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EQUÍVOCOS NA TRADUÇÃO MÉDICA - ERROS E DESAFIOS

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EQUÍVOCOS NA TRADUÇÃO MÉDICA: ERROS E DESAFIOS
Disciplina: Tradução Médica
Alunas: Lívian Kelly Militão Santos e Sarah Almeida Marinho
INTRODUÇÃO
Ao longo da história, a tradução tem sido uma atividade suscetível a erros, especialmente na área médica. Os desafios incluem fatores humanos, como barreiras culturais e técnicas desconhecidas, e podem ter impactos significativos na prática médica. Erros na tradução médica podem levar a diagnósticos imprecisos, prescrições inadequadas e tratamentos ineficazes. A maioria desses erros é decorrente da falta de conhecimento técnico ou cultural do tradutor, destacando a importância de se ter tradutores altamente qualificados e experientes. A Medicina tem reconhecido a importância da terminologia médica e criado órgãos para ajudar na sua organização e sistematização. Assim, as traduções de textos médicos podem ser realizadas com precisão, garantindo a segurança e eficácia dos tratamentos. Conforme um relatório emitido pelas seguradoras de saúde, aproximadamente 4.000 erros médicos foram cometidos em clínicas e consultórios médicos na Alemanha em 2011. Entretanto, nem sempre os médicos são os responsáveis. Alguns desses equívocos são resultado de processos e relatórios médicos mal traduzidos. De acordo com um estudo americano, dentre os 30.000 erros terapêuticos analisados, 1.500 foram causados por abreviaturas ambíguas. 
A Dra. Anna-Katharina Hüging, linguista e professora do Seminário de Tradução e Interpretação da Universidade Ruprecht-Karl de Heidelberg, destaca que quaisquer erros de tradução na área médica podem resultar em equívocos ou até mesmo em erros graves. Especializada em traduções médicas e gerais, em sua dissertação, Hüging explora o processo de tradução, especialmente na área médica, e aponta possibilidades para tornar a tradução de textos técnicos desta natureza mais fácil. De acordo com Frédéric Ibanez, da agência de tradução Alphatrad (grupo Optilingua), o inglês é a linguagem internacional utilizada na área da medicina. "Os erros mais comuns estão relacionados com sinônimos, abreviaturas e neologismos", afirma Ibanez. Hüging também confirma que "a linguagem médica tem muitas denominações diferentes". Além disso, existem termos antigos e novos, além de inúmeras abreviaturas que muitas vezes não podem ser usadas da mesma forma. Segundo a linguista, o problema com as abreviaturas surge quando há várias opções para um termo, o que pode causar confusão. Isso também acontece com os neologismos, que são cada vez mais frequentes e muitas vezes não estão documentados em dicionários e glossários.
PROBLEMAS COMUNS
Para garantir traduções precisas e confiáveis, é essencial evitar erros e inadequações. Esta pesquisa explora os erros e equivalências que ocorrem na tradução de textos médicos, incluindo a terminologia específica e as atualizações frequentes, que exigem conhecimento especializado do tradutor.
1. Formas abreviadas:
Acrônimos, siglas e abreviações são comuns em textos científicos médicos. Segundo a definição, um acrônimo é uma junção de letras ou sílabas que pertencem a um conjunto de palavras, formando assim uma nova palavra. Quando pronunciado, o foco não está em cada letra individual, mas sim na palavra formada como um todo (como UNESCO para Organização das Nações Unidas para a Educação). Uma sigla é definida como uma sequência de letras iniciais de palavras que formam uma expressão (como ONU para Organização Mundial da Saúde), enquanto uma abreviatura é uma forma encurtada ou contraída de uma palavra, geralmente constituída por uma ou mais letras iniciais (como Dr. para doutor). A linguagem médica é vasta em termos de siglas, acrônimos e abreviações, o que pode tornar a tradução desses termos ainda mais desafiadora. A ordem das palavras pode variar entre idiomas ou uma sigla pode ser usada em um idioma e não em outro. Além disso, é importante lembrar que diferentes termos podem ter a mesma abreviatura ou diferentes formas de abreviação podem ser usadas para o mesmo termo. Por exemplo, a sigla "ICU" (Intensive Care Unit) em inglês significa "Unidade de Terapia Intensiva", que em português é "UTI". Ao mesmo tempo temos a sigla "UTI" em inglês significando "Urinary Tract Infection", enquanto no português é "infecção urinária". Essas siglas semelhantes podem causar confusão, levando a uma tradução incorreta e, consequentemente, a inúmeros problemas. Um estudo realizado nos Estados Unidos identificou cerca de 30 mil erros de tradução de abreviações, logo, é crucial que o tradutor médico seja experiente e tenha habilidades para identificar corretamente as formas abreviadas utilizadas no texto-fonte.
2. Epônimos:
Os epônimos são frequentemente originados de nomes de pesquisadores, pacientes ou personagens fictícios, bem como locais geográficos. No entanto, nem sempre é possível estabelecer uma correspondência precisa entre esses termos, portanto é importante lembrar que as traduções literais podem ser enganosas. Além disso, alguns termos em português que são considerados epônimos podem não ser vistos da mesma forma em inglês. Por exemplo, "Adam's apple" é traduzido como "maçã de Adão", mas é popularmente conhecida como "pomo de Adão", o que pode causar confusão na hora da tradução devido às noções culturais. Além disso, "Terapia Vojta" não é considerado um epônimo em inglês e deve ser traduzido como "Reflex Locomotion". Vale ressaltar que a adoção de um epônimo pode levar décadas para se consolidar, e isso não é necessariamente negativo. Às vezes, o epônimo é identificado por um pesquisador secundário após a morte do indivíduo, que posteriormente o conecta ao nome original. Ao traduzir um texto, é importante levar em consideração as questões culturais, uma vez que um epônimo pode ser reconhecido em um idioma, mas não em outro. É essencial que o tradutor esteja atento a essas diferenças para evitar dúvidas que possam confundir o leitor.
3. Prefixos e sufixos:
A utilização de prefixos e sufixos varia entre as diferentes línguas, o que pode afetar a distribuição semântica das palavras. Na formação de palavras, o prefixo é acrescentado antes do radical, enquanto o sufixo é adicionado ao final do radical. Dessa forma, cria-se uma nova palavra, que pode assumir um significado diferente e até pertencer a uma nova classe gramatical. Esse fato pode dificultar o processo de tradução, pois podem surgir novos prefixos e sufixos ou desaparecer os existentes. Além disso, a escolha do prefixo ou sufixo correto pode alterar significativamente o sentido da palavra, o que torna ainda mais importante o seu uso adequado. É essencial que o tradutor esteja ciente dessas diferenças e tenha um amplo conhecimento da língua de origem e de destino, para garantir uma tradução precisa e eficiente. Por exemplo: em português, o prefixo “hepato” é utilizado para designar algo relacionado ao fígado, como insuficiência hepática. Já em inglês, utiliza-se apenas a palavra “liver” (que é a tradução literal de fígado) em vez de prefixo, resultando em “liver failure”. Em inglês, utiliza-se o sufixo “ache” para indicar dor em alguma parte do corpo, como “headache” para dor de cabeça, “stomachache” para dor de barriga ou especificamente de estômago, “toothache” para dor de dente.
COMO EVITAR ERROS NA TRADUÇÃO MÉDICA
Para evitar erros na tradução médica, é fundamental dominar completamente os idiomas de origem e destino. Isso significa que não basta conhecer apenas o vocabulário técnico, mas também entender as expressões idiomáticas, gírias e nuances específicas de cada idioma. Além disso, é crucial estar ciente dos fenômenos culturais associados à língua, a fim de respeitar o sentido do texto original e adaptá-lo adequadamente para que o leitor compreenda exatamente o que está sendo dito. É de extrema importância estar familiarizado com termos específicos relacionados ao seu trabalho e como eles são usados internacionalmente. Desconhecer a finalidade e o público-alvo para o qual o texto está destinado pode dificultar a comunicação efetiva. É importante que o escritor tenha emmente qual é o objetivo do texto e quem é o público que irá lê-lo. Essas informações ajudam a direcionar o tom e o estilo da escrita, bem como a escolha de palavras e exemplos adequados. Sem clareza sobre esses pontos, o escritor corre o risco de não conseguir transmitir a mensagem de forma clara e objetiva, e de não conseguir engajar o leitor.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A tradução médica é uma área de grande importância, pois ela permite que informações cruciais sejam transmitidas com precisão e clareza em diferentes idiomas, facilitando a comunicação entre profissionais de saúde e pacientes de diferentes nacionalidades e culturas. No entanto, como mencionado anteriormente, a tradução médica é uma tarefa complexa que exige um alto nível de conhecimento e especialização, tanto na língua de origem quanto na língua de destino, bem como na terminologia médica. Por isso, é fundamental que os profissionais de tradução médica sejam altamente qualificados e estejam sempre atualizados com as mais recentes descobertas e avanços na área médica. A pesquisa terminológica e o uso de recursos especializados são essenciais para garantir a precisão e a qualidade das traduções médicas.
Este trabalho contribuiu significativamente para o nosso enriquecimento na área da tradução médica. Reconhecemos a importância de não apenas ser fluentes nos idiomas envolvidos, mas também de nos tornarmos verdadeiros especialistas na linguagem médica. Devemos valorizar a pesquisa terminológica e o uso de recursos especializados, bem como a necessidade de profissionais de tradução médica especializados em garantir a precisão e a compreensão nas traduções. Durante esta pesquisa, adquirimos um entendimento mais aprofundado das complexidades e desafios que envolvem a tradução médica. É interessante notar que a tradução médica não se limita apenas a transpor palavras de um idioma para outro, mas também demanda a interpretação de conceitos e ideias, o que a torna ainda mais complexa. Além disso, a tradução médica pode envolver diferentes tipos de textos, como artigos científicos, manuais de instrução e prontuários médicos. Concluímos que a pesquisa realizada neste trabalho contribuiu de forma significativa para o entendimento dos desafios e das melhores práticas na tradução médica, e esperamos que ela possa ter um impacto positivo na qualidade das traduções médicas no futuro.
REFERÊNCIAS
4 maiores erros na tradução técnica da área médica. Aliança Traduções. Disponível em: <https://aliancatraducoes.com/4-maiores-erros-na-traducao-tecnica-da-area-medica/#:~:text=Um%20dos%20erros%20mais%20comuns>. Acesso em: 25 de outubro de 2023.
CADETE, Diana Sofia Nascimento. A linguagem das ciências médicas: traduzir para caracterizar. repositorio.ul.pt. Disponível em: <http://hdl.handle.net/10451/26014>. Acesso em: 25 de outubro de 2023.
FROTA, Maria Paula. Erros e lapsos de tradução: um tema para o ensino. Cadernos de tradução, v. 1, n. 17, p. 141–156, 2006.
RODRIGUES, Ana Luisa Barbosa. Tradução médica e Terminologia: estudo comparativo entre a ICPC-2, em inglês, e sua tradução para o português brasileiro. 2020. 67 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Tradução) - Universidade Federal de Uberlândia, 2020.
TERMINOLOGIA MÉDICA. É ASSIM TÃO COMPLEXO COMO PARECE?. L10N Studio, Lda., Disponível em: <https://www.l10nglobal.com/pt/news/terminologia-medica-e-assim-tao-complexo-como-parece>. Acesso em: 25 de outubro de 2023.

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