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DIREITO CONSTITUCIONAL VIDEOAULA PROF. UBIRAJARA MARTELL DA NACIONALIDADE www.acasadoconcurseiro.com.br DA NACIONALIDADE 3 CAPÍTULO III DA NACIONALIDADE Conceito: Vínculo jurídico e político de uma pessoa com o Estado, fazendo com que esse indivíduo passe a integrar o povo daquele Estado, desfrutando de diretos e sujeitando-se a obrigações. Pedro Lenza A nacionalidade é considerada um direito fundamental, protegida em âmbito internacional, valendo ressaltar que a Declaração Universal dos Direitos dos Homens proclama em seu artigo XV que “todo homem tem direito a uma nacionalidade” e que “Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade”. #éumdireitofundamental Art. 12. São brasileiros: 4 NACIONALIDADE: Critério usado no Brasil __________________________________________________________ Serviço do Brasil ? ______________________________________________________________ Lei Municipal ou Estadual pode tratar de nacionalidade? ______________________________ Heimatlos é o mesmo que apátrida. I - natos: a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; 1. NASCEU NO BRASIL BRASILEIRINHO É – CRITÉRIO DO SOLO # o pai e a mãe devem ser estrangeiros, mas apenas um pode estar a serviço de seu país. Se o pai ou a mãe for brasileira, ainda que um deles esteja a serviço de seu país, o filho será brasileiro. Exemplos: Casal de turistas argentinos tem filho no Brasil durante um passeio. Filhos de Brasileiros naturalizados, nascidos no Brasil. b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; 2. CRITÉRIO DO SANGUE + SERVIÇO DO BRASIL # somente um precisa ser brasileiro, mas deve estar a serviço do Brasil. Exemplos: Filho de casal de brasileiros que estão morando na Itália e trabalhando a serviço do Brasil. Filho de casal de brasileiros morando da Itália, mas somente a mulher/homem está serviço do Brasil. Filho de russo e brasileira que está serviço do Brasil trabalhando na Rússia. c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007) 3. CRITÉRIO DO SANGUE + REGISTRO NA REPARTIÇÃO COMPETENTE # necessário registro na repartição competente (embaixada / consulado brasileiro) Exemplos: 1) Filho de casal de brasileiros que estão morando ilegalmente na França. 2) Filho de brasileiro ou brasileira, que nasce em outro país que utiliza apenas o critério ius sanguinis. 3) Brasileiro nato, por interesse exclusivamente pessoal, residiu em país estrangeiro, onde teve um filho com uma cidadã local. Nessa situação o filho poderá ser considerado brasileiro nato, ainda que não venha a residir no Brasil. 4. CRITÉRIO DO SANGUE + RESIDÊNCIA + OPÇÃO + MAIORIDADE # somente depois de atingir 18 anos. Exemplo: Filho de mãe brasileira e pai espanhol que mora em Londres, nasceu em país estrangeiro e não foi registrado em repartição brasileira competente. Aos 21 anos de idade, ele reside no Brasil e pretende requerer a nacionalidade brasileira. Nesse caso, poderá ser conferida a condição de brasileiro nato. Condição e direito que adquiriu ao nascer, por ser filho de brasileiro. DIREITO CONSTITUCIONAL | UBIRAJARA MARTELL 5 Para compreender melhor: Vamos usar como exemplo a França e você pode observar a necessidade de registro em repartição competente para os filhos de brasileiros: Nacionalidade francesa originária: A nacionalidade originária depende da vontade do Estado, e não da pessoa, determinada de acordo com a legislação francesa. Franceses natos são: a) todos os indivíduos nascidos no território francês, onde um dos pais seja nacional francês; b) filhos de francês ou francesa, nascidos no exterior; c) todos os indivíduos nascidos no território francês, de pais desconhecidos ou apátridos (sem nacionalidade), ou ainda de pais estrangeiros que não possam transmitir a nacionalidade aos filhos por jus sanguinis. II - naturalizados: a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. BRASILEIRO NATURALIZADO 1) Na forma da Lei (Lei da Migração - 13.445/17). 2) Originários de países de língua portuguesa (residência por 1 ano e idoneidade moral). Países com língua portuguesa oficial: Brasil, Angola, Moçambique, Portugal, Guiné-Bissau, Timor Leste, Guiné Equatorial, Macau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe). 3) Naturalização extraordinária: + 15 anos ininterruptos e sem condenação penal. O PROCESSO DE NATURALIZAÇÃO É EXCLUSIVAMENTE ADMINISTRATIVO, A PARTIR DA LEI DA MIGRAÇÃO, endereçado ao Ministro da Justiça, que ao final publicará sua decisão em diário oficial. Na lei anterior (Estatuto do Estrangeiro) o processo era misto (administrativo e judicial) feito na Justiça Federal. CUMPRIDO OS REQUISITOS DA NATURALIZAÇÃO, É UM DUREITO SUBJETIVO DA PESSOA SUA NATURALIZAÇÃO? não, pois é um ato de SOBERANIA ESTATAL, poderá ou não atender o pedido do estrangeiro/apátrida. § 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) Português equiparado / QUASE NACIONALIDADE #exigereciprocidade Os portugueses com residência permanente no Brasil que queiram continuar com a nacionalidade portugueses (estrangeiros), havendo reciprocidade em favor dos brasileiros, serão atribuídos aos portugueses os mesmos direitos inerentes aos brasileiros, salvo expressa vedação constitucional. 6 Existem 3 Opções para o Português residente no Brasil: 1) manter a nacionalidade de origem, vivendo no Brasil como estrangeiro; 2) naturalizar-se brasileiro (deixará de ser português); 3) requerer equiparação (terá direitos do naturalizado e continua sendo português) § 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: I - de Presidente e Vice-Presidente da República; II - de Presidente da Câmara dos Deputados; III - de Presidente do Senado Federal; IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V - da carreira diplomática; VI - de oficial das Forças Armadas. VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999) a) Extradição Somente o naturalizado pode ser extraditado (o nato, nunca!). O naturalizado pode ser extraditado por crime cometido antes da naturalização, ou mesmo depois da naturalização, se o crime cometido for o tráfico ilícito de entorpecentes. b) Cargos privativos Há alguns cargos privativos de brasileiro nato. São eles: I – Presidente e Vice-Presidente da República; II – Presidente da Câmara dos Deputados; III – Presidente do Senado Federal; DIREITO CONSTITUCIONAL | UBIRAJARA MARTELL 7 IV – Ministro do Supremo Tribunal Federal; V – de carreira diplomática; VI – de oficial das Forças Armadas. VII – de Ministro de Estado da Defesa. c) Atividade nociva ao interesse nacional Somente o brasileiro naturalizado poderá perder a nacionalidade em virtude da prática de atividade nociva ao interesse nacional (art. 12, § 4º, I, da CF/88). d) Conselho da República Participam do Conselho da República, além de outros membros, seis cidadãos brasileirosnatos, segundo o art. 89 da CF/88. e) Empresa jornalística e de radiodifusão Para que o brasileiro naturalizado seja proprietário de empresa jornalística e de radiodifusão no Brasil é necessário que tenha se naturalizado há mais de 10 anos. § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: Hipóteses taxativas, nem mesmo tratados internacionais podem ampliá-las. I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; SE LIGA NA JURISPRUDÊNCIA: Segundo o art. 12, § 4º, I, da CF/88, após ter sido deferida a naturalização, seu desfazimento só pode ocorrer mediante processo judicial, mesmo que o ato de concessão da naturalização tenha sido embasado em premissas falsas (erro de fato). O STF entendeu que os §§ 2º e 3º do art. 112 da Lei nº 6.815/80 (Estatuto do Estrangeiro) não foram recepcionados pela CF/88. Assim, o Ministro de Estado da Justiça não tem competência para rever ato de naturalização. STF. Plenário. RMS 27840/DF, rel. orig. Min. Ricardo Lewandowski, red. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, 7/2/2013 (Info 694). Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil. § 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais. § 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios.
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