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Iluminando o seu caminho - Heitor Miyazaki

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Iluminando
o seu caminho
Heitor Miyazaki
Iluminando
o seu caminho
 
 
1a edição
 
 
2016
SEICHO-NO-IE DO BRASIL
Iluminando o Seu Caminho
 
Autor:
Heitor Miyazaki
 
Direito de publicação cedido pelo autor à SEICHO-NO-IE DO BRASIL.
Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial, sob
qualquer forma, sem a autorização prévia do autor e do editor.
 
© SEICHO-NO-IE DO BRASIL, 2016
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Miyazaki, Heitor
Iluminando o seu caminho [livro eletrônico] / Heitor Miyazaki. --
1. ed. -- São Paulo : SEICHO-NO-IE DO BRASIL, 2016.
 
437 Kb; ePUB
ISBN 978-85-7156-615-6
 
1. Conduta de vida 2. Filosofia de vida
3. Seicho-No-Ie 4. Vida religiosa I. Título.
 
16-09078 --- CDD-181.0956
Índices para catálogo sistemático:
1. Seicho-No-Ie : Filosofia de vida 181.0956
 
Capa: Sheila Miyazaki de Lima
Revisão: Elizabeth Tasiro 
 
Produzido no Brasil
Editado pela
SEICHO-NO-IE DO BRASIL
Av. Engo Armando de Arruda Pereira, 1.266
CEP 04308-900 - São Paulo, SP - Fone: (11) 5014-2222
Website: http://www.sni.org.br - E-mail: sni@sni.org.br
http://www.sni.org.br/
Prefácio
Hoje, nós temos a grande honra e felicidade de escrever em conjunto este
prefácio do segundo livro de um grande líder da Seicho-No-Ie. Ele
representa a terceira geração de líderes na família, que se iniciou com o seu
avô materno, preletor Shunki Yamada, e continuou pela segunda geração,
sendo representada por sua mãe, a divulgadora Tereza Yamada.
Antes de falar deste livro fantástico, que está agora em suas mãos,
sentimo-nos no dever de escrever um pouco sobre seu autor, o preletor
Heitor Miyazaki, ou melhor, sentimos que precisamos escrever um pouco
sobre o “Heitor-pai”. Apesar de ele ser um grande orador que consegue
explicar de forma simples e convincente a Verdade mais profunda sobre este
ensinamento, é pelas suas atitudes diárias como ser humano que fica
evidenciada a Verdade e pelas quais fica mais fácil ainda compreender como
praticar este ensinamento. No convívio diário com seus familiares e amigos,
ele nem precisa falar, só pelas suas atitudes amorosas e sábias é expressa
claramente a Verdade.
Com certeza se trata de uma pessoa que conheceu o ensinamento e aliou o
estudo à prática diária. Esta prática diária e constante é que faz com que as
suas palavras, quando proferidas em palestras, auxiliem tantas e tantas
pessoas por este mundo. O preletor da Sede Internacional Heitor Miyazaki,
em nossa visão, é o resultado de um jovem buscador da Verdade, que tem o
disciplinamento necessário para que, mesmo após muitos anos de estudo
neste ensinamento, não se acomode. Ele, mesmo entrando no grupo dos
septuagenários, parece um menino que descobriu este ensinamento hoje, pois
vive com uma disposição contagiante a todos nós, familiares. Parabéns, pai
Heitor, por ser este exemplo para nós, seus familiares.
Neste livro, você encontrará as palavras da Verdade expressas de forma
muito sábia. Ao lê-lo, somos envolvidos pelo amor e sabedoria, em que fica
evidente a inspiração divina durante toda a leitura. Por meio de relatos de
adeptos da Seicho-No-Ie, citações do mestre Masaharu Taniguchi, citações
bíblicas e de grandes filósofos e personalidades, este livro nos leva a
repensar o direcionamento de nossa vida e a descobrir, de forma simples e
profunda, as ferramentas corretas (Leis) que devemos utilizar para
transformar a nossa vida e, consequentemente, obter um futuro sem
“amarras”. Um futuro no qual vamos poder manifestar em toda a plenitude a
nossa vida recebida de Deus (Vida de filho de Deus), livre de sofrimentos,
doenças, apegos, carências e ilusões.
Temos certeza de que, por meio do estudo constante deste livro, o poder
da palavra sabiamente expresso nele levará o leitor a sintonizar sua mente
com a mente de Deus, absoluto. Uma vez sintonizado com a Grande Vida, o
leitor fará com que este ensinamento passe a ser prática constante em sua
vida. Com certeza, aqueles que se dedicarem a praticar os ensinamentos
contidos neste livro atingirão outro nível de religiosidade, um nível sagrado
onde já não existe a Verdade separada do praticante da Verdade, ambos se
fundem em um só e haverá apenas a Verdade prática, ou seja, a própria
manifestação de Deus em suas vidas.
 
São Paulo, 12 de outubro de 2015.
Anibal Ferreira de Lima Neto (genro)
Sheila Miyazaki de Lima (filha)
ÍNDICE
Prefácio
ÍNDICE
UM DIA ENTENDI
A 4a Norma Fundamental dos Praticantes da Seicho-No-Ie: “Ser atencioso
para com todas as pessoas, coisas e fatos”. Estudemos sete pontos dessa
norma:
1 – Código de Ética dos Indígenas Norte-Americanos
2 – “Bem-aventurados os pobres de espírito (humildes), porque deles é
o Reino dos Céus” (Mateus 5. 3).
3 – “Você tem uma boca e dois ouvidos, use-os nessa proporção”
(provérbio chinês)
4 – Espere sua vez
5 – Silêncio
6 – Impulsividade
7 – Sempre aprendemos algo – “Quem tem ouvidos para ouvir ouça”
(Mateus 11. 5)
Capítulo 1 – O QUE REGE O NOSSO DESTINO
O que rege o nosso destino depende de três fatores: Influência dos
carmas de vidas passadas – Livre-arbítrio – Ajuda de espíritos
elevados
O que é carma?
Carmas de vidas passadas
Carma pode ser criado por três diferentes formas: Pelo pensamento –
Pela fala – Pela ação
1 – Carma criado pelo pensamento Ter intenção de praticar alguma
ação é carma do pensamento
Por que o pensamento é um dos agentes criadores do carma?
2 – Carma criado pela fala
3 – Carma pela ação
Carmas gerados por egoísmo
Os carmas equivalem ao exercício fiscal de uma empresa
Quem não acredita em reencarnações não entende o porquê de muitos
fatos
Capítulo 2 – MODO DE VIVER
Gratidão aos pais – Relato do preletor Antonio Carlos Barbosa
O livre-arbítrio
Sabedoria de Agasha
“Eu tenho de pagar o carma? Não tem saída?”
O objetivo do carma não é punir
A Verdade liberta – Relatos da preletora Michelle Teperino, do sr.
Érlon Cardoso e do preletor Claudeir Lima da Costa Filho
Fazer por obrigação ou fazer da melhor maneira possível?
Alguns fatores que o impedem de sorrir com naturalidade: Falta de
treino – Fatos tristes do passado – Tristeza de algum antepassado
Opção de cada um: perdoar ou reter o ódio e adoecer?
Conversar mentalmente pode ser mais eficaz
As leis
Agasha
Agradecimento e a cura – Relato da preletora Mabel Melo
Oração do Perdão é para purificar
Capítulo 3 – AJUDA DOS ESPÍRITOS ELEVADOS
O mundo espiritual e as diferentes facetas
As aulas no mundo espiritual
O que você faria?
Salvar os antepassados
“Pequeno veículo” (Hinayana) e “grande veículo” (Mahayana)
Os antepassados em ilusão necessitam da nossa ajuda – Relato do
dirigente Rogério Antunes
Relato do sr. Felismino Mota
Problemas na cabeça – Relato do preletor Edson de Lima Pardim –
Relato do preletor Lorenzo Mir
Feto sem cérebro – Relato da sra. Fátima Araújo
Ensinai a eles a Verdade da Vida, a Imagem Verdadeira – Relato da
preletora Rosinete Saturno
Oratório
Oratório no Ocidente é mais antigo do que muitos imaginam
Alguns casos sobre oratório
Fato ocorrido no Japão
Relato do preletor Antonio José Barbosa – Relato da preletora Sônia
Maria Vargas de Carvalho
Diferença de comportamento entre espírito novato e espírito elevado
Casos de cura de doenças ao visitar túmulos dos antepassados: Relato
da sra. P.G.V. – Relato do preletor Luis Antonio Gomes – Relato da sra.
Maria Trinidad Diaz Diaz
Comportamento dos espíritos
Espíritos elevados não se importam que seus túmulos sejam ou não
visitados
Como se inicia a nova jornada
Os espíritos dos natimortos
UM DIA ENTENDI....
Não viemos à Terra para fazer turismo. Embora a missão de cada um
varie, o objetivo de todos é o mesmo: evoluir espiritualmente. A única
diferença entre o diamante bruto encontrado no solo e o diamante que está
num anel são a lapidação e o polimento.
A diferença é que as pessoas iluminadas manifestam plenamente a sua
natureza divina, enquanto as que ainda não atingiram esse estágio vivem em
ilusões, apegadas às coisas materiais,e o seu ego é acentuado; e, por se
encontrarem no estágio de lapidar o ego, diz-se “polir a alma”.
O ponto de partida para manifestarmos a nossa natureza divina é volver a
nossa mente não para o exterior, mas para o nosso interior, fazendo sempre
autorreflexão, ou seja, autoanálise dos nossos pensamentos, sentimentos,
hábitos, comportamentos, valores, conceitos etc. A isso denominamos
introspecção.
Este mundo que enxergamos com os olhos carnais é o mundo da projeção
da nossa mente, por esse motivo é chamado de “mundo fenomênico”. E
assim ensina a Sutra Sagrada Chuva de Néctar da Verdade: “Eu vi que o
mundo da matéria é realmente efêmero; vi que o mundo da matéria nada mais
é que sombra”.
É muito fácil ver defeitos nos outros, no entanto, antes de procurar os
defeitos alheios, devemos corrigir os nossos. Diante de uma situação
inusitada, antes de culparmos o outro, é bom que façamos uma introspecção
para averiguar o que precisamos corrigir em nós próprios, para que o
cenário desagradável se torne belo e harmonioso.
Se formos tratados com frieza, é devido à frieza com que tratamos alguém,
ou devido à nossa mente, que deve estar fria e sombria:
 
Se você se sente triste porque as pessoas o tratam com frieza, é
preciso examinar a si mesmo e descobrir a causa. Com certeza,
descobrirá que você mesmo tem, dentro de si, algo frio e sombrio
que impede os outros de se aproximarem de você.
(A Verdade da Vida, v. 7, 13. ed., p. 40)
 
A 4a Norma Fundamental dos Praticantes da Seicho-No-Ie
“Ser atencioso para com todas as pessoas, coisas e fatos”. Estudemos
sete pontos dessa norma:
1 – “Respeite os pensamentos, desejos e palavras das pessoas. Nunca
interrompa os outros nem os ridicularize, nem rudemente os imite. Permita a
cada pessoa o direito de expressão pessoal”, uma das inúmeras mensagens
do Código de Ética dos Indígenas Norte-Ame ricanos do The Four Worlds
Development Project (Universidade de Lethbridge, Alberta), fundado por
Phil Lane Jr., membro das nações Yankton Dakota e Chickasaw, foi
publicado em 1982. E há outra publicação atribuída a “Inter-Tribal Times”,
de outubro de 1994. O código não foi escrito e publicado pelos autores, e
sim expresso oralmente, por esse motivo há variações nos textos, mas o
importante é aprendermos com as mensagens.
2 – “Bem-aventurados os pobres (humildes) de espírito porque deles é o
Reino dos Céus” (Mateus 5. 3).
Jesus Cristo iniciou o famoso Sermão da Montanha com essa frase. A
interpretação correta da expressão “pobre de espírito” é humilde. Em
espanhol, essa expressão foi traduzida como “bienaventurados los pobres
en espíritu, porque de ellos es el reino de los cielos”, ou seja, pobres em
es pí rito orgulhoso, pobres em espírito arrogante, que têm humildade.
Qual foi o motivo que levou Cristo a iniciar o Sermão da Montanha dessa
forma? Concluí que foi por sabedoria, pois, quando se ouve o outro com
arrogância, com pensamento “eu sei, eu sei”, não se apreende a mensagem.
Aqueles que O ouviram com o coração puro, dócil, absorveram as palavras
da Verdade, ricas em sabedoria, ditas por Cristo. Da mesma forma que a
mesma comida tem sabor melhor quando se come com fome.
3 – Há um provérbio chinês que diz o seguinte: “Você tem uma boca e dois
ouvidos, use-os nessa proporção”.
4 – Espere sua vez
Sempre que vou ao exterior, procuro analisar o comportamento das
pessoas e, quando estive pela primeira vez no Japão, o silêncio no metrô
lotado, nas ruas e no restaurante me ensinou algo muito interessante. Por ex.:
próximo do local onde meu colega e eu estávamos, oito homens ocuparam
uma mesa maior e passaram a conversar discretamente. Quando um deles
falava, os outros o ouviam; somente quando terminava de falar, outro
começava. Além disso, sempre um ou outro movimentava com a cabeça,
demonstrando atenção, e em nenhum momento alguém interrompeu quem
falava, sempre esperava o colega terminar para fazer uso da palavra. Notei
que ninguém falou no mesmo instante ou elevou a voz para prevalecer a sua.
Isso me fez lembrar um dos cursos que fiz pela empresa, onde era
debatido um tema, e nessa mesa-redonda havia uma regra. O coordenador do
grupo antes de iniciar, explicava:
– Quando alguém estiver com o uso palavra, ninguém poderá interrompê-
lo.
– Ao terminar de falar, terá de dizer “passo a palavra para o meu colega
do lado”.
– E só poderá voltar a falar quando chegar a sua vez. A ordem
transcorrerá no sentido horário.
O interessante é que, na terceira rodada, quase ninguém desejava falar. E,
enquanto havia alguém para falar, o coordenador não fazia a conclusão.
Chegando a vez do coordenador, o grupo o ouvia atentamente! Isso
ocorria porque todos tiveram a oportunidade de falar e, dessa forma, o ego
deles estava bem calmo e ninguém reprimiu o desejo de falar.
Aprendi que quando alguém movimentava a cabeça em sentido afirmativo
não estava dizendo “você está com a razão”, mas sim “eu estou entendendo”.
Aprendi que num grupo, se todos desejarem falar junto, não haverá diálogo,
porque a maioria sabe falar, mas não sabe ouvir.
5 – Silêncio
Kent Nerburn é escritor, escultor e educador, e é muito envolvido nas
questões dos nativos norte-americanos. Sua convivência com eles inspirou-o
a escrever vários livros sobre a cultura indígena. Em seu livro Neither Wolf
Nor Dog (Nem Lobo Nem Cão), cita o pronunciamento de um indígena
ancião de nome Dan:
 
Nós, os índios, conhecemos o silêncio. Não temos medo dele.
Na verdade, para nós, ele é mais poderoso do que as palavras.
Nossos ancestrais foram educados nas maneiras do silêncio e eles
nos transmitiram esse conhecimento.
“Observa, escuta, e logo atua”, nos diziam.
Essa é a maneira correta de viver.
Observa os animais para ver como cuidam de seus filhotes.
Observa os anciões para ver como se comportam.
Observa o homem branco para ver o que quer.
Sempre observa primeiro, com o coração e a mente quietos, e então
aprenderás.
Quando tiveres observado o suficiente, então poderás atuar.
Com vocês, brancos, é o contrário. Vocês aprendem falando.
Dão prêmios às crianças que falam mais na escola.
Em suas festas, todos tratam de falar.
No trabalho, estão sempre tendo reuniões nas quais todos
interrompem a todos,
E todos falam cinco, dez, cem vezes.
E chamam isso de “resolver um problema”.
Quando estão numa habitação e há silêncio, ficam nervosos.
Precisam preencher o espaço com sons.
Então, falam compulsivamente, mesmo antes de saber o que vão
dizer.
Vocês gostam de discutir.
Nem sequer permitem que o outro termine uma frase.
Sempre interrompem.
Para nós, isso é muito desrespeitoso e muito estúpido, inclusive.
Se começas a falar, eu não vou te interromper. Te escutarei.
Talvez deixe de escutá-lo se não gostar do que estás dizendo.
Mas não vou interromper-te.
Quando terminares, tomarei minha decisão sobre o que disseste,
mas não te direi se não estou de acordo, a menos que seja importante.
Do contrário, simplesmente ficarei calado e me afastarei.
Terás dito o que preciso saber.
Não há mais nada a dizer.
Mas isso não é suficiente para a maioria de vocês.
Deveríamos pensar nas suas palavras como se fossem sementes.
Deveriam plantá-las, e permiti-las crescer em si lêncio.
Nossos ancestrais nos ensinaram que a terra está sempre nos falando,
e que devemos ficar em silêncio para escutá-la.
Existem muitas vozes além das nossas.
Muitas vozes.
Só vamos escutá-las em silêncio.
6 – Impulsividade
Sobre isso, assim descreveu o mestre Masaharu Taniguchi:
 
(...) se você deseja progredir infinitamente, não se deixe dominar por
suas emoções e paixões. Todos aqueles que se deixam dominar são
escravos. Jamais se torne escravo. Saiba controlar suas emoções e
paixões, e faça de si próprio o senhor absoluto da sua mente.
(A Verdade da Vida, v. 7, 1.ed., p. 110)
 
Essa falta de controle é chamada de impulsividade. Impulsividade
significa dificuldade com autocontrole. A consequência da impulsividade
pode nos levar ao remorso por falar algo indevidamente, tomar péssimas
decisões na negociação, interromper a fala do colega, comer em excesso ou
algonão benéfico para nossa saúde; tudo isso devido à atitude de agir
impensadamente sem as devidas análises e ponderações. Em psicologia
utiliza-se o termo TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção ou
Hiperatividade, que é também denominado TDAHI, pela referência à
impulsividade.
E qual é o caminho para dominar a impulsividade? O caminho é praticar a
Meditação Shinsokan.
7 – Sempre aprendemos algo – “Quem tem ouvidos para ouvir ouça”
(Mateus 11. 5)
Quando ouvimos os relatos de experiências, sempre aprendemos algo.
Capítulo 1
O QUE REGE O NOSSO DESTINO
O destino não é algo totalmente definido. Sobre a ligação carma-destino,
o mestre Masaharu Taniguchi cita:
Os carmas são uma espécie de vibrações que vão se materializando
automaticamente ao longo de toda a nossa existência. Portanto, pode-
se dizer que o nosso destino nesta vida já está determinado, em
grande parte, desde o momento de nosso nascimento, e não mudará
enquanto não transcendermos os carmas através da conscientização
da Verdade e da apreensão da Imagem Verdadeira de nossa Vida. Eis
por que algumas pessoas conseguem adivinhar nosso destino
analisando nossa fisionomia ou nosso nome.
(A Verdade da Vida, v. 15, 3. ed., p. 143)
 
Não está citado que é integralmente definido, mas grande parte. Por que
“grande parte”? Porque, antes de nascer novamente aqui na Terra, viemos
com uma missão a cumprir; essa missão pode estar diretamente ligada ao
desenvolvimento espiritual daquele espírito. Pode ser também de espírito
muito elevado, que não necessita mais se reencarnar, mas o faz para cumprir
a sublime missão de ajudar outras pessoas a evoluírem; dentre eles podemos
citar Sakyamuni, Jesus Cristo, mestre Masaharu Taniguchi e inúmeros outros
iluminados.
O que rege nosso destino depende de três fatores:
A – Influência dos carmas de vidas passadas (cerca de 50%).
B – Livre-arbítrio (cerca de 25%) – modus vivendi mental de cada um.
C – Ajuda de espíritos elevados (cerca de 25%).
O que é carma?
Carma vem do sânscrito, uma antiga linguagem clássica da Índia, e
significa “ação”; portanto, carma simboliza a ação que cometemos pelo
falar, pensar e agir (fisica mente).
Carmas de vidas passadas
A causa de uma doença, quando pesquisada cronologicamente na
vertical, pode ter sido criada pelo indivíduo nesta geração, ou ter
sido criada há muitas gerações e estar sendo transmitida de pais
para filhos. O cristianismo denomina tal causa de “pecado original”,
referindo-se ao pecado cometido por Adão e Eva. O budismo chama
essa causa de “cármica” e prega que, uma vez formado o carma, este
obedece à lei da causalidade e transmigra eternamente, circulando
como uma roda de carro.
(A Verdade da Vida, 15. ed., v. 1, pp. 55-56)
 
Há várias formas para se expressar a lei do carma: “Quem semeia vento
colhe tempestade”, “Quem com o ferro fere com o ferro será ferido”, “lei da
causa e efeito”, “lei do castigo” e “lei da ação e reação”. Esta última explica
que toda ação gera uma reação; a ação de lançar uma bola de borracha
contra a parede em um ângulo de 90° gerará a reação de ela voltar na mesma
direção de quem a lançou.
Resumindo a explicação que é citada no livro Descoberta e
Conscientização da Verdadeira Natureza Humana, 1. ed., p. 169:
 
O destino é uma sucessão de acontecimentos que ocorrem segundo a
lei da causalidade... Praticando o bem, com certeza acontecerão
coisas boas. Praticando o mal, acontecerão coisas ruins... Desse
modo, a humanidade é regida fundamentalmente pela lei da
causalidade. Essa lei é chamada também de lei do carma ou lei da
mente. Cada um de nós também cria o seu próprio destino e colhe
seus efeitos.
(...) Nascemos trazendo em nossa bagagem o “balanço” dos carmas
mentais, verbais e físicos que nós mesmos criamos no passado.
(...) Há quem reclame dizendo que Deus é muito injusto, mas isso não
é verdade... Quem multiplicou 2 por 2 obte ve 4; quem multiplicou 2
por 3 obteve 6; quem multiplicou 4 por 4 obteve 16. Comparando os
resultados 4, 6, 16, parece haver injustiça, mas, considerando que
são resultados do balanço dos carmas de cada pessoa, não há
injustiça alguma. 
 
Deus não vigia, não julga, não condena e nem castiga ninguém. Quando
alguém teme a Deus, é porque tem um conceito totalmente equivocado e
consequentemente se sente distante do Criador. Quem tem medo de rato
consegue amá-lo? Quem tem medo de cobra consegue amá-la? Obviamente
que não. Quando se teme algo ou alguém, é natural que se distancie dele.
No livro Viver Junto com Deus, 1. ed., p. 263, o Mestre menciona:
Para acabar com o temor, é fundamental saber que o homem é filho
de Deus, e que Deus, sendo nosso Pai, jamais nos causa infortúnios.
Há pessoas que vivem com medo da punição divina.
 
Antigamente era comum ouvir a expressão “é castigo de Deus” quando
ocorria algo desagradável a alguém. No entanto, o que ocorria era, na
verdade, reação de uma ação cometida pela própria pessoa, ou seja, uma
consequência de uma causa, que é atuação da lei do carma.
Normalmente, comenta-se o carma como sendo algo ruim, mas a colheita
pode ser boa também, desde que se plante o bem. E aquele que consciente ou
inconscientemente causou aborrecimentos ou prejuízos a alguém, ou a uma
comunidade, um dia terá de colher, de acordo com essa lei, aborrecimentos
nesta encarnação ou em encarnações futuras.
Carma pode ser criado por três diferentes formas
1 – Carma criado pelo pensamento
Pensar constantemente em algo, seja bom ou não; esse pensamento fica
registrado em nosso subconsciente e futuramente se projetará no mundo
fenomênico. A respeito disso, ensinou Jesus Cristo: “Eu, porém, vos digo:
todo aquele que lançar um olhar de cobiça para uma mulher já adulterou com
ela em seu coração” (Mateus 5. 28).
O que Cristo deixou claro é o carma do pensar: lançar olhar de cobiça é
registrar no subconsciente esse carma. Ele não disse que ficou registrado no
caderno de Deus, mas “no coração”, isto é, na mente da própria pessoa.
Quem diz que Deus fica nos vigiando e anotando os nossos pecados não
conhece Deus de verdade. Deus é amor e não Se prende em vigiar para
castigar posteriormente. Cada um deve ter responsabilidade pelas suas ações
e não atribuir a Deus os fatores desagradáveis resultantes de ações
anteriormente praticadas.
Como a nossa mente tem força criadora, se mantivermos determinado
pensamento, este tende a materializar-se, ou desejarmos algo a outra pessoa,
cria-se uma ação cármica. O jornal O Estado de S. Paulo publicou, no dia
26 de setembro de 1981, o seguinte artigo:
 
Caçador caçado – Aconteceu na Dinamarca: um caçador foi atingido
pelo tiro dado pelo seu cão. Niels Andersen saiu a caçar perdizes
num bosque de Horsholm, perto de Copenhague com o seu fiel
“Bernie”. Em certo momento, deixou o fuzil no chão e se afastou
alguns metros. “Bernie” saiu correndo atrás do seu amo e pisou no
gatilho da arma. O tiro pegou Niels em cheio, nas costas. O caçador
foi socorrido e hospitalizado.
 
Quem constantemente pensa em roubar está plantando em sua mente esse
carma. Um artigo do jornal O Estado de S. Paulo do dia 12 de março de
1991 retrata essa explicação:
 
Ladrão assalta banco, mas é roubado na saída. Vigia planejou o
assalto durante meses, mas ficou sem dinheiro até para o ônibus e
acabou preso. NSA (iniciais do nome), de 22 anos, planejou durante
vários meses um roubo à agência da Caixa Econômica Federal da
Avenida Santa Marina, 2719, na Freguesia do Ó, Zona Norte da
capital. Teria a ajuda do seu irmão N, de 23 anos, vigilante do banco.
Com o dinheiro compraria cabeças de gado para seu pai, boiadeiro
na cidade I (nordeste do Brasil). Almeida realizou o assalto no dia 4.
Porém, quando fugia, foi também assaltado. A polícia o prendeu
ontem. O assaltante que o atacou continua solto.
 
Como se cria o carma também pelo pensamento, a lei do carma, ou da
causa e efeito, é considerada lei da mente, e, pela lei da mente, se de um
lado quem tem em mente roubar é roubado, por outro lado as pessoas que
não têm esse tipo de pensamento não se sintonizam com as pessoas
desonestas.Um fato ocorrido na França comprova isso. Foi publicado no
jornal O Estado de S. Paulo, em agosto de 1986, com o título “Roubaram
demais”:
Sorte é sorte. JMLG, francês de Angers, teve sua casa assaltada: dois
ladrões arrombaram a porta na sua ausência e carregaram tudo que era de
valor, das joias da família a eletrodomésticos, não perdoando nem as
panelas da cozinha. Mas era difícil ir muito longe com tamanha carga – então
escolheram pelo caminho uma granja que parecia abandonada e guardaram
todo o produto do saque lá, para voltarem em outra ocasião. A granja não
era abandonada: pertencia a JMLG.
Ter intenção de praticar alguma ação é carma do
pensamento
Jesus Cristo conhecia profundamente as leis da mente, tanto que no
famoso Sermão da Montanha disse: “Eu, porém, vos digo: todo aquele que
lançar um olhar de cobiça para uma mulher já adulterou com ela em seu
coração” (Mateus 5. 28).
No programa de rádio da Seicho-No-Ie, uma senhora me perguntou:
“Sinto fortes dores na ponta do pé direito e tenho consultado vários médicos,
mas o problema continua”.
A resposta que lhe dei foi: “A senhora deve ter sentido muita raiva de
determinada pessoa e teve desejo de agredi-la com um chute. E essa intenção
de chutar ainda está registrada no seu inconsciente e não foi apagada; perdoe
essa pessoa, que apagará”.
Dez dias depois essa senhora deixou gravado um agradecimento pelo
desaparecimento da dor que a atormentava havia mais de dez anos.
Por que o pensamento é um dos agentes criadores do
carma?
Um simples pensamento superficial não tem força, mas, quando pensamos
constantemente em determinado fato, esse pensamento adquire força, porque
passamos a sentir também.
Imaginemos uma pessoa que abriu um comércio no ramo de doces e, após
três anos, do lado de sua loja, alguém abre outra loja vendendo os mesmos
produtos. Ele comenta com a esposa: “Temos agora um concorrente”. Porém
há outro fato que fere o seu ego: o concorrente vizinho não o cumprimenta. O
fato de o vizinho não o cumprimentar e colocar cartazes de promoções o
deixa aborrecido, então mentalmente ele passa a entrar em conflito com o
vizinho. O local é muito movimentado e há “espaço para os dois
comerciantes”, mas o ódio pelo concorrente aumenta e a todo instante ele
pensa em estratégias para levá-lo à falência.
A esta altura já não pensa “é um concorrente”, mas passa a sentir forte
desejo de conduzir o outro à falência: “Preciso derrubá-lo”. Enquanto for
simples pensamento superficial, não tem força, mas, quando chega ao
emocional, transforma-se num forte carma, e, de acordo com a lei do carma
ou lei da causa e efeito “colhe-se o que plantou”, a tendência desse
comerciante é colher o fracasso.
Uma explicação clara e sábia do texto grifado “enquanto for simples
pensamento superficial, não tem força” consta no livro A Verdade, v. 2, 1.
ed., p. 164, no item “Relação entre o consciente e o subconsciente”: “Da
mesma forma que as gotas das chuvas se transformam em rios, que por sua
vez formam um lago, as gotas da ‘mente consciente’, isto é, cada pensamento
e cada sentimento, são acumuladas para constituir o lago do subconsciente”.
Esse comerciante pode pensar: “Eu estava tranquilo e esse idiota veio
para prejudicar o meu comércio e me destruir”; no entanto, o que o destruiu
foi ele próprio.
Recordemos o significado da palavra “oração”. O Mestre nos ensinou que
oração em japonês se diz “inori”, em que o ideograma “I” significa “vida” e
“noru”, “decla ração”; “portanto, orar (inoru) é aquilo que você está sempre
declarando no recôndito da sua vida” (A Verdade, v. 3, 1. ed., p. 305).
2 – Carma criado pela fala
Aqueles que xingam, ofendem, falam mal das vidas alheias estão criando
carmas negativos e, como o som sai pela boca, eles podem adquirir doenças
na boca ou próximas à região. Para se purificar dos carmas negativos, devem
ler palavras da Verdade como sutras sagradas, livros que contêm a Verdade,
pronunciar palavras da Verdade e realizar práticas recitativas etc.
Quando se magoa uma pessoa querida, fica retido no inconsciente o
sentimento de culpa, posteriormente, geralmente quando não se lembra do
fato, o carma se desintegra. Para exemplificar, vou citar um fato ocorrido
aproximadamente entre 1977 a 1979. Após a aula, uma senhora comentou:
– Amanhã terei de fazer uma cirurgia em um dente. O cirurgião-dentista
terá de abrir a gengiva e fazer a raspagem. O que pode ser isso?
– Qual é o dente? – perguntei-lhe e ela mostrou-me o dente da frente,
chamado incisivo central esquerdo.
Como num dos livros o prof. Masaharu Taniguchi cita que problemas na
arcada superior são ressentimentos com algum superior, afirmei:
– É autopunição ou mágoa do seu pai.
– Meu pai? Se o senhor dissesse que é em relação à minha mãe, eu
concordaria.
– Qual é o dente mesmo? – Novamente ela apontou o dente do lado
esquerdo, incisivo superior.
– Não resta dúvida. Vai lembrar, e pratique Oração do Perdão para ele.
Eram 19h25. Chegando à sua casa, às 23 horas, lembrou-se da única
discussão que teve com seu pai. Emocionada, pôs-se a chorar ao lembrar-se
da cena, e pediu perdão mentalmente por duas horas.
No dia seguinte, ao se levantar para ir ao dentista, colocou a mão sobre a
boca e não sentia mais dores, mas mesmo assim foi, conforme havia
marcado. Ao chegar, o dentista a examinou e tirou radiografia do dente,
depois olhou contra a luz e falou:
– Estranho, não há mais infecção. Não será preciso fazer a cirurgia. O que
aconteceu?
Ela explicou tudo o que ocorreu e ele comentou:
– Se todos fizerem o mesmo, eu passarei fome...
As palavras de Cristo exprimem isto: “O que contamina o homem não é o
que entra pela boca, mas o que sai da boca, isso é o que contamina o
homem” (Mateus 15. 11).
No capítulo 2 do livro A Humanidade é Isenta de Pecado, 13. ed., p. 71,
o prof. Masaharu Taniguchi explica resumidamente a definição do carma:
 
Podemos comparar o carma a uma gravação. Se gravarmos nossa voz
numa fita ao entoarmos uma canção ou pronunciarmos um discurso,
posteriormente poderemos ouvir essa mesma voz toda vez que
tocarmos a fita no gravador. Do mesmo modo, as vibrações mentais
que ocorrem no momento em que um pensamento passa pela nossa
cabeça ficam gravadas como uma “causa” em nosso “disco mental”.
Sempre que surgir uma oportunidade, o “disco mental” emitirá as
vibrações mentais registradas; e, então, aquele pensamento que
tivemos no passado manifestar-se-á concretamente, sob a forma de
algo palpável, de alguma doença, de alguma situação etc. Assim é a
ação do carma, que é uma força latente. O carma é, por assim dizer,
uma “gravação” das vibrações mentais.
 
É uma espécie de gravação que fica no nosso inconsciente, e não no
“caderno de Deus” como dizem algumas pessoas.
Nem por brincadeira devemos falar palavras negativas, pois ficam
registradas no inconsciente. Por exemplo, frases ditas com emoção durante a
infância como: “Eu não quero me casar”. Muitas pessoas disseram essa frase
ao ver os pais brigando. A palavra é registrada no subconsciente e, com o
passar do tempo, pode ser esquecida, mas no subconsciente continuará
gravada, exercendo forte influência. Por esse motivo, quando se atinge a fase
adulta, muitos namoros são problemáticos porque aflora aquele sentimento
registrado, e uma frase que magoa, dita impensadamente, pode gerar
rompimento do namoro, impedindo assim a concretização do casamento. Eis
o motivo de na Sutra Sagrada Palavras do Anjo citar:
 
“Portanto, mantende pensamentos sempre elevados
e jamais penseis no mal,
jamais penseis na impureza,
jamais penseis no sofrimento,
jamais penseis na doença”.
 
Outro fato que gera infelicidade são as fofocas. As pessoas que gostam de
fazer fofocas de vidas alheias sempre são vítimas de alguma infelicidade,
porque uma inverdade pode destruir a vida profissional ou familiar de
colega ou amigo.
Em uma ocasião durante um seminário, uma senhora entregou-me um
bilhete com seguinte teor: “O senhor disse numa palestra na cidade de
Presidente Prudente que há pessoas que não conseguem emprego por não
perdoarum ex-chefe ou ex-colega de trabalho. Era o caso da minha irmã que
mora nessa cidade. Ela foi demitida por causa de uma mentira dita por uma
colega. Chegando a sua casa, ela começou a praticar Oração do Perdão para
essa ex-colega e para o ex-patrão. Dois dias depois, o ex-patrão foi à casa
dela e disse: ‘Eu cometi um erro e agora quero corrigir esse erro. Você foi
demitida injustamente, pois foi por causa da Fulana que eu a demiti. Peço-
lhe perdão pelo erro, e a estou convidando a voltar a trabalhar comigo’”.
O mestre Masaharu Taniguchi alerta sobre a fofoca no livro A Verdade, v.
9, 1. ed., p. 91:
 
Não comente levianamente sobre assuntos fúteis. É no silêncio que
cultivamos forças de natureza espiritual. Os mexericos tratam
normalmente dos aspectos negativos. Por meio dessas palavras, a
pessoa grava coisas negativas, intensifica a impressão negativa e
acaba ferindo a si própria.
 
E no livro A Verdade da Vida, v. 38, ensina:
 
Não devemos falar mal dos outros, nem na sua ausência. Se falarmos
mal, surgirão males ao nosso redor, pois a palavra é semente. Se
falarmos mal dos outros, a infelicidade deles reaparecerá
infalivelmente como infelicidade nossa, pois todas as pessoas estão
ligadas entre si e constituem um só corpo perante Deus. Qualquer que
seja a imagem de uma pessoa, devemos orar, com amor e respeito,
pela sua felicidade e prosperidade. Nós, que temos recebido o
infinito amor de Deus, devemos retribuí-lo a Ele (Deus), enviando
pensamentos de amor ao próximo. Quando retribuímos o amor de
Deus, enviando-o àquela pessoa, ela também retribuirá o amor de
Deus, enviando-o a nós.
3 – Carma pela ação
Muitas pessoas agem pensando somente em si próprias e, além de não se
preocuparem com o próximo, não fazem nenhuma gentileza.
No livro A Verdade da Vida, v. 34, 1. ed., pp. 76-80, o prof. Masaharu
Taniguchi cita o caso do velho esgrimista que sofria de semiparalisia no
braço e tinha dificuldade para andar. No mesmo instante o Mestre identificou
que se tratava de carmas negativos praticados por essa pessoa, por isso lhe
disse abruptamente:
– O senhor maltratou muita gente, não foi?
Ele havia matado 24 pessoas e 85 bois; até pessoa inocente foi morta,
somente para mostrar a um amigo que era hábil no manejo da espada.
Posteriormente a pessoa que levou o esgrimista perguntou ao Mestre se
poderia curá-lo, e a resposta, com tristeza no rosto, foi “não sei... Curar-se,
ou não, depende da mente dele”.
O motivo dessa resposta foi decorrente do fato de o esgrimista não ter-se
conscientizado dos erros: “Ele precisa reconhecer que pecou, e arrepender-
se de verdade” foi a resposta do Mestre (p. 88).
Em um dos livros escritos pelo mestre Masaharu Taniguchi, ele cita o
caso de uma mulher que tinha mãos tão belas que se destacavam pela
formosura. Essa senhora numa vida anterior fora freira, e, no convento, as
freiras veteranas lhe davam ordens para lavar os sanitários, por ser a mais
nova. Aquele ato nobre feito com amor foi a causa de ela ter belas mãos na
atual encarnação.
O jornal O Estado de S. Paulo publicou, no dia 20 de novembro de 2012,
um artigo com o título “Ladrão devolve carteira após reconhecer vítima”.
 
Um ladrão que roubou a carteira e o telefone celular de um homem
em Wichita, no Kansas, devolveu parte dos objetos depois de
reconhecê-lo. A carteira foi devolvida depois que o criminoso viu
que já havia cumprido pena de prisão ao lado da vítima.
 
Analisando esse fato: por que os dois se reencontraram? A resposta é:
pela semelhança de carmas. E merece outra pergunta: por que o outro foi
roubado? E a resposta é: pelo carma de ser desonesto também.
Outro fato pitoresco foi publicado pelo mesmo jornal, em 22 de janeiro
de 1985, com o título “Ladrão rouba ladrão”.
 
Pequim – Um cego que pedia esmolas ontem numa rua de Cantão, no
sul da China, teve de sair correndo do povo. É que, em troca dos
iuanes que os transeuntes lhe davam, ele tocava uma musiquinha
numa gaita, enquanto sua mulher passava o pires. Ontem, uma outra
mulher começou a passar o chapéu e a recolher as esmolas. O cego
percebeu pela voz (quando ela dizia “obrigado”) que a mulher não
era a dele – e abriu os olhos para se certificar. O povo percebeu a
fraude e saiu correndo atrás dos dois espertalhões.
Porto Alegre – O estudante de publicidade Rafael (o sobrenome foi
mantido em sigilo) e sua namorada saíram na noite do último
domingo (17/4/2011), em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, para
buscar o irmão dele, e foram abordados por um ladrão. Nisso, outros
três saíram de um veículo Prisma preto e anunciaram um novo
assalto. O bandido que os assaltava, revoltado com a “falta de
respeito” e “ética” dos colegas de profissão, ainda chegou a
reclamar dizendo a eles: “Mas sou eu que estou assaltando!”.
 
O jornal O Dia de 23 de outubro de 2006 publicou o seguinte noticiário:
 
O engenheiro A, 35 anos, e sua irmã, a publicitária P, 31, foram
assaltados duas vezes num período de três minutos no sábado à noite,
na Tijuca, Zona Sul da capital fluminense. Nas duas situações, os
bandidos estavam armados. Junto com os dois adultos estavam um
menino de 5 anos de idade e uma garota de 14 – respectivamente
filho e sobrinha de A.
O primeiro assalto foi às 21h40, na rua Alfredo Pinto, quando uma
dupla armada com revólveres rendeu a família, que estava em um
carro Astra preto. Um dos bandidos assumiu a direção e seguiu.
O segundo assalto, que incluiu entre as “vítimas” a própria dupla do
primeiro, deu-se às 21h43, quando o Astra entrou na rua Melo Matos.
Naquele momento, a família ainda era roubada dentro carro. Os dois
ladrões tinham acabado de recolher joias, celulares, dinheiro e
cartões das vítimas, quando o Astra foi cercado pelos três outros
bandidos. O trio, com pistolas, chegou em um Peugeot branco e
obrigou os dois criminosos a passar tudo para eles. Além dos
pertences da família, até um boné que um dos bandidos usava foi
levado pelo trio.
Ao serem parados, um ladrão que já estava no Astra disse: “Mas nós
já estamos roubando aqui!”. Um bandido do Peugeot retrucou: “Não
interessa. É nossa área. Sai todo mundo do carro”.
 
O jornal O Diário de Maringá, de Paraná, publicou “Ladrão pede mais
policiamento”.
A reportagem é do dia 3 de agosto de 2007 e mencionou a reclamação
feita por um ladrão, de que após assaltar uma pessoa ele foi assaltado. Após
ter sido preso, ele reclamou dizendo que há falta de policiais nas ruas de
Maringá.
Folha de S. Paulo, do dia 27 de janeiro de 2011:
 
Um pedreiro foi preso depois de ter sido vítima de um assalto na
noite de quarta-feira (27) na região central de Ribeirão Preto (313
km de São Paulo).
A.P.C. teve R$ 10,00 roubados no cruzamento das ruas José
Bonifácio e General Osório, que fica na região da Baixada, às
19h30. Ele, segundo a polícia, reagiu ao assalto e começou a brigar
com o ladrão, o funileiro J.C.V., no meio da rua.
Com a aproximação de um carro da Polícia Militar, que fazia
patrulhamento de rotina pela região, o assaltante tentou fugir, mas foi
perseguido e confessou o roubo – informou a polícia.
Ao analisar o histórico dos envolvidos, os policiais constataram que
a ficha da vítima era maior que a do assaltante. Ele já fora detido dez
vezes sob suspeita de furtos, três vezes por tráficos de drogas, uma
vez por roubo e outra por lesão corporal. E, como era considerado
um foragido, foi detido com o assaltante.
 
A escritora médium Cleonice Orlandi de Lima escreveu em seu livro(1)
sobre o ocorrido com Camilo Castelo Branco, um grande escritor português
(1825-1890). Ela relatou que Camilo, ao ouvir o diagnóstico do médico que
ficaria cego para sempre, se suicidou. Num passado longínquo (século XVII)
ele se apaixonara por uma prima muito bonita a quem pediu em casamento.
Embora ela tenha aceitado, mudou de ideia ao conhecer Jacinto, um jovem
militar de Madri que era seu primo também e era um nobre conde, possuidor
de muitas terras e boa fortuna. A sua musa acabou casando com Jacinto, que
voltou a Madri. Sentindo-se humilhado, desejou desgraça ao casal. Passado
algum tempo,sua prima retornou à cidade natal com o marido e filho, mas
seu ódio pelos dois não havia se apagado. E, para vingar-se, entrou na
Companhia de Jesus, não por vocação religiosa, mas por ser, na época, uma
entidade com muito poder (período da Inquisição). Com muita maldade
passou a perseguir o primo Jacinto. Fez uma série de acusações contra ele,
que acabou sendo preso. Mandou queimar a sola dos pés dele até que
formassem enormes feridas. Ordenou também arrancarem-lhe as unhas e os
dentes e até a furarem seus olhos! Cego, Jacinto suicidou-se.
O carma que carregava por ter levado o primo ao suicídio, embora
tivesse ocorrido 200 anos antes, o fez praticar o mesmo ato contra si
próprio. Quando o médico que examinou seus olhos lhe disse que a cegueira
era incurável, Camilo foi até outro aposento e se matou. A causa foi ter
cegado o primo, levando-o a se matar, e ocorreu como efeito à forma
semelhante com Camilo: que ficou cego e se matou.
O castigo não veio de Deus, mas dele próprio. Em Romanos 6. 23, cita:
“Porque o salário do pecado é a morte”, isso significa que o sentimento de
culpa muito forte conduz as pessoas à autopunição extrema que é o suicídio.
Carmas gerados por egoísmo
Yogananda, um iogue iluminado indiano, menciona: “Todos os dias, faça
alguma coisa em benefício dos outros, mesmo que seja algo insignificante.
Se você quer amar a Deus, é preciso amar as pessoas. Elas são filhas dEle.
Você pode ser prestativo no plano material – dando aos que precisam – e no
plano mental – dando conforto aos sofredores, coragem aos temerosos,
amizade divina e apoio moral aos fracos. Você também semeia bondade
quando desperta nos outros o interesse por Deus e quando cultiva neles um
maior amor a Deus, uma fé mais profunda nEle. Quando deixar este mundo,
as riquezas materiais ficarão para trás, mas todas as boas ações o
acompanharão. Pessoas ricas que vivem na avareza e pessoas egoístas que
nunca ajudam os outros não atraem riqueza na sua próxima vida. No entanto,
os que distribuem e compar tilham, quer tenham muito ou pouco, atrairão a
prosperidade”.
Como exemplo disso, há os casos de jovens que ocupam lugares
reservados nos ônibus e metrôs. Esta ação de “roubar” o lugar dos outros
fica registrada no inconsciente daqueles que praticam essa ação.
Embora eles possam pensar que levaram vantagem, no inconsciente fica
registrada a voz da consciência: “Não é justo, tomei um lugar que não é meu;
se fosse banco comum, estaria dentro do meu direito, mas...”. Esse
sentimento de culpa, por ter tirado a oportunidade de um idoso se sentar num
lugar de direito, pode conduzir esses jovens a perderem boas oportunidades
na vida.
Os carmas equivalem ao exercício fiscal de uma empresa
O mestre Masaharu Taniguchi exemplifica que o carma equivale ao
exercício fiscal de uma empresa, que pode encerrá-lo com o resultado final
positivo ou negativo. Se encerrar com resultado positivo, iniciará o próximo
exercício com dinheiro em caixa e não terá tantos apuros como aquela
empresa que encerrou o ano com prejuízo.
Da mesma forma, o espírito que inicia uma nova encarnação nascendo em
lar harmonioso, sem passar fome, é por crédito de ter realizado carmas bons
na vida anterior.
Ao nascer, a influência dos carmas não se restringe apenas aos das
encarnações passadas. Se a balança do carma pende para o lado negativo, é
preciso fazê-lo pender para o lado desejado praticando boas ações.
O carma, por se tratar de lei da causa e efeito, não há razão de temê-lo.
No livro A Verdade, v. Suplementar, 1. ed., p. 73, o prof. Masaharu
Taniguchi define:
 
O fato de poder confiar na lei significa garantia de justiça e ordem.
Se aprendermos a respeitar a lei, conquistaremos a liberdade.
Quando ignoramos a lei, ela não nos amarra, mas nos ferimos indo
contra a lei, devido à nossa própria ignorância em desconhecer a
natureza e o poder da lei.
Quem não acredita em reencarnações não entende o porquê
de muitos fatos
Se o indivíduo diz “eu não acredito em reencarnações”, é porque
aprendeu desde a sua infância que “ao morrer, será levado ao juízo final, e
Deus permitirá entrar no Céu se a pessoa foi boazinha e, se foi ruim, a
mandará para o inferno, onde arderá eternamente no fogo”.
Esse tipo de afirmação é de quem não conhece as leis espirituais e ainda
acredita que Deus faz julgamento e seja vingativo. Se Deus agisse dessa
forma, seria vingativo, e o amor dEle seria relativo e não amor absoluto.
A afirmação “não acredito em reencarnação porque não consta na Bíblia”
também não é correta. Há alguns trechos que mencionam a respeito.
Elias foi um profeta hebreu que viveu no século IX a.C., e no Velho
Testamento é mencionado que Deus enviaria à Terra Elias novamente: “Eis
que eu vos envio o profeta Elias, antes que venha o dia grande e terrível do
Senhor” (Malaquias 4. 5).
Jesus foi a um monte e levou consigo Pedro, Tiago e João. Nesse
momento apareceram Moisés e Elias, e o rosto de Jesus ficou totalmente
alterado e ele falou com ambos. Assim consta na Bíblia:
 
Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João,
irmão deste, e os conduziu à parte a um alto monte; e foi
transfigurado diante deles; o seu rosto resplandeceu como o sol, e as
suas vestes tornaram-se brancas como a luz. E eis que lhes
apareceram Moisés e Elias, falando com ele. Pedro, tomando a
palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, farei
aqui três cabanas, uma para ti, outra para Moisés, e outra para Elias.
Estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu; e
dela saiu uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me
comprazo; a ele ouvi. Os discípulos, ouvindo isso, caíram com o
rosto em terra, e ficaram grandemente atemorizados. Chegou-se, pois,
Jesus e, tocando-os, disse: Levantai-vos e não temais. E, erguendo
eles os olhos, não viram a ninguém senão a Jesus somente. Enquanto
desciam do monte, Jesus lhes ordenou: A ninguém conteis a visão,
até que o Filho do homem seja levantado dentre os mortos.
Perguntaram-lhe os discípulos: Por que dizem então os escribas que
é necessário que Elias venha primeiro? Respondeu ele: Na verdade
Elias havia de vir e restaurar todas as coisas; digo-vos, porém, que
Elias já veio, e não o reconheceram; mas fizeram-lhe tudo o que
quiseram. Assim também o Filho do homem há de padecer às mãos
deles.
(Mateus 17. 1-12)
 
E no versículo seguinte consta “Então, entenderam os discípulos que lhes
falava a respeito de João Batista” (Mateus 17. 13). Está muito claro que
João Batista é a reencarnação do profeta Elias.
E, no Evangelho de S. João, 9. 1, cita: “E, passando Jesus, viu um homem
cego de nascença”, e no versículo seguinte: “E os seus discípulos lhe
perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que
nascesse cego?”.
Analisando a pergunta que os discípulos fizeram a Jesus sobre carma, o
mestre Masaharu Taniguchi escreveu no livro Evangelho Segundo João, 1.
ed., 22ª Preleção, 5. ed., pp. 139-140:
 
Nota-se, pelas palavras dos discípulos, que os judeus da época
tinham por senso comum a ideia de que um defeito físico de nascença
era manifestação do pecado dos pais, dos ancestrais ou da própria
pessoa. Caso contrário, não fariam tal pergunta. Perguntaram se era
pecado do próprio cego, mas, se ele já nascera assim, como poderia
ter pecado? Isso mostra que os discípulos possuíam a noção de que o
homem teve uma vida passada e que os carmas de tal vida podem se
manifestar na presente encarnação.
 
No livro Você Pode Curar a Si Mesmo, 1. ed., p. 34, há uma explicação
clara sobre a personalidade das pessoas:
 
Entretanto, problemas com ambiente, bem como o ódio, a ira, o medo
etc. decorrentes de relações pessoais, não são ocorrências restritas a
esta vida. As pessoas passaram por isso várias vezes em suas vidas
anteriores, e esses sentimentos estão armazenados no inconsciente
delas, influindo na sua vida atual, seja no tocante ao estado
psicológico, seja no tocante à condição física. As lembranças da
vida que elas levaram no mundo espiritual, onde permaneceram no
tempointermediário entre a preexistência e a vida atual, também
devem influir nas suas condições psicológicas e físicas.
 
Na mesma página, o mestre Masaharu Taniguchi cita o caso da menina que
sofria de claustrofobia identificada por Edgar Cayce:
 
Nesta vida, ela nunca havia passado por uma experiência
aterrorizante de ficar presa num cubículo escuro, numa caverna ou
qualquer ambiente fechado. No entanto ela tinha medo de permanecer
em lugar fechado e, mesmo quando ia ao teatro, precisava sentar-se
num assento próximo à porta de saída. Também no ônibus ela tinha
de permanecer perto da porta e, quando começavam a entrar muitos
passageiros, apressava-se em sair antes que fosse impedida de ficar
junto à porta. Quando participava de uma excursão à zona rural, se
existisse no local uma caverna, uma gruta ou uma cabana sem janelas
e com a porta fechada, a menina começava a tremer de medo e não
conseguia se aproximar. Com seu poder espiritual, Cayce descobriu
que, na existência anterior, essa menina morreu asfixiada quando o
teto da caverna em que entrara cedeu de repente e a soterrou. O
pavor que ela sentiu nos momentos derradeiros permaneceu em seu
inconsciente, e era por isso que tinha um medo anormal de ambientes
estreitos e fechados.
Capítulo 2
MODO DE VIVER
O mestre Masaharu Taniguchi cita Karl Augustus Menninger em diversos
livros, e cita principalmente o livro escrito por este O Homem Contra Si
Próprio. E qual o motivo dessas citações? Algumas pessoas podem pensar
que o prof. Masaharu Taniguchi tenha se inspirado no citado livro para
descrever sobre pecado, autopunição, autodestruição etc., mas isso não
ocorreu, pois a Sutra Sagrada Chuva de Néctar da Verdade foi publicada
oito anos antes do livro de Menninger. O motivo das citações é por
Menninger descrever, como psiquiatra e psicanalista, a respeito da
consciência de culpa da mesma forma que constam nos livros e sutras da
Seicho-No-Ie.
Ao longo de várias encarnações, vivemos diversas épocas, e os fatos
estão registrados no nosso inconsciente.
No livro Lições para o Cotidiano, cap. 29, consta:
 
Citei na revista Josei no Risō (Ideal da Mulher) o caso de um
menino que urinava na cama todas as noites. Como nenhum
tratamento surtia efeito, seus pais procuraram o vidente Edgar Cayce.
Este, com seu poder de clarividência, descobriu que, na encarnação
anterior, esse menino fora pastor e perseguira cruelmente os médiuns
e sacerdotisas. Ele os prendia a grilhões e lançava-os na água. O
carma resultante desse ato cruel manifestava-se na encarnação atual
sob a enurese noturna, fazendo com que ele molhasse todas as noites
o seu corpo, apesar de ser crescido. Onde estariam ocultos os carmas
acumulados na vida anterior a esta? Eles estão na mente...
 
Quem carrega dentro de si sentimento de culpa por ter prosperado
prejudicando alguém, seja nesta encarnação ou em algumas anteriores,
mesmo que conscientemente não tenha a informação do que aconteceu, pela
força cármica é arrastado para o caminho das dificuldades financeiras.
Quem carrega sentimento de culpa por prejudicar a saúde de alguém passa a
ter problemas de saúde ou reencarna em um novo corpo que sofre com
doenças. Quem carrega sentimento de culpa por ter causado sofrimento a ex-
noivo(a) geralmente é infeliz nos namoros ou casamento.
Em A Humanidade é Isenta de Pecado, 11. ed., p. 21, o Mestre registra:
 
Recentemente li a tradução do livro O Homem Contra Si Mesmo, de
autoria do dr. Karl Menninger, um expoente da medicina
psicossomática dos Estados Unidos. É um interessante livro de
psicanálise que qualifica o contraditório desejo de autodestruição
como “instinto de suicídio”, e as doenças crônicas como “suicídios
lentos”. E explica, citando exemplos reais, que as doenças são
curadas quando se corrige esse instinto de autodestruição.
 
Na Sutra Sagrada Chuva de Néctar da Verdade, Capítulo “Sabedoria”,
consta: “Todas as desarmonias e imperfeições nada mais são que
pesadelos”.
Por que desarmonias são pesadelos? Porque não está se manifestando a
lei de Deus na nossa vida, isto é, não estamos vivendo o amor, e sim o
oposto, que é o ódio. E por que imperfeição é pesadelo? Da mesma forma, a
resposta é que não estamos vivendo como filhos de Deus.
 
Sendo o pesadelo aquilo
que dá força ativa à infelicidade,
à doença,
à desarmonia,
à imperfeição,
estas se assemelham às diabólicas
opressões que, em sonho,
podem nos fazer sofrer;
mas, ao despertarmos, 
percebemos que
não existe força alguma para nos oprimir.
 
E vem a pergunta: “De onde vem essa força que nos causa sofrimento
como doença, dificuldades financeiras, desarmonias etc.?”. Respostas:
 
1 – Há quem diga ser de satanás. Mas Deus é criador onipotente. Sendo
Deus o único criador e amor absoluto, por que iria criar um ente para causar
sofrimentos? No Gênesis consta que tudo que Deus criou Ele achou bom, e
em nenhum momento cita que Deus tenha criado satanás.
2 – A força que nos oprime não foi criada por Deus. Portanto, não tem
existência real, então podemos dizer que não é oficial, não é verdadeira.
Deus é Verdade e tudo que Ele criou é verdadeiro e existente.
E surge outra pergunta: “Então quem é o autor dessa força que nos
oprime?”.
A resposta é: a mente do homem. “Nada mais são que dores criadas em
nossa própria mente e sofridas pela nossa própria mente”, assim explica a
Sutra Sagrada Chuva de Néctar da Verdade.
E vem outro questionamento: por que o homem criaria algo para fazê-lo
sofrer?
A resposta é: “por não revelar a perfeita e harmoniosa Imagem
Verdadeira da Vida” que é a de filho de Deus, e se crê na imagem falsa “sou
pecador”.
A verdadeira imagem é a descrita no Gênesis 1, 27: “E criou Deus o
homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”.
O que é fortemente registrado no subconsciente da pessoa a conduz
conforme o pensamento registrado.
Já tive a oportunidade de assistir a alguns casos de hipnose. Em um deles
o hipnotizador disse ao hipnoti zado:
– Para você, não existe o número 7. Agora, conte até 10.
Ele contou:
– 1, 2, 3, 4, 5, 6, 8, 9, 10. – E não mencionou número 7.
– Você se esqueceu de um número – disse o hipnotizador, e com muita
firmeza ele retrucou:
– Não, senhor.
– Então, conte outra vez.
Contou, mas novamente não disse o número 7, isso porque o
subconsciente não raciocina como a mente consciente. E por fim o
hipnotizador disse:
– Agora, existe para você o número 7. – E pediu para contar novamente.
Ele contou e, desta vez, disse o 7.
No livro A Humanidade é Isenta de Pecado, 11. ed., p. 65, cita:
 
A ideia da existência do castigo de Deus e a ideia de que o ser
humano é feito de matéria estão arraigadas no subconsciente da
humanidade, sendo consequências disso todas as infelicidades deste
mundo. Quando essas ideias errôneas são eliminadas, praticamente
todas as doenças e infortúnios se extinguem. Eis por que um
paralítico levantou-se e andou quando Jesus lhe disse: “Estão
perdoados os teus pecados. (...) Levanta-te, toma o teu leito e vai
para tua casa”. Muitas pessoas se curam quando simplesmente lhes
afirmo: “Você não tem pecado algum!”.
 
Qual seria o motivo de o mestre Masaharu Taniguchi afirmar que: a ideia
da existência do castigo de Deus e a ideia de que o ser humano é feito de
matéria estão arraigadas no subconsciente da humanidade? Pelo fato de as
pessoas trazerem no seu inconsciente muitos conceitos aprendidos nas vidas
anteriores. Como prova disso, há o exemplo citado anteriormente de pessoas
que foram soterradas ou enterradas vivas e que nas encarnações seguintes
sofreram de claustrofobia, mas ao tomarem conhecimento desse fato se
curaram.
Os povos antigos faziam sacrifícios de animais e até de seres humanos
com o intuito de apaziguar deus, pois acreditavam que esse deus castigava
por causa dos pecados cometidos. Quando se diz os povos antigos, é comum
as pessoas pensarem neles como se fossem grupos de pessoas diferentes
delas, mas nós fizemos parte dos povos antigos.
Nem tudo o que trazemos no nosso inconsciente se purifica em uma única
encarnação, é poresse fato que os espíritos elevados são aqueles que se
reencarnaram dezenas e dezenas de vezes e ao longo desse período se
purificaram. São os chamados “espíritos veteranos”.
Gratidão aos pais
“Eu estou com Deus, portanto estou com tudo” – há pessoas que pensam
que basta orar para Deus que já é suficiente. Para alcançarmos a verdadeira
felicidade, é fundamental que estejamos harmonizados com tudo e com
todos, mas a prioridade maior é harmonizar-se com os pais, por isso há na
Revelação Divina da Grande Harmonia a seguinte citação: “Dentre os teus
irmãos, os mais importantes são teus pais”.
A definição do lugar e em qual família o espírito vai se reencarnar não é
por acaso nem por sorteio, mas por ligação cármica e de acordo com a
missão que ele tem a cumprir.
Ramatis é um espírito muito elevado e sua última encarnação teria sido na
Indochina no século IX ou X d.C. Entre seus ensinamentos, há um que diz:
“Quantas vezes os pais de hoje são os próprios responsáveis por crimes
cometidos no passado àqueles que depois reencarnam como seus filhos!
Então cumpre-lhes a severa obrigação de reerguê-los moral e
espiritualmente, amparando-os para alcançarem condições superiores. Da
mesma forma, inúmeros filhos que participam das provas dolorosas dos seus
pais também estão vinculados a eles por débitos semelhantes. Nos lares
terrenos é muito comum que os algozes e as vítimas se ajustem
espiritualmente, presos aos mesmos interesses e necessidades”.
Quando se diz que a ligação pais-filhos é cármica, não significa que seja
sempre carma negativo, mas também é carma positivo. A frase do mestre
Masaharu Taniguchi exprime bem esse fato: “Para se chegar a Deus, há uma
porta antes pela qual devemos passar: são os pais”.
Eis o relato do preletor Antonio Carlos Barbosa:
 
Meu nome é Antonio Carlos Barbosa, sou casado com Deise e tenho
três filhos: Helena Mercedes, Pedro Ivo e Giovanni Ângelo. Moro
em Brasília, Distrito Federal, e sou adepto da Seicho-No-Ie há 26
anos e preletor há oito anos.
Sou do interior de São Paulo e minha esposa é de Recife,
Pernambuco. Conhecemo-nos em Brasília, no ano de 1986, pois,
após me formar em Direito, fui para Brasília fazer um curso de pós-
graduação. Conheci Deise, que também fazia o mesmo curso, e em
pouco tempo nos casamos. Inclusive a festa de conclusão do curso de
pós-graduação foi no nosso casamento.
Casamos em 25 de julho de 1987 e não tínhamos onde morar. Minha
cunhada conseguiu para nós um apartamento alugado no Núcleo
Bandeirante, no Distrito Federal, e uma amiga dela para ser a fiadora
do contrato.
O aluguel era de aproximadamente um salário mínimo e meio e
achávamos que não teríamos problema de honrar o compromisso,
afinal de contas éramos dois advogados com pós-graduação, que na
época era muito difícil encontrar.
Mas não foi bem assim; logo no primeiro mês a dificuldade se
manifestou. Deise ficou grávida da nossa filha Helena, as despesas
aumentaram cada vez mais e, para completar, Deise perdeu o
emprego. Tínhamos poucos clientes, mal dava para custear as
despesas de alimentação; vivíamos de ajuda da minha cunhada, dos
meus pais, dos meus sogros, mas mesmo assim não era suficiente
para nos manter em Brasília com o custo de vida muito alto.
Certo dia, nossa fiadora, que passou a ser nossa amiga, apareceu em
casa e, percebendo a dificuldade financeira, questionou: “Como dois
advogados pós-graduados jovens e dinâmicos não conseguem se
manter financeiramente?”. Nós dávamos desculpas sobre os
problemas econômicos, dizíamos que não conseguíamos emprego
público porque não tínhamos padrinhos que eram chamados de
pistolão etc.
Na época, eu estudava muito para concursos públicos, mas sem
nenhum sucesso, e quando passava não era chamado; uma vez porque
a classificação não era boa e, quando era boa, o concurso era
cancelado. Até emprego nos classificados eu procurava sem sucesso.
Vendo a nossa dificuldade, ela nos convidou para uma reunião no
templo da Seicho-No-Ie, na 403/404 Sul, em um domingo. De início
não vi muita utilidade em participar de uma reunião filosófica,
enquanto eu precisava de dinheiro para pagar as contas. Mas por
curiosidade aceitei o convite, na esperança de ouvir alguma coisa
que me desse segurança para tomar a decisão de desistir de Brasília
e voltar para São Paulo, para a casa dos meus pais. Então fomos à
reunião.
Quando chegamos lá, fomos recebidos por várias pessoas na porta
nos reverenciando e dizendo “bom dia, muito obrigado!”. Para mim
foi uma surpresa; até olhei para trás para saber se estavam falando
comigo mesmo. E de início percebi o grande amor daquelas pessoas
que nem me conheciam.
Sentamos e aguardamos a reunião começar. Então anunciaram o
palestrante: “Preletor Heitor Miyazaki”. O preletor discorreu sobre
prosperidade, falando sobre a necessidade de se esforçar em atingir
o objetivo. Eu retruquei: “Mas isso não é novidade nenhuma”.
Naquela época eu vinha estudando muito, o dia todo, para conseguir
passar num concurso, mas sem sucesso.
Lembro-me, como se fosse hoje, de que me questionei mentalmente:
“Eu quero saber o que vim fazer aqui, deveria estar estudando, pois
daqui a 30 dias haverá o melhor concurso de todos, de procurador, e
eu estou aqui perdendo meu tempo”.
Mal acabei de concluir o pensamento e o preletor Heitor Miyazaki
disse: “Se você acha que está aqui perdendo seu tempo, é porque lhe
falta gratidão”. Novamente me questionei: “Que nada, quanto a
respeitar os outros, tive boa educação, e sou diligente, esforçado,
respeito todo mundo; acho que essa palestra não tem nada a ver
comigo”. Mal terminei esse novo pensamento, o preletor asseverou,
com voz firme: “Se você hoje é uma pessoa que não negligencia suas
obrigações, é uma pessoa esforçada e cumpre todas as regras para
obter sucesso das que falei aqui e, mesmo assim, não consegue um
emprego, não consegue pagar suas contas, é porque você não tem
gratidão a SEU PAI E SUA MÃE. Quantas vezes você agradeceu ao
seu pai e à sua mãe?”.
E ele continuou: “Se você não agradece a seu pai, comece hoje
mesmo agradecendo ao papai, à mamãe e àquele com quem é casado
e também ao sogro e à sogra. Agradeça 10 mil vezes por dia”.
Aqueles cinco minutos de palestra me atingiram como uma flecha
certeira. Nunca tinha ouvido aquilo de ninguém: “Agradecer a papai
e mamãe pela sua vida”. Já tinha ouvido sobre respeitar, honrar, mas
nem sabia o que isso significava.
Logo que cheguei em casa, peguei um caderno quadriculado (aqueles
de aritmética) e, em cada quadrinho, eu fazia dois riscos, cada risco
um “obrigado, papai”, formando um X em cada quadradinho.
Naquela noite fiz uma folha para “obrigado, papai”, uma folha para
“obrigado, mamãe”, uma para minha sogra e outra para meu sogro.
No dia seguinte, eu me senti bem disposto, mas achei que aquela
prática não tinha sentido, então me lembrei do que a Deise dissera:
“Carlos, vai logo, você vai perder o ônibus de novo”. Naquela época
os ônibus eram muito escassos e passavam apenas três ou quatro
vezes por dia do Bandeirante para o Plano Piloto, em Brasília. Eu
respondi: “Não vou nem esquentar, pois na semana passada perdi o
ônibus todos os dias, inclusive nos dias em que cheguei adiantado o
ônibus tinha quebrado”.
Naquela manhã saí de casa tranquilo, já esperando perder o ônibus.
Cheguei à parada uns 20 minutos atrasado e, quando cheguei, qual foi
a minha surpresa: o ônibus chegou junto comigo, também se atrasou
uns 20 minutos. Achei uma coincidência incrível. Enquanto as
pessoas reclamavam do ônibus atrasado, eu peguei o caderno e voltei
a fazer agradecimento. Aquele dia deu tudo certo para mim, depois
daquele dia nunca mais perdi um ônibus.
Mas o problema financeiro ainda era muito grande, e eu tinha apenas
mais uma chance em Brasília. Em 30 dias haveria um concurso
público para procurador federal. Foram abertas apenas quatro vagas
para mais de 5 mil candidatos. Um dos concursos mais concorridos
da época, porque, além de ser um cargo de poucas vagas, o salário
era alto e o aprovado poderia continuar advogando, prerrogativa que
não era deferida aos demaiscargos da carreira jurídica. Seria o
último concurso com essas vantagens. Era tudo que o profissional do
Direito queria.
Além de estudar, eu praticava diariamente o agradecimento a papai e
mamãe, sogro e sogra, num total de duas horas, além de ler a sutra
sagrada duas vezes por dia em gratidão aos antepassados, pelo
menos, e participar das reuniões semanais da Associação Local.
Passamos a fazer parte da Missão Sagrada e ser cotistas de revistas.
Durante aqueles 30 dias de prática, eu acordava subitamente às 4
horas da manhã, para estudar antes de ir para o trabalho, e não sentia
nenhum cansaço. E tudo dava certo, até um cliente apareceu e me
pagou um valor que deu para eu pagar todos os débitos e ainda as
contas do mês.
Chegou o dia do concurso, foram várias provas. Recordo-me da
última prova, sendo objetiva com dez questões pela manhã e prova
prática à tarde; eu estava tão seguro que nem rascunho fiz. Quando
terminei, os comentários eram sobre as dificuldades da prova, todos
reclamaram da complexidade das questões. Aí bateu um medo
misturado com dúvida: “Será que eu fui tão mal a ponto de não
perceber essas dificuldades que todos estão falando?”. Saí da prova,
peguei o meu caderno e voltei a fazer a prática de agradecimento. Fui
para casa, onde minha esposa me esperava, também lendo a sutra
sagrada, com minha querida e amada filha recém-nascida.
Na segunda-feira foi anunciado que o resultado sairia em 30 dias.
Nesses 30 dias seguintes, pratiquei intensamente a gratidão aos pais.
E senti quanto os pais amam os filhos. Naqueles dias, senti uma
segurança tão grande que, passando ou não no concurso, eu tinha a
certeza de que eu era um homem de sucesso e que tudo que eu fizesse
daria certo. O escritório que eu tinha com minha esposa rapidamente
começou a ter clientes, motivando o nosso trabalho.
Certa manhã, ao sair do ônibus, um colega me informou que todos
estavam indo para a procuradoria, pois o resultado havia sido
divulgado e a lista dos aprovados estava afixada no mural. Como
todos estavam indo para lá, eu também fui, mas a passos curtos, pois
todos correram na minha frente. Recordo-me de que a maioria dos
candidatos já eram profissionais consagrados, tanto como
advogados, delegados e alguns como juízes estaduais, todos com
experiência profissional e na faixa dos 35 anos de idade; e eu ainda
com 24 anos de idade, andando de ônibus com os livros debaixo dos
braços. Acabei ficando por último para visualizar o resultado e,
pacientemente (morrendo de medo), esperei a minha vez para ver a
relação de aprovados para aquelas quatro vagas.
Percebi que todos voltavam com a expressão de decepção. Durante
aqueles minutos até chegar ao mural, eu só agradecia a papai,
mamãe, sogro e sogra; fui me aproximando, e as pessoas que estavam
mais próximas do mural, algumas conhecidas, me deram passagem
como se eu fosse um protagonista de uma peça teatral, então fui me
aproximando e percebi que a lista de aprovados era pequena, me
aproximei mais, e mais, até chegar bem perto, para ler que, das
quatro vagas, somente uma havia sido preenchida, e lá estava o nome
do único aprovado: ANTONIO CARLOS BARBOSA, o meu nome!
E sobraram três vagas para o próximo concurso.
Depois daquele dia, intensifiquei ainda mais as práticas da Seicho-
No-Ie, participando ativamente das atividades. Tornei-me diretor da
Associação Local da Fraternidade e minha esposa da Associação
Pomba Branca do Núcleo Bandeirante, posteriormente tornamo-nos
divulgadores e, hoje, somos preletores.
Profissionalmente, aos 25 anos assumi a procuradoria, aos 29 fui
nomeado corregedor-geral do INSS, assumi a cadeira de professor
de Direito Previdenciário e Tributário de uma Universidade de
Brasília-DF; fui assessor da Presidência da República no Palácio do
Planalto com o Presidente Fernando Henrique, depois com o
Presidente Lula; fui um dos criadores da Corregedoria-Geral da
Advocacia-Geral da União e da Controladoria-Geral da União, onde
exerci também o cargo de assessor, e este ano fui condecorado com o
título Embaixador da Paz pelo Congresso Nacional. O escritório de
advocacia da minha esposa cresceu muito e hoje conta com mais de 5
mil clientes em todo o país e no exterior. E, para completar minha
alegria de ser Seicho-No-Ie, eu e minha maravilhosa esposa tivemos
o prazer de recepcionar em Brasília, para o Seminário da Luz, a
pessoa responsável pelo nosso despertar nessa filosofia
maravilhosa: o preletor Heitor Miyazaki. MUITO OBRIGADO.
 
Na verdade a honra foi minha em ser recepcionado por um casal tão
ilustre!
O livre-arbítrio
Cada um tem o seu modo de viver, e isso é livre-arbítrio. Pode-se
escolher viver carrancudo ou sorridente, de forma pessimista ou otimista,
com sentimento de gratidão ou ingratidão, retraído e sempre com medo ou de
forma corajosa, benquisto por todos ou antipático, prestativo em ajudar ou
ser egoísta.
Desconheço o autor da história a seguir. Por retratar sobre o livre-arbítrio
e a escolha da decisão que podemos ter diante de cada situação, gostaria de
compartilhar com todos:
 
A história de Jerry
 
Jerry era um tipo de pessoa adorável. Ele sempre estava de alto-
astral e sempre tinha algo positivo para dizer. Quando alguém lhe
perguntava: “Como vai você?”, ele respondia: “Melhor que isso, só
dois disso!”. Ele era o único gerente de uma cadeia de restaurantes,
porque todos os garçons seguiam seu exemplo. A razão dos garçons
seguirem Jerry era por causa de suas atitudes. Ele era naturalmente
motivador. Se algum empregado estivesse tendo um mau dia, Jerry
prontamente estava lá, contando ao empregado como olhar pelo lado
positivo da situação.
Observando seu estilo, realmente fiquei curioso, então um dia eu
perguntei a Jerry:
– Eu não acredito! Você não pode ser uma pessoa positiva o tempo
todo... Como você consegue?
E ele respondeu:
– Toda manhã eu acordo e digo a mim mesmo: “Jerry, você tem duas
escolhas hoje: escolher estar de alto-astral ou escolher estar de
baixo-astral”. Então eu escolho estar de alto-astral. No momento em
que acontece alguma coisa desagradável, eu posso escolher: ser
vítima da situação ou aprender algo com isso; eu escolho aprender
com isso! Todo momento alguém vem reclamar da vida comigo, eu
posso escolher aceitar a reclamação, ou posso apontar o lado
positivo da vida para a pessoa. Eu escolho apontar o lado positivo
da vida.
Então, eu argumentei:
– Tá certo! Mas não é tão fácil assim!
– É fácil sim – Jerry disse. – A vida consiste de escolhas. Quando
você tira todos os detalhes e enxerga a situação, o que sobra são
escolhas, ou seja, as decisões a serem tomadas. Você escolhe como
reagir às situações. Você escolhe como as pessoas vão afetar no seu
astral. Você escolhe estar feliz ou triste, calmo ou nervoso... Em
suma, é escolha sua como você vive sua vida!
 
É uma história que aprecio muito. Não sei se é verídica ou não, mas isso
pouco importa, o que importa são as lições de vida que podemos obter. As
boas fábulas são histórias criadas que deixam no subconsciente das crianças
boas sementes. Levam-nos à autorreflexão e também a pensar melhor antes
de qualquer decisão. Mostra como o ego pode conduzir a vida a momentos
tristes e como pode torná-la simples.
Em outras palavras, quem cria situações embaraçosas somos nós
próprios. Viver de modo simples, com sabe doria, é o melhor caminho, pois é
o caminho para a felicidade.
O famoso filósofo chinês Confúcio (551 a.C.-479 a.C.) disse: “Não
vingues, da vingança vem o arrependimento”.
Sabedoria de Agasha
No livro A Verdade, v. 8, 11. ed., pp. 153-166, constam mensagens de
sabedoria de um iluminado chamado Agasha, que foi um líder religioso no
Egito há 7 mil anos. Entre 70 textos inseridos no livro, há o seguinte: “Não
se envolva com o mal e com lutas. Procure meditar sobre a lei da causa e
efeito, que age em seu íntimo e ao seu redor. Afaste o mal com a harmonia de
sua mente”.
Quando se compreende a lei da causa e efeito, aquele que pensou ser
vítima de uma situação chegará à conclusão de que se tratou da colheita
(carma plantado por ele) e que ninguémé vítima por acaso, que a ação
criada por ele é que gerou uma reação; e esta ação (carma) pode ter sido
criada na última encarnação, penúltima, duas, três, sete anteriores, ou seja, o
efeito do carma nem sempre ocorre na encarnação seguinte.
Lei da causa e efeito ou lei do carma referem-se à mesma lei. É a lei da
compensação, é lei que mostra as nossas ações. A palavra “karma ou
carma” vem do sânscrito e significa “ação”. Há pessoas que utilizam a
palavra “destino” referindo-se ao carma, mas na realidade o carma não
influi integralmente, conforme vimos no início do livro.
“Eu tenho de pagar o carma? Não tem saída?”
A lei da causa e efeito não foi criada por Deus para nos castigar. Como
filhos de Deus, também temos o poder da criação e, junto com o livre-
arbítrio, podemos criar (colher) fatos bons ou não, ou seja, devemos
compreender que o poder da criação dado ao homem pode refletir em sua
vida como um espelho. Por isso o budismo diz que tudo é projeção da mente.
No livro A Humanidade é Isenta de Pecado, 11. ed., p. 21, consta:
 
Por que a humanidade faz guerras apesar de buscar a paz? Poucos
são os que conhecem a sua verdadeira causa. A humanidade, apesar
de buscar o caminho para a Vida, parece seguir o caminho da morte.
Isso se deve ao fato de o homem não saber que ele é, na sua essência,
um ser espiritual puro e imaculado, e de estar praticando autopunição
e autodestruição, levado pela ideia cristã de pecado original ou pela
ideia budista sobre a inexorabilidade do carma.
 
A autopunição está na crença inconsciente de que o carma não muda é
inexorável, severo, inflexível, que não tem perdão. O próprio título do livro
O Homem Contra Si Próprio, de Menninger, retrata isso.
Na Sutra Sagrada Chuva de Néctar da Verdade consta: “Aquele que
conhece a Imagem Verdadeira da Vida transcende a causalidade e alcança a
liberdade harmoniosa da Vida, que é originariamente sem distorções”. E no
Capítulo “Sabedoria”, a sutra diz: “(...) nós é que nos oprimimos com a
nossa própria mente” e que a força que nos oprime, nas doutrinas que
admitem Buda, chama-se ilusão e, nas doutrinas que admitem Deus, chamam-
na de pecado.
É a palavra pecado que, no nosso inconsciente, vibra como punição,
castigo, apesar de sabermos conscientemente que Deus não castiga, porque é
amor absoluto.
No livro A Humanidade é Isenta de Pecado, 11. ed., p. 178, o Mestre diz:
 
Também nos tempos bíblicos, houve pessoas que perguntaram a Jesus
acerca da relação entre o pecado e a ocorrência de infelicidades,
doenças etc. A resposta de Jesus Cristo foi a seguinte: “Pensais que
esses foram mais pecadores do que todos os galileus, por terem
padecido tais coisas? Não, eu vos digo; antes, se não vos
arrependerdes, todos de igual modo perecereis. Ou pensais que
aqueles dezoito sobre os quais caiu a torre de Siloé e os matou foram
mais culpados do que todos os outros habitantes de Jerusalém? Não,
eu vos digo; antes, se não vos arrependerdes, todos de igual modo
perecereis” (Lucas 13. 2-5). O pecado acaba sempre se manifestando
concretamente. Mesmo que as consequências do pecado não estejam
manifestadas em vocês agora, devem arrepender-se, pois, caso
contrário, o pecado – “o aspecto em que a Imagem Verdadeira
perfeita está encoberta”, ou o “aspecto imperfeito” – fatalmente
acabará por se manifestar concretamente e chegará a hora de vocês
sofrerem as consequências infelizes. Este foi o ensinamento de Jesus
Cristo.
 
A explicação de Jesus Cristo está clara, mas nem todos entendem na
época atual. Resumindo de forma simples o texto que Cristo disse: o fato de
18 pessoas falecerem com a queda da torre de Siloé não significa que elas
eram mais pecadoras do que as demais. Há pessoas que passam a ter
sentimento de culpa enorme por cometer um pequeno deslize e outras que,
com muito mais deslizes, não sentem peso na consciência.
Observe que o foco da explicação é a palavra “arrepender-se”, por esse
motivo o mestre Masaharu Taniguchi escreveu em negrito. Por exemplo:
suponha que uma senhora entra no metrô de São Paulo e vê o assento normal
e preferencial reservado para idosos e deficientes, mas ocupa o assento
normal. O trem vai ficando cheio a cada estação, não restando nenhum
assento vazio, e, quando entra uma idosa e fica de pé, aquela senhora, vendo
a idosa de pé, pensa em ceder seu lugar a ela, mas reflete: “Quem deve
ceder é aquela jovem que está ocupando assento preferencial”, então
permanece sentada. De repente o trem freia bruscamente, e a senhora idosa
cai e quebra um braço. Ven do-a sofrer, pensa: “Se ela estivesse sentada, não
iria acontecer isso, mas quem deveria ceder o assento era aquela jovem que
não devia se sentar no assento preferencial”, assim se justificava, mas vem
também outro pensamento: “Mas custava dar o meu assento? Não importa se
há pessoas egoístas e insensíveis. eu deveria fazer minha parte”. E o
sentimento de culpa a deixa triste o resto do dia.
Passado alguns meses, quando já havia se esquecido do fato, andando
perto de uma feira, ela escorrega na casca de banana e cai. Quebra o braço.
Por que isso aconteceu? Foi castigo de Deus pelo fato de não ter cedido o
lugar para a idosa?
A resposta é não. O carma não significa pagamento obrigatório. Charles
Breaux diz: “A dinâmica do carma não pretende nos punir. Do ponto de vista
cármico, a punição é sempre autoinfligida”. O sentimento de culpa que leva
a pessoa pensar “eu sou uma pessoa má, por isso mereço ser castigada” é
que a arrasta para o sofrimento, como consta na Sutra Sagrada Chuva de
Néctar da Verdade “dores criadas pela nossa própria mente e sofridas pela
nossa própria mente”.
Eu estava com cerca de 16 anos quando a minha avó me contou um fato
ocorrido no mês anterior. O meu avô fez uma palestra no bairro chamado
Vila Nivi (Zona Norte do município de São Paulo), quando uma menina de 5
anos segurava o seu paletó. Nesse instante, ele passou a mão sobre a cabeça
da menina e disse: “Você é filha de Deus, amável e maravilhosa, não é?”.
No dia seguinte, os pais foram até a Sede Central da Seicho-No-Ie
procurando pelo meu avô:
– Por favor, gostaríamos de falar com o preletor Shunki Yamada.
A pessoa que os atendeu disse-lhes:
– Ele não está, é só com ele? Posso ajudá-los?
E o marido disse:
– Nós viemos aqui para agradecer ao prof. Yamada. Ontem ele fez uma
palestra na associação que frequentamos e, após o término da palestra, a
nossa filha ficou ao lado dele. E, quando ele pôs a mão sobre a cabeça dela
dizendo “você é filha de Deus, maravilhosa”, aconteceu um milagre: essa
nossa filha era cega de nascença e naquele instante passou a ver!
A menina carregava no inconsciente o sentimento de culpa por ter causado
algum mal nos olhos de alguém, e em seu subconsciente estava registrado:
“Sou pessoa má, pecadora, por isso tenho de pagar por esse pecado”. Como
consequência disso, havia o desejo inconsciente de pagar o pecado;
nascendo cega. No entanto, ao ouvir a frase totalmente oposta, “você é
FILHA DE DEUS, é amável e harmoniosa”, despertou para a Verdade:
“SOU FILHA DE DEUS!”.
A palavra arrependimento pode ser interpretada de modo equivocado,
como autocondenação. No dicionário Aulete, consta: 1) mudar de ideia, 2)
remorso, 3) lamentar o mal praticado. Nas citações bíblicas, menciona-se o
arrependimento não para que se fique com remorso e lamentações, mas para
que se “mude de ideia”, mude-se o modo de pensar de “você é pecador, é
filho do pecado” para o modo “você é filho de Deus”.
O objetivo do carma não é punir
Paramahansa Yogananda nasceu no dia 5 de janeiro de 1893 (mesmo ano
em que nasceu o mestre Masaharu Taniguchi e também Karl Menninger). Ele
foi um iogue iluminado que nasceu na Índia e que se mudou para os Estados
Unidos, para realizar o seu trabalho de iluminação, onde fundou a Self-
Realization Fellowship.
Em uma de suas aulas, Yogananda falou para um dos seus alunos: “Você
está confundindo carma com sentença. Muitos cometem esse erro, mas
carma significa apenas ação”.(2)
Outro aluno fez-lhe a seguinte pergunta:
– Mestre, o carma é apenas individual

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