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Unidade II Filosofia da Educação

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Política e Educação 
 
 
Ao se reunir em sociedades como forma de sobrevivência, o homem tende a aceitar 
as regras e normas estabelecidas e comuns a todos. Nesta unidade, vamos enfatizar o 
papel das relações políticas na coletividade, com as implicações determinantes da 
ideologia na vida social e, por conseguinte, na educação. 
 
 
Objetivo 
 
Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de: 
• Diferenciar a forma pela qual os princípios ideológicos 
interferem na educação. 
 
 
 
Conteúdo Programático 
 
Esta unidade está organizada de acordo com os seguintes temas: 
• Tema 1 - Concepção filosófica da política 
• Tema 2 - Compromisso político da Educação 
• Tema 3 - Ideologia e emancipação 
 
 
 
 
 
A partir da leitura das imagens anteriores, reflita: 
 
É possível desvincular a política da educação? 
 
 
 
 
Tema 1 
Concepção filosófica da política 
 
 
 
Política (do grego politiké), em um 
sentido amplo, diz respeito aos 
assuntos da cidade (do grego pólis), 
às questões que envolvem todos os 
núcleos sociais; e deveria, portanto, 
fazer parte intrínseca da vida do 
cidadão, uma vez que os problemas 
fundamentais das cidades – saúde, 
educação, saneamento, 
alimentação, trabalho – permeiam 
toda e qualquer sociedade. 
 
Infelizmente, porém, se voltarmos os olhos para nossos dias, veremos que não é isso 
que ocorre, pois a grande maioria das pessoas prefere distanciar-se das questões 
ligadas à cidade e considerar-se apolítica. Seja por desencanto com os rumos das 
políticas partidárias e governamentais, seja por mero desinteresse com relação às 
coisas públicas, pela simples alienação, o fato é que muitas das ações políticas são 
desconhecidas ou desprezadas por grande parte da população. 
Contudo, desde as primeiras fases do 
desenvolvimento humano, quando os 
primeiros homens deixam a vida nômade para 
formar uma comunidade, as questões 
políticas, mesmo de forma difusa e 
rudimentar, passam a impregnar-se na vida 
das populações, pela própria necessidade de 
promover o equilíbrio de todos. É claro que, 
de início, no processo de hierarquização social, não havia sequer uma percepção clara 
sobre as ações que direcionavam o comportamento dos grupos, já que a premência 
de se tornar gregário fez com que a adequação a um núcleo social fosse praticamente 
inconsciente. Mas, estes núcleos prosperaram e se tornaram foco principal da vida 
em comum. 
 
* núcleos - Por mais que as cidades tenham adquirido e assimilado novas 
formas de organização social, a preocupação com a sobrevivência sempre 
foi um dos aspectos mais importantes para garantir a autonomia das 
cidades e, naturalmente, a aceitação deliberada do povo às regras gerais, 
prescritas e sustentadas por pequena parte do grupo, a quem cabia zelar 
pela harmonia de todos. Assim, o poder emerge de um grupo restrito para 
impor-se aos demais. 
 
Saiba Mais 
 
O poder de um indivíduo ou instituição é a capacidade de este conseguir 
algo, quer seja por direito, por controle ou por influência. O poder é a 
capacidade de se mobilizar forças econômicas, sociais ou políticas para 
obter certo resultado, e pode ser medido pela probabilidade de esse 
resultado ser obtido em face dos diversos tipos de obstáculos ou oposição 
enfrentados. Não é essencial à sua definição que o resultado seja 
conscientemente procurado pelo agente: o poder pode ser exercido na 
ignorância de sua existência ou efeitos, embora, claro, seja 
frequentemente exercido de forma deliberada. [...] O poder da sociedade 
não se encontra limitado à sua capacidade de impedir as pessoas de 
fazerem as coisas; inclui o controle da autodefinição e da forma de vida 
preferida dos seus membros. Uma das principais preocupações da teoria 
política é determinar quando o exercício do poder é legítimo, o que é 
frequentemente colocado em termos do problema da distinção entre 
autoridade e poder. (BLACKBURN. 1997, p. 301) 
 
 
Conheça mais sobre a formação das sociedades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
E é na Grécia que vemos uma grande 
revolução sobre os modos de 
estabelecimento das regras de poder. 
No período arcaico, no tempo 
dos aristoi (os nobres), os 
reis, protegidos ou descendentes dos 
deuses, mantinham o poder total e inquestionável sobre suas cidades; tudo derivava 
de suas vontades, por vezes arbitrárias. As classes dos artesãos, camponeses e 
comerciantes aceitavam passivamente tudo o que fosse determinado por 
aqueles aristoi. 
 
Mais adiante, porém, com as mudanças decorrentes da descoberta de novos 
horizontes, com o comércio com outros povos, a população passa a reivindicar 
participação direta nos rumos das cidades, fazendo com que a estrutura de poder seja 
alterada, não sem grandes contestações. Enfim, instala-se a democracia (demos = 
povo/cracia = governo), cujo conceito é assumido e valorizado até nossos dias. 
 
Na verdade, a democracia grega não atingia toda a população da cidade, mas abriu 
caminho para uma nova perspectiva com relação à participação nas normas de poder. 
Ou seja, a partir da instalação do processo democrático, as relações de poder passam 
a ser partilhadas pelos novos cidadãos, os quais não dependiam de sua origem 
quase divina, mas eram aqueles que tinham como ascendentes os pais e mães 
comprovadamente gregos, além de serem homens. 
 
Com isso, amplia-se, e muito, a participação de grande parte dos habitantes da cidade 
ao modo de governo democrático. As discussões sobre o destino da cidade – o 
aumento de impostos, a declaração de guerra, a nomeação de embaixadores – eram 
determinadas pelas votações na ágora, por decisões da maioria, em um processo de 
escolha direta, concernente a cada cidadão. A partir de então, pode-se falar 
verdadeiramente da ação política, definida no início. 
 
 
Observação 
 
Política [é] tudo aquilo que diz respeito aos cidadãos e ao governo da 
cidade, aos negócios públicos. A filosofia política é, assim, a análise 
filosófica da relação entre os cidadãos e a sociedade, as formas de poder 
e as condições em que este se exerce, os sistemas de governo, e a 
natureza, a validade e a justificação das decisões políticas. Segundo 
Aristóteles, o homem é um animal político, que se define por sua vida na 
sociedade organizada politicamente. Em sua concepção, e na tradição 
clássica em geral, a política enquanto ciência pertence ao domínio do 
conhecimento prático e é de natureza normativa, estabelecendo os 
critérios da justiça e do bom governo, e examinando as condições sob as 
quais o homem pode atingir a felicidade (o bem-estar) na sociedade, em 
sua existência coletiva. (JAPIASSÚ & MARCONDES. 1991, p. 197). 
 
 
Considerando, assim, a política como fundamento necessário da formação das 
sociedades, devemos observar que as relações de poder não se separam da política, 
já que esta compreende o elo necessário entre povo e constituição de um governo. A 
democracia grega, em sua plenitude, no século V a. C., foi capaz de proporcionar a 
grandeza da cidade de Atenas, aliando, em seu entorno, a participação direta dos 
cidadãos e, principalmente, o acesso à educação, antes privilégio exclusivo dos aristoi. 
 
 
Do ponto de vista filosófico, o interesse pelas questões políticas tem seus alicerces 
concentrados, ainda, na Grécia Clássica, especialmente com as obras dos filósofos 
Platão e Aristóteles. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“ 
[...] Platão não propunha a democracia como forma ideal de governo. [...] Para 
Platão, o filósofo é aquele que, saindo do mundo das trevas e da ilusão, busca o 
conhecimento e a verdade no mundo das ideias. Depois deve voltar para dirigir as 
pessoas que não alcançaram esse ponto. Ele se constituiria, assim, no que ficou 
popularizado como rei-filósofo, pois aquele que, pela contemplação das ideias, 
conheceu a essência do bem e da justiça deve governar a cidade. 
 
COTRIM & FERNANDES. 2010, p. 316 
” 
 
 
 
“ 
Aristóteles presta um bom serviço ao pensamento político ao insistir no fato de o 
estado não existir meramente por convenção, mas possuir suas raízesna natureza 
humana; de o natural dever ser encontrado, no seu verdadeiro sentido, não nas 
origens da vida humana, mas no fim para o qual tende; de a vida civilizada não ser 
uma decadência à vida de um selvagem hipoteticamente nobre; de o estado não ser 
uma restrição artificial de liberdade, mas um meio de a assegurar. [...] Ao descrever 
o estado como natural, Aristóteles não pretende significar ser ele independente da 
volição humana. É pela volição que ele foi formado e é mantido, e é pela volição 
humana que pode ser moldado de modo ‘mais conforme o desejo do coração’. Mas 
afirma ser natural no sentido em que se enraíza na natureza das coisas e não nos 
caprichos dos homens. 
 
ROSS. 1987, p. 245 
” 
 
Note-se, portanto, que as questões políticas perpassam, desde a Antiguidade, o 
âmbito da Filosofia, como forma de buscar entendimento da constituição das cidades e 
de sua influência para a existência humana. Com as mudanças ocorridas, o acesso ao 
poder – antes, direito quase divino – transforma a ação dos cidadãos da polis, devido, 
especialmente, às novas condições de se exercer este poder: pelo voto. 
 
É bom lembrar que as votações da ágora dependiam de maioria simples, quando 
todos os cidadãos presentes tinham os mesmos direitos de participação. Talvez por 
isso mesmo, podemos verificar a acidez com que Platão se referia ao regime 
democrático, pois nem sempre as escolhas favoreceriam o mais capaz, o mais 
habilitado para governar, que seria o filósofo. 
 
De todo modo, também nesse aspecto, a herança grega será assimilada pelos 
romanos, quando, após mudanças nas normas da república, o desenvolvimento de 
Roma alcançará o ápice da ação política na formação do grande Império. A vida 
política romana, depois dos percalços da república, passará por intensas 
transformações, até chegar à instauração do triunvirato – três governantes –, época 
em que o poder se expande ainda mais. 
 
Contudo, após a queda do Império Romano 
e, especialmente, devido às invasões dos 
bárbaros, as cidades se fragilizam, já que a 
“fuga” para o interior mudará o foco do 
poder. Em tal contexto, a política acaba por 
se fragmentar nas mãos de novos 
“comandantes”, os senhores feudais (os 
suseranos), os quais imprimem uma forma 
restrita de poder, concentrada nos feudos. Assim, com a situação política diluída, 
apesar da existência de reis (não tão poderosos quanto os de antes), um novo poder 
emerge na Europa Ocidental: a Igreja, que vai sobrepujar a importância dos senhores 
feudais, homogeneizando os modos de atuação política, agora subordinados à fé. 
 
Posteriormente, reflexões teóricas mais elaboradas sobre as relações entre a política e 
o poder serão objeto de investigação por parte de pensadores interessados no 
estabelecimento de uma nova atitude intelectual no campo do conhecimento laico ou 
das mudanças econômicas que já se anunciam, com a ascensão da classe burguesa. 
Neste período, que compreende o movimento renascentista, dentre as várias 
transformações nas sociedades que se relacionam com desenvolvimento da ciência e 
da técnica, são retomadas novas formas de conceber o mundo, separando, como na 
Antiguidade, as questões religiosas do conhecimento racional. 
 
 
 
Tema 2 
Compromisso político da Educação 
 
 
Por que se pode dizer que o movimento renascentista 
subverteu o poder da Igreja medieval? 
 
A educação, como já observamos, é parte inerente 
do desenvolvimento humano desde o início do 
processo civilizatório. E a política, como vimos, é o 
alicerce que sustenta todo e qualquer grupo 
organizado. Por isso, e considerando que as 
ações políticas se acham integradas à vida dos 
grupos, convém agora nos determos na relação da 
política com a educação, tema que, por interesses 
diversos, repercute até nossos dias. 
 
 
Em diferentes épocas históricas, muitos foram os pensadores que buscaram 
demonstrar a necessidade do estabelecimento de uma via que ligasse a formulação 
de normas políticas aos processos educativos. Tal problema ainda persiste em pleno 
século XXI, quando muitos governos não dão a prioridade necessária à formação 
educacional do povo. Contudo, e recuando até a antiguidade, podemos observar que 
no pensamento aristotélico já havia uma preocupação real com a atuação da política 
da cidade e com o desempenho da educação. 
 
 
Saiba Mais 
 
A pedagogia [em Aristóteles] torna-se ela própria uma “espécie de política” 
aplicada tanto à criança quanto ao adulto: dada pelo Estado, ela deve 
tratar de tudo o que depende da cidade [...]. Ele concebe a educação 
como uma educação progressiva, segundo a idade e a ordem natural do 
desenvolvimento do homem: a vida física, o instinto, a razão. Nesse 
programa baseia-se a unidade do Estado: a cada tipo de Estado 
corresponde um tipo de educação. [...] O princípio está em 
harmonizar paidéia e politéia. Existe uma natureza política do homem, mas 
ela é construída na unidade da cidade e segundo sua organização política, 
a pedagogia estando ligada em seu objeto como em seu ‘programa’ para 
essa política. Aristóteles ensina-nos ainda que não existe pedagogia 
independente da política, em qualquer grau que seja, qualquer que seja a 
liberdade que possa convir a cada um. [...] Para uma cidade virtuosa 
dependente de seus cidadãos, a educação deve ter por objetivo tornar 
bom e virtuoso cada um deles. (MORANDI. 2002, p.62) 
 
 
Portanto, como já mencionado, não se pode deixar de considerar que a preocupação 
com os rumos da educação esteve sempre atrelada aos interesses políticos e 
econômicos de um Estado. Tal situação varia conforme sejam os pressupostos dos 
governos vigentes e depende de intenções explícitas, ou não, de garantir ou perpetuar 
a manutenção do poder. Isso quer dizer que o compromisso dos governos com a 
educação está condicionado ao tipo de sociedade que se deseja formar e, também, 
aos contextos históricos em que se apresentam as propostas educacionais. 
 
 Na Idade Média, o poder da igreja se expande por toda a Europa Ocidental, 
centralizando a religião e subordinando a economia, a política e, o que mais 
nos interessa, o conhecimento intelectual. Nesse contexto, a autoridade do 
padre assume um papel decisivo na formação popular, mas sem qualquer 
empenho com a alfabetização básica dos indivíduos. Ou seja, a educação, 
privilégio de poucos, deveria favorecer apenas aqueles que tivessem ligação 
estreita com o poder medievalista. 
 
 
As transformações históricas 
provocaram inevitáveis inovações no 
campo do conhecimento e, 
consequentemente, na educação do 
indivíduo. Ao retomar os ideais 
clássicos da Grécia Antiga e, depois, 
de Roma, os renascentistas (por 
volta do século XV) procuraram 
priorizar a vida humana, a fim de reverter o modelo imposto pela época medieval, 
vinculado à religiosidade. A partir de então, a vida do ser humano adquire um valor 
fundamental, um novo significado, pois será a partir dele, do próprio homem, que irá 
se concretizar o processo educativo. 
 
 
Saiba Mais 
 
O Renascimento, talvez mais do que a maioria dos diversos momentos 
históricos, suscita grandes controvérsias. Há quem veja nesse movimento 
filosófico e artístico o momento de ruptura entre o mundo medieval – com 
suas características de sociedade agrária, estamental, teocrática e 
fundiária – e o mundo moderno urbano, burguês e comercial. [...] A Europa 
medieval, relativamente estável e fechada, inicia um processo de abertura 
e expansão comercial e marítima. A identidade das pessoas, até então 
baseada no clã e na propriedade fundiária, vai sendo progressivamente 
substituída pela identidade nacional e pelo individualismo. A mentalidade 
vai se tornando paulatinamente laica – desligada das questões sagradas e 
transcendentais –, as preocupações metafísicas vão convivendo com 
outras mais imediatistas e materiais, centradas principalmente no homem. 
(COSTA. 2004, p. 18). 
 
 
 
Esta época marca uma nova etapa para a vida europeia, já que os novos valores 
propostos estimulam as transformaçõessociais, científicas, políticas e religiosas. É 
neste clima de intensas mudanças que ocorrem as mais variadas turbulências e se 
antecipa o momento político da Modernidade. 
 
Com relação ao contexto e às disputas políticas, não se pode deixar de enfatizar a 
concepção laica dessa nova situação e, especialmente, os novos valores em jogo 
também no campo intelectual e econômico. 
 
 
 Podemos citar Nicolau (ou Nicoló) Maquiavel (1469-
1527), considerado um dos mais importantes teóricos 
das relações políticas, cuja obra O Príncipe é um 
verdadeiro manual de ação do poder político. 
 
 
 
Além disso, outros fatores influenciam as modificações que eclodem a cada momento. 
Entre eles, um personagem que vai abalar decisivamente o poder da Igreja: o religioso 
Martinho Lutero (1483-1546), que, ao romper com o papado de Roma, imprime um 
novo modelo para a fé cristã e para o ensino, de modo geral, pois a Reforma 
luterana significou uma nova etapa para a educação, revolucionando a visão medieval 
do processo educativo. 
 
 
Saiba Mais 
 
Se de fato a “Reforma” põe como seu fundamento um contato mais estreito 
e pessoal entre o crente e as escrituras e, por conseguinte, valoriza uma 
religiosidade interior e o princípio do “livre exame” do texto sagrado, resulta 
essencial para todo cristão a posse dos instrumentos elementares da 
cultura (em particular a capacidade de leitura) e, de maneira mais geral, 
para as comunidades religiosas, a necessidade de difundir essa posse em 
nível popular, por meio de instituições escolares públicas mantidas a 
expensas dos municípios. Pode-se dizer que, com o protestantismo, 
afirmam-se em pedagogia o princípio do direito-dever de todo cidadão em 
relação ao estudo, pelo menos no seu grau elementar, e o princípio da 
obrigação e da gratuidade da instrução, lançando-se as bases para a 
afirmação de um conceito autônomo e responsável de formação, não 
estando mais o indivíduo condicionado por uma relação mediata de 
qualquer autoridade com a verdade e com Deus. (CAMBI. 1999, p. 248) 
 
 
 
 
 
 
A proposta da Reforma luterana significa um novo foco para a configuração de um 
Estado participativo, no que diz respeito à Educação. Ao valorizar a individualidade na 
interpretação das Escrituras, o protestantismo, em sua origem, desempenha um 
importante papel no sentido de estimular a educação – as pessoas deveriam saber ler 
para interpretar a Bíblia. Note-se que foi nessa época que Gutenberg (1398-1468) 
inventou os “tipos móveis”, os quais se tornariam a base da impressão de livros e 
jornais, o que facilitava o acesso de grande parte da população aos textos escritos. 
 
Outro aspecto de relevância da Reforma deveu-se à flexibilidade com que foi tratada a 
formação das riquezas e o desenvolvimento da economia capitalista, visto que, ao 
contrário da Igreja de Roma, a riqueza decorrente do trabalho árduo passa a ser 
observada de modo positivo, como uma recompensa divina, pois o acúmulo de bens 
deveria ser construído a partir da disciplina, do trabalho e da poupança. Isso faz com 
que muitos comerciantes, à época, comunguem com as ideias protestantes. 
 
O incentivo da Reforma à criação de escolas públicas e gratuitas (também religiosas) 
possibilitava o ensino elementar para toda a população, fato que combatia o 
analfabetismo, tão comum naquele tempo. Esta situação abala de modo considerável 
a estrutura da Igreja romana, que vai posicionar-se vigorosamente com a instauração 
da Contrarreforma, cujo plano de ação seria opor-se às ideias de Lutero, com a 
criação da Companhia de Jesus. Esta nova ordem, formada pelos jesuítas, pretende 
imprimir um novo modelo educacional aos jovens. 
 
Saiba Mais 
 
Tal movimento [a Contrarreforma], cuja influência sobre todos os campos 
da cultura é notável, tem um valor essencialmente pedagógico. [...] A Igreja 
de Roma adquire uma maior consciência de sua própria função educativa 
e dá vida a um significativo florescimento de congregações religiosas 
destinadas de maneira específica a atividades de formação não só dos 
eclesiásticos, mas também dos jovens descendentes dos grupos 
dirigentes. Nisso consiste a diferença mais significativa no plano educativo 
entre o movimento da Reforma e o da Contrarreforma. O primeiro privilegia 
a instrução dos grupos burgueses e populares com o fim de criar as 
condições mínimas para uma leitura pessoal dos textos sagrados, 
enquanto o segundo, sobretudo com a obra dos jesuítas, repropõe um 
modelo cultural e formativo tradicional em estreita conexão com o modelo 
político e social expresso pela classe dirigente. (CAMBI. 1999, p. 256) 
 
 
Política e Educação 
Podemos perceber, então, que considerando os contextos históricos, o 
compromisso político dos governos com a educação assume tendências 
diversas, especialmente devido a interesses das classes mais abastadas, 
que regulam e normatizam o modo de agir das sociedades. Quer dizer, em 
qualquer tempo ou lugar – na Antiguidade ou em nossos dias –, o poder 
governamental vem interferindo na atividade educativa. 
 
 
Vídeo 
 
Para saber mais sobre as influências políticas, assista agora ao 
vídeo: Influências políticas nos processos educacionais. 
 
 
 
Clique na imagem para visualizar o vídeo. 
 
 
 
https://player.vimeo.com/video/344179611?badge=0&autopause=0&player_id=0&app_id=58479
 
Tema 3 
Ideologia e emancipação 
 
 
De que modo a ideologia governamental pode interferir 
na atividade educativa? 
 
As condições de sobrevivência dos agrupamentos humanos resultam, como já 
destacamos algumas vezes, na tentativa de harmonizar as sociedades a determinados 
tipos de procedimentos, os quais, de modo geral, devem ser aceitos e validados pelos 
participantes do grupo social. Tal processo envolve a concordância de todos sobre os 
princípios que norteiam a formação e elaboração de ideias pertinentes às classes 
sociais. É a esse conjunto de ideias que chamamos ideologia. 
 
 
Saiba Mais 
 
Etimologicamente, o conceito de ideologia significa o estudo da formação 
das ideias. Em termos filosóficos, a ideologia vem a ser “o conjunto de 
ideias, princípios e valores que refletem uma determinada visão de mundo, 
orientando uma forma de ação, sobretudo uma prática política.” 
(JAPIASSÚ & MARCONDES. 1991, p. 127). O termo foi criado pelo 
francês Destutt de Tracy (1754-1836) para designar a “ciência das ideias”, 
abrangendo sua origem e desenvolvimento. (Cf. COTRIM & FERNANDES. 
2010, p. 120) 
 
 
“ 
 
 
Existem numerosas acepções de ideologia. Eu [Moacir Gadotti] 
empregarei o termo “ideologia” para designar um pensamento teórico 
estruturado, exprimindo uma falsa visão da história, cuja finalidade é 
ocultar um projeto social, político e econômico da classe dominante. A 
ocultação, dentro desta acepção operacional de ideologia, é, portanto, 
um elemento fundamental de sua compreensão. Essa ocultação 
exprime-se dentro de uma sociedade dada, através de distorções, de 
manifestações, de dominação e repressão. Esse pensamento não é um 
pensamento puramente “teórico”, mas profundamente ligado a uma 
prática social e política. (GADOTTI. 2003, p. 31) 
 
” 
 
A ideologia busca manter a sociedade 
unida em torno dos mesmos ideais, 
fazendo com que exista uma aparente 
harmonia entre os membros do grupo, 
mascarando, porém, as diferenças e 
desigualdades sociais; nesse sentido, 
a ideologia é uma espécie de cimento 
social que agrega todos em uma só 
massa coesa de interesses comuns. 
 
Mas esta é uma visão positiva da ideologia, que prioriza apenas a união dos 
componentes do grupo e dos modelos válidos a serem seguidos por todos, 
considerando, então, o comportamento, a política, a religião, a adequação às normas 
em geral. 
 
 
Saiba Mais 
 
[...] De acordo com a análise feita pelo filósofo marxista húngaro György 
Lukács (1885-1971), a característica fundamental da ideologia seria o fato 
de ela se prestar à orientação da vida prática dos indivíduos, isto é, de 
fornecer a base para a resolução dos problemaspráticos da vida em 
sociedade. Nesse sentido, teria uma função operativa e existiria desde o 
momento em que os seres humanos começaram a viver em coletividade. 
Ou seja, Lukács destaca que a ideologia não tem necessariamente o 
caráter dissimulador da luta de classes, pois não seria um fenômeno 
apenas das sociedades divididas em classes. Segundo ele, apenas 
quando o conflito social passa a fazer parte da realidade é que a ideologia 
se volta à resolução dos problemas gerados por esse conflito, 
manifestando-se então como instrumento de classe. (COTRIM & 
FERNANDES. 2010, p. 121) 
 
 
 
 
O teórico marxista italiano Antonio 
Gramsci (1891-1937) também capta esse 
aspecto positivo na ideologia: é dele a 
expressão “cimento social” atribuído aos 
aparatos ideológicos, como forma de agregar 
harmonicamente os indivíduos nas 
sociedades. Isso não significa que Gramsci 
destaque apenas essa função positiva, pois, na verdade, é necessária uma clara e 
perceptível elucidação das características ideológicas que afetam os indivíduos de 
qualquer sociedade. 
 
 
 
Saiba Mais 
 
A educação para Gramsci delineia-se de fato como um processo não de 
crescimento natural, mas de “conformação” às regras sociais como um 
processo de socialização, que só numa sociedade socialista perde os seus 
aspectos de alienação e de autoritarismo, mas nunca os de uma 
imprescindível “coercitividade”. O objeto final dessa educação é fazer de 
cada homem um “intelectual orgânico” da classe operária, de modo que 
cada indivíduo possa ser ao mesmo tempo “governante e “governado”. 
(CAMBI. 1999, p. 607) 
 
 
O equilíbrio seria atingível caso a classe “dominada” conseguisse perceber, de modo 
crítico, sua verdadeira posição social, e tivesse condições de promover a educação e 
a formação de “intelectuais orgânicos”, capazes de esclarecer seu grupo quanto à 
realidade em que vivem. 
 
Contudo, como constatamos, na prática e no dia a dia, muitos indivíduos não 
percebem a intenção manipuladora da ideologia e passam a agir de acordo com as 
normas estabelecidas pela sociedade e, sem a devida percepção, assimilam essas 
regras naturalmente, sem contradizê-las. Isso porque a ideologia mascara a realidade, 
apresentando um mundo idealizado, naturalizando a divisão de classes. 
 
Entretanto, e seguindo o conceito de Karl Marx 
(1818-1883), a ideologia interfere em todas as 
ações e pensamentos do homem, pois se 
incorpora inconscientemente à sua existência, 
petrificando possíveis reações contrárias. 
 
Para Marx, a característica básica da ideologia é 
sempre sutil e imperceptível, estando impregnada 
nos grupos sociais sem que se possa verificar 
claramente a situação alienante que determina o modo de agir do homem em 
sociedade. 
 
 
Saiba Mais 
 
Ideologia 
 
Devemos destacar ainda que as questões ideológicas não se restringem 
às políticas partidárias, mas atingem nossas crenças, valores e, 
principalmente, a educação. 
 
 
O termo “ideologia” é amplamente utilizado, sobretudo por influência do 
pensamento de Marx, na filosofia e nas ciências humanas e sociais em 
geral contemporaneamente, significando o processo de racionalização – 
um autêntico mecanismo de defesa – dos interesses de uma classe ou 
grupo dominante, tendo por objetivo justificar o domínio exercido e manter 
coesa a sociedade, apresentando o real como homogêneo, a sociedade 
como indivisa, permitindo com isso evitar os conflitos e exercer a 
dominação. (JAPIASSÚ & MARCONDES. 1991, p. 128). 
 
 
 
A contribuição do marxismo para a 
educação tem de ser considerada 
em dois níveis: o do esclarecimento 
e da compreensão da totalidade 
social, de que a educação é parte, 
incluindo as relações de 
determinação e influência que ela 
recebe da estrutura econômica, e o 
específico das discussões de temas 
e problemas educacionais. [...] 
Para Marx, a transformação educativa deveria ocorrer paralelamente à revolução 
social. Para o desenvolvimento total do homem e a mudança das relações sociais, a 
educação deveria acompanhar e acelerar esse movimento, mas não encarregar-se 
exclusivamente de desencadeá-lo, nem de fazê-lo triunfar. (GADOTTI. 2003, p. 130) 
 
 
Como não podia deixar de ser, também a educação, como já mencionado, submete-
se às normas ideológicas, pois as instituições escolares, em todos os níveis, estão 
sujeitas, como já mencionamos, ao modelo sociopolítico de cada governo. 
 
 
 
Saiba Mais 
 
É muito comum se pensar que a educação é apolítica, a escola é um 
espaço neutro, uma ilha isolada das divergências da sociedade e 
um canal objetivo de transmissão da cultura universal. Sem dúvida é uma 
imagem ilusória. A escola é política e, como tal, reflete inevitavelmente os 
confrontos de força existentes na sociedade. Se esta se caracteriza por 
classes antagônicas, a escola certamente refletirá os interesses do grupo 
dominante. Basta ver a história da educação para perceber como a escola 
sempre serviu ao poder, não oferecendo oportunidades iguais de estudo 
 
 
 
 
a todos, indistintamente. Além disso, a escola transmite padrões de 
comportamento, bem como ideias e valores. Ora, esses modelos, 
divulgados como “universais e abstratos”, geralmente não são tão 
universais assim, pertencendo a um determinado segmento social. 
(ARANHA. 1998, p. 32-33) 
 
 
Desse modo, a educação não pode ser apolítica, pois, dependendo da linha ideológica 
dos poderes estabelecidos, os processos educativos e as teorias pedagógicas tendem 
a seguir, obrigatoriamente, as normas oficiais. Por conseguinte, a transmissão dos 
valores, das normas comportamentais, dos conteúdos deve adequar-se ao padrão 
exigido pelo governo. Seguindo essa visão ideológica, a educação – ao reproduzir os 
modelos considerados ideais e distantes de dissidências – se transforma num veículo 
próprio da cristalização dos interesses das classes dominantes. 
 
 
Para refletir 
 
Estudos realizados sobre os livros didáticos de 1º grau constatam muitas 
vezes sua utilização ideológica, sobretudo quando mostram à criança uma 
realidade estereotipada, idealizada e deformadora. Os textos ideológicos 
transmitem uma visão de trabalho que iguala todos os tipos de profissão, 
ocultando o fato de que muitas pessoas são submetidas a atividades 
árduas, alienantes. Mostram uma sociedade una e harmônica, na qual 
cada um cumpre o seu papel como um destino a que não se pode fugir e 
ao qual se deve conformar. A impressão que se tem é de que a riqueza e a 
pobreza fazem parte da natureza das coisas, não sendo resultado da ação 
dos homens. Resta aos pobres a paciência e, aos ricos, a generosidade. 
(ARANHA. 1998, p.34) 
 
 
 Um dos exemplos mais conhecidos com relação à 
influência da ideologia em sala de aula é, 
especialmente, o livro didático, que procura induzir 
o educando a seguir por um determinado viés 
ideológico, a partir dos conceitos e modelos 
sociais aceitos e consolidados pelo governo. Ao 
serem elaborados e distribuídos pelos órgãos 
oficiais, estes livros buscam criar e fomentar 
valores e normas específicas de interesse 
governamental. Assim, apesar de se apresentarem 
como neutras, estas obras escondem, na verdade, 
a intenção ideológica a ser transmitida. 
 
 
 
Contudo, não devemos considerar a educação como simples e inevitável reprodutora 
de ideologia, pois a conscientização é possível. Mesmo levando em conta o “processo 
de domesticação” já instaurado, existem condições reais de superação da 
massificação ideológica, a partir do momento em que se possa sobrepor ao modelo 
oficial uma reflexão crítica e contextualizada, através de um discurso não ideológico. 
 
 
Saiba Mais 
 
Para uma filosofia da educação que não seja ideológica, a educação deve 
representar um autêntico desafio. [...] isso significa que uma filosofia da 
educação que não quer fazer o papel de cão de guarda da ideologia 
dominante deve começar por colocar-se à escuta daqueles problemas da 
educação contemporânea que precisam urgentemente de uma 
reorientação, de um repensar, de uma reconstrução.[...] Certamente, o ato 
educativo é um ato político, é um ato social e, portanto, ligado à atividade 
social e econômica, ao ato produtivo.[...] Mas não é só. O encontro que 
caracteriza o ato educativo guarda algo de original que não pode ser 
destruído nem reduzido pela ideologia. Está aí a chance da educação. É 
por isso que acredito nela, mesmo se ela é pega no círculo devorador da 
ideologia. A educação sendo práxis, porque ela é práxis é que pode 
escapar à ideologia. A ideologia não consegue dominar inteiramente o ato 
educativo; sempre fica um espaço livre. E é justamente esse canteiro que 
deve ser cultivado, esse espaço livre que o educador deve alargar. 
Mesmo numa educação da dominação, guiada por uma pedagogia 
opressiva, o educador ainda tem chance de plantar nesse espaço a 
semente da libertação. (GADOTTI.2003, p. 34-35) 
 
 
O desmascaramento da ideologia é então possível e permite um novo enfoque da 
realidade, ampliando a visão crítica do indivíduo para que ele vislumbre as reais 
intenções das forças ideológicas. E, mesmo quando existe a necessidade do 
cumprimento de “regras estabelecidas”, o educador – caso tenha uma formação 
condizente com sua função – é capaz de ultrapassar essas dificuldades, promovendo 
uma educação voltada para a liberdade. Nesse sentido, a filosofia pode contribuir para 
desenvolver no ser humano uma reflexão ampla e consistente sobre a realidade. 
 
 
 
 
Encerramento 
 
 
Qual a proposta de Platão sobre o governo da cidade? 
 
Platão afirmava que um bom governante deveria ser aquele que conhecesse a 
essência do bem e da virtude, características de uma educação apropriada, fundada 
nos princípios filosóficos. 
 
Por que se pode dizer que o movimento renascentista 
subverteu o poder da Igreja medieval? 
 
Os renascentistas priorizavam a vida humana, valorizando a realidade laica e 
assumindo uma nova concepção para os processos educativos, distantes dos cânones 
religiosos. 
 
De que modo a ideologia governamental pode interferir 
na atividade educativa? 
 
A maioria dos governos interfere diretamente na educação, pois, em geral, a produção 
educativa depende das normas, das verbas e da vontade política dos governantes. 
 
 
Resumo da Unidade 
 
Seguindo a concepção aristotélica, destacamos o conceito do homem como “um 
animal social e político”, que não pode viver fora de um grupo – cujas regras 
ideológicas estabelecidas exercem sobre ele forte coerção, muitas vezes 
inconsciente. Vimos também de que forma a ideologia perpassa e modifica a 
existência do indivíduo, levando-o a assumir comportamentos que lhe são 
exteriores, e que, consequentemente, tanto no plano político quanto na atividade 
educativa propriamente dita, os instrumentos ideológicos se manifestam, 
interferem e direcionam nossas ações.

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