Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CURSO ON-LINE - DIREITO PREVIDENCIÁRIO – TEORIA - P/ AFRFB PROFESSOR: FÁBIO ZAMBITTE www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula IV: Salário-de-Contribuição: Conceito; Parcelas Integrantes; Parcelas Não-Integrantes; Limites Mínimo e Máximo; Salário- Base; Financiamento da Seguridade Social: Segurados. V. Lei n° 8.212/91, art. 10 e 16 a 27. V. RPS, art. 194 a 205. Pessoal, neste momento iniciamos o estudo do custeio previdenciário. O tema central de nosso concurso é o custeio, pois toda a parte de benefício foi excluída do edital, tanto de auditor como de analista. Portanto, vamos a ele! CCUUSSTTEEIIOO –– SSEEGGUURRAADDOOSS ((AARRTT.. 2200 EE 2211 DDAA LLEEII NN.. 88221122//9911 EE AARRTT.. 119988 EE 119999,, RRPPSS)) O custeio dos segurados, como vimos, é previsto no art. 195, II da Constituição Federal. É o embasamento constitucional para a contribuição dos segurados. Esta contribuição não deve ser confundida com a contribuição de empresa, que é prevista, na Constituição, no art. 195, I, “a”. Muitas vezes, é a própria empresa que deverá recolher a contribuição dos trabalhadores, por meio de desconto na folha de pagamento, mas uma coisa não se confunde com a outra. Percebam que agora, nos dedicaremos com exclusividade a estas duas contribuições: da empresa sobre a folha (art. 195, I, a, CF) e dos segurados (art. 195, II, CF), pois são estas duas destinadas exclusivamente à previdência social – RGPS, e por isso chamadas de contribuições previdenciárias (art. 167, XI, CF). Tendo claro esta distinção em mente, você já entendeu metade do custeio previdenciário! Custeio de empresa é uma coisa, custeio de trabalhador é outra!!! Vamos iniciar pelos segurados, e, para tanto, temos de falar de salário- de-contribuição. SSAALLÁÁRRIIOO--DDEE--CCOONNTTRRIIBBUUIIÇÇÃÃOO (art. 28 da Lei n. 8212/91, art. 214, RPS) CURSO ON-LINE - DIREITO PREVIDENCIÁRIO – TEORIA - P/ AFRFB PROFESSOR: FÁBIO ZAMBITTE www.pontodosconcursos.com.br 2 O salário de contribuição nada mais é do que a base de cálculo previdenciária dos segurados, sobre a qual incide a contribuição. O salário-de-contribuição será fixado a partir da remuneração do segurado, lembrado-se que a remuneração consiste na parte fixa do salário, mais as comissões e gorjetas, que são a parte variável, e as chamadas conquistas sociais, que são as horas extras, o adicional noturno, o adicional de insalubridade e periculosidade, o 13º salário etc. Como veremos, a norma não se aplica para o segurado especial, que não tem, em regra, salário-de-contribuição, e ao facultativo, cujo salário-de-contribuição é o valor por ele declarado. Para o segurado especial, poderá haver salário-de-contribuição aferido a partir da remuneração, quando este exercer atividade remunerada em período de entressafra ou defeso – nestas situações, contribuirá, atipicamente, como se fosse um empregado (mas continua sendo segurado especial). Definição da legislação para salário-de-contribuição: I - para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa; (Lei nº 9.528, de 10.12.97) II - para o empregado doméstico: a remuneração registrada na Carteira de Trabalho e Previdência Social; III - para o contribuinte individual: a remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante o mês, observado o limite máximo; (Lei nº 9.876, de 26.11.99)1 1 Se o Contribuinte individual for um transportador autônomo, sua remuneração será de 20% do valor do frete. CURSO ON-LINE - DIREITO PREVIDENCIÁRIO – TEORIA - P/ AFRFB PROFESSOR: FÁBIO ZAMBITTE www.pontodosconcursos.com.br 3 IV - para o segurado facultativo: o valor por ele declarado, observado o limite máximo. (Lei nº 9.876, de 26.11.99) Todavia, não farão parte do salário de contribuição valores relativos à indenização ou ressarcimento. Essa exclusão decorre da lógica previdenciária, na qual o trabalhador irá fazer a sua contribuição mês-a-mês, e a Previdência irá fazer o calculo referente ao benefício com base numa média desses salários. Perceba que o beneficio possui um caráter substitutivo da remuneração auferida pelo segurado. Isto é, a maioria dos benefícios existe para substituir a remuneração do segurado quando este não tenha mais condições de obtê-la, seja por doença, idade avançada etc. Por isso, todo o valor responsável pela manutenção do segurado deve ser base de contribuição, para que o mesmo, futuramente, entre na média de cálculo do benefício e, conseqüentemente, reflita no valor final do benefício. Por isso não há razão para a incidência sobre valores indenizatórios ou ressarcitórios, pois não há motivo dos mesmos integrarem-se ao salário de contribuição e ao futuro benefício. Por exemplo, um empregado que seja vendedor, e trabalhe com o seu próprio carro, em atividades externas. Ao final de todo mês, seu empregador, além de seu salário, paga um reembolso do combustível comprovadamente gasto. Nesta situação, o reembolso de combustível deve integrar o salário-de-contribuição? Certamente que não, pois, quando se aposentar, este segurado não mais irá precisar de ressarcimento de combustível. Esta é a idéia: não haverá incidência, daí o valor não entra no cômputo da média para o cálculo do benefício, não se agregando ao valor final do mesmo. Percebam que, sempre, ao falarmos que determinada parcela “não integra o salário-de-contribuição”, é o mesmo que dizer que esta parcela não é base-de-cálculo para a contribuição social do trabalhador (e, por conseqüência, da empresa também!). O salário de contribuição dos segurados obrigatórios (exceto especial, que nem tem salário-de-contribuição) é obtido a partir remuneração, mas não se confunde com a mesma. Isso é facilmente visível pelo fato do salário-de-contribuição possuir CURSO ON-LINE - DIREITO PREVIDENCIÁRIO – TEORIA - P/ AFRFB PROFESSOR: FÁBIO ZAMBITTE www.pontodosconcursos.com.br 4 limites máximos e mínimos, que são de R$ 3218,90 e o piso salarial da categoria (na ausência desse o salário-mínimo), respectivamente. Por exemplo, se um empregado recebe R$ 5.000,00 por mês, sua remuneração será R$ 5.000,00, mas seu salário-de-contribuição será de R$ 3218,90. Somente contribuirá sobre este valor. Por isso os benefícios da previdência, regra geral, são também limitados a R$ 3218,90 (como veremos adiante, a contribuição da EMPRESA é que não possui limite. No caso, seria sobre os R$ 5.000,00). O valor de férias integra o salário de contribuição, uma vez que se associa às chamadas conquistas sociais, sendo que a sua incidência irá se dará no mês a que as férias se referirem. Ou seja, se as férias forem pagas antecipadamente não haverá a antecipação do recolhimento da contribuição previdenciária. Por exemplo, as férias são relativas ao mês de março, mas já foram pagas em fevereiro. A competência para recolhimento será março, e não fevereiro (como veremos, será recolhido então no dia 20 de abril, pelo empregador). Da mesma forma, há a incidência sobre a gratificação de 1/3 concedida nas férias, prevista na Constituição (art. 7º, XVII). Somente não incidirá contribuição sobre o art. 143 e 144 da CLT, que tratam do abono de férias e do abono pecuniário, que são valores pagos em razão da “venda” de até 10 dias das férias devidasou outro valor pago por mera liberalidade (não confundir o 1/3 constitucional com o 1/3 de férias “vendidas” – aquele incide, este não); Não integram o salário de contribuição por terem a natureza indenizatória. Todavia, o valor de férias pago após a rescisão contratual será tido como férias indenizadas, e por isso também não se sujeitará a incidência previdenciária, mesmo vencida, em dobro etc. Resumindo, férias (e 1/3 constitucional) somente terão incidência se pagos na vigência do contrato de trabalho. O salário-maternidade é o ÚNICO benefício que também é salário-de-contribuição, ou seja, seu valor é utilizado para cálculo de contribuição previdenciária. Os demais benefícios não são base. Por isso, por exemplo, o segurado que esteja recebendo auxílio-doença não contribui sobre o mesmo (da mesma forma para aposentadoria – lembre-se que somente servidores aposentados contribuem). Já 13º salário irá integrar o salário de contribuição, sendo que para fins previdenciários este valor é calculado em separado da competência dezembro, ou seja, existem 13 competências mensais. CURSO ON-LINE - DIREITO PREVIDENCIÁRIO – TEORIA - P/ AFRFB PROFESSOR: FÁBIO ZAMBITTE www.pontodosconcursos.com.br 5 Contudo, existem demandas judiciais que pleiteiam a aplicação da alíquota somando a competência dezembro com a competência 13, tendo como base precedente do Superior do Tribunal de Justiça. Só que o art. 7º da Lei n. 8620/93 é textual em colocar que o enquadramento do 13º salário é separado do mês de dezembro (e isso é que deve ser levado para a prova!). A cobrança do 13º salário serve apenas para custear a gratificação natalina que o segurado irá receber quando se aposentar. Assim, por exemplo, se o segurado recebeu R$ 2000,00 em dezembro, de salário, e R$ 2000,00 de 13º salário, contribuirá sobre os dois, em separado. Se somássemos, haveria o total ultrapassado o teto, mas não é isso que acontece. As diárias em regra não irão integrar o salário de contribuição, uma vez que possuem uma natureza indenizatória. Entretanto as mesmas integrarão quando ultrapassarem 50% da remuneração do trabalhador. Por exemplo, um empregado em um mês recebeu R$ 1000,00 de salário e 400,00 reais de diárias; neste caso o salário de contribuição será de R$ 1000,00. Porém, se o valor das diárias for de R$ 800,00, o salário de contribuição será de R$ 1800,00, posto que, quando exceder o valor de 50% da remuneração, o valor recebido pelas diárias irá integrar de forma integral o salário de contribuição. Vejam bem, este assunto, a priori, seria limitado aos segurados, já que salário-de-contribuição é a base-de-cálculo da contribuição destes. Todavia, tudo que não integra o salário-de-contribuição também não integra a base-de-cálculo da contribuição das empresas, e por isso este assunto ganha ainda mais relevância! Por isso deve ser bem estudado! Existem outras parcelas mencionadas no art. 28 da lei 8212/91 e art. 214 do RPS, que devem ser estudadas (este assunto SEMPRE é abordado em concursos). O § 9º de ambos os artigos trata das parcelas que não integram o salário de contribuição, isto é, parcelas sobre a quais não há incidência de contribuição. Lembre-se, quando estamos falando de exclusão do salário de contribuição, o que se diz na verdade é que sobre esse valor pago não irá incidir sobre a contribuição do trabalhador (e da empresa também). Por exemplo, o pagamento de salário in natura na forma de cesta básica, fornecido de acordo com o Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT, também está excluído do salário de contribuição. Todavia, se pago em desacordo com o PAT, passa a integrar! CURSO ON-LINE - DIREITO PREVIDENCIÁRIO – TEORIA - P/ AFRFB PROFESSOR: FÁBIO ZAMBITTE www.pontodosconcursos.com.br 6 Os benefícios previdenciários, salvo o salário-maternidade, também não integram o salário-de-contribuição. Hoje, o empregador pode ampliar a licença maternidade da gestante em mais 60 dias, mas nada muda – inclusive esse período de prorrogação (que não é salário-maternidade – pode ser deduzido do IR, e somente a partir de 2010) integrará o salário-de-contribuição. Outra verba excluída é a chamada ajuda de custo, quando o trabalhador é transferido para localidade diverso de sua moradia, desde que seja pago em parcela única. Se for, por exemplo, pago em 3 parcelas, passa a integrar o salário-de-contribuição. O mesmo ocorre com o vale-transporte, desde que feito na forma da lei. Se, por exemplo, ele é pago em dinheiro, como acontece freqüentemente, passa a integrar o salário-de-contribuição, pois está em desacordo com a legislação específica. A participação nos lucros também não integrará o salário de contribuição, desde que pago na forma da lei, com periodicidade mínima semestral, como determina lei específica ao tema. Se pago mensalmente, como acontece freqüentemente, passa a integrar o salário-de-contribuição, pois está em desacordo com a legislação específica. Percebam como o assunto é traiçoeiro! Estas parcelas relacionadas são excluídas do salário-de-contribuição, mas sob condição! Se descumprida a mesma, automaticamente passam a integrar a base- de-cálculo previdenciária. Muito cuidado com este assunto! O mesmo ocorre também com o alimento e moradia fornecido para o trabalho. Se for pelo trabalho, passa a integrar o salário-de- contribuição. Por exemplo, empregado é transferido para o RJ e tem sua cobertura na praia custeada pelo empregador - é pago PELO trabalho, tendo claramente natureza salarial. Já se o empregado é alocado em obra no interior da selva amazônica, e, como não pode dormir na selva, o empregador lhe fornece habitação no local - é claramente PARA o trabalho, não tendo natureza contraprestacional. Plano de saúde também não integrará o salário de contribuição, desde que extensível a todos os trabalhadores. O mesmo haverá para o reembolso creche ou babá desde que a criança não seja superior a 6 anos. CURSO ON-LINE - DIREITO PREVIDENCIÁRIO – TEORIA - P/ AFRFB PROFESSOR: FÁBIO ZAMBITTE www.pontodosconcursos.com.br 7 O plano educacional da empresa não integrará o salário-de-contribuição quando o mesmo for extensível a todos os trabalhadores e que seja afeto as atividades desenvolvidas pela empresa. Interessante notar que a antiga discussão sobre o aviso prévio está encerrada. Pouco importa se o empregado trabalhou o aviso prévio ou se foi indenizado – em qualquer hipótese, haverá a incidência de contribuição. AA)) CCOONNTTRRIIBBUUIIÇÇÃÃOO DDOOSS SSEEGGUURRAADDOOSS EEMMPPRREEGGAADDOO,, EEMMPPRREEGGAADDOO DDOOMMÉÉSSTTIICCOO EE TTRRAABBAALLHHAADDOORR AAVVUULLSSOO.. Entendido o salário-de-contribuição, podemos agora iniciar o estudo da quantificação da contribuição devida pelos segurados, iniciando pelos segurados empregados, trabalhadores avulsos e empregados domésticos. O custeio do empregado, do trabalhador avulso e empregado doméstico possui a mesma regra de recolhimento, sendo que estes deverão pagar a alíquota variável de 8, 9 ou 11% sobre seus respectivos salários-de- contribuição. A alíquota aumenta na medida em que aumenta o salário de contribuição destes segurados. Já a contribuição do segurado trabalhador rural contratado por produtor rural pessoa física por pequeno prazo (até dois meses) para o exercício de atividades de natureza temporária é de oito por cento sobre o respectivo salário-de-contribuição. Em valores atualizados a partir de fevereiro de 2009, a tabela, atualmente, é a seguinte: SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$) ALÍQUOTA (%) 1 Salário Mínimo até 965,67 8,00% de 965,68 até 1.609,45 9,00% de 1.609,46 até 3.218,90 11,00% O empregado e o trabalhador avulso possuem uma presunção absoluta de recolhimento da contribuição, posto que compete a empresa que os remunera fazer este recolhimento. CURSO ON-LINE - DIREITO PREVIDENCIÁRIO – TEORIA - P/ AFRFB PROFESSOR: FÁBIO ZAMBITTE www.pontodosconcursos.com.br8 Por isso, no caso do empregado e do avulso sempre será da competência da empresa reter o valor correspondente da contribuição social, sendo essa presunção absoluta. Não importará se houve ou não o devido recolhimento; a mesma sempre será tida como recolhida cabendo a Previdência Social cobrar da empresa esse valor não recolhido, e dessa forma o empregado e avulso não serão prejudicados. No máximo, o que se pode exigir do empregado e do trabalhador avulso é a prova da atividade remunerada, e da sua remuneração (para cálculo do benefício). Contudo, mesmo essa necessidade poderá ser dispensada se estas informações constarem do Cadastro Nacional de Informações Sociais – CNIS, sendo que o art. 29-A da lei 8213/91 prevê a utilização desse cadastro para a concessão de benefícios e mesmo comprovação de vínculo (se perdeu a CTPS, o vinculo cadastrado no CNIS já vale como prova, desde que a informação não seja extemporânea, ou seja, fora da época da efetiva prestação do serviço). A empresa deverá recolher a sua contribuição social bem como a do empregado e avulso, em regra, até o dia vinte do mês seguinte à competência (veremos isso melhor adiante). Com relação ao empregado doméstico o recolhimento da contribuição social caberá ao empregador doméstico, sendo que neste caso não existe a presunção absoluta de recolhimento, o que na prática importa que, quando o mesmo requisitar o benefício, deverá provar o recolhimento das contribuições. Não sendo possível essa prova, a princípio o doméstico não teria direito ao benefício, mas a lei de benefícios coloca que se o mesmo fizer a prova de que trabalhou como empregado doméstico durante todo o tempo necessário para a obtenção do benefício fará jus a um no valor mínimo. Por exemplo, a doméstica prova que trabalhou como tal durante 20 anos, com sua carteira de trabalho – CTPS, mas seu patrão nunca recolheu as contribuições. Ao completar 60 anos de idade, poderá se aposentar com o salário mínimo, cabendo a Secretaria de Receita Federal do Brasil exigir o recolhimento do empregador, que quando feito, permitirá o cálculo correto do benefício da empregada doméstica. CURSO ON-LINE - DIREITO PREVIDENCIÁRIO – TEORIA - P/ AFRFB PROFESSOR: FÁBIO ZAMBITTE www.pontodosconcursos.com.br 9 BB)) CCOONNTTRRIIBBUUIINNTTEE IINNDDIIVVIIDDUUAALL O contribuinte individual utiliza-se de uma alíquota de 20% do seu salário de contribuição, sendo que esta alíquota (mais elevada do que os empregados) decorre do fato de que o este segurado, em tese, custeia o benefício sozinho, o que não ocorre com o empregado, onde há a participação do empregador. Porém, existem hipóteses onde essa lógica é falha, quando, por exemplo, um contribuinte individual prestar serviços a uma empresa, pois esta deverá recolher a sua respectiva contribuição social. Por isso a Lei 9876/99 inseriu, no § 4º no art. 30 da lei 8212/91, uma regra que permite ao contribuinte individual fazer uma dedução referente a 45% do que é pago pela empresa, sendo que esse abatimento ficará limitado a 9% do seu respectivo salário-de- contribuição. Em outras palavras (e já simplificando a confusa regra legal), a lógica dessa regra é que, quando o contribuinte individual prestar serviço a uma empresa, terá a sua alíquota reduzida para 11% (esse é resultado final do que diz a lei), sendo retida na fonte pela empresa contratante, devido a Lei nº 10.666/03. Art. 30.(...) (...) § 4o Na hipótese de o contribuinte individual prestar serviço a uma ou mais empresas, poderá deduzir, da sua contribuição mensal, quarenta e cinco por cento da contribuição da empresa, efetivamente recolhida ou declarada, incidente sobre a remuneração que esta lhe tenha pago ou creditado, limitada a dedução a nove por cento do respectivo salário-de- contribuição. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) (...) Vejam, então o contribuinte individual - CI poderá contribuir com 20% (que é a regra geral), ou 11% (quando prestar serviços a empresas), sendo que, nesta última hipótese, será já descontado na fonte, beneficiando-se, inclusive, da presunção absoluta de recolhimento. Por exemplo,no mesmo mês, o segurado CI recebeu R$ 500,00 de uma empresa, e outros R$ 500,00 de pessoas físicas, por serviços prestados. Seu salário-de-contribuição é de R$ 1000,00, sendo que, sobre os R$ 500,00 recebidos da empresa, contribuirá com 11%, sendo tal percentual já retido pela empresa. Sobre a outra parcela, deverá, por iniciativa própria, recolher os 20%. CURSO ON-LINE - DIREITO PREVIDENCIÁRIO – TEORIA - P/ AFRFB PROFESSOR: FÁBIO ZAMBITTE www.pontodosconcursos.com.br 10 Em outro exemplo, caso venha a receber R$ 2000,00 de uma empresa, e outros R$ 2000,00 de pessoas físicas, por serviços prestados. Seu salário-de-contribuição é de R$ 3.218,90, sendo que, sobre R$ 2000,00 recebidos da empresa, contribuirá com 11%, sendo tal percentual já retido pela empresa. Sobre a outra parcela até o teto (R$ 1218,90), deverá, por iniciativa própria, recolher os 20%. A obrigação de retenção da contribuição do contribuinte individual apenas é aplicável no caso de empresa (pessoa jurídica), ou seja, a pessoa física que venha a ser equiparada a empresa não será obrigada a observar esta regra. Terá de recolher a cota patronal, como empresa que é, mas estará dispensada de reter a cotização do CI. Todavia, é obrigada a reter a cotização de empregados e avulsos (para estes, não há exceção – toda empresa ou equiparado deve reter a contribuição dos mesmos). A ressalva existe em razão da maior “tensão” gerada pela obrigatoriedade de retenção de pessoa física equiparada à empresa, pois o profissional liberal poderia “reagir mal” à retenção. A tabela de 8%, 9% e 11% não será aplicável ao contribuinte individual uma vez que se aplica tão somente ao empregado, ao empregado doméstico e ao trabalhador avulso. Ou seja, o contribuinte individual apenas se sujeitará a duas alíquotas; ou terá que pagar 20% ou 11% do seu salário de contribuição a título de contribuição social. No caso de um contribuinte individual prestar o serviço para três empresas tomadoras de serviço, onde ele receba, por exemplo R$ 1000,00 da primeira, R$ 1000,00 da segunda e R$ 2000,00 da terceira, o seu salário de contribuição será de R$ 3.218,90, ou seja, será o teto. Então, ao prestar serviços para as duas primeiras empresas, o mesmo será descontado em 11%, e quando prestar serviço para a terceira a mesma apenas vai efetuar o seu desconto sobre o valor restante do salário de contribuição (R$ 1218,90). Se por exemplo, já houvesse atingido o teto não haveria nenhuma retenção de contribuição do trabalhador, mas somente a contribuição da empresa. O Regulamento da Previdência Social diz que quando o contribuinte individual - CI presta serviço, com habitualidade, a várias empresas, poderá o mesmo indicar quais serão as empresas que realizarão o desconto, liberando as demais dessa obrigação (aconselho a leitura de todo o art. 216 e seus diversos parágrafos). No passado, o CI tinha como salário-de-contribuição o chamado salário- base, que era uma tabela de 10 classes, desde um salário mínimo até o CURSO ON-LINE - DIREITO PREVIDENCIÁRIO – TEORIA - P/ AFRFB PROFESSOR: FÁBIO ZAMBITTE www.pontodosconcursos.com.br 11 teto. O CI deveria progredir classe a classe, se desejasse alcançar o teto. Este salário-base existia devido à antiga regra de aposentadoria. Esta era calculada sobre uma média de somente os 36 últimos salários-de- contribuição do segurado, de modo que, espertamente, este poderia contribuir sobre o salário mínimo a vida inteira e, faltando 3 anos para aposentadoria, ir para o teto! Para evitar o “golpe”, a lei criou o salário-base, de modo a não ser possível a progressão imediata, mas somente de modo gradual. Como hoje o benefício é calculado em períodos bem maiores, como veremos, perdeu a importância essa questão, e por isso o salário-basefoi extinto (por isso não falaremos de fracionamento, mudanças de classe etc). Hoje, o salário-de-contribuição dos CI é fixado a partir de suas remunerações, observando, evidentemente, os limites mínimo e máximo. Com a LC n° 123/06, que dá nova redação ao art. 21 da Lei 8212/91, criou-se a possibilidade do CI pagar, se quiser, somente 11% do salário mínimo, ao invés dos 20%. Com isso, terá um bom desconto de sua contribuição, mas perde, em compensação, um benefício, que é a aposentadoria por tempo de contribuição. Esta prerrogativa foi criada a partir da previsão constitucional do sistema de inclusão previdenciária, no art. 201, §§ 12 e 13 da CF/88. Seria este sistema somente voltado ao trabalhador de baixa renda, mas a lei foi “frouxa” de propósito, pois se um CI volta ou começa a pagar a contribuição, é menos um que ficaria de fora do sistema. Caso o segurado mude de idéia, poderá pagar os 9% faltantes, somente com juros, podendo se aposentar por tempo de contribuição e até mesmo levar este tempo para RPPS com esta finalidade (do contrário, o tempo em RPPS não serviria para fins de aposentadoria por tempo de contribuição). Vejam que essa possibilidade de recolher 11% do salário mínimo NÃO TEM RELAÇÃO com o recolhimento do CI de 11% que presta serviço a empresas – este tem direito a todos os benefícios, de acordo com as regras gerais – é uma mera coincidência de percentuais. CC)) SSEEGGUURRAADDOO FFAACCUULLTTAATTIIVVOO O segurado facultativo possui como regra GERAL, a mesma do contribuinte individual, ou seja, a sua contribuição será uma alíquota referente a 20% sobre seu respectivo salário de contribuição. CURSO ON-LINE - DIREITO PREVIDENCIÁRIO – TEORIA - P/ AFRFB PROFESSOR: FÁBIO ZAMBITTE www.pontodosconcursos.com.br 12 A diferença é o que é considerado como salário-de-contribuição para este segurado. O salário-de-contribuição do facultativo será o valor por ele declarado, ou seja, qualquer coisa entre o piso e o teto do salário de contribuição, sendo que este valor poderá ser alternado mês- a-mês. O facultativo também pode optar por pagar, se quiser, somente 11% do salário mínimo, ao invés dos 20%. Com isso, também terá um bom desconto de sua contribuição, mas perderá, também, um benefício, que é a aposentadoria por tempo de contribuição DD)) SSEEGGUURRAADDOO EESSPPEECCIIAALL A contribuição social do segurado especial é um percentual de 2,1% (2,0% + 0,1%, a título de Seguro de Acidente do Trabalho – SAT), sobre a receita bruta da comercialização da sua produção rural. Ou seja, para este segurado não será aplicada a regra geral referente ao salário de contribuição, podendo a base de cálculo ser inferior ao salário mínimo. Na verdade, não existe, em regra, salário-de- contribuição para este segurado! O recolhimento não será feito de forma individualizada, ou seja, caso o grupo familiar envolvido na atividade seja de 10 pessoas, o valor devido é o mesmo, e não será necessário que essa contribuição seja mensal, posto que caso não haja receita, não haverá fato gerador dessa contribuição. Por isso a contagem do seu tempo será referente a atividade rural, sem correlação direta com a contribuição, e em geral os seus benefício são fixadas em somente um salário mínimo. O recolhimento da contribuição do segurado especial caberá ao adquirente da produção, consignatário, ou cooperativa rural. Contudo, existem situações onde o próprio segurado especial deverá arcar com esse recolhimento, que será quando o mesmo vender diretamente a sua produção rural ao varejo, quando o mesmo CURSO ON-LINE - DIREITO PREVIDENCIÁRIO – TEORIA - P/ AFRFB PROFESSOR: FÁBIO ZAMBITTE www.pontodosconcursos.com.br 13 vender diretamente para o exterior, ou quando o mesmo vender para outro segurado especial. Na hipótese de exportação, há quem veja uma imunidade, já que não há incidência de contribuição social sobre receitas de exportação. Isso nunca foi abordado em prova, mas pessoalmente, não concordo com esse ponto de vista, pois, do contrário, o segurado especial nada pagaria, em contrariedade à natureza contributiva da previdência social, que também é prevista na Constituição. O segurado especial caso queira um benefício maior, poderá contribuir facultativamente como contribuinte individual (além da contribuição como segurado especial). Assim, poderá ter benefícios melhores e até aposentadoria por tempo de contribuição. É uma regra um tanto quanto irreal, pois, para aderir a mesma, o segurado especial, além dos 2,1% da receita, deveria pagar, mensalmente, contribuição similar ao CI, o que é praticamente inviável para um pequeno produtor rural. Perceba que não se trata de contribuição como facultativo, pois o especial é um segurado obrigatório. O que se prevê é a possibilidade de contribuir FACULTATIVAMENTE como CI. Também, não é CI de fato, pois se exercer outra atividade remunerada, perde a condição de segurado especial. Com a Lei 11718/08, pode o segurado especial exercer outras atividades e, neste caso, contribuirá de acordo com o enquadramento. Por exemplo, se durante a entressafra consegue um emprego, contribuirá como se fosse empregado, apesar de ainda ser segurado especial. É uma situação recentemente criada que ainda carecerá de melhor regulamentação, pois cria uma atípica situação na qual um segurado especial contribuirá como se fosse empregado, mas sem ser... EXERCÍCIOS 1) Acerca do financiamento da seguridade social, assinale o item CORRETO. a) Salário-de-contribuição é o critério definido como base de cálculo da contribuição devida à seguridade social, não correspondendo, para toda e qualquer classe de segurados, ao valor do rendimento mensal efetivamente auferido, salvo nos casos dos segurados empregado e trabalhador avulso, em relação aos quais são computados, para fim de CURSO ON-LINE - DIREITO PREVIDENCIÁRIO – TEORIA - P/ AFRFB PROFESSOR: FÁBIO ZAMBITTE www.pontodosconcursos.com.br 14 contribuição à seguridade social, a totalidade de seus ganhos habituais de qualquer natureza. b) A alíquota de contribuição do segurado contribuinte individual corresponde a 20% do salário-base referente à classe em que estiver enquadrado, facultado o pagamento antecipado de contribuições com o propósito de suprir os interstícios mínimos entre cada uma das classes, bem como a progressão e a regressão entre as classes. c) Todas as contribuições sociais, assim definidas pela lei que instituiu o Plano de Custeio da Seguridade Social, podem ser usadas para financiamento das despesas com pessoal e administração geral do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). d) O salário-de-contribuição do empregado e do trabalhador avulso deve observar limites mínimo (piso legal ou convencional da categoria ou salário mínimo) e máximo (teto para a contribuição), jamais alcançado o valor total das diárias recebidas, se diretamente vinculadas ao custeio de despesas extras geradas em função de viagens. e) O aposentado que retornar ao exercício de atividade sujeita-se à contribuição previdenciária. a) O exposto é, em grande parte, correto, mas traz uma omissão de grande relevância, que justifica plenamente o gabarito errado. De fato, a questão omitiu a existência de limite máximo do salário-de-contribuição, de modo que não necessariamente a totalidade de ganhos habituais de qualquer natureza do empregado e avulso integrarão o salário-de-contribuição (Art. 28, § 5°, Lei n. 8.212/91 e Art. 214, § 5°, RPS). Sobre o início da afirmativa, deve-se observar que, realmente, existe uma espécie de segurado cujo salário-de-contribuição não corresponde ao rendimento mensal auferido, que é o segurado facultativo. Também é exceção o segurado especial, que sequer possui, em regra, salário-de-contribuição. b) CURSO ON-LINE - DIREITO PREVIDENCIÁRIO – TEORIA - P/ AFRFB PROFESSOR: FÁBIO ZAMBITTE www.pontodosconcursos.com.br15 O salário-de-contribuição do segurado contribuinte individual, na atualidade, é obtido a partir de sua remuneração mensal, atendidos os limites máximo e mínimo. Além disto, a questão é errada em virtude da possível faculdade de pagamento antecipado de contribuições, que não existe. O cumprimento dos interstícios mínimos entre classes e a progressão e a regressão entre estas eram normas relativas ao salário-base, que não mais existem. c) A Lei n. 8.212/91 prevê que todas as contribuições sociais, à exceção das incidentes sobre a receita de concursos de prognósticos, podem ser utilizadas financiamento das despesas com pessoal e administração geral do Instituto Nacional do Seguro Social (Art. 18). Daí já se verifica o erro, pois não são todas as contribuições. Ainda mais, parte deste dispositivo legal é atualmente contrário à Constituição, que veda expressamente a utilização de contribuições das empresas, incidentes sobre a remuneração paga ou creditada aos segurados a seu serviço e dos trabalhadores para fins distintos do pagamento de benefícios do RGPS (Art. 167, XI, CRFB/88, inserido pela EC n. 20/98). d) Em regra, as diárias realmente são excluídas do salário- de-contribuição, por ser mero ressarcimento, desprovidas de natureza remuneratória. Todavia, expressa a legislação previdenciária que as diárias integrarão o salário-de-contribuição, pela totalidade, desde que ultrapassem 50% remuneração mensal (Art. 28, § 8°, a, Lei n. 8.212/91 e Art. 214, § 8°, RPS). Por exemplo, segurado que tem R$ 500,00 de remuneração mensal e recebeu R$ 300,00 de diárias. Terá como salário- de-contribuição o valor de R$ 800,00. A parte inicial da questão, referente à existência de limites mínimo e máximo do salário-de-contribuição está correta (Art. 28, §§ 3° a 5°, Lei n. 8.212/91 e Art. 214, §§ 3° e 5°, RPS). e) CURSO ON-LINE - DIREITO PREVIDENCIÁRIO – TEORIA - P/ AFRFB PROFESSOR: FÁBIO ZAMBITTE www.pontodosconcursos.com.br 16 A afirmativa é a correta e, portanto, o gabarito. O fato é que o aposentado, ao voltar a trabalhar, retorna à condição de segurado obrigatório (Art. 12, § 4°, Lei n. 8.212/91 e Art. 9°, § 1°, RPS), sendo que seu recolhimento irá incidir sobre seu salário-de-contribuição, aferido a partir de sua remuneração mensal. 2) Acerca do financiamento da seguridade social, assinale o item CORRETO a) O segurado detentor de dupla vinculação ao RGPS, por exercer atividade como contribuinte individual e, concomitantemente, ostentar a condição de empregado, contribuirá apenas com relação a uma dessas atividades, se a soma de seus salários-de-contribuição ultrapassar o dobro do limite máximo estabelecido para a contribuição. b) O segurado facultativo não possui salário-de-contribuição. c) O empregador doméstico contribui para a seguridade no percentual total de 12% sobre a remuneração do trabalhador a seu serviço, já computada, no percentual referido, a contribuição correspondente a 1% do mesmo salário-de-contribuição devida para custeio das prestações acidentárias. d) Um empregado ou trabalhador avulso nunca terão de provar seu recolhimento previdenciário. e) O transportador autônomo recolhe suas contribuições calculadas sobre o valor do frete. a) O segurado que exercer mais de uma atividade remunerada vinculante ao RGPS deverá contribuir em razão de ambas, salvo se já atingir o teto na mais antiga. Se a atividade mais antiga for de contribuinte individual e a mais recente for como empregado ou avulso, dá-se a preferência a estas, já que traduzem uma contribuição menor, mais favorável ao segurado. b) CURSO ON-LINE - DIREITO PREVIDENCIÁRIO – TEORIA - P/ AFRFB PROFESSOR: FÁBIO ZAMBITTE www.pontodosconcursos.com.br 17 A questão é incorreta. Por óbvio, o segurado facultativo não tem salário ou qualquer outro tipo de remuneração, pois, do contrário, seria segurado obrigatório. Todavia, salário-de-contribuição é outra coisa! Este segurado tem seu salário-de-contribuição, pois este é a base-de- cálculo previdenciária, que para o segurado em questão, pode ser qualquer valor por ele escolhido, desde que figure entre os limites mínimo e máximo do salário-de-contribuição. c) A contribuição do empregador doméstico é de 12% sobre o salário-de-contribuição do trabalhador a seu serviço, e não da remuneração. Ainda, não há custeio de prestações acidentárias neste caso, pois o empregado doméstico não está vinculado ao seguro de acidentes do trabalho, fazendo direito somente aos benefícios comuns (Art. 24, Lei n. 8.212/91 e Art. 211, RPS). Ademais, além da contribuição do empregador doméstico, este deve descontar a contribuição devida pela empregada doméstica, que, como vimos, pode ser de 8%, 9% ou 11%, dependendo do salário-de- contribuição. d) Este é o item correto e, portanto, o gabarito. Há presunção absoluta de que estes valores foram descontados e recolhidos à época oportuna e de maneira correta (art. 33, § 5º, Lei n. 8212/91). O mesmo se aplica para o CI que prestar serviços a empresas (Pessoas jurídicas), após o início da eficácia da Lei n. 10666/03. Por outro lado, esta presunção não existe para a empregada doméstica. e) O transportador autônomo, que é um contribuinte individual, deve recolher 20% sobre seu salário-de-contribuição. Como sabemos, o salário-de-contribuição deve ser aferido a partir da remuneração, que é a contraprestação pelo serviço realizado. Como o frete é valor superior à remuneração, já que contêm outras parcelas (combustível, depreciação veículo, pedágio, etc), a legislação afere a remuneração como sendo um percentual de 20% sobre o frete. Por exemplo, transportador cobra R$ 10.000,00 por determinado frete. Sua remuneração, para fins previdenciários, será de R$ 2.000,00, que é inferior ao teto, então este será seu salário-de-contribuição, sobre o qual aplicará a alíquota de 20%, e então contribuirá a previdência com o valor de R$ 400,00.
Compartilhar