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Faculdade Paulista de Artes ESCULTURA Criação de peças e meu processo criativo Raphaela Candido Zanirato | Artes Visuais | 2º Semestre - Matutino Prof° Jean Jacques Vidal São Paulo, SP 2023 SUMÁRIO Escultura com estanho; “Peixe Fora D’água’ e “Peixe Viajante”............................2 Instalação com o objeto afetivo; “Ela ainda vive em mim”..................................... 5 Escultura com gesso; do rascunho ao totem......................................................... 7 Escultura com arame; da ideia a construção....................................................... 12 Escultura com estanho; “Peixe Fora D’água’ e “Peixe Viajante” Durante esse semestre, trabalhamos com diversos materiais, e nosso primeiro trabalho foi com o estanho. Nunca havia trabalho com estanho antes, então, foi um processo inovador para mim. Comecei modelando a argila no formato de um peixe (Imagem 1), já pensando no que faria. Com o gesso, quase que houveram-se contratempos em relação ao preparo do molde, porém, tudo ocorreu bem. Coloquei a peça dentro de um cone feito com acetato e preenchi com o gesso (Imagens 2 e 3). Após isso, esperei secar e só então retirar a argila do molde com a ajuda de instrumentos certos (Foto 4). Imagem 1 Imagem 2 Imagem 3 Imagem 4 Com o gesso já seco e livre de quaisquer resíduos de argila, teve o preparo do estanho com o auxílio do professor (Imagem 5); foram utilizados 100g de estanho para criar a escultura. Por fim, quando o estanho esfriou, com a ajuda de um martelo e chave de fenda, somente quebrei o gesso (Imagem 6). Foi de fato um processo divertido e interessante, por conta de todas essas etapas, e o resultado acabou sendo surpreendente para mim (Imagem 7). Imagem 5 Imagem 6 Imagem 7 O conceito de fazer um peixe veio da minha antiga ideia para o meu projeto de instalação, no qual eu usaria um aquário antigo meu da minha infância. Queria criar um objeto por si só, em que seu significado e existência fosse no que ele é: um peixe. Durante o processo com a escultura de estanho, no período de tirarmos as fotos, trabalhei em procurar sempre deixar bem claro que o peixe era de fato um peixe. A própria peça é o seu sentido (Imagem 8) Imagem 8 A ideia era brincar com humor o ditado de se sentir “um peixe fora d'água”. Nas minhas fotografias, tentei buscar isso ao colocar o Peixe em lugares estranhos e anormais de se encontrar o peixe, como a terra. Porém, também experimentei em tirar em locais mais cotidianos, como em uma frigideira “fritando-o” e ele em um prato, sozinho. Com a fotografia, tentei buscar essa “solidão” que o peixe sentia por não estar em um lugar que se sente pertencente. (Imagens 9, 10 e 11) Imagem 9 Imagem 10 Imagem 11 A outra sequência de fotos foi mais descontraída, em um dia que me peguei pensando como ficaria uma coleção de fotografias do Peixe em viagens junto comigo, a partir daí, por uma semana, fotografei o Peixe em diversos ambientes (Imagem 12) interagindo com o ambiente, como no trem ao passar por um outdoor de restaurante divulgando seu lanche fast-food(Imagem 13). As duas sequências nomeei-as como se fossem uma história, o quê, desde o ínicio, foi uma das minhas intenções com a fotografia criar um storytelling. Imagem 12 Imagem 13 Instalação com o objeto afetivo; “Ela ainda vive em mim” A instalação com o objeto afetivo levou-me para diversos lugares. Desde o início, eu queria fazer algo que remetesse a minha infância, algo que criasse uma sensação de nostalgia de algo que não “se foi” necessariamente, como a ideia na psicologia de “resgatar a sua criança interior”. Por isso, busquei por objetos que remetessem a tudo que lembram-se da antiga Raphaela. Inicialmente, eu iria usar um antigo aquário que ganhei quando tinha 6 anos e era bem apegada à ele; como dito anteriormente, essa minha ideia de usar o aquário veio interligada com o Peixe de estanho da atividade anterior. Entretanto, quando procurei por ele, acabei descobrindo que meu aquário havia quebrado quando eu me mudei de Itanhaém para a minha atual cidade, Osasco. Diante disso, precisei buscar por outro objeto afetivo que cumprisse com o conceito que eu tinha em mente. Por isso, acabei utilizando a minha caixa de jóias que ganhei da minha mãe, que uma vez também foi de minha avó. Inspirei-me na montagem das antigas “máquinas do tempo” que são feitas nas escolas e nas “caixas da memória”, que são duas atividades pedagógicas que eu participei quando criança (Imagens 14 e 15). Imagem 14 Imagem 15 Durante a montagem, usei fotos antigas minhas; especialmente a do meu aquário. Coloquei mais outros objetos que gerassem o sentido daquela instalação ser uma caixa de memórias da “minha criança interior”. Coloquei os brinquedos que, quando mais nova, eu chamava de “meus tesouros”, como minhas bolinhas de gûde e dois golfinhos de plástico. E para finalizar, utilizei somente uma coisa do presente: As luzes de estrelas, algo que eu gostava muito de quando ainda era criança e persiste até hoje, acreditei que se encaixava na proposta que eu estava criando nessa instalação. Na fotografia, busquei mostrar como aquela criança nas fotos, aquela “antiga Raphaela” permanece comigo na minha memória. (Imagem 16) Imagem 16 Escultura com gesso; do rascunho ao totem Ao trabalhar com o gesso, criava já uma certa expectativa. O processo com o gesso acabou tornando-se fora do planejado, já que durante a preparação de um dos meus blocos de gesso, este não queria secar de jeito algum. Com o auxílio do professor, acabei ficando com dois blocos de gesso, pois, o primeiro que eu havia feito, secou após duas semanas; e o que recebi auxílio do professor, secou durante a preparação em sala de aula. Apesar dos contratempos, eu já tinha uma ideia do que eu queria fazer. Peguei como inspiração para o trabalho a palavra ‘misticidade’ e como referência, baseei-me nos totens feitos pelos Maias e os Astecas em adoração aos seus deuses (Imagens 17 e 18). Porém, também me baseei em uma figura de uma série animada que havia assistido há poucos dias, e nessa série, havia o Deus do Caos (Imagem 19), que era uma figura importante para a história. Tomei a liberdade de modificar a figura de acordo com os acontecimentos, e antes de passar para o gesso, rascunhei em meu caderno como seria aquela peça, até medindo o seu tamanho para que se coubesse no bloco de gesso que eu havia feito. Imagem 17 Imagem 18 Imagem 19 Com o bloco de gesso, esperei que secasse para poder desenhar o modelo. Na parte superior eu trabalharia algo mais geométrico e na parte inferior eu exploraria uma figura mais humana. Após traçar o que eu faria (Imagem 20), calculando cada parte que eu faria, com o auxílio de uma goiva e um martelo, modelei a parte superior primeiro, a cabeça da peça (Imagem 21) para só depois moldar o corpo. Com o uso do martelo e a goiva, fui moldando até que se criasse uma pirâmide na ponta da cabeça, e fui refinando com a grosa. Imagem 20 Imagem 21 Durante algumas etapas da construção, acabei realizando em casa; para otimizar o tempo. A parte inferior foi a mais difícil, pois eu nunca havia modelado um corpo humano em três dimensões. Primeiro fui construindo os braços para só então definir como ficariam as pernas (Imagem 22). Após isso, com auxílio de goivas menores, fui construindo a parte inteira do peitoral e o formato dos braços (Imagem 23) quanto ao formato das mãos e dos pés. Por fim, finalizei ao fazer os detalhes do rosto como os olhos, os dentes da boca e as cavidades dos “ouvidos”. Imagem 22 Imagem 23 Na fotografia, diante da minha ideia de que me inspirou nos antigos totens maias e astecas, resolvi criar um pequeno altar para tirar a foto da peça, criando uma ambientação em volta da misticidade. Optei por deixar a peça em branco pois pintar poderia acabar com a proposta de que aquela peça foi feita para “rituais de adoração” e que tinha a “finalidade” de se invocar o Deus do Caos (Imagens 24 e 25). Imagem 24 Imagem 25 Escultura com arame; da ideia a construção Ao trabalhar como arame, já estava mais preparada; pois já havia trabalhado com esse material anteriormente ao fazer mais peças para cerâmica. Com a orientação do professor, inspirei-me no artista Vik Muniz, que usa do humor em suas peças; então, seguindo a linha dos meus trabalhos anteriores, em que a peça em si era o seu maior sentido, o processo com o arame não seria diferente. Durante o processo criativo com o arame, deixe-me levar; queria criar algo inusitado e só deixar que o processo moldasse o que seria aquela peça. Por isso, iria fazer a primeira coisa que eu desenhasse em meu caderno. Com uma única linha, fui desenhando o formato bizarro daquela figura, que inicialmente havia começado como gênio e após isso se transformou em um pássaro excêntrico, que vagamente lembrava um flamingo e o dodô azul do filme da Pixar, ‘Up: Altas Aventuras’ (Imagens 26 e 27). Desenhei espirais e antenas naquele animal, assim como o seu bico, que seria em espiral também. Imagem 26 Imagem 27 Modelar com arame acabou mostrando-se ser mais complicado do que eu esperava; utilizei do arame galvanizado, que é mais leve e para a estrutura que eu queria fazer, talvez não fosse o indicado. A expectativa é que o trabalho ficasse maior, contudo, adaptei a minha ideia inicial: a obra seria grande, porém, diminui o seu tamanho para que o peso se equilibrasse com o seu material. Comecei com a base, fazendo o movimento de espiral. Com um alicate pequeno, fui modelando o formato do pássaro. Primeiro foi o seu corpo até a região da cabeça; com mais um pedaço de arame, fiz o formato de asas e juntei com o corpo do pássaro (Imagens 28 e 29). Imagem 28 Imagem 29 As últimas partes que foram unidas no pássaro foram o bico e as antenas de joaninha. Antes de fazer essas peças, com pedaços que sobraram de arame fui fazendo pequenos furacões até fazer do tamanho exato que coubesse e não pesasse a cabeça. Por fim, ajeitei as antenas com um alicate de unha e fiz mais alguns detalhes no corpo do pássaro com o mesmo alicante. (Imagem 30) Imagem 30 Na fotografia, assim como o Peixe, busquei inserir o pássaro excêntrico interagindo com o ambiente, então, busquei colocá-lo na terra, perto de árvores e até mesmo tentei fazer um ninho com arames e pedaços de tecido, coisas que eu tinha na minha casa. Para então assim, acentuar o ar estranho e bizarro que esse pássaro possui (Imagem 31). Imagem 31
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