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Aula 03 AFRFB 2009 ÉTICA

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CURSO ON-LINE − ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROFESSOR: ANDERSON LUIZ 
 
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AULA 03: Regime Disciplinar e PAD (Lei nº 8.112/90) 
 
1. DO REGIME DISCIPLINAR 
 
O regime disciplinar a que os servidores públicos se submetem está 
previsto no TÍTULO IV da Lei nº 8.112/90, que compreende os artigos 116 a 
142. Nesses artigos são tratados os seguintes pontos: 
• CAPÍTULO I - DOS DEVERES (art. 116) 
• CAPÍTULO II - DAS PROIBIÇÕES (art. 117) 
• CAPÍTULO III - DA ACUMULAÇÃO (arts. 118 a 120) 
• CAPÍTULO IV - DAS RESPONSABILIDADES (arts. 121 a 126) 
• CAPÍTULO V - DAS PENALIDADES (arts. 127 a 142) 
 
1.1. DOS DEVERES 
 
De acordo com o art. 116 da Lei nº 8.112/90, são deveres do servidor: 
 
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; 
 
II - ser leal às instituições a que servir; 
 
III - observar as normas legais e regulamentares; 
 
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente 
ilegais; 
 
COMENTÁRIOS: 
É dever do servidor cumprir as ordens de seus superiores hierárquicos. 
Todavia, essa regra não é absoluta. Pois, as ordens claramente 
ilegais não serão cumpridas. Deste modo, o servidor não pode 
justificar a prática de um ato ilegal alegando cumprimento de ordem 
superior. 
 
V - atender com presteza: 
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a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas 
as protegidas por sigilo; 
 
COMENTÁRIOS: 
Nem todas as informações requeridas serão prestadas ao público. 
Pois, a Lei excetua aquelas protegidas por sigilo. 
 
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou 
esclarecimento de situações de interesse pessoal; 
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública; 
 
VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de 
que tiver ciência em razão do cargo; 
 
VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio 
público; 
 
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; 
 
IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa; 
 
X - ser assíduo e pontual ao serviço; 
 
COMENTÁRIOS: 
Além de ir trabalhar diariamente (assiduidade), também é dever do 
servidor chegar no horário (pontualidade). 
 
XI - tratar com urbanidade as pessoas; 
 
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. 
Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será encaminhada 
pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual 
é formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa. 
 
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COMENTÁRIOS: 
A representação será encaminhada pela via hierárquica e 
apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, 
assegurando-se ao representado ampla defesa. 
Assim, a representação feita pelo “Servidor A” contra ilegalidade 
cometida pelo “Servidor B” será encaminhada para o “Chefe de B”. 
A Lei assegura ao “Servidor B” o direito à ampla defesa. 
 
1.2. DAS PROIBIÇÕES 
 
Segundo o art. 117 da Lei nº 8.112/90, ao servidor é proibido: 
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização 
do chefe imediato; 
 
COMENTÁRIOS: 
O servidor pode ausentar-se do serviço durante o expediente? 
Sim, desde que previamente autorizado. 
 
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer 
documento ou objeto da repartição; 
 
COMENTÁRIOS: 
O servidor pode retirar documento ou objeto da repartição? 
Sim, desde que previamente autorizado. 
Se não houver anuência da autoridade competente, mesmo que o 
servidor retire documento ou objeto da repartição para trabalhar em 
casa e os restitua posteriormente, apesar da boa intenção, estará 
configurada a violação à regra em apreço. 
Essa regra será aplicável quando a retirada ocorrer com o ânimo de 
posterior restituição. Assim, se o servidor agir com intenção de não 
devolver, o enquadramento poderá ser, por exemplo, no art. 132, X 
(“dilapidação do patrimônio público”). 
 
III - recusar fé a documentos públicos; 
 
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COMENTÁRIOS: 
Os documentos públicos originais têm presunção de legitimidade, até 
prova em contrário. 
Assim, desde que o documento público seja apresentado em via 
original e não contenha sinais de falsificação, é dever do servidor 
aceitá-lo. 
Essa regra não se aplica a documento apresentado em qualquer forma 
de cópia. 
 
IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo 
ou execução de serviço; 
 
COMENTÁRIOS: 
Esse inciso proíbe o estabelecimento de exigências inatendíveis, a 
criação de embaraços injustificáveis, a negação imotivada, em 
condutas não condizentes com os princípios da legalidade, da 
eficiência e da impessoalidade e ofensivas ao dever de atender com 
presteza, previsto no art. 116, V. 
 
V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da 
repartição; 
 
COMENTÁRIOS: 
Esse inciso visa a preservar o bom andamento do serviço na 
repartição. Para isso, proíbe posturas de coação, constrangimento ou 
aliciamento de qualquer espécie, que vão além de simples elogios ou 
críticas. 
A repartição é entendida como um local utilizado exclusivamente para 
o desempenho da atividade laboral dos servidores e não como palco 
de manifestações que causam perturbação ao ambiente de trabalho. 
Contudo, quando o representante coleta assinatura de outros 
servidores (“abaixo-assinado”) a fim de reforçar a representação de 
fatos supostamente irregulares, não fica configurada a manifestação 
de desapreço em relação ao representado. 
 
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VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em 
lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu 
subordinado; 
 
COMENTÁRIOS: 
Esse inciso proíbe que o servidor transfira, a terceiros (estranhos à 
repartição), atribuições de sua responsabilidade ou de seu 
subordinado. 
 
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação 
profissional ou sindical, ou a partido político; 
 
COMENTÁRIOS: 
Esse inciso proíbe que o superior use de ameaça com o intuito de 
forçar seu subordinado a filiar-se à associação profissional ou sindical, 
ou a partido político. 
Nesse contexto, pode o superior convidar o subordinado a se filiar a 
determinado partido político? 
Sim. Pois, o mero convite à filiação não é considerado coação. 
 
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, 
Cônjuge, Companheiro ou Parente até o 2º grau civil (CCP2); 
 
COMENTÁRIOS: 
Essa regra alcança apenas o parentesco combinado com a chefia 
imediata. Ou seja, a ocorrência de parentesco entre servidores 
separados por mais de um grau de hierarquia funcional não é atingida 
por esta proibição. 
Por exemplo: eu posso ser o “chefe do chefe” da minha esposa. Pois, 
nesse caso, há pelo menos um chefe intermediário entre mim e ela. 
Então, de acordo com esse inciso, eu não posso ser chefe imediato da 
minha esposa. Certo? 
Depende! Pois, ela pode ser nomeada, após aprovação em concurso 
público, para trabalhar diretamente subordinada a mim. 
Em suma, a proibição se aplica no caso de nomeação para cargo ou 
função de confiança. 
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IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em 
detrimento da dignidade da função pública; 
 
COMENTÁRIOS: 
O valimento do cargo configura-se quando o servidor utiliza-se de 
suas próprias prerrogativas funcionais para obter proveito para si 
mesmo ou para proporcionar proveito a outrem (ainda que seja sem 
uma compensação a seu favor). 
A configuração do valimento do cargo exige que a conduta incorreta 
seja adotada intencional e conscientemente pelo servidor. Portanto, 
não há valimento de cargo culposo, mas apenas doloso. 
Ademais, o proveito, pessoal ou de outrem, pode ser de qualquer 
natureza, não necessariamente financeiro ou material. 
A conduta prevista nesse inciso se configura independentemente da 
concretização do resultado delituoso e contrário ao interesse público, 
seja a favor do servidor, seja a favor de terceiro. 
Ademais, o valimento do cargo também pode configurar 
simultaneamente ato de improbidade administrativa. 
 
X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, 
personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na 
qualidade de acionista, cotista ou comanditário; 
 
COMENTÁRIOS: 
Esse inciso proíbe ao agente público o exercício das seguintes 
atividades empresariais: gerência e administração de sociedades 
privadas e atos de comércio. 
Deve ficar claro que a Lei não impede a participação de servidores 
públicos em sociedades (inclusive de fins comerciais) como sócios 
acionista, cotista ou comanditário. 
Assim, o servidor pode até ser sócio majoritário de uma sociedade, 
inclusive de fim comercial. Apenas o que ele não pode é, 
pessoalmente, praticar os atos de gerência ou de administração. Pois, 
a Lei quer evitar que o servidor se utilize de seu cargo em benefício 
daquelas atividades privadas. 
De acordo com o parágrafo único do art. 117, essa vedação também 
não se aplica nos seguintes casos: 
• Participação nos conselhos de administração e fiscal de 
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empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou 
indiretamente, participação no capital social ou em 
sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a seus 
membros; e 
• Gozo de licença para o trato de interesses particulares, 
observada a legislação sobre conflitos de interesses. 
 
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, 
salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de 
Parentes até o 2º grau, e de Cônjuge ou Companheiro (CCP2); 
 
COMENTÁRIOS: 
Esse inciso visa a evitar que as demandas defendidas pelo servidor, 
junto ao órgão público, tenham bom êxito sucesso tão-somente em 
função da facilidade de acesso às repartições, seja por conta própria, 
seja por amizade, coleguismo ou clientelismo. Em suma, a regra 
procura coibir o uso indevido, por parte do servidor, do prestígio e de 
sua influência. 
A configuração do ato ilícito independe de: 
• o benefício a favor do terceiro estar ou não na alçada de 
competência do servidor infrator; 
• o servidor conseguir ou não o objeto do pedido a favor do 
terceiro; 
• ser lícito ou ilícito o interesse do terceiro; 
• o servidor receber ou não vantagem de qualquer espécie. 
 
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, 
em razão de suas atribuições; 
 
COMENTÁRIOS: 
Esse inciso proíbe o recebimento de qualquer vantagem por parte do 
servidor para realizar ato regular, inserido em suas atribuições. 
Esse enquadramento disciplinar também pode configurar 
simultaneamente o ato de improbidade administrativa. 
 
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; 
 
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COMENTÁRIOS: 
Esse inciso proíbe o possível envolvimento do servidor com estado 
estrangeiro que pudesse afetar sua relação de fidelidade e lealdade 
para com o Estado brasileiro. 
 
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; 
 
COMENTÁRIOS: 
Esse inciso veda que o servidor pratique usura (empréstimo de 
dinheiro a juros exorbitantes, agiotagem, extorsão), em função, direta 
ou indireta, do exercício do cargo. 
 
XV - proceder de forma desidiosa; 
 
COMENTÁRIOS: 
Configura-se a desídia com a injustificável conduta continuada, 
repetitiva e reiterada por parte do servidor, caracterizada pela 
ineficiência, desatenção, desinteresse, desleixo ou descaso no 
desempenho das atribuições do seu cargo. 
Não obstante a definição de desídia exigir o comportamento reiterado, 
com habitualidade e continuado no tempo, há autores que admitem 
que uma única conduta, ainda que culposa, mas por grande dano, já 
possa configurar desídia. Mas, em regra, a desídia requer 
habitualidade. 
Para aplicação de responsabilização ao servidor deve-se ter 
demonstrado o ânimo subjetivo do agente. Assim, deve estar 
configurado que o prejuízo ao serviço público decorreu de postura 
imprudente, imperita ou negligente do servidor. 
 
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou 
atividades particulares; 
 
COMENTÁRIOS: 
Este inciso visa a impedir que o servidor faça da repartição um 
escritório particular, para uso em favor de serviços ou de atividades 
estranhos ao interesse público. 
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Esse enquadramento disciplinar também pode configurar 
simultaneamente os atos de improbidade administrativa 
 
XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, 
exceto em situações de emergência e transitórias. 
 
COMENTÁRIOS: 
Esse inciso visa a coibir o chamado “desvio de função”. Assim, em 
regra, ao ATRFB não podem ser cometidas as atribuições específicas 
de AFRFB. 
Ressalta-se que situações emergenciais e transitórias, que obrigam a 
desviar servidor de suas funções, com motivação e interesse público, 
têm afastadas seu caráter ilícito. 
 
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício 
do cargo ou função e com o horário de trabalho. 
 
COMENTÁRIOS: 
Esse inciso visa a garantir o comprometimento do servidor com sua 
jornada de trabalho. Em suma, visa a impedir o chamado “conflito de 
interesses” 
 
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado. 
 
COMENTÁRIOS: 
De acordo com esse inciso, o servidor deve manter atualizado seu 
cadastro junto ao órgão, de forma que a administração disponha de 
base confiável de dados cadastrais de seus servidores. 
 
1.3. DA ACUMULAÇÃO 
 
Segundo o art. 118 da Lei nº 8.112/90, ressalvados os casos previstos 
na CF, é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos. Além disso, 
essa proibição estende-se a Cargos, Empregos e Funções (CEF) em 
autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia 
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mista (A/FP/EP/SEM) da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos 
Territórios e dos Municípios (U/E/DF/T/M) (art. 118, §1º). 
 
CF - ART. 37, XVI: 
“É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, 
quando houver compatibilidade de horários: 
a) a de dois cargos de professor; 
b) a de um cargo de professor com outro, técnico ou científico; 
c) a de dois cargos privativos de profissionais de saúde, com 
profissões regulamentadas. 
 
IMPORTANTE: 
• Proibiçãode acumular: CEF + A/FP/EP/SEM + U/E/DF/T/M 
• Considera-se científico o cargo cujas atribuições são 
desempenhadas na área de pesquisa. É considerado técnico o 
cargo para o qual é exigida formação profissional de nível 
superior. Entretanto, também são considerados técnicos 
determinados cargos de nível intermediário para os quais são 
exigidos conhecimentos específicos na área de atuação. 
• A denominação do cargo em nada importa para, juridicamente, 
lhe conferir qualidade técnica ou científica nos termos exigidos 
pela CF. 
 
Em regra, a percepção de vencimento de cargo ou emprego público 
efetivo com proventos da inatividade é considerada acumulação proibida. Não 
o será, porém, quando os cargos de que decorram essas remunerações forem 
acumuláveis na atividade (art. 118,§3º). 
 
IMPORTANTE: 
Regra: VENCIMENTO + PROVENTO = ACUMULAÇÃO PROIBIDA. 
Exceção: quando os cargos de que decorram essas remunerações 
forem acumuláveis na atividade. 
 
Ainda que lícita, a acumulação de cargos fica condicionada à 
comprovação da compatibilidade de horários (art. 118, §2º). Portanto, 
para que a acumulação de dois de cargos públicos seja permitida são exigidos 
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dois requisitos cumulativos: compatibilidade de natureza dos cargos e de 
horário. 
 
IMPORTANTE: 
Para que a acumulação de dois de cargos públicos seja permitida são 
exigidos dois requisitos cumulativos: compatibilidade de natureza 
dos cargos e de horário. 
 
Conforme o art. 119 da Lei nº 8112/90, o servidor não poderá ser 
remunerado pela participação em órgão de deliberação coletiva, nem 
poderá exercer mais de um cargo em comissão. Todavia, essa última regra 
não se aplica quando o servidor ocupante de cargo em comissão é nomeado 
para ter exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo 
das atribuições do primeiro cargo em comissão. 
 Ademais, essas duas regras previstas no art. 119 não se aplicam à 
remuneração devida pela participação em conselhos de administração e fiscal 
das empresas públicas e sociedades de economia mista, suas subsidiárias e 
controladas, bem como quaisquer empresas ou entidades em que a União, 
direta ou indiretamente, detenha participação no capital social. (art. 119, 
parágrafo único). 
O servidor que acumular licitamente dois cargos efetivos, quando 
investido em cargo de provimento em comissão, ficará afastado de 
ambos os cargos efetivos. Essa regra não será aplicada quando houver 
compatibilidade de horário e local com o exercício de um deles, declarada pelas 
autoridades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos (art. 120). 
 
IMPORTANTE: 
• Os cargos em comissão não são acumuláveis entre si, com 
exceção da interinidade. 
• Como regra, o cargo em comissão não pode ser acumulado 
quando o servidor licitamente já acumula dois cargos efetivos. 
Assim, o servidor deverá se afastar desses dois cargos, a menos 
que haja comprovada compatibilidade de horário e local com um 
deles. 
 
JURISPRUDÊNCIA DO STF: 
STF, Recurso Especial nº 399.475: “Ementa: (...) a vedação 
constitucional da acumulação de cargos é direcionada à titularidade de 
cargos, funções ou empregos públicos e não ao simples fato de o 
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servidor não perceber remuneração ou vantagem do aludido cargo. O 
fato de os autores estarem em gozo de licença sem vencimentos 
não descaracteriza a acumulação ilegal de cargos (...). Esta Corte 
firmou entendimento no sentido de que ‘É a posse que marca o início 
dos direitos e deveres funcionais, como, também, gera as restrições, 
impedimentos e incompatibilidades para o desempenho de outros 
cargos, funções ou mandatos’. (...) a renúncia à remuneração por 
uma das fontes, mesmo se possível, não teria o condão de 
afastar a proibição.” 
 
1.4. DAS RESPONSABILIDADES 
 
O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício 
irregular de suas atribuições (art. 121). Isto significa que um único ato 
cometido por servidor pode exercer influência nas esferas administrativa, penal 
e civil, simultaneamente. 
Nesse sentido, as sanções civis, penais e administrativas poderão 
cumular-se, sendo independentes entre si (art. 125). Todavia, a 
responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de 
absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria (art. 126). 
Ressalta-se que a absolvição criminal por falta de provas não afasta a 
responsabilidade administrativa. 
 
IMPORTANTE: 
• O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo 
exercício irregular de suas atribuições. 
• As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, 
sendo independentes entre si. 
• A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no 
caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua 
autoria. 
• A absolvição criminal por falta de provas não afasta a 
responsabilidade administrativa. 
 
A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, 
doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros (art. 
122). Na ocorrência de dano causado a terceiros, o servidor responderá 
perante a Fazenda Pública, em ação regressiva (art. 122, §2º). A obrigação 
de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada, 
até o limite do valor da herança recebida (art. 122, §3º). 
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A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas 
ao servidor, nessa qualidade (art. 123). Já a responsabilidade 
administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no 
desempenho do cargo ou função. 
 
1.5. DAS PENALIDADES 
 
De acordo com o art. 127 da Lei nº 8.112/90, são penalidades 
disciplinares: 
• Advertência; 
• Suspensão; 
• Demissão; 
• Cassação de aposentadoria ou disponibilidade; 
• Destituição de cargo em comissão; 
• Destituição de função comissionada. 
 
Acerca desse tema, lembrem-se de que: 
• Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que 
houver praticado, na atividade, falta punível com a demissão (art. 
134). 
• A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de 
cargo efetivo será aplicada nos casos de infração sujeita às 
penalidades de suspensão e de demissão (art. 135). 
 
IMPORTANTE: 
• São penalidades disciplinares: Advertência; Suspensão; 
Demissão; Cassação de aposentadoria ou disponibilidade; 
Destituição de cargo em comissão; e Destituição de função 
comissionada. 
• Multa não é penalidade disciplinar. 
• Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que 
houver praticado, na atividade, falta punível com a demissão. 
• A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de 
cargo efetivo será aplicada nos casos de infração sujeita às 
penalidades de suspensão e de demissão. 
 
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Segundo o art. 141 da Lei nº 8.112/90, as penalidades disciplinares 
serão aplicadas: 
• Pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do 
Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo 
Procurador-Geral da República, quando se tratar de demissão 
e cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servidor 
vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou entidade; 
• Pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente 
inferior àquelas mencionadas no item anterior, quando se tratar 
de suspensão superior a 30 dias; 
• Pelochefe da repartição e outras autoridades na forma dos 
respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos de 
advertência ou de suspensão de até 30 dias; 
• Pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se 
tratar de destituição de cargo em comissão. 
 
Neste ponto, cabe-me destacar que o Presidente da República, mediante 
Decreto nº 3.035/99, delegou aos Ministros de Estado a competência para 
julgar processos com penas capitais. Tal delegação não se aplica às hipóteses 
de demissão de titulares de autarquias e fundações públicas e aos ocupantes 
de cargo de natureza especial. Com efeito, ainda compete ao Presidente da 
República a demissão dessas autoridades. 
 
DECRETO Nº 3.035/99 - ART. 1º: 
“Fica delegada competência aos Ministros de Estado e ao Advogado-
Geral da União, vedada a subdelegação, para, no âmbito dos órgãos da 
administração pública federal direta, autárquica e fundacional que lhes 
são subordinados ou vinculados, observadas as disposições legais e 
regulamentares, especialmente a manifestação prévia e indispensável 
do órgão de assessoramento jurídico, praticar os seguintes atos: 
I - julgar processos administrativos disciplinares e aplicar penalidades, 
nas hipóteses de demissão e cassação de aposentadoria ou 
disponibilidade de servidores; 
II - exonerar de ofício os servidores ocupantes de cargos de provimento 
efetivo ou converter a exoneração em demissão; 
III - destituir ou converter a exoneração em destituição de cargo em 
comissão de integrantes do Grupo-Direção e Assessoramento 
Superiores, níveis 5 e 6, e de Chefe de Assessoria Parlamentar, código 
DAS-101.4; 
IV - reintegrar ex-servidores em cumprimento de decisão judicial, 
transitada em julgado. 
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(...) 
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica ao ocupante de cargo de 
natureza especial e ao titular de autarquia ou fundação pública. 
 
JURISPRUDÊNCIA DO STJ: 
“STJ, Mandato de Segurança nº 7.985: Ementa: (...) A Lei nº 8.112/90, 
na letra do seu artigo 141, inciso I, efetivamente declara ser da 
competência do Presidente da República, entre outras, a aplicação da 
penalidade de demissão de servidor, competência essa, contudo, 
delegável, como previsto no artigo 84, incisos IV e VI, e parágrafo 
único, da Constituição da República e nos artigos 11 e 12 do Decreto-
Lei nº 200/67.” 
Idem: STJ, Mandados de Segurança nº 7.024 e 7.275. 
 
Na aplicação das penalidades serão consideradas a Gravidade e a 
Natureza da infração cometida, os Danos que dela provierem para o serviço 
público, as circunstâncias Agravantes ou Atenuantes e os Antecedentes 
funcionais (art. 128). 
 
Aspectos considerados na 
aplicação das penalidades: 
“GrANADA” 
 
Gravidade 
Agravantes 
Natureza 
Atenuantes 
Danos 
Antecedentes 
 
A advertência será aplicada por escrito, nos casos de inobservância 
de dever funcional previsto em lei, regulamentação ou norma interna, 
que não justifique imposição de penalidade mais grave, bem como nos 
casos de violação das seguintes proibições (art.129): 
• Ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia 
autorização do chefe imediato; 
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• Retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer 
documento ou objeto da repartição; 
• Recusar fé a documentos públicos; 
• Opor resistência injustificada ao andamento de documento e 
processo ou execução de serviço; 
• Promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da 
repartição; 
• Cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos 
em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua 
responsabilidade ou de seu subordinado; 
• Coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a 
associação profissional ou sindical, ou a partido político; 
• Manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, 
cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil; 
• Recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado. 
 
A suspensão, que não poderá exceder de 90 dias, será aplicada nos 
seguintes casos (art. 130): 
• Reincidência das faltas punidas com advertência. 
• Cometimento a outro servidor de atribuições estranhas ao cargo 
que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias. 
• Exercício de quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o 
exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho. 
 
Ademais, será punido com suspensão de até 15 dias o servidor que, 
injustificadamente, recusar-se a ser submetido à inspeção médica 
determinada pela autoridade competente, cessando os efeitos da penalidade 
uma vez cumprida a determinação (art. 130, §1º). 
Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de 
suspensão poderá (competência discricionária) ser convertida em multa, 
na base de 50% por dia de vencimento ou remuneração, ficando o 
servidor obrigado a permanecer em serviço (art. 130, §2º). 
Por exemplo: a um servidor, cuja remuneração é igual a R$ 10.000,00, 
foi aplicada a penalidade de suspensão por 15 dias. Se essa pena for 
convertida em multa, ele deverá permanecer trabalhando normalmente. 
Contudo, no próximo mês, fará jus à remuneração de R$ 5.000,00. Repito: a 
multa não é penalidade disciplinar. 
 
ADVERTÊNCIA SUSPENSÃO 
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Cometer a pessoa estranha à repartição, 
fora dos casos previstos em lei, o 
desempenho de atribuição que seja de sua 
responsabilidade ou de seu subordinado. 
Cometer a outro servidor 
atribuições estranhas ao cargo 
que ocupa, exceto em situações 
de emergência e transitórias. 
 
As penalidades de advertência e de suspensão terão seus registros 
cancelados, após o decurso de 3 e 5 anos de efetivo exercício, 
respectivamente, se o servidor não houver, nesse período, praticado nova 
infração disciplinar. 
Ressalta-se que, em ambos os casos, o cancelamento não surtirá 
efeitos retroativos. Ou seja, se a suspensão foi convertida em multa, o 
servidor não terá direito a receber a parcela descontada de sua remuneração. 
 
IMPORTANTE: 
Cancelamento de registros: 
• Advertência: 3 anos de efetivo exercício 
• Suspensão: 5 anos de efetivo exercício 
Em ambos os casos: 
• O servidor não pode ter cometido nova infração disciplinar no 
período. 
• O cancelamento não surtirá efeitos retroativos. 
 
A demissão será aplicada nos seguintes casos (art. 132): 
• Crime contra a administração pública; 
• Abandono de cargo; 
• Inassiduidade habitual; 
• Improbidade administrativa; 
• Incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; 
• Insubordinação grave em serviço; 
• Ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em 
legítima defesa própria ou de outrem; 
• Aplicação irregular de dinheiros públicos; 
• Revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo; 
• Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; 
• Corrupção; 
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• Acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; 
• Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em 
detrimento da dignidade da função pública; 
• Participar de gerência ou administração de sociedade privada, 
personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na 
qualidade de acionista, cotista ou comanditário; 
• Atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições 
públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciáriosou 
assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou 
companheiro; 
• Receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer 
espécie, em razão de suas atribuições; 
• Aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; 
• Praticar usura sob qualquer de suas formas; 
• Proceder de forma desidiosa; 
• Utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou 
atividades particulares; 
 
ATENÇÃO: 
Para a prova, vocês deverão saber a penalidade aplicável a cada um 
desses casos que vimos até aqui. Eu sei que são muitos. Por isso, para 
facilitar essa tarefa recomendo que comecem a memorização pela 
suspensão. 
Vimos que a suspensão será aplicada em 4 hipóteses, quais sejam: 
• Reincidência das faltas punidas com advertência. 
• Cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que 
ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias. 
• Exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o 
exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho. 
• Recusar-se, injustificadamente, a ser submetido à inspeção 
médica determinada pela autoridade competente (suspensão 
de até 15 dias). 
Para memorizar as demais, basta analisar a gravidade da conduta. 
Pois, as condutas puníveis com demissão são notoriamente mais graves 
que as penalizadas com advertência. 
 
IMPORTANTE: 
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Nos seguintes casos, a demissão ou a destituição de cargo em 
comissão, implica a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento 
ao erário, sem prejuízo da ação penal cabível (art.136): 
• Improbidade administrativa. 
• Aplicação irregular de dinheiros públicos. 
• Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio 
nacional. 
• Corrupção. 
Nos seguintes casos, a demissão ou a destituição de cargo em 
comissão incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em 
cargo público federal, pelo prazo de 5 anos (art. 137): 
• “Valimento do cargo”. 
• Atuação como procurador ou intermediário, junto a 
repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios 
previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo 
grau, e de cônjuge ou companheiro. 
 
Nos seguintes casos, a demissão ou a destituição de cargo em 
comissão impede o retorno ao serviço público federal do servidor 
(art. 137, parágrafo único): 
• Crime contra a administração pública. 
• Improbidade administrativa. 
• Aplicação irregular de dinheiros públicos. 
• Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio 
nacional. 
• Corrupção. 
 
Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de cargos 
empregos ou funções públicas, a autoridade que tiver ciência da irregularidade 
notificará o servidor, por intermédio de sua chefia imediata, para 
apresentar a opção no prazo improrrogável de 10 dias, contados da data 
da ciência. 
Na hipótese de omissão de servidor, a autoridade adotará 
procedimento sumário para a sua apuração e regularização imediata. Nesse 
caso, o processo administrativo disciplinar instaurado com o fito de apurar a 
acumulação ilegal, chamado de rito sumário, se desenvolverá nas seguintes 
fases (art. 133): 
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• Instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão, a 
ser composta por 2 servidores estáveis, e simultaneamente indicar 
a autoria e a materialidade da transgressão objeto da apuração; 
• Instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e 
relatório; 
• Julgamento 
 
 O prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar 
submetido ao rito sumário não excederá 30 dias, contados da data de 
publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por 
até 15 dias, quando as circunstâncias o exigirem (art. 133,§7º). 
O ato que constituir a comissão deverá indicar a autoria e a 
materialidade da transgressão objeto da apuração. A indicação da autoria dar-
se-á pelo nome e matrícula do servidor, e a materialidade pela descrição 
dos cargos, empregos ou funções públicas em situação de acumulação ilegal, 
dos órgãos ou entidades de vinculação, das datas de ingresso, do horário de 
trabalho e do correspondente regime jurídico (art. 133,§1º). 
A comissão lavrará, até 3 dias após a publicação do ato que a 
constituiu, termo de indiciação em que serão transcritas as informações 
acerca da materialidade e da autoria. Além disso, a comissão promoverá a 
citação pessoal do servidor indiciado, ou por intermédio de sua chefia 
imediata, para, no prazo de 5 dias, apresentar defesa escrita, assegurando-
se-lhe vista do processo na repartição (art. 133,§2º). 
Apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório conclusivo 
quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor, em que resumirá as 
peças principais dos autos, opinará sobre a licitude da acumulação em exame, 
indicará o respectivo dispositivo legal e remeterá o processo à autoridade 
instauradora, para julgamento (art. 133,§3º). 
No prazo de 5 dias, contados do recebimento do processo, a autoridade 
julgadora proferirá a sua decisão. Se a penalidade prevista for demissão ou 
cassação de aposentadoria ou disponibilidade, o julgamento caberá ao 
Presidente da República, aos Presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos 
Tribunais Federais e ao Procurador-Geral da República, quando se tratar de 
servidor vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou entidade (art. 133,§4º). 
A opção pelo servidor por um dos cargos ilegalmente acumulados 
ocorrida até o último dia do prazo para defesa (citação + 5 dias) configurará 
sua boa-fé. Nessa hipótese, tal opção será convertida automaticamente em 
pedido de exoneração do outro cargo (art. 133,§5º). 
 Porém, caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, aplicar-
se-á a pena de demissão, destituição ou cassação de aposentadoria ou 
disponibilidade em relação aos cargos, empregos ou funções públicas 
em regime de acumulação ilegal, hipótese em que os órgãos ou entidades de 
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vinculação serão comunicados (art. 133, §6º). Ou seja, o servidor perderá os 
todos os cargos ilegalmente acumulados. 
 
RITO SUMÁRIO (até 30 + até 15) 
Instauração Instrução sumária Julgamento 
• Ocorre com a publicação do 
ato que constituir a 
comissão. 
• A comissão será composta 
por 2 servidores estáveis. 
• Indiciação 
(publicação + até 
3 dias) 
• Defesa (citação + 
até 5 dias) 
• Relatório 
(recebimento 
do processo + 
até 5 dias) 
 
A inassiduidade habitual não se confunde com o abandono de cargo. 
Pois, este se configura pela ausência intencional do servidor ao serviço por 
mais de 30 dias consecutivos (art. 138); enquanto aquela, pela falta ao 
serviço, sem causa justificada, por 60 dias, interpoladamente, durante o 
período de 12 meses (art. 139). Na dessas condutas também será adotado o 
rito sumário (art. 140). 
 
ABANDONO DE CARGO INASSIDUIDADE HABITUAL 
Ausência intencional do 
servidor ao serviço por mais 
de 30 dias consecutivos. 
Falta ao serviço, sem causa justificada, 
por 60 dias, interpoladamente, durante o 
período de 12 meses. 
Materialidade (art. 140, I, a): 
indicação precisa do período de 
ausência intencional do 
servidor ao serviço superior a 
30 dias. 
Materialidade (art. 140, I, b): indicação dos 
dias de falta ao serviço sem causa 
justificada, por período igual ou superior a 
60 dias interpoladamente, durante o período 
de 12 meses. 
 
IMPORTANTE: 
• O rito sumário é aplicável na apuração de acumulação ilegal de 
cargos, de abandono de cargo e de inassiduidade habitual, 
sendo a todas cabível a pena de demissão. 
• A regra geral é deque se trata de rito com instrução célere, 
pois visa a apurar casos em que já se tem materialidade pré-
constituída. 
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JURISPRUDÊNCIA DO STJ: 
STJ, Mandado de Segurança nº 7.464: “Ementa: (...) V - Em se 
tratando de ato demissionário consistente no abandono de emprego ou 
na inassiduidade ao trabalho, impõe-se averiguar o ´animus´ específico 
do servidor (...).” Idem: STF, Mandado de Segurança nº 8.291; e TRF 
da 1ª Região, Apelação Cível nº 
01001210073. 
 
Sabe-se que a prescrição visa a punir a inércia da administração que, 
conhecedora da ocorrência de determinado ato ilícito, não promove a devida 
apuração. Pois, no regime administrativo disciplinar, o instituto da prescrição 
provoca a extinção da punibilidade. Assim, extinta a punibilidade pela 
prescrição, a autoridade julgadora determinará apenas o registro do fato nos 
assentamentos individuais do servidor (art. 170), não sendo possível a 
aplicação da penalidade. 
Nesse contexto, o art. 142 da Lei nº 8112/90 estabelece que ação 
disciplinar prescreverá em: 
• 5 anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de 
aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em 
comissão (= penas capitais); 
• 2 anos, quanto à suspensão; 
• 180 dias, quanto à advertência. 
 
PRESCRIÇÃO DA AÇÃO DISCIPLINAR 
“PENAS CAPITAIS” 5 ANOS 
“SUSPENSÃO” 2 ANOS 
“ADVERTÊNCIA” 180 DIAS 
 
Acerca da prescrição da ação disciplinar, o Estatuto prevê, ainda, as 
seguintes regras: 
• O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou 
conhecido (art. 142, §1º). Atenção: não é da data em que o fato foi 
praticado. 
• Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações 
disciplinares capituladas também como crime (art. 142, §2º). Nesses 
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casos, autoridade julgadora que der causa à prescrição será 
responsabilizada (art. 169, §2º). 
• A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar 
interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade 
competente (art. 142, §3º). 
• Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a correr a partir 
do dia em que cessar a interrupção (art. 142, §4º). 
 
JURISPRUDÊNCIA DO STF: 
STF, Mandado de Segurança nº 22.728, Voto: “(...) em se tratando de 
inquérito, instaurado este, a prescrição é interrompida, voltando 
esse prazo a correr novamente por inteiro a partir do momento em 
que a decisão definitiva não se der no prazo máximo de conclusão do 
inquérito, que é de 140 dias (artigos 152, ‘caput’, combinado com o 
artigo 169, § 2º, ambos da Lei 8.112/90)”. 
 
JURISPRUDÊNCIAS DO STJ: 
STJ, Mandado de Segurança nº 10.078: “Ementa: 2. Havendo o 
cometimento, por servidor público federal, de infração disciplinar 
capitulada também como crime, aplicam-se os prazos de prescrição da 
lei penal e as interrupções desse prazo da Lei 8.112/90, quer dizer, os 
prazos são os da lei penal, mas as interrupções, do Regime Jurídico, 
porque nele expressamente previstas. Precedentes. 
3. A Administração teve ciência, em 22/5/1995, da infração disciplinar 
praticada pelo impetrante, quando se iniciou a contagem do prazo 
prescricional que, todavia, foi interrompido com a abertura da 
sindicância, em 16/9/1995. Ocorrendo o encerramento dessa 
investigação em 15/12/1995, a partir desta data o prazo de prescrição 
começou a correr por inteiro. 
4. Na esfera penal, o impetrante foi condenado à pena de 1 (um) ano e 
4 (quatro) meses de reclusão, havendo o trânsito em julgado para a 
acusação em fevereiro de 2001. Por conseguinte, a prescrição passou a 
ser de 4 (quatro) anos, porquanto calculada com base na pena in 
concreto, de acordo com os arts. 109 e 110 do Código Penal, c/c o art. 
142, § 2º, da Lei 8.112/90. 
5. Desse modo, o prazo de prescrição tem como termo a quo a data de 
encerramento dos trabalhos de sindicância, que ocorreu em 
15/12/1995, pelo que se tem como termo final 15/12/1999. Assim, 
quando da publicação do ato de demissão do impetrante, em 
23/9/2004, já havia transcorrido integralmente o prazo prescricional da 
pretensão punitiva do Estado.” 
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STJ, Mandado de Segurança nº 9.568: “Voto: (...) Da leitura dos 
referidos dispositivos legais, conclui-se que, havendo o cometimento, 
por servidor público federal, de infração disciplinar capitulada também 
como crime, observam-se os prazos de prescrição da lei penal. Deduz-
se, também, que a abertura de sindicância ou a instauração de 
processo disciplinar interrompe a prescrição. (...) De outra parte, não 
obstante a aplicação dos prazos de prescrição da lei penal, as hipóteses 
de interrupção da Lei 8.112/90 continuam a ser observadas porque ali 
se encontram previstas expressamente.” 
Idem: STJ, Mandado de Segurança nº 9.772, Recursos em Mandado de 
Segurança nº 13.395, 15.585, 17.882, 18.319 e 21.930. 
 
2. DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR 
 
Observação: os assuntos estudados a partir deste momento não serão 
cobrados nos concursos de AFRFB/2009 e ATRFB/2009. 
 
2.1. DISPOSIÇÕES GERAIS 
 
Nos termos do art. 143 da Lei nº 8.112/90, a autoridade que tiver 
ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua 
apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo 
disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa. 
 A autoridade referida no art. 143 poderá tomar conhecimento da 
irregularidade no serviço público através da denúncia. De acordo com o art. 
144, essas denúncias serão objeto de apuração, desde que contenham a 
identificação e o endereço do denunciante e sejam formuladas por 
escrito, confirmada a autenticidade. Por outro lado, quando o fato narrado 
não configurar evidente infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será 
arquivada, por falta de objeto. 
 Apesar dessa exigência de identificação do denunciante, saibam que o 
anonimato, por si só, não é motivo para se excluir uma denúncia sobre 
irregularidade ocorrida no serviço público, bem como não proíbe a realização 
do juízo de admissibilidade e, em sendo o caso, a instauração do devido 
processo disciplinar. 
 Ademais, a vedação constitucional do anonimato (CF, art. 5º, X) não 
autoriza a Administração Pública a desconsiderar as situações irregulares 
conhecidas mediante denúncia apócrifa. 
 
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IMPORTANTE: 
A denúncia anônima, na espécie, poderia justificar a instauração da 
sindicância investigativa sigilosa, com vistas a identificar a sua 
procedência, mas não poderia, por si só, justificar a imediata abertura 
de processo administrativo disciplinar, dado o princípio constitucional 
que veda o anonimato. 
 
JURISPRUDÊNCIA DO STF: 
STF, Mandado de Segurança nº 24.369: “Ementa: delação anônima. 
Comunicação de fatos graves que teriam sido praticados no âmbito da 
administração pública. Situações que se revestem, em tese, de ilicitude 
(procedimentos licitatórios supostamente direcionados e alegado 
pagamento de diárias exorbitantes). A questão da vedação 
constitucional do anonimato (CF, art. 5º, IV, ‘in fine’), em face da 
necessidade ético-jurídica de investigação de condutas funcionais 
desviantes. Obrigação estatal, que, imposta pelo dever de observância 
dos postulados da legalidade, da impessoalidade e da moralidade 
administrativa (CF, art. 37, ‘caput’), torna inderrogável o encargo deapurar comportamentos eventualmente lesivos ao interesse público. 
Razões de interesse social em possível conflito com a exigência de 
proteção à incolumidade moral das pessoas (CF, art. 5º, X). O direito 
público subjetivo do cidadão ao fiel desempenho, pelos agentes 
estatais, do dever de probidade constituiria uma limitação externa aos 
direitos da personalidade? Liberdades em antagonismo. Situação de 
tensão dialética entre princípios estruturantes da ordem constitucional. 
Colisão de direitos que se resolve, em cada caso ocorrente, 
mediante ponderação dos valores e interesses em conflito. 
Considerações doutrinárias. Liminar indeferida.” 
Idem: STJ, Recursos Ordinários em Mandado de Segurança nº 1.278 e 
4.435 e Recursos em ´Habeas Corpus´ nº 7.329 e 7.363. 
 
O prazo para conclusão da sindicância não excederá 30 dias (até 30 
dias), podendo ser prorrogado por igual período, a critério da autoridade 
superior. Dela poderá resultar (art. 145): 
• arquivamento; 
• advertência ou suspensão de até 30 dias; 
• instauração de processo administrativo disciplinar (PAD). 
 
 
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RESULTADOS DA 
SINDICÂNCIA 
 
(até 30 dias + igual período) 
ARQUIVAMENTO 
ADVERTÊNCIA OU SUSPENSÃO ATÉ 30 DIAS 
PAD 
 
IMPORTANTE: 
Acerca da sindicância, cabem as seguintes observações: 
• A sindicância pode ser iniciada com ou sem sindicado. 
• Enquanto a sindicância for um procedimento meramente 
investigatório, não será exigido o contraditório e a ampla defesa. 
• Quando a sindicância resultar em aplicação de penalidade, 
obrigatóriamente, será assegurado ao servidor o contraditório e a 
ampla defesa. 
• A sindicância não é etapa do PAD, nem deve, necessariamente, 
precedê-lo. 
 
 Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposição de 
penalidade de suspensão por mais de 30 dias, de demissão, cassação de 
aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição de cargo em 
comissão, será obrigatória a instauração de processo disciplinar (art. 
146). 
 Por oportuno, retomo a regra prevista no art. 135: “a destituição de 
cargo em comissão exercido por não ocupante de cargo efetivo será aplicada 
nos casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e de demissão”. 
Percebam que, no caso de agente público ocupante exclusivamente de cargo 
em comissão, mesmo quando o ilícito por ele praticado ensejar a imposição de 
penalidade de suspensão inferior a 30 dias, também será obrigatória a 
instauração de PAD. 
 
 
PAD 
PENAS CAPITAIS 
SUSPENSÃO (de 31 até 90 dias) 
 
SINDICÂNCIA 
SUSPENSÃO (até 30 das) 
ADVERTÊNCIA 
 
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 Da análise do quadro acima não se pode inferir que do PAD não pode 
resultar a aplicação das penalidades de advertência ou de suspensão até 30 
dias. Pois, prevalece a teoria do “quem pode mais, pode menos”. 
 
2.2. DO AFASTAMENTO PREVENTIVO 
 
Nos termos do art. 147 do Estatuto, como medida cautelar e a fim de 
que o servidor não venha a influir na apuração da irregularidade, a 
autoridade instauradora do processo disciplinar poderá determinar o seu 
afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 dias, sem prejuízo 
da remuneração. Esse afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo, 
findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não concluído o processo. 
 
IMPORTANTE: 
AFASTAMENTO PREVENTIVO: 
• Poderá (competência discricionária) ser determinado pela 
autoridade instauradora do processo disciplinar. 
• Até 60 + igual período 
• O servidor afastado permanece recebendo sua remuneração 
normalmente 
• Terminado o prazo de prorrogação, o servidor retornará ao 
exercício de suas atividades, mesmo que o processo não 
tenha sido concluído. 
 
2.3. DO PROCESSO DISCIPLINAR 
 
 O processo disciplinar é o instrumento destinado a apurar 
responsabilidade de servidor por infração praticada no exercício de suas 
atribuições, ou que tenha relação com as atribuições do cargo em que se 
encontre investido (art. 148). 
Ou seja, o PAD é o procedimento destinado ao esclarecimento de fatos, 
cometidos por servidor, direta ou indiretamente relacionados com o exercício 
de suas atribuições. 
 Assim, em regra, esse instrumento não visa a apurar condutas da vida 
privada do servidor enquanto cidadão comum, não associadas ao exercício do 
cargo. 
 O PAD será conduzido por comissão composta de 3 servidores estáveis 
designados pela autoridade competente. Dentre eles, será indicado o 
presidente da Comissão de PAD (CPAD), que deverá ser ocupante de cargo 
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efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou 
superior ao do indiciado (acusado) (art. 149). 
Percebam que apenas para o Presidente da CPAD a Lei exige o 
cumprimento do requisito de, alternativamente, ter cargo de nível igual ou 
superior ao do acusado ou ter escolaridade de grau igual ou superior ao 
do acusado. 
Isso significa que um servidor ocupante de cargo efetivo de nível médio 
pode ser Presidente de CPAD em que o acusado seja servidor ocupante de 
cargo efetivo de nível superior, desde que possua educação superior (antigo 3º 
grau). 
 No Brasil, conforme disposição da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, 
há somente 3 graus (níveis) de escolaridade, quais sejam: ensino 
fundamental, ensino médio e educação superior. Assim, os títulos 
acadêmicos, tais como mestrado, doutorado, etc. não estão acima do grau 
superior, sendo nele enquadrados sem distinção. 
 
IMPORTANTE: 
• CPAD = 3 servidores estáveis 
• Presidente da CPAD = ser ocupante de cargo efetivo 
superior ou de mesmo nível OU ter escolaridade igual 
ou superior ao indiciado (acusado). 
 
Ainda no que tange à composição da CPAD, saibam que: 
• Ela terá como secretário um servidor designado pelo seu 
presidente, podendo a indicação recair em um de seus membros 
(art. 149, § 1º). 
• Dela não poderá participar, Cônjuge, Companheiro ou Parente do 
acusado, Consangüíneo ou Afim, em linha reta ou colateral, até o 
3º grau (CCPA3). 
 
O PAD se desenvolve nas seguintes fases (art. 151): 
• Instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão; 
• Inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e 
relatório; 
• Julgamento. 
 
 O prazo para a conclusão do PAD não excederá 60 dias, contados da data 
de publicação do ato que constituir a comissão. Será admitida a sua 
prorrogação por igual prazo, quando as circunstâncias o exigirem (art.152). 
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FASES DO PAD 
(até 60 dias + 
igual período) 
INSTAURAÇÃO (publicação do ato constitutivo) 
INQUÉRITO (= instrução + defesa + relatório) 
JULGAMENTO (20 dias) 
 
Regras sobre os trabalhos da CPAD: 
• Suas atividades serão exercidas com independência e 
imparcialidade, assegurado o sigilo necessário à elucidação do 
fato ou exigido pelo interesse da administração (art. 150). 
• Suas reuniões e audiências terão caráter reservado (art. 150, 
parágrafo único). 
• Sempre que necessário, a comissão dedicará tempo integral aos 
seus trabalhos, ficando seus membros dispensados do ponto, até a 
entrega do relatório final (art. 152, §1º). 
• Suas reuniões serão registradas em atas que deverão detalhar as 
deliberações adotadas (art. 152, §2º). 
 
2.3.1. DO INQUÉRITO 
 
Em harmonia com previsão contida na Constituição Federal e na Lei nº 
9.784/99, o Estatuto dispõe que o inquérito administrativoobedecerá ao 
princípio do contraditório, assegurada ao acusado ampla defesa, com a 
utilização dos meios e recursos admitidos em direito (art. 153). 
Quando o PAD decorrer de sindicância, Os autos desta integrarão aquele, 
como peça informativa da instrução (art. 154). Além disso, quando o relatório 
da sindicância concluir que a infração está capitulada como ilícito penal, a 
autoridade competente encaminhará cópia dos autos ao Ministério Público, 
independentemente da imediata instauração do PAD (art. 154, parágrafo 
único). 
Nesta fase, a CPAD promoverá a tomada de depoimentos, acareações, 
investigações e diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova, recorrendo, 
quando necessário, a técnicos e peritos, de modo a permitir a completa 
elucidação dos fatos (art. 155). 
É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o processo 
pessoalmente ou por intermédio de procurador, arrolar e reinquirir 
testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular quesitos, quando se 
tratar de prova pericial (art. 156). 
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Contudo, o Presidente da CPAD poderá indeferir pedidos considerados 
impertinentes, meramente protelatórios, ou de nenhum interesse para o 
esclarecimento dos fatos (art. 156, §1º). Ainda nesse sentido, será indeferido 
o pedido de prova pericial, quando a comprovação do fato independer de 
conhecimento especial de perito art. (156, §2º). 
 
IMPORTANTE: 
A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo 
disciplinar não ofende a Constituição (Súmula Vinculante nº 5 do STF). 
 
Acerca dos depoimentos das testemunhas a Lei nº 8.112/90 dispõe o 
seguinte: 
• As testemunhas serão intimadas a depor mediante mandado 
expedido pelo presidente da comissão, devendo a segunda via, 
com o ciente do interessado, ser anexada aos autos (art. 157). 
• Se a testemunha for servidor público, a expedição do mandado 
será imediatamente comunicada ao chefe da repartição onde 
serve, com a indicação do dia e hora marcados para inquirição (art. 
157, parágrafo único). 
• O depoimento será prestado oralmente e reduzido a termo, não 
sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito (art. 158). 
• As testemunhas serão inquiridas separadamente (art. 158, §1º). 
• Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se infirmem, 
proceder-se-á a acareação entre os depoentes (art. 158, §2º). 
 
Terminada a inquisição das testemunhas, a CPAD promoverá a oitiva do 
acusado (art. 159). Ou seja, primeiro a CPAD ouve as testemunhas; 
depois, o acusado. Na oitiva deste incidem as mesmas regras que aplicáveis 
aos depoimentos das testemunhas. Com efeito, no caso de mais de um 
acusado, cada um deles será ouvido separadamente, e sempre que divergirem 
em suas declarações sobre fatos ou circunstâncias, será promovida a 
acareação entre eles (art. 159, §1º). 
A Lei permite que o procurador do acusado assista ao interrogatório, 
bem como à inquirição das testemunhas. Entretanto, proíbe a interferência nas 
perguntas e respostas. A ele é facultado tão-somente reinquirir as 
testemunhas, por intermédio do presidente da CPAD (art. 159, §2º). 
Ou seja, o procurador do acusado dirige a pergunta ao presidente da 
CPAD. Caso este a considere pertinente, ele próprio fará a inquirição da 
testemunha. Em suma: o procurador do acusado não fala diretamente com a 
testemunha. 
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Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do acusado, a 
CPAD proporá à autoridade competente que ele seja submetido a exame por 
junta médica oficial, da qual participe pelo menos um médico psiquiatra 
(art. 160). O incidente de sanidade mental será processado em auto apartado 
(separado) e apenso (anexo) ao processo principal, após a expedição do laudo 
pericial (art. 160, parágrafo único). 
Tipificada a infração disciplinar, será formulada a indiciação do 
servidor, com a especificação dos fatos a ele imputados e das respectivas 
provas (art. 161). Em relação à citação do(s) indiciado(s) e à apresentação de 
defesa, a Lei estabelece que: 
• O presidente da CPAD promoverá a citação do indiciado para, no 
prazo de 10 dias, apresentar defesa escrita, assegurando-se-lhe 
vista do processo na repartição (art. 161,§1º). Lembrem-se de que 
no rito sumário o prazo para a apresentação da defesa escrita é de 
5 dias, contados da citação. 
• Havendo 2 ou mais indiciados, o prazo será comum (único 
para todos, contado a partir da data em que o último indiciado for 
citado) e de 20 dias (art. 161,§2º). 
• O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, para 
diligências consideradas indispensáveis (art. 161,§3º). 
• Se o acusado recusar-se a assinar a cópia da citação, o prazo para 
defesa contar-se-á da data declarada, em termo próprio, pelo 
membro da comissão que fez a citação, com a assinatura de 2 
testemunhas. 
• O indiciado que mudar de residência fica obrigado a 
comunicar à comissão o lugar onde poderá ser encontrado (art. 
162). 
• Achando-se o indiciado em Lugar Incerto e Não Sabido, será 
citado por edital, publicado no DOU E em jornal de grande 
circulação na localidade do último domicílio conhecido, para 
apresentar defesa (LINS = DOU + jornal de grande circulação) 
(art. 163). Neste caso, o prazo para apresentação da defesa escrita 
será de 15 dias a partir da última publicação. 
• Será considerado revel o indiciado que, regularmente citado, não 
apresentar defesa no prazo legal (art. 164). Revel: diz-se do 
indiciado que, devidamente citado, não apresenta defesa no prazo 
da lei. 
 
 
 
 
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PRAZOS PARA A DEFESA ESCRITA 
1 INDICIADO 10 DIAS 
2 OU + INDICIADOS 20 DIAS (contados da data em que o último 
servidor for citado, de modo que o prazo 
termine para todos no mesmo dia) 
LINS = DOU + JORNAL DE 
GRANDE CIRCULAÇÃO 
15 DIAS (a partir da última publicação do 
edital de citação) 
 
Configurada a revelia, a CPAD deve solicitar à autoridade instauradora do 
PAD a designação de defensor dativo para proceder à defesa. Deve ficar 
claro que a designação do defensor dativo cabe exclusivamente à autoridade 
instauradora. Assim, para defender o indiciado revel, a autoridade instauradora 
do processo designará um servidor como defensor dativo, que deverá ser 
ocupante de cargo efetivo superior ou do mesmo nível, ou ter nível de 
escolaridade igual ou superior ao do indiciado (art. 164, §2º). 
Certamente todos já perceberam que os requisitos para a designação do 
defensor dativo são quase os mesmos exigidos para a designação do 
Presidente da CPAD. Isto é, em relação ao indiciado, ambos deverão: 
• Ser ocupante de cargo efetivo superior ou do mesmo nível; OU 
• Ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado. 
 
Todavia, para o defensor dativo, a Lei exige apenas que seja servidor, 
podendo não ser estável. Lembrem-se de que a CPAD será composta por 3 
servidores estáveis. 
 O defensor dativo atuará como se o indiciado (ou o seu procurador) 
fosse. Deste modo, sua atuação se restringe a apresentar a defesa. Para isso, 
disporá do mesmo prazo de que dispunha o indiciado. Portanto, tal medida 
visa a garantir o direito constitucional, do indiciado, ao contraditório e à ampla 
defesa. 
Vimos que inquérito administrativo se subdivide em instrução, defesa e 
relatório. Assim, apreciada a defesa, a CPAD elaborará relatório minucioso, 
onde resumirá as peças principais dos autos e mencionará as provas em que 
se baseou para formar a sua convicção (art. 165). O relatório será sempre 
conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade doservidor (art. 
165, §1º). 
 Reconhecida a responsabilidade do servidor, a CPAD indicará o 
dispositivo legal ou regulamentar transgredido, bem como as 
circunstâncias agravantes ou atenuantes (art. 165, §2º). Feito isso, o PAD, 
com o relatório da comissão, será remetido à autoridade que determinou a 
sua instauração, para julgamento. 
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JURISPRUDÊNCIAS DO STJ: 
STJ, Mandado de Segurança nº 7.985, Voto: “Como se vê, inexiste 
qualquer determinação legal no sentido de que o indiciado seja 
intimado para o oferecimento de alegações finais. Ao contrário, a 
lei estabelece que tão logo seja apreciada a defesa oferecida 
pelo servidor, a comissão elaborará relatório minucioso (...). 
De tanto, resulta que, nesse particular, não há que falar em 
cerceamento de defesa.” 
Idem: STF, Mandado de Segurança nº 23.268; e Recurso em Mandado 
de Segurança nº 26.226; e STJ, Mandados de Segurança nº 7.051 e 
8.259. 
 
STJ, Mandado de Segurança nº 8.249: “Ementa: O procedimento 
administrativo disciplinar detém norma reguladora específica, qual seja 
a Lei 8.112/90, que em seu Título V trata exaustivamente da matéria, 
inexistindo em seu âmbito norma que determine a intimação 
pessoal do acusado do conteúdo do relatório final da comissão 
disciplinar.” 
 
2.3.2. DO JULGAMENTO 
 
 A fase do julgamento se divide em duas análises, quais sejam: exame do 
processo sob aspectos formais (vícios e nulidades) e exame do mérito da 
questão (arquivamento ou aplicação de penalidades). 
 Na análise formal, verificada a ocorrência de vício insanável, a autoridade 
que determinou a instauração do PAD ou outra de hierarquia superior declarará 
a sua nulidade, total ou parcial, e ordenará, no mesmo ato, a constituição de 
outra comissão para instauração do novo processo (art. 169). 
 Segundo o art. 167, no prazo de 20 dias, contados do recebimento do 
processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão. Todavia, o 
julgamento fora do prazo legal não implica nulidade do processo (art. 169, 
§1º). Por isso, diz-se que o prazo para julgamento não é fatal. 
Em relação à análise do mérito, o estatuto estabelece as seguintes 
regras: 
• Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da autoridade 
instauradora do processo, este será encaminhado à autoridade 
competente, que decidirá em igual prazo (art. 167, §1º). 
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• Havendo mais de um indiciado e diversidade de sanções, o 
julgamento caberá à autoridade competente para a imposição da 
pena mais grave (art. 167, §2º). 
• § 3º Se a penalidade prevista for a demissão ou cassação de 
aposentadoria ou disponibilidade, o julgamento caberá às 
autoridades de que trata o inciso I do art. 141(art. 167, §3º). 
• Reconhecida pela comissão a inocência do servidor, a autoridade 
instauradora do processo determinará o seu arquivamento, salvo 
se flagrantemente contrária à prova dos autos (art. 167, §4º). 
 
 O julgamento acatará o relatório da CPAD, salvo quando contrário às 
provas dos autos (art. 168). Contudo, quando esse relatório contrariar as 
provas constadas dos autos, a autoridade julgadora poderá, 
motivadamente, agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o 
servidor de responsabilidade (art. 168, parágrafo único). 
Quando a infração estiver capitulada como crime, a autoridade julgadora 
deverá remeter cópia integral do PAD ao Ministério Público para instauração da 
ação penal (art. 171) 
O servidor que responder a PAD só poderá ser exonerado a pedido, ou 
aposentado voluntariamente, após a conclusão do processo e o cumprimento 
da penalidade, acaso aplicada (art. 172) 
 
2.3.3. DA REVISÃO DO PAD 
 
O PAD poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, 
quando houver fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a 
inocência do punido ou a inadequação da penalidade aplicada (art. 174). 
Destaca-se que a simples alegação de injustiça da penalidade não constitui 
fundamento para a revisão. Pois, esta requer elementos novos, ainda não 
apreciados no processo originário (art. 176). O ônus da prova cabe ao 
requerente (art. 175). 
No que tange à revisão a pedido, a Lei traz as seguintes possibilidades: 
• Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do 
servidor, qualquer pessoa da família poderá requerer a revisão 
do processo. 
• No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão será 
requerida pelo respectivo curador. 
 
O requerimento de revisão do processo será dirigido ao Ministro de 
Estado ou autoridade equivalente. Se essa autoridade deferir o requerimento 
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de revisão, encaminhará o pedido ao dirigente do órgão ou entidade onde se 
originou o PAD (art. 177). 
Então, será construída a comissão revisora (art. 177, parágrafo único), 
que terá 60 dias para a conclusão dos trabalhos (art. 179). A estes, no que 
couber, se aplicam as normas e procedimentos próprios da CPAD (art. 180). 
Encerrados os trabalhos da comissão revisora, o julgamento caberá à 
autoridade que aplicou a penalidade (art. 181). O prazo para esse julgamento 
será de 20 dias, contados do recebimento do processo, no curso do qual a 
autoridade julgadora poderá determinar diligências (art. 181, parágrafo único). 
 Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito a penalidade 
aplicada, restabelecendo-se todos os direitos do servidor, exceto em 
relação à destituição de cargo em comissão, que será convertida em 
exoneração (art. 182). Ou seja, da decisão da revisão pode resultar a total 
absolvição do requerente ou na parcial atenuação de sua responsabilidade. 
Todavia, não poderá resultar agravamento de penalidade. 
 
3. RESUMO 
 
1) 
Aspectos considerados na 
aplicação das penalidades: 
“GrANADA” 
 
Gravidade 
Agravantes 
Natureza 
Atenuantes 
Danos 
Antecedentes 
 
2) A advertência será aplicada por escrito, nos casos de inobservância de 
dever funcional previsto em lei, regulamentação ou norma interna, que 
não justifique imposição de penalidade mais grave, bem como nos casos 
de violação das seguintes proibições (art.129): 
• Ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia 
autorização do chefe imediato; 
• Retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer 
documento ou objeto da repartição; 
• Recusar fé a documentos públicos; 
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• Opor resistência injustificada ao andamento de documento e 
processo ou execução de serviço; 
• Promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da 
repartição; 
• Cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos 
em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua 
responsabilidade ou de seu subordinado; 
• Coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a 
associação profissional ou sindical, ou a partido político; 
• Manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, 
cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil; 
• Recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado. 
 
3) A suspensão será aplicada em 4 hipóteses, quais sejam: 
• Reincidência das faltas punidas com advertência. 
• Cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, 
exceto em situações de emergência e transitórias. 
• Exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício 
do cargo ou função e com o horário de trabalho. 
• Recusar-se,injustificadamente, a ser submetido à inspeção médica 
determinada pela autoridade competente (suspensão de até 15 dias). 
 
4) 
ADVERTÊNCIA SUSPENSÃO 
Cometer a pessoa estranha à repartição, 
fora dos casos previstos em lei, o 
desempenho de atribuição que seja de sua 
responsabilidade ou de seu subordinado. 
Cometer a outro servidor 
atribuições estranhas ao cargo 
que ocupa, exceto em situações 
de emergência e transitórias. 
 
5) Cancelamento de registros: 
• Advertência: 3 anos de efetivo exercício 
• Suspensão: 5 anos de efetivo exercício 
Em ambos os casos: 
• O servidor não pode ter cometido nova infração disciplinar no período. 
• O cancelamento não surtirá efeitos retroativos. 
 
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6) A demissão será aplicada nos seguintes casos (art. 132): 
• Crime contra a administração pública; 
• Abandono de cargo; 
• Inassiduidade habitual; 
• Improbidade administrativa; 
• Incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; 
• Insubordinação grave em serviço; 
• Ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em 
legítima defesa própria ou de outrem; 
• Aplicação irregular de dinheiros públicos; 
• Revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo; 
• Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; 
• Corrupção; 
• Acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; 
• Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em 
detrimento da dignidade da função pública; 
• Participar de gerência ou administração de sociedade privada, 
personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na 
qualidade de acionista, cotista ou comanditário; 
• Atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições 
públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou 
assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou 
companheiro; 
• Receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer 
espécie, em razão de suas atribuições; 
• Aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; 
• Praticar usura sob qualquer de suas formas; 
• Proceder de forma desidiosa; 
• Utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou 
atividades particulares; 
 
7) Nos seguintes casos, a demissão ou a destituição de cargo em comissão, 
implica a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem 
prejuízo da ação penal cabível (art.136): 
• Improbidade administrativa. 
• Aplicação irregular de dinheiros públicos. 
• Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional. 
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• Corrupção. 
 
8) Nos seguintes casos, a demissão ou a destituição de cargo em comissão 
incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo público 
federal, pelo prazo de 5 anos (art. 137): 
• “Valimento do cargo”. 
• Atuação como procurador ou intermediário, junto a repartições 
públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou 
assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou 
companheiro. 
 
9) Nos seguintes casos, a demissão ou a destituição de cargo em comissão 
impede o retorno ao serviço público federal do servidor (art. 137, 
parágrafo único): 
• Crime contra a administração pública. 
• Improbidade administrativa. 
• Aplicação irregular de dinheiros públicos. 
• Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional. 
• Corrupção 
 
10) 
RITO SUMÁRIO (até 30 + até 15) 
Instauração Instrução sumária Julgamento 
• Ocorre com a publicação do 
ato que constituir a 
comissão. 
• A comissão será composta 
por 2 servidores estáveis. 
• Indiciação 
(publicação + até 
3 dias) 
• Defesa (citação + 
até 5 dias) 
• Relatório 
(recebimento 
do processo + 
até 5 dias) 
 
11) 
ABANDONO DE CARGO INASSIDUIDADE HABITUAL 
Ausência intencional do 
servidor ao serviço por 
mais de 30 dias 
Falta ao serviço, sem causa 
justificada, por 60 dias, 
interpoladamente, durante o período 
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consecutivos. de 12 meses. 
Materialidade (art. 140, I, 
a): indicação precisa do 
período de ausência 
intencional do servidor ao 
serviço superior a 30 
dias. 
Materialidade (art. 140, I, b): indicação 
dos dias de falta ao serviço sem causa 
justificada, por período igual ou 
superior a 60 dias interpoladamente, 
durante o período de 12 meses. 
 
12) O rito sumário é aplicável na apuração de acumulação ilegal de cargos, 
de abandono de cargo e de inassiduidade habitual, sendo a todas cabível 
a pena de demissão. A regra geral é de que se trata de rito com instrução 
célere, pois visa a apurar casos em que já se tem materialidade pré-
constituída. 
 
13) 
PRESCRIÇÃO DA AÇÃO DISCIPLINAR 
“PENAS CAPITAIS” 5 ANOS 
“SUSPENSÃO” 2 ANOS 
“ADVERTÊNCIA” 180 DIAS 
 
14) A denúncia anônima, na espécie, poderia justificar a instauração da 
sindicância investigativa sigilosa, com vistas a identificar a sua procedência, 
mas não poderia, por si só, justificar a imediata abertura de processo 
administrativo disciplinar, dado o princípio constitucional que veda o 
anonimato. 
 
15) 
RESULTADOS DA 
SINDICÂNCIA 
 
(até 30 dias + igual período) 
ARQUIVAMENTO 
ADVERTÊNCIA OU SUSPENSÃO ATÉ 30 DIAS 
PAD 
 
16) Acerca da sindicância, cabem as seguintes observações: 
• A sindicância pode ser iniciada com ou sem sindicado. 
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• Enquanto a sindicância for um procedimento meramente investigatório, 
não será exigido o contraditório e a ampla defesa. 
• Quando a sindicância resultar em aplicação de penalidade, 
obrigatóriamente, será assegurado ao servidor o contraditório e a ampla 
defesa. 
• A sindicância não é etapa do PAD, nem deve, necessariamente, precedê-
lo. 
 
17) 
 
PAD 
PENAS CAPITAIS 
SUSPENSÃO (de 31 até 90 dias) 
 
SINDICÂNCIA 
SUSPENSÃO (até 30 das) 
ADVERTÊNCIA 
 
18) AFASTAMENTO PREVENTIVO: 
• Poderá (competência discricionária) ser determinado pela 
autoridade instauradora do processo disciplinar. 
• Até 60 + igual período 
• O servidor afastado permanece recebendo sua remuneração 
normalmente 
• Terminado o prazo de prorrogação, o servidor retornará ao 
exercício de suas atividades, mesmo que o processo não tenha sido 
concluído. 
 
19) CPAD = 3 servidores estáveis 
 
20) Presidente da CPAD = ser ocupante de cargo efetivo superior ou de 
mesmo nível OU ter escolaridade igual ou superior ao indiciado 
(acusado). 
 
21) 
 
FASES DO PAD 
(até 60 dias + 
igual período) 
INSTAURAÇÃO (publicação do ato constitutivo) 
INQUÉRITO (= instrução + defesa + relatório) 
JULGAMENTO (20 dias) 
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CURSO REGULAR − TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROFESSOR: ANDERSON LUIZ 
 
Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 41
 
A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar 
não ofende a Constituição (Súmula Vinculante nº 5 do STF). 
 
22) 
PRAZOS PARA A DEFESA ESCRITA 
1 INDICIADO 10 DIAS 
2 OU + INDICIADOS 20 DIAS (contados da data em que o último 
servidor for citado, de modo que o prazo 
termine para todos no mesmo dia) 
LINS = DOU + JORNAL DE 
GRANDE CIRCULAÇÃO 
15 DIAS (a partir da última publicação do 
edital de citação) 
 
4. EXERCÍCIOS 
 
Observação: as questões sinalizadas com (*) tratam de assuntos que não constam 
dos editais de AFRFB/2009 e ATRFB/2009. 
 
4.1.

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