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Prévia do material em texto

Perícia Contábil 
e Arbitragem
Tipos de Perícias
Produção: Gerência de Desenho Educacional - NEAD
Desenvolvimento do material: Andreia Marques Maciel de Carvalho
1ª Edição
Copyright © 2020, Unigranrio
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por 
qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, 
por escrito, da Unigranrio.
Núcleo de Educação a Distância 
www.unigranrio.com.br
Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160 
25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ
Reitor
Arody Cordeiro Herdy
Pró-Reitoria de Programas de Pós-Graduação
Nara Pires
Pró-Reitoria de Programas de Graduação
Lívia Maria Figueiredo Lacerda
Pró-Reitoria Administrativa e Comunitária
Carlos de Oliveira Varella
Núcleo de Educação a Distância (NEAD)
Márcia Loch
Sumário
Tipos de Perícias
Para Início de Conversa... ............................................................................... 4
Objetivo ......................................................................................................... 4
1. Resolução CFC no 858, de 21/10/1999 – Tipos de Perícias. ........ 5
2. Perícia Judicial e Extrajudicial ................................................................. 7
3. Elementos Materiais de Exame Pericial ............................................... 11
Referências ......................................................................................................... 15
Perícia Contábil e Arbitragem 3
Para Início de Conversa...
As perícias possuem distinções umas das outras, daí surge uma 
classificação para elas. O Conselho Federal de Contabilidade as classifica 
em dois ambientes: judicial e extrajudicial, sendo que elas podem ser 
distribuídas quanto ao seu ambiente de atuação em judicial, semijudicial, 
extrajudicial e arbitral.
Dessa forma, a divisão por possibilitar a observação das características 
e do modo de atuar no trabalho do perito, ambos serão abordados no 
decorrer do capítulo.
Assim, pode-se colocar que o trabalho do perito se enquadra como um 
trabalho de pesquisa de ordem prática e, possui uma metodologia de 
trabalho, ou mesmo um passo a passo a ser seguido, encaminhando o 
trabalho de perícia a alcançar a eficiência.
Objetivo
Identificar os tipos de perícias existentes.
Perícia Contábil e Arbitragem 4
1. Resolução CFC no 858, de 21/10/1999 – 
Tipos de Perícias.
Em sede de perícia contábil, às normas emanadas do Conselho Federal 
de Contabilidade como a Norma Brasileira de Contabilidade Profissionais 
do Perito (NBC PP01, NBC PP02) e a Norma Brasileira de Contabilidade 
Técnica de Perícia Contábil (NBC TP01 (R1)), foram atualizadas conforme 
alteração do Novo Código de Processo Civil - NCPC (Lei n.º 13.105/2015). 
Sendo essas as normas que disciplinam a Perícia Contábil. O Conselho 
Federal de Contabilidade utilizou-se de sua prerrogativa para definir, no 
item 2 da NBC TP 01 (R1):
‘‘ A perícia contábil é o conjunto de procedimentos técnico-científicos destinados 
a levar à instância decisória elementos de prova necessários a subsidiar a justa 
solução do litígio ou constatação de fato, mediante laudo pericial contábil e/ou 
parecer pericial contábil, em conformidade com as normas jurídicas e profissionais 
e com a legislação específica no que for pertinente. ’’
Conforme expressa Ornelas (2008, p.33), a perícia contábil “inscreve-se 
em um dos gêneros de prova pericial, ou seja, é uma das provas técnicas 
à disposição das pessoas naturais ou jurídicas, servindo como meio 
de provas de determinados fatos contábeis ou de questões contábeis 
controvertidas”. O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) editou a NBC 
TP 01 (R1) (Diário Oficial da União de 27/03/2020), que dá nova redação 
às normas relativas à execução de perícias contábeis, respectivamente, 
ficando revogada, a partir da mesma data, a Resolução CFC 1.243/09.
‘‘ Estabelece regras e procedimentos técnico-científicos a serem observados pelo 
perito, quando da realização de perícia contábil, no âmbito judicial, extrajudicial, 
inclusive arbitral, mediante o esclarecimento dos aspectos e dos fatos do litígio 
por meio de exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento, mensuração, 
avaliação e certificação. ’’
Compreende-se, que a perícia contábil é a 
maneira de se demonstrar, por meio 
de laudo pericial, a verdade de 
fatos ocorridos e contestados 
por interessados, para o que se 
faz obrigatória à realização 
de procedimentos técnicos 
contábeis, buscando o 
equilíbrio para estabelecer 
uma posição justa, 
permitindo ao magistrado 
os elementos de convicção 
necessários para decretar a 
sua sentença.
Figura 1: Perícia Contábil. 
Fonte: Dreamstime. 
Perícia Contábil e Arbitragem 5
Corroborando com o conceito acima, Sá (2011) afirma que a Perícia 
Contábil tem como objetivo verificar os fatos ligados ao patrimônio 
individualizado visando oferecer opinião, mediante questão proposta, 
realizando exames, vistorias, indagações, investigações, avaliações, 
arbitramentos, e qualquer procedimento necessário para formar opinião 
sobre o fato.
Vale ressaltar que a Perícia Contábil é uma função privativa dos 
contadores, é a forma de demonstrar, por meio de trabalho especializado, 
materializado em relatórios periciais contábeis (laudo ou parecer), a 
verdade dos fatos.
Sendo assim, a perícia contábil examina fatos ligados ao patrimônio 
de pessoas físicas e jurídicas, buscando opinião correta para afirmar 
irregularidade ou regularidade da situação proposta. A Perícia Contábil é 
indispensável para elucidar processos estando à disposição das pessoas 
e servindo como meio de prova de determinados fatos contábeis.
A perícia contábil tem tipologias distintas, identificáveis e definíveis 
conforme os ambientes nos quais é solicitada a atuar. Dessa forma, 
distingue a perícia contábil em quatro tipos, cada qual representando um 
ambiente de atuação, onde se delinearam as características intrínsecas 
e os determinantes tecnológicos da perícia: perícia judicial; perícia 
semijudicial; perícia extrajudicial e perícia arbitral (ALBERTO, 2002).
No mesmo sentido, Simões (2012) traz que a Perícia Contábil se classifica 
de acordo com seu universo de atuação em quatro naturezas: judicial, 
semijudicial, extrajudicial e arbitral.
Ainda segundo Sá (2011, p.64), o ciclo da Perícia Contábil Judicial 
compõe-se de três fases: Preliminar, Operacional e Final. 
Fase Preliminar: 
a. A perícia é requerida ao juiz pela parte interessada; 
b. o juiz defere a perícia e escolhe o perito; 
c. as partes formulam quesitos e indicam seus assistentes; 
d. os peritos são cientificados da indicação; e) os peritos propõem 
honorários e requerem depósitos; 
e. o juiz estabelece prazo, local e hora para o início. 
Fase Operacional: 
a. Início da perícia e diligências; 
b. curso do trabalho; 
c. elaboração do laudo. 
Perícia Contábil e Arbitragem 6
Fase Final: 
a. Assinatura do laudo; 
b. entrega do laudo; 
c. levantamento dos honorários; 
d. esclarecimentos (se requeridos).
No próximo tópico, serão abordados os tipos de perícia existentes.
2. Perícia Judicial e Extrajudicial
Os tipos de perícia se classificam em: judicial, extrajudicial, 
semijudicial e arbitral, vejamos como cada uma funciona:
 ▪ Perícia judicial: É exercida sob a tutela do Poder 
Judiciário (Norma Brasileira de Contabilidade 
TP 01, editada em 27/03/2020, item 5) e deve 
obedecer às regras legais específicas. A perícia 
judicial ainda se divide em duas formas, 
segundo a sua finalidade apontada pelo 
processo judicial, à prova ou arbitramento.
Figura 2: Perícia Judicial. Fonte: Dreamstime. 
Para Sá (2011), a “perícia contábil judicial é a que visa servir de prova, 
esclarecendo o juiz sobre assuntos em litígio que merecem seu 
julgamento, objetivando fatos relativos ao patrimônio aziendal ou de 
pessoas”.
Segundo Hoog (2007), a perícia judicial é o ato realizado no âmbito da 
Justiça por profissional de nível superior nomeado pelo Magistrado. O 
autortrata do perito-contador judicial como um profissional de nível 
superior, especializado em matéria fisco-contábil, revelando atos e fatos 
entranhados no patrimônio.
Figueiredo (1999) define que perícia judicial é aquela em que as partes 
recorrem ao judiciário como intermediador e julgador dos interesses 
econômicos ou financeiros com apoio de profissionais devidamente 
habilitados e com profundo conhecimento no assunto do litígio.
Na compreensão de Lourenço (2008), a perícia judicial necessita de 
procedimentos e meios legais para junção aos autos para se valer de 
prova técnica que convalide a questão.
Ainda, segundo Sá (1997, p.63), o ciclo da perícia contábil judicial 
compõe-se de três fases:
‘‘ Fase preliminar: a perícia é requerida ao juiz pela parte interessada, o juiz defere a 
perícia e escolhe o perito, as partes formulam quesitos e indicam seus assistentes, 
os peritos são cientificados da indicação, os peritos propõem honorários e 
Perícia Contábil e Arbitragem 7
requerem depósitos, o juiz estabelece prazo, local e hora para o início; fase 
operacional: início da perícia e diligências, curso do trabalho, elaboração do 
laudo; e fase final: assinatura do laudo, entrega do laudo, levantamento dos 
honorários, esclarecimentos (se requeridos). Em todas as fases, existem prazos e 
formalidades a serem cumpridas. ’’
A perícia judicial se motiva no fato do juiz depender do conhecimento 
técnico ou especializado de um profissional para poder decidir. A 
perícia contábil judicial é aquela que tem origem na necessidade do 
magistrado, em esclarecer fatos contidos no processo, o que necessita de 
um especialista, para esclarecer e chegar-se a uma decisão. Ela poderá 
ser solicitada pelo juiz ou por uma das partes. Quando é uma das partes 
que acha necessário uma perícia, o interessado dirige-se ao juiz e, caso 
este considere realmente necessário, nomeia um perito (SOUZA, 2008). 
As principais perícias contábeis judiciais acontecem:
 ▪ Nas Varas Cíveis: Prestação de contas, avaliações patrimoniais, 
litígios entre sócios, indenizações, avaliação de fundos de comércio, 
renovatórias de locação, e outros.
 ▪ Nas Varas Criminais: Fraudes e vícios contábeis, adulterações de 
lançamentos e registros, desfalques, apropriações indébitas, dentre 
outros.
 ▪ Nas Varas de Família: Avaliação de pensões alimentícias, avaliações 
patrimoniais, e outros.
 ▪ Nas Varas de Órfãos e Sucessões: Apuração de haveres, prestação de 
contas de inventariantes, dentre outros.
 ▪ Na Justiça do Trabalho: Indenizações de diversas modalidades, litígios 
entre empregados e empregadores de diversas espécies.
 ▪ Nas Varas de Falência e Concordatas: perícias falimentares em geral.
 ▪ Nas Varas de Fazenda Pública, Federal ou Estadual: Dívidas em órgãos 
públicos ou questionamento sobre tributos (SOUZA, 2008).
Perícia judicial nada mais é do que a produção de provas com a 
finalidade de pesquisar e informar a verdade sobre determinados fatos 
por meio de laudos. Estes laudos são emitidos pelo Perito Judicial que 
é um profissional detentor do diploma de nível superior ou munido de 
conhecimento técnico, científico ou artístico. Normalmente, o perito é 
chamado pela Justiça para fornecer o seu parecer técnico sobre processos 
judiciais dos mais diversos tipos: pessoas físicas, jurídicas, órgãos 
públicos etc.
Perícia extrajudicial: A perícia extrajudicial é exercida no âmbito arbitral, 
estatal (são executadas sob o controle de órgãos de Estado) ou voluntária 
(é contratada, espontaneamente, pelo interessado ou de comum acordo 
entre as partes) (Norma Brasileira de Contabilidade TP 01 (R1), editada 
em 27/03/2020 item 5). São subdivididas em:
a. Demonstrativas: Mostrar a veracidade ou não do fato.
Perícia Contábil e Arbitragem 8
b. Discriminativas: Levantar os termos justos do fato em que dúvida 
do quantum.
c. Comprovativas: Comprovar fraudes, desvios, simulações etc.
Essa espécie de perícia trata de assuntos de pessoas físicas ou jurídicas, 
que tenham questões controversas e que dependem ou requeiram uma 
opinião técnica, emitida por um profissional de reconhecida competência, 
para sanar suas discórdias (ZANNA, 2011).
Para Lourenço (2008), a perícia extrajudicial (também chamada de 
especial), desenvolve-se fora do judiciário pela necessidade das partes 
(em litígio ou não), sendo livremente contratada.
A perícia extrajudicial é aplicada nas situações, em que é dispensável, a 
presença do Estado, pelo Poder Judiciário. É ajustada por acordo entre 
as partes, que se comprometem a aceitar o resultado apresentado pelo 
perito, o qual, em regra geral, contando com confiança recíproca, dispensa 
a contratação do assistente técnico. 
É um procedimento mais rápido e menos oneroso que a judicial. 
Desentendendo-se as partes quanto à conclusão apresentada, pelo perito 
e havendo necessidade de recorrer ao Judiciário, a perícia extrajudicial 
não terá validade em Juízo, que nomeará um expert da sua confiança. 
A perícia extrajudicial é a verificação de fatos ligados ao patrimônio 
individualizado visando oferecer opinião/parecer, mediante questão 
proposta pelo interessado na perícia. As áreas de atuação com maior 
concentração são as avaliações patrimoniais, incorporações, fusões, 
aquisições e as avaliações do fundo de comércio.
 ▪ Perícia semijudicial: Para Sá (2011), a perícia semijudicial é realizada 
dentro do aparato institucional do Estado, mas 
externo ao Poder Judiciário. Sua finalidade 
é de ser prova nos ordenamentos 
institucionais. É a perícia realizada 
dentro do aparato institucional 
do Estado, entretanto, estando 
fora do Poder Judiciário. 
Costumam-se essas perícias 
são realizadas pelas 
autoridades policiais. Estas 
perícias poderão fazer 
parte, se necessário for, de 
um processo judicial
Figura 3: Polícia e perícia. 
Fonte: Dreamstime. 
Perícia Contábil e Arbitragem 9
Esta espécie de perícia subdivide-se, de acordo com os órgãos estaduais 
atuantes, em policial (nos inquéritos), parlamentar (nas comissões 
parlamentares de inquérito ou especiais) e administrativo-tributária (na 
esfera da administração pública tributária ou conselhos de contribuintes) 
(ALBERTO, 2007, p. 39).
De acordo com Muller, Antonik e Ferreira Jr. (2007), a perícia semijudicial 
é a realizada no meio estatal, por autoridades policiais, parlamentares 
ou administrativas, por estarem sujeitas a regras legais e regimentais, 
sendo semelhante à perícia judicial.
 ▪ Perícia arbitral: É aquela realizada no juízo arbitral, instância decisória 
criada pela vontade das partes, tem característica especialíssima de 
atuar parcialmente como se fosse judicial e extrajudicial – Tribunais 
de Mediação e Arbitragem. A perícia arbitral é desempenhada sob 
o controle da lei de arbitragem (Norma Brasileira de Contabilidade 
TP 01 (R1), editada em 27/03/2020, item 5). Quando for realizada no 
âmbito de instância decisória criada pelas partes envolvidas e não 
se enquadram nos tipos anteriormente descritos. Pode ser probante 
quando sua finalidade é ser prova na decisão, ou pode ser decisória 
quando seu produto é a própria arbitragem da controvérsia. A 
arbitragem é uma opção facultativa, contudo, a partir do momento 
em que a opção pela arbitragem for definida, ambas as partes 
estarão obrigadas a cumprir a opção e o pactuado, não podendo 
posteriormente vir a propor ação judicial que conteste aquilo que foi 
decidido por meio da arbitragem. 
A cláusula compromissória de arbitragem faz lei entre as partes e é 
irrenunciável. A cláusula compromissória dispensa a homologação da 
sentença arbitral por um magistrado ou autoridade judicial (HOOG, 
2010). Na visão de Alberto (2002, p.53), perícia arbitral é aquela perícia 
realizada no juízo arbitral da instância decisória, criada pela vontade 
das partes, não sendo classificável em nenhuma das anteriores por suas 
características especialíssimas de atuar parcialmente como se judicial e 
extrajudicial.
No entendimento de Figueiredo (1999): “Alguns profissionais começam adefinir a perícia arbitral como perícia semijudicial, pois, é realizada fora 
do aparato institucional do Estado, mas é considerada como se judicial 
fosse, pois, se destina a funcionar como meio de prova no juízo arbitral”.
Para Lourenço (2008, p.45): “Arbitragem é um método alternativo de 
solução, isto é, um processo usado para solucionar um litígio entre 
partes em conflito, cujo julgamento, as partes anteriormente confessam 
submeterem-se”.
Segundo Alberto (2002, p.54) é aquela realizada por um perito, e que, 
embora não seja judicialmente determinada, tem valor de perícia 
judicial, mas natureza extrajudicial, pois as partes litigantes escolhem as 
regras que serão aplicadas na arbitragem. Caldeira (2010) assim define a 
perícia arbitral:
Perícia Contábil e Arbitragem 10
‘‘ Perícia arbitral e realizada no juízo arbitral, instância decisória criada pela 
vontade das partes, não sendo enquadrável em nenhuma das anteriores por suas 
características especialíssimas de atuar parcialmente como se fosse judicial e 
parcialmente como se fosse extrajudicial. ’’ 
Femenick (2010) divide a perícia arbitral em Probante – quando tem por 
objetivo funcionar como meio de prova no juízo arbitral, como maneira 
de oferecer convicção ao árbitro e em Decisória – quando a própria prova 
pericial funciona como árbitro da controvérsia.
A perícia arbitral, ou arbitragem, é inclusive normatizada pela Lei 9.307, 
de 23 de setembro de 1996 que dispõe sobre o árbitro, o processo e a 
sentença e a sua validade.
3. Elementos Materiais de Exame Pericial
A perícia é um meio instrumental, técnico-opinativo fundamental e 
alicerçador da sentença, usado pelo órgão judiciário para a composição 
de um litígio cujo escopo final é a declaração da existência ou 
inexistência do direito ajuizado.
Dessa forma, justifica-se a efetivação da perícia, quando há a exigência 
da emissão de uma opinião especializada sobre um fato, relacionado à 
participação de uma pessoa que tenha conhecimento técnico-específico.
É uma pesquisa técnico-científica ou artística, ordenando conhecimentos 
altamente especializados.
Tais conhecimentos são decompostos em um juízo de valor sobre o fato 
observado, formando a opinião técnica. Daí a denominação técnico-
científica.
Embora o julgador não esteja atrelado ao resultado da perícia e, por isso, 
mesmo, podendo rejeitar suas conclusões, somente poderá fazê-lo em 
duas hipóteses: por erro ou dolo dos “experts”.
Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente 
o que examinaram, e responderão aos quesitos formulados.
Assim, os peritos registrarão, no laudo, as alterações do estado das 
coisas e discutirão, no relatório, as consequências dessas alterações na 
dinâmica dos fatos.
A finalidade da perícia é resolver questões contábeis originárias de 
controvérsias duvidosas, principalmente quando atingem o patrimônio 
das empresas, e apoiam-se em falsificação, alterações de documentos 
contábeis, nos registros de operações fictícias, atraso na escrituração 
fiscal etc., e ainda em outros casos específicos, determinados ou 
previstos em lei.
Perícia Contábil e Arbitragem 11
Devemos observar que a perícia pode ser subdivida em duas partes 
distintas:
1ª) A narração dos fatos, que poderão ou deverão, conforme o caso, ser 
constatados pelo perito, por determinação e tendo em vista a sua 
função.
2ª). O raciocínio do perito, que tendo em vista seu conhecimento técnico 
ou científico será erigido (construído) sobre fatos, por ele mesmo 
constatados, ou não, conforme a hipótese.
A perícia contábil é uma especialização da própria contabilidade, 
portanto, utiliza-se de todas as técnicas oferecidas por essa ciência; 
consequentemente, o campo de aplicação empregado é o mesmo.
O exame pericial abrange as seguintes questões:
Exames de escritas.
Peritagens simples.
Peritagens complexas.
Exames de serviços públicos.
Fraudes.
Figura 4: O que envolve o exame pericial. Fonte: Dreamstime.
D’Áuria (apud SILVA, 1994) salienta que: A peritagem surgiu exatamente 
porque as pessoas interessadas e as autoridades judiciais não possuem e 
não são obrigadas a possuir conhecimentos que escapam ao seu mister 
e aos seus próprios conhecimentos.
O perito é um técnico especializado em determinada matéria que 
esclarece os leigos acerca de determinada matéria. É por isso que, ao 
perito, se confia tarefa graduada na sua competência técnica. 
A NBC TP 01 (R1) afirma que os procedimentos de perícia contábil visam 
fundamentar as conclusões que serão levadas ao laudo pericial contábil ou 
parecer pericial contábil. Essas conclusões abrangem, total ou parcialmente, 
segundo a natureza e a complexidade da matéria: exame, vistoria, indagação, 
investigação, arbitramento, mensuração, avaliação e certificação.
De acordo com a NBC T 13, as diferenças são somente em relação ao 
laudo pericial contábil e ao parecer pericial contábil, antes, eram 
somente ao laudo. Fundamentam, também, a mensuração, que antes não 
era citada.
A NBC T 13 diz que o exame é a análise de livros e documentos, sendo 
acrescentado na NBC TP 01 (R1) os registros de transações.
 ▪ Quanto à vistoria, as duas normas são iguais: a vistoria é a diligência 
que objetiva a verificação e a constatação de situação, coisa ou fato, 
de forma circunstancial.
Perícia Contábil e Arbitragem 12
 ▪ A indagação é a busca de informações mediante entrevista com 
conhecedores do objeto ou fato relacionado à perícia. Nesse trecho, a 
NBC TP 01 (R1) acrescenta o fato relacionado à perícia na indagação.
 ▪ Quanto à investigação, o conteúdo é o mesmo, diferenciando-se 
somente em relação à nomenclatura do laudo, pois a nova norma se 
define como laudo pericial contábil ou parecer pericial contábil, não 
somente laudo. A investigação é a pesquisa que busca trazer ao laudo 
pericial contábil ou parecer pericial contábil o que está oculto por 
quaisquer circunstâncias.
 ▪ O arbitramento é a determinação de valores ou a solução de controvérsia 
por critério técnico. Nesse trecho, as duas normas são iguais.
 ▪ Na NBC TP 01 (R1), é descrita a mensuração, anteriormente não citada 
na NBC T 13: A mensuração é o ato de qualificação e quantificação 
física de coisas, bens, direitos e obrigações.
 ▪ Na avaliação, as duas normas são idênticas: é o ato de estabelecer o 
valor de coisas, bens, direitos, obrigações, despesas e receitas.
 ▪ Na certificação, embora não haja muitas mudanças nas palavras, o 
sentido é modificado. A certificação é a informação trazida ao laudo 
pelo perito contábil, conferindo-lhe caráter de autenticidade pela fé 
pública atribuída ao profissional, isso na NBC T 13, já na NBC TP 01 
(R1), a certificação é o ato de atestar a informação trazida ao laudo 
pericial contábil pelo perito-contador, conferindo-lhe caráter de 
autenticidade pela fé pública atribuída a este profissional, na primeira 
é a informação; já na segunda, é o ato de atestar a informação.
Conforme apresentado, a Prova Pericial é um dos meios de provas 
admitidos em nosso ordenamento jurídico e representa um método 
adequado para comprovação de fatos que requerem conhecimentos 
técnicos e profissionais especializados. Segundo o CPC, em seu art. 464, 
são três as modalidades ou tipos de prova pericial, a saber:
Análise ou observação 
de pessoas, animais ou 
coisas, com o objetivo 
de extrair informações. 
O perito contador 
examinar· o Livro 
Razão de uma empresa 
para obter o saldo da 
conta Mercadorias.
Análise de bens 
imóveis ou coisa in 
loco, com o objetivo 
de verificar se há· 
dano ou avaria. O 
perito engenheiro ir· 
vistoriar determinada 
edificação, após um 
desmoronamento.
Atribuí-lo ou verificação 
de valor a alguma coisa, 
obrigação ou bem. O 
perito contador avalia 
o estoque de produtos 
acabados de uma empresa. 
O perito na área financeira 
avalia o valor atualizado 
do saldo devedor de um 
financiamento.
Exame AvaliaçãoVistoria
Figura 5: As modalidades ou tipos de prova pericial. Fonte: Dreamstime.
Perícia Contábil e Arbitragem13
As provas periciais são divididas em modalidades, a fim de se ter um 
melhor planejamento na formulação da mesma.
De acordo com Ornelas (2000, p.32): “As provas produzidas com a 
interveniência de perito são qualificadas pelo Código de Processo Civil 
como prova pericial, dividida em procedimentos: (a) exame; (b) vistoria; 
(c) arbitramento; (d) avaliação”.
1. O exame pericial envolve a inspeção de pessoas ou coisa com o 
objetivo de verificar determinados fatos relacionados com o objetivo 
da lide.
2. A vistoria pericial é o trabalho desenvolvido pelo perito para 
constatar in loco o estado ou a situação de determinada coisa, 
geralmente, imóveis.
3. O arbitramento consiste na fixação de valor, determinado pelo perito 
para coisas, direitos ou obrigações. É a estimação do valor em moeda.
4. A avaliação tem por finalidade a fixação de valor “recebendo essa 
denominação quando feita em inventário, partilhas ou processos 
administrativos e nas execuções para estimação do valor da coisa a 
partilhar, ou penhorada”.
Santos, Schmidt e Gomes (2006, p.102): “Exame, vistoria, indagação, 
investigação, arbitramento, mensuração, avaliação, certificação”. De 
acordo com o exposto, são quatro os procedimentos de prova pericial, 
em que o perito verifica qual procedimento vai utilizar, pois esse 
planejamento na hora de formular a prova irá variar caso a caso, segundo 
Neste capítulo, vimos que a perícia contábil é composta por 
procedimentos que visam à obtenção da verdade dos fatos, sendo assim, 
pode-se verificar que, para tal, é necessária a apresentação de provas 
que irão embasar a decisão judicial. 
Aprendemos que a atuação do perito nos processos judiciais é de grande 
importância, visto que os magistrados não possuem conhecimento 
técnico-científico sobre todas as áreas em que divergem as partes, sendo 
necessária a atuação de um especialista no assunto, no caso, o perito, 
para garantir que os fatos sejam avaliados de forma confiável, verificando 
ainda a importância do profissional agir com plena consciência de seus 
direitos, deveres e penalidades a que está sujeito. 
Assim, para embasar a perícia, podem ser utilizados diferentes meios 
de prova, como documentos, testemunhas, pareceres técnicos, cálculos, 
entre outras. No entanto, a pesquisa apresenta que as mais utilizadas 
são as provas documentais e testemunhais.
Perícia Contábil e Arbitragem 14
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	1. Resolução CFC no 858, de 21/10/1999 – Tipos de Perícias.
	2. Perícia Judicial e Extrajudicial
	3. Elementos Materiais de Exame Pericial
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