Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS CAMPUS CURITIBANOS CURSO DE AGRONOMIA Paulo Vitor Povaluk Desenvolvimento e produtividade da cultura do milho (Zea mays L.) em função da posição das sementes na semeadura Curitibanos 2023 2 Paulo Vitor Povaluk Desenvolvimento e produtividade da cultura do milho (Zea mays L.) em função da posição das sementes na semeadura Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Agronomia do Centro de Ciências Rurais da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Agronomia Orientador: Prof. Dr. Neilor Bugoni Riquetti. Ciritibanos 2023 Povaluk, Paulo Vitor Desenvolvimento e produtividade da cultura do milho (Zea mays L.) em função da posição das sementes na semeadura / Paulo Vitor Povaluk ; orientadora, Neilor Bugoni Riquetti, 2023. 32 p. Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina, Campus Curitibanos, Graduação em Agronomia, Curitibanos, 2023. Inclui referências. 1. Agronomia. 2. Plantabilidade . 3. Estande inicial. 4. Velocidade de emergência. I. Bugoni Riquetti, Neilor. II. Universidade Federal de Santa Catarina. Graduação emAgronomia. III. Título. Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor, através do Programa de Geração Automática da Biblioteca Universitária da UFSC. SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA Coordenação do Curso de Graduação em Agronomia Rodovia Ulysses Gaboardi km3 CP: 101 CEP: 89520-000 - Curitibanos - SC TELEFONE (048) 3721-4174 E-mail: agronomia.cbs@contato.ufsc.br. Paulo Vitor Povaluk Desenvolvimento e produtividade da cultura do milho (Zea mays L.) em função da posição das sementes na semeadura. Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção do Título de Engenheiro Agrônomo, e aprovado em sua forma final pelo Curso de Graduação em Agronomia. Curitibanos, 07 de Junho de 2023. Prof. Dr. Douglas Adams Weiler Coordenador do Curso Banca Examinadora: Prof. Dr. Neilor Bugoni Riquetti Orientador Universidade Federal de Santa Catarina Profa. Dra. Naiara Guerra Membro da banca examinadora Universidade Federal de Santa Catarina Prof. Dr. Djalma Eugênio Schmitt Membro da banca examinadora Universidade Federal de Santa Catarina mailto:agronomia.cbs@contato.ufsc.br AGRADECIMENTOS Primeiramente, agradeço a Deus por todas as conquistas. À minha família pelo apoio e principalmente, aos meus pais Daniel Povaluk e Vilma Fernandes dos Santos pelo enorme apoio e estrutura fornecida durante todas as etapas da minha vida. Também, aos meus avós pelos ensinamentos repassados. Aos meus amigos que sempre estiveram presentes e principalmente aos que colaboraram para a realização do trabalho: Vinicius J. Farias, Gabriel Fernandes, Mateus Solanha, Ricardo Tedesco, Carlos Arthur G. de Oliveira, Bruna Vieira, Kettlein Pedroso, Gabrielle Siqueira, Pedro H. Marinho e Rafael Zella. Ao orientador Prof. Dr. Neilor Bugoni Riquetti pela oportunidade concedida e pelos conhecimentos passados durante a graduação. E a todos que contribuíram na minha trajetória. RESUMO A cultura do milho (Zea mays L.) tem grande utilidade para diversos usos, tanto para alimentação animal quanto humana, sendo um dos grãos mais produzidos no mundo e com grande valor agregado. O milho pode apresentar grande variação de produtividade, em função de vários fatores, entre os quais está o estabelecimento do estande inicial de plantas uniformes. O estande inicial irregular pode resultar da diferença na velocidade de emergência das plantas, ocasionado por diferentes profundidades de semeadura e vigor de sementes. O presente estudo teve por objetivo avaliar diferentes posições da semente do milho na produtividade e nos parâmetros produtivo do milho. O experimento foi realizado na fazenda experimental agropecuária da UFSC em Curitibanos-SC, na safra 2022/2023, com o híbrido Feroz Vip 3. O delineamento utilizado foi de blocos casualizados, com seis tratamentos, sendo eles o T1 (na vertical com o embriãoapontado para baixo), T2 (na verticak com o embrião apontado para cima), T3 ( na horizontal com o embriãoao lado), T4 (na horizontal com o embrião para cima), T5 (na horizontal com o embrião para baixo) e o T6 (sementes aleatorias) com quatro repetições. Cada parcela possuía uma área total de 7,2 m², sendo (4 x 1,8m). A semeadura foi realizada manualmente nos sulcos aberto com a semeadora no momento da distribuição do fertilizante. As sementes foram semeadas em diferentes posições do embrião em relação ao fundo do sulco de semeadura. Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância pelo teste de F (p >0,05). As médias foram comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5%, com a utilização do programa de análise estatística Sisvar. Com os dados obtidos é possível concluir que a posição da semente no momento da semeadura tem uma pequena intenferência na velocidade de emergência, mas ao longo do desenvolvimento não interfere na altura final de plantas, na altura de inserção de espigas, no número de fileiras de grãos por espiga e na produtividade da cultura do milho. Palavra chave: Plantabilidade; estande inicial; velocidade de emergência. ABSTRACT The corn crop (Zea mays L.) has great utility for various uses, both for animal and human consumption, being one of the most produced grains in the world and with high added value. Corn presents a great variation in productivity due to several factors, among which is the establishment of a uniform initial plant stand. The irregular initial stand can result from differences in the speed of seed emergence caused by different sowing depths and seed vigor. The present study aimed to evaluate different positions of the corn seed in relation to emergence speed, plant height and ear insertion, number of grain rows per ear, and corn yield. The experiment was carried out at the experimental agricultural farm of UFSC in Curitibanos-SC, in the 2022/2023 harvest, with the hybrid Feroz Vip 3. The experimental design used was randomized blocks, with six treatments and four replications. Each plot had a total area of 7.2 m², being (4 x 1.8m). The sowing was performed manually in the furrows produced with the seeder at the time of fertilizer distribution. The seeds were sown in different positions of the embryo in relation to the bottom of the sowing furrow. The results obtained were subjected to analysis of variance by the F test (p > 0.05). The means were compared by the Tukey test at the 5% level, using the statistical analysis program Sisvar. Based on the data obtained, it can be concluded that the position of the seed at the time of sowing does not interfere with the final plant height, ear insertion height, number of grain rows per ear, and corn yield. Keyword: Plantability; initial stand; emergence speed. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Germinação e emergência do milho. ..................................................................... 17 Figura 2 - Diferentes posições do embrião em relação ao solo. .............................................. 20 Figura 3 - Croqui com a disposição das unidades experimentais. ........................................... 20 LISTA DE TABELAS Tabela 1- Número de plantas emergidas 8 dias após a semeadura e altura de plantas 19 dias após a semeadura, Curitibanos, SC, 2023 ................................................................................24 Tabela 2 - Variáveis que não apresentaram resultados significativos a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey, Curitibanos, SC, 2023. ............................................................................ 26 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11 1.1 OBJETIVOS ............................................................................................................ 12 1.1.1 Objetivo Geral ........................................................................................................ 12 1.1.2 Objetivos Específicos.............................................................................................. 12 1.2 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 13 2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................. 14 2.1 A CULTURA DO MILHO ...................................................................................... 14 2.2 ARRANJO DE PLANTAS ...................................................................................... 15 2.3 DISTRIBUIÇÃO DAS SEMENTES DE MILHO NA LINHA DE SEMEADURA ......................................................................................................... 16 2.4 GERMINAÇÃO E EMERGÊNCIA DO MILHO ................................................... 16 2.5 UNIFORMIDADE DO ESTANDE ......................................................................... 17 3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................... 18 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA ........................................................................... 19 3.2 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL E TRATAMENTOS ................................ 19 3.3 INSTALAÇÃO E CONDUÇÃO ............................................................................. 20 3.3.1 Tratos culturais. ..................................................................................................... 21 3.4 AVALIAÇÕES ........................................................................................................ 21 3.4.1 Avaliação de emergência das plantas. .................................................................. 21 3.4.2 Avaliação de uniformidade de plantas. ................................................................ 21 3.4.3 Avaliação de altura de inserção das espigas. ....................................................... 22 3.4.4 Avaliação de altura de plantas. ............................................................................. 22 3.4.5 Avaliação de número de fileiras de grãos ............................................................. 22 3.4.6 Avaliação de produtividade ................................................................................... 22 3.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA ....................................................................................... 23 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................... 24 4.1 VELOCIDADE DE EMERGÊNCIA E ALTURA DE PLANTAS ......................... 24 4.2 ALTURA DE INSERÇÃO DA ESPIGA E NÚMERO DE FILEIRAS DE GRÃOS .................................................................................................................... 26 4.3 PRODUTIVIDADE ................................................................................................. 27 5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 28 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 27 11 1 INTRODUÇÃO O milho (Zea mays L.) é uma cultura produzida em quase todo o mundo e historicamente sempre representou uma das principais culturas da agricultura brasileira, destinadas à alimentação humana e animal. Pertencente à família das Poaceae, é uma gramínea que se originou possivelmente no México, seguindo para os Estados Unidos e Antilhas. No Brasil o seu cultivo começou pelos índios antes mesmo da vinda dos portugueses, mas seu consumo e cultivo só aumentou consideravelmente com o início dos primeiros colonizadores que utilizavam em sua dieta (MEDINA, 2020). O milho possui grande valor econômico o qual é caracterizado pelas diferentes formas de sua utilização principalmente para a alimentação animal, na formulação de rações ou podendo ser disponibilizado propriamente o grão. Nos Estados Unidos, cerca de 50% da produção é destinada a esse fim, enquanto no Brasil esse número varia de 60% a 80%, destinada ao segmento de ração animal e o restante é utilizado para outros fins como biocombustíveis e na indústria de alimentos, como matéria-prima principal de vários pratos da culinária típica brasileira como canjica, cuscuz, polenta, angu, mingaus, pamonhas, cremes, bolos, pipoca ou simplesmente milho cozido (DUARTE; MATTOSO; GARCIA, 2021). O Brasil apresenta grande potencial no cultivo de milho principalmente devido ao zoneamento favorável na maior parte do seu território, podendo ser cultivado em alguns estados até mesmo uma terceira safra, mas o seu grande potencial está localizado na produção de segunda safra conhecida como “safrinha” que ocorre após a colheita da soja, representando a maior parte da produção brasileira de milho, localizada principalmente na região Centro-Oeste (CONAB, 2022). A obtenção de elevadas produtividades depende da correta instalação e condução do cultivo, que se inicia com a correta distribuição das sementes na linha de semeadura, evitando que ocorram falhas, plantas duplas e plantas dominantes, as quais aparecem em função da velocidade de emergência das plantas, onde as plantas que emergem após as outras, apresentam um potencial produtivo inferior em relação àquelas que emergem normalmente (NUMMER FILHO; MADALOZ, 2017). De acordo com Martins et al. (1999) a semeadura do milho na posição adequada propicia rápida germinação e velocidade de emergência das plântulas, as quais consequentemente se tornam menos vulneráveis às condições adversas impostas pelo meio, por emergirem mais rápido no solo passam menos tempo nos estágios críticos de desenvolvimento, além de proporcionar uma maior uniformidade na lavoura diminuindo as competições. 12 O milho apresenta uma emergência hipógea, mantendo o cotilédone abaixo da superfície do solo. Na sua emergência, a radícula ou raiz primária é um dos primeiros componentes a sedesenvolver para a formação do sistema radicular e do mesocótilo, o qual se alonga empurrando o coleóptilo até a superfície do solo e quando rompe a superfície do solo emergem as primeiras folhas verdadeiras (MAGALHÃES; DURÃES, 2002). No momento da semeadura, não é possível controlar a posição do embrião da semente em relação ao solo, podendo este ficar apontado para cima em direção a superfície onde a radícula precisa percorrer um percurso maior até penetrar no solo. A mesma analogia pode ser aplicada ao coleóptilo, pois se ele estiver voltado para baixo, precisa se desenvolver dando o contorno na semente para conseguir emergir. Considerando as diferentes posições das sementes em relação ao solo, pode ocorrer atraso na emergência de algumas plântulas, quando comparadas com aquelas onde as sementes se posicionaram mais favoravelmente ao desenvolvimento inicial, além de maior gasto de energia até a emergência, podendo comprometer o vigor da plântula, o estabelecimento inicial e, consequentemente, a produtividade. 1.1 OBJETIVOS 1.1.1 Objetivo Geral Avaliar a influência da posição das sementes de milho na semeadura nos componentes de rendimento da cultura. 1.1.2 Objetivos Específicos Avaliar a velocidade e uniformidade de emergência da cultura em relação aos dias apósa semeadura. Avaliar as características agronômicas da cultura sendo elas: altura de planta, altura de inserção da espiga e fileiras por espiga. Determinar a produtividade da cultura e avaliar as suas variações entre os tratamentos. 13 1.2 JUSTIFICATIVA A modernização da agricultura faz com que sejam buscadas maiores produtividades com o menor uso de recursos possível. Desta forma, se considerarmos que a posição que a semente irá germinar no solo interfere na produtividade, podemos iniciar uma busca por mecanismos de deposição de sementes que depositem todas as sementes na melhor posição, melhorando ainda mais a eficiência da agricultura brasileira. 14 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 A CULTURA DO MILHO O milho (Zea mays L.) pertence à ordem Poales, família Poaceae, subfamília Panicoideae, tribu Maydeae, gênero Zea, espécie Zea mays (QUEIROZ, 2009), onde é uma espécies economicamente nativa das Américas. De acordo com Majerowicz e Kerbauy (2004), o milho possui metabolismo C4, que lhe confere uma taxa fotossintética líquida maior ao ser comparado a C3, pois apresenta melhor eficiência hídrica podendo ser cultivado em ambientes quentes com alta intensidade luminosa, se adaptando bem ao clima tropical pela sua baixa fotorrespiração (LACERDA; ENÉAS FILHO, PINHEIRO, 2007). De acordo com Bergamaschi (2004), a necessidade hídrica do milho varia de 200 a 400mm para o ciclo completo, mas estes valores variam com os diferentes locais e épocas de semeadura. No Brasil, o cultivo do milho tem uma participação fundamental no setor da economia nacional, o agronegócio, que é fundamental para a balança comercial brasileira (SOUZA et al., 2017). Com grandes avanços já é possível o cultivo de até 3 safras em algumas regiões, sendo a segunda safra a mais explorada atualmente, representando aproximadamente 60% da produção nacional, oriunda principalmente da região Centro-Oeste, ocorrendo após a colheita da soja. Os primeiros registros de produção de segunda safra no Brasil foram em 1976/77 com uma produção aproximada de 19 milhões de toneladas. Na segunda safra de 2021/2022, o Brasil atingiu uma produção de 87 milhões de toneladas em uma área de 16 milhões de ha-1, sendo que 61 milhões de toneladas foram produzidas na região do Centro-Oeste e 14milhões de toneladas na região Sul. Na primeira safra, a produção nacional foi de aproximadamente 25 milhões de toneladas em 4,5 mil milhões ha-1, sendo a região Sul a que mais se destaca com uma produção de 8 milhões de toneladas produzidas. Na terceira safra de 2021/22, a produção foi de 2,3 milhões de toneladas produzidas em 669 mil ha-1, sendo a região Nordeste responsável por 96% do total (CONAB, 2022). Ao longo dos anos a agricultura brasileira vem tendo grandes modificações buscando aumentar a produtividade, objetivando suprir o mercado interno e o externo, estudando os fatores que afetam diretamente na produtividade como a radiação solar, temperatura e precipitação, que interferem no crescimento e no desenvolvimento da planta, dependendo do estádio fenológico da planta (ALVES et al., 2010). 15 Em cada estádio fenológico da cultura do milho, o estresse hídrico pode interferir de diferentes maneiras, sendo que entre os estádios VE e V4, o componente de rendimento afetado será o número de espigas por área. Entre V5 e V8, interfere no número de fileiras de grãos por espiga. Entre V8 e R1 causa prejuízo no número de grãos por fileira, na polinização afetara o número de óvulos e entre R1 e R6 o componente afetado será o peso dos grãos e consequentemente a produtividade (SILVA et al., 2021). 2.2 ARRANJO DE PLANTAS O arranjo de plantas é definido em função da densidade populacional e do espaçamento entre as linhas de semeadura. No Brasil, a cultura do milho era tradicionalmente cultivada com espaçamentos entre linhas de 0,80 e 0,90 m essa prática permitia o adequado funcionamento dos equipamentos utilizados para semeadura, tratos culturais e colheita (MATTOSO et al., 2006). Mas esse espaçamento vem sofrendo modificações com o passar dos anos trazendo condições melhores de produtividade além de proporcionar uma alta velocidade de fechamento da entre linha e melhora a arquitetura de planta além de facilitar a operação pela não necessidade de alteração nas semeadoras de soja (DERETTI, 2021). Com o surgimento de novas cultivares de milho com ciclo mais curto alterou-se a densidade de plantas (ALMEIDA et al., 2000). E o aumento da densidade de plantas permitiu elevar a produtividade da cultura do milho (AMARAL FILHO; FORNASIERI; BARBOSA, 2002), devido ao aumento na interceptação da radiação fotossinteticamente ativa pelo dossel (SILVA et al., 2002). O melhor arranjo de plantas para a cultura de milho é aquele que proporciona uma distribuição mais uniforme de plantas na área possibilitando um melhor aproveitamento dos recursos do meio (SANGOI, 1990). Segundo Andrade et al. (2002), a resposta do milho à diminuição do espaçamento entre linhas será interligado à quantidade de radiação solar recebida durante o período de florescimento, que é o momento decisivo para determinar o número de grãos o qual, por sua vez, influencia a distribuição de nutrientes para a espiga e afeta diretamente o aumento da produtividade. Os maiores resultados em relação a produção para a cultura do milho são obtidos em espaçamentos de 0,50 m entre fileiras com população de 77.500 plantas ha-1 testado com diversos híbridos, quando comparado ao espaçamento de 0,80 m com a mesma densidade de plantas por hectare (CRUZ et al., 2007). Os valores obtidos podem variar de acordo com as variáveis climáticas e densidade de plantas para a cultura do milho. 16 2.3 DISTRIBUIÇÃO DAS SEMENTES DE MILHO NA LINHA DE SEMEADURA De acordo com Martins et al., (1999) o posicição da semente de milho pode proporcionar um maior potencial de desenvolvimento de plântula, onde a semeadura adequada propicia rápida germinação e velocidade de emergência das plântulas, as quais consequentemente se tornam menos vulneráveis às condições adversas, considerando que a irregularidade na emergência das plântulas pode resultar na ocorrência de plantas dominadas, as quais possuem um potencial produtivo inferior àquelas que emergem normalmente. A desuniformidade na emergência das plântulas pode ocorrer em função da profundidade de semeadura, fatores relacionados ao solo, qualidade da semente, velocidade de semeadura e injúrias por herbicidas (SANGOI; SILVA, 2006). Em condições adequadas, de umidade e temperatura, a emergência inicia com 5 ou 6 dias após a semeadura. No momento da realização da semeadura, a correta distribuição das sementes na linha determina a eficiência com que as plantas irão aproveitar os nutrientes, a água e a luz (SCHMITT, 2014). 2.4 GERMINAÇÃO E EMERGÊNCIA DO MILHO Após a semeadura, se todas as condições estiverem favoráveis , inicia-se a germinação das sementes, a qual entram no seu processo de embebição, que é basicamente a entrada de água no interior da semente que tem por função o amolecimento do tegumento, favorecer as trocas gasosas, induzir a síntese e atividade de enzimas e hormônios e assimilar as reservas, com isso se tem a protusão da radícula (MAGALHÃES; DURÃES, 2002). A emergência o milho é classificado como hipógea, onde o cotilédone permanecem abaixo do solo, a coleoriza que envolve a radícula é a primeira estrutura emitida da semente e logo em seguida a radícula, com isso após a emergência da raiz o coleóptilo é empurrado para cima pelo alongamento do primeiro entrenó caulinar, e quando a base do coleóptilo alcança a superfície do solo desdobrando-se as duas primeiras folhas (MAGALHÃES; DURÃES, 2002). Após o surgimento da radícula, três a quatro raízes adicionais surgem a partir da semente as quais vão formar o sistema radicular que terá a funçãona captação de água e alguns nutrientes. Na parte aérea, após o coleóptilo romper a superfície do solo ocorrerá o crescimento das folhas embrionárias, classificada como primeira folha verdadeira, representando o estádio fenológico V1 (Figura 2). 17 Fonte: Magalhães e Durães, 2002 Na (figura 1) acima se observar como ocorre a germinação e a emergência do milho, e as suas primeiras estruturas, para essa emergência a semente estava posicionada verticalmente, consequentemente a radícula teve que fazer uma curva para se deslocar corretamente, o mesmo aconteceu com o coleóptilo o qual teve que curvar para cima para conseguir emergir para a superfície, este processo se explica pelo mal posicionamento da semente na sua semeadura o qual pode gerar um atraso na velocidade de emergência e uma desuniformidade na lavoura. 2.5 UNIFORMIDADE DO ESTANDE A desuniformidade de emergência na formação do estante da cultura do milho produz plantas com menor altura, menor índice de área foliar e menor produção de massa seca. Para uma maior produtividade é necessário principalmente que o estande de plantas possua uma emergência sem atraso, a qual pode atingir até 14% de incremento em relação a tratamentos com maior desuniformidade de distribuição temporal na linha de semeadura da cultura do milho (HENRICHSEN et al., 2021). A correta uniformidade e distribuição de sementes são fatores de grande influência na produtividade do milho, sendo necessário erradicar possíveis falhas, plantas duplas e principalmente plantas dominantes (NUMMER FILHO; MADALOZ, 2017). Para uma boa produtividade de grãos, é necessário que a cultura se desenvolva Figura 1 - Germinação e emergência do milho. 18 uniformemente com baixa competição intraespecífica, emergência rápida, completa e regular das plantas (PETR; CERNY; HNUSKA, 1988). Atualmente para a cultura do milho o posicionamento das sementes é algo ainda pouco explorado com relação a emergência de um estande. Onde outros fatores têm diversos estudos, como profundidade de semeadura, espaçamento e população (SANGOI; SILVA, 2006). 19 3 MATERIAL E MÉTODOS 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA O experimento foi conduzido na fazenda experimental agropecuária da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) campus de Curitibanos, na localidade Campo da Roça, durante a safra de 2022/23. A área está situada nas coordenadas 27°16”26’S de latitude e 50°30”10’W de longitude com uma altitude de 987 m. A região tem o clima bem definidas, com temperaturas de 15°C a 25°C durantea o período que se realiza a safra, e com distribuição de chuva ao longo do ano em torno de 1500 mm. O clima da região se enquadra como Cfb temperado mesotérmico úmido e verão ameno de acordo com a classificação de Koppen. O solo da área é classificado como Cambissolo Háplico de textura argilosa. 3.2 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL E TRATAMENTOS O experimento foi executado em delineamento em blocos casualizados (DBC), contendo seis tratamentos com quatro repetições, totalizando vinte e quatro parcelas. Cada parcela foi constituída por cinco linhas com quatro metros de comprimento espaçadas em 0,45 m, totalizado uma área de 7,2 m², sendo também deixado um espaçamento entre cada parcela de 0,9 m. Para a área útil da parcela foi considerado somente as três linhas centrais com três metros de comprimento. A densidade de semeadura foi de 67.000 sementes ha-1, a qual é uma recomendação do híbrido para a região, com isso resultando em três plantas por metro de linha de semeadura. Os tratamentos constaram na variação da posição do embrião (Figura 3) em relação ao solo no momento da semeadura, como segue: T1: Na vertical com o embrião apontando para baixo. T2: Na vertical com o embrião apontando para cima. T3: Na horizontal com o embrião ao lado. T4: Na horizontal com o embrião para cima. T5: Na horizontal com o embrião para baixo. T6: sementes aleatórias (testemunha). 20 Figura 2 - Diferentes posições do embrião em relação ao solo. Fonte: Autor 2022 A disposição das parcelas dos tratamentos foi realizada por sorteio conforme a Figura 4. Figura 3 - Croqui com a disposição das unidades experimentais. Fonte: Autor 2022 3.3 INSTALAÇÃO E CONDUÇÃO. A semeadura do híbrido Feroz Vip 3 de ciclo precoce foi realizada no dia 10 de novembro de 2022 manualmente deixando em uma profundidade padrão de 4 cm, logo após a deposição de 350 kg ha-1 do fertilizante 09-21-13 (N, P2O5 e K2O) com uma semeadoura- adubadora da marca VENCE TUDO modelo SA11500A a qual possui cinco linhas espaçadas entre 0,45 m. A semeadura foi realizada no sistema de plantio direto sob palhada de aveia- preta dessecado 45 dias antes da semadura com o glyphosate na dose de 2,0 L ha-1. A adubação de cobertura com nitrogênio foi realizada quando a cultura atingiu o estádio fenológico de V5, utilizando o sulfato de amônio dose de 400 kg ha-1 do formulado 33-00-00 (N, P2O5 e K2O) a qual foi aplicada a lanço no dia 8 de dezembro de 2022. 21 3.3.1 Tratos culturais A cultura foi conduzida com a realização de alguns tratos culturais essenciais para o cultivo do milho, sendo: 5 L p.c ha-1 de ATRAZINA 500 SC® + 1,5 L p.c ha-1 de ZAPP QI 620® para o controle de plantas daninhas no dia 6 de dezembro de 2022 (V4) antes do fechamento das entrelinhas de semeadura e 0,6 L p.c ha-1 de NATIVO® para controle de doenças fúngicas no dia 19 de dezembro de 2022 quando a cultura estava no estádio V8. Para o controle de pragas, principalmente a cigarrinha do milho (Dalbulus maidis) foram realizadas três aplicações de inseticida, sendo a primeira aplicação ocorreu no dia 22 de novembro de 2022 com o produto comercial CONNCET® (Imidacloprido + Beta–ciflutrina) na dose de 1,0 L p.c ha-1; a segunda no estádio fenológico V4 juntamente com o controle de plantas daninhas no dia 6 de dezembro de 2022 com o produto comercial TALISMAN® (Bifentrina + Carbossulfano) na dose de 0,5 L p.c ha-1, e a última aplicação ocorreu no dia 19 de dezembro de 2022 juntamente com a aplicação do fungicida sendo com o produto comercial CONNCET® (Imidacloprido + Beta–ciflutrina) na dose de 1,0 L p.c ha-1. Para a realização das aplicações dos defensivos foi utilizado um pulverizador costal Kawashima de 20 litros com ponta do tipo leque de poliacetal MF 02 da Magnojet. A taxa de aplicação foi determinada através da aplicação em uma área de 20 m2, onde foram gastos 0,4 litros, resultando em um volume total de 200 L ha-1. 3.4 AVALIAÇÕES 3.4.1 Avaliação de emergência das plantas. Foi realizada a avaliação do índice de plantas das plantas, onde foi determinado o tempo para a emergência, onde foi considerado que uma planta estava emergida quando o coleóptilo estava acima da superfície do solo. Essa avaliação foi realizada diariamente, iniciando após a primeira plântula emergida, que ocorreu no dia 17 de novembro de 2022 até a última plântula emergida em cada parcela, que ocorreu no dia 21 de novembro de 2022. 3.4.2 Avaliação de uniformidade de plantas. Para a determinação da uniformidade das plantas, foi medida a altura de 10 plantas aleatórias dentro de cada parcela nos dias 29 de novembro, 8 de dezembro e 16 de dezembro. A medição foi realizada com o auxílio de uma régua graduada com precisão de 0,01 m, sendo a altura considerada a distância entre o solo e a parte mais alta da planta. 22 3.4.3 Avaliação de altura de inserção das espigas. Foi realizada através da medida da altura do colo da planta até onde estava inserida a base da espiga. A avaliação foi realizada na data de 8 de março de 2023 com uma trena, onde foram selecionadas aleatoriamente 10 plantas dentro da area útil da parcela. 3.4.4 Avaliação de altura de plantas. Para a determinação da altura de plantas foram selecionadas 10 plantas de cadaparcela aleatoriamente das três linhas centrais de semeadura. A avaliação foi realizada no estádio de pendoamento em 24 de janeiro de 2023. Foi utilizada uma trena com precisão de 0,01 m a medida tomada desde o solo e a inserção da folha bandeira. 3.4.5 Avaliação de número de fileiras de grãos Na determinação do número de fileiras de grãos por espiga foram selecionadas 10 espigas de cada parcela, as quais foram contadas as fileiras no momento da trilha. 3.4.6 Avaliação de produtividade A determinação da produtividade foi realizada através da colheita e debulha manual das espigas contidas nas três linhas centrais de cada parcela com 3 m de comprimento, desconsiderando-se 0,5 m de bordadura no início e no fim de cada parcela. Os grãos foram pesados em uma balança de precisão e a determinação da umidade dos grãos foi realizada com um medidor da marca Agrologic, modelo AL-101 para a correção da umidade para 13%, de acordo com a fórmula: 𝑃𝑆 = 𝑃𝐵 ∗ (100 − 𝑈𝐴) 100 − 𝑈𝐶 Onde: PS = Massa seca de grãos (kg) PB = Massa de grãos úmidos (kg) UA = Teor de água no momento da colheita (%) UC = Teor de água de correção (%) 23 Com a determinação da massa de grãos e a correção para 13% de umidade, a produtividade foi extrapolada para kg ha-1. 3.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA Os dados obtidos com o experimento foram submetidos à análise de variância (ANOVA) com o software Sisvar. E as médias foram comparadas através do teste de Tukey com um nível de significância de 5%. 24 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 VELOCIDADE DE EMERGÊNCIA E ALTURA DE PLANTAS O número de plantas emergência apresentou diferença significativa apenas na segunda avaliação realizada em 18 de novembro de 2022 (8 dias após a semeadura), onde o T1 (na vertical com o embrião apontando para baixo) apresentou maior velocidade de emergência, com uma média de 90% de sementes emergidas (Tabela 1). Tabela 1- Número de plantas emergidas 8 dias após a semeadura e altura de plantas 19 dias após a semeadura, Curitibanos, SC, 2023 Tratamentos Número de Plantas emergidas Altura de plantas (cm) T1 54,00 a 10,425 a T2 42,75 b 9,192 b T3 49,50 ab 9,752 ab T4 44,75 ab 9,420 ab T5 45,00 ab 9,652 ab T6 45,25 ab 9,935 ab CV% 9,73 4,20 Valores seguidos pelas mesmas letras na coluna não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. Fonte: Autor 2023 O T2 (embrião voltado para cima) apresentou a velocidade de emergência mais lenta para a avaliação do dia 18/11/2022, 8 dias após a semeadura, corroborando os resultados obtidos por SILVA et al. (2016), onde constaram que, quando a semente é posicionada com o embrião voltado para baixo apresenta velocidade de emergência superior às outras posições do embrião, provavelmente, devido ao menor movimento da radícula para se fixar no substrato. Foi possível observar diferença significativa entre os tratamentos, principalmente no início do desenvolvimento da cultura, período onde se busca maior uniformidade na emergência para que se obtenha um estande de plantas uniforme, evitando a ocorrência de plantas dominadas que podem prejudicar a produtividade, corroborando os dados obtidos por com (SANGOI et al., 2012), onde concluíram que o posicionamento das sementes de milho na linha de semeadura tem influência nos primeiros dias da emergência. Em trabalhos realizados com semente de Tucumã (Astrocaryum aculeatum) Elias; Ferreira e Gentil, (2006) relatam que o maior percentual de emergência foi obtido quando a 25 posição de semeadura do poro germinativo é voltado para o lado. Já para sementes de Acácia Branca (Moringa oleifera), Sousa et al. (2007) constataram que a posição das sementes com o ápice para cima e deitada favorece o índice de velocidade de emergência das plântulas. Martins et al. (1999) verificaram que a maior velocidade de emergência de Içara (Euterpe edulis) ocorre quando a semente é posicionada com o poro de germinação voltado para cima. A altura de plantas apresentou comportamento semelhante à velocidade de emergência das plantas, onde houve diferença significativa apenas entre o T1 e o T2 apenas na primeira avaliação, realizada no dia 29/11/2022 (19 DAS), sendo que o T2 (embrião voltado para cima) apresentou a menor altura de plantas. O T1 (embrião voltado para baixo) foi o que apresentou a maior altura comparado aos outros pelo fato de ter um maior tempo para seu desenvolvimento vegetativo em decorrência da rápida velocidade de emergência, e consequentemente o T2 (embrião voltado para cima) a qual apresentou a menor velocidade de emergência teve a sua menor altura durante o início do desenvolvimento. Apesar da altura inicial apresentar diferença significativa no início do desenvolvimento, no estágio do pendoamento não apresentou diferença significativa. Com os resultados obtidos é possível observar que o posicionamento da semente em linha de semeadura não tem interferência na altura e desenvolvimento das plantas com isso não traz a melhoria em relação ao estabelecimento inicial das plantas e na uniformidade de estande, concordando com Petr, Cerny e Hnuska, (1988) que concluíram que a altura inicial das plantas no início do cultivo afeta pouco a altura no final do ciclo, desde que as condições climáticas sejam favoráveis. 26 4.2 ALTURA DE INSERÇÃO DA ESPIGA E NÚMERO DE FILEIRAS DE GRÃOS Para estas variáveis analisadas os resultados não apresentaram diferença como mostra a (Tabela 2). Tabela 2 - Variáveis que não apresentaram resultados significativos a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey, Curitibanos, SC, 2023. Variável Média geral CV(%) PrFc Altura de planta (cm) 259,49 0,35 0,0605 Altura de inserção de espiga (cm) 167,08 1,19 0,7032 Número de fileira por espiga 17,22 3,75 0,8216 Produtividade (kg/ha) 12.330 4,52 0,9658 Fonte: Autor 2023 A altura de inserção de espigas e o número de fileiras de grãos por espiga não apresentou diferença significativa, mostrando que a posição da semente no momento da semeadura não interfere nesses dois componentes. As médias obtidas foram de, 167,1 cm para a altura de inserção da espiga e 17,2 fileiras de grãos por espiga, resultados que estão de acordo com aqueles encontrados por Silva et al. (2016), onde não encontraram diferenças significativas para a altura de inserção da espiga e número de fileira de grãos, onde avaliou a posição da semente na linha de semeadura nos parâmetros de produtividade. Segundo Ribeiro et al. (2020), altas produtividades são alcançadas quando o número de fileiras de grãos por espiga é de 14 ou mais, o que equivale a aproximadamente 519 grãos por espiga, mostrando que os valores obtidos neste estudo estão de acordo com aqueles observados em lavouras de elevada produtividade. Santos et al. (2002) e Kopper et al. (2018), avaliaram o desempenho de alguns híbridos de milho, concluindo que há uma grande correlação entre produtividade de grãos de milho e altura de inserção das espigas. Segundo Repke et al., (2012), a altura da inserção da espiga é um fator que pode contribuir significativamente para o acamamento das plantas, uma vez que quanto mais alta a inserção, maior a suscetibilidade da planta ao acamamento. No entanto, Campos et al., (2010), não encontram nenhuma correlação entre a altura de inserção de espigas e a taxa de acamamento. 27 4.3 PRODUTIVIDADE Os resultados de produtividade não apresentaram diferença significativa como mostrado na (Tabela 2), obtendo-se uma média de 12.330 kg ha-1. Esse resultado evidencia que a variação na posição da semente no momento da semeadura não interfere nos resultados de produtividade. Esse resultado está de acordo com Silva et al. (2016), onde não encontraram correlação entre a posição da semente do milho e a produtividade e, Santos et al. (2011) afirmamque se a cultura for manejada de forma correta, pequenos fatores não causam interferência na produtividade. Segundo a Conab (2023), a estimativa de produtividade de Santa Catarina é de 8.183 kg ha-1, 4.147 kg ha-1 a menos que a produtividade obtida nesse estudo, mostrando que a correta condução da cultura permite atingir elevadas produtividades. Com base nos resultados obtidos, conclui-se que a variação da posição da semente na semeadura não interfere no desenvolvimento e produtividade do milho, mostrando que o investimento em uma nova tecnologia para adptação em semeadoras que visem o posicionamento do embrião em relação ao solo não traria benefícios econômicos, sendo inviável o investimento. 28 5 CONCLUSÃO A posição T2 (com o embrião voltado para cima) na semeadura apresentou a menor velocidade de emergência, mas isso não afetou os componentes de produção e a produtividade. A posição da semente no momento da semeadura não interfere na altura final de plantas, na altura de inserção de espigas, no número de fileiras de grãos por espiga e na produtividade da cultura do milho. 29 REFERÊNCIAS ALMEIDA, M. L.; MEROTTO JUNIOR, A.; SANGOI, L.; ENDER, M.;GUIDOLIN, A. F. Incremento na densidade de plantas: uma alternativa para aumentar o rendimento de grãos de milho em regiões de curta estação estival de crescimento. Ciências Rural, Santa Maria, v. 30, n. 1, p. 23-29, out. 2000. Disponível em: https://www.scielo.br/j/cr/a/bbTDVCsMcVsqc64vhmchXnS/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 06 set. 2022. ALVES, F. Q. G.; COSTA, F. C.; SILVA I. J. S.; .DAVID, A. M. S.;SIMÕES, D. A. Qualidade Fisiológica de Híbridos de Milho Submetidos a Diferentes Temperaturas. In: XXVIII congresso nacional de milho e sorgo, 28., 2010, Goiânia. Qualidade fisiológica. Janaúba: Unimontes, 2010. p. 89-.90. Disponível em: http://www.abms.org.br/eventos_anteriores/cnms2010/trabalhos/0547.pdf. Acesso em: 08 set. 2022. AMARAL FILHO, J. P. R.; FORNASIERI FILHO, D.; BARBOSA, J. C. Influência do espaçamento, densidade populacional e adubação nitrogenada nas características produtivas em cultura de milho sob alta tecnologia. In : CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO, 24., 2002, Florianópolis. Meio ambiente e a nova agenda para o agronegócio demilho e sorgo: [resumos expandidos]... Sete Lagoas: ABMS/ EPAGRI/Embrapa Milho e Sorgo, 2002. CDROM ANDRADE, F.H.; CALVIÑO, P.; CIRILO, A.; BARBIERI, P. Yield responses to narrow rows depend on increased radiation interception. Agronomy Journal, v.94, p.975-980, 2002. BERGAMASCHI, H. Distribuição hídrica no período crítico do milho e produçãode grãos. Pesquisa Agropecuária Brasileira [online]. 2004, v. 39, n.9, pp. 831-839. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0100- 204X2004000900001>. Acessado em: 8 Set. 2022 CAMPO, M.C.C; SILVA, V.A; CAVLCANTE, I.H.L; BECKMANN, M.Z. Produtividade e características agronômicas de cultivares de milho safrinha sob plantio direto no Estado de Goiás. Revista Acadêmica de Ciências Agrárias e Ambiental. Curitiba, v.8, n.1, p.77-84, 2010. Acesso em: 17 abr. 2023. CONAB - COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO. Acompanhamento da Safra Brasileira de Grãos, Brasília, DF, v. 9, safra 2021/22, n. 9 nono levantamento, junho 2022. Disponível em: https://www.conab.gov.br/info-agro/safras/graos/boletim-da-safra-de- graos/item/download/43195_4877b01240feea94340214d6c9e37afa. Acesso em: 7 set. 2022. CONAB - COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO. Acompanhamento da Safra Brasileira de Grãos, Brasília, DF, v. 9, safra 2022/23, setimo levantamento, abril 2023. Disponível em: https://www.conab.gov.br/info-agro/safras/graos/boletim-da-safra-de- graos/item/download/43195_4877b01240feea94340214d6c9e37afa. Acesso em: 4 maio. 2023. CRUZ, J.; PEREIRA, F. T. F.; PEREIRA FILHO, I. A.; OLIVEIRA, A. C.; MAGALHÃES, P. C. RESPOSTA DE CULTIVARES DE MILHO À VARIAÇÃO EM ESPAÇAMENTO E http://www.scielo.br/j/cr/a/bbTDVCsMcVsqc64vhmchXnS/?format=pdf&lang=pt http://www.scielo.br/j/cr/a/bbTDVCsMcVsqc64vhmchXnS/?format=pdf&lang=pt http://www.abms.org.br/eventos_anteriores/cnms2010/trabalhos/0547.pdf https://www.conab.gov.br/info-agro/safras/graos/boletim-da-safra-de-graos/item/download/43195_4877b01240feea94340214d6c9e37afa https://www.conab.gov.br/info-agro/safras/graos/boletim-da-safra-de-graos/item/download/43195_4877b01240feea94340214d6c9e37afa https://www.conab.gov.br/info-agro/safras/graos/boletim-da-safra-de-graos/item/download/43195_4877b01240feea94340214d6c9e37afa https://www.conab.gov.br/info-agro/safras/graos/boletim-da-safra-de-graos/item/download/43195_4877b01240feea94340214d6c9e37afa 30 DENSIDADE. Revista Brasileira de Milho e Sorgo, Sete Lagoas, v. 6, n. 1, p. 60-73, ago. 2007. Disponível em: http://rbms.cnpms.embrapa.br/index.php/ojs/article/view/212/914. Acesso em: 08 set. 2022. DERETTI, A. F. H. Resposta de cultivares de soja à redução na densidadede plantas no planalto norte catarinense. 2021. 83 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Agronomia, Centro de Ciências Agroveterinárias, A Universidade do Estado de Santa Catarina, Lages, 2021. Disponível em:https://www.udesc.br/arquivos/cav/id_cpmenu/2786/Disserta o_Vers_o_Final_Corrigida_16345863028965_2786.pdf. Acesso em: 8 set.2022. DUARTE, J. O.; MATTOSO, M. J.; GARCIA, J. C. Importância Socioeconômica: embrapa. Embrapa. 2021. Disponível em: https://www.embrapa.br/agencia-de-informacao- tecnologica/cultivos/milho/pre- producao/socioeconomia/importancia-socioeconomica. Acesso em: 13 set. 2022. ELIAS, M. E. A.; FERREIRA, S. A. N.; GENTIL, D. F. O.. Emergência de plântulas de tucumã (Astrocaryum aculeatum) em função da posição de semeadura. 2006. Disponível em: https://www.scielo.br/j/aa/a/xzvMjZgf9VDmVCSnCj4Zv4g/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 04 abr. 2023. HENRICHSEN, L. H.; CHRISTT, E. L.; SILVA, C. K.; HÜBNER, J. P.; SANDER, L. S.; ROSSATTO, A. A. P.; GARAFFA, J. P.; MARTINS, J. D. Efeitos da desuniformidadede emergência na cultura do milho/effects of uneven emergence In maize crop. Brazilian Journal Of Development, [S.L.], v. 7, n. 3, p. 28382-28398, 2021. Brazilian Journal of Development. http://dx.doi.org/10.34117/bjdv7n3-518. Disponível em: https://brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/download/26682/21135. Acesso em: 12 set. 2022. KOPPER, C. V. et al. Características agronômicas e produtividade de milho segunda safra em função da velocidade de semeadura e população de plantas. Pesquisa Agropecuária Pernambucana, Brasil, v. 22, jun. 2018. ISSN 2446-8053. Disponível em: <https://pap.emnuvens.com.br/pap/article/view/pap.2017.003>. Acesso em: 04 maio 2023. doi:https://doi.org/10.12661/pap.2017.003. LACERDA, CF de; ENÉAS FILHO, J.; PINHEIRO, C. B. Fisiologia vegetal. Universidade Federal do Ceará, Fortaleza-CE, 2007. MAGALHÃES, P. C.; DURÃES, F. O.M.. Cultivo do milho Germinação e Emergência: embrapa. Embrapa. 2002. Sete Lagoas. Disponível em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/487000/1/Com39.pdf. Acesso em: 13 set. 2022. MAJEROWICZ, N. Fotossíntese. In: KERBAUY, G. B. Fisiologia vegetal. 1.ed. São Paulo: Guanabara Koogan, 2004. p. 114-178. MARTINS, C. C.; GAWA, J. N.; LEÃO, M.; BOVI, A. Efeito da posição da semente no substrato e no crescimento inicial das plântulas de palmito-vermelho (Euterpe espiritusantensis Fernandes - Palmae). Revista Brasileira de Sementes, v.21, n.1, p.164-173,1999. http://rbms.cnpms.embrapa.br/index.php/ojs/article/view/212/914 http://www.udesc.br/arquivos/cav/id_cpmenu/2786/Disserta http://www.udesc.br/arquivos/cav/id_cpmenu/2786/Disserta http://www.embrapa.br/agencia-de-informacao-tecnologica/cultivos/milho/pre- http://www.embrapa.br/agencia-de-informacao-tecnologica/cultivos/milho/pre- http://www.embrapa.br/agencia-de-informacao-tecnologica/cultivos/milho/pre- http://www.scielo.br/j/aa/a/xzvMjZgf9VDmVCSnCj4Zv4g/?lang=pt&format=pdfhttp://www.scielo.br/j/aa/a/xzvMjZgf9VDmVCSnCj4Zv4g/?lang=pt&format=pdf http://dx.doi.org/10.34117/bjdv7n3-518 https://pap.emnuvens.com.br/pap/article/view/pap.2017.003 https://doi.org/10.12661/pap.2017.003 http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/487000/1/Com39.pdf http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/487000/1/Com39.pdf 31 MATTOSO, M.J.; GARCIA, L.C.; DUARTE, J.O.; CRUZ, J.C. Aspectos de produção e mercado do milho. Informe Agropecuário, v.27, p.95-104, 2006. MEDINA. Descubra a Origem do Milho!. AGROPÓS. 2020. Disponível em: https://agropos.com.br/origem-do-milho/ . Acesso em: 13 set. de 2022. NUMMER FILHO, I.; MADALOZ, J.C. Plantio de Milho: Fatores Relacionados à Desuniformidade de Emergência. Pioneer sementes. 2017. Disponível em: http://www.pioneersementes.com.br/blog/159/plantio-de-milho-fatores-relacionados- adesuniformidade-de-emergencia. Acesso em: 08 set. 2022. PETR, J., CERNY, V., HNUSKA, L. Yield formation in maize. New York: Elsevier, 1988.Cap. 4: Yield formation in the main field crops: p. 54-172.1988. Disponível em: https://www.cabdirect.org/cabdirect/abstract/19890728107. Acesso em: 08 set. 2022. QUEIROZ, L. R. et al. Cultivo de milho consorciado com leguminosas arbustivas perenes no sistema de aléias com suprimento de fósforo. Revista Ceres, Viçosa, v. 55, n. 5, p. 409-415, out. 2009. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/3052/305226814020.pdf. Acesso em: 07 set. 2022. REPKE, R. A.; CRUZ, S. J. S.; MARTINS, M. B.; SENNA, M. S.; DUARTE, A. P.; BICUDO, S. J. Altura de planta, altura de inserção de espiga e número de plantas acamadas de cinco híbridos de milho. In: XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO, 29., 2012, Águas de Lindóia. Congresso. São Paulo: ., 2012. p. 222-313. Disponível em: http://www.abms.org.br/eventos_anteriores/cnms2012/07241.pdf. Acesso em: 01 maio 2023. RIBEIRO, B. S. M. R. et al. Ecofisiologia do milho visando altas produtividades. Santa Maria, RS: Palloti/SM, 230. 2020. SANGOI, L.; SILVA, P.R.F. DA. Densidade e arranjo populacional em milho. Artigo em Hypertexto. 2006. Disponível em: http://www.infobibos.com/Artigos/2006_2/Densidade/Index.htm. Acesso em: 08 Set. 2022. SANGOI, L. Comportamento de variedades e híbridos de milho em duas densidades de semeadura e dois níveis de fertilizantes. 1990. Pesq. agropec, bras., Brasília. Disponívelem: https://seer.sct.embrapa.br/index.php/pab/article/view/13721/7781. Acesso em: 06 set. 2022. SANGOI, L.; SCHMITT, A.; VIEIRA, J.; PICOLI JUNIOR, G. J.; SOUZA, C. A.; CASA, R. T.; SCHENATTO, D. Ed.; GIORDANI, W.; BONIATTI, C. M.; MACHADO, G. C. Variabilidade na distribuição espacial de plantas na linha e rendimento de grãos de milho. Revista Brasileira de Milho e Sorgo, [s. l], v. 11, n. 3, p. 268-277, set. 2012. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/104484/1/Variabilidade- distribuicao.pdf. Acesso em: 17 abr. 2023. SANTOS, P. G.; JULIATTI, F. C.; BUIATTI, A. L.; HAMAWAKI, O. T. Avaliação do http://www.pioneersementes.com.br/blog/159/plantio-de-milho-fatores-relacionados- https://www.cabdirect.org/cabdirect/abstract/19890728107 http://www.redalyc.org/pdf/3052/305226814020.pdf http://www.redalyc.org/pdf/3052/305226814020.pdf http://www.abms.org.br/eventos_anteriores/cnms2012/07241.pdf http://www.infobibos.com/Artigos/2006_2/Densidade/Index.htm 32 desempenho agronômico de hídridos de milho em Uberlândia, MG. Uberlândia: Pesquisa Agropecuária, 2002. 37 v. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pab/a/zXmnDCNLzRKqzFJ49Mrt3Xd/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 04 maio 2023. SANTOS, R. S.; COSTA, L. C.; SEDIYAMA, G. C.; LEAL, B. G.; OLIVEIRA, R. A.; JUSTINO, F. B. Avaliação da relação seca/produtividade agrícola em cenário de mudanças climáticas. Revista Brasileira de Meteorologia, Minas Gerais, v. 26, n. 2, p. 313-321, ago. 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbmet/a/sf7HQ8bbB6BbVJbGMr4QPBk/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 30 abr. 2023. SCHMITT, A. Arranjo de plantas para maximizar o desempenho agronômico domilho em ambientes de alto manejo. 2014. SCHUCH, L. O. B.; PESKE, S. T. Falhas e duplos na produtividade. Seed News, Pelotas, v.12, p. 22-27, 2008. SILVA, C. R. Posição da semente de milho na semeadura e sua influência no desenvolvimento e produtividade. 2016. 22 f. TCC (Graduação) - Curso de Agronomia, Universidade Federal da Fronteira Sul, Erechim, 2016. Disponível em: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/565#:~:text=A%20semeadura%20de%20sementes%20na, nos%20est%C3%A1gios%20iniciais%20de%20desenvolvimento.. Acesso em: 17 ago. 2022. SILVA, P. R. F. da; ARGENTA, G.; STRIEDER, M. L.; CARDOSO, E. T.; FORSTHOFER, E; SUHRE, E. Resposta de dois híbridos de milho ao arranjo de plantas. In : In: CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO, 24., 2002, Florianópolis. Meio ambiente e a nova agenda para o agronegócio de milho e sorgo: [resumos expandidos]... Sete Lagoas: ABMS/EPAGRI/Embrapa Milho e Sorgo, 2002. CD ROM. SILVA, S.; SOUSA, A. C. P.; SILVA, C. S.; ARAðJO, E. R.; SOARES, M. A. S.; TEODORO, I. Parâmetros produtivos do milho sob déficit hídrico em diferentes fases fenológicas no semiárido brasileiro. Botucatu, v. 1, n. 1, p. 30-41, maio 2021. Disponível em: file:///C:/Users/Usuario/Downloads/roman,+rev+03+-+4254+-+Samuel+ok+30+-+41.pdf. Acesso em: 15 ago. 2022 SOUSA, A. H.; RIBEIRO, M. C. C.; MENDES, V. H. C.; MARACAJÁ, P. B.; COSTA, D. M. . Profundidades e posições de semeadura na emergência e no desenvolvimento de plântulas de moringa. Revista Caatinga, Mossoró, v. 20, n. 4, p. 55-60, set. 2007. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/2371/237117664009.pdf. Acesso em: 17 abr. 2023. SOUZA, A. E.; REIS, J. G. M.; ABRAHAM, E. R.; MACHADO, S. T. Brazilian Corn Exports: An Analysis of Cargo Flow in Santos and Paranagua Port. 2017. Disponível em: https://link.springer.com/content/pdf/10.1007/978-3-319-66926-7_13.pdf. Acesso em: 07 set. 2022. http://www.scielo.br/j/pab/a/zXmnDCNLzRKqzFJ49Mrt3Xd/?lang=pt&format=pdf http://www.scielo.br/j/pab/a/zXmnDCNLzRKqzFJ49Mrt3Xd/?lang=pt&format=pdf http://www.scielo.br/j/rbmet/a/sf7HQ8bbB6BbVJbGMr4QPBk/?lang=pt&format=pdf http://www.scielo.br/j/rbmet/a/sf7HQ8bbB6BbVJbGMr4QPBk/?lang=pt&format=pdf http://www.redalyc.org/pdf/2371/237117664009.pdf http://www.redalyc.org/pdf/2371/237117664009.pdf