Prova final

Prévia do material em texto

Prova final 
Ciência Política: Ciência e Teorias Políticas
Questão 1
Respondida
A Constituição Federal de 1988 é a carta magna brasileira e os seus itens incluem os direitos mais caros ao Estado federal. No entanto, ela não é imutável. O que nela está escrito pode ser modificado por meio de Proposta de Emenda Constitucional (PEC). As mudanças por PEC nem sempre são benéficas, pois elas podem reduzir direitos garantidos pela Constituição.
Considerando o texto, avalie as asserções:
I – A PEC é um instrumento que modifica os artigos da Constituição, mas não retira direitos garantidos por ela.
II – A PEC é um instrumento que modifica os artigos da Constituição e pode reduzir direitos por ela garantidos.
III – A PEC apenas reforma o texto da Constituição, sem modificar os seus artigos.
IV – A Constituição Federal não pode ser modificada ou reformada em qualquer ocasião.
É correto o que se afirma em:
· Apenas I.
· Apenas I e III.
· Apenas IV.
· Apenas III.
· Apenas II.
Sua resposta
Apenas II.
O instrumento da Proposta de Emenda Constitucional tem por objetivo modificar o texto da Constituição, com a mudança na redação, supressão ou inclusão de artigos. Essas mudanças na redação ou supressão de artigos podem resultar em ampliação ou retirada de direitos, visto que elas podem rever, por exemplo, o orçamento da União para os direitos básicos. A PEC do Teto é um exemplo. Promulgada em 2016, ela limita os gastos públicos da União por 20 anos, com revisão em 10 anos.
Questão 2
Respondida
As revoluções burguesas legaram aos Estados duas importantes teorias: o Federalismo e o Constitucionalismo. O Federalismo é uma forma de organização do Estado que garante a países com grandes territórios a gestão dos recursos e de sua população de forma descentralizada. Para que essa organização possa ter fundamento, o seu funcionamento deve estar descrito na Constituição do país. É possível dizer que a Constituição de um país é o instrumento que organiza a sua vida administrativa, assim como a sua vida social e política.
Considere o texto acima e avalie as asserções abaixo:
I. O federalismo é uma forma de organização político-administrativa de um país
PORQUE
II. É descrito e garantido pela Constituição.
Assinale a alternativa correta:
· Ambas as asserções são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira.
· A primeira asserção é verdadeira e a segunda é falsa.
· A primeira asserção é falta e a segunda é verdadeira.
· Ambas as asserções são falsas.
· Ambas as asserções são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.
Sua resposta
Ambas as asserções são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.
O federalismo é a forma de organização político-administrativa de muitos países, em especial de países com grandes territórios, como Estados Unidos e Brasil. No entanto, a sua existência como essa organização antecede a Constituição. A Constituição, sendo a carta magna do país, descreve e garante o modelo de federalismo do país.
Questão 3
Respondida
O modelo de federalismo adotado pelo Brasil implica em autonomia dos entes federados. Estados e municípios podem gerir os seus recursos a partir da arrecadação de impostos que possuem. No entanto, a arrecadação entre os diversos entes federados é diversa, havendo estados e municípios mais ricos do que outros, em função, em parte, das atividades produtivas existentes em cada território brasileiro.
Qual a proposta pode ser feita em relação à tributação para um estímulo as atividades produtivas, para que haja um equilíbrio na arrecadação dos entes federados que não fira a autonomia proposta pelo federalismo?
· Isenção de impostos para atividades produtivas em todos os estados e municípios.
· Aumento de impostos para atividades produtivas em áreas menos desenvolvidas como forma de ampliar a arrecadação.
· Isenção de impostos em áreas menos desenvolvidas com aumento progressivo dos impostos até um teto, conforme a ampliação das atividades produtivas.
· Aumento de impostos em áreas mais desenvolvidas como forma de deslocar a atividade produtiva para outras regiões.
· Distribuir a arrecadação da União para os entes federados, em especial os municípios.
Sua resposta
Isenção de impostos em áreas menos desenvolvidas com aumento progressivo dos impostos até um teto, conforme a ampliação das atividades produtivas.
Uma das saídas para o aumento da arrecadação dos entes federados é ter atividades produtivas em seu território. Essas atividades contribuem para a arrecadação, no sentido que as empresas pagam impostos municipais e estaduais, como Imposto sobre Serviços, por exemplo. Sendo os estados e municípios autônomos no tocante a arrecadação de impostos, conforme os princípios do federalismo brasileiro, a isenção fiscal para atrair novas atividades produtivas com posterior aumento progressivo dos impostos não fere a autonomia dos entes federados e procura obter um equilíbrio no desenvolvimento econômico dos estados e municípios.
Questão 4
Respondida
Conforme preconiza a Constituição Federal brasileira de 1988, a forma de organização político-administrativa do Estado é a federativa (Art. 18 CF/88), o que representa que mais de um ente de direito público interno pode ser considerado fonte de poder autônomo. Ocorre que a Federação brasileira apresenta uma peculiaridade quanto ao modelo clássico de pacto federativo, à medida que inclui o Município como integrante da Federação, no mesmo patamar hierárquico da União e dos Estados-membros, participantes por excelência dessa forma de Estado.
Ao elevar o Município à condição de ente federativo, a Carta Magna de 1988 também garantiu ao mesmo as autonomias administrativa, política e financeira necessárias para o desempenho de suas funções sem a ingerência dos demais membros. No entanto, deve-se observar que a autonomia para a consecução de suas competências materiais constitucionais encontra-se apenas formalmente concretizada devido à insuficiência de receitas próprias. (GIROLDO, KEMPFER, 2012, p.4)
Considerando que o federalismo brasileiro concede autonomia aos municípios para sua gestão financeira e que os municípios não conseguem sobreviver com orçamento próprio, faça uma proposta de ajuda do Governo Federal aos municípios sem onerar os cofres da União que os possibilite alcançar a suficiência financeira:
· Fazer o repasse do orçamento da Saúde para os municípios.
· Estabelecer um plano para a criação de impostos municipais vinculado à garantia da autonomia financeira do município em relação ao Governo Federal.
· Fazer repasse do orçamento sem incluir contrapartida dos municípios.
· Estabelecer um plano para conceder apoio financeiro aos municípios desvinculado de metas de autossuficiência financeira.
· Fazer o repasse do orçamento conforme o tamanho dos municípios, excluindo os municípios com mais de 1 milhão de habitantes.
Sua resposta
Estabelecer um plano para a criação de impostos municipais vinculado à garantia da autonomia financeira do município em relação ao Governo Federal.
No federalismo brasileiro, os municípios têm autonomia administrativa e financeira, no entanto em um país em que a maioria dos municípios possui menos de 100 mil habitantes, a receita dos municípios é pequena, o que acarreta em sua insuficiência financeira. Para superar essa insuficiência e ajudar os municípios a sobreviver sem ajuda dos Estados e do Governo Federal, uma alternativa seria a criação ou destinação de impostos diretamente para os municípios, de forma que ele tivesse autonomia para utilizar seus recursos sem depender os governos estadual e federal.
Questão 5
Respondida
Segundo dados do Grupo Gay da Bahia, uma das mais importantes organizações do gênero no Brasil, em 2015 foram mortos 318 gays. Esse número cresceu em 2016, chegando a 329 mortes.
Fonte: http://atarde.uol.com.br/brasil/noticias/1742381-318-homossexuais-foram-mortos-no-brasil-em-2015
http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2016-12/numero-de-homicidios-de-pessoas-lgbt-pode-ser-recorde-em-2016
Há um Projeto de Lei (PL 122) que visa tornar a homofobia – atos cometidos em razão da orientaçãosexual – crime. No entanto, o referido projeto foi arquivado no Senado e a homofobia ainda não se constitui como crime.
Fonte: http://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2015/05/homofobia-novo-projeto-de-lei-retoma-mobilizacao-no-congresso-926.html
Considerando as afirmações acima e as teorias contratualistas de Thomas Hobbes e Jean-Jacques Rousseau, avalie as seguintes afirmações:
I – O arquivamento do PL está correto, pois o Estado não deve legislar sobre a orientação sexual das pessoas.
II – O arquivamento do PL está errado, pois o Estado deve tornar crime tudo o que atenta contra a vida.
III – O arquivamento do PL está errado, pois para garantir a igualdade entre os homens é preciso considerar a desigualdade entre eles.
IV – O arquivamento do PL está correto, pois o Estado deve tratar todos de forma igual, mesmo que isso implique a desigualdade.
Estão corretas as afirmações:
· II e III, apenas.
· Apenas a I.
· Apenas a IV.
· I e IV, apenas.
· Apenas a II.
Sua resposta
II e III, apenas.
Para Thomas Hobbes, o principal direito natural é a vida. Os homens renunciam ao seu direito de lutar pela vida em favor do Estado, que deve usar de seus meios, inclusive a força, para garantir a vida dos homens. Já para Rousseau, o Estado garante a igualdade dos homens, pois reconhece que os homens são desiguais. Dessa forma, segundo os princípios das teorias contratualistas de Jean-Jacques Rousseau e Thomas Hobbes, o arquivamento do PL 122 está errado, pois ele é um instrumento que pode garantir a vida dessa parcela da população, garantindo a igualdade entre os homens, reconhecendo que essa parte da população é tratada de forma desigual.
Questão 6
Sem resposta
Feita essa ressalva, a análise pode se voltar para o tipo-ideal de “dominação tradicional” [...]. Com ele, Weber designa uma forma de dominação cuja legitimidade está fundamentada na “crença cotidiana na santidade das tradições vigentes desde sempre e na legitimidade daqueles que, em virtude dessas tradições, representam a autoridade” (Weber, 2000, p. 141). Obedece-se, nessa forma de dominação, não à ordem impessoal, objetiva e legalmente estatuída e aos superiores por ela determinados (o que caracterizaria a dominação racional-legal), nem ao líder carismaticamente qualificado como tal (dominação carismática), mas à pessoa nomeada pela tradição e, em virtude da devoção, aos hábitos costumeiros. O patrimonialismo consiste em uma forma específica da dominação tradicional, possuindo, portanto, as características apontadas. (PORTELA JUNIOR, 2012, p. 12)
Avalie as seguintes asserções e a relação entre elas propostas:
I. No patrimonialismo, o poder do líder vem da vontade dos membros da sociedade em obedecer àtradição,
PORQUE
II. A força da tradição é mais forte do que a força do estatuto.
A respeito das asserções, assinale a alternativa correta.
· As asserções I e II são falsas.
· A asserção I é verdadeira e a asserção II é falsa.
· As asserções I e II são verdadeiras e a II justifica a I.
· A asserção I é falsa e a asserção II é verdadeira.
· As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II não justifica a I.
Sua resposta
A asserção I é falsa e a asserção II é verdadeira.
O patrimonialismo é uma característica da via ibérica. O patrimonialismo é um tipo de dominação tradicional, no qual a força das tradições é maior do que a força do estatuto. Nesse tipo de dominação, o poder do governante tem origem da vontade dos homens em obedecer, em função da força da tradição.
Questão 7
Sem resposta
“O equilíbrio federal [...] é estabelecido entre as esferas de poder - governo central e governos constituintes -, o que significa que nenhuma das esferas de poder da estrutura federal deve sobrepor-se à outra. Nesse sistema coexistem uma esfera Nacional, representando a União, enquanto ente federado, e outras esferas subnacionais descentralizadas, representando os estados-federados, cujo poder político é exercido de forma autônoma, respeitando os limites constitucionais estabelecidos em âmbito federal”.(XAVIER, Gabriela Costa; XAVIER, Camila Costa. O federalismo: conceito e características. Âmbito Jurídico. s.d. Disponível em http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=15286 Acesso em 10 jul. 2017. )
O Estado brasileiro é um Estado federal. Durante a década de 1970, o pacto federativo centralizou diversos itens, entre os quais a gestão tributária, comprometendo a capacidade de gerar receita dos governos estaduais. Os estados tinham como principal fonte de financiamento os empréstimos externos, que em função do chamado federalismo fiscal, que garante autonomia aos entes federados, eram contraídos de instituições financeiras nacionais e internacionais, públicas ou privadas. Essas dívidas, que chegaram a ponto insustentáveis, foram assumidas pelo Estado federal nos anos 1990, gerando uma dívida enorme dos governos estaduais com a União.
Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2016-12/entenda-como-os-estados-se-endividaram-com-o-governo-federal. Acesso em 10 jul. 2017.
Com base nas citações acima, avalie as asserções abaixo:
I. Na década de 1970, durante a ditadura militar, o federalismo não foi exercido conforme os seus princípios no Brasil
PORQUE
II. Centralizou fortemente a gestão tributária na União, atrapalhando a autonomia na gestão dos recursos pelos entes federados.
Assinale a alternativa correta:
· As duas asserções são falsas.
· As duas asserções são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira.
· A primeira asserção é falsa e a segunda é verdadeira.
· A segunda asserção é verdadeira e a primeira é falsa.
· As duas asserções são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.
Sua resposta
As duas asserções são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.
Entre os princípios do federalismo está a descentralização do poder político e a autonomia dos entes federados. No período da ditadura militar, apesar da manutenção do federalismo, ele não foi exercido completamente conforme os seus princípios, dada a centralização dos recursos tributários na União, impedindo que os entes federados – em especial os estados – gerassem sua própria receita, buscando em fontes externas formas de financiar o gasto público.
Questão 8
Sem resposta
““O Contrato Social” inicia um debate político e social que ainda não terminou, legitima o poder e funda a sociedade civil. Elabora os princípios do direito político, cuja autoridade não deve repousar sobre a autoridade paterna, no poder teocrático, nem na tirania, mas exclusivamente no governo formado através de um pacto social, com cujos princípios deveriam cada cidadão se comprometer individualmente, mediante renúncia de sua liberdade individual em prol de todos os associados que garantirão dignidade, igualdade jurídica e moral e a tão sonhada liberdade civil.” (VILALBA, Hélio Garone. O contrato social de Jean-Jacques Rousseau: uma análise para além dos conceitos. Filogenese. Marília. v. 6, n.2, 2013. p. 66)
Avalie as asserções abaixo:
I. Para Jean-Jacques Rousseau, o contrato social é uma forma de liberdade
PORQUE
II. Os homens renunciam a sua liberdade individual em favor da liberdade coletiva e da igualdade entre os homens.
Assinale a alternativa correta:
· Ambas as asserções são falsas.
· As asserções são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.
· A primeira asserção é falsa e a segunda é verdadeira.
· As asserções são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira.
· A primeira asserção é verdadeira e a segunda é falsa.
Sua resposta
As asserções são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.
Para Jean Jacques Rousseau a igualdade é o principal direito natural e o Contrato Social deve garanti-la. Para isso, os homens devem renunciar de sua liberdade individual em favor da liberdade civil ou coletiva. É a Liberdade civil que garante a igualdade entre os homens.
Questão 9
Sem resposta
As revoluções burguesas são um marco da ruptura da Idade Moderna com a Idade Média. Essa ruptura é marcada pelo fim do absolutismo, pela separação do Estado do poder clericale da ascensão de uma nova classe social, a burguesia. As revoluções burguesas são entendidas como rupturas, pois promovem a transformação da ordem política, social e econômica.
Considerando o texto acima, avalie as seguintes afirmações:
I – As rupturas provocadas pelas revoluções burguesas implicam o surgimento de uma nova racionalidade econômica.
II – As revoluções burguesas não rompem com a ordem política, pois mantêm no poder os velhos agentes da Idade Média.
III – As revoluções burguesas acabam definitivamente com o poder real e implantam o presidencialismo.
É correto o que se afirma em:
· Apenas II.
· Apenas I.
· II e III, apenas.
· Apenas III.
· I e III, apenas.
Sua resposta
Apenas I.
As revoluções burguesas são um rompimento com a ordem social, política e econômica vigente. No entanto, elas não implicam na mudança de um regime político para o outro. A Revolução Inglesa, por exemplo, deu mais poderes a burguesia, mas a monarquia foi mantida como regime político na Inglaterra. Velhos agentes são afastados. Alguns permanecem no poder, mas há um rompimento com a ordem política, pois o clero é afastado e já não exerce poder sob a escolha do governante. Em termos econômicos, a ruptura com a ordem econômica anterior é mais drástica. Para que o capitalismo possa efetivamente ser implantado, há a necessidade de introdução de uma nova racionalidade econômica, que constitua nos homens o espírito do capitalismo.
Questão 10
Sem resposta
As revoluções burguesas são um marco no desenvolvimento do capitalismo. Elas representam a ruptura com a estrutura social feudal, com alta participação da nobreza e do clero na condução do Estado, e a ascensão de uma nova classe ao poder, em conjunto com uma nova racionalidade.
São Revoluções Burguesas:
I – Revolução Inglesa
II – Revolução de 1930
III – Revolução Americana
IV – Revolução Francesa
Estão corretas:
· Apenas I.
· Apenas II.
· Apenas I e III.
· Apenas I, III e IV.
· Apenas a IV.
Sua resposta
Apenas I, III e IV.
As revoluções burguesas marcaram a introdução de uma nova racionalidade nos estados europeus e americanos. Elas representaram a introdução da razão na gerência do Estado, com o rompimento com os valores feudais e o afastamento do poder do Estado do sagrado. A Revolução Inglesa, a Revolução Americana e a Revolução Francesa são exemplos de revoluções burguesas e marcam definitivamente a entrada da sociedade na Idade Moderna. No caso da Revolução Americana, apesar de não haver o rompimento com os valores feudais, há a mudança na condição do Estado, que passa a ser independente da metrópole inglesa. Hannah Arendt, em Da Revolução, aponta que essas revoluções, em especial a francesa e a americana também tinham por objetivo a liberdade.