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Monografia - Eric Cunha (UPE) 1

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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO
Escola Politécnica de Pernambuco
Coordenação Setorial de Pós-graduação e Pesquisa
ERIC BATISTA DA CUNHA
ANÁLISE DOS RISCOS OCUPACIONAIS NA ATIVIDADE DE VARRIÇÃO PÚBLICA COM ENFÂSE NOS AGENTES BIOLÓGICOS
Projeto de pesquisa apresentada ao coordenador do Curso Professor Dr. Beda Barkokebas	, da Escola Politécnica de Pernambuco da Universidade de Pernambuco como elemento necessário para elaboração da monografia.
Aluno da turma de 2020.
Recife, PE
2022
RESUMO
Na sociedade o lixo é um problema de saúde pública que afeta várias cidades do pais. Com o crescente consumo ocorre o aumento na produção de resíduos sólidos e as consequências disso são: acúmulo de lixo nas ruas, degradação dos recursos naturais, diminuição da qualidade de vida e comprometimento da saúde e segurança dos profissionais que trabalham e manuseiam tais resíduos, pois os aspectos como os agentes biológicos, químicos, físicos e a questão dos acidentes podem causar doenças e acidentes de trabalho. Esta análise tem como objetivo geral verificar que a atividade de varrição pública e outros serviços como limpeza urbana, saneamento, conservação, higienização e o manejo dos resíduos sólidos e dos agentes biológicos não represente um risco ocupacional para os trabalhadores além de identificar e avaliar os riscos ocupacionais em uma empresa que coleta e faz destinação final de resíduos sólidos na região metropolitana da cidade de Recife , tendo em vista as questões de saúde e segurança dos trabalhadores envolvidos nas tarefas com agentes biológicos, químicos e físicos como também com os materiais perigosos e infectantes. A metodologia utilizada será o método de pesquisa descritiva, baseada no levantamento de dados secundários qualitativos e quantitativos, a partir de bibliografia nacional e internacional onde tais pesquisas foram realizadas em artigos publicados em periódicos, por meio de sites como Google acadêmico, Bireme, Scielo, PubMed e Lilacs, utilizando-se as palavras-chave, em diferentes combinações: varredores de rua, resíduos e dejetos, agentes biológicos, riscos e doenças ocupacionais, enfocando o período 2000–2021, a partir da promulgação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Serão analisadas também dissertações, monografias, normas regulamentadoras e as normativas federais referentes a temática, como a versão preliminar da Política Nacional de Resíduos Sólidos e os Planos Plurianuais da União. Na análise também será abordada uma conversa direta com os varredores públicos de resíduos sólidos que atuam em uma empresa terceirizada, a Prisma Engenharia da cidade de Moreno na RMR. Para a produção de dados, será utilizada uma entrevista semiestruturada, realizada individualmente com cada varredor, como também será realizada uma pesquisa de campo, além da verificação do conteúdo dos sacos de lixo após a atividade de varrição e da coleta de informações com a médica do trabalho da empresa que realiza o atendimento ambulatorial com os trabalhadores que foram expostos aos agentes biológicos durante a atividade profissional. Para analisar os dados, utilizaremos a técnica de análise de conteúdo, o que resultará nas categorias a serem analisadas como por exemplo: resíduos biológicos como animais mortos de pequeno porte, matéria orgânica como resto de comida, materiais perfuro cortantes como vidros, agulhas, metais e ferro, papel e papelão. Também será verificado se a empresa responsável pela terceirização da atividade de varrição na cidade fornece EPI´s, vestuário e calçados apropriados e em conformidade para a realização do trabalho, assim como, se realiza treinamentos e educação continuada
02
01
Palavras-chave: Varredores de rua. Resíduos e dejetos. Agentes biológicos. Riscos e doenças	ocupacionais.
ABSTRACT
In every society, garbage is a public health problem that affects several cities in the whole country. The growing consumption increases production of solid waste and the consequences of this growth are: accumulation of garbage in the streets, degradation of natural resources, lowering quality of life and compromised health and safety of professionals who work and handle such waste. Besides, other aspects such as biological, chemical, and physical agents as well as accidents can cause illnesses This analysis has as its general objective verifying that the activity of public sweeping and other services such as urban cleaning, sanitation, conservation, and the management of solid waste and biological agents does not represent an occupational risk for workers, in addition to identifying and evaluating the risks in a company that collects and disposes of solid waste in the metropolitan area of Recife, in view of the health and safety issues of workers involved in tasks with biological, chemical and physical agents as well as hazardous and infectious materials . The methodology used will be the descriptive research method, based on the survey of secondary qualitative and quantitative data from national and international bibliography where such research was carried out based on articles published in journals, through websites such as Google Academic, Bireme, Scielo, PubMed and Lilacs, using the keywords, in different combinations: street sweepers, waste and waste, biological agents, occupational hazards and diseases, focusing on the period 2000-2021, from the promulgation of the National Solid Waste Policy ( PNRS). Dissertations, monographs, regulatory norms and federal norms related to the subject will also be analyzed, such as the preliminary version of the National Policy on Solid Waste and the Union's Multiannual Plans. A talk with street cleaners who work for an outsourced company, Prisma Engenharia, in Moreno (a city near Recife), will also be used as data source. Besides, a semi-structured interview will be individually carried out with each sweeper, as well as field research, in addition to checking the contents of the garbage bags after the sweeping activity. In addition, medical information will be collected from the occupational physician of the company that performs outpatient care with workers who were exposed to biological agents during their professional activity. To analyze the data, we will use the content analysis technique, which will result in the categories to be analyzed, such as: biological waste such as small dead animals, organic substances such as food waste, sharp perforation materials such as glass, needles, metal and iron, paper and cardboard. It will also be verified if the company responsible for outsourcing the sweeping activity in the city provides PPE, appropriate clothing and shoes for the work, as well as continuing education and training
Keywords: Street sweepers. Waste and residue. Biological agents. Occupational risks and diseases.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	13
JUSTIFICATIVA	15
Objetivos e metas	22
Objetivo geral	40
1.3.2 Objetivos específicos	45
SERVIÇOS DE VARRIÇÃO PÚBLICA	23
Geração dos resíduos sólidos através aumento do consumo e do crescimento urbano	24
Resíduos sólidos urbanos	25
Características dos resíduos urbanos	26
Evolução histórica da atividade de varrição dos resíduos urbanos	58
Varredores de resíduos urbanos	60
ASPECTOS LEGAIS REFERENTES À SST PARA OS VARREDORES PÚBLICOS.	67
METODOLOGIA	70
RESULTADOS ESPERADOS.................................................................................	56
CONCLUSÃO	34
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	45
1. INTRODUÇÃO
O aumento na quantidade produzida de resíduos sólidos urbanos é atribuído principalmente nas grandes capitais ao exagerado consumo de produtos processados e industrializados e pelo constante surgimento de novos materiais e embalagens descartáveis, ocasionando assim um dos maiores problemas da sociedade atual (ABEQ 2001). A Gestão dos Resíduos Sólidos (GRS) se tornou um desafio para os gestores públicos, principalmente para os municipais.
O município tem a responsabilidade pelo manejo dos resíduos sólidos urbanos, sejam aqueles provenientes de residências ou qualquer outraatividade que gere resíduos, bem como os resíduos originados da varrição e da limpeza pública urbana. De acordo com Carvalho Júnior (2013), resíduo são considerados indicadores econômicos de melhora na renda média, no aumento do consumo e na qualidade de vida das famílias evidenciando por sua vez, do que se alimentam, consomem e vivem.
Com o aumento do número de cidades a partir do momento que o homem passou a viver em comunidades e com o crescimento desordenado das indústrias houve como consequência problemas como, por exemplo, o aumento da produção dos resíduos, o que gerou o acúmulo em condições inadequadas. E esses acúmulos não só aconteceu a céu aberto, como também em terrenos desocupados e baldios o que veio a contaminar o lençol freático e as mananciais de rios, lagos e também o mar. (SANTOS, 2009).
Tais consequências evidenciam problemas não só no aumento da quantidade de resíduos mais também na eficácia do sistema de coleta, da falta de orientação e educação da população para a realização da coleta seletiva, da falta de espaços destinados para o descarte apropriado como aterros e de processos de incineração, ocasionando assim, a degradação dos espaços públicos, poluição e problemas relacionados a doenças e a saúde pública em geral.
Dessa forma, de acordo com o Instituto Brasileiro do Consumidor – IDEC (2001), o acúmulo e a disposição inadequada dos resíduos causam problemas e um dos principais referem-se a degradação do meio ambiente e à saúde pública. E esses resíduos sólidos urbanos quando acumulados constantemente no meio ambiente causa o surgimento, presença e proliferação de roedores e animais transmissores de doenças como insetos, moscas, baratas e pernilongos.
E dentro desse cenário existe um grupo de profissionais que são responsáveis pela varrição, que são os varredores de rua. Com isso, Graudenz (2009), reforça que esses trabalhadores de limpeza pública estão mais susceptíveis ao desenvolvimento de algumas doenças, como infecções respiratórias, dermatites, diarreias, leptospirose entre outras. E que tais denominações referem-se aos colaboradores da limpeza que trabalha de forma exclusiva com o lixo, sendo eles os responsáveis, portanto pela limpeza das vias públicas. Além da limpeza esses profissionais aleatoriamente executam outros serviços como o recolhimento do lixo urbano domiciliar, realizam o carregamento e descarregamento dos caminhões de lixo, coleta dos logradouros públicos e outras atividades envolvendo manutenção e conservação urbana.
Mesmo que a sociedade reconheça a importância desses procedimentos que envolvem a varrição e a limpeza urbana para as cidades, o meio ambiente e para a saúde em geral, este fato não demonstra e nem se traduz em planos de ações efetivos quando relacionados a alterações na qualidade do trabalho, da segurança e salubridade dos profissionais envolvidos na atividade de varrição, limpeza, coleta de lixo e resíduos.
Uma vez que esses trabalhadores são pouco valorizados, mal remunerados e vivem em uma luta constante pelo valor total da porcentagem da taxa de insalubridade (COMLURB, 2009).
Exercendo um trabalho de contato direto todos os dias com agentes biológicos (doenças patológicas, lixo hospitalar e animais transmissores de doenças), químicos (gases, poeiras e substâncias tóxicas), físicos, ergonômicos e acidentes com materiais perfuro cortantes.
Com isso é de fundamental importância da Saúde e Segurança do Trabalho (SST), sempre observando e exigindo medidas de proteção, no sentido de evitar os acidentes, prevenir as doenças ocupacionais e manter a saúde do profissional.
Uma vez que se faz necessário para os varredores o fornecimento, treinamento uso adequado dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI´s), segundo a Norma Regulamentadora (NR – 6). Sabendo que essas três medidas quando em conjunto protege e garante uma maior segurança durante a realização das atividades minimizando o risco consequentemente reduzindo os acidentes.
Para concluir, essa pesquisa tem como objetivo analisar os riscos ocupacionais com ênfase nos agentes biológicos dos trabalhadores da varrição pública da região metropolitana da cidade de Recife.
1.1 Justificativa
A pesquisa justifica – se pelo fato do principal problema encontrado na Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) da Região Metropolitana do Recife (RMR) ser os riscos ocupacionais decorrentes da atividade de varrição pública como também a exposição a agentes biológicos e pelo fato da limpeza urbana está diretamente relacionada a veiculação de doenças, considerando ainda o fato dos trabalhadores exercerem suas atividades profissionais ficando expostos aos perigos ocupacionais causados pelos agentes físicos e biológicos, assim como a problemas ergonômicos e a acidentes, o que pode causar danos à saúde e comprometer a integridade física desses profissionais. E por ser uma atividade muito importante para a coletividade e para a saúde pública, os órgãos responsáveis pela administração deveriam investir mais nesta classe de trabalhadores, promovendo assim a sustentabilidade econômica das operações, preservando o ambiente e a qualidade de vida da população, além de, contribuir para a solução dos aspectos sociais envolvidos com a questão.
Porém de acordo com o boletim epidemiológico da secretaria de vigilância em saúde do ministério da saúde no ano de 2019 foi observado com relação a ocupação que os trabalhadores da limpeza foram uma das principais vítimas dos acidentes de trabalho com 5,9%, representanto um total de 44.824 casos.
42
19
1.2 Objetivos
O objetivo geral desta pesquisa é analisar os riscos ocupacionais com ênfase nos agentes biológicos dos trabalhadores da varrição pública da região metropolitana da cidade de Recife, visando identificar a questão da insalubridade nessa atividade.
1.2.3 Objetivos específicos
· Avaliar o serviço de varrição pública na comunidade;
· Observar o conteúdo dos sacos de lixos ao final da atividade de varrição pública;
· Identificar a percepção dos varredores de resíduos urbanos sobre os riscos ocupacionais;
· Analisar os impactos causados na população devido a precariedade dos serviços de varrição pública;
· Verificar o grau de participação da população nas ações de descarte dos resíduos sólidos;
· Checar se na empresa existe treinamento e educação continuada na prevenção de acidentes e contaminação com agentes biológicos;
· Propor melhorias no sistema de varrição pública e manejo dos resíduos sólidos;
· Aplicar um formulário, visando conhecer a rotina de trabalho.
2. SERVIÇOS DE VARRIÇÃO PÚBLICA
As substâncias consideradas inúteis produzidas pelos seres vivos prejudiciais ao organismo, como a urina, as fezes e os resíduos em decomposição sofrem decomposição natural pela ação de microrganismos. Por décadas se constatou esse cenário no qual as substâncias que não serviam, por se tratarem de restos orgânicos, eram absorvidas pela própria natureza (CUNHA, CAIXETA, 2002).
Com o aumento da urbanização, sendo esta uma das maiores transformações da sociedade, sendo portanto verificada logo após a Revolução Industrial, impulsionou em grande escala a transformação de matérias-primas em produtos acabados, o que influenciou para o crescimento significativo de restos de substâncias que não possuíam mais utilidade, sobrando com isso além das excretas e restos de alimentos outros tipos de materiais processados que passaram a ser descartados e depositados no meio ambiente, conhecidos com inorgânicos (COELHO, 2012).
Tais produtos processados e artificiais que são jogados constante e diariamente na natureza precisam ser assimilados. Por serem desconhecidos dos agentes naturais, ultrapassam os limites de capacidade dos ciclos e dos fluxos de energia, e, portanto, não conseguem ser reciclados pelos decompositores em condições naturais (BELO, 2009). Com isso, o ser humano começou a chamar os restos de substâncias decorrentes das atividades antrópicas como resíduos. Este termo trazido para os resíduos pode ser considerado como uma invenção do homem, já que nos processosda natureza eles não existem (LAZZARI, REIS, 2008).
2.1 Geração dos resíduos sólidos através do aumento do consumo e do crescimento urbano
Visando satisfazer diariamente suas necessidades, o homem através de suas atividades contribui diretamente para a poluição do ar, da terra e das águas e um fator preocupante e considerado o maior de todos, segundo Kumar (2016), responsável por esse impacto ambiental é sem sombras de dúvidas o causado pelo acúmulo dos resíduos sólidos urbanos nos espaços sociais.
Devido ao crescimento populacional nas áreas urbanas com suas respectivas demandas de consumo, é necessário pensar na sustentabilidade das cidades, o que envolve o compartilhamento coletivo dos espaços e dos recursos, garantindo assim uma melhor qualidade de vida para seus habitantes.
Desta forma diversos são os efeitos dos resíduos sólidos das cidades na saúde coletiva e principalmente no meio ambiente e estes são citados por inúmeros autores
evidenciando com isso as limitações, carências e deficiências nos sistemas de coleta e disposição final. Como diz Anjos(; Ferreira 2001), isso se deve também a falta de uma política pública de proteção à saúde dos profissionais que lidam diretamente com esses resíduos, como sendo os principais fatores geradores desses riscos.
Os sistemas de limpeza urbana como são de competência dos municípios, devem afastar os resíduos das comunidades e dar um destino ambiental e sanitário adequado; mesmo sendo uma tarefa difícil, esse assunto é cada vez mais priorizado nos municípios através das gestões públicas.
Esses abrangem diversas atividades que têm como objetivo a conservação da cidade e o bem estar da população de um modo geral e esses serviços estão relacionados entre si e se divide-se em: coleta, transporte, transferência, varrição, combate a vetores, limpeza de fossas, boca de lobos e cemitérios, remoção de animais mortos, tratamento, disposição final entre outros.
A disposição final é a última etapa do sistema de limpeza urbana. E segundo o IBAM, 2013 esta fase da operação é realizada imediatamente após a coleta, portanto, antes de ser disposto o lixo é processado e sofre um tipo de transformação, visando melhores resultados financeiros, ambientais e sanitários.
E dentre essas serviços estão o processo de varrição pública onde os profissionais entram em contato direto com agentes biológicos estando portanto expostos a riscos ocupacionais durante suas atividades laborais.
Entende-se por varrição como sendo a principal atividade de limpeza de logradouros públicos e tem como objetivo a remoção do lixo público, que é o conjunto dos resíduos e de outros materiais.
E esse lixo público apresenta características que pode variar de acordo com os aspectos econômicos, culturais, sociais, climáticos e geográficos e ser classificado quanto a sua procedência e quanto ao risco de contaminação.
Por ser uma análise dos riscos ocupacionais com ênfase nos agentes biológicos iremos nos deter principalmente aos riscos de contaminação dos profissionais da varrição pública durante o exercício das suas atividades, porém vale ressaltar que quanto a procedência os resíduos podem ser: urbanos, industriais, de serviços de saúde, provenientes de aeroportos, portos, rodovias, ferrovias e da construção civil.
Em relação aos riscos de contaminação segundo a NBR 10.004 da ABNT de 2004, os resíduos sólidos podem ser classificados em:
· Classe I ou Resíduos Perigosos: Em função de suas características intrínsecas de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogeneicidade, apresentando riscos à saúde ou ao ambiente.
· Classe II A ou não- inertes: Como sendo aqueles que podem apresentar características de combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade, com possibilidade de acarretar riscos à saúde ou ao ambiente, não se enquadrando nas classificações de resíduos de classe I – perigosos ou classe II B – inertes.
· Classe II B ou inertes: São aqueles que por suas características intrínsecas, não oferecem riscos à saúde e ao ambiente e não apresentam constituintes solúveis em águas em concentrações superiores aos padrões de potabilidade.
Lembrando que acondicionar os resíduos sólidos significa prepará-los para a coleta de forma sanitariamente adequada, como ainda com o tipo e a quantidade correta.
Cada tipo de resíduo deve ter seus recipientes adequados para o acondicionamento, por exemplo os resíduos provenientes da varrição pública devem ser colocados em sacos plásticos descartáveis ou apropriados, contêiner coletor ou intercambiável, caixas subterrâneas, recipientes basculantes, cestos ou contêineres estacionários.
E o acondicionamento adequado irá evitar acidentes, evitar a proliferação de vetores causadores de doenças, minimizar o impacto visual, reduzir o mal cheiro, reduzir a mistura dos tipos de resíduos além de facilitar a coleta.
Com isso, nas atividades do dia a dia são geradas inúmeras quantidades de resíduos e desta forma, denomina-se lixo aquilo que não se deseja mais, o que não lhe possa ser útil e se quer descartar, mesmo que ainda seja susceptível de aproveitamento ou valor.
Porém, atualmente entende-se que há uma ampla definição dessa denominação mais simples, a expressão resíduos sólidos, a qual a definição é mais abrangente e denota possibilidade de valorização (BARROS, 2012).
De acordo com Santos (2007), materiais classificados como resíduos sólidos não devem ser confundidos com rejeitos, definindo esses como sendo aqueles tipos de resíduos que são impossibilitados de tratamento ou recuperação, onde a única alternativa é uma disposição final adequada.
2.1.2 Resíduos sólidos urbanos
A produção excessiva de resíduos sólidos urbanos (RSU), e sua destinação final é um dos maiores desafios que a sociedade moderna enfrenta. Esta situação gera preocupação e se dá, principalmente, devido a alguns fatores como por exemplo: crescimento populacional, intensa urbanização, aumento do poder de compra e surgimento de novas tecnologias (JACOBI; BESEN, 2011).
Esta análise apresenta uma evolução histórica da geração, coleta e destinação dos RSU no Brasil, no período que compreende os anos de 2005 a 2021 e foi realizada a partir dos dados presentes nos relatórios da ABRELPE. Sendo verificado que a geração de RSU teve seu crescimento anual mais acentuado no ano de 2012, onde houve um aumento de 18,49 % em relação ao ano anterior.
Em relação à coleta, observou-se que o maior índice ocorreu no ano de 2018, embora o índice per capita de 2015 tenha sido o mais significativo. E com relação à destinação final, existe um percentual considerável de resíduos dispostos de forma inadequada, sendo esse fenômeno observado em todos os anos analisados.
Sendo assim, foi criada a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela Lei 12.305, de 2 de agosto de 2010, considerada um marco regulamentário na área dos resíduos sólidos (RAUBER, 2011). Essa Lei dispõe sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, além de diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, abordando também responsabilidades dos geradores, do poder público e os instrumentos econômicos aplicáveis (BRASIL, 2010).
Segundo a PNRS, chama-se resíduos sólidos qualquer material, substância ou bem descartado resultante de atividades humanas, cuja destinação final ocorre nos estados sólido ou semissólido, englobando também gases contidos em recipientes e
líquidos que, devido suas particularidades, tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água (BRASIL, 2010). Podendo ser classificados de acordo com sua origem ou periculosidade.
Com relação à origem, a PNRS traz onze classificações, sendo elas: a) resíduos domiciliares; b) resíduos de limpeza urbana; c) resíduos sólidos urbanos (que engloba os itens “a” e “b”); d) resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços; e) resíduos dos serviços públicos de saneamento básico; f) resíduos industriais; g) resíduos de serviços de saúde; h) resíduos da construção civil; i) resíduos agrossilvopastoris;j) resíduos de serviços de transportes; l) resíduos de mineração. E com base na periculosidade, os resíduos podem ser definidos como perigosos e não perigosos (BRASIL, 2010).
Desta forma a dificuldade da gestão de resíduos tem dois componentes: primeiro a enorme quantidade de resíduos gerados e segundo a sua composição. Antigamente, os resíduos eram orgânicos e voltavam para a natureza por meio da sua decomposição. Com o aumento do consumo e da industrialização aumentou a produção de produtos inorgânicos e descartáveis que não se decompõem ou que requerem um tempo muito grande para se degradar, tais como o vidro, plástico, metais e borracha, gerando consequentemente um grande aumento na produção desses resíduos no meio ambiente (BRASIL, 2010).
2.1.3 Características dos resíduos urbanos
As características dos resíduos sólidos ou lixo variam em função dos aspectos sociais, econômicos, culturais, geográficos e climáticos, uma vez que esses fatores também diferenciam as comunidades entre si e as próprias cidades. Quanto às características físicas os resíduos sólidos podem ser classificados segundo a NBR 10.004 da ABNT em:
· Geração per capita que relaciona a quantidade de resíduos urbanos gerada diariamente e o número de habitantes de determinada região,
· Composição gravimétrica que traduz o percentual de cada componente em relação ao peso total da amostra de lixo analisada que pode ser: papel, alumínio, borracha, cerâmica, etc.,
· Peso	específico	aparente	que é	o	peso	do	lixo	sem qualquer compactação expresso em kg/m3,
· Teor de umidade que representa a quantidade de água presente no lixo,
· E compressividade que é o grau de compactação ou redução de seu volume podendo chegar a um terço ou a um quarto de seu volume original.
Já em relação	as	características	químicas	os	resíduos	sólidos	podem	ser definidos de acordo com:
· Poder calorífico qie é a capacidade potencial de um material desprender determinada quantidade de calor quando submetido a queima,
· Potencial hidrogeniônico – pH que indica o teor de acidez ou alcalinidade dos resíduos,
· Composição química que consiste na determinação dos teores de cinzas, matéria orgânica, carbono, nitrogênio, potássio, cálcio, fósforo, resíduo mineral total, resíduo mineral solúvel e gorduras,
· Relação carbono/nitrogênio – C:N que indica o grau de decomposição da matéria orgânica do lixo nos processos de tratamento e disposição final.
E por fim, as características biológicas dos resíduos sólidos são determinadas pela população microbiana e pelos agentes patogênicos presentes no lixo. Esta característica é importante para em conjunto com as características químicas, realizar o processos que irá inibir os odores e possivelmente acelerar a decomposição da matéria orgânica.
Outra ferramenta importante, útil e necessária para gerenciar resíduos sólidos, especialmente os industriais, é utilizar as normas brasileiras de Classificação de Resíduos Sólidos. É um conjunto de normas (NBR 10004, NBR 10005, NBR 10006 e NBR 10007) que irão definir a periculosidade de um resíduo e consequentemente o destino correto para a sua disposição.
Figura 1. Classificação dos resíduos segundo a NBR 10.004:2004.
Resíduo perigoso – Classe I:
São aqueles que apresentam risco à saúde pública e ao meio ambiente, apresentando uma ou mais das seguintes características: periculosidade, inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade.
Exemplos de resíduos classe I: Pilhas e baterias, Telhas de amianto, Óleo usado, Resíduo de tinta, Pigmentos, Resíduo de serviços de saúde e Resíduo inflamável.
Resíduo não perigoso não inerte – Classe IIA:
Aqueles que, em contato com a água, tiverem algum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuandose aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor.
Exemplos de resíduos classe IIA: Restos de alimentos, Resíduos sanitários, Óleos alimentares, Gorduras e Papel. Resíduo não perigoso inerte – Classe IIB:
São aqueles que em contato com a água não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor.
Exemplos de resíduos classe II B: Rochas, Tijolos, Vidros, Metais ferrosos, Produtos têxteis, Entulho da construção civil e Polímeros.
2.1.4 Evolução histórica da atividade de varrição dos resíduos urbanos
O processo de varrição de vias públicas integra o conjunto de ações de limpeza urbana dos municípios e consiste na remoção de resíduos sólidos acumulados, devido às causas naturais e ao descarte desses resíduos pela população. Isso causa impacto na promoção da qualidade sanitária do ambiente, ao evitar acúmulo de resíduos e proliferação de vetores transmissores de doenças, contribuindo para a saúde pública dos aspectos estéticos urbanos e da captação de receita nas atividades de comércio, serviços e turismo (Alvim Cunha & Santos, 2002; Damásio, 2007; M. E. Borges, 1985; Secretaria Municipal de Políticas Urbanas – SMURBE, 2011).
No entanto, a atividade dos trabalhadores da limpeza urbana é integrante dos trabalhos desvalorizados (Lhuilier, 2005), tarefas socialmente consideradas à parte, evitadas e ocultadas, como também o trabalhador que as executa pelo vínculo estabelecido entre ele e o seu objeto de trabalho.
Os estudos sobre o tema da varrição de ruas, não possui um número expressivo. A maioria das publicações revisadas como a de Bulcão & Albano, 2010; M. C. O. Santos, 2004; T. L. F. Santos, 1999) dirigem a atenção à coleta dos resíduos sólidos, a gestão técnica, a disposição final e aos trabalhadores chamados garis da coleta domiciliar e não aos chamados varredores de ruas.
Chama-se de varrição ou varredura a atividade principal de limpeza urbana e de logradouros públicos tendo como objetivo a retirada do lixo público, esse sendo o conjunto de todos os resíduos como areia, folhas carregadas pelo vento, pontas de cigarro, papéis, sacos plásticos e outros materiais encontrados nas ruas pelos varredores (IBAM, 2013).
A composição do lixo público em cada local é função da arborização existente, da intensidade do trânsito de veículos, do calçamento e do estado de conservação do logradouro, como também do uso dominante (residencial, comercial, etc.) e da circulação de pedestres, sendo que um dos principais fatores que tem grande influência na limpeza de uma cidade é o grau de educação sanitária da população (IBAM, 2013).
A atividade de varrição pode ser manual ou mecânica, e o objetivo é varrer as ruas pavimentadas. (IPT/CEMPRE, 2013). Além de evitar a imagem suja da cidade a varrição dá um aspecto de cidadania, evita a obstrução de galerias de águas pluviais e bocas de lobo e o assoreamento dos rios, motivo pelo qual deve ser realizada diariamente nas diversas áreas da comunidade, tais como: residencial, comercial, feiras e outras (IBAM, 2013).
Essa atividade permaneceu executada por empresas contratadas até 1981 quando a Superitendência de Limpeza Urbana (SLU), absorveu o serviço, os trabalhadores e dela encarregou às gerências das unidades operacionais, sem planejamento técnico ou mudanças relevantes nas condições de trabalho oferecidas, corroborando os dados encontrados por Estanislau (1981).
A formalização técnica da atividade de varrição foi dada com o primeiro planejamento, iniciado em 1992 e concluído em 1995, que corrobora os registros de Silva, Mesquita & Chenna (1998). Paralelamente algumas ações, como a regionalização da gestão operacional dos serviços e a criação das sedes de apoio, também se efetivaram.
Foi observado porém, a escassez de registros sobre a varrição, seus trabalhadores e suas condições de trabalho no Centro de Memória e Pesquisa da SLU, nos relatórios oficiais e nos relatórios anuais das atividades da SLU de 1974 e 1981, evidenciando poucas referências aos servidores, restringindo-se às despesas com o quadro de pessoal e ao número de acidentes. Tal escassez de registros documentais está associada aos relatos dos trabalhadoressobre as condições de trabalho inadequadas da época, também constatada por Estanislau (1981) expressa, assim, a pouca relevância atribuída pela gestão municipal à autarquia e essa aos seus servidores.
A formalização técnica tardia da atividade de varrição dificultou a expansão da prestação de serviços e manteve os trabalhadores submetidos às sobrecargas de trabalho e a constrangimentos ocasionados pela inexistência ou precariedade de locais para alimentação e higiene, cuja construção iniciou-se nessa fase, a concessão de poucos benefícios trabalhistas e equipamentos de segurança corroboram os relatos de Estanislau (1981), que também informou a rotatividade estimada da organização de 16% ao mês, à época.
Enquanto que na segunda fase da gestão da SLU, de 1993 a 2000, foi efetivado o planejamento técnico da varrição e criou-se a nona Divisão de Limpeza, durante a implementação do Modelo de Gestão dos Resíduos Sólidos. Sendo constituído por três eixos: pela consistência tecnológica para o aprimoramento dos processos tecnológicos de manejo do lixo, depois pela qualificação e valorização do trabalhador incluindo ações de capacitação dos servidores e criação de moderna infraestrutura operacional, projetos de comunicação interna, incentivo às atividades artísticas, ações prevencionistas em saúde e segurança no trabalho e por fim, pela cidadania e participação social, voltada à educação ambiental da população, parcerias com setores públicos, privados e associações de catadores de materiais recicláveis (MOTTA, 2000; SILVA, 2000).
Já com relação à atividade de varrição, as gestões promoveram o aumento da burocracia interna da limpeza urbana, com a separação dos setores de planejamento técnico, execução da atividade e gestão de pessoas. Essa separação gerou fragilidade entre o planejar e o executar, distanciando o órgão executor do processo (SARMU) da concepção da atividade e das unidades planejadoras (SMSU/SLU) do resultado de suas intervenções. Surgindo com isso unidades autônomas de prestação de serviço que dificultam a visão global e o estabelecimento de parâmetros ocasionando transtornos à gestão da atividade.
Além disso, também foi observado que historicamente o governo municipal não aplica à varrição com a mesma atenção que aplica à coleta e à destinação final dos resíduos. E essas frequentes terceirizações, associadas a escassez de registros sobre a atividade, aliado ao pouco desenvolvimento tecnológico e ao tardio planejamento técnico, representam os aspectos que não podem ser atribuídos apenas ao maior risco à saúde pública ocasionado pelo volume e pela rápida decomposição do lixo recolhido pela coleta domiciliar.
Essa avaliação se contrapõe e vai de encontro às informações da mídia, que aponta o volume e a diversidade do lixo nas ruas como uma das causas das repetidas enchentes ocorridas nas cidades e que geram riscos à saúde, ao meio ambiente e a segurança social. Fora esses, outros aspectos merecem ser considerados como a desvalorização da atividade pelas semelhanças, guardadas as singularidades da atividade, entre a varrição de ruas e o trabalho doméstico, apontadas por Estanislau (1981, p. 15), que se caracteriza por um saber que é aprendido no próprio espaço doméstico ou no local de trabalho e por Lhulier (2005), que assinala maior dificuldade de reconhecimento social desse trabalhador pela via do aprimoramento técnico, quase inexistente na atividade.
Presupõe-se que isso também decorra da não valorização de outras formas de saber, da hegemonia do conhecimento científico na modernidade, de seu poder de dominação e exploração (B. S. Santos,2000; Lapassade,1974/1983).
Por fim, como estes também são possíveis outros questionamentos como as implicações da feminização na atividade, baixa escolaridade que rotineiramente se encontra entre esses trabalhadores para a atividade e sua precarização.
Essas questões associadas a escassez de pesquisas na área, ressaltam as várias possibilidades de estudos sobre a atividade da varrição pública, seus riscos ocupacionais e os agentes biológicos aos quais estão expostos esses profissionais durante a realização dos seus procedimentos laborais.
2.1.5 Varredores de resíduos urbanos
Nessa época de pandemia causada pela Covid - 19, o reforço ao trabalho essencial de limpeza urbana para a dinâmica constitutiva das cidades, em seus espaços públicos e privados, nos provoca a compreendê-lo para além da superfície, enxergando o vírus como ameaça invisível a sujeitos ou varredores vistos para a sociedade como invisíveis. Com o avanço da pandemia muitos varredores relataram sua satisfação com a implementação do uso de máscaras nesse período de pandemia entretanto, não como um equipamento de proteção individual obrigatório contra a contaminação pelo corona vírus, mas sim como um instrumento de redução do incômodo causado pelo odor do lixo muito perceptível, presente, constante e dentro da realidade dos procedimentos laborais exercido pelos trabalhadores da varrição pública (CARVALHO, 2020).
Por trás desse cenário das atividades de limpeza urbana existem relações de trabalho que aprofundam os modelos de exploração capitalista hegemônicos, com a presença massiva de negros ou pardos, com pouca escolaridade e baixa renda mensal que são vitais ao funcionamento de uma sociedade constituída pela divisão social do
trabalho. Ao se observar uma cidade limpa, além dos trabalhadores informais, estão os coletores, varredores e catadores de resíduos sólidos e não os “lixeiros”, como são chamados, afinal a função desses trabalhadores é a de limpar as cidades e não a de sujá-las (IPEA, 2013).
Portanto nessa teoria, compreende-se que essa identificação pejorativa, que desqualifica o sentido do trabalho realizado e inferioriza aquele que o realiza, situa o varredor da limpeza urbana numa condição de subalternidade (IPEA, 2013).
O exercício profissional é a realização de uma atividade ou função essencial na vida do homem, quando este é capaz de atender as suas necessidades de subsistência, porém ao realizar o homem se expõe a riscos presentes no próprio ambiente onde executa seu trabalho, os quais podem prejudicar a saúde dos trabalhadores, tais como agentes físicos, químicos e biológicos (AMARAL et al., 2005). Os Profissionais, que estão diretamente envolvidos com o manuseio e coleta dos resíduos sólidos, tornam-se um grupo exposto aos riscos de acidentes de trabalho provocados muitas vezes pela ausência de treinamento e pela falta de condições adequadas de trabalho; pelos riscos de contaminação pelo contato direto (FERREIRA, 1997; VELLOSO ET AL., 1997).
Estes entram em contato com agentes biológicos muitas vezes em decomposição como restos de comida, fezes e animais de pequeno porte mortos em avançado estado de putrefação, além do contato direto com substâncias químicas, medicamentos vencidos e materiais perfuro cortantes e se acidentam, expondo-se assim a micro organismos patogênicos, podendo haver a possibilidade de contrair algumas doenças como: alergias e irritações cutâneas, dermatites, tétano e em casos mais graves AIDS e Hepatite B e C (LISBOA, 2011).
Além destes os varredores também estão expostos aos chamados riscos sociais que são aqueles provenientes da falta de treinamento e de condições adequadas de trabalho, que fazem com que os profissionais de limpeza urbana sintam- se diminuídos, discriminados e angustiados devido ao tipo de atividade realizada. Uma vez que, os salários desses profissionais não serem condizentes com o esforço que fazem todos os dias, o trabalho é considerado um dos mais arriscados e insalubres pelo fato de estarem em contato direto com agentes nocivos à saúde (LUZ, 2012).
A tabela abaixo apresenta as etapas do processo de limpeza de urbana e seus perigos:
Além desses perigos durante as atividades os profissionais varredores estão sujeitos também a alguns tipos de riscos ocupacionais, comprovando a insalubridade presente na realização dos seus procedimentos laborais de acordo com a Fiocruz em 2010, o que de fato vem a comprovar a necessidade de treinamentos,normas de segurança de trabalho e uso adequado de equipamentos de proteção individual como forma de prevenção contra acidentes com agentes biológicos entre outros. Como os evidenciados na tabela a seguir:
Em se tratando de riscos ocupacionais com ênfase nos agentes biológicos estes por sua vez são provenientes da manipulação, transformação e modificação de seres vivos microscópicos que devido à contaminação e natureza do trabalho podem provocar doenças por transmissão direta ou indireta. Podemos confirmar que a transmissão indireta se dá por vetores que sobrevivem e se proliferam devido às condições adequadas que encontram nos resíduos (VELLOSO et al.,1998).
Os agentes biológicos são divididos em três grupos: o das bactérias, protozoários e vírus que responsáveis pelas doenças contagiosas; os dos fungos e bacilos, responsáveis por infecções externas e doenças da pele e internas com as doenças pulmonares e por fim os parasitas que os responsáveis por infecções cutâneas ou sistêmicas. Quando estes agentes estão presentes nos resíduos sólidos urbanos, correspondem a microrganismos patógenos, oriundos de rejeitos domiciliares, como papel higiênico, absorvente, fralda descartável e preservativo. Também estão presentes nos resíduos de serviços de saúde como clínicas, laboratórios e hospitais, como por exemplo nas agulhas e seringas mal acondicionadas e descartadas entre outros (SESI, 2007).
Como foi dito anteriormente, esses agentes podem causar doenças do trato gastrointestinal, sendo as Ascaris lumbricoides, Entamoeba coli e Schistosoma mansoni os principais agentes responsáveis. Também podem desencadear dermatites, hepatite B e C e a própria AIDS, sendo esta última mais rara, pois o vírus apresenta baixa resistência em condições adversas (LAZZARI, REIS, 2011).
As infecções mencionadas na figura acima podem representar um risco ocupacional para os trabalhadores da varrição pública e contaminar também os profissionais que não estão diretamente envolvidos no manejo dos resíduos sólidos hospitalar e dos serviços de saúde. Os varredores de rua, estes tidos como os principais profissionais do processo de limpeza urbana, cuja importância já foi relatada nessa análise, são conhecidos por exercerem diversas atividades. Essas costumam ser subdividas de forma estratégica para que esses profissionais sejam direcionados e alocados para uma determinada atividade principal.
O varredor público é o profissional responsável por realizar a varrição dos resíduos acumulados junto à sarjeta e ao meio fio das ruas e avenidas de modo a evitar o excesso de resíduos. Segundo a ABNT, NBR 12.980/1993, varrição é o ato de varrer vias, calçadas, sarjetas, escadarias e logradouros públicos, em geral pavimentados, podendo ser de forma manual ou mecânica.
Esses exercem suas atividades de forma individual, da seguinte forma: cada varredor fica responsável por conduzir um carrinho de plástico no qual é colocado um saco para receber os resíduos. Cada carro possui a capacidade de acumular 240 litros e possui rodízios para facilitar o deslocamento durante todo o percurso e tem um conjunto de ferramentas e utensílios necessários para a execução da atividade como por exemplo uma vassoura e uma pá, conforme pode ser observado na figura 02 abaixo:
Os carros coletores quando estão totalmente ocupados o varredor fecha o saco plástico (Figura 03), e o retira da armação, colocando outro saco vazio deixando-o com os resíduos na calçada para ser recolhido em seguida pelo caminhão, quando for realizada a coleta pública. Cabe também a coleta que será realizada pelo caminhão o esvaziamento das caixas coletoras de papéis, as conhecidas como papeleiras (Figura 04).
Na mesma classe de profissionais varredores existem também os que realizam a limpeza das praias. Estes, alinhados no sentido longitudinal da faixa de areia, removem detritos, de modo realizar a limpeza em toda a extensão das praias, além das varrições no calçadão. A atividade é executada com ferramentas como ancinhos e garfos, além de sacos plásticos para acondicionamento do material coletado. Conforme mostra as figuras 05 e 0seguir:
3. ASPECTOS LEGAIS REFERENTES À SST PARA OS VARREDORES PÚBLICOS
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 trata da questão de proteção aos trabalhadores de forma geral, sendo previsto no inciso XXII do artigo 7º:
“São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: …XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança.”
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada em 1º de maio de 1943, por meio do Decreto-Lei nº 5.542, também trata de questões referentes à segurança e saúde no trabalho. A CLT, que estatui as normas que regulam as relações individuais e coletivas de trabalho, aborda a questão de forma mais pormenorizada. Inobstante, é somente nas Normas Regulamentadoras (NR) do Ministério do Trabalho e Emprego, que são tratadas as especificidades do assunto com apresentação de detalhes técnicos.
A Lei Federal Nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977, altera o Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo à segurança e medicina do trabalho e dá outras providências.
Ainda, é obrigação das empresas, de acordo com o art. 157, I e II, da Lei Federal em comento, “cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho e
instruir os empregados quanto às precauções a serem tomadas, no sentido de se evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais” (LUZ, 2011).
O artigo 200 do capítulo acima mencionado estabelece que a elaboração de disposições complementares às normas tratadas no referido capítulo é de competência do Ministério do Trabalho e Emprego, conforme transcrição a seguir.
“TÍTULO II
“DAS NORMAS GERAIS DE TUTELA DO TRABALHO” [...]
“CAPÍTULO V
“DA SEGURANÇA E DA MEDICINA DO TRABALHO” [...]
“SEÇÃO XV – Das Outras Medidas Especiais de Proteção
“Art. 200 - Cabe ao Ministério do Trabalho estabelecer disposições complementares às normas de que trata este Capítulo, tendo em vista as peculiaridades de cada atividade ou setor de trabalho, especialmente sobre:”
[...]
“V - proteção contra insolação, calor, frio, umidade e ventos, sobretudo no trabalho a céu aberto, com provisão, quanto a este, de água potável, alojamento e profilaxia de endemias;
“VI - proteção do trabalhador exposto a substâncias químicas nocivas, radiações ionizantes e não-ionizantes, ruídos, vibrações e trepidações ou pressões anormais ao ambiente de trabalho, com especificação das medidas cabíveis para eliminação ou atenuação desses efeitos, limites máximos quanto ao tempo de exposição, à intensidade da ação ou de seus efeitos sobre o organismo do trabalhador, exames médicos obrigatórios, limites de idade, controle permanente dos locais de trabalho e das demais exigências que se façam necessárias;
“VII - higiene nos locais de trabalho, com discriminação das exigências, instalações sanitárias, com separação de sexos, chuveiros, lavatórios, vestiários e armários individuais, refeitórios ou condições de conforto por ocasião das refeições, fornecimento de água potável, condições de limpeza dos locais de trabalho e modo de sua execução, tratamento de resíduos industriais.”
É importante destacar que as Normas Regulamentadoras do Capítulo V da
CLT, relativas à segurança e medicina do trabalho, foram aprovadas pela Portaria nº
3.214 de 1978, do Ministério do Trabalho e Emprego.
Entre as Normas Regulamentadoras merece destaque a NR 6 – Equipamento de Proteção Individual, cuja existência possui embasamento jurídico por meio da fundamentação legal, ordinária e específica que, por sua vez, consiste nos artigos 166 e 167 da CLT.
Sendo publicada pela Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978, a NR 6 foi alterada e atualizada pelas Portarias: SSMT nº 05 e 06 de 1982 e 1983, respectivamente; DSST nº 02, 03 e 05, de 1991, 1992 e 1992, respectivamente; DNSST
nº 06, de 1992; SSST nº 26, de 1994; SIT nº 25, 48, 108,191, 194, 107, 125 e 194, de
2001, 2003, 2004, 2006, 2006, 2009, 2009 e 2010, respectivamente.
A Norma citada acima foi criada depois da Lei Federal Nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977, obriga as empresas a fornecerem o equipamento de proteção individual (EPI) aos empregados, gratuitamente, sempre que as condições de trabalho o exigir. A NR 6 estabelece, que tais EPIs devam ser adequados “ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados” (Seção IV, art. 166).
A empresa tem o direito de exigir, durante a jornada de trabalho, o uso dos EPIs por parte dos funcionários e dá orientação e treinamentos sobre o uso adequado e a devida conservação, além da substituição imediata dos equipamentos, uma vez que forem danificados ou extraviados. Toda relação empregador – empregado, os trabalhadores têm seus direitos e deveres, portanto é de responsabilidade dos empregados, o uso correto dos EPIs durante o trabalho e o cuidado para mantê-los em boas condições de uso e conservação.
Esses equipamentos são listados e divididos no Anexo I da NR 6 em nove tipos, de acordo com a região do corpo humano destinada à proteção ou com o tipo e grau de risco associado à atividade exercida. E dividem-se em EPI para proteção da cabeça; dos olhos e para a face; auditiva; respiratória; de tronco; dos membros superiores; dos membros inferiores; de corpo inteiro e para a proteção contra quedas com diferença de nível.
Com relação as Normas Regulamentadoras a NR 09 – Programa de prevenção de riscos ambientais estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação de programa de higiene ocupacional que visa a preservação da saúde e integridade física dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais no ambiente de trabalho. A existência jurídica desta NR é assegurada em nível de legislação ordinária, nos artigos 176 a 178 da CLT.
Em seu item 9.5.1 ela considera como riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos presentes no ambiente de trabalho em determinadas concentrações ou intensidade capazes de causar danos à saúde e à integridade física do trabalhador. O tempo máximo de exposição do trabalhador a eles é determinado por limites pré-estabelecidos nesta Norma.
Uma vez que a NR – 15, aborda as atividades e as operações insalubres ela define os agentes, os limites de tolerância e os critérios técnicos e legais para avaliar e caracterizar as atividades e operações como sendo insalubres, assim como o adicional devido para cada situação específica. Nesse sentido, as atividades de coleta de resíduos sólidos urbanos que envolvem agentes biológicos, são caracterizadas como insalubre em grau máximo (40%), devido ao trabalho em contato permanente com o lixo urbano (Anexo nº 14 da NR 15).
Existe uma eterna discursão, em todas as turmas julgadoras do Tribunal Superior do Trabalho (TST), sobre o pagamento do adicional de insalubridade em grau máximo aos varredores públicos, pois existem atores da justiça que negam ao trabalhador sob o fundamento de que as atividades de varrição não se enquadram na hipótese prevista no Anexo nº 14 da NR - 15.
Porém, existem também atores da justiça que defendem o pagamento do adicional de insalubridade aos varredores em grau máximo, por verificarem e entenderem que a atividade apresenta o contato direto com o lixo urbano, uma vez que esse consiste na varrição de resíduos em locais públicos, com a colocação desses resíduos no interior do carrinho manual de coleta, da retirada do saco plástico do carrinho para disposição em pontos estratégicos, da retirada dos resíduos das lixeiras para colocação no carrinho, na limpeza de fezes e urina humana nas praças e no recolhimento de lixo nas fossas e galerias e no ensacamento de animais mortos encontrados nas vias públicas em decomposição.
Enquanto que a NR – 17 fala da ergonomia, visando o estabelecimento de parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às condições psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança, bem estar e desempenho eficiente. Esta tem sua existência jurídica assegurada, em nível de legislação ordinária, nos artigos 198 e 199 da CLT.
Já o trabalho a céu aberto abordado na NR - 21, estabelece as medidas preventivas relacionadas a prevenção de acidentes nas atividades a céu aberto. Um dos aspectos de segurança que deve ser considerado em trabalhos a céu aberto é a exigência de medidas especiais que protejam os trabalhadores contra a insolação excessiva, o calor, o frio, a umidade e os ventos inconvenientes.
Desta forma, é de fundamental importância notar que os dispositivos legais existentes, principalmente nas NRs, assim como nas normas técnicas da ABNT, são suficientes para o estabelecimento de condições aceitáveis de trabalho de modo que os trabalhadores estejam protegidos dos riscos inerentes às suas atividades e que não puderem ser eliminados ou mantidos dentro de limites aceitáveis.
Por fim, apesar destes dispositivos legais existentes serem suficientes para proteger os trabalhadores, ressalta-se a importância de uma norma regulamentadora específica que trate de atividades como a varrição pública e do saneamento urbano que contenha e apresente em seu anexo ou parte dele, os aspectos referentes às atividades de limpeza urbana devido a especificidade do problema em questão.
4. METODOLOGIA
Esta pesquisa utilizou o método de pesquisa descritiva, baseada no levantamento de dados secundários qualitativos e quantitativos, a partir de bibliografia nacional e internacional publicados em artigos e periódicos, por meio de sites de pesquisa, tais como Google acadêmico, Bireme, Scielo, PubMed e Lilacs, utilizando-se as palavras-chave, em diferentes combinações: varredores de rua, resíduos e dejetos, agentes biológicos, riscos e doenças ocupacionais, enfocando o período 2000–2021, a partir da promulgação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Foram analisadas também dissertações, monografias, normas regulamentadoras e as normativas federais referentes a temática, como a versão preliminar da Política Nacional de Resíduos Sólidos e os Planos Plurianuais da União.
Na pesquisa de campo foram adotados os seguintes métodos: aplicação de uma , entrevista semi estruturada com os varredores públicos de resíduos sólidos que realizam a atividade de varrição de rua com o apanhar dos resíduos, através de questionário que encontra- se no apêndice A, com o conteúdo dos sacos, os quais foram resultados da varrição, foram abertos e catalogados os itens ali existentes, também foi coletado informações com a médica do trabalho da empresa que realiza o atendimento ambulatorial dos trabalhadores com riscos ocupacionais que foram expostos aos agentes biológicos durante a atividade profissional.
A segregaçao do conteúdo dos sacos foi feita por categorias como: resíduos biológicos como animais mortos de pequeno porte, matéria orgânica como resto de comida, materiais perfuro cortantes como vidros, agulhas, metais e ferro, além de papel e papelão. Também foi verificado se a empresa responsável pela terceirização da atividade de varrição na cidade fornece EPI´s, vestuário e calçados apropriados e em conformidade para a realização do trabalho segundo as Normas Regulamentadoras, assim como, se realizou treinamentos e educação continuada para um melhor rendimento durante as atividades e para minizar os riscos a que estão expostos na execução dos procedimentos laborais pertinentes a profissão.
5. RESULTADOS
6. CONCLUSÃO
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SILVA, M. E. C., MESQUITA, M. A. M., & CHENNA, S. I. M. Planejamento de Varrição Manual: Metodologia e Comentários, apresentado no VIII Simpósio Luso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária – ABES / Associação Portuguesa de Recursos Hídricos – APRH / Associação Portuguesa de Engenharia Sanitária e Ambiental - APESB, João Pessoa – PB, Abril, 1998.
SILVA, J. W. N. O modelo de gestão de Resíduos Sólidos e a Geração de Emprego Renda: A Experiência da Superintendência de Limpeza Urbana de Belo Horizonte. Dissertação de mestrado não publicada, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2000.
SOUSA, Graciane Cunha. Contribuição para a Sustentabilidade na Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos nos Municípios da Região Metropolitana do Recife (RMR), Recife, 2018.
Superintendência de Limpeza Urbana de Belo Horizonte, Seção de Estatística, Departamento de Projetos, Diretoria de Planejamento e Gestão/SLU (1974, 1981, 1990, 1995, 2000, 2005, 2009, 2011) Relatório Anual de Atividades da Superintendência de Limpeza Urbana, Belo Horizonte.
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VELLOSO, M. P.; SANTOS, E. M.; ANJOS, L.A. Processo de trabalho e acidentes de trabalho em coletores de lixo domiciliar na cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Caderno de Saúde Pública, vol. 13, nº04, pág. 693-700, Rio de Janeiro, oct./dec. 1997. Disponível em: 11X19970004000128script=sci_arttext. Acesso em: 15/09/2021.
VELLOSO, M. P. VALADARES,J. C.; SANTOS, E. M. A coleta de lixo domiciliar na cidade do Rio de Janeiro: um estudo de caso baseado na percepção do trabalhador. Ciência & Saúde Coletiva, 3(2):143-150, 1998.
Modelo de folha de aprovação:
(FONTE Arial 14)
NOME COMPLETO DO ALUNO
(FONTE Arial 14)
ADEQUAÇÃO DAS EXIGÊNCIAS NORMATIVAS DE PROTEÇÃO CONTRA CHOQUES ELÉTRICOS ÀS CARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS DOS CANTEIROS DE OBRAS
BANCA EXAMINADORA:
Orientador:
_	 Prof. Dr. xxxxxxxxx
Universidade de Pernambuco
Examinadores:
 		_ Professor (a) examinador(a) externo(a)
Nome da instituição
Professor (a) examinador(a) interno(a)
Nome da instituição
(FONTE Arial 12)
Recife, PE 2010
Modelo de dedicatória:
DEDICATÓRIA
Aos meu	Aos pais, por todo sacrifício que fizeram por
mim.
AGRADECIMENTOS
Aos professores _	pela orientação e pelo constante estimulo transmitido durante a elaboração da dissertação.
Aos familiare e amigos	e a todos que colaboraram direta ou indiretamente, na execução deste trabalho.
EPÍGRAFE:
“Tudo vale à pena, se a alma não é pequena”
Fernando Pessoa
LISTA DE FIGURAS(falta ainda)
Figura 2.1 -	12
Figura 2.2 -	13
Figura 2.3 -	22
Figura 2.4 -	23
Figura 4.1 -	32
Figura 4.2 -	33
Figura 5.1-	43
Figura 6.1 -	47
LISTA DE TABELAS(falta ainda)
Tabela 1.1	22
Tabela 1.2 -	23
Tabela 2.1	25
Tabela 2.2	29
Tabela 3.1 -	34
Tabela 3.2	38
Tabela 4.1 -	43
Tabela 4.2	51
Universidade de Pernambuco Escola Politécnica de Pernambuco
Coordenação Setorial de Pós-Graduação e Pesquisa
ORIENTAÇÃO DE MONOGRAFIA
CURSO (SIGLA):_		ANO: _ 			 NOME DO ALUNO: 					 FONE:	_ E-MAIL:		_ PARA ORIENTAÇÃO DO (A) PROFESSOR(A):			_
TEMA:
SÍNTESE DO TRABALHO:
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Recife,	de	de 20
Visto da Secretaria: 	
 	_/_	/ 	
Em:
Parecer do Professor:	( ) Aceita o pedido (	) Não aceita o pedido
Caso a resposta seja negativa, favor justificar:
_
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_
Recife,	de	de 20
Assinatura do Professor
Universidade de Pernambuco Escola Politécnica de Pernambuco
Coordenação Setorial de Pós-Graduação e Pesquisa
TERMO DE ANUÊNCIA
Declaro, para fins de direito, que orientei a(o) aluna(o)	_
_		_							 na	elaboração	da	Monografia	do	Curso	de	Especialização	em
_	_	, do ano	_, intitulada
_	_	_
_	_	_	_
_	_	_
_	_	e que o referido trabalho encontra-se finalizado de acordo com as normas técnicas da ABNT e o Termo de Referência para Monografia da CPG/POLI.
Recife, _	de _	de 20	.
_		 Assinatura do Professor

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