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INADIMPLEMENTO

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TEORIA DAS OBRIGAÇÕES – INADIMPLEMENTO 
 
 Art. 389 até art. 393. 
 
É quando o devedor não cumpre a obrigação, no 
todo ou em parte. Isso pode ocorrer por fato 
imputável ao devedor ou por evento estranho à 
sua vontade. 
 
 Regra - pacta sunt servanda: princípio da 
obrigatoriedade das convenções. 
 
 Como regra, os contratos são cumpridos na 
forma pactuada (lado fisiológico dos contratos). 
Inadimplemento (lado patológico dos contratos) 
 
o ESPÉCIES: 
 
• ABSOLUTO: é quando a obrigação não foi 
cumprida e nem poderá sê-la. Mesmo que a 
possibilidade de cumprimento ainda exista, 
haverá inadimplemento absoluto se a prestação 
se tornou inútil ao credor. 
 
− culposo: a parte lesada pelo 
inadimplemento pode pedir a resolução 
do contrato, se não preferir exigir-lhe o 
cumprimento, cabendo, em qualquer dos 
casos, indenização por perdas e danos. 
Ex.: vestido de noiva; 
 
− fortuito: quando o inadimplemento 
decorreu por força maior ou por fato 
imputável a terceiro (que destruiu o objeto 
do contrato) ou ao próprio credor. 
Ex.: contrata o fotógrafo para fazer o ensaio 
da filha, mas não leva a filha até o ensaio; 
 
 Resolução: finalização do contrato. 
 
• RELATIVO: casos em que há cumprimento 
defeituoso da obrigação, com descumprimento 
do tempo, lugar ou forma convencionados, ou 
ainda, com descumprimento de algum dever 
lateral ou anexo de conduta. 
 
− Mora (art. 394). 
 
− Violação positiva do contrato: 
enunciado 24 da I jornada de D. Civil – 
STJ: “em virtude do princípio da boa-fé, 
positivado no art. 422 do Novo Código 
Civil, a violação dos deveres anexos 
constitui espécie de inadimplemento, 
independente de culpa”. 
 
o EFEITOS DO INADIMPLEMENTO 
CULPOSO: 
 
• Art. 389: não cumprida a obrigação, 
responde o devedor por perdas e danos, mais 
juros e atualização monetária segundo índices 
oficiais regularmente estabelecidos e honorários 
de advogado. 
 
• Art. 475: A parte lesada pelo 
inadimplemento pode pedir a resolução do 
contrato, se não preferir exigir-lhe o 
cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, 
indenização por perdas e danos. 
 
 A resolução do contrato só será possível se o 
adimplemento ainda será possível. 
 
• Art. 391: pelo inadimplemento das 
obrigações respondem todos os bens do 
devedor. 
 
o INADIMPLEMENTO EM CASO DE 
OBRIGAÇÃO NEGATIVA: 
 
• Art. 390: nas obrigações negativas o 
devedor é havido por inadimplente desde o dia 
em que executou o ato de que se devia abster. 
 
 Quando faz aquilo que se comprometeu a não 
fazer. 
 
o CONTRATOS BENÉFICOS OU 
GRATUITOS: 
 
 É um contrato onde só um se beneficia. 
 
• Art. 392: nos contratos benéficos, 
responde por simples culpa o contratante, a 
quem o contrato aproveite, e por dolo aquele a 
quem não favoreça. Nos contratos onerosos, 
responde cada uma das partes por culpa, salvo 
as exceções previstas em lei. 
 
 Na responsabilidade extracontratual, o 
autor da ação (vítima do dano) tem que provar a 
culpa do demandado, na responsabilidade 
contratual, basta que o lesado prove a existência 
de contrato valido e afirme ter ocorrido o 
inadimplemento. 
 
 Ao devedor incumbirá, então, para afastar 
o dever de indenizar, prova que cumpriu o 
TEORIA DAS OBRIGAÇÕES – INADIMPLEMENTO 
 
contrato ou que o inadimplemento não lhe é 
imputável. 
 
 Essa solução é valida para os contratos 
onerosos. 
 
o INADIMPLEMENTO FORTUITO DA 
OBRIGAÇÃO (SEM CULPA DO DEVEDOR): 
 
• Art. 393: o devedor não responde pelos 
prejuízos resultantes de caso fortuito ou força 
maior, se expressamente não se houver por eles 
responsabilizado. 
 
§ Único: o caso fortuito ou de força maior se 
verifica no caso necessário, cujos efeitos não 
eram possíveis evitar ou impedir. 
 
 Se não for realizado o pagamento, o credor 
não poderá cobrar, o contrato será extinto e não 
poderá ser pedido perdas e danos. 
 
 INADIMPLEMENTO FORTUITO DECORRE: 
Por culpa do devedor, por ato de terceiro ou por 
caso fortuito ou de força maior. 
 
o DISTINÇÕES: 
 
− Caso fortuito: fato imprevisível, alheio a 
vontade das partes, ligado ao funcionamento de 
máquinas, ao risco de atividades ou a 
comportamentos humanos – greves, disfunções 
de aparelhos... 
 
− Força maior: fenômenos naturais ou 
acontecimentos externos, inevitáveis, como 
raios, inundações, terremotos... 
 
− Caracterização legal: inevitabilidade 
(art. 393, par. único) - “O caso fortuito ou de força 
maior verifica-se no fato necessário, cujos 
efeitos não eram possíveis evitar ou impedir”. 
 
o FORTUITO INTERNO x FORTUITO 
EXTERNO: 
 
− Interno: é o fato imprevisível e inevitável, 
mas que está ligado a organização da empresa, 
sendo por isso, considerado um risco inerente à 
atividade desenvolvida pelo ofensor. 
Ex.: greve de empregados; estrago de máquina; 
estouro de pneus... 
 
− Externo: seria o fato estranho à 
organização da empresa, cujos riscos não 
seriam suportados por ela – afasta a 
responsabilidade. 
 
 Casos não previstos em lei, somente 
acolhidos jurisprudencialmente há anos, 
especialmente nos casos de responsabilidade 
objetiva e nos acidentes de trânsito. 
 
o POSSÍVEIS EQUIPARAÇÕES: 
 
− Impossibilidade física (caso fortuito ou de 
força maior). 
 
− Impossibilidade jurídica (proibição legal – 
factum principis). 
 
− Inexigibilidade econômica (ex. greve 
geral no transporte rodo-ferroviário, exceto o 
aéreo; caso do fechamento do canal de Suez). 
 
− Inexigibilidade psíquica (ex.: ator/cantor 
que deve representar/cantar, quando recebe 
notícia de que sua esposa/filho sofreu grave 
acidente)

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