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Livro- Texto - Unidade I - Línguas e culturas Latinas

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Prévia do material em texto

Autores: Profa. Márcia Selivon
 Profa. Beatris Ribeiro Gratti
Colaboradores: Profa. Cielo Festino
 Profa. Tânia Sandroni
 Prof. Jamilson José Alves da Silva
Língua e Cultura Latinas
Professoras conteudistas: Márcia Selivon / Beatris Ribeiro Gratti
Márcia Selivon
Bacharel em Letras pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas e licenciada pela Faculdade de Educação, 
ambas na Universidade de São Paulo. Nessa mesma universidade, defendeu sua dissertação de mestrado na área de 
Filologia e Língua Portuguesa (aspectos da retórica grega, latina e contemporânea). Elaborou sua tese de doutorado 
na mesma área. Profissionalmente, atua no ensino de língua portuguesa desde 1992. Participa também da correção 
de textos dissertativos em vestibulares e concursos públicos. Desde 2005, é professora da Universidade Paulista (UNIP), 
ministrando aulas no curso de Letras (na modalidade presencial) e na UNIP Interativa (a distância), auxiliando inclusive 
na elaboração de material didático, do qual este livro texto faz parte.
Beatris Ribeiro Gratti
Possui graduação em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas (2005) e é mestre em Linguística, na área 
de Letras Clássicas pela mesma Universidade, com o projeto de tradução e anotação da obra de Marco Túlio Cícero 
intitulada De Diuinatione, sob orientação do Prof. Dr. Paulo Sérgio de Vasconcellos. Possui experiência na área de 
Filosofia e Letras, com ênfase em Línguas Clássicas (latim). Foi professora de latim nos cursos de extensão “Introdução 
à Língua Latina I e II” na Escola de Extensão da Unicamp, no Instituto Lumen Verbi de Educação e Cultura (nível 
fundamental) e na Universidade Paulista.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
G773l Gratti, Beatris Ribeiro 
Língua e cultura latinas / Beatris Ribeiro Gratti; Márcia Selivon - 
São Paulo: Editora Sol, 2020.
120 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230
1. Língua latina. 2. Cultura latina. 3. Gramática latina. I. Selivon, 
Márcia. II. Título.
CDU 801
U508.33 – 20
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcello Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Deise Alcantara Carreiro – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Cristina Alves
 Giovanna Oliveira
Sumário
Língua e Cultura Latinas
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 ASPECTOS HISTÓRICOS DE ROMA ...............................................................................................................9
1.1 O que é o latim e o povo romano .....................................................................................................9
1.1.1 Origem de Roma e fatos históricos relevantes ..............................................................................9
1.1.2 A República romana .............................................................................................................................. 10
1.1.3 As conquistas romanas ..........................................................................................................................11
1.1.4 As reformas romanas ............................................................................................................................ 12
1.2 Organização social do Império Romano ..................................................................................... 16
1.2.1 Hábitos alimentares dos romanos ................................................................................................... 18
1.2.2 A religião romana ................................................................................................................................... 19
1.2.3 Os principais deuses ............................................................................................................................... 19
1.2.4 O culto ......................................................................................................................................................... 21
2 BREVE HISTÓRIA DO LATIM ......................................................................................................................... 22
2.1 Fases do latim ........................................................................................................................................ 23
3 RECAPITULAÇÃO DE ALGUMAS FUNÇÕES SINTÁTICAS ................................................................... 23
3.1 Função sintática: sujeito ................................................................................................................... 24
3.2 Função sintática: vocativo ................................................................................................................ 25
3.3 Função sintática: adjunto adnominal .......................................................................................... 26
3.4 Função sintática: objeto direto ....................................................................................................... 27
3.5 Função sintática: objeto indireto ................................................................................................... 28
3.6 Função sintática: adjunto adverbial ............................................................................................. 29
4 CARACTERÍSTICAS DA PRONÚNCIA E INTRODUÇÃO À GRAMÁTICA LATINA ......................... 30
4.1 Latim: uma língua de casos ............................................................................................................. 31
4.2 O caso nominativo e o verbo sum (ser/estar/haver) .............................................................. 32
4.3 O caso acusativo e os verbos da 1ª conjugação ...................................................................... 36
4.4 O caso genitivo e os verbos da segunda conjugação ............................................................ 39
4.5 O caso dativo e os verbos da terceira conjugação ................................................................. 42
4.6 O caso ablativo e os verbos da quarta conjugação ................................................................ 45
4.7 A conjugação mista ............................................................................................................................. 48
4.8 Modo imperativo e o caso vocativo ............................................................................................. 48
4.9 O gênero neutro .................................................................................................................................... 50
4.10 Adjetivo de 1º tipo ............................................................................................................................. 51
Unidade II
5 O LATIM VULGAR: DEFINIÇÃO ....................................................................................................................58
5.1 Características do latim vulgar ....................................................................................................... 59
5.2 Fontes de informação sobre o latim vulgar............................................................................... 60
6 A LITERATURA LATINA ................................................................................................................................... 67
6.1 As origens da comédia ....................................................................................................................... 67
6.2 Historiografia ......................................................................................................................................... 70
6.3 Poesia filosófica ..................................................................................................................................... 70
6.4 A retórica ................................................................................................................................................. 72
6.5 A poesia lírica e a poesia épica ....................................................................................................... 75
6.6 A obra filosófica de Sêneca e a tragédia latina ........................................................................ 86
7 LÍNGUAS ROMÂNICAS .................................................................................................................................. 90
7.1 O método histórico-comparativo no estudo das línguas .................................................... 94
7.2 A formação da língua inglesa ......................................................................................................... 96
7.3 A formação da língua portuguesa ................................................................................................ 96
8 PRESENÇA DA CULTURA ROMANA .......................................................................................................... 99
8.1 Outros aspectos do legado cultural romano ............................................................................. 99
8.1.1 Máximas romanas................................................................................................................................... 99
8.1.2 A cidadania e o Direito Romano .....................................................................................................100
8.1.3 A arte romana e a arquitetura .........................................................................................................100
8.1.4 As fábulas romanas ..............................................................................................................................104
8.2 Repercussões da cultura romana .................................................................................................108
8.3 O legado cultural romano ...............................................................................................................109
7
APRESENTAÇÃO
Caro aluno,
Vamos iniciar a reflexão sobre a língua latina e a cultura romana. Para isso, é necessário contextualizar, 
no tempo e no espaço, os aspectos que precisam ser compreendidos.
O estudo do latim é importante pois aprofunda o conhecimento histórico-etimológico sobre a língua 
portuguesa e demais línguas românicas como o espanhol, o francês e o italiano, numa perspectiva 
diacrônica. Para entender melhor a sociedade atual, devem-se considerar alguns aspectos do mundo 
romano antigo (o maior império de todos os tempos) e da sua civilização.
Num primeiro momento, será apresentado o modus vivendi romano, ou seja, os principais fatos 
sociais e históricos da cultura romana. Após a caracterização desse cenário de época, passaremos ao 
estudo do sistema fonético latino e da estrutura da língua, que apresenta declinações e casos. Para 
melhor compreensão desses, recordaremos algumas funções sintáticas da língua portuguesa.
Já num segundo momento de nosso percurso de estudos, será abordada a relação entre o latim 
vulgar e as línguas neolatinas, principalmente a língua portuguesa. Além disso, será apresentado um 
panorama da literatura latina, com ênfase na diversidade de gêneros textuais: comédia, tragédia, poesia 
lírica, poesia épica, retórica, filosofia e vários autores como Virgílio, Horácio, Sêneca, Plauto, Quintiliano, 
Lucrécio e Fedro. Por fim, é preciso considerar o legado cultural romano.
O objetivo é levar o aluno ao conhecimento da cultura e da língua latinas para proporcionar uma 
compreensão do mundo ocidental, muito influenciado pela cultura romana. Além disso, procura-se 
aprofundar o entendimento sobre a formação das estruturas morfossintáticas da língua portuguesa, 
conduzindo o aluno ao conhecimento geral da cultura e da língua latinas de maneira que se possa 
constituir uma via de acesso tanto para a compreensão do mundo antigo quanto para um aprofundamento 
sobre a formação da cultura contemporânea e aspectos linguísticos atuais.
INTRODUÇÃO
Muitos alunos do curso de Letras podem se perguntar: “para que estudar latim? Tenho interesse em 
estudar português, inglês, espanhol...” No entanto, a partir da leitura desse texto, será possível notar que 
há influência do latim na formação de todas essas línguas. Para compreender as mudanças linguísticas 
ocorridas no tempo, é necessário o estudo do latim.
No caso da língua portuguesa, segundo Faraco (1998), os estudos da linguística histórica, introduzidos 
no Brasil nas primeiras décadas deste século com o nome de filologia, foram muito considerados até, 
pelo menos, o início da década de 1960. Nessa área, houve pesquisadores importantes como Antenor 
Nascentes, Said Ali, Serafim da Silva Neto, Celso Cunha, entre outros, que produziram importantes 
trabalhos sobre a história da língua portuguesa.
8
Esses estudos, porém, ficaram em segundo plano a partir dos anos 60, quando os estudos linguísticos 
estruturalistas foram introduzidos nas universidades brasileiras. Ao mesmo tempo em que isso significava 
um avanço dos estudos linguísticos no Brasil, representava também uma diminuição das pesquisas 
relacionadas aos estudos da linguística histórica. Enfatizavam-se os estudos descritivos da língua 
contemporânea e a discussão dos modelos teóricos estruturalistas e, mais tarde, dos modelos teóricos 
gerativistas. Hoje, há muitos trabalhos nas áreas de semiótica e de análise do discurso.
No entanto, nos últimos anos, questões da linguística histórica, ainda de acordo com Faraco (1998), 
parecem estar interessando novamente alguns estudiosos brasileiros como Fernando Tarallo, Rosa 
Virgínia Mattos e Silva, Marco Antonio de Oliveira, entre outros.
Quem sabe no futuro, você, estudante de Letras, possa se interessar pelo estudo da linguagem como 
uma realidade histórica, vinculada à vida social e cultural dos falantes. Assim, poderá ser dada uma 
importante contribuição para as pesquisas linguísticas no Brasil.
Além disso, o aluno verá que a literatura latina teve grande influência na literatura ocidental, 
incluindo a literatura em língua portuguesa. É notória também, até hoje, a presença de elementos da 
cultura latina nos campos da arte, arquitetura, estrutura judiciária e da organização social. Vamos então 
iniciar nossos estudos do latim e da cultura latina.
9
LÍNGUA E CULTURA LATINAS
Unidade I
1 ASPECTOS HISTÓRICOS DE ROMA
1.1 O que é o latim e o povo romano
O latim é a língua que foi falada no Lácio (em latim Latium), região da Península Itálica onde foi 
fundada a cidade de Roma, em meados do séc. VIII a.C.
Com o crescimento de Roma, na Antiguidade, o latim prevaleceu sobre as demais línguas então 
faladas na região da Itália, como o osco, o umbro, o grego e o etrusco. Roma cresceu continuamente, 
tornou-se um grande império e, em cada novo território conquistado, o latim se tornava a língua oficial. 
O grego era a principal língua de civilização da Antiguidade, mas com a expansão do Império Romano, 
o latim também se tornouimportante.
Com o passar do tempo, as línguas foram se modificando. Dessa forma, depois da queda do Império 
Romano, cada região começou a falar o latim ao seu modo, até que a língua que falavam era tão 
diferente do latim da antiga Roma, que não poderia mais ser chamada de “latim”. Surgiram então as 
línguas neolatinas: o português, o francês, o italiano, o espanhol, o romeno, entre outras.
Diariamente falamos várias línguas, sem nos darmos conta do lento processo de transformação até que 
pudéssemos falar o português, por exemplo. Mas o aluno, como futuro professor, deve tornar-se consciente 
desse longo processo evolutivo para melhor aprender e ensinar as línguas pelas quais tem interesse.
1.1.1 Origem de Roma e fatos históricos relevantes
Embora o objetivo dessa disciplina não seja estudar fatos históricos, o conhecimento desses, além 
do de aspectos religiosos e sociais, é importante para que se compreenda melhor tanto a língua como 
a cultura latina.
Os primeiros habitantes da Itália eram povos que tinham um estágio de desenvolvimento muito 
rudimentar quando começaram a chegar os arianos. Os italiotas ocuparam a parte central da Península 
Itálica, subdivididos em várias tribos, dentre as quais:
• gregos – fixaram-se ao sul da Itália, onde fundaram numerosas colônias;
• etruscos – provavelmente originários da Ásia, ocuparam o norte da Península Itálica. O domínio 
dos etruscos era tanto territorial quanto marítimo e só foi conseguido com o apoio dos fenícios em 
Cartago. Desenvolviam uma intensa atividade comercial, chegando a fazer grande concorrência 
com os gregos do sul e atingiram também um relavante progresso cultural, mais tarde assimilado 
pelos romanos.
10
Unidade I
A origem de Roma está muito relacionada às lendas. O poeta Virgílio atribuiu sua fundação a Rômulo 
e Remo, descendentes de Eneas, rei de Troia. Historicamente, pode-se considerar que Roma se originou 
de um forte construído por latinos e sabinos às margens do Rio Tibre.
No chamado “período monárquico”, a economia romana baseava-se essencialmente nas atividades 
agropastoris. Os camponeses dedicavam-se ao cultivo da terra e ao pastoreio. A terra era a riqueza 
fundamental, caracterizando a sociedade romana como aristocrática.
Os patrícios eram os aristocratas proprietários de terras que formavam a camada social dominante e 
agrupavam-se em uma unidade básica, o gens ou o clã. Os clientes também faziam parte do clã, mas a 
República romana era principalmente aristocrática. Todos aqueles que não pertenciam a um gens ou a um 
clã eram considerados plebeus. A camada dos plebeus em geral era formada pelos estrangeiros, artesãos, 
comerciantes e pequenos proprietários de terras.
No período monárquico, o poder real era considerado de origem divina. O rei era o chefe e se 
apoiava no Imperium (comando supremo) e no Auspicium (conhecimento da vontade divina). O rei era 
assessorado pelo conselho dos Anciãos, denominado Senado, composto pelos chefes de família e pelos 
sacerdotes. A Assembleia Curiata reunia os patrícios adultos.
Figura 1 – O Coliseu em Roma
1.1.2 A República romana
Na sua origem, a República romana era aristocrática. Durante as lutas entre patrícios e plebeus, ela 
atingiu um estágio mais democrático. As principais instituições políticas da República eram: o Senado, 
as Magistraturas e as Assembleias.
Senado: era composto pelos chefes das grandes famílias; depois seus membros eram escolhidos entre 
os antigos magistrados. O poder do Senado era praticamente universal, estendendo-se à administração, 
à legislação interna e às relações exteriores.
11
LÍNGUA E CULTURA LATINAS
Magistrados: os principais magistrados eram o cônsul e o ditador, comandantes do exército 
romano. Abaixo do cônsul apareciam os seguintes magistrados: pretores, censores e questores, com 
funções diversificadas.
Assembleia: a Assembleia Centuriata era uma reunião do exército, dividida em centúrias, que votava 
as principais leis do Estado. Já a Assembleia Tribunícia era muito menos importante e se reunia na 
cidade; cada tribo tinha um voto.
A luta entre patrícios e plebeus começou em 494 a.C. e só terminou por volta de 286 a.C. No fim 
desse período, os plebeus tinham conseguido certa igualdade de direitos em relação aos patrícios. A 
luta foi longa, mas, pouco a pouco, a plebe foi conquistando o direito à participação em todas as 
magistraturas da República.
Figura 2 – Fórum romano
1.1.3 As conquistas romanas
Inicialmente, os romanos dominaram as tribos latinas próximas a Roma e posteriormente se 
expandiram para outros locais. O exército romano era reforçado por tropas fornecidas pelos aliados, 
comandadas por oficiais romanos. Durante os combates, o exército ficava dividido em três blocos e 
os soldados mais experientes e mais bem armados só entravam em casos de extrema necessidade. 
Depois da vitória, os soldados eram premiados e distinguidos com honras e os generais recebiam a 
ovação ou o triunfo.
As lutas contra Cartago foram as mais duradouras das quais os romanos participaram. Elas ficaram 
conhecidas como “Guerras Púnicas”, ocorreram em número de três, e duraram por mais de um século. 
O choque de interesses cartagineses e romanos na Sicília provocou o início da primeira, que terminou 
com a vitória dos romanos e a anexação da Sicília, da Córsega e da Sardenha. Os cartagineses reagiram, 
conduzindo o exército até a Itália. Os romanos atacaram a Sicília e Cartago foi ocupada. Na terceira 
Guerra Púnica, Cartago foi totalmente destruída.
12
Unidade I
 Lembrete
A guerra contra Cartago foi a mais duradoura da qual os romanos 
participaram. Ficaram conhecidas como “Guerras Púnicas”, em número de 
três, e ocorreram por mais de um século.
 Observação
Os conflitos entre romanos e cartagineses foram muito importantes na 
história romana e serão abordados por Virgílio em sua obra Eneida, como 
será visto mais adiante.
Em seguida, os romanos atacaram a Espanha e a Gália e depois a região do mediterrâneo oriental. 
Mais tarde, conquistaram a Macedônia, a Grécia, a Síria e o Egito. As conquistas romanas se realizavam 
ao mesmo tempo em lugares diferentes, sem planos sistemáticos.
O Senado romano definia os estatutos da província, que variavam de país para país conquistado. Os 
cidadãos pagavam tributos em forma de produto ou em dinheiro, sendo explorandos ao máximo.
1.1.4 As reformas romanas
O primeiro grande reformador romano foi Tibério Graco (133 a.C.). Seu principal objetivo era realizar uma 
reforma agrária, limitando a posse de terra. As terras que ultrapassassem os limites estabelecidos seriam 
distribuídas gratuitamente aos cidadãos pobres. Para levar adiante suas metas, Tibério infringiu algumas leis. 
Aproveitando-se disso, seus adversários o assassinaram e também seus partidários foram mortos.
O irmão de Tibétio, Caio Graco, continuou com as reformas, realizando alguns avanços. Ele pretendeu 
ainda implantar uma colônia romana em Cartago, mas esse projeto foi considerado um sacrilégio porque 
Cartago tinha sido amaldiçoada e Caio Graco acabou se suicidando.
Nas diversas guerras realizadas por Roma, alguns grandes generais destacaram-se e começaram 
a exercer liderança política. Mário realizou a reforma do exército, que passou a ser uma organização 
profissional, tornando-se um instrumento político nas mãos dos comandantes. Sila reformou a 
Constituição, restaurando o prestígio do Senado e dos nobres patrícios e limitando o poder da plebe. 
Ele renunciou à vida pública em 79 a.C. e morreu no ano seguinte. Depois de sua morte, vários políticos 
ambiciosos disputaram o poder em Roma.
Em 73 a.C., os escravos se revoltaram sob a liderança de Espártaco, espalhando terror no sul do 
país. Para combater Espártaco, o Senado foi obrigado a desrespeitar a Constituição de Sila, entregando 
exércitos aos cônsules. Licínio Crasso recebeu um comando especial e venceu Espártaco. Seis mil escravos 
revoltosos foram cruxificados ao longo da Via Ápia. Crasso tornou-se um novo líder.
13
LÍNGUA E CULTURALATINAS
 Saiba mais
Para saber mais detalhes sobre essa revolta de escravos, recomenda-se 
um filme cujo roteiro é baseado no livro homônimo de autoria de 
Howard Fast.
SPARTACUS. Direção: Stanley Kubrick. EUA, 184 min, 1960.
Há também uma versão mais atual sobre o mesmo tema:
SPARTACUS. Direção: Robert Dornhelm. EUA, 176 min, 2004.
Outro líder romano foi Pompeu, que combateu os piratas do Mediterrâneo e reorganizou as províncias 
romanas do Oriente Próximo.
Já outra figura importante no cenário romano foi Júlio César. Pertencente a uma grande família 
patrícia que se dizia descendente de Eneas, sem muitos recursos, ele contraiu muitas dívidas para fazer 
carreira política em Roma, pois queria ser rei. Para isso, aliou-se com os líderes do partido popular, que 
poderiam auxiliá-lo na conquista de seus objetivos.
Em 60 a.C., César, Pompeu e Crasso formaram o Primeiro Triunvirato. Os triúnviros dividiram entre 
si a República: César ficou com a Gália, conseguindo recursos para suas legiões e enorme prestígio. 
Pompeu ficou com a Espanha e Crasso com a Síria.
 Saiba mais
Você conhece as histórias em quadrinhos das personagens gaulesas 
Obelix e Asterix? Se não conhece, procure pesquisar sobre o assunto, pois 
o enredo mostra a conquista da Gália empreendida pelo exército romano. 
Além disso, há um recente filme francês que trata do mesmo tema e em 
que aparecem esses personagens:
ASTERIX e Obelix – Missão Cleópatra. Direção: Alain Chabat. França, 
103 min, 2002.
Crasso morreu na Pérsia e Pompeu tornou-se cônsul único, recebendo a missão de combater César, 
que invadiu a Itália. Pompeu fugiu para a Grécia, sendo assassinado no Egito. César transformou o Egito 
em protetorado, governado pela rainha Cleópatra e depois passou a eliminar os herdeiros de Pompeu, 
na África e na Espanha.
14
Unidade I
A ditadura de César foi marcada pelo acúmulo de títulos. Ele tornou-se sumo pontífice, ditador 
perpétuo, censor vitalício, cônsul vitalício e tribuno da plebe com direito de exercer o Imperium dentro 
de Roma e nas províncias.
César realizou várias reformas: limitou a distribuição do trigo, construiu obras públicas e reformou o 
calendário. Ele pretendia tornar hereditários os seus poderes, que já eram vitalícios. Para conseguir esses 
objetivos, tinha que se tornar rei, mas foi assassinado por um grupo de senadores liderados por Bruno 
e Cássio.
Com o assassinato de César, surgiu o Segundo Triunvirato, formado por Otávio, Marco Antônio e 
Lépido. Eles dividiram entre si a República: Antonio ficou com o Oriente, Otávio com o Ocidente e Lépido 
com as províncias da África. Antes disso, porém, derrotaram os assassinos de César, na Batalha de Filipos, 
na Macedônia.
Veja o pequeno excerto a seguir sobre o estado Romano. A autoria é de Salústio (87/86 – 35 a.C.) 
que se dedicou à história após ter sido obrigado a abandonar uma tumultuada vida pública. Segundo 
Cardoso (2003), ele tentava explicar psicologicamente os fatos históricos, procurando as causas dos 
acontecimentos nos defeitos e vícios humanos, preocupando-se com os problemas sociais.
Por fora e por dentro (do Estado Romano), tudo era resolvido em torno de 
um pequeno número de homens: eles monopolizavam o tesouro público, 
o governo das províncias, as honras e os trunfos; o povo levava uma 
vida miserável, oprimido pelo serviço militar e pela pobreza. O espólio 
de guerra tornou-se privilégio dos generais e de um pequeno número 
de outras pessoas; durante esse tempo, os parentes ou os filhos menores 
dos soldados eram espoliados de suas coisas, caso tivessem um vizinho 
poderoso. Se o povo tinha acesso a algumas magistraturas, o consulado 
ficava com a nobreza, que o transmitia de mão em mão. Todos os homens 
novos, qualquer que fosse sua instrução ou sua fortuna, pareciam indignos 
dessa honra, como que manchados pela baixeza de sua origem (Salústio 
apud ARRUDA, 1982).
A conquista do Egito deu a Otávio o controle das maiores fontes do poder de Roma: o exército e a 
plebe. Estava surgindo uma nova forma de governo, exercido pelo comandante do exército, o imperator. 
Otávio realizou muitas reformas no Estado romano, como por exemplo a divisão das províncias em civis, 
governadas pelo Senado, e militares ou imperiais, governadas diretamente pelo imperador.
Desde o final da República, porém, havia uma dissolução de costumes em Roma. Por isso, Otavio 
Augusto tomou algumas medidas para tornar mais austera a vida romana. Encorajou a volta ao campo, 
onde os valores tradicionais estavam mais vivos e procurou também restaurar a velha religião romana, 
estimulando o culto aos deuses tradicionais e combatendo a introdução de deuses de povos estrangeiros 
em Roma.
15
LÍNGUA E CULTURA LATINAS
A paz trouxe prosperidade e um grande desenvolvimento cultural. O próprio imperador promovia 
essa evolução, juntamente com seu amigo mecenas, que sustentava escritores e poetas sem recursos 
próprios, transformando-os em porta-vozes do poder político.
Virgílio escreveu as Bucólicas e as Geórgicas (obras nas quais fez o elogio da vida no campo) e a Eneida, 
(em que cantou a fundação de Roma por Eneas, herói de Troia). Tito Lívio narrou a história de Roma, 
realçando os valores tradicionais que fizeram a força da civilização romana e Horácio publicou as Odes, que 
tratam essencialmente da amizade, mas que também continha conselhos e reflexões filosóficas.
Esse período será estudado com mais detalhes quando tratarmos dos autores latinos.
Percebe-se, por meio das impressões de Tácito, como estava a nova situação do Império, com a 
ascensão de Augusto. Tácito viveu entre a segunda metade do século I d.C. e o início do século II e foi 
um dos grandes historiadores romanos.
Quando Augusto seduziu os soldados pelos seus dotes, o povo pelas 
distribuições de trigo, todo o mundo pela doçura da paz, ele começou 
a se elevar por graus e a tomar para si as prerrogativas do Senado, das 
magistraturas, das leis. Ninguém lhe resistia: os mais determinados 
tombavam sobre os campos de batalha ou vítimas de proscrições; os 
nobres que restavam mostravam-se mais interessados em servir, pois que 
a submissão os eleveva em dignidade; e como o novo estado lhes havia 
aumentado o poder, eles preferiam o presente e a sua segurança ao passado 
e seus perigos.
As províncias não tinham mais repugnância pela nova ordem das coisas: 
elas pereciam de um mal maior sob o governo do Senado e do povo (ao fim 
da República), por causa da rivalidade e da avareza dos magistrados, e não 
encontravam seguro eficaz nas leis, pois a violência confundia a ação. No 
interior, tudo estava tranquilo; os nomes dos magistrados eram os mesmos; 
todos os jovens romanos que haviam nascido depois da Batalha de Áscio, e 
mesmo os mais velhos que tinham vindo ao mundo durante as guerras civis 
– como se comportariam os homens que tinham visto a República? (Tácito 
apud ARRUDA, 1982).
Augusto perdeu quase todos que ele havia indicado para sucedê-lo, mas não queria instituir 
oficialmente o princípio da hereditariedade. Adotou Tibério, que foi aprovado pelo Senado para governar, 
sendo um bom administrador.
Seguiram-se Calígula, Cláudio e Nero. Após o assassinato desse último, surgiu uma crise militar. 
Vários comandantes do exército disputaram entre si o poder durante um ano. Após a crise militar, subiu 
ao poder Vespasiano, seguido por seus filhos Tito (nesse governo houve a erupção do Vesúvio, que 
soterrou as cidades de Pompeia e Herculano) e Domiciano. Esses foram os primeiros imperadores não 
romanos, pertencentes à burguesia italiana.
16
Unidade I
De 96 d.C. a 192 d.C, houve o grande apogeu do Império Romano. Nesse período, o Império atingiu 
sua maior extensão territorial, teve grande prosperidade econômica, paz interna e foi administrado de 
maneira eficiente. Houve o imperador Nerva, seguido de Trajano, Adriano, Antonino Pio, Marco Aurélio 
(que protegia os pobres mas promovia terríveis perseguições aos cristãos) e Cômodo.
A partir do século III, iniciou-se uma crise militarligada a uma série de problemas. Os principais 
foram as invasões dos bárbaros e a crise econômica.
O escravismo entrou em crise porque foram interrompidas as conquistas que forneciam escravos ao 
império e parte do trabalho agrícola começou a ser exercido pelo sistema de arrendamento. A queda da 
produção diminuiu os recursos arrecadados com impostos e o Estado passou a cortar as despesas para 
equilibrar o orçamento. As invasões bárbaras no século V, finalmente, contribuíram para a queda do 
Império Romano, que já estava muito enfraquecido internamente.
1.2 Organização social do Império Romano
As diversas comunidades agrupadas sob o governo de Roma apresentavam formas de organização 
extremamente diferenciadas. Na sociedade romana, as palavras natio ou gens expressavam a ideia 
de predomínio das ligações familiares sobre outras formas de relações sociais. A filiação priorizava 
a transmissão pelo grupo consanguíneo da mãe e servia para construir “linhagens” numerosas. O 
casamento legal fundava a célula familiar e a autoridade paterna sobre os filhos. Essa estrutura auxiliava 
uma organização baseada na sucessão de pais e filhos, embora muitos povos do Império continuassem 
a praticar a poligamia. A finalidade das uniões, além de gerar filhos, era a transmissão do patrimônio.
Apesar das reformas jurídicas instauradas a partir da época de Augusto, as mulheres e as filhas ainda 
eram consideradas inferiores aos maridos e aos filhos. Assim, elas não estavam autorizadas a participar 
do plano de carreira das Magistraturas a serviço da comunidade e, além disso, não possuíam os mesmos 
direitos de sucessão.
 Observação
O conceito de família não designava somente a célula social (gens), mas 
todos os moradores de uma unidade onde o “fâmulo” era um empregado 
doméstico livre, em oposição aos escravos.
O escravo romano poderia ser alforriado dentro de formas prescritas, mas permanecia sob a 
dependência de seu patrono. A plena liberdade só era acessível às crianças. Já os estrangeiros de outras 
províncias eram considerados inferiores, não importando sua riqueza ou sua fortuna.
E como se nomeavam os cidadãos na sociedade romana? Você sabia que o sistema de nomear as 
pessoas, hoje, relaciona-se à composição dos nomes latinos? Vejamos como isso funcionava.
17
LÍNGUA E CULTURA LATINAS
Os romanos possuíam um sistema próprio para distinguir uma pessoa da outra pelo nome. De acordo 
com Mioranza (1996), julga-se que este sistema tenha surgido em épocas remotas e que já fosse de uso 
comum logo após o início do Império Romano. Um aspecto importante para entender essa sistemática 
relaciona-se com a divisão da sociedade romana em tribos ou clãs. Essa divisão permaneceu ao longo 
dos séculos e praticamente só desapareceu com a queda do Império.
O nome, entre os romanos, referia-se ao grupo familiar, ao grande clã que, na realidade, era uma 
espécie de tribo em que se incluíam todos os parentes. Os latinos lhe davam o designativo de gens. Como o 
termo gens é do gênero feminino, os clãs eram mencionados principalmente neste gênero. Assim, por exemplo, 
gens Tullia, gens Julia, indicavam os membros dessas gens que levavam o nome tribal Tullius, Julius.
O cognome, originalmente, se constituía numa espécie de apelido bem característico de um só 
indivíduo, mas depois passou a se estabelecer como uma espécie de segundo sobrenome.
Como exemplos de nomes latinos completos, há os de alguns escritores clássicos, em que os três 
elementos são evidentes: Marcus Tullius Cícero, Caius Julius Caesar. Nota-se que, decompondo o nome 
completo do escritor e orador Marcus Tullius Cícero, o praenomen é Marcus; Tullius é o nomen derivado 
de gens Tullia; e Cícero é o cognomen próprio do escritor ou da família em âmbito menor, inserida no 
grande clã chamado gens Tullia.
 Lembrete
Os romanos distinguiam os indivíduos por meio do praenomen, nomen 
e cognomen. O primeiro representava o nome próprio de cada indivíduo, 
como os prenomes Marcus, Caius, Catulla e Tullia.
Mioranza (1996) destaca que os componentes do nome completo romano tinham um significado 
peculiar ou histórico. Portanto, não surgiam ao acaso e nem eram atribuídos aleatoriamente.
 Saiba mais
Procure pesquisar também a origem latina de alguns nomes como Júlia, 
Márcia, Vítor e outros. Há muitos sites que apresentam a origem de nomes 
ingleses, indígenas, franceses, latinos etc. Um desses sites é o: 
http://www.dicionariodenomesproprios.com.br
Lentamente, a mobilidade territorial, as miscigenações e as inovações resultantes da integração das 
populações conquistadas criaram condições para a adoção progressiva dos costumes romanos pelos 
povos conquistados, ainda que estes tivessem liberdade para renunciar a ela.
18
Unidade I
Sem a posse da terra, não havia prestígio social. Sem patrimônio nem ancestralidade, não havia 
nobreza. O valor dos antepassados e a glória obtida pelos atos heroicos ou atividades políticas eram 
muito considerados na sociedade romana. No atrium (entrada) de todo domus (domicílio) nobre, 
eram colocados armários que guardavam os bustos dos antepassados, algumas vezes dispostos sobre 
pequenas colunas, além de árvores genealógicas enfeitadas de guirlandas para honrar a memória da família.
A participação dos senadores nas atividades públicas era essencial. Como tais atividades não eram 
remuneradas, era a fortuna pessoal que permitia ao senador manter sua posição social e poder se 
dedicar às tarefas exigidas pelo seu cargo.
Nem todos os titulares da ordem senatorial (600 senadores, no máximo, e dois a três mil membros de 
suas famílias) eram considerados nobres: o consulado tinha um papel decisivo na definição da nobreza, 
o que significava que apenas dez por cento dos senadores possuíam a honra de ter seus nomes inscritos 
em um álbum, em que eram qualificados como “patrícios” (pais da pátria), uma posição honrosa. Para 
poder pertencer a essa ordem tão nobre, era necessário preencher certas condições: dispor, no mínimo, 
de um milhão de sestércios (antiga moeda de cobre romana) ou então possuir 250 hectares de terras.
A religião tinha participação importante na comunidade: os deuses deveriam ser venerados para 
que continuassem a auxiliar os cidadãos. As festas públicas, com jogos esportivos e espetáculos, eram 
parte dessa busca pela atenção divina. Nas cidades, havia concursos de eloquência, competições 
atléticas, poéticas ou musicais, espetáculos teatrais, banquetes ou distribuição de presentes, que atraíam 
a população dos campos e das cidades vizinhas. Quanto mais numerosas e suntuosas fossem essas 
manifestações, mais gloriosas tornavam-se as camadas dirigentes.
O amor à pátria expressava a ligação com a pátria local (a cidade) e não uma afeição à “pátria 
universal”, ou seja, Roma. Assim, a cidade era o lugar de origem de uma família, a terra de seus ancestrais, 
e, se fosse deixada, era recomendado que se voltasse a ela. Todos se sentiam responsáveis pela integridade e 
pela conservação da sua comunidade, fato essencial a uma sociedade civilizada.
1.2.1 Hábitos alimentares dos romanos
Os romanos tinham dois tipos de refeições a cena e o prandium.
Durante a cena, os homens reuniam-se deitados e, se houvesse mulheres, elas ficariam sentadas em 
um local como uma casa ou jardim coberto. O número de convidados era limitado, mas havia inúmeras 
salas de jantar. Mesmo para as classes sociais menos abastadas, a cena era uma festa, apesar do pouco 
luxo. A cena pertencia ao tempo do ócio (otium), ou seja, do lazer e da paz. Ela era a ocasião de consumo 
de carnes e eram ingeridos também pão e legumes. Começava-se com entradas para diminuir a fome, 
compostas geralmente por ovos e azeitonas, além de pão e vinho adocicado. Na segunda parte da 
refeição, havia as carnes, que poderiam ser de porco, aves, caças ou peixe. A última etapa era composta 
por frutas frescas ou não (nozes, figos secos, uvas em conserva) e com o intuito de finalizar o banquete, 
podiam ser servidos mariscos e pequenos pássaros, acompanhadosde muito vinho. O objetivo da cena 
era reforçar os laços entre os convidados, por meio da alimentação partilhada.
19
LÍNGUA E CULTURA LATINAS
Os romanos comiam, geralmente, apenas para desempenharem bem as tarefas diárias, e, nesse caso, 
ingeriam somente alimentos revigorantes (frugais). Esse era o prandium, em que as pessoas comiam 
frequentemente sós, não importando onde e quando. Essa era a refeição dos romanos em guerra, na atividade 
política ou em qualquer outra função do dia a dia que necessitassem de esforço. Podia-se fazer um desjejum 
matinal, uma refeição leve em torno do meio-dia e um jantar e os alimentos consistiam em pão, azeitonas, 
cebolas, vinho, legumes cozidos regados com óleo, hortaliças, figos etc. Assim, o dia do romano não era 
regulado pelo horário das refeições, uma vez que o alimento necessário era consumido quando ele sentia 
vontade; os banquetes constituíam eventos especiais (FLANDRIN; MONTANARI, 1998).
1.2.2 A religião romana
Os romanos tinham crenças em vários deuses e isso não fazia parte de nenhuma doutrina e nenhum dogma. 
Era uma fé prática, uma vez que os romanos não conheciam as ideias de misticismo e de amor aos deuses.
O culto tinha por finalidade obter o favor dos deuses, devendo ser realizado exatamente de acordo 
com as regras estabelecidas; do contrário, não produzia nenhum efeito. Era uma espécie de contrato: 
ofereciam-se presentes aos deuses e, em troca, esperavam-se boas colheitas ou vitórias nas guerras.
A religião romana passava por uma transformação contínua, com a inclusão de novos deuses 
etruscos, gregos e asiáticos.
1.2.3 Os principais deuses
A primeira trindade romana era constituída por Júpiter, Marte e Quirino. A partir de 509 a.C., início da 
República, foi introduzida uma nova trindade, de origem etrusca: Júpiter, Juno e Minerva. Os doze grandes 
deuses de Roma correspondiam aos deuses olímpicos gregos e tinham mais ou menos as mesmas atribuições:
Tabela 1
Deuses romanos Deuses gregos
Júpiter Zeus
Juno Hera
Minerva Atena
Ceres Demeter
Marte Ares
Vênus Afrodite
Vulcano Efaístos
Apolo Apolo
Diana Artêmis
Mercúrio Hermes
Vesta Héstia
Netuno Poseidon
Plutão Hades
20
Unidade I
Entretanto, alguns deuses tinham significado especial para os romanos, diferente daquele que 
tinham em relação aos deuses gregos. Por exemplo, Juno era a guardiã da porta principal de Roma; 
Saturno era o deus das sementes e Quirino era ligado às tempestades.
 Saiba mais
Há muitos sites e livros em que você pode encontrar informações sobre 
a mitologia romana e a grega. Um deles é o Dicionário de Mitologia Grega 
e Romana:
GRIMAL, P. Dicionário de mitologia grega e romana. Tradução: Victor 
Jabouille. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.
Estrutura religiosa romana
• Sacerdotes: não formavam um grupo à parte da sociedade, viviam como os demais cidadãos;
• Áugures: encarregados da adivinhação, interpretavam a vontade dos deuses pela observação da natureza;
• Feciais: pediam às divindades o êxito nas relações exteriores de Roma e eram também encarregados 
de declarar a guerra e estabelecer a paz;
• Vestais: escolhidas entre as filhas mais jovens das grandes famílias romanas, mantinham sempre 
aceso o fogo sagrado e habitavam um templo especial. Após trinta anos de serviços, podiam 
retornar à vida comum.
Figura 3 – Pantheon romano (templo dedicado aos deuses)
21
LÍNGUA E CULTURA LATINAS
1.2.4 O culto
O calendário preparado pelos sacerdotes estabelecia os dias fastos (úteis) e os dias nefastos (feriados). 
A vida política e social da cidade era regulamentada pela interpretação dos auspícios (manifestações 
normais dos deuses), como por exemplo, o voo de um pássaro, a queda da folha de uma árvore etc. 
Os prodígios eram manifestações excepcionais dos deuses, como um animal de cinco patas ou o 
nascimento de uma criança deformada, entendidas como sinais de maus acontecimentos. Os arúspices, 
sacerdotes de categoria inferior aos demais, liam, segundo o costume dos etruscos, a manifestação da 
vontade dos deuses nas entranhas dos animais, principalmente no fígado e o culto geralmente incluía o 
sacrifício de animais como um porco, um carneiro ou um touro.
Várias festas compunham o calendário religioso:
• matronálias – festa em homenagem às mães, ocorria no mês de março;
• lamúria – festa em homenagem aos mortos, ocorria no mês de maio;
• saturnais – festa em homenagem a Saturno, ocorria no mês de dezembro.
Na citação a seguir, é possível ver como Suetônio, que foi um historiador romano, descreve o assassinato 
de Júlio César. Observe principalmente a relação entre as superstições romanas e o fato histórico.
Prodígios evidentes anunciaram a César o seu próximo fim... Poucos dias 
antes de sua morte, soube que os cavalos que havia consagrado aos 
deuses se negavam a comer e pareciam chorar; por seu turno, o arúspice 
espurina o advertiu durante um sacrifício que se preservasse do perigo que 
o ameaçava nos idos de março (15 de março). À véspera desses mesmos 
idos, havia entrado na sala do Senado, um passarinho com um ramo no 
bico; aves diferentes, saídas de um bosque vizinho, se lançaram sobre ele e o 
despedaçaram. Enfim, à noite que precedeu o dia da sua morte, pareceu-lhe 
um sonho que vagava sobre as nuvens e punha a sua mão na de Júpiter; 
e sua esposa Calpúrnia sonhou por sua vez que o teto de sua casa caía 
e matava seu esposo em seus braços, e as portas de sua casa abriram-se 
sozinhas. Todos esses presságios e sua má saúde fizeram-no vacilar por 
longo tempo sobre se devia permanecer em sua casa, marcando para outro 
dia o que estava disposto no Senado; mas tendo sido exortado por Décimo 
Bruno para que não fizesse os Senadores esperarem em vão. Pois estavam 
reunidos desde cedo, saiu à quinta hora (11 horas).
Um desconhecido apresentou a César, a caminho do senado, um escrito 
que revelava a conspiração contra ele; pegou-o, juntando-o aos outros que 
levava na mão esquerda, como se fosse lê-los mais tarde, mas desprezando 
as predições religiosas, César entrou no senado e disse, ironizando Espurina, 
que eram falsas suas predições, porque os idos de março tinham chegado, 
22
Unidade I
porém sem trazer qualquer desgraça. Espurina salientou que haviam 
chegado, mas não haviam passado.
Quando César se sentou, rodearam-no os conspiradores sob o pretexto 
de salvá-lo. [...] Recebeu vinte e três facadas, e somente na primeira deu 
um gemido, sem pronunciar qualquer palavra. Sem dúvida, alguns dizem 
que, tendo visto aproximar-se Marco Bruto, disse-lhe: “Até tu, Bruto?”. Os 
conjurados pretendiam arrastar seu cadáver até o Tibre, confiscar seus 
bens e anular seus atos; mas o temor que lhes infundiram o Cônsul Marco 
Antônio e Lépido, chefe da cavalaria, os fizeram desistir de seu intento 
(SUETÔNIO, 1963).
2 BREVE HISTÓRIA DO LATIM
No início, o que existia era apenas o latim. Depois, esse idioma passou a apresentar dois aspectos 
que, com o tempo, se tornaram cada vez mais distintos: o clássico e o vulgar. Não se constituíam como 
duas línguas diferentes, mas dois aspectos de um mesmo idioma. Essas duas modalidades, a literária e 
a popular, receberam dos romanos a denominação respectivamente de sermo urbanus e sermo vulgaris.
Diz-se latim clássico a língua escrita, cuja imagem está perfeitamente configurada nas obras dos 
escritores latinos. Caracteriza-se pelo vocabulário apurado, pela correção gramatical e pela elegância do 
estilo. Era uma língua artificial e rígida.
Já o latim vulgar era utilizado pelas classes sociais que não pertenciam à elite romana. Elas eram 
formadas por uma multidão de pessoas incultas, sem preocupações artísticas ou literárias e que só 
viam a vida pelo lado prático. A essas classes pertenciam os soldados, os marinheiros, os artesãos, os 
agricultores, os sapateiros, os homens livres e os escravos. Esse latim, portanto, representava a soma de 
todos os falares das classes sociais menos abastadas. Apresentava arcaísmos banidos da língua literária, 
além de um grande número deinovações e empréstimos, que se refletiam principalmente no vocabulário, 
em consequência das conquistas.
Segundo Siguan (1996), foi notável a rapidez com que a língua latina se difundiu pelos territórios 
conquistados. Esse era o idioma dos conquistadores, mas eles não tinham interesse em divulgá-lo, pois 
que era apenas um veículo da cultura romana. Com o processo de romanização, depois de um período 
mais ou menos longo de bilinguismo, o latim tornou-se a única língua. Com algumas exceções, as 
línguas anteriores à ocupação romana praticamente desapareceram.
Já em relação à expansão do Império Romano no Oriente, ocorreu uma situação diferente. Na região 
da Grécia, o povo continuou a falar o grego e em outros países, como o Egito e a Síria, com forte 
tradição cultural, as línguas locais resistiram ao latim.
Além de o grego se manter forte frente ao latim, os romanos cultos assumiram como modelo a 
cultura que se expressava em língua grega, fazendo com que esta fosse considerada sinônimo de 
superioridade intelectual. Assim, houve o enriquecimento do latim. Essa cultura grega era privilégio 
23
LÍNGUA E CULTURA LATINAS
apenas de algumas camadas cultas de Roma e em determinadas capitais importantes, enquanto a 
maioria da população se limitava ao latim vulgar.
Após a decadência do Império Romano devido às invasões bárbaras, o latim vulgar foi se expandindo 
para outras regiões. Tal latim já vinha se diferenciando, o que foi se acentuando cada vez mais, até que 
vários povos o adotaram como idioma comum. Foram essas transformações que o latim sofreu em cada 
região que resultaram nos diferentes romances e, posteriormente, nas várias línguas neolatinas.
Não é fácil conhecer, em seus pormenores, essa modalidade do latim. Na maioria dos autores latinos, 
não havia o propósito de retratar o falar do povo. Os escritores esforçavam-se para evitar o emprego ou 
palavras e expressões da plebe, sendo assim, não é em suas obras que se pode estudar o sermo vulgaris. 
Entretanto, isso não quer dizer que não se encontrem palavras ou expressões do povo em seus trabalhos. 
Isso acontecia porque o sermo urbanus incorporava certos vulgarismos e, ao mesmo tempo, a língua do 
povo também continha palavras ou expressões pertencentes à língua culta.
2.1 Fases do latim
Desde os tempos pré-históricos a língua latina foi falada, mas apenas no séc. III a.C. é que ela 
começou a adquirir uma forma literária e escrita, que se transformou lentamente. Assim, podemos 
diferenciar diversas fases do latim:
• pré-literária – desse período, há algumas inscrições como testemunho;
• arcaica (entre o séc. III a.C. e o início do séc. I a.C.) – inscrições tumulares, textos legais e literários 
de Névio, Plauto, Terêncio e Catão;
• clássica (entre o início do Império Romano no século I a.C. e o início do século. I d.C.) – alguns 
estudiosos consideram que essa é a “época de ouro” da língua latina, pois houve o nascimento 
de vários escritores que, posteriormente, teriam uma influência muito grande sobre a literatura 
ocidental: Catulo, Lucrécio, Cícero, César, Virgílio, Horácio, Tíbulo, Tito Lívio etc. O latim presente 
nas obras de Cícero e César é considerado modelo de correção e pureza;
• pós-clássica (a partir da nossa era) – esse período também possui escritores muito importantes 
como Sêneca, Lucano, Petrônio, Quintiliano, Tácito, Marcial, Juvenal e Apuleio. Esses são apenas 
alguns exemplos de autores que evidenciam a riqueza literária dessa época;
• cristã (a partir do século III d.C.) – Santo Agostinho, São Jerônimo, entre outros.
3 RECAPITULAÇÃO DE ALGUMAS FUNÇÕES SINTÁTICAS
Passaremos logo a estudar alguns aspectos do latim clássico. Porém, antes, recordaremos determinados 
aspectos relacionados à certas funções sintáticas, pois a língua latina é um idioma que apresenta casos, 
conforme será visto posteriormente, e, para compreender essa estrutura linguística, é necessário que se 
dominem os mecanismos sintáticos.
24
Unidade I
3.1 Função sintática: sujeito
É impossível uma ação sem causa; se uma xícara, por exemplo, aparece quebrada, alguém deve ter 
praticado a ação de quebrar.
 Lembrete
Essa pessoa ou coisa que praticou a ação de quebrar é, em gramática, 
chamada de sujeito (ou agente) da ação verbal.
Verifiquemos o sujeito das orações a seguir:
Carlos quebrou a vidraça.
Sujeito: Carlos
Os romanos honravam seus deuses.
Sujeito: os romanos
Nesse ano o governador morreu.
Sujeito: o governador
Ao professor e ao pai do menino chegam reclamações.
Sujeito: reclamações
Cada caso latino possui um nome especial. Já se sabe o que é a função do sujeito.
 Observação
O caso que indica a função do sujeito chama-se nominativo.
Isso quer dizer que, ao traduzir uma oração do português para o latim, o sujeito deve ir para o 
nominativo e vice-versa. Quando, numa oração latina, encontra-se uma palavra no nominativo, 
percebemos que ela está desempenhando a função de sujeito da oração.
Verifique o sujeito nas orações a seguir:
A filosofia é a ciência de todas as coisas.
Sujeito: a filosofia
É necessária a moderação.
Sujeito: a moderação
25
LÍNGUA E CULTURA LATINAS
Nesse lugar foi encontrado um tesouro.
Sujeito: um tesouro
Roma tornou-se um grande império.
Sujeito: Roma
3.2 Função sintática: vocativo
A função do vocativo é indicar apelo, chamado. Quando vemos um amigo e dizemos: “Pedro, venha 
cá”, a palavra Pedro está possui essa característica, sendo então um vocativo.
Verifique o vocativo nas orações a seguir:
Meninos, estudem a lição.
Vocativo: meninos
Estudem, alunos, a lição.
Vocativo: alunos
Estudem a lição, meninos.
Vocativo: meninos
 Observação
O caso, em latim, que indica a função de vocativo chama-se vocativo 
(do latim vocare=chamar)
Verifique o vocativo nos exemplos a seguir:
Por que, Júlia, você não quer brincar?
Vocativo: Júlia
Você viu, colega, como a aula foi instrutiva?
Vocativo: colega
João, seu irmão já voltou?
Vocativo: João
Alunos, estudem bastante para a prova.
Vocativo: alunos
Você voltou cedo, Leandro?
Vocativo: Leandro
26
Unidade I
3.3 Função sintática: adjunto adnominal
O adjunto adnominal é o complemento que especifica um nome. Suponha-se a frase “A casa é de 
Pedro”. A casa podia ser de Paulo, de João, de Antonio, mas “casa de Pedro” especifica a palavra casa. 
Portanto, “de Pedro”, ao mesmo tempo em que completa o sentido da palavra casa, está restringindo, 
está especificando a palavra.
 Lembrete
O adjunto adnominal, quando antiecedido da preposição de, indica 
ideia de posse.
 Observação
O adjunto adnominal, em português, corresponde em latim ao caso genitivo.
Verifique as orações a seguir:
O pelo do gato é macio.
Adjunto adnominal: do gato
Os apreciadores das artes adquirem cultura.
Adjunto adnominal: das artes
Vendi a fazenda que era de meu pai.
Adjunto adnominal: de meu pai
Verifique o adjunto adnominal das seguintes orações:
Os amigos de Carlos chegarão amanhã.
Adjunto adnominal: de Carlos
Comprei um quilo de carne para o almoço.
Adjunto adnominal: de carne
O carro de Marina foi comprado no ano passado.
Adjunto adnominal: de Marina
Depende de nós o encontro do anel de ouro.
Adjunto adnominal: de ouro
27
LÍNGUA E CULTURA LATINAS
3.4 Função sintática: objeto direto
Vimos que toda ação tem uma causa, um agente, da mesma forma que toda ação produz um efeito. 
Quando se diz “Pedro comprou um carro”, nota-se que o verbo precisa de um complemento: “um carro”.
 Lembrete
A pessoa ou coisa que se acrescenta ao verbo para lhe completar a 
significação chama-se objeto direto.
 Observação
O objeto direto, em latim, é chamado de acusativo.
Verifique as orações a seguir:
Pedro estudou a lição ontem.
Objeto direto: a lição
Maria foi à feira para comprar bananas e maçãs.
Objeto direto: bananas e maçãs
Com atenção, Carlos ouviu a palestra.
Objeto direto: a palestra
O menino, na tarde de ontem, quebrou o brinquedo.
Objeto direto: o brinquedo
A paisagem, contemplei do alto da montanha.
Objeto direto: a paisagem
Nós encontramos o anelontem à tarde.
Objeto direto: o anel
O pedreiro construiu a casa.
Objeto direto: a casa
Você compreende isso?
Objeto direto: isso
28
Unidade I
3.5 Função sintática: objeto indireto
Certas vezes, o complemento do sentido de um verbo é regido de preposição, como por exemplo, de, 
com, a, para, em. Nesse caso, ele é chamado de objeto indireto.
 Observação
O caso que, em latim, representa a função de objeto indireto é o dativo.
Verifique as orações a seguir:
Não gostei da atitude.
Objeto indireto: da atitude (da = de + a)
Carla se referiu a você.
Objeto indireto: a você
Pedro confiou em Joana.
Objeto indireto: em Joana
A decisão depende do chefe.
Objeto indireto: do chefe
O touro investiu contra o cavaleiro.
Objeto indireto: contra o cavaleiro
A notícia agradou ao diretor.
Objeto indireto: ao diretor
Ele não deveria confiar em desconhecidos.
Objeto indireto: em desconhecidos
Preciso de um auxílio.
Objeto indireto: de um auxílio
 Lembrete
Há verbos que necessitam de objetos direto e indireto ao mesmo tempo, 
ou seja, requerem dois complementos.
29
LÍNGUA E CULTURA LATINAS
Exemplos:
O rapaz entregou a encomenda ao diretor.
Objeto direto: a encomenda
Objeto indireto: ao diretor
Ele deu rosas à sua namorada.
Objeto direto: rosas
Objeto indireto: à sua namorada
3.6 Função sintática: adjunto adverbial
Se à oração “Pedro nasceu” (de sentido completo, pois o verbo é intransitivo e não pede nenhum 
complemento) acrescentarmos uma circunstância de lugar, por exemplo, “Pedro nasceu em São Paulo”, 
“em São Paulo” constituirá um adjunto adverbial.
Verifique as orações a seguir:
Estou na sala.
Adjunto adverbial de lugar: na sala
Somos assim desde crianças.
Adjunto adverbial de tempo: desde crianças
Não peça com tanta insistência.
Adjunto adverbial de modo: com tanta insistência
Brigaram por coisa ridícula.
Adjunto adverbial de causa: por coisa ridícula
Vestiram-se para o baile.
Adjunto adverbial de fim: para o baile
Verifique as orações a seguir:
Carlos estava na sala.
Adjunto adverbial: na sala
Nós almoçamos com o garfo.
Adjunto adverbial: com o garfo
Somos assim desde crianças.
Adjunto adverbial: desde crianças
30
Unidade I
Fui ao parque com meu irmão.
Adjunto adverbial: com meu irmão
4 CARACTERÍSTICAS DA PRONÚNCIA E INTRODUÇÃO À GRAMÁTICA LATINA
Agora já é possível verificar a estrutura sintática da língua latina, mas, antes, vamos estudar o 
alfabeto e as pronúncias da língua latina.
Alfabeto
A B C D E F G H I K L M N O P Q R S T V X
• os sons de v e j eram desconhecidos aos latinos;
• a letra V, maiúscula, encontrada em várias inscrições, tem o som de u. Pode ser vogal, como em 
lupus, ou semivogal, como em Venus, Vrbs, seruus;
• o i também pode ser vogal, como em Italia, ita, ou semivogal, como em Iuno, iacĕre;
• y e z foram introduzidos após o séc. I a.C. para transcrever palavras gregas.
Pronúncia
Há, basicamente, três pronúncias utilizadas atualmente:
• a pronúncia da Igreja Católica: utiliza a pronúncia corrente nos séculos V e VI d.C. com algumas 
influências do italiano;
— ae, oe = ê;
— c e g antes de e ou i = ch ou tch ou dj;
Assim, caelum = /tchêlum/.
— gn = nh.
• a pronúncia tradicional no Brasil: adaptação ao latim das regras de pronúncia do português, com 
algumas modificações;
— ae = /é/; oe = /ê/;
— -ti + vogal = ci; assim, natio = /nacio/.
31
LÍNGUA E CULTURA LATINAS
• a pronúncia reconstituída: com o desenvolvimento da Linguística no final do séc. XIX e no início 
do séc. XX, os estudiosos começaram a tentar reconstruir a pronúncia que de fato foi utilizada 
pelos latinos da Antiguidade, sobretudo os da época clássica. Surgiu assim a chamada “pronúncia 
reconstituída”, “restaurada” ou “reconstruída”. Ela é produto de pesquisa, principalmente em obras 
de gramáticos antigos, erros de ortografia em inscrições e análise métrica de poemas latinos.
— faz ouvir todas as vogais;
— há vogais longas e breves; os métodos de latim costumam utilizar os símbolos ˉ (mácron) e ˘ 
(braquia) para marcar a duração das vogais. Assim, ĕ = é; ē = ê; ŏ = ó; ō = ô;
— c = /k/
— g, sempre como em “guerra”;
— s, sempre como em “sim”;
— x = /ks/, como em “táxi”;
— y, som do u francês;
— z = dz.
4.1 Latim: uma língua de casos
Em português, determinamos o sentido de uma frase por meio da ordem em que as palavras 
aparecem. A frase ”O homem morde o cachorro” significa algo totalmente diferente da frase ”O cachorro 
morde o homem”, e isso devido ao fato de as palavras aparecerem numa ordem diferente.
 Observação
O que é importante em latim são as formas que as palavras assumem.
Veja:
Marcellum Fortunata amat.
Tradução: Fortunata ama Marcelo.
Marcellus Fortunatam amat.
E agora, quem ama quem? Tradução: Marcelo ama Fortunata.
32
Unidade I
 Lembrete
Em latim, a ordem das palavras não determina as funções gramaticais 
dos vocábulos na frase (embora desempenhe um papel importante em 
questões estilísticas relativas à ênfase).
Marcellus Fortunatam amat.
Marcellus amat Fortunatam.
Fortunatam Marcellus amat.
Fortunatam amat Marcellus.
Amat Marcellus Fortunatam.
Amat Fortunatam Marcellus.
Todas as frases anteriores querem dizer a mesma coisa: Marcelo ama Fortunata. Cada uma dessas 
formas se chama caso. O conjunto de formas de cada palavra se chama declinação. Declinar uma palavra 
é exibir todos os seus casos.
Como será visto mais adiante, o caso é indicado pela terminação. Mas já se notou que Fortunata 
e Fortunatam são formas diferentes da mesma palavra, isto é, são casos diferentes. O primeiro é 
utilizado quando “Fortunata” é sujeito da frase, realizando a ação expressa pelo verbo; o segundo 
é empregado quando “Fortunata” é objeto da frase, completando a ação expressa pelo verbo.
 Observação
Na língua portuguesa, há resquícios do sistema de casos latino. Dizemos 
sempre “ele gosta de mim” e não “ele gosta de eu”. Trata-se da distinção 
entre pronomes pessoais do caso reto e do caso oblíquo.
Em latim há seis casos: nominativo, acusativo, genitivo, dativo, ablativo e vocativo. Há cinco 
declinações, das quais aprenderemos as duas primeiras.
4.2 O caso nominativo e o verbo sum (ser/estar/haver)
Observe as sentenças a seguir:
Magistra sum. – Eu sou professora.
Puella es. – Tu és uma menina.
Silvia serva est. – Sílvia é uma escrava.
Magistrae sumus. – Nós somos professoras.
Puellae estis. – Vós sois meninas.
Servae sunt. – Elas são escravas.
33
LÍNGUA E CULTURA LATINAS
 Observação
Em latim não há artigo. Assim, a palavra puella pode ser traduzida por 
“menina”, “uma menina” ou “a menina”.
O verbo sum é o mais comum em latim. Pode ser traduzido por ser, estar ou haver. Como em 
português, a terminação do verbo indica a pessoa em que o verbo está. se eu digo “adoro chocolate”, 
todos entendem que eu adoro chocolate. Assim:
Tabela 2
1ª pessoa do singular (eu) (ego) sum eu sou/estou
2ª pessoa do singular (tu) (tu) es tu és/estás
3ª pessoa do singular (ele/ela) (----) ele é/está
1ª pessoa do plural (nós) (nos) sumus nós somos/estamos
2ª pessoa do plural (vós) (uos) estis vós sois/estais
3ª pessoa do plural (eles/elas) (---) sunt eles são/estão
O verbo sum é irregular, pois, como podemos ver, há uma alternância de radicais, ora su–ora es-. Por 
isso o verbo “ser” é irregular também nas línguas neolatinas. Na 3ª pessoa do singular e na 3ª pessoa do 
plural, o verbo sum pode ser traduzido por “haver”. Observe:
Dea est. Pode-se traduzir essa frase por “ela é uma deusa” ou por “há uma deusa”. O contexto dirá 
qual a melhor tradução.
Deae sunt. “Elas são deusas” ou “há deusas”. Lembre-se sempre de que em português o verbo haver 
é impessoal quando significa existir e fica sempre no singular. Já no latim, é sempre pessoal e concorda 
com o sujeito.
Observe as sentenças a seguir:
Marcellus Fortunatam amat. – Marcelo ama Fortunata.
Fama volat. (Vergílio) – O boato voa.
Fortuna est caeca. (Cícero) – A sorte é cega.
Antiochus est servus. – Antíoco é um escravo.
Todas as palavras em destaque estão no caso nominativo, que cumpreas funções de:
• sujeito: o termo da oração sobre o qual se faz uma declaração ou aquele que realiza a ação 
expressa em um verbo;
• predicativo do sujeito: quando temos o verbo de ligação sum.
34
Unidade I
Duas palavras ligadas pelo verbo sum ficam sempre ambas no nominativo. Se iniciamos uma frase 
com servus est... (o escravo é...), espera-se que a palavra que vai completar a oração esteja no nominativo: 
servus est coquus (o escravo é um cozinheiro).
Em frases dessa espécie (frases com verbo sum), o nome que aparece em primeiro lugar é normalmente 
o sujeito e o que aparece em segundo é o predicativo do sujeito (como no exemplo citado), a não ser 
que o contexto indique o contrário. Em frases com outros tipos de verbo, o sujeito também vai para 
o nominativo, mas o complemento não. Resta dizer que, quando desejamos falar de um substantivo 
latino, usamos a forma do nominativo (ex.: ‘o substantivo servus é muito comum em latim’).
Atenção às terminações do nominativo na primeira e segunda declinações:
Tabela 3
1ª declinação 2ª declinação
singular plural singular plural
Nominativo rosa rosae servus servi
Na primeira declinação, a maioria das palavras pertence ao gênero feminino, mas algumas, 
principalmente nomes de profissão, são masculinas. Ex.: agrícola, agricultor, nauta, marinheiro, poeta etc. 
Na segunda declinação, a maioria das palavras pertence ao gênero masculino, mas algumas são femininas, 
como o nome de determinadas árvores e lugares. Ex: fagus (faia), pinus (pinheiro), Aegyptus (Egito) etc. 
Algumas palavras da segunda declinação são do gênero neutro, que será estudado mais adiante.
Veja algumas frases em latim com o caso nominativo da primeira declinação e, em seguida, suas 
traduções em português:
Iulia sedula est.
Júlia é atenta.
Iulia modesta est.
Júlia é modesta.
Discipulae sedulae et modestae sunt.
As alunas são aplicadas e modestas.
Magistra severa est.
A professora é severa.
Aqua frigida est.
A água está fria.
Insula magna est.
A ilha é grande.
35
LÍNGUA E CULTURA LATINAS
Uvae maturae sunt.
As uvas estão maduras.
Columba volat.
A pomba voa.
Puella saltat et poeta exclamat.
A menina dança e o poeta exclama.
Vocabulário:
aqua, –ae: água
columba, -ae: pomba
discipula, -ae: aluna
exclamo, -as, -are: exclamar
frigida, -ae: fria
insula, -ae: ilha
magistra, -ae: professora
magna, -ae: grande
matura, –ae: madura
modesta, -ae: modesta
poeta, -ae: poeta
puella, -ae: menina
sedula, -ae: atenta, aplicada
severa, -ae: severa
uva, -ae: uva
Agora, relembre os principais pontos em relação ao caso nominativo:
 Lembrete
As funções sintáticas relacionadas ao caso nominativo são o sujeito e o 
predicativo do sujeito.
A terminação do caso nominativo no singular é -A.
A terminação do caso nominativo no plural é -AE.
A terminação do caso nominativo singular da segunda declinação é -US.
A terminação do caso nominativo plural da segunda declinação é -I.
36
Unidade I
4.3 O caso acusativo e os verbos da 1ª conjugação
Observe as sentenças a seguir:
Marcellus Fortunatam amat. – Marcelo ama Fortunata.
Immodica ira creat insaniam. (Sêneca) – A ira desmedida gera a loucura.
Accepi epistulam tuam. (CIL IV 5031) – Recebi tua carta.
Multam pecuniam deportat. (Cícero) – Ele leva muito dinheiro.
A mais importante (mas não única) função do caso acusativo é a de objeto de um verbo. O caso 
acusativo representa a pessoa ou coisa sobre a qual se exerce a ação. Ex.: Eu vejo belos quadros. O que 
eu vejo? O mar? Uma caixa? Não, belos quadros. Ex.: coquus tibicinam videt (tibicinam é uma palavra no 
acusativo e, portanto, é objeto do verbo) ”o cozinheiro vê a flautista”. O verbo sum nunca é seguido de 
um complemento no acusativo.
Atenção às terminações do acusativo na primeira e na segunda declinações:
Tabela 4
1ª declinação 2ª declinação
singular plural singular plural
Nominativo rosa rosae servus servi
Acusativo rosam rosas servum servos
Veja a aplicação, em algumas frases em latim, do caso acusativo da primeira declinação com as 
respectivas traduções:
Poeta amat patriam.
O poeta ama a pátria.
Puella ornat mensam.
A menina enfeita a mesa.
Stellas nauta amat.
O marinheiro ama as estrelas.
Puella agricolam laudat.
A menina louva o agricultor.
Mensam ornat puella.
A menina enfeita a mesa.
37
LÍNGUA E CULTURA LATINAS
Patriam poeta laudat.
O poeta louva a pátria.
Nauta amant stellas.
Os marinheiros amam as estrelas.
Filia agricolam laudat.
A filha louva o agricultor.
Poeta filiam amat.
O poeta ama a filha.
Agricolae stellas amant.
Os agricultores amam as estrelas.
Vocabulário:
agricola, -ae: agricultor
amo, -as, -are: ama, estima
filia, -ae: filha
laudo, -as, -are: louva
mensa, -ae: mesa
nauta, -ae: marinheiro
orno, -as, -are: enfeitar
patria: pátria
poeta, -ae: poeta
puella, -ae: menina
stella, -ae: estrela
Agora, reforce os principais pontos em relação ao caso acusativo:
 Lembrete
A função sintática relacionada ao caso acusativo é o objeto direto.
A terminação do caso acusativo no singular na primeira declinação é -AM.
A terminação do caso acusativo no plural na primeira declinação é -AS.
A terminação do caso acusativo singular na segunda declinação é -UM.
A terminação do caso acusativo plural na segunda declinação é -OS.
38
Unidade I
Algumas preposições em latim pedem o caso acusativo como complemento. Observe:
Aeneas ad Italiam nauigat. – Enéias navega em direção à Itália.
Na frase anterior, Italiam está no acusativo porque essa é a regência da preposição ad (até, em 
direção a, para).
Outras preposições que pedem acusativo:
In: para dentro de, em – In scholam intrat. Ele entra na escola.
Per: através de, por – Per insulam ambulo. Ando pela ilha.
Post: depois – Post pluiam. Depois da chuva.
Apud: junto a, na casa de – Apud Claudiam. Na casa de Cláudia.
Ante: diante de – Ante ianuam. Diante da porta.
Inter: entre – Inter amicas. Entre amigas.
Contra: contra – Contra Graecos. Contra os gregos.
A primeira conjugação no presente do indicativo:
Tabela 5
1ª pessoa do singular (eu) (ego) amo eu amo
2ª pessoa do singular (tu) (tu) amas tu amas
3ª pessoa do singular (ele/ela) (----) amat ele ama
1ª pessoa do plural (nós) (nos) amamus nós amamos
2ª pessoa do plural (vós) (uos) amatis vós amais
3ª pessoa do plural (eles/elas) (---) amant eles amam
Infinitivo: amare
Observe que os verbos são construídos a partir de um radical a que são acrescentadas terminações 
que indicam a pessoa gramatical:
-o/-m: 1ª pessoa do singular (‘eu’). Ex.: amo, sum.
-s: 2ª pessoa do singular (‘você’/‘tu’). Ex.: amas, es.
-t: 3ª pessoa do singular (‘ele/ela’). Ex.: amat, est.
-mus: 1ª pessoa do plural (‘nós’). Ex.: amamus, sumus.
-tis: 2ª pessoa do plural (‘vocês’/‘vós’). Ex.: amatis, estis.
-nt: 3ª pessoa do plural (‘eles/elas’). Ex.: amant, sunt.
39
LÍNGUA E CULTURA LATINAS
Assim, essas desinências pessoais serão as mesmas em todos os verbos, regulares e irregulares, de 
todas as conjugações, quase todos os tempos, exceto quando estiverem na voz passiva ou nos tempos 
perfeito e mais-que-perfeito.
Observe também a presença da vogal temática a em todas as pessoas, exceto na primeira. A presença 
da vogal temática a, nos mostra que o verbo pertence à primeira conjugação.
O presente do indicativo pode ser traduzido de três formas. Por exemplo, amas pode ser traduzido 
por ”você ama”, ”você está amando” ou ”você realmente ama”.
Amas: você ama (simples afirmação)
você está amando (expressa continuidade)
você realmente ama (sentido enfático)
O contexto dirá o sentido mais adequado. Geralmente, o sentido enfático é indicado, em latim, pela 
disposição do verbo no início da sentença.
4.4 O caso genitivo e os verbos da segunda conjugação
Observe as sentenças a seguir:
Infinitus est numerus stultorum. (Eclesiastes)
O número dos insensatos é infinito.
Antiochus Liuiae servus est.
Antíoco é escravo de Lívia.
Magna gladiorum est licentia. (Cícero)
Grande é o poder das espadas.
Patientia animi occultas diuitias habet. (Publílio Siro)
A paciênciada alma tem riquezas ocultas.
O caso genitivo expressa posse, sendo frequente traduzi-lo por um substantivo antecedido da 
preposição “de”. Ex.: servus Liviae ”escravo de Lívia”. A raiz da palavra “genitivo” é a mesma de genitor. 
Pode, portanto, expressar também a ideia de origem: amo filium Iuliae ”eu amo o filho de Júlia”. É pelo 
genitivo singular de uma palavra que sabemos à qual declinação ela pertence:
1ª declinação: genitivo singular -ae
2ª declinação: genitivo singular -i
Por curiosidade (visto que não estudaremos nesse material), apresentaremos os genitivos singulares 
das demais declinações:
40
Unidade I
3ª declinação: genitivo singular -is
4ª declinação: genitivo singular -s
5ª declinação: genitivo singular -ei
Em latim, há uma forma particular de um substantivo ser apresentado. O bom dicionário irá 
apresentar o nominativo singular seguido da terminação do genitivo singular, pois assim saberemos à 
qual declinação ele pertence e saberemos suas terminações em cada caso. Ex.: rosa, -ae (1ª declinação), 
seruus, -i (2ª declinação).
Atenção às terminações do genitivo na primeira e segunda declinações:
Tabela 6
1ª declinação 2ª declinação
singular plural singular plural
Nominativo rosa rosae servus servi
Acusativo rosam rosas servum servos
Genitivo rosae rosarum servi servorum
Veja a aplicação do caso genitivo da primeira declinação em algumas frases em latim:
Filia reginae poetam laudat.
A filha da rainha louva o poeta.
Puellae ornant mensam reginae.
As meninas enfeitam a mesa da rainha.
Agricola accusat ancillas reginae.
O agricultor acusa as escravas da rainha.
Poetae famam amant.
Os poetas amam a fama.
Alae aquilarum fugant columbas.
As asas das águias afugentam as pombas.
Filiae reginarum poetas laudant.
As filhas das rainhas louvam os poetas.
Regina coronam rosarum ornat.
A rainha enfeita a coroa de rosas.
41
LÍNGUA E CULTURA LATINAS
Filia poetae laudat filiam magistrae.
A filha do poeta louva a filha da professora.
Magistra vocat filias poetarum.
A professora chama as filhas dos poetas.
Ancilla reginae columbas fugant.
A escrava da rainha afugenta as pombas.
Vocabulário:
accuso, -as, -are: acusar
agricola, -ae: agricultor
ala, -ae: asa
ancilla: escrava
aquila, -ae: águia
corona, -ae: coroa
fama, -ae: fama
filia, -ae: filha
fugio, -is, -ire: afungentar
laudo, -as, -are: louvar
magistra: professora
orno, -as, -are: enfeitar
poeta, -ae: poeta
regina, -ae: rainha
rosa, -ae: rosa
voco, -as, -are: chamar
Agora, reforce os principais pontos do caso genitivo da primeira conjugação:
 Lembrete
A função sintática relacionada ao caso genitivo da primeira declinação 
é o adjunto adnominal.
A terminação do caso genitivo singular da primeira declinação é -AE.
A terminação do caso genitivo plural da primeira declinação é -ARUM.
A terminação do caso genitivo singular da segunda declinação é -I.
A terminação do caso genitivo plural da segunda declinação é -ORUM.
42
Unidade I
A segunda conjugação no presente do indicativo:
Tabela 7
1ª pessoa do singular (eu) (ego) video eu vejo
2ª pessoa do singular (tu) (tu) vides tu vês
3ª pessoa do singular (ele/ela) (----) videt ele vê
1ª pessoa do plural (nós) (nos) videmus nós vemos
2ª pessoa do plural (vós) (uos) videtis vós vedes
3ª pessoa do plural (eles/elas) (---) vident eles veem
Infinitivo: vidēre
Observe a presença da vogal temática e em todas as pessoas, inclusive na primeira. A presença 
da vogal temática e nos mostra que o verbo pertence à segunda conjugação. Atente também para 
presença da vogal longa ē no infinitivo. Ela será importante para diferenciarmos um verbo da segunda 
conjugação de um da terceira conjugação ou da conjugação mista.
Também há uma forma padrão de apresentação de verbos. O bom dicionário dará a primeira pessoa 
do singular no presente do indicativo, seguido da segunda pessoa do singular e o infinitivo. Ex.: amo, 
-as, -are (amo, amas, amare) e video, -es, -ēre (video, vides, vidēre). Assim, analisando as três primeiras 
formas dadas pelo dicionário (na verdade há mais duas formas dadas, o perfeito do indicativo e o supino, 
com as quais não iremos trabalhar nesse material), reconhecemos à qual conjugação um verbo pertence.
 Lembrete
1ª conjugação: -o, -as, -are.
2ª conjugação: -eo, -es, -ēre.
4.5 O caso dativo e os verbos da terceira conjugação
Observe as sentenças a seguir:
Fabulam puellae narrat. Ele narra a fábula para a menina.
Pecuniam seruo eripimus. Nós roubamos do escravo o dinheiro.
A ideia expressa pelo dativo é a de que a pessoa (ou coisa personificada) que está no dativo está de 
alguma forma interessada ou envolvida na ação, em vantagem ou desvantagem. A ação tem alguma 
consequência para a pessoa. Corresponde em português, frequentemente, ao objeto indireto de verbos 
transitivos, indicando a pessoa a quem se dá, fala, conta, mostra alguma coisa, ou, inversamente, de 
quem se tira algo.
43
LÍNGUA E CULTURA LATINAS
Atenção às terminações do dativo na primeira e na segunda declinações:
Tabela 8
1ª declinação 2ª declinação
singular plural singular plural
Nominativo rosa rosae servus servi
Acusativo rosam rosas servum servos
Genitivo rosae rosarum servi servorum
Dativo rosae rosis servo servis
Como distinguir os casos que têm a mesma terminação? Observe a frase:
Sententias poetae legit puellis.
Ele lê as máximas do poeta para as meninas.
A palavra poetae, pela terminação, pode estar em três casos diferentes. Pode ser genitivo singular, 
dativo singular e nominativo plural. Como saber em que caso está na frase, isso é, qual a função que ela 
ocupa? A análise atenta nos dará a resposta e para isso temos que observar todos os elementos da frase. 
Comecemos pelo verbo legit. O verbo está na terceira pessoa do singular, portanto o sujeito deve estar 
no singular e no nominativo (o caso do sujeito). Logo, poetae não pode estar no nominativo plural, pois 
não é o sujeito da frase. Restam o genitivo singular e o dativo singular. Esse último é logo descartado 
ao constatarmos que já há uma palavra no dativo na frase puellis – para as meninas. A ausência de 
um conectivo, por exemplo et – e, nos impede de traduzir “Ele lê as máximas para as meninas e para o 
poeta.” Portanto, poetae só pode estar no genitivo singular e expressa posse (máximas do poeta).
Agora, veja a aplicação do caso genitivo em algumas frases em latim:
Magistra historiam discipulae narrat.
A professora conta a história às alunas.
Magistrae historias discipulis narrant.
As professoras contam histórias às alunas.
Incola rosam reginae dat.
O habitante dá a rosa à rainha.
Incolae dant rosas reginis.
Os habitantes dão rosas às rainhas.
Puellis poetae patriae narrant historias.
Os poetas da pátria contam histórias às meninas.
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Unidade I
Poeta rosas reginae dat.
O poeta dá as rosas à rainha.
Nauta rosas filiae reginae dat.
O marinheiro dá rosas à filha da rainha.
Magistrae narrant discipulis historiam incolarum patriae.
As professoras contam aos alunos a história dos habitantes da pátria.
Poeta narrat historias filiae.
O poeta conta as histórias à filha.
Puella rosam poetae dat.
A menina dá a rosa ao poeta.
Vocabulário:
do, das, dare: dar
discipula, -ae: aluna
historia, -ae: história
incola, -ae: habitante
magistra, -ae: professora
narro, narras, -are: contar, narrar
nauta, -ae: marinheiro
patria, -ae: pátria
puella, -ae: menina
regina, -ae: rainha
rosa, -ae: rosa
 Lembrete
A terminação do caso dativo singular da primeira declinação é -AE.
A terminação do caso dativo plural da primeira declinação é -IS.
A terminação do caso dativo singular da segunda declinação é -O.
A terminação do caso dativo plural da segunda declinação é -IS.
A terceira conjugação no presente do indicativo:
45
LÍNGUA E CULTURA LATINAS
Tabela 9
1ª pessoa do singular (eu) (ego) lego eu leio
2ª pessoa do singular (tu) (tu) legis tu lês
3ª pessoa do singular (ele/ela) (----) legit ele lê
1ª pessoa do plural (nós) (nos) legimus nós lemos
2ª pessoa do plural (vós) (uos) legitis vós ledes

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