes de Reflexao 11. Fale sobre a entrevista? 12. Como estabelcecer o roteiro da entrevista? Respostas 1. D 2. D 3. B 4. B 5. D 6. Verdadeiro 7. Falso 8. Verdadeiro 9. Verdadeiro 10. Verdadeiro UNIDADE TEMÁTICA II: TEXTOS INFORMATIVOS Introdução Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de: . Identificar as características deste tipo de textos. Texto informativo Os textos informativos tem o objetivo de abordar algum tema e transmitir conhecimento a respeito desse tema, transmitir dados e conceitos. Isso é o que acontecem em reportagens de revistas e jornais, verbetes de dicionários e enciclopédias, artigos de divulgação cientifica e livros didáticos. A maioria dos leitores quando tem em mãos um texto informativos tem a expectativa de aprender alguma coisa com a leitura. Incluímos neste tipo de textos todos os compreendidos no jornalismo: jornais, revistas, folhetos, com suas diferentes variedades (notícias, reportagens, artigos diversos, anúncios etc.). Incluímos também a correspondência, embora possa haver cartas que se encaixariam melhor num modelo literário. No entanto, a maior parte de correspondência que recebemos e enviamos tem como finalidade informar algo concreto. Características de um texto informativos: Função Conhecer ou transmitir explicações e informações de caráter geral. Seu objetivo é compreender ou comunicar as características principais do tema, sem maior aprofundamento. Modelos Jornais e revistas. Livros de divulgação, folhetos. Notícias. Artigos e reportagens. Anúncios e propaganda. Avisos, anúncios públicos. Correspondência pessoal ou comercial. Convites. Entrevistas. Conteúdo Muito diverso, em função do tema (notícias, anúncios, cartas etc.). Formato Texto em prosa, com características específicas de cada modelo. Procedimentos de leitura Uso de indicadores de aproximação ao conteúdo (títulos, fotos, imagens, tipografia, seções do jornal etc.). Identificação do tema da informação. Identificação da idéia principal. Identificação dos detalhes principais. Sumário Incluímos neste tipo de textos todos os compreendidos no jornalismo: jornais, revistas, folhetos, com suas diferentes variedades (notícias, reportagens, artigos diversos, anúncios etc.). Incluímos também a correspondência, embora possa haver cartas que se encaixariam melhor num modelo literário. No entanto, a maior parte de correspondência que recebemos e enviamos tem como finalidade informar algo concreto. Auto-avaliacao Questões de Verdadeiro Falso 1. Na notícia as seguintes questões: como? e porquê são respondidas no corpo da notícia. 2. A reportagem aproxima-se da notíciaassim como dos artigos opinativos, devendo, deste modo, ser confundida com os mesmos. 3. Enquanto a reportagem é um texto longo, opinativo e assinado pelo repórter, a notícia é relativamente curta e impessoal. 4. Na reportagem, o repórter não apresenta juízos de valor sobre o assunto. 5. “Uma reportagem não é nem uma análise, nem um comentário, nem uma história, nem um inquérito”. 6. Fazem parte dos diferentes tipos de reportagem: de acontecimentos, de acção, de citação ou de entrevista, do imprevisto. 7. Na reportagem do imprevisto, o repórter de imediato deverá actuar na base da sua capacidade de observação, da rapidez do raciocínio do chamado “faro”. 8. Os tipos mais frequentes de crónica são: de sucesso, desportiva, local, de correspondência. 9. A Frase simples é aquela que possui um e único verbo enquanto, as frases complexas são aquelas que são compostas por mais de um verbo. 10. A maioria dos leitores quando tem em mãos um texto informativo tem a expectativa de aprender alguma coisa com a leitura. Questoes de Reflexao 11. “Na notícia as seguintes questões: como? e porquê são respondidas no corpo da notícia.” Explique a afirmação. 12. qual deve ser a postura do repórter ao longo da reportagem? Auto-avaliacao 1. Verdadeiro 2.Falso 3.Verdadeiro 4. Falso 5.Verdadeiro 6. Verdadeiro 7. Verdadeiro 8.Verdadeiro 9. Verdadeiro 10. Verdadeiro TEMA: ORTOGRAFIA E PONTUAÇÃO Introdução Os sinais de pontuação são sinais gráficos empregados na língua escrita para tentar recuperar recursos específicos da língua falada, tais como: entonação, jogo de silêncio, pausas, etc. Objectivos Usar correctamente os sinais de pontuação Sumário Divisão e emprego dos sinais de pontuação: 1 - Ponto ( . ) a) indicar o final de uma frase declarativa. Ex.: Lembro-me muito bem dele. b) separar períodos entre si. Ex.: Fica comigo. Não vá embora. c) nas abreviaturas Ex.: Av.; V. Ex.ª 2 - Dois-pontos ( : ) a) iniciar a fala dos personagens: Ex.: Então o padre respondeu: - Parta agora. b) antes de apostos ou orações apositivas, enumerações ou sequência de palavras que explicam, resumem ideias anteriores. Ex.: Meus amigos são poucos: Fátima, Rodrigo e Gilberto. c) antes de citação Ex.: Como já dizia Vinícius de Morais: “Que o amor não seja eterno posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure.” 3 - Reticências ( ... ) a) indicar dúvidas ou hesitação do falante. Ex.: Sabe... eu queria te dizer que... esquece. b) interrupção de uma frase deixada gramaticalmente incompleta. Ex.: - Alô! João está? - Agora não se encontra. Quem sabe se ligar mais tarde... c) ao fim de uma frase gramaticalmente completa com a intenção de sugerir prolongamento de ideia. Ex.: “Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília - José de Alencar) d) indicar supressão de palavra (s) numa frase transcrita. Ex.: “Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros - Raimundo Fagner) 4- Parênteses ( ( ) ) a) isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo e datas. Exemplos: Na 2ª Guerra Mundial (1939-1945), ocorreu inúmeras perdas humanas. "Uma manhã lá no Cajapió (Joca lembrava-se como se fora na véspera), acordara depois duma grande tormenta no fim do verão.” (O milagre das chuvas no Nordeste- Graça Aranha) Dicas: Os parênteses também podem substituir a vírgula ou o travessão. 5- Ponto de Exclamação ( ! ) a) Após vocativo Ex.: “Parte, Heliel!” (As violetas de Nossa Srª. - Humberto de Campos) b) Após imperativo Ex.: Cale-se! c) Após interjeição Ex.: Ufa! Ai! d) Após palavras ou frases que denotem caráter emocional Ex.: Que pena! 6- Ponto de Interrogação ( ? ) a) Em perguntas diretas Ex.: Como você se chama? b) Às vezes, juntamente com o ponto de exclamação Ex.: - Quem ganhou na loteria? - Você. - Eu?! 7 - Vírgula ( , ) É usada para marcar uma pausa do enunciado com a finalidade de nos indicar que os termos por ela separados, apesar de participarem da mesma frase ou oração, não formam uma unidade sintática. Ex.: Lúcia, esposa de João, foi a ganhadora única da Sena. Dicas: Podemos concluir que quando há uma relação sintática entre termos da oração, não se pode separá-los por meio de vírgula. Não se separam por vírgula: a) predicado de sujeito; b) objeto de verbo; c) adjunto adnominal de nome; d) complemento nominal de nome; e) predicativo do objeto do objeto; f) oração principal da subordinada substantiva (desde que esta não seja apositiva nem apareça na ordem inversa) A vírgula no interior da oração É utilizada nas seguintes situações: a) separar o vocativo. Exemplos: Maria, traga-me uma xícara de café. A educação, meus amigos, é fundamental para o progresso do país. b) separar alguns apostos. Ex.: Valdete, minha antiga empregada, esteve aqui ontem. c) separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado. Exemplos: Chegando de viagem, procurarei por você. As pessoas, muitas vezes, são falsas. d) separar elementos de uma enumeração. Ex.: Precisa-se de pedreiros, serventes, mestre-de-obras. e) isolar expressões de caráter explicativo ou corretivo. Ex.: Amanhã, ou melhor, depois de amanhã podemos nos encontrar para acertar a viagem. f) separar conjunções intercaladas. Ex.: Não havia, porém, motivo para tanta raiva. g) separar o complemento pleonástico antecipado. Ex.: A mim, nada me importa. h) isolar o nome de lugar na indicação de datas. Ex.: Belo Horizonte, 26 de janeiro de 2001. i) separar termos coordenados assindéticos. Ex.: "Lua, lua, lua, lua, por um momento meu canto contigo compactua..." (Caetano Veloso) j) marcar a omissão de um termo (normalmente o verbo). Ex.: Ela prefere ler jornais e eu, revistas. (omissão do verbo preferir) Dicas: Termos coordenados ligados pelas conjunções: e, ou, nem dispensam o uso da vírgula. Exemplos: Conversaram sobre futebol, religião e política. Não se falavam nem se olhavam. Ainda não me decidi se viajarei para Bahia ou Ceará. Entretanto, se essas conjunções aparecerem repetidas, com a finalidade de dar ênfase, o uso da vírgula passa a ser obrigatório. Ex.: Não fui nem ao velório, nem ao enterro, nem à missa de sétimo dia. A vírgula entre orações É utilizada nas seguintes situações: a) separar as orações subordinadas adjetivas explicativas. Ex.: Meu pai, de quem guardo amargas lembranças, mora no Rio de Janeiro. b) separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas (exceto as iniciadas pela conjunção “e”). Exemplos: Acordei, tomei meu banho, comi algo e saí para o trabalho. Estudou muito, mas não foi aprovado no exame. Atenção: Há três casos em que se usa a vírgula antes da conjunção e: 1) quando as orações coordenadas possuírem sujeitos diferentes. Ex.: Os ricos estão cada vez mais ricos, e os pobres, cada vez mais pobres. 2) quando a conjunção “e” vier repetida com a finalidade de dar ênfase (polissíndeto). Ex.: E chora, e ri, e grita, e pula de alegria. 3) quando a conjunção “e” assumir valores distintos que não retratarem sentido de adição (adversidade, consequência, por exemplo) Ex.: Coitada! Estudou muito, e ainda assim não foi aprovada. c) separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou reduzidas), principalmente se estiverem antepostas à oração principal. Ex.: "No momento em que o tigre se lançava, curvou-se ainda mais; e fugindo com o corpo apresentou o gancho." (O selvagem - José de Alencar) d) separar as orações intercaladas. Ex.: "- Senhor, disse o velho, tenho grandes contentamentos em estar plantando-a...” Dicas: Essas orações poderão ter suas vírgulas substituídas por duplo travessão. Ex.: "Senhor - disseo velho - tenho grandes contentamentos em estar plantando-a...” e) separar as orações substantivas antepostas à principal. Ex.: Quanto custa viver, realmente não sei. 8- Ponto e vírgula ( ; ) a) separar os itens de uma lei, de um decreto, de uma petição, de uma sequência, etc. Ex.: Art. 127 – São penalidades disciplinares: I- advertência; II- suspensão; III- demissão; IV- cassação de aposentadoria ou disponibilidade; V- destituição de cargo em comissão; VI- destituição de função comissionada. (cap. V das penalidades referentes ao Direito Administrativo) b) separar orações coordenadas muito extensas ou orações coordenadas nas quais já tenham utilizado a vírgula. Ex.: “O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era pronunciadamente vultuoso, o que mais se acentuava no fim da vida, quando a bronquite crônica de que sofria desde moço se foi transformando em opressora asma cardíaca; os lábios grossos, o inferior um tanto tenso (...) " (O visconde de Inhomerim - Visconde de Taunay) 9- Travessão ( — ) a) dar início à fala de um personagem Ex.: O filho perguntou: — Pai, quando começarão as aulas? b) indicar mudança do interlocutor nos diálogos Ex.: - Doutor, o que tenho é grave? - Não se preocupe, é uma simples infecção. É só tomar um antibiótico e estará bom c) unir grupos de palavras que indicam itinerários Ex.: A rodovia Belém-Brasília está em péssimo estado. Dicas: Também pode ser usado em substituição à virgula em expressões ou frases explicativas Ex.: Xuxa — a rainha dos baixinhos — será mãe. 10- ASPAS ( “ ” ) a) isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões, neologismos, arcaísmos e expressões populares. Exemplos: Maria ganhou um apaixonado “ósculo” do seu admirador. A festa na casa de Lúcio estava “chocante”. Conversando com meu superior, dei a ele um “feedback” do serviço a mim requerido. b) indicar uma citação textual Ex.: “Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às pressas, bufando, com todo o sangue na face, desfiz e refiz a mala”. (O prazer de viajar - Eça de Queirós) Dicas: Se dentro de um trecho já destacado por aspas, se fizer necessário a utilização de novas aspas, estas serão simples. (' ') Recursos alternativos para pontuação: Parágrafo ( § ) Chave ( { } ) Colchete ( [ ] ) Barra ( / ) AUTO-AVALIAÇÃO Questões de Escolha Multipla 1. O Ponto (. ) serve para: a) indicar o final de uma frase declarativa. b) Indicar o início de uma frase. c) Indicar o fim de um texto longo. d) Todas as alternativas estão erradas. 2. Não se separam por vírgula: a) predicado de sujeito. b) objeto de verbo. c) adjunto adnominal de nome. d) Todas as alternativas estão correctas. 3. ASPAS ( “ ” ) servem para: a) isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões, neologismos, arcaísmos e expressões populares. b) não isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões, neologismos, arcaísmos e expressões populares. c) disolar palavras ou expressões que seguem à norma culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões, neologismos, arcaísmos e expressões populares. d) isolar palavras ou impressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões, neologismos, arcaísmos e expressões populares. 4. ASPAS podem ser usadas em a) substituição à virgula em expressões ou frases explicativas. b) adição da virgula em expressões ou frases explicativas. c) sempre que nos der vontade. d) em nenhuma circunstância. 5. São Recursos alternativos para pontuação: a) Parágrafo ( § ) b) Chave ( { } ) d) Colchete ( [ ] ) d) Todas as alternativas estão correctas. Questões de Verdadeiro e Falso 6. A Vírgula ( , ) É usada para marcar uma pausa do enunciado com a finalidade de nos indicar que os termos por ela separados, apesar de participarem da mesma frase ou oração, não formam uma unidade sintática. 7. Os sinais de pontuação são sinais gráficos empregados na língua escrita para tentar recuperar recursos específicos da língua falada, tais como: entonação, jogo de silêncio, pausas, etc. 8. Travessão ( — ) Serve para dar início à fala de um personagem. 9. A conjunção “e” nunca assume valores distintos que não retratarem sentido de adição (adversidade, consequência). 10. Os parênteses também podem substituir a vírgula ou o travessão. Questoes de Reflexao 11. O que são sinais de pontuação? 12. Para que servem? RESPOSTAS 1. A 2. D 3. A 4. A 5. D 6. Verdadeiro 7. Verdadeiro 8. Verdadeiro 9. Falso 10. Verdadeiro UNIDADE TEMÁTICA IV: REFLEXÃO SOBRE A LÍNGUA –ACTOS ILOCUTÓRIOS Introdução As palavras e a linguagem têm um enorme poder nas nossas vidas, uma vez que, quando comunicamos, interagimos com os outros, não nos limitamos simplesmen te a dizer/falar algo. Na maior parte das situações comunicativas, há determinados objectivos precis os nos nossos actos de fala/ actos ilocutórios . Os enunciados podem servir para emitir juízos, expressar emoções, levar os outros a fazerem algo, legitimar a realidade ou, até, criar realidade nova. A linguagem tem, assim, uma função social. Especifiquemos, então, estes aspectos. Aos actos praticados quando são proferidas palavras dá-se o nome de actos de fala. J. L. Austin no seu How to Do Things with Words (1962), classificou estes actos da seguinte forma: há o acto fonético, de produzir sons; o acto fático, de produzir uma frase gramatical, e o acto rético, de dizer algo com sentido, actos que, conjuntamente, constituem o acto locutório. Depois há o que se faz ao dizer qualquer coisa, como ameaçar, orar ou prometer: são os actos ilocutórios. Finalmente, dizer qualquer coisa pode produzir efeitos nos ouvintes, como assustá- los: são os actos perlocutórios. Expressões como: Assertivos (ou representativos) Os actos que se relacionam com o locutor, com o valor de verdade do que se diz, isto é, do enunciado. Eu aceito Acredito em Adapto-me a Admito Agarro-me à ideia de Atendo ao facto Coloco a questão Encaro a hipótese Insisto em Sugiro Acho Considero Asserções simples, com conteúdo proposicional equivalente às frases contendo os verbos acima indicados: Exemplos: Chumbas, tão certo como 2 e 2 serem 4. Chumbas. Expressivos Os actos que têm como objectivo exprimir o estado psicológico do locutor em relação ao enunciado. 1. Verbos ilocutórios expressivos: Agradeço-te Congratulo-me 2. Verbos criadores de universos de referência modalizados por advérbios: Acho mal…. 3. Expressões exclamativas com adjectivos valorativos, advérbios, verbos experênciais, afectivos ou expressivos: Bom dia! Que lindo vestido! Gosto mesmo dessa planta! Directivos Os actos em que o locutor pretende que o ouvinte realize, no futuro, o acto verbal ou não verbal referido no enunciado Neste acto entram: (ordens, conselhos, pedidos, sugestões) Aconselho Convido Espero Exijo Imploro Lembro Mando Obrigo Peço Proíbo Quero Compromissivos ou comissivo Actos em que o locutor se compromete a realizar, no futuro, o acto referido no enunciado Juro Tenciono Frases simples no futuro do indicativo ou seus substitutos como o presente do indicativo Expressões elípticas com valor ilocutório comissivo: Até logo, à porta do cinema. Declarações Actos em que, pela sua enunciação, alteram a realidade, criando novos estados de coisas. Estes actos só podem ser praticados por locutores investidos de autoridade que lhes é reconhecidapelos interlocutores. Uma declaração é a expressão verbal da realidade que ela própria cria ou de que pontualmente depende. A sessão está aberta. Declaro-vos marido e mulher. Vamos começar a aula. Nota: Actos perlocutórios Actos de fala realizados apenas se certos resultados forem obtidos — como, por exemplo, os de persuadir, ridicularizar ou assustar alguém. Os actos perlocutórios contrastam, portanto, com os actos locutórios e com os actos ilocutórios, que são realizados independentemente de a elocução respectiva ter o efeito desejado, ou sequer qualquer efeito que seja. AUTO-AVALIAÇÃO Questões de Escolha Múltipla 1. As palavras e a linguagem: a) Têm um enorme poder nas nossas vidas, uma vez que, quando comunicamos, interagimos com os outros, não nos limitamos simplesmen te a dizer/falar algo. a) Não têm um enorme poder nas nossas vidas, uma vez que, quando comunicamos, interagimos com os outros, não nos limitamos simplesmen te a dizer/falar algo. b) Não tem poder algum. c) Todas as alternativas estão correctas. 2. Os enunciados podem a) Tervir para emitir juízos, expressar emoções, levar os outros a fazerem algo, legitimar a realidade ou, até, criar realidade nova. b) Não emitir juízos, expressar emoções, levar os outros a fazerem algo, legitimar a realidade ou, até, criar realidade c) Emitir prejuízos a língua. d) Emitir lucros a língua. 3. A linguagem tem, assim, uma função a) Social. b) Racial. c) Política. d) Todas as alternativas estão correctas. 4. Aos actos praticados quando são proferidas palavras dá-se o nome de a) actos de fala. b) actos comunicativos. c) actos da linguagem. d) actos de língua. 5. Uma declaração é : a) a expressão verbal da realidade que ela própria cria ou de que pontualmente depende. a) a impressão verbal da realidade que ela própria cria ou de que pontualmente depende. b) a expressão verbal da realidade que ela própria cria ou de que pontualmente independe. b) Todas as alternativas estão correctas. Questões de Verdadeiro e Falso 6. Actos Ilocutórios Expressivos são os actos que têm como objectivo exprimir o estado psicológico do locutor em relação ao enunciado. 7. Actos perlocutórios são actos de fala realizados sempre, independemente dos resultados. 8. Os actos perlocutórios não contrastam, portanto, com os actos locutórios e com os actos ilocutórios, que são realizados independentemente de a elocução respectiva ter o efeito desejado, ou sequer qualquer efeito que seja. 9. As palavras e a linguagem não têm um enorme poder nas nossas vidas, uma vez que, quando comunicamos, interagimos com os outros, não nos limitamos simplesmen te a dizer/falar algo. 10. Uma declaração é a expressão verbal da realidade que ela própria cria. Questoes de Reflexao 11. Defina os actos ilocutórios. 12. Em que circunstancias usamos os actos ilocutórios? RESPOSTAS 1. A 2. A 3. D 4. A 5. A 6. Verdadeiro 7. Falso 8. Falso 9. Falso 10. Verdadeiro UNIDADE TEMÁTICA: REFLEXÃO SOBRE A LÍNGUA –FRASE SIMPLES E FRASE COMPLEXA Introdução Frase é todo enunciado de sentido completo, podendo ser formada por uma só palavra ou por várias, podendo ter verbos ou não. A frase exprime, através da fala ou da escrita: A frase se define pelo seu propósito comunicativo, ou seja, pela sua capacidade de, num intercâmbio linguístico, transmitir um conteúdo satisfatório para a situação em que é utilizada. Exemplos: O Brasil possui um grande potencial turístico. Espantoso! Não vá embora. Silêncio! O telefone está tocando. Na língua falada, a frase é caracterizada pela entoação, que indica nitidamente seu início e seu fim. A entoação pode vir acompanhada por gestos, expressões do rosto, do olhar, além de ser complementada pela situação em que o falante se encontra. Esses fatos contribuem para que frequentemente surjam frases muito simples, formadas por apenas uma palavra. Observe: Rua! Ai! Essas palavras, dotadas de entoação própria, e acompanhadas de gestos peculiares, são suficientes para satisfazer suas necessidades expressivas. Na língua escrita, a entoação é representada pelos sinais de pontuação, os quais procuram sugerir a melodia frasal. Desaparecendo a situação viva, o contexto é fornecido pelo próprio texto, o que acaba tornando necessário que as frases escritas sejam linguisticamente mais completas. Essa maior complexidade linguística leva a frase a obedecer as regras gerais da língua. Portanto, a organização e a ordenação dos elementos formadores da frase devem seguir os padrões da língua. Por isso é que: As meninas estavam alegres. constitui uma frase, enquanto: Alegres meninas estavam as. Não é considerada uma frase da língua portuguesa. A frase pode ser constituída por uma ou mais orações. Uma oração é a unidade gramatical organizada à volta de um verbo. Frase simples é aquela que é constituída por uma única oração, contendo, portanto, um só verbo conjugado (apresenta, assim, apenas um sujeito e um predicado). Ex.: Os meus pais oferecem-me muitos livros. Frase simples ou oração (um só verbo conjugado) Frase complexa é aquela que é constituída por duas ou mais orações. Apresenta, portanto, mais do que um predicado e muitas vezes mais do que um sujeito. Ex.: Os meus pais oferecem-me muitos livros porque eu gosto muito de ler. Frase complexa ( dois verbos conjugados) Há duas maneiras de organizar as orações na frase complexa: a coordenação e a subordinação. Coordenação e Subordinação 1. Coordenação e subordinação 2.As frases complexas podem relacionar-se por coordenação ou por subordinação. A coordenação consiste numa relação entre duas orações da mesma categoria por meio de conjunções ou locuções conjuncionais coordenativas. 3 Oração coordenada copulativa expressa ligação ou adição de informações relativamente à oração anterior. Ex.: Mónica renunciou ao amor e trabalha para o sucesso. Conjunções/locuções conjuncionais coordenativas e, nem, nem…nem não só…mas também, não só…como também 4. Oração coordenada adversativa estabelece uma oposição relativamente à oração anterior. Ex.: Mónica ajuda os necessitados, mas fá-lo por interesse. Conjunção coordenativa adversativa mas 5.Oração coordenada disjuntiva estabelece uma alternativa relativamente à oração anterior. Ex.: Amanhã Mónica irá ao cabeleireiro ou fará ioga. Conjunções coordenativas disjuntivas ou, ou…ou, quer…quer, ora…ora, seja…seja 6.Oração coordenada conclusiva indica uma conclusão relativamente à oração anterior. Ex.: Mónica é boa mãe de família, logo é uma pessoa extraordinária. Conjunção coordenativa conclusiva logo 7. Oração coordenada explicativa apresenta uma explicação relativamente à oração anterior. Ex.: Mónica anda feliz, pois todos a veem sorrir. Conjunções coordenativas explicativas, pois, que 8. Coordenação assindética Relação que se estabelece entre orações coordenadas que não são introduzidas por conjunção. Ex.: Mónica renunciou ao amor, abdicou da poesia. 9.A subordinação consiste numa relação entre duas orações, uma subordinante e uma subordinada, por meio de conjunções ou locuções conjuncionais subordinativas. 10.Oração subordinada adverbial Oração que desempenha a função sintática de modificador da frase ou do grupo verbal. 11.Oração subordinada adverbial temporal exprime uma ideia de tempo relativamente à oração subordinante. Ex.: Sempre que Mónica entra numa loja, todos se precipitam para ela. Conjunções/locuções subordinativas adverbiais temporaisquando, enquanto, logo que, assim que, até que, antes que… 12.Oração subordinada adverbial causal transmite a causa do que é afirmado na oração subordinante. Ex.: Mónica é uma mulher extraordinária, porque é virtuosa. Conjunções/locuções subordinativas adverbiais causais porque, que, como, porquanto, visto que, já que, uma vez que… 13.Oração subordinada adverbial final expressa a finalidade da ideia indicada na oração subordinante. Ex.: Para que atingisse o sucesso, Mónica renunciou ao amor. Conjunções/locuções subordinativas adverbiais finais que, para que, a fim de que… 14.Oração subordinada adverbial condicional indica uma condição que permite a realização do que é expresso na oração subordinante. Ex.: Mónica saberá como atuar, se tiver algum desgosto. Conjunções/locuções subordinativas adverbiais condicionais se, caso, a não ser que, a menos que, salvo se, contanto que, desde que… 15.Oração subordinada adverbial comparativa estabelece uma comparação com a oração subordinante. Ex.: Mónica contorna os obstáculos como um cavalo bem treinado. Mónica levanta- se mais cedo do que o marido. Conjunções/locuções subordinativas adverbiais comparativas como, que, quanto, assim como, bem como, como se, que nem… 16. Oração subordinada adverbial consecutiva exprime a consequência de um facto apresentado na oração subordinante. Ex.: Mónica é tão perspicaz que gere convenientemente os amigos. Conjunção subordinativa adverbial consecutiva que 17. Oração subordinada adverbial concessiva transmite um contraste face à oração subordinante. Ex.: Ainda que seja bem- sucedida, Mónica será feliz? Conjunções/locuções subordinativas adverbiais concessivas embora, ainda que, mesmo se, mesmo que, se bem que… 18.Oração subordinada substantiva Oração que desempenha a função sintática de sujeito ou de complemento de um verbo. 19. Oração subordinada substantiva completiva é sujeito ou complemento de um verbo. Ex.: Todos sabemos que Mónica é o maior apoio do Príncipe deste Mundo. Conjunções subordinativas substantivas completivas que, se, para 20. Em síntese: FRASE COMPLEXA Orações coordenadas Orações subordinadas copulativas explicativas conclusivas disjuntivas adversativas adverbiais substantivas temporais consecutivas comparativas condicionais finais causais concessivas completivas AUTO-AVALIAÇÃO Questões de Escolha Multipla 1. A Oração subordinada substantiva… a) desempenha a função sintática de sujeito ou de complemento de um verbo. b) desempenha a função semântica de sujeito ou de complemento de um verbo. c) desempenha a função morfológica de sujeito ou de complemento de um verbo. d) desempenha a função pragmática de sujeito ou de complemento de um verbo. 2. As frases complexas podem relacionar-se por a) coordenação b) por subordinação c) coordenação ou por subordinação d) um verbo. 3. A coordenação consiste: a) numa relação entre duas orações da mesma categoria por meio de conjunções ou locuções conjuncionais coordenativas. b) Na falta de relação entre duas orações da mesma categoria por meio de conjunções ou locuções conjuncionais coordenativas. c) numa relação entre dois textos da mesma categoria por meio de conjunções ou locuções conjuncionais coordenativas. d) numa relação entre duas orações da mesma categoria por meio de conjunções ou locuções conjuncionais subordinativas. 4. A Frase “Mónica renunciou ao amor, abdicou da poesia”. Classifica-se como: a) Oração coordenada copulativa. b) Subordinada explicativa a) Subordinada explicativa integrante b) Subordinada adversativa. 5. Oração coordenada adversativa estabelece: a) uma oposição relativamente à oração anterior. b) uma adicao relativamente à oração anterior. c) um uma oposição relativamente à oração anterior. d) a empatia relativamente à oração anterior. Questões de Verdadeiro e Falso 6. Oração subordinada substantiva desempenha a função sintática de sujeito ou de complemento de um verbo. 7. Oração subordinada substantiva completiva é sujeito ou complemento de um verbo. 8. Oração coordenada disjuntiva estabelece uma alternativa relativamente à oração anterior. 9. Coordenação assindética não estabelece relação entre orações coordenadas que não são introduzidas por conjunção. 10. Oração subordinada adverbial que não desempenha a função sintática de modificador da frase ou do grupo verbal. Questoes de Reflexao 11. Como são classificadas as oracaoes? 12. O que são orações? RESPOSTAS 1. A 2. C 3. A 4. A 5. A 6. Verdadeiro 7. Verdadeiro 8. Verdadeiro 9. Falso 10. Falso. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA ADAM, J-M. Les textes: Types et prototypes. Paris, Nathan, 1992. ALLOUCHE, V. et al. “Prise de notes” in: Pratiques discursives. Montpellier III, 1981. CUNHA, C. & CINTRA, L. Breve Gramática do Português Contemporâneo. Lisboa, Edições João Sá da Costa, 1999. DJIK. T. A. Van. Text and context. Exploration of the semantics and pragmatics of discourse, London, Longman, 1997. DJIK. La ciência del texto. Barcelona, Paido, 1982. ECO, Umberto. Como se faz uma tese. 15. ed. São Paulo. Editora Perspectiva S.A., 1999. KERBRAT, Catherine. Orecchioni. L´enontiation de la subjectivité. Armand Colin, Paris, 1980. MATEUS, M. H. M. et al. Gramática da Língua Portuguesa 2ª ed., Lisboa, Caminho, 1989. MAVALE, Cecília. Resumo (Apontamentos). Maputo, Universidade Pedagógica, (1998 ) REI, J.E. 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