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CIRCO - Resumo Grupo Texto Erminia Silva

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Universidade Federal Fluminense
Instituto de Educação Física
Disciplina: Ginástica e atividades circenses
Professora: Elizandra Garcia
Trabalho 2: Síntese do texto de Ermínia Silva: “O Circo: Sua Arte e Seus Saberes”
Grupo: Beatriz Felix, Enrico Dantas, Helena Kira, Juliana Machado, Mariana Lobo e Natalia Gomes
As atividades circenses foram as primeiras atividades do Homem (de forma utilitária) e ressignificadas para o Circo, com caráter artístico. O Saltimbancos são os primeiros artistas circenses, que saltavam de caixotes e depois passavam o chapéu para pedir dinheiro do público, juntamente com os artistas ambulantes.
Pelo fato de o Circo ser um local bastante familiar, a transmissão do conhecimento oral era bastante valorizada e passada de geração em geração. Apesar da valorização dos saberes orais terem sido de suma importância para a formação de diversas gerações de famílias circenses, entre as décadas de 50 e 60 começou a acontecer uma ruptura desta dinâmica. Nas famílias, quando seus filhos chegavam à idade escolar, optavam por mandá-los para casa de parentes com residência fixa para que pudessem conquistar um “futuro melhor”. Com isto, estas gerações, que já não tinham mais uma memória ativa sobre seus antepassados por terem sido criadas longe deste universo circense, começaram a demonstrar preocupação: ao longo do tempo memórias tão importantes de família poderiam desaparecer por completo, já que os circenses brasileiros nunca tiveram a preocupação em deixar registrado/escrito suas memórias de trabalho, árvores genealógicas e ensinamentos da vida no circo.
A autora decidiu realizar entrevistas com seus familiares e assim percebeu que, embora a maioria dos seus filhos dos artistas circenses não seguiam o método tradicional de ensino e aprendizagem, que seria de forma oral e informal, os entrevistados têm como o intuito apresentar esse método antigo/tradicional e constatar sua transformação ao longo dos anos. Da mesma forma que as maneiras de ensino vão se modificando, um tipo de circo vai se perdendo, enquanto o outro vai emergindo.
Sendo assim, compreendemos que o artigo visa resgatar o saber antigo, existencial e iniciático presente na construção do circo no Brasil. Pondo em vista, que se dá como necessário o estudo do circo a fim de conhecer sua historicidade com sua interdisciplinaridade, a construção de seres e singularidades, a socialização, entre outros elementos, para compreender as particularidades do circo-família no Brasil. Ademais, assim saber como se formam e se organizam, no que tange às relações familiares e de trabalho. 
	O intuito das entrevistas era de compartilhar as vivências circenses, não apenas para quem nasceu no bojo desse coletivo, mas de forma democrática, para que todos tivessem acesso e compreendessem esses relatos. As entrevistas não seguiam um questionário ou roteiro de perguntas, e, a partir de referências temáticas, foi possível estabelecer conexões entre os principais elementos do circo-família, como a tradição, família e transmissão do saber, que levavam ao processo de socialização, formação, aprendizagem e organização do trabalho. Dessa forma, a memória e a fonte oral corroboram sua importância como fonte de pesquisa.
O trabalho de memória não deve ser para construir ou reconstruir a linha do tempo cronológico, e sim novas possibilidades de reconstruir o passado. É aprendido o tempo dos acontecimentos, não se deve chatear pela falta de cronologia das fontes orais, é preciso pesquisar o que significa e sua relação com as outras pessoas do grupo.
O circo-família tem um tempo diferente: o tempo é marcado por mudanças, os dados retirados de uma pesquisa não são apenas lembranças pessoais, são a arte e a vida de quem vive debaixo da lona, um viver comunitário. A memória é o relato contado oralmente, não é apenas memória de um artista, são ensinamentos centenários que foram passando de geração para geração e isso o torna coletivo bastante potente. Entretando, não se pode afirmar que os relatos e a memórias trazidas pelos entrevistados seja a mais "pura verdade”, elas possuem contradições, porque a memória são "fontes que serão sinalizadas à luz de sua historicidade".
Os artistas circenses sempre mantiveram um diálogo com os diferentes sujeitos sociais e culturais, por isso se firmam como legítimos representantes da cultura popular, os únicos que não foram contaminados. O conceito é complexo pois existem vários aspectos que conformam o "circo-família" pois estão presentes desde a sua formação, em 1850.
Em, 1850, no Brasil, com a chegada das primeiras famílias, geralmente estrangeiras, o circo se constituiu a partir do enraizamento e entrelaçamento dessas famílias, por exemplo, através do casamento, sociedades e contratação de famílias artistas. Novos processos de socialização, formação, aprendizagem e organização de trabalho passam a se desenvolver, sendo fundamentais para a manutenção e continuidade do circo, a partir dos saberes, práticas e tradições. Assim, no final do século XIX, o circo desenvolve novas relações sociais e de trabalho específicas em razão das variadas formas de adaptação entre o artista imigrante e a consolidação do circo como escola, além das interligações entre famílias circenses, onde nasce o chamado circo-família. 
A transmissão dos saberes e práticas de forma coletiva, a memória do trabalho e a crença de que as próximas gerações fossem depositárias do conhecimento circense, mantinha o circo-família, que só existiu enquanto era fundamentado nessas práticas. A organização do trabalho circense e os seus processos de socialização, formação, aprendizagem representavam a adaptação entre o modo de vida circense e as suas necessidades de manutenção. O circo não se tratava apenas de produzir um espetáculo e sim de produzir, reproduzir e manter o circo-família.
Por fim, indica-se que esse estudo possui três momentos distintos: Sendo o primeiro, a abordagem do circo a partir de trabalhos e pesquisas realizados pela academia sobre o circo e o circense; o segundo, sobre a constituição do circo- família; e o terceiro, que questionava como o circo-família via o público.

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