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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ CAMPUS I CURSO DE ENGENHARIA DE PESCA Alexsandro de Andrade Oliveira Jhuliana Vitória Brito Ribeiro ATIVIDADE AVALIATIVA DE GEOLOGIA DE AMBIENTES AQUÁTICOS MACAPÁ 2023 Alexsandro de Andrade Oliveira Jhuliana Vitória Brito Ribeiro ATIVIDADE AVALIATIVA DE GEOLOGIA DE AMBIENTES AQUÁTICOS Atividade Avaliativa de Curso apresentada à Universidade Do Estado Do Amapá - CAMPUS I, como requisito para a obtenção de nota na Disciplina De Geologia De Ambientes Aquáticos do Curso de Engenharia de Pesca. EXAMINADOR Profa. NEUCIANE DIAS BARBOSA . <Macapá – AP, 11 de dezembro de 2023 1 – AS QUATRO UNIDADES PRINCIPAIS DE TEMPO: ÉONS, ERAS, PERÍODOS E ÉPOCAS; Escala do Tempo Geológico A necessidade de se ter um calendário dos mais importantes eventos da história terrestre em compartimentos característicos culminou com o estabelecimento da escala do tempo geológico. Esta escala tem grande utilidade para correlações globais das camadas geológicas, auxiliando no entendimento da evolução terrestre. Também tem sido utilizada na estimativa temporal de processos geológicos muito lentos para serem monitorados diretamente pelo homem, tais como a colisão entre massas continentais para formar a Pangeia ou outros supercontinentes, ou a abertura de um oceano, processos esses que envolvem escalas de dezenas a centenas de milhões de anos. A criação de uma escala de tempo para reconstituir a cronologia dos eventos formadores da Terra é creditada, em grande parte, aos fundamentos científicos e observações realizadas por N. Steno, J. Hutton, C. Lyell, C. Darwin, W. Smith, entre outros. A integração de dados experimentais, relações geológicas, estratigrafia e paleontologia (inclusive a evolução dos organismos) levou à descoberta das relações temporais e espaciais entre pacotes rochosos pelo mundo, apoiada pelos métodos de datação absoluta que são cada vez mais acurados. Com isso, estabeleceu-se uma linha do tempo para toda a história terrestre, em que cada período temporal se correlaciona a um pacote de rochas e respectivos fósseis. A escala do Tempo Geológico está dividida em quatro unidades principais de tempo em função de sua dimensão temporal: éons, eras, períodos e épocas. No tempo geológico, os acontecimentos são separados por milhões de anos (Ma) ou até mesmo por bilhões de anos (Ga). A Escala Geológica demonstra os principais eventos ocorridos no planeta Terra, desde sua origem aos dias atuais, e seus períodos de duração. O planeta possui, aproximadamente, 4,6 bilhões de anos, divididos em escala cronológica para melhor organizar a evolução dos eventos. Estes intervalos de tempo são conhecidos na geologia como unidades cronoestratigráficas que, se dividem em: Éons Eras Períodos Épocas Idades Éon é a denominação de um grande período de tempo geológico, tão grande que chega ser praticamente indeterminado. Como a idade geológica da Terra é de aproximadamente 4,6 bilhões de anos, a melhor interpretação desta passagem é feita pela transformação desses anos em quatro Éons: Hardeano Arqueano Proterozoico Fanerozoico Uma Era geológica corresponde ao modo como os continentes e os oceanos se distribuíam e como os seres vivos da Terra se encontravam. Período geológico é uma divisão da Era. Época é um intervalo menor de tempo dentro do Período. Já a Idade corresponde a menor divisão do Tempo Geológico e tem a duração máxima de 6 milhões de anos. Éon Hadeano O tempo geológico denominado Éon Hadeano marca a primeira fase da Terra e é caracterizado pela formação do Sistema Solar. Em sua formação, a Terra resumia- se a material condensado orbitando o Sol. Pela força da gravidade, esse material foi se fundindo em camadas diferentes e à medida em que o planeta esfriava, adquiria a estrutura atual, com um núcleo de ferro, manto de silicato e uma crosta externa fina. Este período geológico termina com a formação das rochas mais antigas preservadas na superfície terrestre. O nome Hadeano vem de Hades, do submundo da mitologia grega, e representa condições consideradas infernais da Terra durante sua primeira parte da história. Nessa passagem geológica, grande parte do planeta estava fundido. À medida que a Terra esfriou, adquiriu a estrutura que conhecemos hoje, um núcleo de ferro, manto de silicato e crosta externa fina. Éon Arqueano É quando a vida surge pela primeira vez na Terra. Ainda não há continentes, apenas pequenas ilhas e um raso oceano. A palavra Arqueano significa antigo. Esse período geológico começou a se formar quando a Terra havia esfriado, há 4 bilhões de ano. A atmosfera terrestre era composta por gases vulcânicos, nitrogênio, hidrogênio, carbono e níveis baixos de oxigênio. Começam a se formar os primeiros oceanos e, neles, os primeiros organismos unicelulares - procariontes e eucariontes. O Éon Arqueano é dividido em quatro Eras: Eoarqueana (3,8 a 3,6 bilhões de anos); Paleoarqueana (3,6 a 3,2 bilhões de anos); Mesoarqueana (3,2 a 2,8 bilhões) Neoarqueana (2,8 a 2,5 bilhões de anos). Nessas quatro Eras, a Terra ainda sofria com intenso bombardeamento de meteoritos. Surge um supercontinente, chamado Vaalbara, e as primeiras bactérias. Éon Proterozoico O Éon Proterozoico é caracterizado pelo surgimento dos primeiros seres multicelulares. Por isso, o nome vem da combinação das palavras gregas proteros (primeiro) e zoico (vida). Este é o último estágio pré-cambriano, a 3,7 bilhões de anos atrás. As primeiras formas de vida, algas verdes e vermelhas, começam desenvolver fotossíntese. O fim do Éon Proterozoico é marcado pela glaciação generalizada. Os continentes eram agrupados em uma massa única denominada Rodínia, que fragmentou-se e deu origem aos paleocontinentes: Laurentia, Báltica, Sibéria, Cazaquistão e Gondwana. O Éon Proterozoico é dividido em três Eras: Paleoproterozoica (de 2,5 a 1,6 bilhões de anos atrás), marcado pelo surgimento de seres eucariontes; Mesoproterozoica (de 1,6 a 1 bilhão de anos atrás), quando é formado o supercontinente Rodínia e a reprodução sexual; Neoproterozoica (1 bilhão de anos a 542 milhões de anos), quando já há animais multicelulares marinhos. Éon Fanerozoico Este é o Éon em que vivemos e foi iniciado a 542 milhões de anos. A palavra Fanerozoico deriva do grego e significa vida (zoico) aparente (faneros). O Éon Fanerozoico é dividido em três Eras: Era Cenozoica Era Mesozoica Era Paleozoica Era Paleozoica e seus Períodos A Era Paleozoica é compreendida entre 542 a 241 milhões de anos. Do grego, "paleo" significa "antigo" e "zoica" é vida. Esta Era representa dois importantes acontecimentos da vida na Terra, sendo marcado pelo primeiro registro seguro de animais com partes minerais - conchas e carapaças. O segundo evento ocorre ao final, a 248,2 milhões de anos, quando ocorre a maior extinção em vida em massa da Terra. A Era Paleozoica é dividida em seis períodos geológicos: Cambriano Ordoviciano Siluriano Devoniano Carbonífero Permiano Período Cambriano Este é o primeiro período da Era Paleozoica e ocorreu entre 545 e 495 milhões de anos atrás. Nesse período, a Terra já apresentava animais com exoesqueleto, além de microrganismos filamentosos. É o início da exploração de vida abundante e diversificada. Período Ordoviciano O Período Ordoviciano durou de 495 a 443 milhões de anos. É quando aparece a fauna invertebrada e peixes primitivos - sem mandíbulas e com pares de nadadeiras. Ocorre a chamada explosão cambriana, com a definição da vida marinha e o aparecimento dos primeiros organismos terrestres, que eram líquens e briófitas. Também ocorre a maior extinção em massa da Era Paleozoica em decorrênciada formação das grandes geleiras. Período Siluriano Ocorreu de 443 a 417 milhões atrás. Este período é marcado pela abundância de vida marinha e recuperação da glaciação do período Ordoviciano. A fauna é composta por peixes com mandíbulas, peixes de água doce e insetos como aranhas e centopeias. Já a flora é marcada por plantas terrestres, que aparecem a primeira vez. Período Devoriano O período Devoriano foi iniciado a 416 milhões de anos e terminou em 359,2 milhões de anos. É chamado de "Período dos Peixes". O mundo Devoniano foi povoado por plantas e animais - a maioria extinta. A vida terrestre também começa a ficar refinada, com o aparecimento de plantas vasculares, artrópodes e os primeiros tetrápodes em águas rasas. Período Carbonífero O período Carbonífero durou de 354 a 290 milhões de anos e recebe este nome em decorrência das vastas camadas de carvão que se estendem pelo norte da Europa, Ásia e América do Norte. É neste período geológico que surgem os Montes Apalaches e as grandes florestas. No período Carbonífero, os répteis adquirem a capacidade de reprodução interna com presença de ovos com casca. Os mares tropicais passam a abrigar uma grande diversidade de vida, incluindo branquiópodes, briozoários, moluscos e equinodermos. Em terra, surgem os primeiros insetos alados e as plantas já portavam sementes. Havia samambaias, além de plantas com tronco significativo. Período Permiano É o último período da Era Paleozoica e começou há 299 milhões de anos, terminando a 251 milhões de anos atrás. Nesse período, a Terra era habitada por uma grande diversidade de insetos terrestres e vertebrados. Entre os insetos estavam cigarras, piolhos, besouros, moscas, vespas e mariposas. Os continentes da Terra estão agrupados em um único, Pangeia. O fim do período é marcado pela extinção em massa de 95% de toda a vida na Terra. Era Mesozoica e seus Períodos A Era geológica Mesozoica se inicia quando há somente um continente na Terra, Pangeia. Durou entre 241 milhões e 65,5 milhões atrás, compreendendo os períodos: Triássico, Jurássico e Cretáceo. Essa Era foi marcada por intenso vulcanismo e a fragmentação de Pangeia em dois continentes, Laurásia, ao Norte, e Gondwana, ao Sul. Período Triássico O período Triássico começou a 251 milhões de anos e terminou a 199,6 milhões de anos. Entre a recuperação da pior extinção em massa ao fim do período Permiano. A vida, no Triássico, demora um tempo para se recuperar e a diversidade biológica é favorecida pelo calor, que atingia até mesmo as regiões polares, e o clima quente e árido. Surgem os primeiros dinossauros e mamíferos ovíparos, marcando o repovoamento do Planeta. Além dos dinossauros, surgem os primeiros répteis voadores (os pterossauros), tartarugas, sapos e mamíferos. Nos oceanos, invertebrados e corais evoluem para espécies novas. Aumenta a variedade de moluscos, tais como mariscos e caracóis, surgem os primeiros tubarões e répteis marinhos. Período Jurássico O período Jurássico durou entre 205,7 e 142 milhões de anos atrás. A fauna neste período é bastante variada, e as águas invadem os continentes formando grandes mares intercontinentais. Entre os exemplares da fauna estão crustáceos, peixes com estrutura moderna, anfíbios e surgem as primeiras aves e pequenos mamíferos marsupiais. Os mares são preenchidos por imensa variedade de tubarões, peixes ósseos, crocodilos marinhos e outros animais de todas as dimensões. Os répteis se estendem por todo o domínio da Terra. É por isso que esse período foi batizado de "Era dos Dinossauros". Havia, ainda, moscas, borboletas e libélulas. Grande parte da Terra estava coberta de árvores e plantas com flores. Período Cretáceo O mundo sofreu mudanças significativas durante o período Cretáceo, que entre 145,5 milhões e 65,5 milhões de anos atrás. Este período é o apogeu dos dinossauros. A Terra também era dominada por plantas como samambaias e plantas coníferas. A diversidade marinha é grande e não há muitas diferenças na fauna registrada no período Jurássico. As fraturas no continente Pangea são visíveis, os continentes assumem a conformação atual e essa condição é fundamental para a mudança da vida na Terra. Os dinossauros são extintos em decorrência da queda de meteorito de 10 quilômetros de diâmetro na península de Yucatán, no México. O evento deixou a Terra coberta de poeira durante meses e matou plantas, impedindo a fotossíntese, exterminou os dinossauros. Restaram entre os répteis somente crocodilos, lagartos e tartarugas. O período Cretáceo também é marcado pelo surgimento dos mamíferos placentários. Era Cenozoica e seus Períodos A Era Cenozoica é tempo geológico atual, iniciado há 65 milhões de anos. O termo vem do grego, kaines (recente) e zoica (vida). É dividida entre os Períodos Paleogeno, Neogeno e Quaternário. Período Paleogênico O período Paleogênico começa há 65 milhões de anos e termina a 23 milhões de anos. É neste período que aparecem os mamíferos modernos. A fauna, contudo, não difere muito da ocorrida no período Cretáceo. O Paleogênico é dividido em três Épocas: Paleoceno, Eoceno e Oligoceno. É nessas épocas que ocorrem os processo de formação das cadeias de montanhas da América Norte. A fauna marinha exibe exemplares de de pelecípodes, gastrópodes, equinoides e foraminíferos. Como remanescentes do Cretáceo, no planeta, existem lulas, polvos, tartarugas, cobras e crocodilos. É neste período que surgem os pequenos mamíferos, ancestrais dos roedores atuais, mais precisamente na Época Paleoceno. A vida marinha vive intensa diversificação durante a Época Eoceno (58 a 33,9 milhões de anos atrás) quando, também, as placas tectônicas estão estabilizadas. As aves passam por importante diversificação. Aparecem os peixes ósseos e ancestrais de avestruzes, rinocerontes, cavalos, baleias e peixes-boi. No Oligoceno aparecem as primeiras formas de macacos e grandes primatas. Com a duração de 33,9 a 23 milhões de anos, o Oligoceno é marcado pelo desenvolvimento dos cães e de grandes felinos, como o tigre dentes-de-sabre. Período Neogênico O Neogênico teve duração de 23 a 2,6 milhões de anos e foi dividido em duas Épocas: Mioceno e Plioceno. A diversificação da fauna e da flora é intensa nessas duas Épocas. O Mioceno durou de 23 a 5,3 milhões de anos e o Plioceno foi de 5,3 a 2,6 milhões de anos. Nessas Épocas, surgem focas, leões marinhos e baleias. No ambiente terrestre, habitam mamíferos como hienas, girafas, bovinos, ursos e mastodontes. Ainda surgem no Mioceno - época mais longa da Era Cenozoica - os grandes mamíferos, como cavalos, rinocerontes, camelos e antílopes. A variedade é favorecida pela mudança na circulação oceânica que apresentou, ainda, evolução dos vertebrados marinhos. A marca da Época Plioceno é o aparecimento de hominídeos, mais precisamente, o Australapithecus, na África do Sul. Período Quaternário Este período iniciou há 2,6 milhões e alcança os dias atuais. No Quaternário as massas continentais já se encontravam mais ou menos como são hoje. Possui duas Épocas: o Pleistoceno e o Holoceno. Há um intenso desenvolvimento dos mamíferos, surge o Homo sapiens, ocorre maior diversidade da flora e da fauna, além de intensas mudanças climáticas. Época Pleistoceno Nesta Época geológica ocorreram intensos períodos de glaciações e interglaciações, caracterizada por períodos de frio extremo ou quente e seco e teve duração de 2,6 milhões a 11.700 anos. O estudo desta Época é importante para a compreensão do rumo climático do Planeta Terra. É muito comum pesquisadores, para estudar o Pleistoceno, irem à Antártida para obterem amostras de bolhas de ar desta Época para análise da atmosfera do passado. Nesta Época surge o Homo sapiens (350 a 200 mil anos atrás) que ocupou, ao longo do Quaternário,quase todos os continentes do mundo. Época Holoceno Holoceno é o termo geológico que abrange os últimos 11,5 mil anos de história da Terra. Portanto, é quando surge o homem. O termo vem da combinação das palavras gregas holo (todo) e kainos (recente). Este é considerado o momento geológico mais importante da Terra, com mudanças significativas no regime climático, que impacta diretamente na consolidação do desenvolvimento biológico. O QUE É DATAÇÃO RELATIVA E DATAÇÃO ABSOLUTA? Em física nuclear, a datação se caracteriza pela técnica de classificação etária de objetos (como minerais, fosséis etc.) que utiliza a lei de decaimento radiativo de um determinado nuclídeo: Datação absoluta, como por exemplo a datação radiométrica. Há, contudo, outras possibilidades de datação como a datação relativa Datação relativa é um dos grandes desafios dos geólogos e paleontólogos. Para isso tiveram que encontrar métodos de determinar a idade de uma rocha ou de um fóssil, isto é, saber há quanto tempo eles se formaram e na datação relativa eles comparam a disposição de estratos de que sabem aproximadamente a data de origem e comparam com os fósseis. Datação absoluta e a datação radiométrica é o procedimento do cálculo da idade absoluta de uma rocha e dos minerais que contém certos radioisótopos ( isótopos radioativos ). Este processo de datação baseia-se na tendência que certos átomos de elementos químicos demonstram para emitirem partículas e radiação a partir dos seus núcleos instáveis, esta emissão designa-se por radioactividade. Quando um núcleo radiactivo se desintegra, os produtos formados podem ser instáveis, desintegrando-se posteriormente até encontrar um equilíbrio. A transformação nuclear desinga-se decaimento radioactivo. ILUSTRAÇÕES QUE REPRESENTEM UM EXEMPLO GEOGRÁFICO DE CADA TIPO DE LIMITE DE PLACA TECTÔNICA. Limite das placas tectônicas O limite das placas tectônicas ocorre nas zonas de contato desses blocos, ou seja, onde uma placa encontra-se com a outra. Há três tipos de limites entre as placas tectônicas. Limite divergente Nesse tipo de limite, ocorre um afastamento das placas tectônicas. Assim, essa movimentação, comumente de separação entre duas ou mais placas, gera consequências como a formação de dorsais mesoceânicas, a expansão do assoalho oceânico, a constituição de falhas e ainda os fenômenos de vulcões e terremotos. Em um limite divergente, ocorre o afastamento das placas tectônicas. Limite convergente Nesse tipo de limite, ocorre uma aproximação das placas tectônicas. Logo, há um choque entre uma placa e outra, que provoca movimentos de afundamento e/ou ascensão de uma determinada placa. Essa movimentação tem como consequência a formação de dobras, fossas e montanhas. Esse tipo de limite explica, por exemplo, a formação dos chamados dobramentos modernos. Em um limite convergente, ocorre o choque entre placas tectônicas. Limite transcorrente Nesse tipo de limite ocorre um contato lateral das placas tectônicas. Portanto, esse contato lateral, em que há um deslize de uma placa em relação a outra, não provoca a destruição e/ou criação de novas placas. A consequência mais comum dos limites transcorrentes é a formação de falhas. https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/montanhas.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/dobramentos-modernos.htm Em um limite transcorrente, ocorre o deslizamento lateral entre placas tectônicas. SOBRE O QUE ACONTECE QUANDO DOIS CONTINENTES COLIDEM NUM LIMITE DO TIPO CONVERGENTE? EXEMPLIFIQUE. Quando duas placas continentais colidem de forma convergente. Nesse limite, ocorrem terremotos violentos na crosta que está sofrendo enrugamento. O melhor exemplo para este tipo de convergência é a colisão das placas Indiana e Eurasiática. A Placa Eurasiática cavalga a Placa Indiana, mas a Índia e a Ásia mantêm-se flutuantes, criando uma espessura dupla da crosta e formando a cordilheira de montanhas mais alta do mundo, o Himalaia e o Planalto do Tibete. A colisão entre placas tectônicas promove um choque entre elas que gera consequências como a formação das grandes cadeias montanhosas, chamadas conceitualmente de dobramentos modernos. Fig.2-Colisão entre placas continentais Placas continentais – nesta colisão, como as placas apresentam densidades semelhantes, originam-se enrugamentos, com a formação de uma cadeia montanhosa. É o que acontece com a placa Indiana que, em deslocação para norte, colide com a placa Asiática, originando as cadeias montanhosas dos Himalaias e do Tibete. Actualmente, estas placas ainda se empurram, mutuamente, provocando a elevação dos Himalaias, à velocidade de 1 a 2 cm/ano; 4 – Sobre as populações tradicionais, responda: • Como se estabelece a relação entre as chamadas populações tradicionais e a realidade rural brasileira? • Fale brevemente sobre algumas das principais populações tradicionais da Amazônia e a questão fundiária. O debate sobre acesso à terra, que de há muito ocupa a pauta política brasileira, ganhou novas dimensões com a entrada em cena de novos temas e personagens. Além das históricas lutas de posseiros pela permanência na terra da qual estavam sendo expulsos, da emergência dos sem-terra nos anos 1980 e dos conflitos em torno de áreas indígenas, hoje obtêm espaço no cenário político as reivindicações das chamadas populações tradicionais, que demandam não só a terra, mas o reconhecimento da particularidade da sua relação com um território. Ao mesmo tempo, apropriam-se dos temas fundiário e ambiental, dando-lhes significados próprios. A política territorial representou inovações institucionais importantes nas políticas de desenvolvimento rural no Brasil. Ao mesmo tempo, no entanto, a experiência realizada ficou “amarrada” ou, em outros termos, apresentou uma dependência de caminho do modelo de intervenção pública para o desenvolvimento rural associado ao Programa PRONAF Infraestrutura e Serviços, ao qual pretendeu superar. Neste sentido, a maioria dos projetos territoriais tem caráter produtivista e é proposto basicamente por representações de agricultores familiares. São projetos relativamente “tradicionais”, que destacam os aspectos de produção e de comercialização, com pouca abertura para jovens, mulheres, quilombolas, indígenas, populações tradicionais e assentados, e para temas como gestão e sustentabilidade ambiental, inovação técnica e institucional, e acesso à terra (há relativa ausência do tema da reforma agrária e do INCRA na maioria dos territórios). Entende-se, assim, que a formulação de diretrizes especiais para a gestão das áreas ocupadas por populações tradicionais e outros grupos sociais que utilizam práticas tradicionais de uso dos recursos naturais pode orientar a formulação de categorias de manejo mais adequadas à realidade brasileira, contribuindo para o aprimoramento da legislação em vigor, quando oportuno e adequado. É sabido que, em grande escala, principalmente na região Norte do Brasil, essas populações têm seus territórios tradicionais no todo ou em parte coincidentes com áreas ambientalmente especialmente protegidas, o que não constitui mera coincidência. A maior parte dos territórios ocupados por populações tradicionais está razoavelmente preservada em decorrência, justamente, de seu especial modo de vida, que exerce menor pressão sobre os recursos naturais. No entanto, e apesar dessa especial relação que historicamente mantêm os povos tradicionais com a natureza, são inúmeros os conflitos gerados pelas sobreposições entre territórios tradicionais e, especialmente, as Unidades de Conservação da natureza de Proteção Integral, cuja presença humana tem sido apenas tolerada em condições excepcionais pela maioria dos gestores ambientais, tanto em âmbitofederal quanto estadual. A partir da década de oitenta intensas mobilizações dos povos e populações tradicionais da Amazônia, tais como a “aliança dos povos da floresta”, os “gritos da terra”, as “marchas dos povos indígenas”, de um lado “visibilizaram” estas populações até então marginalizadas pelo poder público e pelo ordenamento jurídico brasileiro, e do outro conseguiram importantes vitórias a nível legislativo e de políticas públicas voltadas para o setor. Esta “Aliança” reuniu, incialmente no Acre e depois em toda a Amazônia, seringueiros, povos indígenas, coletores de castanha do Pará e quebradeiras de coco babaçu. Na década de noventa ganhou dimensões nacionais alterando seu nome de “Conselho Nacional de Seringueiros” para “Conselho Nacional das Populações Extrativistas. As populações tradicionais amazônidas desenvolveram as suas matrizes histórico culturais em íntimo contato com o meio ambiente, com a natureza, adequando os seus modos de vida às peculiaridades regionais e oportunidades econômicas oferecidas pela floresta, várzea e rio, deles retirando através de atividades extrativistas, da roça, da caça e da pesca, os recursos materiais de sua subsistência. As práticas de cultivo desses grupos não impedem o funcionamento do sistema regenerativo da floresta e o impacto dos mesmos não ultrapassam os impactos provocados pelos distúrbios naturais de pequena escala em tamanho, duração e frequência. A Amazônia possui uma complexidade social, cultural e fundiária que possibilitou a organização e mobilização coletiva em torno de instrumentos jurídicos de reconhecimento de apossamentos coletivos que levam em consideração a etnicidade, territorialidade e tradicionalidade e a proteção ambiental da propriedade comunal. Estas modalidades representam a criação de instrumentos inéditos de reforma agrária, visando atender as especificidades da questão agrária amazônica e a defesa dos povos da floresta. Apesar de o autor falar expressamente em “reforma agrária”, conforme se verá adiante, não se trata propriamente disso, mas sim, em termos mais amplos, de regularização fundiária por meio do reconhecimento de ocupações e posses coletivas de comunidades tradicionais da Amazônia, que possuem especificidades que serão abordadas nas seções a seguir. Dentre estes instrumentos se destacam: as Reservas Extrativistas (Resex), os Projetos de Assentamento Agroextrativista (PAE), os Projetos de Desenvolvimento Sustentável (PDS), os Projetos de Assentamento Florestal (PAF), as Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS), a propriedade quilombola e as terras indígenas. No caso das terras indígenas, embora sejam de domínio da União, nos termos do art. 20, inciso XI, da Constituição Federal, a posse e usufruto desta são exclusivos dos povos indígenas (art. 231, § 2º). Em relação à propriedade quilombola, esta é a única modalidade de reconhecimento de territórios tradicionais que transfere em definitivo a área para o grupo, em caráter coletivo, inalienável e intransferível, o que garante maior segurança à comunidade em relação ao seu direito territorial quando titulado. Povos indígenas e comunidades quilombolas, quando conseguem passar pela longa peregrinação procedimental e conquistam a demarcação das terras indígenas e a titulação dos territórios quilombolas, apesar da sensível redução das áreas reconhecidas em seu favor nos últimos anos, possuem maior segurança jurídica sobre seus territórios. Nas demais modalidades de reconhecimento de apossamentos coletivos, as comunidades estão mais suscetíveis a alterações legislativas e a interferência externa sobre seus territórios, inclusive de órgãos ambientais que em algumas situações ensejam em conflitos com os modos de vida tradicionais. Regularização de território tem sido subestimada nos governos brasileiros, seja em nível federal como estadual. Isso porque a reorganização da política fundiária no Brasil tem como prioridade a titulação individual em terras públicas na Amazônia, mesmo que exista um grande passivo em relação ao reconhecimento dos territórios coletivos ocupados pelas populações tradicionais. Esta política não reconhece a importância dos projetos de assentamento ambientalmente diferenciados, seja pela geração de renda ou pela proteção ambiental. Não por um discurso explícito, mas pela flexibilização das regras de concessão de títulos individuais, enquanto que as regras para concessão de títulos coletivos passam a ser mais rigorosas, fazendo com que as populações tradicionais amarguem anos para ter seus pleitos territoriais atendidos.
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