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CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 1 AULA 03: Regime Disciplinar e PAD (Lei nº 8.112/90) 1. DO REGIME DISCIPLINAR O regime disciplinar a que os servidores públicos se submetem está previsto no TÍTULO IV da Lei nº 8.112/90, que compreende os artigos 116 a 142. Nesses artigos são tratados os seguintes pontos: • CAPÍTULO I - DOS DEVERES (art. 116) • CAPÍTULO II - DAS PROIBIÇÕES (art. 117) • CAPÍTULO III - DA ACUMULAÇÃO (arts. 118 a 120) • CAPÍTULO IV - DAS RESPONSABILIDADES (arts. 121 a 126) • CAPÍTULO V - DAS PENALIDADES (arts. 127 a 142) 1.1. DOS DEVERES De acordo com o art. 116 da Lei nº 8.112/90, são deveres do servidor: I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; II - ser leal às instituições a que servir; III - observar as normas legais e regulamentares; IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; COMENTÁRIOS: É dever do servidor cumprir as ordens de seus superiores hierárquicos. Todavia, essa regra não é absoluta. Pois, as ordens claramente ilegais não serão cumpridas. Deste modo, o servidor não pode justificar a prática de um ato ilegal alegando cumprimento de ordem superior. V - atender com presteza: CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 2 a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo; COMENTÁRIOS: Nem todas as informações requeridas serão prestadas ao público. Pois, a Lei excetua aquelas protegidas por sigilo. b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal; c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública; VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo; VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público; VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa; X - ser assíduo e pontual ao serviço; COMENTÁRIOS: Além de ir trabalhar diariamente (assiduidade), também é dever do servidor chegar no horário (pontualidade). XI - tratar com urbanidade as pessoas; XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa. CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 3 COMENTÁRIOS: A representação será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representado ampla defesa. Assim, a representação feita pelo “Servidor A” contra ilegalidade cometida pelo “Servidor B” será encaminhada para o “Chefe de B”. A Lei assegura ao “Servidor B” o direito à ampla defesa. 1.2. DAS PROIBIÇÕES Segundo o art. 117 da Lei nº 8.112/90, ao servidor é proibido: I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato; COMENTÁRIOS: O servidor pode ausentar-se do serviço durante o expediente? Sim, desde que previamente autorizado. II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição; COMENTÁRIOS: O servidor pode retirar documento ou objeto da repartição? Sim, desde que previamente autorizado. Se não houver anuência da autoridade competente, mesmo que o servidor retire documento ou objeto da repartição para trabalhar em casa e os restitua posteriormente, apesar da boa intenção, estará configurada a violação à regra em apreço. Essa regra será aplicável quando a retirada ocorrer com o ânimo de posterior restituição. Assim, se o servidor agir com intenção de não devolver, o enquadramento poderá ser, por exemplo, no art. 132, X (“dilapidação do patrimônio público”). III - recusar fé a documentos públicos; CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 4 COMENTÁRIOS: Os documentos públicos originais têm presunção de legitimidade, até prova em contrário. Assim, desde que o documento público seja apresentado em via original e não contenha sinais de falsificação, é dever do servidor aceitá-lo. Essa regra não se aplica a documento apresentado em qualquer forma de cópia. IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço; COMENTÁRIOS: Esse inciso proíbe o estabelecimento de exigências inatendíveis, a criação de embaraços injustificáveis, a negação imotivada, em condutas não condizentes com os princípios da legalidade, da eficiência e da impessoalidade e ofensivas ao dever de atender com presteza, previsto no art. 116, V. V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição; COMENTÁRIOS: Esse inciso visa a preservar o bom andamento do serviço na repartição. Para isso, proíbe posturas de coação, constrangimento ou aliciamento de qualquer espécie, que vão além de simples elogios ou críticas. A repartição é entendida como um local utilizado exclusivamente para o desempenho da atividade laboral dos servidores e não como palco de manifestações que causam perturbação ao ambiente de trabalho. Contudo, quando o representante coleta assinatura de outros servidores (“abaixo-assinado”) a fim de reforçar a representação de fatos supostamente irregulares, não fica configurada a manifestação de desapreço em relação ao representado. CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 5 VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado; COMENTÁRIOS: Esse inciso proíbe que o servidor transfira, a terceiros (estranhos à repartição), atribuições de sua responsabilidade ou de seu subordinado. VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a partido político; COMENTÁRIOS: Esse inciso proíbe que o superior use de ameaça com o intuito de forçar seu subordinado a filiar-se à associação profissional ou sindical, ou a partido político. Nesse contexto, pode o superior convidar o subordinado a se filiar a determinado partido político? Sim. Pois, o mero convite à filiação não é considerado coação. VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, Cônjuge, Companheiro ou Parente até o 2º grau civil (CCP2); COMENTÁRIOS: Essa regra alcança apenas o parentesco combinado com a chefia imediata. Ou seja, a ocorrência de parentesco entre servidores separados por mais de um grau de hierarquia funcional não é atingida por esta proibição. Por exemplo: eu posso ser o “chefe do chefe” da minha esposa. Pois, nesse caso, há pelo menos um chefe intermediário entre mim e ela. Então, de acordo com esse inciso, eu não posso ser chefe imediato da minha esposa. Certo? Depende! Pois, ela pode ser nomeada, após aprovação em concurso público, para trabalhar diretamente subordinada a mim. Em suma, a proibição se aplica no caso de nomeação para cargo ou função de confiança. CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSOREGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 6 IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública; COMENTÁRIOS: O valimento do cargo configura-se quando o servidor utiliza-se de suas próprias prerrogativas funcionais para obter proveito para si mesmo ou para proporcionar proveito a outrem (ainda que seja sem uma compensação a seu favor). A configuração do valimento do cargo exige que a conduta incorreta seja adotada intencional e conscientemente pelo servidor. Portanto, não há valimento de cargo culposo, mas apenas doloso. Ademais, o proveito, pessoal ou de outrem, pode ser de qualquer natureza, não necessariamente financeiro ou material. A conduta prevista nesse inciso se configura independentemente da concretização do resultado delituoso e contrário ao interesse público, seja a favor do servidor, seja a favor de terceiro. Ademais, o valimento do cargo também pode configurar simultaneamente ato de improbidade administrativa. X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário; COMENTÁRIOS: Esse inciso proíbe ao agente público o exercício das seguintes atividades empresariais: gerência e administração de sociedades privadas e atos de comércio. Deve ficar claro que a Lei não impede a participação de servidores públicos em sociedades (inclusive de fins comerciais) como sócios acionista, cotista ou comanditário. Assim, o servidor pode até ser sócio majoritário de uma sociedade, inclusive de fim comercial. Apenas o que ele não pode é, pessoalmente, praticar os atos de gerência ou de administração. Pois, a Lei quer evitar que o servidor se utilize de seu cargo em benefício daquelas atividades privadas. De acordo com o parágrafo único do art. 117, essa vedação também não se aplica nos seguintes casos: • Participação nos conselhos de administração e fiscal de CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 7 empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a seus membros; e • Gozo de licença para o trato de interesses particulares, observada a legislação sobre conflitos de interesses. XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de Parentes até o 2º grau, e de Cônjuge ou Companheiro (CCP2); COMENTÁRIOS: Esse inciso visa a evitar que as demandas defendidas pelo servidor, junto ao órgão público, tenham bom êxito sucesso tão-somente em função da facilidade de acesso às repartições, seja por conta própria, seja por amizade, coleguismo ou clientelismo. Em suma, a regra procura coibir o uso indevido, por parte do servidor, do prestígio e de sua influência. A configuração do ato ilícito independe de: • o benefício a favor do terceiro estar ou não na alçada de competência do servidor infrator; • o servidor conseguir ou não o objeto do pedido a favor do terceiro; • ser lícito ou ilícito o interesse do terceiro; • o servidor receber ou não vantagem de qualquer espécie. XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; COMENTÁRIOS: Esse inciso proíbe o recebimento de qualquer vantagem por parte do servidor para realizar ato regular, inserido em suas atribuições. Esse enquadramento disciplinar também pode configurar simultaneamente o ato de improbidade administrativa. XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 8 COMENTÁRIOS: Esse inciso proíbe o possível envolvimento do servidor com estado estrangeiro que pudesse afetar sua relação de fidelidade e lealdade para com o Estado brasileiro. XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; COMENTÁRIOS: Esse inciso veda que o servidor pratique usura (empréstimo de dinheiro a juros exorbitantes, agiotagem, extorsão), em função, direta ou indireta, do exercício do cargo. XV - proceder de forma desidiosa; COMENTÁRIOS: Configura-se a desídia com a injustificável conduta continuada, repetitiva e reiterada por parte do servidor, caracterizada pela ineficiência, desatenção, desinteresse, desleixo ou descaso no desempenho das atribuições do seu cargo. Não obstante a definição de desídia exigir o comportamento reiterado, com habitualidade e continuado no tempo, há autores que admitem que uma única conduta, ainda que culposa, mas por grande dano, já possa configurar desídia. Mas, em regra, a desídia requer habitualidade. Para aplicação de responsabilização ao servidor deve-se ter demonstrado o ânimo subjetivo do agente. Assim, deve estar configurado que o prejuízo ao serviço público decorreu de postura imprudente, imperita ou negligente do servidor. XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares; COMENTÁRIOS: Este inciso visa a impedir que o servidor faça da repartição um escritório particular, para uso em favor de serviços ou de atividades estranhos ao interesse público. CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 9 Esse enquadramento disciplinar também pode configurar simultaneamente os atos de improbidade administrativa XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias. COMENTÁRIOS: Esse inciso visa a coibir o chamado “desvio de função”. Assim, em regra, ao ATRFB não podem ser cometidas as atribuições específicas de AFRFB. Ressalta-se que situações emergenciais e transitórias, que obrigam a desviar servidor de suas funções, com motivação e interesse público, têm afastadas seu caráter ilícito. XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho. COMENTÁRIOS: Esse inciso visa a garantir o comprometimento do servidor com sua jornada de trabalho. Em suma, visa a impedir o chamado “conflito de interesses” XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado. COMENTÁRIOS: De acordo com esse inciso, o servidor deve manter atualizado seu cadastro junto ao órgão, de forma que a administração disponha de base confiável de dados cadastrais de seus servidores. 1.3. DA ACUMULAÇÃO Segundo o art. 118 da Lei nº 8.112/90, ressalvados os casos previstos na CF, é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos. Além disso, essa proibição estende-se a Cargos, Empregos e Funções (CEF) em autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 10 mista (A/FP/EP/SEM) da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e dos Municípios (U/E/DF/T/M) (art. 118, §1º). CF - ART. 37, XVI: “É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários: a) a de dois cargos de professor; b) a de um cargo de professor com outro, técnico ou científico; c) a de dois cargos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas. IMPORTANTE: • Proibiçãode acumular: CEF + A/FP/EP/SEM + U/E/DF/T/M • Considera-se científico o cargo cujas atribuições são desempenhadas na área de pesquisa. É considerado técnico o cargo para o qual é exigida formação profissional de nível superior. Entretanto, também são considerados técnicos determinados cargos de nível intermediário para os quais são exigidos conhecimentos específicos na área de atuação. • A denominação do cargo em nada importa para, juridicamente, lhe conferir qualidade técnica ou científica nos termos exigidos pela CF. Em regra, a percepção de vencimento de cargo ou emprego público efetivo com proventos da inatividade é considerada acumulação proibida. Não o será, porém, quando os cargos de que decorram essas remunerações forem acumuláveis na atividade (art. 118,§3º). IMPORTANTE: Regra: VENCIMENTO + PROVENTO = ACUMULAÇÃO PROIBIDA. Exceção: quando os cargos de que decorram essas remunerações forem acumuláveis na atividade. Ainda que lícita, a acumulação de cargos fica condicionada à comprovação da compatibilidade de horários (art. 118, §2º). Portanto, para que a acumulação de dois de cargos públicos seja permitida são exigidos CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 11 dois requisitos cumulativos: compatibilidade de natureza dos cargos e de horário. IMPORTANTE: Para que a acumulação de dois de cargos públicos seja permitida são exigidos dois requisitos cumulativos: compatibilidade de natureza dos cargos e de horário. Conforme o art. 119 da Lei nº 8112/90, o servidor não poderá ser remunerado pela participação em órgão de deliberação coletiva, nem poderá exercer mais de um cargo em comissão. Todavia, essa última regra não se aplica quando o servidor ocupante de cargo em comissão é nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atribuições do primeiro cargo em comissão. Ademais, essas duas regras previstas no art. 119 não se aplicam à remuneração devida pela participação em conselhos de administração e fiscal das empresas públicas e sociedades de economia mista, suas subsidiárias e controladas, bem como quaisquer empresas ou entidades em que a União, direta ou indiretamente, detenha participação no capital social. (art. 119, parágrafo único). O servidor que acumular licitamente dois cargos efetivos, quando investido em cargo de provimento em comissão, ficará afastado de ambos os cargos efetivos. Essa regra não será aplicada quando houver compatibilidade de horário e local com o exercício de um deles, declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos (art. 120). IMPORTANTE: • Os cargos em comissão não são acumuláveis entre si, com exceção da interinidade. • Como regra, o cargo em comissão não pode ser acumulado quando o servidor licitamente já acumula dois cargos efetivos. Assim, o servidor deverá se afastar desses dois cargos, a menos que haja comprovada compatibilidade de horário e local com um deles. JURISPRUDÊNCIA DO STF: STF, Recurso Especial nº 399.475: “Ementa: (...) a vedação constitucional da acumulação de cargos é direcionada à titularidade de cargos, funções ou empregos públicos e não ao simples fato de o CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 12 servidor não perceber remuneração ou vantagem do aludido cargo. O fato de os autores estarem em gozo de licença sem vencimentos não descaracteriza a acumulação ilegal de cargos (...). Esta Corte firmou entendimento no sentido de que ‘É a posse que marca o início dos direitos e deveres funcionais, como, também, gera as restrições, impedimentos e incompatibilidades para o desempenho de outros cargos, funções ou mandatos’. (...) a renúncia à remuneração por uma das fontes, mesmo se possível, não teria o condão de afastar a proibição.” 1.4. DAS RESPONSABILIDADES O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas atribuições (art. 121). Isto significa que um único ato cometido por servidor pode exercer influência nas esferas administrativa, penal e civil, simultaneamente. Nesse sentido, as sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si (art. 125). Todavia, a responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria (art. 126). Ressalta-se que a absolvição criminal por falta de provas não afasta a responsabilidade administrativa. IMPORTANTE: • O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas atribuições. • As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si. • A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria. • A absolvição criminal por falta de provas não afasta a responsabilidade administrativa. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros (art. 122). Na ocorrência de dano causado a terceiros, o servidor responderá perante a Fazenda Pública, em ação regressiva (art. 122, §2º). A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor da herança recebida (art. 122, §3º). CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 13 A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade (art. 123). Já a responsabilidade administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou função. 1.5. DAS PENALIDADES De acordo com o art. 127 da Lei nº 8.112/90, são penalidades disciplinares: • Advertência; • Suspensão; • Demissão; • Cassação de aposentadoria ou disponibilidade; • Destituição de cargo em comissão; • Destituição de função comissionada. Acerca desse tema, lembrem-se de que: • Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que houver praticado, na atividade, falta punível com a demissão (art. 134). • A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de cargo efetivo será aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e de demissão (art. 135). IMPORTANTE: • São penalidades disciplinares: Advertência; Suspensão; Demissão; Cassação de aposentadoria ou disponibilidade; Destituição de cargo em comissão; e Destituição de função comissionada. • Multa não é penalidade disciplinar. • Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que houver praticado, na atividade, falta punível com a demissão. • A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de cargo efetivo será aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e de demissão. CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 14 Segundo o art. 141 da Lei nº 8.112/90, as penalidades disciplinares serão aplicadas: • Pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República, quando se tratar de demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou entidade; • Pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente inferior àquelas mencionadas no item anterior, quando se tratar de suspensão superior a 30 dias; • Pelochefe da repartição e outras autoridades na forma dos respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos de advertência ou de suspensão de até 30 dias; • Pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se tratar de destituição de cargo em comissão. Neste ponto, cabe-me destacar que o Presidente da República, mediante Decreto nº 3.035/99, delegou aos Ministros de Estado a competência para julgar processos com penas capitais. Tal delegação não se aplica às hipóteses de demissão de titulares de autarquias e fundações públicas e aos ocupantes de cargo de natureza especial. Com efeito, ainda compete ao Presidente da República a demissão dessas autoridades. DECRETO Nº 3.035/99 - ART. 1º: “Fica delegada competência aos Ministros de Estado e ao Advogado- Geral da União, vedada a subdelegação, para, no âmbito dos órgãos da administração pública federal direta, autárquica e fundacional que lhes são subordinados ou vinculados, observadas as disposições legais e regulamentares, especialmente a manifestação prévia e indispensável do órgão de assessoramento jurídico, praticar os seguintes atos: I - julgar processos administrativos disciplinares e aplicar penalidades, nas hipóteses de demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servidores; II - exonerar de ofício os servidores ocupantes de cargos de provimento efetivo ou converter a exoneração em demissão; III - destituir ou converter a exoneração em destituição de cargo em comissão de integrantes do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores, níveis 5 e 6, e de Chefe de Assessoria Parlamentar, código DAS-101.4; IV - reintegrar ex-servidores em cumprimento de decisão judicial, transitada em julgado. CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 15 (...) § 2º O disposto neste artigo não se aplica ao ocupante de cargo de natureza especial e ao titular de autarquia ou fundação pública. JURISPRUDÊNCIA DO STJ: “STJ, Mandato de Segurança nº 7.985: Ementa: (...) A Lei nº 8.112/90, na letra do seu artigo 141, inciso I, efetivamente declara ser da competência do Presidente da República, entre outras, a aplicação da penalidade de demissão de servidor, competência essa, contudo, delegável, como previsto no artigo 84, incisos IV e VI, e parágrafo único, da Constituição da República e nos artigos 11 e 12 do Decreto- Lei nº 200/67.” Idem: STJ, Mandados de Segurança nº 7.024 e 7.275. Na aplicação das penalidades serão consideradas a Gravidade e a Natureza da infração cometida, os Danos que dela provierem para o serviço público, as circunstâncias Agravantes ou Atenuantes e os Antecedentes funcionais (art. 128). Aspectos considerados na aplicação das penalidades: “GrANADA” Gravidade Agravantes Natureza Atenuantes Danos Antecedentes A advertência será aplicada por escrito, nos casos de inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamentação ou norma interna, que não justifique imposição de penalidade mais grave, bem como nos casos de violação das seguintes proibições (art.129): • Ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato; CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 16 • Retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição; • Recusar fé a documentos públicos; • Opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço; • Promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição; • Cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado; • Coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a partido político; • Manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil; • Recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado. A suspensão, que não poderá exceder de 90 dias, será aplicada nos seguintes casos (art. 130): • Reincidência das faltas punidas com advertência. • Cometimento a outro servidor de atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias. • Exercício de quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho. Ademais, será punido com suspensão de até 15 dias o servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido à inspeção médica determinada pela autoridade competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação (art. 130, §1º). Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão poderá (competência discricionária) ser convertida em multa, na base de 50% por dia de vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço (art. 130, §2º). Por exemplo: a um servidor, cuja remuneração é igual a R$ 10.000,00, foi aplicada a penalidade de suspensão por 15 dias. Se essa pena for convertida em multa, ele deverá permanecer trabalhando normalmente. Contudo, no próximo mês, fará jus à remuneração de R$ 5.000,00. Repito: a multa não é penalidade disciplinar. ADVERTÊNCIA SUSPENSÃO CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 17 Cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado. Cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias. As penalidades de advertência e de suspensão terão seus registros cancelados, após o decurso de 3 e 5 anos de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar. Ressalta-se que, em ambos os casos, o cancelamento não surtirá efeitos retroativos. Ou seja, se a suspensão foi convertida em multa, o servidor não terá direito a receber a parcela descontada de sua remuneração. IMPORTANTE: Cancelamento de registros: • Advertência: 3 anos de efetivo exercício • Suspensão: 5 anos de efetivo exercício Em ambos os casos: • O servidor não pode ter cometido nova infração disciplinar no período. • O cancelamento não surtirá efeitos retroativos. A demissão será aplicada nos seguintes casos (art. 132): • Crime contra a administração pública; • Abandono de cargo; • Inassiduidade habitual; • Improbidade administrativa; • Incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; • Insubordinação grave em serviço; • Ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem; • Aplicação irregular de dinheiros públicos; • Revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo; • Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; • Corrupção; CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 18 • Acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; • Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública; • Participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário; • Atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciáriosou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; • Receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; • Aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; • Praticar usura sob qualquer de suas formas; • Proceder de forma desidiosa; • Utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares; ATENÇÃO: Para a prova, vocês deverão saber a penalidade aplicável a cada um desses casos que vimos até aqui. Eu sei que são muitos. Por isso, para facilitar essa tarefa recomendo que comecem a memorização pela suspensão. Vimos que a suspensão será aplicada em 4 hipóteses, quais sejam: • Reincidência das faltas punidas com advertência. • Cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias. • Exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho. • Recusar-se, injustificadamente, a ser submetido à inspeção médica determinada pela autoridade competente (suspensão de até 15 dias). Para memorizar as demais, basta analisar a gravidade da conduta. Pois, as condutas puníveis com demissão são notoriamente mais graves que as penalizadas com advertência. IMPORTANTE: CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 19 Nos seguintes casos, a demissão ou a destituição de cargo em comissão, implica a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação penal cabível (art.136): • Improbidade administrativa. • Aplicação irregular de dinheiros públicos. • Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional. • Corrupção. Nos seguintes casos, a demissão ou a destituição de cargo em comissão incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de 5 anos (art. 137): • “Valimento do cargo”. • Atuação como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro. Nos seguintes casos, a demissão ou a destituição de cargo em comissão impede o retorno ao serviço público federal do servidor (art. 137, parágrafo único): • Crime contra a administração pública. • Improbidade administrativa. • Aplicação irregular de dinheiros públicos. • Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional. • Corrupção. Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de cargos empregos ou funções públicas, a autoridade que tiver ciência da irregularidade notificará o servidor, por intermédio de sua chefia imediata, para apresentar a opção no prazo improrrogável de 10 dias, contados da data da ciência. Na hipótese de omissão de servidor, a autoridade adotará procedimento sumário para a sua apuração e regularização imediata. Nesse caso, o processo administrativo disciplinar instaurado com o fito de apurar a acumulação ilegal, chamado de rito sumário, se desenvolverá nas seguintes fases (art. 133): CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 20 • Instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão, a ser composta por 2 servidores estáveis, e simultaneamente indicar a autoria e a materialidade da transgressão objeto da apuração; • Instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e relatório; • Julgamento O prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar submetido ao rito sumário não excederá 30 dias, contados da data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por até 15 dias, quando as circunstâncias o exigirem (art. 133,§7º). O ato que constituir a comissão deverá indicar a autoria e a materialidade da transgressão objeto da apuração. A indicação da autoria dar- se-á pelo nome e matrícula do servidor, e a materialidade pela descrição dos cargos, empregos ou funções públicas em situação de acumulação ilegal, dos órgãos ou entidades de vinculação, das datas de ingresso, do horário de trabalho e do correspondente regime jurídico (art. 133,§1º). A comissão lavrará, até 3 dias após a publicação do ato que a constituiu, termo de indiciação em que serão transcritas as informações acerca da materialidade e da autoria. Além disso, a comissão promoverá a citação pessoal do servidor indiciado, ou por intermédio de sua chefia imediata, para, no prazo de 5 dias, apresentar defesa escrita, assegurando- se-lhe vista do processo na repartição (art. 133,§2º). Apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, opinará sobre a licitude da acumulação em exame, indicará o respectivo dispositivo legal e remeterá o processo à autoridade instauradora, para julgamento (art. 133,§3º). No prazo de 5 dias, contados do recebimento do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão. Se a penalidade prevista for demissão ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade, o julgamento caberá ao Presidente da República, aos Presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e ao Procurador-Geral da República, quando se tratar de servidor vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou entidade (art. 133,§4º). A opção pelo servidor por um dos cargos ilegalmente acumulados ocorrida até o último dia do prazo para defesa (citação + 5 dias) configurará sua boa-fé. Nessa hipótese, tal opção será convertida automaticamente em pedido de exoneração do outro cargo (art. 133,§5º). Porém, caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, aplicar- se-á a pena de demissão, destituição ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade em relação aos cargos, empregos ou funções públicas em regime de acumulação ilegal, hipótese em que os órgãos ou entidades de CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 21 vinculação serão comunicados (art. 133, §6º). Ou seja, o servidor perderá os todos os cargos ilegalmente acumulados. RITO SUMÁRIO (até 30 + até 15) Instauração Instrução sumária Julgamento • Ocorre com a publicação do ato que constituir a comissão. • A comissão será composta por 2 servidores estáveis. • Indiciação (publicação + até 3 dias) • Defesa (citação + até 5 dias) • Relatório (recebimento do processo + até 5 dias) A inassiduidade habitual não se confunde com o abandono de cargo. Pois, este se configura pela ausência intencional do servidor ao serviço por mais de 30 dias consecutivos (art. 138); enquanto aquela, pela falta ao serviço, sem causa justificada, por 60 dias, interpoladamente, durante o período de 12 meses (art. 139). Na dessas condutas também será adotado o rito sumário (art. 140). ABANDONO DE CARGO INASSIDUIDADE HABITUAL Ausência intencional do servidor ao serviço por mais de 30 dias consecutivos. Falta ao serviço, sem causa justificada, por 60 dias, interpoladamente, durante o período de 12 meses. Materialidade (art. 140, I, a): indicação precisa do período de ausência intencional do servidor ao serviço superior a 30 dias. Materialidade (art. 140, I, b): indicação dos dias de falta ao serviço sem causa justificada, por período igual ou superior a 60 dias interpoladamente, durante o período de 12 meses. IMPORTANTE: • O rito sumário é aplicável na apuração de acumulação ilegal de cargos, de abandono de cargo e de inassiduidade habitual, sendo a todas cabível a pena de demissão. • A regra geral é deque se trata de rito com instrução célere, pois visa a apurar casos em que já se tem materialidade pré- constituída. CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 22 JURISPRUDÊNCIA DO STJ: STJ, Mandado de Segurança nº 7.464: “Ementa: (...) V - Em se tratando de ato demissionário consistente no abandono de emprego ou na inassiduidade ao trabalho, impõe-se averiguar o ´animus´ específico do servidor (...).” Idem: STF, Mandado de Segurança nº 8.291; e TRF da 1ª Região, Apelação Cível nº 01001210073. Sabe-se que a prescrição visa a punir a inércia da administração que, conhecedora da ocorrência de determinado ato ilícito, não promove a devida apuração. Pois, no regime administrativo disciplinar, o instituto da prescrição provoca a extinção da punibilidade. Assim, extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade julgadora determinará apenas o registro do fato nos assentamentos individuais do servidor (art. 170), não sendo possível a aplicação da penalidade. Nesse contexto, o art. 142 da Lei nº 8112/90 estabelece que ação disciplinar prescreverá em: • 5 anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão (= penas capitais); • 2 anos, quanto à suspensão; • 180 dias, quanto à advertência. PRESCRIÇÃO DA AÇÃO DISCIPLINAR “PENAS CAPITAIS” 5 ANOS “SUSPENSÃO” 2 ANOS “ADVERTÊNCIA” 180 DIAS Acerca da prescrição da ação disciplinar, o Estatuto prevê, ainda, as seguintes regras: • O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido (art. 142, §1º). Atenção: não é da data em que o fato foi praticado. • Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações disciplinares capituladas também como crime (art. 142, §2º). Nesses CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 23 casos, autoridade julgadora que der causa à prescrição será responsabilizada (art. 169, §2º). • A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade competente (art. 142, §3º). • Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a correr a partir do dia em que cessar a interrupção (art. 142, §4º). JURISPRUDÊNCIA DO STF: STF, Mandado de Segurança nº 22.728, Voto: “(...) em se tratando de inquérito, instaurado este, a prescrição é interrompida, voltando esse prazo a correr novamente por inteiro a partir do momento em que a decisão definitiva não se der no prazo máximo de conclusão do inquérito, que é de 140 dias (artigos 152, ‘caput’, combinado com o artigo 169, § 2º, ambos da Lei 8.112/90)”. JURISPRUDÊNCIAS DO STJ: STJ, Mandado de Segurança nº 10.078: “Ementa: 2. Havendo o cometimento, por servidor público federal, de infração disciplinar capitulada também como crime, aplicam-se os prazos de prescrição da lei penal e as interrupções desse prazo da Lei 8.112/90, quer dizer, os prazos são os da lei penal, mas as interrupções, do Regime Jurídico, porque nele expressamente previstas. Precedentes. 3. A Administração teve ciência, em 22/5/1995, da infração disciplinar praticada pelo impetrante, quando se iniciou a contagem do prazo prescricional que, todavia, foi interrompido com a abertura da sindicância, em 16/9/1995. Ocorrendo o encerramento dessa investigação em 15/12/1995, a partir desta data o prazo de prescrição começou a correr por inteiro. 4. Na esfera penal, o impetrante foi condenado à pena de 1 (um) ano e 4 (quatro) meses de reclusão, havendo o trânsito em julgado para a acusação em fevereiro de 2001. Por conseguinte, a prescrição passou a ser de 4 (quatro) anos, porquanto calculada com base na pena in concreto, de acordo com os arts. 109 e 110 do Código Penal, c/c o art. 142, § 2º, da Lei 8.112/90. 5. Desse modo, o prazo de prescrição tem como termo a quo a data de encerramento dos trabalhos de sindicância, que ocorreu em 15/12/1995, pelo que se tem como termo final 15/12/1999. Assim, quando da publicação do ato de demissão do impetrante, em 23/9/2004, já havia transcorrido integralmente o prazo prescricional da pretensão punitiva do Estado.” CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 24 STJ, Mandado de Segurança nº 9.568: “Voto: (...) Da leitura dos referidos dispositivos legais, conclui-se que, havendo o cometimento, por servidor público federal, de infração disciplinar capitulada também como crime, observam-se os prazos de prescrição da lei penal. Deduz- se, também, que a abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição. (...) De outra parte, não obstante a aplicação dos prazos de prescrição da lei penal, as hipóteses de interrupção da Lei 8.112/90 continuam a ser observadas porque ali se encontram previstas expressamente.” Idem: STJ, Mandado de Segurança nº 9.772, Recursos em Mandado de Segurança nº 13.395, 15.585, 17.882, 18.319 e 21.930. 2. DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Observação: os assuntos estudados a partir deste momento não serão cobrados nos concursos de AFRFB/2009 e ATRFB/2009. 2.1. DISPOSIÇÕES GERAIS Nos termos do art. 143 da Lei nº 8.112/90, a autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa. A autoridade referida no art. 143 poderá tomar conhecimento da irregularidade no serviço público através da denúncia. De acordo com o art. 144, essas denúncias serão objeto de apuração, desde que contenham a identificação e o endereço do denunciante e sejam formuladas por escrito, confirmada a autenticidade. Por outro lado, quando o fato narrado não configurar evidente infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arquivada, por falta de objeto. Apesar dessa exigência de identificação do denunciante, saibam que o anonimato, por si só, não é motivo para se excluir uma denúncia sobre irregularidade ocorrida no serviço público, bem como não proíbe a realização do juízo de admissibilidade e, em sendo o caso, a instauração do devido processo disciplinar. Ademais, a vedação constitucional do anonimato (CF, art. 5º, X) não autoriza a Administração Pública a desconsiderar as situações irregulares conhecidas mediante denúncia apócrifa. CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 25 IMPORTANTE: A denúncia anônima, na espécie, poderia justificar a instauração da sindicância investigativa sigilosa, com vistas a identificar a sua procedência, mas não poderia, por si só, justificar a imediata abertura de processo administrativo disciplinar, dado o princípio constitucional que veda o anonimato. JURISPRUDÊNCIA DO STF: STF, Mandado de Segurança nº 24.369: “Ementa: delação anônima. Comunicação de fatos graves que teriam sido praticados no âmbito da administração pública. Situações que se revestem, em tese, de ilicitude (procedimentos licitatórios supostamente direcionados e alegado pagamento de diárias exorbitantes). A questão da vedação constitucional do anonimato (CF, art. 5º, IV, ‘in fine’), em face da necessidade ético-jurídica de investigação de condutas funcionais desviantes. Obrigação estatal, que, imposta pelo dever de observância dos postulados da legalidade, da impessoalidade e da moralidade administrativa (CF, art. 37, ‘caput’), torna inderrogável o encargo deapurar comportamentos eventualmente lesivos ao interesse público. Razões de interesse social em possível conflito com a exigência de proteção à incolumidade moral das pessoas (CF, art. 5º, X). O direito público subjetivo do cidadão ao fiel desempenho, pelos agentes estatais, do dever de probidade constituiria uma limitação externa aos direitos da personalidade? Liberdades em antagonismo. Situação de tensão dialética entre princípios estruturantes da ordem constitucional. Colisão de direitos que se resolve, em cada caso ocorrente, mediante ponderação dos valores e interesses em conflito. Considerações doutrinárias. Liminar indeferida.” Idem: STJ, Recursos Ordinários em Mandado de Segurança nº 1.278 e 4.435 e Recursos em ´Habeas Corpus´ nº 7.329 e 7.363. O prazo para conclusão da sindicância não excederá 30 dias (até 30 dias), podendo ser prorrogado por igual período, a critério da autoridade superior. Dela poderá resultar (art. 145): • arquivamento; • advertência ou suspensão de até 30 dias; • instauração de processo administrativo disciplinar (PAD). CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 26 RESULTADOS DA SINDICÂNCIA (até 30 dias + igual período) ARQUIVAMENTO ADVERTÊNCIA OU SUSPENSÃO ATÉ 30 DIAS PAD IMPORTANTE: Acerca da sindicância, cabem as seguintes observações: • A sindicância pode ser iniciada com ou sem sindicado. • Enquanto a sindicância for um procedimento meramente investigatório, não será exigido o contraditório e a ampla defesa. • Quando a sindicância resultar em aplicação de penalidade, obrigatóriamente, será assegurado ao servidor o contraditório e a ampla defesa. • A sindicância não é etapa do PAD, nem deve, necessariamente, precedê-lo. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposição de penalidade de suspensão por mais de 30 dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição de cargo em comissão, será obrigatória a instauração de processo disciplinar (art. 146). Por oportuno, retomo a regra prevista no art. 135: “a destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de cargo efetivo será aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e de demissão”. Percebam que, no caso de agente público ocupante exclusivamente de cargo em comissão, mesmo quando o ilícito por ele praticado ensejar a imposição de penalidade de suspensão inferior a 30 dias, também será obrigatória a instauração de PAD. PAD PENAS CAPITAIS SUSPENSÃO (de 31 até 90 dias) SINDICÂNCIA SUSPENSÃO (até 30 das) ADVERTÊNCIA CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 27 Da análise do quadro acima não se pode inferir que do PAD não pode resultar a aplicação das penalidades de advertência ou de suspensão até 30 dias. Pois, prevalece a teoria do “quem pode mais, pode menos”. 2.2. DO AFASTAMENTO PREVENTIVO Nos termos do art. 147 do Estatuto, como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a influir na apuração da irregularidade, a autoridade instauradora do processo disciplinar poderá determinar o seu afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 dias, sem prejuízo da remuneração. Esse afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não concluído o processo. IMPORTANTE: AFASTAMENTO PREVENTIVO: • Poderá (competência discricionária) ser determinado pela autoridade instauradora do processo disciplinar. • Até 60 + igual período • O servidor afastado permanece recebendo sua remuneração normalmente • Terminado o prazo de prorrogação, o servidor retornará ao exercício de suas atividades, mesmo que o processo não tenha sido concluído. 2.3. DO PROCESSO DISCIPLINAR O processo disciplinar é o instrumento destinado a apurar responsabilidade de servidor por infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições do cargo em que se encontre investido (art. 148). Ou seja, o PAD é o procedimento destinado ao esclarecimento de fatos, cometidos por servidor, direta ou indiretamente relacionados com o exercício de suas atribuições. Assim, em regra, esse instrumento não visa a apurar condutas da vida privada do servidor enquanto cidadão comum, não associadas ao exercício do cargo. O PAD será conduzido por comissão composta de 3 servidores estáveis designados pela autoridade competente. Dentre eles, será indicado o presidente da Comissão de PAD (CPAD), que deverá ser ocupante de cargo CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 28 efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado (acusado) (art. 149). Percebam que apenas para o Presidente da CPAD a Lei exige o cumprimento do requisito de, alternativamente, ter cargo de nível igual ou superior ao do acusado ou ter escolaridade de grau igual ou superior ao do acusado. Isso significa que um servidor ocupante de cargo efetivo de nível médio pode ser Presidente de CPAD em que o acusado seja servidor ocupante de cargo efetivo de nível superior, desde que possua educação superior (antigo 3º grau). No Brasil, conforme disposição da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, há somente 3 graus (níveis) de escolaridade, quais sejam: ensino fundamental, ensino médio e educação superior. Assim, os títulos acadêmicos, tais como mestrado, doutorado, etc. não estão acima do grau superior, sendo nele enquadrados sem distinção. IMPORTANTE: • CPAD = 3 servidores estáveis • Presidente da CPAD = ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível OU ter escolaridade igual ou superior ao indiciado (acusado). Ainda no que tange à composição da CPAD, saibam que: • Ela terá como secretário um servidor designado pelo seu presidente, podendo a indicação recair em um de seus membros (art. 149, § 1º). • Dela não poderá participar, Cônjuge, Companheiro ou Parente do acusado, Consangüíneo ou Afim, em linha reta ou colateral, até o 3º grau (CCPA3). O PAD se desenvolve nas seguintes fases (art. 151): • Instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão; • Inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e relatório; • Julgamento. O prazo para a conclusão do PAD não excederá 60 dias, contados da data de publicação do ato que constituir a comissão. Será admitida a sua prorrogação por igual prazo, quando as circunstâncias o exigirem (art.152). CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 29 FASES DO PAD (até 60 dias + igual período) INSTAURAÇÃO (publicação do ato constitutivo) INQUÉRITO (= instrução + defesa + relatório) JULGAMENTO (20 dias) Regras sobre os trabalhos da CPAD: • Suas atividades serão exercidas com independência e imparcialidade, assegurado o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da administração (art. 150). • Suas reuniões e audiências terão caráter reservado (art. 150, parágrafo único). • Sempre que necessário, a comissão dedicará tempo integral aos seus trabalhos, ficando seus membros dispensados do ponto, até a entrega do relatório final (art. 152, §1º). • Suas reuniões serão registradas em atas que deverão detalhar as deliberações adotadas (art. 152, §2º). 2.3.1. DO INQUÉRITO Em harmonia com previsão contida na Constituição Federal e na Lei nº 9.784/99, o Estatuto dispõe que o inquérito administrativoobedecerá ao princípio do contraditório, assegurada ao acusado ampla defesa, com a utilização dos meios e recursos admitidos em direito (art. 153). Quando o PAD decorrer de sindicância, Os autos desta integrarão aquele, como peça informativa da instrução (art. 154). Além disso, quando o relatório da sindicância concluir que a infração está capitulada como ilícito penal, a autoridade competente encaminhará cópia dos autos ao Ministério Público, independentemente da imediata instauração do PAD (art. 154, parágrafo único). Nesta fase, a CPAD promoverá a tomada de depoimentos, acareações, investigações e diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova, recorrendo, quando necessário, a técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidação dos fatos (art. 155). É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o processo pessoalmente ou por intermédio de procurador, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular quesitos, quando se tratar de prova pericial (art. 156). CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 30 Contudo, o Presidente da CPAD poderá indeferir pedidos considerados impertinentes, meramente protelatórios, ou de nenhum interesse para o esclarecimento dos fatos (art. 156, §1º). Ainda nesse sentido, será indeferido o pedido de prova pericial, quando a comprovação do fato independer de conhecimento especial de perito art. (156, §2º). IMPORTANTE: A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição (Súmula Vinculante nº 5 do STF). Acerca dos depoimentos das testemunhas a Lei nº 8.112/90 dispõe o seguinte: • As testemunhas serão intimadas a depor mediante mandado expedido pelo presidente da comissão, devendo a segunda via, com o ciente do interessado, ser anexada aos autos (art. 157). • Se a testemunha for servidor público, a expedição do mandado será imediatamente comunicada ao chefe da repartição onde serve, com a indicação do dia e hora marcados para inquirição (art. 157, parágrafo único). • O depoimento será prestado oralmente e reduzido a termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito (art. 158). • As testemunhas serão inquiridas separadamente (art. 158, §1º). • Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se infirmem, proceder-se-á a acareação entre os depoentes (art. 158, §2º). Terminada a inquisição das testemunhas, a CPAD promoverá a oitiva do acusado (art. 159). Ou seja, primeiro a CPAD ouve as testemunhas; depois, o acusado. Na oitiva deste incidem as mesmas regras que aplicáveis aos depoimentos das testemunhas. Com efeito, no caso de mais de um acusado, cada um deles será ouvido separadamente, e sempre que divergirem em suas declarações sobre fatos ou circunstâncias, será promovida a acareação entre eles (art. 159, §1º). A Lei permite que o procurador do acusado assista ao interrogatório, bem como à inquirição das testemunhas. Entretanto, proíbe a interferência nas perguntas e respostas. A ele é facultado tão-somente reinquirir as testemunhas, por intermédio do presidente da CPAD (art. 159, §2º). Ou seja, o procurador do acusado dirige a pergunta ao presidente da CPAD. Caso este a considere pertinente, ele próprio fará a inquirição da testemunha. Em suma: o procurador do acusado não fala diretamente com a testemunha. CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 31 Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do acusado, a CPAD proporá à autoridade competente que ele seja submetido a exame por junta médica oficial, da qual participe pelo menos um médico psiquiatra (art. 160). O incidente de sanidade mental será processado em auto apartado (separado) e apenso (anexo) ao processo principal, após a expedição do laudo pericial (art. 160, parágrafo único). Tipificada a infração disciplinar, será formulada a indiciação do servidor, com a especificação dos fatos a ele imputados e das respectivas provas (art. 161). Em relação à citação do(s) indiciado(s) e à apresentação de defesa, a Lei estabelece que: • O presidente da CPAD promoverá a citação do indiciado para, no prazo de 10 dias, apresentar defesa escrita, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição (art. 161,§1º). Lembrem-se de que no rito sumário o prazo para a apresentação da defesa escrita é de 5 dias, contados da citação. • Havendo 2 ou mais indiciados, o prazo será comum (único para todos, contado a partir da data em que o último indiciado for citado) e de 20 dias (art. 161,§2º). • O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, para diligências consideradas indispensáveis (art. 161,§3º). • Se o acusado recusar-se a assinar a cópia da citação, o prazo para defesa contar-se-á da data declarada, em termo próprio, pelo membro da comissão que fez a citação, com a assinatura de 2 testemunhas. • O indiciado que mudar de residência fica obrigado a comunicar à comissão o lugar onde poderá ser encontrado (art. 162). • Achando-se o indiciado em Lugar Incerto e Não Sabido, será citado por edital, publicado no DOU E em jornal de grande circulação na localidade do último domicílio conhecido, para apresentar defesa (LINS = DOU + jornal de grande circulação) (art. 163). Neste caso, o prazo para apresentação da defesa escrita será de 15 dias a partir da última publicação. • Será considerado revel o indiciado que, regularmente citado, não apresentar defesa no prazo legal (art. 164). Revel: diz-se do indiciado que, devidamente citado, não apresenta defesa no prazo da lei. CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 32 PRAZOS PARA A DEFESA ESCRITA 1 INDICIADO 10 DIAS 2 OU + INDICIADOS 20 DIAS (contados da data em que o último servidor for citado, de modo que o prazo termine para todos no mesmo dia) LINS = DOU + JORNAL DE GRANDE CIRCULAÇÃO 15 DIAS (a partir da última publicação do edital de citação) Configurada a revelia, a CPAD deve solicitar à autoridade instauradora do PAD a designação de defensor dativo para proceder à defesa. Deve ficar claro que a designação do defensor dativo cabe exclusivamente à autoridade instauradora. Assim, para defender o indiciado revel, a autoridade instauradora do processo designará um servidor como defensor dativo, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou do mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado (art. 164, §2º). Certamente todos já perceberam que os requisitos para a designação do defensor dativo são quase os mesmos exigidos para a designação do Presidente da CPAD. Isto é, em relação ao indiciado, ambos deverão: • Ser ocupante de cargo efetivo superior ou do mesmo nível; OU • Ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado. Todavia, para o defensor dativo, a Lei exige apenas que seja servidor, podendo não ser estável. Lembrem-se de que a CPAD será composta por 3 servidores estáveis. O defensor dativo atuará como se o indiciado (ou o seu procurador) fosse. Deste modo, sua atuação se restringe a apresentar a defesa. Para isso, disporá do mesmo prazo de que dispunha o indiciado. Portanto, tal medida visa a garantir o direito constitucional, do indiciado, ao contraditório e à ampla defesa. Vimos que inquérito administrativo se subdivide em instrução, defesa e relatório. Assim, apreciada a defesa, a CPAD elaborará relatório minucioso, onde resumirá as peças principais dos autos e mencionará as provas em que se baseou para formar a sua convicção (art. 165). O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade doservidor (art. 165, §1º). Reconhecida a responsabilidade do servidor, a CPAD indicará o dispositivo legal ou regulamentar transgredido, bem como as circunstâncias agravantes ou atenuantes (art. 165, §2º). Feito isso, o PAD, com o relatório da comissão, será remetido à autoridade que determinou a sua instauração, para julgamento. CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 33 JURISPRUDÊNCIAS DO STJ: STJ, Mandado de Segurança nº 7.985, Voto: “Como se vê, inexiste qualquer determinação legal no sentido de que o indiciado seja intimado para o oferecimento de alegações finais. Ao contrário, a lei estabelece que tão logo seja apreciada a defesa oferecida pelo servidor, a comissão elaborará relatório minucioso (...). De tanto, resulta que, nesse particular, não há que falar em cerceamento de defesa.” Idem: STF, Mandado de Segurança nº 23.268; e Recurso em Mandado de Segurança nº 26.226; e STJ, Mandados de Segurança nº 7.051 e 8.259. STJ, Mandado de Segurança nº 8.249: “Ementa: O procedimento administrativo disciplinar detém norma reguladora específica, qual seja a Lei 8.112/90, que em seu Título V trata exaustivamente da matéria, inexistindo em seu âmbito norma que determine a intimação pessoal do acusado do conteúdo do relatório final da comissão disciplinar.” 2.3.2. DO JULGAMENTO A fase do julgamento se divide em duas análises, quais sejam: exame do processo sob aspectos formais (vícios e nulidades) e exame do mérito da questão (arquivamento ou aplicação de penalidades). Na análise formal, verificada a ocorrência de vício insanável, a autoridade que determinou a instauração do PAD ou outra de hierarquia superior declarará a sua nulidade, total ou parcial, e ordenará, no mesmo ato, a constituição de outra comissão para instauração do novo processo (art. 169). Segundo o art. 167, no prazo de 20 dias, contados do recebimento do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão. Todavia, o julgamento fora do prazo legal não implica nulidade do processo (art. 169, §1º). Por isso, diz-se que o prazo para julgamento não é fatal. Em relação à análise do mérito, o estatuto estabelece as seguintes regras: • Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da autoridade instauradora do processo, este será encaminhado à autoridade competente, que decidirá em igual prazo (art. 167, §1º). CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 34 • Havendo mais de um indiciado e diversidade de sanções, o julgamento caberá à autoridade competente para a imposição da pena mais grave (art. 167, §2º). • § 3º Se a penalidade prevista for a demissão ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade, o julgamento caberá às autoridades de que trata o inciso I do art. 141(art. 167, §3º). • Reconhecida pela comissão a inocência do servidor, a autoridade instauradora do processo determinará o seu arquivamento, salvo se flagrantemente contrária à prova dos autos (art. 167, §4º). O julgamento acatará o relatório da CPAD, salvo quando contrário às provas dos autos (art. 168). Contudo, quando esse relatório contrariar as provas constadas dos autos, a autoridade julgadora poderá, motivadamente, agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de responsabilidade (art. 168, parágrafo único). Quando a infração estiver capitulada como crime, a autoridade julgadora deverá remeter cópia integral do PAD ao Ministério Público para instauração da ação penal (art. 171) O servidor que responder a PAD só poderá ser exonerado a pedido, ou aposentado voluntariamente, após a conclusão do processo e o cumprimento da penalidade, acaso aplicada (art. 172) 2.3.3. DA REVISÃO DO PAD O PAD poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando houver fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a inadequação da penalidade aplicada (art. 174). Destaca-se que a simples alegação de injustiça da penalidade não constitui fundamento para a revisão. Pois, esta requer elementos novos, ainda não apreciados no processo originário (art. 176). O ônus da prova cabe ao requerente (art. 175). No que tange à revisão a pedido, a Lei traz as seguintes possibilidades: • Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do servidor, qualquer pessoa da família poderá requerer a revisão do processo. • No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão será requerida pelo respectivo curador. O requerimento de revisão do processo será dirigido ao Ministro de Estado ou autoridade equivalente. Se essa autoridade deferir o requerimento CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 35 de revisão, encaminhará o pedido ao dirigente do órgão ou entidade onde se originou o PAD (art. 177). Então, será construída a comissão revisora (art. 177, parágrafo único), que terá 60 dias para a conclusão dos trabalhos (art. 179). A estes, no que couber, se aplicam as normas e procedimentos próprios da CPAD (art. 180). Encerrados os trabalhos da comissão revisora, o julgamento caberá à autoridade que aplicou a penalidade (art. 181). O prazo para esse julgamento será de 20 dias, contados do recebimento do processo, no curso do qual a autoridade julgadora poderá determinar diligências (art. 181, parágrafo único). Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os direitos do servidor, exceto em relação à destituição de cargo em comissão, que será convertida em exoneração (art. 182). Ou seja, da decisão da revisão pode resultar a total absolvição do requerente ou na parcial atenuação de sua responsabilidade. Todavia, não poderá resultar agravamento de penalidade. 3. RESUMO 1) Aspectos considerados na aplicação das penalidades: “GrANADA” Gravidade Agravantes Natureza Atenuantes Danos Antecedentes 2) A advertência será aplicada por escrito, nos casos de inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamentação ou norma interna, que não justifique imposição de penalidade mais grave, bem como nos casos de violação das seguintes proibições (art.129): • Ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato; • Retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição; • Recusar fé a documentos públicos; CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 36 • Opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço; • Promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição; • Cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado; • Coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a partido político; • Manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil; • Recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado. 3) A suspensão será aplicada em 4 hipóteses, quais sejam: • Reincidência das faltas punidas com advertência. • Cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias. • Exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho. • Recusar-se,injustificadamente, a ser submetido à inspeção médica determinada pela autoridade competente (suspensão de até 15 dias). 4) ADVERTÊNCIA SUSPENSÃO Cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado. Cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias. 5) Cancelamento de registros: • Advertência: 3 anos de efetivo exercício • Suspensão: 5 anos de efetivo exercício Em ambos os casos: • O servidor não pode ter cometido nova infração disciplinar no período. • O cancelamento não surtirá efeitos retroativos. CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 37 6) A demissão será aplicada nos seguintes casos (art. 132): • Crime contra a administração pública; • Abandono de cargo; • Inassiduidade habitual; • Improbidade administrativa; • Incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; • Insubordinação grave em serviço; • Ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem; • Aplicação irregular de dinheiros públicos; • Revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo; • Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; • Corrupção; • Acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; • Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública; • Participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário; • Atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; • Receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; • Aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; • Praticar usura sob qualquer de suas formas; • Proceder de forma desidiosa; • Utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares; 7) Nos seguintes casos, a demissão ou a destituição de cargo em comissão, implica a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação penal cabível (art.136): • Improbidade administrativa. • Aplicação irregular de dinheiros públicos. • Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional. CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 38 • Corrupção. 8) Nos seguintes casos, a demissão ou a destituição de cargo em comissão incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de 5 anos (art. 137): • “Valimento do cargo”. • Atuação como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro. 9) Nos seguintes casos, a demissão ou a destituição de cargo em comissão impede o retorno ao serviço público federal do servidor (art. 137, parágrafo único): • Crime contra a administração pública. • Improbidade administrativa. • Aplicação irregular de dinheiros públicos. • Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional. • Corrupção 10) RITO SUMÁRIO (até 30 + até 15) Instauração Instrução sumária Julgamento • Ocorre com a publicação do ato que constituir a comissão. • A comissão será composta por 2 servidores estáveis. • Indiciação (publicação + até 3 dias) • Defesa (citação + até 5 dias) • Relatório (recebimento do processo + até 5 dias) 11) ABANDONO DE CARGO INASSIDUIDADE HABITUAL Ausência intencional do servidor ao serviço por mais de 30 dias Falta ao serviço, sem causa justificada, por 60 dias, interpoladamente, durante o período CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 39 consecutivos. de 12 meses. Materialidade (art. 140, I, a): indicação precisa do período de ausência intencional do servidor ao serviço superior a 30 dias. Materialidade (art. 140, I, b): indicação dos dias de falta ao serviço sem causa justificada, por período igual ou superior a 60 dias interpoladamente, durante o período de 12 meses. 12) O rito sumário é aplicável na apuração de acumulação ilegal de cargos, de abandono de cargo e de inassiduidade habitual, sendo a todas cabível a pena de demissão. A regra geral é de que se trata de rito com instrução célere, pois visa a apurar casos em que já se tem materialidade pré- constituída. 13) PRESCRIÇÃO DA AÇÃO DISCIPLINAR “PENAS CAPITAIS” 5 ANOS “SUSPENSÃO” 2 ANOS “ADVERTÊNCIA” 180 DIAS 14) A denúncia anônima, na espécie, poderia justificar a instauração da sindicância investigativa sigilosa, com vistas a identificar a sua procedência, mas não poderia, por si só, justificar a imediata abertura de processo administrativo disciplinar, dado o princípio constitucional que veda o anonimato. 15) RESULTADOS DA SINDICÂNCIA (até 30 dias + igual período) ARQUIVAMENTO ADVERTÊNCIA OU SUSPENSÃO ATÉ 30 DIAS PAD 16) Acerca da sindicância, cabem as seguintes observações: • A sindicância pode ser iniciada com ou sem sindicado. CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 40 • Enquanto a sindicância for um procedimento meramente investigatório, não será exigido o contraditório e a ampla defesa. • Quando a sindicância resultar em aplicação de penalidade, obrigatóriamente, será assegurado ao servidor o contraditório e a ampla defesa. • A sindicância não é etapa do PAD, nem deve, necessariamente, precedê- lo. 17) PAD PENAS CAPITAIS SUSPENSÃO (de 31 até 90 dias) SINDICÂNCIA SUSPENSÃO (até 30 das) ADVERTÊNCIA 18) AFASTAMENTO PREVENTIVO: • Poderá (competência discricionária) ser determinado pela autoridade instauradora do processo disciplinar. • Até 60 + igual período • O servidor afastado permanece recebendo sua remuneração normalmente • Terminado o prazo de prorrogação, o servidor retornará ao exercício de suas atividades, mesmo que o processo não tenha sido concluído. 19) CPAD = 3 servidores estáveis 20) Presidente da CPAD = ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível OU ter escolaridade igual ou superior ao indiciado (acusado). 21) FASES DO PAD (até 60 dias + igual período) INSTAURAÇÃO (publicação do ato constitutivo) INQUÉRITO (= instrução + defesa + relatório) JULGAMENTO (20 dias) CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 41 A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição (Súmula Vinculante nº 5 do STF). 22) PRAZOS PARA A DEFESA ESCRITA 1 INDICIADO 10 DIAS 2 OU + INDICIADOS 20 DIAS (contados da data em que o último servidor for citado, de modo que o prazo termine para todos no mesmo dia) LINS = DOU + JORNAL DE GRANDE CIRCULAÇÃO 15 DIAS (a partir da última publicação do edital de citação) 4. EXERCÍCIOS Observação: as questões sinalizadas com (*) tratam de assuntos que não constam dos editais de AFRFB/2009 e ATRFB/2009. 4.1.
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