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CLASSIFICAÇÃO E TAXAS DE ESCOAMENTOS O transporte fluvial – através de rios, oceanos, mares e lagos – é uma alternativa barata de transporte a outros modais existentes, como o transporte terrestre e aéreo. Como as embarcações são grandes, os custos unitários por tonelada são reduzidos, ainda mais quando um rio é navegável (não é necessária nenhuma intervenção humana para que a embarcação possa transportar sua carga por um rio). As cargas podem ser transportadas em barcos, balsas, canoas, lanchas e gôndolas (como é o caso de Veneza). Esse transporte também pode ser usado para o turismo, como a hidrovia Tietê Paraná. A mais famosa eclusa do mundo é o canal do Panamá, uma interligação artificial entre os Oceanos Atlântico e Pacífico construída pelos EUA em 1914 e ampliada em 2016, como pode ser visto na figura: Fonte:Kobby Dagan / 123RF. A maior eclusa em construção é a que atende à usina de Três Gargantas, na China, e terá uma altura de 113 metros (igual à altura de um prédio de 50 andares). A maioria dos rios não é navegável, devido ao fato de que eles possuem quedas e não são planos. A construção de usinas hidrelétricas também é um impedimento para o transporte marítimo. Para resolver esse problema, os engenheiros começaram a construir eclusas junto às hidrelétricas (que já são construídas próximas às quedas de água para aproveitar o potencial gravitacional da queda e gerar energia). A construção dessas eclusas usa a energia potencial da água para que os navios possam vencer a queda. O tempo que um navio demora para atravessar uma eclusa vai depender da velocidade de enchimento da mesma. Vamos Praticar Com os conhecimentos adquiridos no estudo da unidade e com uma pesquisa que você deve fazer, responda às questões abaixo no Fórum: 1. O que é uma eclusa? 2. Como é seu princípio de funcionamento? 3. Quais as dificuldades que devem ser superadas no projeto para tornar um rio navegável? 4. Como as eclusas podem contribuir para a melhoria do transporte de cargas no Brasil? 5. Existem eclusas na sua região? Não. Elas são muito ou pouco utilizadas? Muito utilizadas. Você já viajou através de uma eclusa? Não. Tem vontade? Sim. Ao final, disponibilize seu trabalho no fórum da seção. Eclusas O que é? – Eclusa é uma obra de engenharia hidráulica que permite que embarcações subam ou desçam os rios ou mares em locais onde existem barreiras. Ela atua como um verdadeiro elevador aquático, ajudando navios a transpor rios ou canais onde existe desnível no terreno. Esse desnível pode ser provocado pela construção de uma barragem ou uma hidrelétrica, por exemplo, ou de origem natural como cachoeiras e quedas d’água. A eclusa nada mais é que uma grande câmara de concreto com dois enormes portões de aço. Dependendo da diferença de altitude entre o corpo d’água a montante e o corpo d’água a jusante da eclusa, ela pode ser classificada em: eclusa de baixa queda, eclusa de média queda, eclusa de alta queda e eclusa de altíssima queda. O tamanho da queda influencia em fatores importantes como a maior ou menor propensão à formação de turbulência, o tempo de enchimento e esvaziamento, variação maior ou menor no pico das vazões de enchimento e esvaziamento, problemas de cavitação, velocidade de condução nos tubos de enchimento e esvaziamento e a necessidade de sistemas mais eficientes dissipadores de energia. Conforme aumenta o tamanho da queda, aumenta consequentemente a complexidade da eclusa. Como funciona? – Eclusas funcionam como degraus ou elevadores para navios: há duas comportas separando os dois níveis do curso d’água. Depois que o navio entra, os portões são fechados. Quando a embarcação passa do ponto mais baixo para o mais alto, e precisa subir o rio, ela entra na eclusa pelo lado jusante e permanece na câmara. A comporta de jusante é então fechada e a câmara enchida com água, causando a elevação da embarcação até que se atinja o nível do reservatório superior. A partir desse momento, a comporta de montante pode ser aberta e a embarcação sai da eclusa. Quando o caminho é o inverso, e a embarcação precisa descer o rio, ela entra na câmara pelo lado montante da eclusa. A seguir, fecha-se a comporta de montante e esvazia-se gradualmente a câmara até que se atinja o nível do reservatório inferior. A porta de jusante é aberta e a embarcação sai da eclusa. As operações de enchimento e esvaziamento da câmara são geralmente feitas por gravidade com a ajuda de pequenas comportas e válvulas. Qual o Princípio? – O truque desse estranho elevador é a tubulação por onde a água entra e sai. O segredo está nas válvulas. A eclusa funciona sem necessidade de bombas e nenhuma energia é gasta para erguer o navio. Tudo é feito aproveitando o peso da própria água. Como as eclusas podem contribuir para a melhoria do transporte de cargas no Brasil? Vamos às vantagens de se investir na malha hidroviária: 1. Redução no custo dos transportes. O transporte de cargas, de grande volume e baixo valor agregado e a grandes distâncias, por meio de hidrovias, sem dúvida nenhuma reduz gastos com a logística de transporte. Exemplos: grãos (soja, milho, etc.) e minérios (ferro, manganês, etc.). 2. Redução do custo de manutenção de rodovias, já que temos hoje comboios de até, aproximadamente, 100 caminhões/contêineres – eles seriam retirados das estradas. 3. Menor risco de acidentes fatais. 4. Menor emissão de poluentes. Ressaltamos a importância dos estudos desenvolvidos para utilizar os créditos de carbono com a retirada dos caminhões das estradas e consequentes diminuição dos poluentes. Com os créditos obtidos pode-se investir mais em hidrovias. 5. Promoção do desenvolvimento socioeconômico nas regiões ribeirinhas. 6. Não há necessidade de desmatamento de áreas, já que a via navegável é natural. 7. Ganho de competitividade do produto nacional. 8. Maior eficiência energética no transporte de mesmo volume de carga – quadros 02 e 03 na página 25. 9. O transporte hidroviário é o que necessita de menos investimentos em infraestrutura, além de possuir melhor resultado econômico quando comparado aos demais modelos. Devemos ressaltar, também, alguns obstáculos encontrados na execução do programa hidroviário brasileiro: 1. Necessidade de investimentos: A priorização de investimentos em rodovias impediu o desenvolvimento hidroviário; há necessidade premente de investimentos neste setor. 2. Maior integração com o Ministério do Meio Ambiente, por meio do IBAMA, para facilitar o licenciamento ambiental, procedimento ainda marcado por vários problemas de ordem judicial, com alegações ecológicas e de meio ambiente, o que atrasa as hidrovias. 3. A participação de ONG’s e organismos internacionais, financiados por países desenvolvidos que demonstram interesse em nos ajudar a superar o atraso de nossa eficácia na logística de transportes, o que resultaria no barateamento de nossos produtos no mercado internacional, o que nos permitiria concorrer com maior vantagem competitiva. 4. Não se pode perder de vista as infrações à lei do uso múltiplo das águas na construção de hidrelétricas sem eclusa para navegação e escada para preservação de peixes. Ressaltamos que o custo de execução de tais obras é de apenas 3% do valor total do empreendimento. Existem casos, hoje, como o da Eclusa de Tucuruí (PA) que, passados 25 anos do início de sua construção, já está com 50% da obra pronta, porém sem data prevista para a conclusão. Já a Eclusa de Lajeado (TO) completa cinco anos, com cerca de 8% de sua construção pronta e previsão de mais cinco anos para sua conclusão; há 25 anos Boa Esperança (PI) está parada, com 80% da obra concluída, também sem previsão de término. Todos exemplos de aumento do “Custo Brasil” e de ônus para oscofres públicos, uma vez que nada pode ser transportado por essas hidrovias. Disponível em < http://hidroviaveis.com.br/eclusas/ >. Acessado em 15 novembro 2023. http://hidroviaveis.com.br/eclusas/
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