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Desafio #1 - Gabarito 
 
TEMA DA SEMANA 29/06:  
Os Moradores de Rua e a Política Higienista no Brasil. 
 
Plano de Texto - Modelo 
Tese 
A exclusão de pessoas em situação de rua, causada por 
pensamentos eugenistas, culmina na impossibilidade de 
exercer direitos básicos, como o direito à moradia. 
Argumento #1 
+ Repertório 
Causa: as políticas higienistas, com base no determinismo 
biológico, fortalecem a exclusão de pessoas pobres em 
situação de rua nas cidades brasileiras. 
 
Determinismo biológico. 
Argumento #2 
+ Repertório 
Consequência: como consequência dessas práticas, o direito à 
moradia, previsto constitucionalmente, é negado. 
 
Constituição Federal de 1988. 
 
Ilustração de cenas da Copa do Mundo de 2014, em Belo 
Horizonte. 
Proposta de 
Intervenção 
 
● Agente: Governo Federal. 
● Ação: criação de casas de acolhimento que ofereçam 
vagas suficientes ao contingente populacional em 
situação de rua. 
● Meio: por meio do Ministério da Cidadania e das 
secretarias de assistência social.  
● Finalidade: no intuito de garantir o direito à moradia, 
sem uso de práticas compulsórias. 
● Detalhamento (do meio): nos âmbitos municipal e 
estadual. 
 
 
REDAÇÃO MODELO 
​De acordo com ​o romance-reportagem “Holocausto Brasileiro”, da jornalista  
Daniela Arbex, durante o século XX, o governo do Brasil enclausurou, em hospitais 
psiquiátricos, sujeitos considerados destoantes da norma padrão social, com o 
objetivo de limpar as vias públicas dos “indesejáveis”​. ​Dentre esses​, 
encontravam-se os moradores de rua. ​De forma análoga​, ​hodiernamente 
percebe-se que essa prática, na lógica higienista, ainda não teve fim​. ​Nota-se que, 
por meio de políticas eugenistas​, ​o governo brasileiro tem impedido uma parcela 
populacional de exercer o direito à moradia​. Diante disso​, faz-se importante pensar 
em soluções para a problemática em questão. 
A princípio​, podemos vislumbrar que ​o determinismo biológico perpassou 
muitas fases da história da humanidade​. ​Em nome de uma raça superior, ​por 
exemplo​, ​europeus escravizaram africanos e nazistas mataram judeus​. 
Similarmente​, nas cidades brasileiras, autoridades aplicam políticas de higienização 
social​, ​no intuito de tornar as cidades mais bonitas, escondendo as desigualdades 
que ali moram. ​À vista disso​, pode-se constatar que a ideia ilusória de que a 
pobreza, por si só, determina o caráter ou a conduta de sujeitos, associada aos 
métodos higienistas, recai na prática da segregação por superioridade. 
Consequentemente​, ​se as pessoas em situação de rua fazem do espaço 
público moradia, a sua retirada compulsória, ​com a finalidade de ​embelezar as 
cidades, fere direitos garantidos na ​Constituição Federal de 1988​. ​Nesse ínterim​, 
impossibilitados de ocupar praças e calçadas, aqueles que não têm habitação são 
lançados à própria sorte. ​Caso semelhante foi visto em Belo Horizonte, em 2014, 
durante as comemorações da Copa, em que ocupantes da rua foram retirados 
desse espaço para não prejudicar o cenário da capital​. ​Logo​, esses cidadãos 
tornam-se vítimas de doenças e acabam, muitas vezes, em situações de morte. 
Portanto, no intuito de ​garantir o direito à moradia, sem uso de práticas 
compulsórias, cabe ao Governo Federal​, ​por meio do ​Ministério da Cidadania e das 
secretarias de assistência social, nos âmbitos municipal e estadual, a criação de 
casas de acolhimento que ofereçam vagas suficientes ao contingente populacional 
em situação de rua​. Tal criação deverá romper com o higienismo e oferecer a 
possibilidade de garantir moradia a quem precisa. Assim​, ​cenas como as descritas 
por Arbex não se perpetuarão​. 
 
 
 
 
 
 
LEGENDA 
ROSA  Tese 
VERDE  Argumento #1 
AZUL  Argumento #2 
LARANJA  Repertório 
LILÁS  Elementos da proposta de intervenção 
ROSA ESCURO  Recursos coesivos 
   
 
 
Desafio #2 - Tema da Semana 06/07 
TEXTO I 
A água no Brasil: da abundância à escassez 
Garantir o acesso à água de qualidade a todos os brasileiros é um dos                           
principais desafios para os próximos gestores do país. Culturalmente tratado como                     
um bem infinito, a água é um dos recursos naturais que mais tem dado sinais de                               
que não subsistirá por muito tempo às intervenções humanas no meio ambiente e                         
às mudanças do clima. 
Em várias regiões do país, já são sentidos diferentes impactos, como                     
escassez, desaparecimento de nascentes e rios, aumento da poluição da água. Os                       
especialistas alertam que os problemas podem se agravar se não forem tomadas                       
medidas urgentes e se a sociedade não mudar sua percepção e comportamento em                         
relação aos recursos naturais. 
O Brasil tem 12 regiões hidrográficas que passam por diferentes desafios                     
para manter sua disponibilidade e qualidade hídrica. Mapeamento do Ministério do                     
Meio Ambiente mostra que, nas bacias que abrangem a Região Norte, o impacto                         
vem principalmente da expansão da geração de energia hidrelétrica. Na Região                     
Centro-Oeste, é a expansão da fronteira agrícola que mais desafia a conservação                       
dos recursos hídricos. As regiões Sul e Nordeste enfrentam déficit hídrico e a Região                           
Sudeste apresenta também o problema da poluição hídrica. 
Em nível global, o desafio é conter o aumento da temperatura do clima, fator                           
que gera ondas de calor e extremos de seca que afetam a disponibilidade de água.                             
O relatório especial do Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas, das                   
Nações Unidas, divulgado recentemente, mostra que, se a temperatura global subir                     
acima de 1,5°C, em todo o mundo mais de 350 milhões de pessoas ficarão expostas                             
até 2050 a períodos severos de seca. 
Berço de águas escassas 
Os especialistas apontam que uma das principais causas para a crise hídrica                       
é o uso inadequado do solo. No Centro-Oeste, por exemplo, estão concentradas as                         
nascentes de rios importantes do país, devido a sua localização no Planalto Central.                         
Conhecida como berço das águas, a região tem vegetação de Cerrado, bioma que                         
ocupa mais de 20% do território e atualmente é um dos principais pontos de                           
expansão da agropecuária, atividade que usa cerca de 70% da água consumida no                         
país. 
 
 
Como consequência do avanço da fronteira agrícola, o Cerrado já tem                     
praticamente metade de sua área totalmente devastada. Os efeitos da ausência da                       
vegetação nativa para proteger o solo já são percebidos principalmente na                     
diminuição da vazão dos rios e na escassez de água para abastecimento urbano. 
Disponível em: ​http://agenciabrasil.ebc.com.br​ Acesso em: 20 de ago. 2019. 
TEXTO II 
O Brasil tem sede, embora seja o dono de 20% da água de todo o mundo 
Aumento da demanda dos setores agrícola e de energia, entre outros, exige melhor 
gestão dos recursos hídricos 
Se o Brasil tem quase um quinto das reservas hídricas do mundo, por que as                             
notícias sobre falta de água se tornaram tão comuns em todo o país nos últimos                             
anos? Há muitas respostas para a pergunta, passando pela diferença na maneira                       
como a água se distribui geograficamente e a degradaçãodas áreas em volta das                           
bacias hidrográficas, até mudanças climáticas e infraestrutura de abastecimento                 
deficiente. 
Para aumentar a complexidade do tema, os setores que mais contribuem                     
para a economia são também os mais dependentes. Por exemplo, 62% da energia                         
do Brasil é gerada em usinas hidrelétricas. A água também é essencial na                         
agricultura. Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), a irrigação usa 72% dos                         
recursos hídricos disponíveis para consumo. Tamanha dependência significa que,                 
em tempos de crise – como a vivida por São Paulo em 2014 e 2015 –, a                                 
produtividade de diversos setores econômicos pode ser ameaçada. 
Diante das provas científicas cada vez mais fortes da conexão entre                     
desmatamento, degradação das florestas e mudanças nos padrões de chuva em                     
todo o Brasil, o documento ​Diagnóstico Sistemático de País (SCD, na abreviatura em                         
inglês) adverte: crises hídricas como a de São Paulo podem se repetir ao longo das                             
próximas quatro décadas, afetando o abastecimento de água, a produção agrícola e                       
a geração de energia, entre outras atividades. O estudo também destaca a redução                         
do desmatamento na Amazônia (em 82%) e a criação de regulamentações como o                         
Código Florestal, que ajuda a proteger os recursos naturais dos terrenos rurais.                       
Trata-se de conquistas recentes depois de décadas de devastação e é necessário                       
controle constante para que não se percam. 
 
 
http://agenciabrasil.ebc.com.br/
 
Os setores mais dependentes 
O Brasil é o segundo maior exportador de alimentos do mundo. No país em                           
que a agricultura e o agronegócio respondem por 8,4% do PIB, a área de terras                             
irrigadas aumentou em ritmo acelerado na última década e tudo indica que o                         
consumo hídrico deve seguir crescendo. Atualmente, menos de 20% das terras                     
irrigáveis têm acesso a irrigação. Já na área de geração de energia, mesmo com a                             
diversificação das fontes prevista para as próximas duas décadas, as usinas                     
hidrelétricas continuarão entregando 57% da eletricidade usada no Brasil. 
Desigualdades no acesso a água e saneamento 
Entre os 40% mais pobres do país, o percentual de domicílios com um vaso                           
sanitário ligado à rede de esgoto aumentou de 33% em 2004 para 43% em 2013. No                               
entanto, o acesso ainda é menor do que entre os mais ricos. Outra diferença                           
marcante é a que existe nas coberturas nacionais de água (82,5%), esgoto (48,6%) e                           
tratamento real de esgoto (39%). A falta de tratamento de esgoto faz com que                           
poluentes sejam jogados diretamente na água ou processados em tanques sépticos                     
desregulados, com graves consequências na qualidade dos recursos hídricos, assim                   
como no bem-estar da população. 
Disponível em: ​https://brasil.elpais.com​ Acesso em: 16 de ago. 2019. 
 
PROPOSTA DE REDAÇÃO 
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos                       
construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em                   
modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema ​A crise hídrica em                         
questão no Brasil​, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos                     
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e                       
fatos para defesa de seu ponto de vista. 
 
https://brasil.elpais.com/

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