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resumo - mito da caverna, zion e corrida dos ratos

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A alegoria do mito da caverna propõe reflexões sobre a nossa capacidade de discernir o que é realidade e ilusão. Os prisioneiros confundem as sombras na parede da caverna com o mundo real, analogia sobre como nossas experiências limitadas podem nos fazer aceitar noções distorcidas do que é verdade.
Em Matrix, as máquinas criam uma simulação hiper-realista para controlar mentes humanas enquanto seus corpos servem de baterias. Zion representa um resquício de resistência que escapou ao sistema de dominação sutil das máquinas sobre a espécie humana.
As falsas realidades do mito e do filme, geradas para ocultar e perpetuar relações assimétricas de poder, guardam semelhanças com aspectos do capitalismo contemporâneo. Este também pode criar toda uma série de mecanismos ideológicos que, uma vez internalizados, levam os próprios dominados a consentir com sua dominação.
Um desses mecanismos é o fenômeno contemporâneo da “corrida dos ratos”, uma metáfora para a forma como indivíduos se inserem quase que involuntariamente numa lógica exaustiva de acumulação material e sucesso a qualquer custo. Uma corrida frenética atrás de símbolos de status, que raramente condiz com necessidades reais. Tal como os prisioneiros obsessivos pelas sombras, corremos atrás de abstrações nem sempre essenciais para uma vida plena.
Nesse processo, abdicamos do questionamento crítico sobre o porquê dessa corrida incansável e como seus parâmetros distorcem nossa própria percepção sobre nossas prioridades autênticas.
A genialidade de mecanismos de dominação como o de Matrix ou esse "encantamento" do capitalismo moderno é fazer com que nós mesmos reproduzamos suas lógicas opressoras. Sem precisar de correntes, pois estamos "apaixonados" por nossas próprias correntes.
Escapar dessa caverna contemporânea parece requerer mais do que acesso a direitos e liberdades formais. Exige ruptura com processos profundos de distorção da realidade e das prioridades humanas operadas pelo capitalismo avançado. Impõe desconstruir todas as noções preconcebidas e vivências que nos fazem desejar aquilo que, no fim, só alimenta o sistema que nos aprisiona.
Talvez, essa seja uma das principais mensagens tanto da caverna platônica quanto de Zion: a emancipação real requer despertar do transe coletivo; enxergar além das sombras e abstrações que povoam nosso imaginário sobre sucesso, conforto e felicidade.

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