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79 DIREITO DAS SUCESSÕES – PROFª JULIANA GONTIJO Rua Guajajaras, n. 1944, Barro Preto, CEP 30180-101 – Belo Horizonte – MG - Tel. (31) 2112.4114 - Fax 2112.4108 site: www.direitodefamilia.adv.br – e-mail: jugontijo@direitodefamilia.adv.br – jfgontijo@direitodefamilia.adv.br Atualmente, o Código Civil, no art. 1.792, prescreve que o herdeiro não responde pelos encargos superiores às forças da herança; incumbe-lhe a prova do excesso, salvo se houver inventário, que o escuse, demonstrando o valor dos bens herdados. Logo, não será responsável pelos débitos do de cujus que ultrapassem as possibilidades de seu quinhão sucessório (RT, 185:376; CPC, art. 597; CC, arts. 836 e 276), nem será acionado por dívidas do espólio, se os recursos deste forem insuficientes para solvê- las (RF, 91:150), de maneira que não haverá herança, desde que o passivo a absorva integralmente (RT, 131:142). É preciso não olvidar que o quinhão hereditário daqueles que herdam por direito de representação não responde pelas dívidas do representado, mas apenas pelas do autor da herança (RT, 200:375), e que os bens doados a título de adiantamento da legítima não respondem pelos encargos da sucessão (RT, 180:754). O mesmo se aplica ao pecúlio formado por contribuições de funcionários públicos, em virtude de lei especial, ante o fato de o herdeiro o adquirir em razão de contrato e não de direito sucessório. Igualmente, as pensões militares não respondem pelas dívidas do de cujus, mas pelas contraídas pelo herdeiro no gozo da pensão (Dec.-lei n. 9.698/ 46, art. 113, parágrafo único, e Dec. n. 32.389/53, art. 4º). Com a aceitação da herança, no direito brasileiro, o herdeiro não assume os encargos do de cujus além das forças do acervo hereditário; para tanto não precisará fazer qualquer ressalva de que aceita a sucessão a benefício de inventário, como sucedia antes do Código Civil. Entretanto, nada obsta que o herdeiro renuncie ao benefício do inventário, declarando expressamente que assumirá todos os débitos do falecido, ainda que superiores ao ativo da herança. SALOMÃO DE ARAÚJO CATEB64- A aceitação ou adição é o ato jurídico no qual o herdeiro declara que quer receber a herança a que tem direito. Segundo CLÓVIS, “é o ato pelo qual o herdeiro manifesta a sua vontade de receber a herança, que lhe é devolvida”. Pelo sistema adotado no Código Civil Brasileiro, não há necessidade de manifestação expressa e, mesmo que o herdeiro retarde em seu consentimento, a lei lhe dá o prazo de 10 anos para exercer esse direito. A aceitação, no Direito moderno, tomou uma feição de plena manifestação de vontade, um exercício de liberdade quase absoluta, limitada somente quando há prejuízos para terceiros. Podem aceitar ou renunciar todas as pessoas que têm a livre administração de seus bens, como regra geral. Os absolutamente incapazes, por exemplo, não podem exercer esse ato por si mesmo, tornando-se necessária a representação legal. Como todo negócio jurídico, está sujeito aos princípios gerais para sua validade. É um ato determinado e voluntário, que deve ser realizado com intenção e determinação do aceitante ou do renunciante. 1.1 ESPÉCIES DE ACEITAÇÃO 1.1.1 QUANTO À FORMA: EXPRESSA, TÁCITA OU PRESUMIDA 1ª) EXPRESSA (ART. 1.805, 1ª PARTE): MARIA HELENA DINIZ65 - se resultar de declaração escrita, pública ou particular (art. 1.805), do herdeiro manifestando seu desejo de receber a herança. A mera manifestação verbal do herdeiro no sentido de adir a herança, ainda que perante testemunhas, não vale como aceitação. Tal forma de aceitação não é mais tão freqüente como outrora, dado que, hodiernamente, pelo disposto nos arts. 1.792 e 1.805 do Código Civil é desnecessário frisar que se aceita a herança a benefício de inventário. É ociosa a exigência da aceitação expressa por ser ela ato meramente confirmatório da nova relação jurídica estabelecida com a abertura da sucessão, pois somente a renúncia elide a presunção de aceitação (art. 1.804, parágrafo único). SALOMÃO DE ARAÚJO CATEB66 - Considera a lei expressa a aceitação, quando o herdeiro faz essa manifestação por escrito, isto é, o documento escrito é uma garantia da seriedade da declaração, um ânimo de receber a herança que lhe é deferida. EDUARDO DE OLIVEIRA LEITE67- É expressa, diz a lei, quando feita declaração escrita, ou seja, quando o herdeiro assume inequivocamente o seu título ou qualificação mediante manifestação escrita. Por isso, e com razão, o Código Civil português refere-se a “algum documento escrito”, no qual, o
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