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Iluminando o seu caminho Heitor Miyazaki Iluminando o seu caminho 1a edição 2016 SEICHO-NO-IE DO BRASIL Iluminando o Seu Caminho Autor: Heitor Miyazaki Direito de publicação cedido pelo autor à SEICHO-NO-IE DO BRASIL. Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial, sob qualquer forma, sem a autorização prévia do autor e do editor. © SEICHO-NO-IE DO BRASIL, 2016 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Miyazaki, Heitor Iluminando o seu caminho [livro eletrônico] / Heitor Miyazaki. -- 1. ed. -- São Paulo : SEICHO-NO-IE DO BRASIL, 2016. 437 Kb; ePUB ISBN 978-85-7156-615-6 1. Conduta de vida 2. Filosofia de vida 3. Seicho-No-Ie 4. Vida religiosa I. Título. 16-09078 --- CDD-181.0956 Índices para catálogo sistemático: 1. Seicho-No-Ie : Filosofia de vida 181.0956 Capa: Sheila Miyazaki de Lima Revisão: Elizabeth Tasiro Produzido no Brasil Editado pela SEICHO-NO-IE DO BRASIL Av. Engo Armando de Arruda Pereira, 1.266 CEP 04308-900 - São Paulo, SP - Fone: (11) 5014-2222 Website: http://www.sni.org.br - E-mail: sni@sni.org.br http://www.sni.org.br/ Prefácio Hoje, nós temos a grande honra e felicidade de escrever em conjunto este prefácio do segundo livro de um grande líder da Seicho-No-Ie. Ele representa a terceira geração de líderes na família, que se iniciou com o seu avô materno, preletor Shunki Yamada, e continuou pela segunda geração, sendo representada por sua mãe, a divulgadora Tereza Yamada. Antes de falar deste livro fantástico, que está agora em suas mãos, sentimo-nos no dever de escrever um pouco sobre seu autor, o preletor Heitor Miyazaki, ou melhor, sentimos que precisamos escrever um pouco sobre o “Heitor-pai”. Apesar de ele ser um grande orador que consegue explicar de forma simples e convincente a Verdade mais profunda sobre este ensinamento, é pelas suas atitudes diárias como ser humano que fica evidenciada a Verdade e pelas quais fica mais fácil ainda compreender como praticar este ensinamento. No convívio diário com seus familiares e amigos, ele nem precisa falar, só pelas suas atitudes amorosas e sábias é expressa claramente a Verdade. Com certeza se trata de uma pessoa que conheceu o ensinamento e aliou o estudo à prática diária. Esta prática diária e constante é que faz com que as suas palavras, quando proferidas em palestras, auxiliem tantas e tantas pessoas por este mundo. O preletor da Sede Internacional Heitor Miyazaki, em nossa visão, é o resultado de um jovem buscador da Verdade, que tem o disciplinamento necessário para que, mesmo após muitos anos de estudo neste ensinamento, não se acomode. Ele, mesmo entrando no grupo dos septuagenários, parece um menino que descobriu este ensinamento hoje, pois vive com uma disposição contagiante a todos nós, familiares. Parabéns, pai Heitor, por ser este exemplo para nós, seus familiares. Neste livro, você encontrará as palavras da Verdade expressas de forma muito sábia. Ao lê-lo, somos envolvidos pelo amor e sabedoria, em que fica evidente a inspiração divina durante toda a leitura. Por meio de relatos de adeptos da Seicho-No-Ie, citações do mestre Masaharu Taniguchi, citações bíblicas e de grandes filósofos e personalidades, este livro nos leva a repensar o direcionamento de nossa vida e a descobrir, de forma simples e profunda, as ferramentas corretas (Leis) que devemos utilizar para transformar a nossa vida e, consequentemente, obter um futuro sem “amarras”. Um futuro no qual vamos poder manifestar em toda a plenitude a nossa vida recebida de Deus (Vida de filho de Deus), livre de sofrimentos, doenças, apegos, carências e ilusões. Temos certeza de que, por meio do estudo constante deste livro, o poder da palavra sabiamente expresso nele levará o leitor a sintonizar sua mente com a mente de Deus, absoluto. Uma vez sintonizado com a Grande Vida, o leitor fará com que este ensinamento passe a ser prática constante em sua vida. Com certeza, aqueles que se dedicarem a praticar os ensinamentos contidos neste livro atingirão outro nível de religiosidade, um nível sagrado onde já não existe a Verdade separada do praticante da Verdade, ambos se fundem em um só e haverá apenas a Verdade prática, ou seja, a própria manifestação de Deus em suas vidas. São Paulo, 12 de outubro de 2015. Anibal Ferreira de Lima Neto (genro) Sheila Miyazaki de Lima (filha) ÍNDICE Prefácio ÍNDICE UM DIA ENTENDI A 4a Norma Fundamental dos Praticantes da Seicho-No-Ie: “Ser atencioso para com todas as pessoas, coisas e fatos”. Estudemos sete pontos dessa norma: 1 – Código de Ética dos Indígenas Norte-Americanos 2 – “Bem-aventurados os pobres de espírito (humildes), porque deles é o Reino dos Céus” (Mateus 5. 3). 3 – “Você tem uma boca e dois ouvidos, use-os nessa proporção” (provérbio chinês) 4 – Espere sua vez 5 – Silêncio 6 – Impulsividade 7 – Sempre aprendemos algo – “Quem tem ouvidos para ouvir ouça” (Mateus 11. 5) Capítulo 1 – O QUE REGE O NOSSO DESTINO O que rege o nosso destino depende de três fatores: Influência dos carmas de vidas passadas – Livre-arbítrio – Ajuda de espíritos elevados O que é carma? Carmas de vidas passadas Carma pode ser criado por três diferentes formas: Pelo pensamento – Pela fala – Pela ação 1 – Carma criado pelo pensamento Ter intenção de praticar alguma ação é carma do pensamento Por que o pensamento é um dos agentes criadores do carma? 2 – Carma criado pela fala 3 – Carma pela ação Carmas gerados por egoísmo Os carmas equivalem ao exercício fiscal de uma empresa Quem não acredita em reencarnações não entende o porquê de muitos fatos Capítulo 2 – MODO DE VIVER Gratidão aos pais – Relato do preletor Antonio Carlos Barbosa O livre-arbítrio Sabedoria de Agasha “Eu tenho de pagar o carma? Não tem saída?” O objetivo do carma não é punir A Verdade liberta – Relatos da preletora Michelle Teperino, do sr. Érlon Cardoso e do preletor Claudeir Lima da Costa Filho Fazer por obrigação ou fazer da melhor maneira possível? Alguns fatores que o impedem de sorrir com naturalidade: Falta de treino – Fatos tristes do passado – Tristeza de algum antepassado Opção de cada um: perdoar ou reter o ódio e adoecer? Conversar mentalmente pode ser mais eficaz As leis Agasha Agradecimento e a cura – Relato da preletora Mabel Melo Oração do Perdão é para purificar Capítulo 3 – AJUDA DOS ESPÍRITOS ELEVADOS O mundo espiritual e as diferentes facetas As aulas no mundo espiritual O que você faria? Salvar os antepassados “Pequeno veículo” (Hinayana) e “grande veículo” (Mahayana) Os antepassados em ilusão necessitam da nossa ajuda – Relato do dirigente Rogério Antunes Relato do sr. Felismino Mota Problemas na cabeça – Relato do preletor Edson de Lima Pardim – Relato do preletor Lorenzo Mir Feto sem cérebro – Relato da sra. Fátima Araújo Ensinai a eles a Verdade da Vida, a Imagem Verdadeira – Relato da preletora Rosinete Saturno Oratório Oratório no Ocidente é mais antigo do que muitos imaginam Alguns casos sobre oratório Fato ocorrido no Japão Relato do preletor Antonio José Barbosa – Relato da preletora Sônia Maria Vargas de Carvalho Diferença de comportamento entre espírito novato e espírito elevado Casos de cura de doenças ao visitar túmulos dos antepassados: Relato da sra. P.G.V. – Relato do preletor Luis Antonio Gomes – Relato da sra. Maria Trinidad Diaz Diaz Comportamento dos espíritos Espíritos elevados não se importam que seus túmulos sejam ou não visitados Como se inicia a nova jornada Os espíritos dos natimortos UM DIA ENTENDI.... Não viemos à Terra para fazer turismo. Embora a missão de cada um varie, o objetivo de todos é o mesmo: evoluir espiritualmente. A única diferença entre o diamante bruto encontrado no solo e o diamante que está num anel são a lapidação e o polimento. A diferença é que as pessoas iluminadas manifestam plenamente a sua natureza divina, enquanto as que ainda não atingiram esse estágio vivem em ilusões, apegadas às coisas materiais,e o seu ego é acentuado; e, por se encontrarem no estágio de lapidar o ego, diz-se “polir a alma”. O ponto de partida para manifestarmos a nossa natureza divina é volver a nossa mente não para o exterior, mas para o nosso interior, fazendo sempre autorreflexão, ou seja, autoanálise dos nossos pensamentos, sentimentos, hábitos, comportamentos, valores, conceitos etc. A isso denominamos introspecção. Este mundo que enxergamos com os olhos carnais é o mundo da projeção da nossa mente, por esse motivo é chamado de “mundo fenomênico”. E assim ensina a Sutra Sagrada Chuva de Néctar da Verdade: “Eu vi que o mundo da matéria é realmente efêmero; vi que o mundo da matéria nada mais é que sombra”. É muito fácil ver defeitos nos outros, no entanto, antes de procurar os defeitos alheios, devemos corrigir os nossos. Diante de uma situação inusitada, antes de culparmos o outro, é bom que façamos uma introspecção para averiguar o que precisamos corrigir em nós próprios, para que o cenário desagradável se torne belo e harmonioso. Se formos tratados com frieza, é devido à frieza com que tratamos alguém, ou devido à nossa mente, que deve estar fria e sombria: Se você se sente triste porque as pessoas o tratam com frieza, é preciso examinar a si mesmo e descobrir a causa. Com certeza, descobrirá que você mesmo tem, dentro de si, algo frio e sombrio que impede os outros de se aproximarem de você. (A Verdade da Vida, v. 7, 13. ed., p. 40) A 4a Norma Fundamental dos Praticantes da Seicho-No-Ie “Ser atencioso para com todas as pessoas, coisas e fatos”. Estudemos sete pontos dessa norma: 1 – “Respeite os pensamentos, desejos e palavras das pessoas. Nunca interrompa os outros nem os ridicularize, nem rudemente os imite. Permita a cada pessoa o direito de expressão pessoal”, uma das inúmeras mensagens do Código de Ética dos Indígenas Norte-Ame ricanos do The Four Worlds Development Project (Universidade de Lethbridge, Alberta), fundado por Phil Lane Jr., membro das nações Yankton Dakota e Chickasaw, foi publicado em 1982. E há outra publicação atribuída a “Inter-Tribal Times”, de outubro de 1994. O código não foi escrito e publicado pelos autores, e sim expresso oralmente, por esse motivo há variações nos textos, mas o importante é aprendermos com as mensagens. 2 – “Bem-aventurados os pobres (humildes) de espírito porque deles é o Reino dos Céus” (Mateus 5. 3). Jesus Cristo iniciou o famoso Sermão da Montanha com essa frase. A interpretação correta da expressão “pobre de espírito” é humilde. Em espanhol, essa expressão foi traduzida como “bienaventurados los pobres en espíritu, porque de ellos es el reino de los cielos”, ou seja, pobres em es pí rito orgulhoso, pobres em espírito arrogante, que têm humildade. Qual foi o motivo que levou Cristo a iniciar o Sermão da Montanha dessa forma? Concluí que foi por sabedoria, pois, quando se ouve o outro com arrogância, com pensamento “eu sei, eu sei”, não se apreende a mensagem. Aqueles que O ouviram com o coração puro, dócil, absorveram as palavras da Verdade, ricas em sabedoria, ditas por Cristo. Da mesma forma que a mesma comida tem sabor melhor quando se come com fome. 3 – Há um provérbio chinês que diz o seguinte: “Você tem uma boca e dois ouvidos, use-os nessa proporção”. 4 – Espere sua vez Sempre que vou ao exterior, procuro analisar o comportamento das pessoas e, quando estive pela primeira vez no Japão, o silêncio no metrô lotado, nas ruas e no restaurante me ensinou algo muito interessante. Por ex.: próximo do local onde meu colega e eu estávamos, oito homens ocuparam uma mesa maior e passaram a conversar discretamente. Quando um deles falava, os outros o ouviam; somente quando terminava de falar, outro começava. Além disso, sempre um ou outro movimentava com a cabeça, demonstrando atenção, e em nenhum momento alguém interrompeu quem falava, sempre esperava o colega terminar para fazer uso da palavra. Notei que ninguém falou no mesmo instante ou elevou a voz para prevalecer a sua. Isso me fez lembrar um dos cursos que fiz pela empresa, onde era debatido um tema, e nessa mesa-redonda havia uma regra. O coordenador do grupo antes de iniciar, explicava: – Quando alguém estiver com o uso palavra, ninguém poderá interrompê- lo. – Ao terminar de falar, terá de dizer “passo a palavra para o meu colega do lado”. – E só poderá voltar a falar quando chegar a sua vez. A ordem transcorrerá no sentido horário. O interessante é que, na terceira rodada, quase ninguém desejava falar. E, enquanto havia alguém para falar, o coordenador não fazia a conclusão. Chegando a vez do coordenador, o grupo o ouvia atentamente! Isso ocorria porque todos tiveram a oportunidade de falar e, dessa forma, o ego deles estava bem calmo e ninguém reprimiu o desejo de falar. Aprendi que quando alguém movimentava a cabeça em sentido afirmativo não estava dizendo “você está com a razão”, mas sim “eu estou entendendo”. Aprendi que num grupo, se todos desejarem falar junto, não haverá diálogo, porque a maioria sabe falar, mas não sabe ouvir. 5 – Silêncio Kent Nerburn é escritor, escultor e educador, e é muito envolvido nas questões dos nativos norte-americanos. Sua convivência com eles inspirou-o a escrever vários livros sobre a cultura indígena. Em seu livro Neither Wolf Nor Dog (Nem Lobo Nem Cão), cita o pronunciamento de um indígena ancião de nome Dan: Nós, os índios, conhecemos o silêncio. Não temos medo dele. Na verdade, para nós, ele é mais poderoso do que as palavras. Nossos ancestrais foram educados nas maneiras do silêncio e eles nos transmitiram esse conhecimento. “Observa, escuta, e logo atua”, nos diziam. Essa é a maneira correta de viver. Observa os animais para ver como cuidam de seus filhotes. Observa os anciões para ver como se comportam. Observa o homem branco para ver o que quer. Sempre observa primeiro, com o coração e a mente quietos, e então aprenderás. Quando tiveres observado o suficiente, então poderás atuar. Com vocês, brancos, é o contrário. Vocês aprendem falando. Dão prêmios às crianças que falam mais na escola. Em suas festas, todos tratam de falar. No trabalho, estão sempre tendo reuniões nas quais todos interrompem a todos, E todos falam cinco, dez, cem vezes. E chamam isso de “resolver um problema”. Quando estão numa habitação e há silêncio, ficam nervosos. Precisam preencher o espaço com sons. Então, falam compulsivamente, mesmo antes de saber o que vão dizer. Vocês gostam de discutir. Nem sequer permitem que o outro termine uma frase. Sempre interrompem. Para nós, isso é muito desrespeitoso e muito estúpido, inclusive. Se começas a falar, eu não vou te interromper. Te escutarei. Talvez deixe de escutá-lo se não gostar do que estás dizendo. Mas não vou interromper-te. Quando terminares, tomarei minha decisão sobre o que disseste, mas não te direi se não estou de acordo, a menos que seja importante. Do contrário, simplesmente ficarei calado e me afastarei. Terás dito o que preciso saber. Não há mais nada a dizer. Mas isso não é suficiente para a maioria de vocês. Deveríamos pensar nas suas palavras como se fossem sementes. Deveriam plantá-las, e permiti-las crescer em si lêncio. Nossos ancestrais nos ensinaram que a terra está sempre nos falando, e que devemos ficar em silêncio para escutá-la. Existem muitas vozes além das nossas. Muitas vozes. Só vamos escutá-las em silêncio. 6 – Impulsividade Sobre isso, assim descreveu o mestre Masaharu Taniguchi: (...) se você deseja progredir infinitamente, não se deixe dominar por suas emoções e paixões. Todos aqueles que se deixam dominar são escravos. Jamais se torne escravo. Saiba controlar suas emoções e paixões, e faça de si próprio o senhor absoluto da sua mente. (A Verdade da Vida, v. 7, 1.ed., p. 110) Essa falta de controle é chamada de impulsividade. Impulsividade significa dificuldade com autocontrole. A consequência da impulsividade pode nos levar ao remorso por falar algo indevidamente, tomar péssimas decisões na negociação, interromper a fala do colega, comer em excesso ou algonão benéfico para nossa saúde; tudo isso devido à atitude de agir impensadamente sem as devidas análises e ponderações. Em psicologia utiliza-se o termo TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção ou Hiperatividade, que é também denominado TDAHI, pela referência à impulsividade. E qual é o caminho para dominar a impulsividade? O caminho é praticar a Meditação Shinsokan. 7 – Sempre aprendemos algo – “Quem tem ouvidos para ouvir ouça” (Mateus 11. 5) Quando ouvimos os relatos de experiências, sempre aprendemos algo. Capítulo 1 O QUE REGE O NOSSO DESTINO O destino não é algo totalmente definido. Sobre a ligação carma-destino, o mestre Masaharu Taniguchi cita: Os carmas são uma espécie de vibrações que vão se materializando automaticamente ao longo de toda a nossa existência. Portanto, pode- se dizer que o nosso destino nesta vida já está determinado, em grande parte, desde o momento de nosso nascimento, e não mudará enquanto não transcendermos os carmas através da conscientização da Verdade e da apreensão da Imagem Verdadeira de nossa Vida. Eis por que algumas pessoas conseguem adivinhar nosso destino analisando nossa fisionomia ou nosso nome. (A Verdade da Vida, v. 15, 3. ed., p. 143) Não está citado que é integralmente definido, mas grande parte. Por que “grande parte”? Porque, antes de nascer novamente aqui na Terra, viemos com uma missão a cumprir; essa missão pode estar diretamente ligada ao desenvolvimento espiritual daquele espírito. Pode ser também de espírito muito elevado, que não necessita mais se reencarnar, mas o faz para cumprir a sublime missão de ajudar outras pessoas a evoluírem; dentre eles podemos citar Sakyamuni, Jesus Cristo, mestre Masaharu Taniguchi e inúmeros outros iluminados. O que rege nosso destino depende de três fatores: A – Influência dos carmas de vidas passadas (cerca de 50%). B – Livre-arbítrio (cerca de 25%) – modus vivendi mental de cada um. C – Ajuda de espíritos elevados (cerca de 25%). O que é carma? Carma vem do sânscrito, uma antiga linguagem clássica da Índia, e significa “ação”; portanto, carma simboliza a ação que cometemos pelo falar, pensar e agir (fisica mente). Carmas de vidas passadas A causa de uma doença, quando pesquisada cronologicamente na vertical, pode ter sido criada pelo indivíduo nesta geração, ou ter sido criada há muitas gerações e estar sendo transmitida de pais para filhos. O cristianismo denomina tal causa de “pecado original”, referindo-se ao pecado cometido por Adão e Eva. O budismo chama essa causa de “cármica” e prega que, uma vez formado o carma, este obedece à lei da causalidade e transmigra eternamente, circulando como uma roda de carro. (A Verdade da Vida, 15. ed., v. 1, pp. 55-56) Há várias formas para se expressar a lei do carma: “Quem semeia vento colhe tempestade”, “Quem com o ferro fere com o ferro será ferido”, “lei da causa e efeito”, “lei do castigo” e “lei da ação e reação”. Esta última explica que toda ação gera uma reação; a ação de lançar uma bola de borracha contra a parede em um ângulo de 90° gerará a reação de ela voltar na mesma direção de quem a lançou. Resumindo a explicação que é citada no livro Descoberta e Conscientização da Verdadeira Natureza Humana, 1. ed., p. 169: O destino é uma sucessão de acontecimentos que ocorrem segundo a lei da causalidade... Praticando o bem, com certeza acontecerão coisas boas. Praticando o mal, acontecerão coisas ruins... Desse modo, a humanidade é regida fundamentalmente pela lei da causalidade. Essa lei é chamada também de lei do carma ou lei da mente. Cada um de nós também cria o seu próprio destino e colhe seus efeitos. (...) Nascemos trazendo em nossa bagagem o “balanço” dos carmas mentais, verbais e físicos que nós mesmos criamos no passado. (...) Há quem reclame dizendo que Deus é muito injusto, mas isso não é verdade... Quem multiplicou 2 por 2 obte ve 4; quem multiplicou 2 por 3 obteve 6; quem multiplicou 4 por 4 obteve 16. Comparando os resultados 4, 6, 16, parece haver injustiça, mas, considerando que são resultados do balanço dos carmas de cada pessoa, não há injustiça alguma. Deus não vigia, não julga, não condena e nem castiga ninguém. Quando alguém teme a Deus, é porque tem um conceito totalmente equivocado e consequentemente se sente distante do Criador. Quem tem medo de rato consegue amá-lo? Quem tem medo de cobra consegue amá-la? Obviamente que não. Quando se teme algo ou alguém, é natural que se distancie dele. No livro Viver Junto com Deus, 1. ed., p. 263, o Mestre menciona: Para acabar com o temor, é fundamental saber que o homem é filho de Deus, e que Deus, sendo nosso Pai, jamais nos causa infortúnios. Há pessoas que vivem com medo da punição divina. Antigamente era comum ouvir a expressão “é castigo de Deus” quando ocorria algo desagradável a alguém. No entanto, o que ocorria era, na verdade, reação de uma ação cometida pela própria pessoa, ou seja, uma consequência de uma causa, que é atuação da lei do carma. Normalmente, comenta-se o carma como sendo algo ruim, mas a colheita pode ser boa também, desde que se plante o bem. E aquele que consciente ou inconscientemente causou aborrecimentos ou prejuízos a alguém, ou a uma comunidade, um dia terá de colher, de acordo com essa lei, aborrecimentos nesta encarnação ou em encarnações futuras. Carma pode ser criado por três diferentes formas 1 – Carma criado pelo pensamento Pensar constantemente em algo, seja bom ou não; esse pensamento fica registrado em nosso subconsciente e futuramente se projetará no mundo fenomênico. A respeito disso, ensinou Jesus Cristo: “Eu, porém, vos digo: todo aquele que lançar um olhar de cobiça para uma mulher já adulterou com ela em seu coração” (Mateus 5. 28). O que Cristo deixou claro é o carma do pensar: lançar olhar de cobiça é registrar no subconsciente esse carma. Ele não disse que ficou registrado no caderno de Deus, mas “no coração”, isto é, na mente da própria pessoa. Quem diz que Deus fica nos vigiando e anotando os nossos pecados não conhece Deus de verdade. Deus é amor e não Se prende em vigiar para castigar posteriormente. Cada um deve ter responsabilidade pelas suas ações e não atribuir a Deus os fatores desagradáveis resultantes de ações anteriormente praticadas. Como a nossa mente tem força criadora, se mantivermos determinado pensamento, este tende a materializar-se, ou desejarmos algo a outra pessoa, cria-se uma ação cármica. O jornal O Estado de S. Paulo publicou, no dia 26 de setembro de 1981, o seguinte artigo: Caçador caçado – Aconteceu na Dinamarca: um caçador foi atingido pelo tiro dado pelo seu cão. Niels Andersen saiu a caçar perdizes num bosque de Horsholm, perto de Copenhague com o seu fiel “Bernie”. Em certo momento, deixou o fuzil no chão e se afastou alguns metros. “Bernie” saiu correndo atrás do seu amo e pisou no gatilho da arma. O tiro pegou Niels em cheio, nas costas. O caçador foi socorrido e hospitalizado. Quem constantemente pensa em roubar está plantando em sua mente esse carma. Um artigo do jornal O Estado de S. Paulo do dia 12 de março de 1991 retrata essa explicação: Ladrão assalta banco, mas é roubado na saída. Vigia planejou o assalto durante meses, mas ficou sem dinheiro até para o ônibus e acabou preso. NSA (iniciais do nome), de 22 anos, planejou durante vários meses um roubo à agência da Caixa Econômica Federal da Avenida Santa Marina, 2719, na Freguesia do Ó, Zona Norte da capital. Teria a ajuda do seu irmão N, de 23 anos, vigilante do banco. Com o dinheiro compraria cabeças de gado para seu pai, boiadeiro na cidade I (nordeste do Brasil). Almeida realizou o assalto no dia 4. Porém, quando fugia, foi também assaltado. A polícia o prendeu ontem. O assaltante que o atacou continua solto. Como se cria o carma também pelo pensamento, a lei do carma, ou da causa e efeito, é considerada lei da mente, e, pela lei da mente, se de um lado quem tem em mente roubar é roubado, por outro lado as pessoas que não têm esse tipo de pensamento não se sintonizam com as pessoas desonestas.Um fato ocorrido na França comprova isso. Foi publicado no jornal O Estado de S. Paulo, em agosto de 1986, com o título “Roubaram demais”: Sorte é sorte. JMLG, francês de Angers, teve sua casa assaltada: dois ladrões arrombaram a porta na sua ausência e carregaram tudo que era de valor, das joias da família a eletrodomésticos, não perdoando nem as panelas da cozinha. Mas era difícil ir muito longe com tamanha carga – então escolheram pelo caminho uma granja que parecia abandonada e guardaram todo o produto do saque lá, para voltarem em outra ocasião. A granja não era abandonada: pertencia a JMLG. Ter intenção de praticar alguma ação é carma do pensamento Jesus Cristo conhecia profundamente as leis da mente, tanto que no famoso Sermão da Montanha disse: “Eu, porém, vos digo: todo aquele que lançar um olhar de cobiça para uma mulher já adulterou com ela em seu coração” (Mateus 5. 28). No programa de rádio da Seicho-No-Ie, uma senhora me perguntou: “Sinto fortes dores na ponta do pé direito e tenho consultado vários médicos, mas o problema continua”. A resposta que lhe dei foi: “A senhora deve ter sentido muita raiva de determinada pessoa e teve desejo de agredi-la com um chute. E essa intenção de chutar ainda está registrada no seu inconsciente e não foi apagada; perdoe essa pessoa, que apagará”. Dez dias depois essa senhora deixou gravado um agradecimento pelo desaparecimento da dor que a atormentava havia mais de dez anos. Por que o pensamento é um dos agentes criadores do carma? Um simples pensamento superficial não tem força, mas, quando pensamos constantemente em determinado fato, esse pensamento adquire força, porque passamos a sentir também. Imaginemos uma pessoa que abriu um comércio no ramo de doces e, após três anos, do lado de sua loja, alguém abre outra loja vendendo os mesmos produtos. Ele comenta com a esposa: “Temos agora um concorrente”. Porém há outro fato que fere o seu ego: o concorrente vizinho não o cumprimenta. O fato de o vizinho não o cumprimentar e colocar cartazes de promoções o deixa aborrecido, então mentalmente ele passa a entrar em conflito com o vizinho. O local é muito movimentado e há “espaço para os dois comerciantes”, mas o ódio pelo concorrente aumenta e a todo instante ele pensa em estratégias para levá-lo à falência. A esta altura já não pensa “é um concorrente”, mas passa a sentir forte desejo de conduzir o outro à falência: “Preciso derrubá-lo”. Enquanto for simples pensamento superficial, não tem força, mas, quando chega ao emocional, transforma-se num forte carma, e, de acordo com a lei do carma ou lei da causa e efeito “colhe-se o que plantou”, a tendência desse comerciante é colher o fracasso. Uma explicação clara e sábia do texto grifado “enquanto for simples pensamento superficial, não tem força” consta no livro A Verdade, v. 2, 1. ed., p. 164, no item “Relação entre o consciente e o subconsciente”: “Da mesma forma que as gotas das chuvas se transformam em rios, que por sua vez formam um lago, as gotas da ‘mente consciente’, isto é, cada pensamento e cada sentimento, são acumuladas para constituir o lago do subconsciente”. Esse comerciante pode pensar: “Eu estava tranquilo e esse idiota veio para prejudicar o meu comércio e me destruir”; no entanto, o que o destruiu foi ele próprio. Recordemos o significado da palavra “oração”. O Mestre nos ensinou que oração em japonês se diz “inori”, em que o ideograma “I” significa “vida” e “noru”, “decla ração”; “portanto, orar (inoru) é aquilo que você está sempre declarando no recôndito da sua vida” (A Verdade, v. 3, 1. ed., p. 305). 2 – Carma criado pela fala Aqueles que xingam, ofendem, falam mal das vidas alheias estão criando carmas negativos e, como o som sai pela boca, eles podem adquirir doenças na boca ou próximas à região. Para se purificar dos carmas negativos, devem ler palavras da Verdade como sutras sagradas, livros que contêm a Verdade, pronunciar palavras da Verdade e realizar práticas recitativas etc. Quando se magoa uma pessoa querida, fica retido no inconsciente o sentimento de culpa, posteriormente, geralmente quando não se lembra do fato, o carma se desintegra. Para exemplificar, vou citar um fato ocorrido aproximadamente entre 1977 a 1979. Após a aula, uma senhora comentou: – Amanhã terei de fazer uma cirurgia em um dente. O cirurgião-dentista terá de abrir a gengiva e fazer a raspagem. O que pode ser isso? – Qual é o dente? – perguntei-lhe e ela mostrou-me o dente da frente, chamado incisivo central esquerdo. Como num dos livros o prof. Masaharu Taniguchi cita que problemas na arcada superior são ressentimentos com algum superior, afirmei: – É autopunição ou mágoa do seu pai. – Meu pai? Se o senhor dissesse que é em relação à minha mãe, eu concordaria. – Qual é o dente mesmo? – Novamente ela apontou o dente do lado esquerdo, incisivo superior. – Não resta dúvida. Vai lembrar, e pratique Oração do Perdão para ele. Eram 19h25. Chegando à sua casa, às 23 horas, lembrou-se da única discussão que teve com seu pai. Emocionada, pôs-se a chorar ao lembrar-se da cena, e pediu perdão mentalmente por duas horas. No dia seguinte, ao se levantar para ir ao dentista, colocou a mão sobre a boca e não sentia mais dores, mas mesmo assim foi, conforme havia marcado. Ao chegar, o dentista a examinou e tirou radiografia do dente, depois olhou contra a luz e falou: – Estranho, não há mais infecção. Não será preciso fazer a cirurgia. O que aconteceu? Ela explicou tudo o que ocorreu e ele comentou: – Se todos fizerem o mesmo, eu passarei fome... As palavras de Cristo exprimem isto: “O que contamina o homem não é o que entra pela boca, mas o que sai da boca, isso é o que contamina o homem” (Mateus 15. 11). No capítulo 2 do livro A Humanidade é Isenta de Pecado, 13. ed., p. 71, o prof. Masaharu Taniguchi explica resumidamente a definição do carma: Podemos comparar o carma a uma gravação. Se gravarmos nossa voz numa fita ao entoarmos uma canção ou pronunciarmos um discurso, posteriormente poderemos ouvir essa mesma voz toda vez que tocarmos a fita no gravador. Do mesmo modo, as vibrações mentais que ocorrem no momento em que um pensamento passa pela nossa cabeça ficam gravadas como uma “causa” em nosso “disco mental”. Sempre que surgir uma oportunidade, o “disco mental” emitirá as vibrações mentais registradas; e, então, aquele pensamento que tivemos no passado manifestar-se-á concretamente, sob a forma de algo palpável, de alguma doença, de alguma situação etc. Assim é a ação do carma, que é uma força latente. O carma é, por assim dizer, uma “gravação” das vibrações mentais. É uma espécie de gravação que fica no nosso inconsciente, e não no “caderno de Deus” como dizem algumas pessoas. Nem por brincadeira devemos falar palavras negativas, pois ficam registradas no inconsciente. Por exemplo, frases ditas com emoção durante a infância como: “Eu não quero me casar”. Muitas pessoas disseram essa frase ao ver os pais brigando. A palavra é registrada no subconsciente e, com o passar do tempo, pode ser esquecida, mas no subconsciente continuará gravada, exercendo forte influência. Por esse motivo, quando se atinge a fase adulta, muitos namoros são problemáticos porque aflora aquele sentimento registrado, e uma frase que magoa, dita impensadamente, pode gerar rompimento do namoro, impedindo assim a concretização do casamento. Eis o motivo de na Sutra Sagrada Palavras do Anjo citar: “Portanto, mantende pensamentos sempre elevados e jamais penseis no mal, jamais penseis na impureza, jamais penseis no sofrimento, jamais penseis na doença”. Outro fato que gera infelicidade são as fofocas. As pessoas que gostam de fazer fofocas de vidas alheias sempre são vítimas de alguma infelicidade, porque uma inverdade pode destruir a vida profissional ou familiar de colega ou amigo. Em uma ocasião durante um seminário, uma senhora entregou-me um bilhete com seguinte teor: “O senhor disse numa palestra na cidade de Presidente Prudente que há pessoas que não conseguem emprego por não perdoarum ex-chefe ou ex-colega de trabalho. Era o caso da minha irmã que mora nessa cidade. Ela foi demitida por causa de uma mentira dita por uma colega. Chegando a sua casa, ela começou a praticar Oração do Perdão para essa ex-colega e para o ex-patrão. Dois dias depois, o ex-patrão foi à casa dela e disse: ‘Eu cometi um erro e agora quero corrigir esse erro. Você foi demitida injustamente, pois foi por causa da Fulana que eu a demiti. Peço- lhe perdão pelo erro, e a estou convidando a voltar a trabalhar comigo’”. O mestre Masaharu Taniguchi alerta sobre a fofoca no livro A Verdade, v. 9, 1. ed., p. 91: Não comente levianamente sobre assuntos fúteis. É no silêncio que cultivamos forças de natureza espiritual. Os mexericos tratam normalmente dos aspectos negativos. Por meio dessas palavras, a pessoa grava coisas negativas, intensifica a impressão negativa e acaba ferindo a si própria. E no livro A Verdade da Vida, v. 38, ensina: Não devemos falar mal dos outros, nem na sua ausência. Se falarmos mal, surgirão males ao nosso redor, pois a palavra é semente. Se falarmos mal dos outros, a infelicidade deles reaparecerá infalivelmente como infelicidade nossa, pois todas as pessoas estão ligadas entre si e constituem um só corpo perante Deus. Qualquer que seja a imagem de uma pessoa, devemos orar, com amor e respeito, pela sua felicidade e prosperidade. Nós, que temos recebido o infinito amor de Deus, devemos retribuí-lo a Ele (Deus), enviando pensamentos de amor ao próximo. Quando retribuímos o amor de Deus, enviando-o àquela pessoa, ela também retribuirá o amor de Deus, enviando-o a nós. 3 – Carma pela ação Muitas pessoas agem pensando somente em si próprias e, além de não se preocuparem com o próximo, não fazem nenhuma gentileza. No livro A Verdade da Vida, v. 34, 1. ed., pp. 76-80, o prof. Masaharu Taniguchi cita o caso do velho esgrimista que sofria de semiparalisia no braço e tinha dificuldade para andar. No mesmo instante o Mestre identificou que se tratava de carmas negativos praticados por essa pessoa, por isso lhe disse abruptamente: – O senhor maltratou muita gente, não foi? Ele havia matado 24 pessoas e 85 bois; até pessoa inocente foi morta, somente para mostrar a um amigo que era hábil no manejo da espada. Posteriormente a pessoa que levou o esgrimista perguntou ao Mestre se poderia curá-lo, e a resposta, com tristeza no rosto, foi “não sei... Curar-se, ou não, depende da mente dele”. O motivo dessa resposta foi decorrente do fato de o esgrimista não ter-se conscientizado dos erros: “Ele precisa reconhecer que pecou, e arrepender- se de verdade” foi a resposta do Mestre (p. 88). Em um dos livros escritos pelo mestre Masaharu Taniguchi, ele cita o caso de uma mulher que tinha mãos tão belas que se destacavam pela formosura. Essa senhora numa vida anterior fora freira, e, no convento, as freiras veteranas lhe davam ordens para lavar os sanitários, por ser a mais nova. Aquele ato nobre feito com amor foi a causa de ela ter belas mãos na atual encarnação. O jornal O Estado de S. Paulo publicou, no dia 20 de novembro de 2012, um artigo com o título “Ladrão devolve carteira após reconhecer vítima”. Um ladrão que roubou a carteira e o telefone celular de um homem em Wichita, no Kansas, devolveu parte dos objetos depois de reconhecê-lo. A carteira foi devolvida depois que o criminoso viu que já havia cumprido pena de prisão ao lado da vítima. Analisando esse fato: por que os dois se reencontraram? A resposta é: pela semelhança de carmas. E merece outra pergunta: por que o outro foi roubado? E a resposta é: pelo carma de ser desonesto também. Outro fato pitoresco foi publicado pelo mesmo jornal, em 22 de janeiro de 1985, com o título “Ladrão rouba ladrão”. Pequim – Um cego que pedia esmolas ontem numa rua de Cantão, no sul da China, teve de sair correndo do povo. É que, em troca dos iuanes que os transeuntes lhe davam, ele tocava uma musiquinha numa gaita, enquanto sua mulher passava o pires. Ontem, uma outra mulher começou a passar o chapéu e a recolher as esmolas. O cego percebeu pela voz (quando ela dizia “obrigado”) que a mulher não era a dele – e abriu os olhos para se certificar. O povo percebeu a fraude e saiu correndo atrás dos dois espertalhões. Porto Alegre – O estudante de publicidade Rafael (o sobrenome foi mantido em sigilo) e sua namorada saíram na noite do último domingo (17/4/2011), em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, para buscar o irmão dele, e foram abordados por um ladrão. Nisso, outros três saíram de um veículo Prisma preto e anunciaram um novo assalto. O bandido que os assaltava, revoltado com a “falta de respeito” e “ética” dos colegas de profissão, ainda chegou a reclamar dizendo a eles: “Mas sou eu que estou assaltando!”. O jornal O Dia de 23 de outubro de 2006 publicou o seguinte noticiário: O engenheiro A, 35 anos, e sua irmã, a publicitária P, 31, foram assaltados duas vezes num período de três minutos no sábado à noite, na Tijuca, Zona Sul da capital fluminense. Nas duas situações, os bandidos estavam armados. Junto com os dois adultos estavam um menino de 5 anos de idade e uma garota de 14 – respectivamente filho e sobrinha de A. O primeiro assalto foi às 21h40, na rua Alfredo Pinto, quando uma dupla armada com revólveres rendeu a família, que estava em um carro Astra preto. Um dos bandidos assumiu a direção e seguiu. O segundo assalto, que incluiu entre as “vítimas” a própria dupla do primeiro, deu-se às 21h43, quando o Astra entrou na rua Melo Matos. Naquele momento, a família ainda era roubada dentro carro. Os dois ladrões tinham acabado de recolher joias, celulares, dinheiro e cartões das vítimas, quando o Astra foi cercado pelos três outros bandidos. O trio, com pistolas, chegou em um Peugeot branco e obrigou os dois criminosos a passar tudo para eles. Além dos pertences da família, até um boné que um dos bandidos usava foi levado pelo trio. Ao serem parados, um ladrão que já estava no Astra disse: “Mas nós já estamos roubando aqui!”. Um bandido do Peugeot retrucou: “Não interessa. É nossa área. Sai todo mundo do carro”. O jornal O Diário de Maringá, de Paraná, publicou “Ladrão pede mais policiamento”. A reportagem é do dia 3 de agosto de 2007 e mencionou a reclamação feita por um ladrão, de que após assaltar uma pessoa ele foi assaltado. Após ter sido preso, ele reclamou dizendo que há falta de policiais nas ruas de Maringá. Folha de S. Paulo, do dia 27 de janeiro de 2011: Um pedreiro foi preso depois de ter sido vítima de um assalto na noite de quarta-feira (27) na região central de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo). A.P.C. teve R$ 10,00 roubados no cruzamento das ruas José Bonifácio e General Osório, que fica na região da Baixada, às 19h30. Ele, segundo a polícia, reagiu ao assalto e começou a brigar com o ladrão, o funileiro J.C.V., no meio da rua. Com a aproximação de um carro da Polícia Militar, que fazia patrulhamento de rotina pela região, o assaltante tentou fugir, mas foi perseguido e confessou o roubo – informou a polícia. Ao analisar o histórico dos envolvidos, os policiais constataram que a ficha da vítima era maior que a do assaltante. Ele já fora detido dez vezes sob suspeita de furtos, três vezes por tráficos de drogas, uma vez por roubo e outra por lesão corporal. E, como era considerado um foragido, foi detido com o assaltante. A escritora médium Cleonice Orlandi de Lima escreveu em seu livro(1) sobre o ocorrido com Camilo Castelo Branco, um grande escritor português (1825-1890). Ela relatou que Camilo, ao ouvir o diagnóstico do médico que ficaria cego para sempre, se suicidou. Num passado longínquo (século XVII) ele se apaixonara por uma prima muito bonita a quem pediu em casamento. Embora ela tenha aceitado, mudou de ideia ao conhecer Jacinto, um jovem militar de Madri que era seu primo também e era um nobre conde, possuidor de muitas terras e boa fortuna. A sua musa acabou casando com Jacinto, que voltou a Madri. Sentindo-se humilhado, desejou desgraça ao casal. Passado algum tempo,sua prima retornou à cidade natal com o marido e filho, mas seu ódio pelos dois não havia se apagado. E, para vingar-se, entrou na Companhia de Jesus, não por vocação religiosa, mas por ser, na época, uma entidade com muito poder (período da Inquisição). Com muita maldade passou a perseguir o primo Jacinto. Fez uma série de acusações contra ele, que acabou sendo preso. Mandou queimar a sola dos pés dele até que formassem enormes feridas. Ordenou também arrancarem-lhe as unhas e os dentes e até a furarem seus olhos! Cego, Jacinto suicidou-se. O carma que carregava por ter levado o primo ao suicídio, embora tivesse ocorrido 200 anos antes, o fez praticar o mesmo ato contra si próprio. Quando o médico que examinou seus olhos lhe disse que a cegueira era incurável, Camilo foi até outro aposento e se matou. A causa foi ter cegado o primo, levando-o a se matar, e ocorreu como efeito à forma semelhante com Camilo: que ficou cego e se matou. O castigo não veio de Deus, mas dele próprio. Em Romanos 6. 23, cita: “Porque o salário do pecado é a morte”, isso significa que o sentimento de culpa muito forte conduz as pessoas à autopunição extrema que é o suicídio. Carmas gerados por egoísmo Yogananda, um iogue iluminado indiano, menciona: “Todos os dias, faça alguma coisa em benefício dos outros, mesmo que seja algo insignificante. Se você quer amar a Deus, é preciso amar as pessoas. Elas são filhas dEle. Você pode ser prestativo no plano material – dando aos que precisam – e no plano mental – dando conforto aos sofredores, coragem aos temerosos, amizade divina e apoio moral aos fracos. Você também semeia bondade quando desperta nos outros o interesse por Deus e quando cultiva neles um maior amor a Deus, uma fé mais profunda nEle. Quando deixar este mundo, as riquezas materiais ficarão para trás, mas todas as boas ações o acompanharão. Pessoas ricas que vivem na avareza e pessoas egoístas que nunca ajudam os outros não atraem riqueza na sua próxima vida. No entanto, os que distribuem e compar tilham, quer tenham muito ou pouco, atrairão a prosperidade”. Como exemplo disso, há os casos de jovens que ocupam lugares reservados nos ônibus e metrôs. Esta ação de “roubar” o lugar dos outros fica registrada no inconsciente daqueles que praticam essa ação. Embora eles possam pensar que levaram vantagem, no inconsciente fica registrada a voz da consciência: “Não é justo, tomei um lugar que não é meu; se fosse banco comum, estaria dentro do meu direito, mas...”. Esse sentimento de culpa, por ter tirado a oportunidade de um idoso se sentar num lugar de direito, pode conduzir esses jovens a perderem boas oportunidades na vida. Os carmas equivalem ao exercício fiscal de uma empresa O mestre Masaharu Taniguchi exemplifica que o carma equivale ao exercício fiscal de uma empresa, que pode encerrá-lo com o resultado final positivo ou negativo. Se encerrar com resultado positivo, iniciará o próximo exercício com dinheiro em caixa e não terá tantos apuros como aquela empresa que encerrou o ano com prejuízo. Da mesma forma, o espírito que inicia uma nova encarnação nascendo em lar harmonioso, sem passar fome, é por crédito de ter realizado carmas bons na vida anterior. Ao nascer, a influência dos carmas não se restringe apenas aos das encarnações passadas. Se a balança do carma pende para o lado negativo, é preciso fazê-lo pender para o lado desejado praticando boas ações. O carma, por se tratar de lei da causa e efeito, não há razão de temê-lo. No livro A Verdade, v. Suplementar, 1. ed., p. 73, o prof. Masaharu Taniguchi define: O fato de poder confiar na lei significa garantia de justiça e ordem. Se aprendermos a respeitar a lei, conquistaremos a liberdade. Quando ignoramos a lei, ela não nos amarra, mas nos ferimos indo contra a lei, devido à nossa própria ignorância em desconhecer a natureza e o poder da lei. Quem não acredita em reencarnações não entende o porquê de muitos fatos Se o indivíduo diz “eu não acredito em reencarnações”, é porque aprendeu desde a sua infância que “ao morrer, será levado ao juízo final, e Deus permitirá entrar no Céu se a pessoa foi boazinha e, se foi ruim, a mandará para o inferno, onde arderá eternamente no fogo”. Esse tipo de afirmação é de quem não conhece as leis espirituais e ainda acredita que Deus faz julgamento e seja vingativo. Se Deus agisse dessa forma, seria vingativo, e o amor dEle seria relativo e não amor absoluto. A afirmação “não acredito em reencarnação porque não consta na Bíblia” também não é correta. Há alguns trechos que mencionam a respeito. Elias foi um profeta hebreu que viveu no século IX a.C., e no Velho Testamento é mencionado que Deus enviaria à Terra Elias novamente: “Eis que eu vos envio o profeta Elias, antes que venha o dia grande e terrível do Senhor” (Malaquias 4. 5). Jesus foi a um monte e levou consigo Pedro, Tiago e João. Nesse momento apareceram Moisés e Elias, e o rosto de Jesus ficou totalmente alterado e ele falou com ambos. Assim consta na Bíblia: Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, irmão deste, e os conduziu à parte a um alto monte; e foi transfigurado diante deles; o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele. Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, farei aqui três cabanas, uma para ti, outra para Moisés, e outra para Elias. Estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu; e dela saiu uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi. Os discípulos, ouvindo isso, caíram com o rosto em terra, e ficaram grandemente atemorizados. Chegou-se, pois, Jesus e, tocando-os, disse: Levantai-vos e não temais. E, erguendo eles os olhos, não viram a ninguém senão a Jesus somente. Enquanto desciam do monte, Jesus lhes ordenou: A ninguém conteis a visão, até que o Filho do homem seja levantado dentre os mortos. Perguntaram-lhe os discípulos: Por que dizem então os escribas que é necessário que Elias venha primeiro? Respondeu ele: Na verdade Elias havia de vir e restaurar todas as coisas; digo-vos, porém, que Elias já veio, e não o reconheceram; mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim também o Filho do homem há de padecer às mãos deles. (Mateus 17. 1-12) E no versículo seguinte consta “Então, entenderam os discípulos que lhes falava a respeito de João Batista” (Mateus 17. 13). Está muito claro que João Batista é a reencarnação do profeta Elias. E, no Evangelho de S. João, 9. 1, cita: “E, passando Jesus, viu um homem cego de nascença”, e no versículo seguinte: “E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?”. Analisando a pergunta que os discípulos fizeram a Jesus sobre carma, o mestre Masaharu Taniguchi escreveu no livro Evangelho Segundo João, 1. ed., 22ª Preleção, 5. ed., pp. 139-140: Nota-se, pelas palavras dos discípulos, que os judeus da época tinham por senso comum a ideia de que um defeito físico de nascença era manifestação do pecado dos pais, dos ancestrais ou da própria pessoa. Caso contrário, não fariam tal pergunta. Perguntaram se era pecado do próprio cego, mas, se ele já nascera assim, como poderia ter pecado? Isso mostra que os discípulos possuíam a noção de que o homem teve uma vida passada e que os carmas de tal vida podem se manifestar na presente encarnação. No livro Você Pode Curar a Si Mesmo, 1. ed., p. 34, há uma explicação clara sobre a personalidade das pessoas: Entretanto, problemas com ambiente, bem como o ódio, a ira, o medo etc. decorrentes de relações pessoais, não são ocorrências restritas a esta vida. As pessoas passaram por isso várias vezes em suas vidas anteriores, e esses sentimentos estão armazenados no inconsciente delas, influindo na sua vida atual, seja no tocante ao estado psicológico, seja no tocante à condição física. As lembranças da vida que elas levaram no mundo espiritual, onde permaneceram no tempointermediário entre a preexistência e a vida atual, também devem influir nas suas condições psicológicas e físicas. Na mesma página, o mestre Masaharu Taniguchi cita o caso da menina que sofria de claustrofobia identificada por Edgar Cayce: Nesta vida, ela nunca havia passado por uma experiência aterrorizante de ficar presa num cubículo escuro, numa caverna ou qualquer ambiente fechado. No entanto ela tinha medo de permanecer em lugar fechado e, mesmo quando ia ao teatro, precisava sentar-se num assento próximo à porta de saída. Também no ônibus ela tinha de permanecer perto da porta e, quando começavam a entrar muitos passageiros, apressava-se em sair antes que fosse impedida de ficar junto à porta. Quando participava de uma excursão à zona rural, se existisse no local uma caverna, uma gruta ou uma cabana sem janelas e com a porta fechada, a menina começava a tremer de medo e não conseguia se aproximar. Com seu poder espiritual, Cayce descobriu que, na existência anterior, essa menina morreu asfixiada quando o teto da caverna em que entrara cedeu de repente e a soterrou. O pavor que ela sentiu nos momentos derradeiros permaneceu em seu inconsciente, e era por isso que tinha um medo anormal de ambientes estreitos e fechados. Capítulo 2 MODO DE VIVER O mestre Masaharu Taniguchi cita Karl Augustus Menninger em diversos livros, e cita principalmente o livro escrito por este O Homem Contra Si Próprio. E qual o motivo dessas citações? Algumas pessoas podem pensar que o prof. Masaharu Taniguchi tenha se inspirado no citado livro para descrever sobre pecado, autopunição, autodestruição etc., mas isso não ocorreu, pois a Sutra Sagrada Chuva de Néctar da Verdade foi publicada oito anos antes do livro de Menninger. O motivo das citações é por Menninger descrever, como psiquiatra e psicanalista, a respeito da consciência de culpa da mesma forma que constam nos livros e sutras da Seicho-No-Ie. Ao longo de várias encarnações, vivemos diversas épocas, e os fatos estão registrados no nosso inconsciente. No livro Lições para o Cotidiano, cap. 29, consta: Citei na revista Josei no Risō (Ideal da Mulher) o caso de um menino que urinava na cama todas as noites. Como nenhum tratamento surtia efeito, seus pais procuraram o vidente Edgar Cayce. Este, com seu poder de clarividência, descobriu que, na encarnação anterior, esse menino fora pastor e perseguira cruelmente os médiuns e sacerdotisas. Ele os prendia a grilhões e lançava-os na água. O carma resultante desse ato cruel manifestava-se na encarnação atual sob a enurese noturna, fazendo com que ele molhasse todas as noites o seu corpo, apesar de ser crescido. Onde estariam ocultos os carmas acumulados na vida anterior a esta? Eles estão na mente... Quem carrega dentro de si sentimento de culpa por ter prosperado prejudicando alguém, seja nesta encarnação ou em algumas anteriores, mesmo que conscientemente não tenha a informação do que aconteceu, pela força cármica é arrastado para o caminho das dificuldades financeiras. Quem carrega sentimento de culpa por prejudicar a saúde de alguém passa a ter problemas de saúde ou reencarna em um novo corpo que sofre com doenças. Quem carrega sentimento de culpa por ter causado sofrimento a ex- noivo(a) geralmente é infeliz nos namoros ou casamento. Em A Humanidade é Isenta de Pecado, 11. ed., p. 21, o Mestre registra: Recentemente li a tradução do livro O Homem Contra Si Mesmo, de autoria do dr. Karl Menninger, um expoente da medicina psicossomática dos Estados Unidos. É um interessante livro de psicanálise que qualifica o contraditório desejo de autodestruição como “instinto de suicídio”, e as doenças crônicas como “suicídios lentos”. E explica, citando exemplos reais, que as doenças são curadas quando se corrige esse instinto de autodestruição. Na Sutra Sagrada Chuva de Néctar da Verdade, Capítulo “Sabedoria”, consta: “Todas as desarmonias e imperfeições nada mais são que pesadelos”. Por que desarmonias são pesadelos? Porque não está se manifestando a lei de Deus na nossa vida, isto é, não estamos vivendo o amor, e sim o oposto, que é o ódio. E por que imperfeição é pesadelo? Da mesma forma, a resposta é que não estamos vivendo como filhos de Deus. Sendo o pesadelo aquilo que dá força ativa à infelicidade, à doença, à desarmonia, à imperfeição, estas se assemelham às diabólicas opressões que, em sonho, podem nos fazer sofrer; mas, ao despertarmos, percebemos que não existe força alguma para nos oprimir. E vem a pergunta: “De onde vem essa força que nos causa sofrimento como doença, dificuldades financeiras, desarmonias etc.?”. Respostas: 1 – Há quem diga ser de satanás. Mas Deus é criador onipotente. Sendo Deus o único criador e amor absoluto, por que iria criar um ente para causar sofrimentos? No Gênesis consta que tudo que Deus criou Ele achou bom, e em nenhum momento cita que Deus tenha criado satanás. 2 – A força que nos oprime não foi criada por Deus. Portanto, não tem existência real, então podemos dizer que não é oficial, não é verdadeira. Deus é Verdade e tudo que Ele criou é verdadeiro e existente. E surge outra pergunta: “Então quem é o autor dessa força que nos oprime?”. A resposta é: a mente do homem. “Nada mais são que dores criadas em nossa própria mente e sofridas pela nossa própria mente”, assim explica a Sutra Sagrada Chuva de Néctar da Verdade. E vem outro questionamento: por que o homem criaria algo para fazê-lo sofrer? A resposta é: “por não revelar a perfeita e harmoniosa Imagem Verdadeira da Vida” que é a de filho de Deus, e se crê na imagem falsa “sou pecador”. A verdadeira imagem é a descrita no Gênesis 1, 27: “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. O que é fortemente registrado no subconsciente da pessoa a conduz conforme o pensamento registrado. Já tive a oportunidade de assistir a alguns casos de hipnose. Em um deles o hipnotizador disse ao hipnoti zado: – Para você, não existe o número 7. Agora, conte até 10. Ele contou: – 1, 2, 3, 4, 5, 6, 8, 9, 10. – E não mencionou número 7. – Você se esqueceu de um número – disse o hipnotizador, e com muita firmeza ele retrucou: – Não, senhor. – Então, conte outra vez. Contou, mas novamente não disse o número 7, isso porque o subconsciente não raciocina como a mente consciente. E por fim o hipnotizador disse: – Agora, existe para você o número 7. – E pediu para contar novamente. Ele contou e, desta vez, disse o 7. No livro A Humanidade é Isenta de Pecado, 11. ed., p. 65, cita: A ideia da existência do castigo de Deus e a ideia de que o ser humano é feito de matéria estão arraigadas no subconsciente da humanidade, sendo consequências disso todas as infelicidades deste mundo. Quando essas ideias errôneas são eliminadas, praticamente todas as doenças e infortúnios se extinguem. Eis por que um paralítico levantou-se e andou quando Jesus lhe disse: “Estão perdoados os teus pecados. (...) Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa”. Muitas pessoas se curam quando simplesmente lhes afirmo: “Você não tem pecado algum!”. Qual seria o motivo de o mestre Masaharu Taniguchi afirmar que: a ideia da existência do castigo de Deus e a ideia de que o ser humano é feito de matéria estão arraigadas no subconsciente da humanidade? Pelo fato de as pessoas trazerem no seu inconsciente muitos conceitos aprendidos nas vidas anteriores. Como prova disso, há o exemplo citado anteriormente de pessoas que foram soterradas ou enterradas vivas e que nas encarnações seguintes sofreram de claustrofobia, mas ao tomarem conhecimento desse fato se curaram. Os povos antigos faziam sacrifícios de animais e até de seres humanos com o intuito de apaziguar deus, pois acreditavam que esse deus castigava por causa dos pecados cometidos. Quando se diz os povos antigos, é comum as pessoas pensarem neles como se fossem grupos de pessoas diferentes delas, mas nós fizemos parte dos povos antigos. Nem tudo o que trazemos no nosso inconsciente se purifica em uma única encarnação, é poresse fato que os espíritos elevados são aqueles que se reencarnaram dezenas e dezenas de vezes e ao longo desse período se purificaram. São os chamados “espíritos veteranos”. Gratidão aos pais “Eu estou com Deus, portanto estou com tudo” – há pessoas que pensam que basta orar para Deus que já é suficiente. Para alcançarmos a verdadeira felicidade, é fundamental que estejamos harmonizados com tudo e com todos, mas a prioridade maior é harmonizar-se com os pais, por isso há na Revelação Divina da Grande Harmonia a seguinte citação: “Dentre os teus irmãos, os mais importantes são teus pais”. A definição do lugar e em qual família o espírito vai se reencarnar não é por acaso nem por sorteio, mas por ligação cármica e de acordo com a missão que ele tem a cumprir. Ramatis é um espírito muito elevado e sua última encarnação teria sido na Indochina no século IX ou X d.C. Entre seus ensinamentos, há um que diz: “Quantas vezes os pais de hoje são os próprios responsáveis por crimes cometidos no passado àqueles que depois reencarnam como seus filhos! Então cumpre-lhes a severa obrigação de reerguê-los moral e espiritualmente, amparando-os para alcançarem condições superiores. Da mesma forma, inúmeros filhos que participam das provas dolorosas dos seus pais também estão vinculados a eles por débitos semelhantes. Nos lares terrenos é muito comum que os algozes e as vítimas se ajustem espiritualmente, presos aos mesmos interesses e necessidades”. Quando se diz que a ligação pais-filhos é cármica, não significa que seja sempre carma negativo, mas também é carma positivo. A frase do mestre Masaharu Taniguchi exprime bem esse fato: “Para se chegar a Deus, há uma porta antes pela qual devemos passar: são os pais”. Eis o relato do preletor Antonio Carlos Barbosa: Meu nome é Antonio Carlos Barbosa, sou casado com Deise e tenho três filhos: Helena Mercedes, Pedro Ivo e Giovanni Ângelo. Moro em Brasília, Distrito Federal, e sou adepto da Seicho-No-Ie há 26 anos e preletor há oito anos. Sou do interior de São Paulo e minha esposa é de Recife, Pernambuco. Conhecemo-nos em Brasília, no ano de 1986, pois, após me formar em Direito, fui para Brasília fazer um curso de pós- graduação. Conheci Deise, que também fazia o mesmo curso, e em pouco tempo nos casamos. Inclusive a festa de conclusão do curso de pós-graduação foi no nosso casamento. Casamos em 25 de julho de 1987 e não tínhamos onde morar. Minha cunhada conseguiu para nós um apartamento alugado no Núcleo Bandeirante, no Distrito Federal, e uma amiga dela para ser a fiadora do contrato. O aluguel era de aproximadamente um salário mínimo e meio e achávamos que não teríamos problema de honrar o compromisso, afinal de contas éramos dois advogados com pós-graduação, que na época era muito difícil encontrar. Mas não foi bem assim; logo no primeiro mês a dificuldade se manifestou. Deise ficou grávida da nossa filha Helena, as despesas aumentaram cada vez mais e, para completar, Deise perdeu o emprego. Tínhamos poucos clientes, mal dava para custear as despesas de alimentação; vivíamos de ajuda da minha cunhada, dos meus pais, dos meus sogros, mas mesmo assim não era suficiente para nos manter em Brasília com o custo de vida muito alto. Certo dia, nossa fiadora, que passou a ser nossa amiga, apareceu em casa e, percebendo a dificuldade financeira, questionou: “Como dois advogados pós-graduados jovens e dinâmicos não conseguem se manter financeiramente?”. Nós dávamos desculpas sobre os problemas econômicos, dizíamos que não conseguíamos emprego público porque não tínhamos padrinhos que eram chamados de pistolão etc. Na época, eu estudava muito para concursos públicos, mas sem nenhum sucesso, e quando passava não era chamado; uma vez porque a classificação não era boa e, quando era boa, o concurso era cancelado. Até emprego nos classificados eu procurava sem sucesso. Vendo a nossa dificuldade, ela nos convidou para uma reunião no templo da Seicho-No-Ie, na 403/404 Sul, em um domingo. De início não vi muita utilidade em participar de uma reunião filosófica, enquanto eu precisava de dinheiro para pagar as contas. Mas por curiosidade aceitei o convite, na esperança de ouvir alguma coisa que me desse segurança para tomar a decisão de desistir de Brasília e voltar para São Paulo, para a casa dos meus pais. Então fomos à reunião. Quando chegamos lá, fomos recebidos por várias pessoas na porta nos reverenciando e dizendo “bom dia, muito obrigado!”. Para mim foi uma surpresa; até olhei para trás para saber se estavam falando comigo mesmo. E de início percebi o grande amor daquelas pessoas que nem me conheciam. Sentamos e aguardamos a reunião começar. Então anunciaram o palestrante: “Preletor Heitor Miyazaki”. O preletor discorreu sobre prosperidade, falando sobre a necessidade de se esforçar em atingir o objetivo. Eu retruquei: “Mas isso não é novidade nenhuma”. Naquela época eu vinha estudando muito, o dia todo, para conseguir passar num concurso, mas sem sucesso. Lembro-me, como se fosse hoje, de que me questionei mentalmente: “Eu quero saber o que vim fazer aqui, deveria estar estudando, pois daqui a 30 dias haverá o melhor concurso de todos, de procurador, e eu estou aqui perdendo meu tempo”. Mal acabei de concluir o pensamento e o preletor Heitor Miyazaki disse: “Se você acha que está aqui perdendo seu tempo, é porque lhe falta gratidão”. Novamente me questionei: “Que nada, quanto a respeitar os outros, tive boa educação, e sou diligente, esforçado, respeito todo mundo; acho que essa palestra não tem nada a ver comigo”. Mal terminei esse novo pensamento, o preletor asseverou, com voz firme: “Se você hoje é uma pessoa que não negligencia suas obrigações, é uma pessoa esforçada e cumpre todas as regras para obter sucesso das que falei aqui e, mesmo assim, não consegue um emprego, não consegue pagar suas contas, é porque você não tem gratidão a SEU PAI E SUA MÃE. Quantas vezes você agradeceu ao seu pai e à sua mãe?”. E ele continuou: “Se você não agradece a seu pai, comece hoje mesmo agradecendo ao papai, à mamãe e àquele com quem é casado e também ao sogro e à sogra. Agradeça 10 mil vezes por dia”. Aqueles cinco minutos de palestra me atingiram como uma flecha certeira. Nunca tinha ouvido aquilo de ninguém: “Agradecer a papai e mamãe pela sua vida”. Já tinha ouvido sobre respeitar, honrar, mas nem sabia o que isso significava. Logo que cheguei em casa, peguei um caderno quadriculado (aqueles de aritmética) e, em cada quadrinho, eu fazia dois riscos, cada risco um “obrigado, papai”, formando um X em cada quadradinho. Naquela noite fiz uma folha para “obrigado, papai”, uma folha para “obrigado, mamãe”, uma para minha sogra e outra para meu sogro. No dia seguinte, eu me senti bem disposto, mas achei que aquela prática não tinha sentido, então me lembrei do que a Deise dissera: “Carlos, vai logo, você vai perder o ônibus de novo”. Naquela época os ônibus eram muito escassos e passavam apenas três ou quatro vezes por dia do Bandeirante para o Plano Piloto, em Brasília. Eu respondi: “Não vou nem esquentar, pois na semana passada perdi o ônibus todos os dias, inclusive nos dias em que cheguei adiantado o ônibus tinha quebrado”. Naquela manhã saí de casa tranquilo, já esperando perder o ônibus. Cheguei à parada uns 20 minutos atrasado e, quando cheguei, qual foi a minha surpresa: o ônibus chegou junto comigo, também se atrasou uns 20 minutos. Achei uma coincidência incrível. Enquanto as pessoas reclamavam do ônibus atrasado, eu peguei o caderno e voltei a fazer agradecimento. Aquele dia deu tudo certo para mim, depois daquele dia nunca mais perdi um ônibus. Mas o problema financeiro ainda era muito grande, e eu tinha apenas mais uma chance em Brasília. Em 30 dias haveria um concurso público para procurador federal. Foram abertas apenas quatro vagas para mais de 5 mil candidatos. Um dos concursos mais concorridos da época, porque, além de ser um cargo de poucas vagas, o salário era alto e o aprovado poderia continuar advogando, prerrogativa que não era deferida aos demaiscargos da carreira jurídica. Seria o último concurso com essas vantagens. Era tudo que o profissional do Direito queria. Além de estudar, eu praticava diariamente o agradecimento a papai e mamãe, sogro e sogra, num total de duas horas, além de ler a sutra sagrada duas vezes por dia em gratidão aos antepassados, pelo menos, e participar das reuniões semanais da Associação Local. Passamos a fazer parte da Missão Sagrada e ser cotistas de revistas. Durante aqueles 30 dias de prática, eu acordava subitamente às 4 horas da manhã, para estudar antes de ir para o trabalho, e não sentia nenhum cansaço. E tudo dava certo, até um cliente apareceu e me pagou um valor que deu para eu pagar todos os débitos e ainda as contas do mês. Chegou o dia do concurso, foram várias provas. Recordo-me da última prova, sendo objetiva com dez questões pela manhã e prova prática à tarde; eu estava tão seguro que nem rascunho fiz. Quando terminei, os comentários eram sobre as dificuldades da prova, todos reclamaram da complexidade das questões. Aí bateu um medo misturado com dúvida: “Será que eu fui tão mal a ponto de não perceber essas dificuldades que todos estão falando?”. Saí da prova, peguei o meu caderno e voltei a fazer a prática de agradecimento. Fui para casa, onde minha esposa me esperava, também lendo a sutra sagrada, com minha querida e amada filha recém-nascida. Na segunda-feira foi anunciado que o resultado sairia em 30 dias. Nesses 30 dias seguintes, pratiquei intensamente a gratidão aos pais. E senti quanto os pais amam os filhos. Naqueles dias, senti uma segurança tão grande que, passando ou não no concurso, eu tinha a certeza de que eu era um homem de sucesso e que tudo que eu fizesse daria certo. O escritório que eu tinha com minha esposa rapidamente começou a ter clientes, motivando o nosso trabalho. Certa manhã, ao sair do ônibus, um colega me informou que todos estavam indo para a procuradoria, pois o resultado havia sido divulgado e a lista dos aprovados estava afixada no mural. Como todos estavam indo para lá, eu também fui, mas a passos curtos, pois todos correram na minha frente. Recordo-me de que a maioria dos candidatos já eram profissionais consagrados, tanto como advogados, delegados e alguns como juízes estaduais, todos com experiência profissional e na faixa dos 35 anos de idade; e eu ainda com 24 anos de idade, andando de ônibus com os livros debaixo dos braços. Acabei ficando por último para visualizar o resultado e, pacientemente (morrendo de medo), esperei a minha vez para ver a relação de aprovados para aquelas quatro vagas. Percebi que todos voltavam com a expressão de decepção. Durante aqueles minutos até chegar ao mural, eu só agradecia a papai, mamãe, sogro e sogra; fui me aproximando, e as pessoas que estavam mais próximas do mural, algumas conhecidas, me deram passagem como se eu fosse um protagonista de uma peça teatral, então fui me aproximando e percebi que a lista de aprovados era pequena, me aproximei mais, e mais, até chegar bem perto, para ler que, das quatro vagas, somente uma havia sido preenchida, e lá estava o nome do único aprovado: ANTONIO CARLOS BARBOSA, o meu nome! E sobraram três vagas para o próximo concurso. Depois daquele dia, intensifiquei ainda mais as práticas da Seicho- No-Ie, participando ativamente das atividades. Tornei-me diretor da Associação Local da Fraternidade e minha esposa da Associação Pomba Branca do Núcleo Bandeirante, posteriormente tornamo-nos divulgadores e, hoje, somos preletores. Profissionalmente, aos 25 anos assumi a procuradoria, aos 29 fui nomeado corregedor-geral do INSS, assumi a cadeira de professor de Direito Previdenciário e Tributário de uma Universidade de Brasília-DF; fui assessor da Presidência da República no Palácio do Planalto com o Presidente Fernando Henrique, depois com o Presidente Lula; fui um dos criadores da Corregedoria-Geral da Advocacia-Geral da União e da Controladoria-Geral da União, onde exerci também o cargo de assessor, e este ano fui condecorado com o título Embaixador da Paz pelo Congresso Nacional. O escritório de advocacia da minha esposa cresceu muito e hoje conta com mais de 5 mil clientes em todo o país e no exterior. E, para completar minha alegria de ser Seicho-No-Ie, eu e minha maravilhosa esposa tivemos o prazer de recepcionar em Brasília, para o Seminário da Luz, a pessoa responsável pelo nosso despertar nessa filosofia maravilhosa: o preletor Heitor Miyazaki. MUITO OBRIGADO. Na verdade a honra foi minha em ser recepcionado por um casal tão ilustre! O livre-arbítrio Cada um tem o seu modo de viver, e isso é livre-arbítrio. Pode-se escolher viver carrancudo ou sorridente, de forma pessimista ou otimista, com sentimento de gratidão ou ingratidão, retraído e sempre com medo ou de forma corajosa, benquisto por todos ou antipático, prestativo em ajudar ou ser egoísta. Desconheço o autor da história a seguir. Por retratar sobre o livre-arbítrio e a escolha da decisão que podemos ter diante de cada situação, gostaria de compartilhar com todos: A história de Jerry Jerry era um tipo de pessoa adorável. Ele sempre estava de alto- astral e sempre tinha algo positivo para dizer. Quando alguém lhe perguntava: “Como vai você?”, ele respondia: “Melhor que isso, só dois disso!”. Ele era o único gerente de uma cadeia de restaurantes, porque todos os garçons seguiam seu exemplo. A razão dos garçons seguirem Jerry era por causa de suas atitudes. Ele era naturalmente motivador. Se algum empregado estivesse tendo um mau dia, Jerry prontamente estava lá, contando ao empregado como olhar pelo lado positivo da situação. Observando seu estilo, realmente fiquei curioso, então um dia eu perguntei a Jerry: – Eu não acredito! Você não pode ser uma pessoa positiva o tempo todo... Como você consegue? E ele respondeu: – Toda manhã eu acordo e digo a mim mesmo: “Jerry, você tem duas escolhas hoje: escolher estar de alto-astral ou escolher estar de baixo-astral”. Então eu escolho estar de alto-astral. No momento em que acontece alguma coisa desagradável, eu posso escolher: ser vítima da situação ou aprender algo com isso; eu escolho aprender com isso! Todo momento alguém vem reclamar da vida comigo, eu posso escolher aceitar a reclamação, ou posso apontar o lado positivo da vida para a pessoa. Eu escolho apontar o lado positivo da vida. Então, eu argumentei: – Tá certo! Mas não é tão fácil assim! – É fácil sim – Jerry disse. – A vida consiste de escolhas. Quando você tira todos os detalhes e enxerga a situação, o que sobra são escolhas, ou seja, as decisões a serem tomadas. Você escolhe como reagir às situações. Você escolhe como as pessoas vão afetar no seu astral. Você escolhe estar feliz ou triste, calmo ou nervoso... Em suma, é escolha sua como você vive sua vida! É uma história que aprecio muito. Não sei se é verídica ou não, mas isso pouco importa, o que importa são as lições de vida que podemos obter. As boas fábulas são histórias criadas que deixam no subconsciente das crianças boas sementes. Levam-nos à autorreflexão e também a pensar melhor antes de qualquer decisão. Mostra como o ego pode conduzir a vida a momentos tristes e como pode torná-la simples. Em outras palavras, quem cria situações embaraçosas somos nós próprios. Viver de modo simples, com sabe doria, é o melhor caminho, pois é o caminho para a felicidade. O famoso filósofo chinês Confúcio (551 a.C.-479 a.C.) disse: “Não vingues, da vingança vem o arrependimento”. Sabedoria de Agasha No livro A Verdade, v. 8, 11. ed., pp. 153-166, constam mensagens de sabedoria de um iluminado chamado Agasha, que foi um líder religioso no Egito há 7 mil anos. Entre 70 textos inseridos no livro, há o seguinte: “Não se envolva com o mal e com lutas. Procure meditar sobre a lei da causa e efeito, que age em seu íntimo e ao seu redor. Afaste o mal com a harmonia de sua mente”. Quando se compreende a lei da causa e efeito, aquele que pensou ser vítima de uma situação chegará à conclusão de que se tratou da colheita (carma plantado por ele) e que ninguémé vítima por acaso, que a ação criada por ele é que gerou uma reação; e esta ação (carma) pode ter sido criada na última encarnação, penúltima, duas, três, sete anteriores, ou seja, o efeito do carma nem sempre ocorre na encarnação seguinte. Lei da causa e efeito ou lei do carma referem-se à mesma lei. É a lei da compensação, é lei que mostra as nossas ações. A palavra “karma ou carma” vem do sânscrito e significa “ação”. Há pessoas que utilizam a palavra “destino” referindo-se ao carma, mas na realidade o carma não influi integralmente, conforme vimos no início do livro. “Eu tenho de pagar o carma? Não tem saída?” A lei da causa e efeito não foi criada por Deus para nos castigar. Como filhos de Deus, também temos o poder da criação e, junto com o livre- arbítrio, podemos criar (colher) fatos bons ou não, ou seja, devemos compreender que o poder da criação dado ao homem pode refletir em sua vida como um espelho. Por isso o budismo diz que tudo é projeção da mente. No livro A Humanidade é Isenta de Pecado, 11. ed., p. 21, consta: Por que a humanidade faz guerras apesar de buscar a paz? Poucos são os que conhecem a sua verdadeira causa. A humanidade, apesar de buscar o caminho para a Vida, parece seguir o caminho da morte. Isso se deve ao fato de o homem não saber que ele é, na sua essência, um ser espiritual puro e imaculado, e de estar praticando autopunição e autodestruição, levado pela ideia cristã de pecado original ou pela ideia budista sobre a inexorabilidade do carma. A autopunição está na crença inconsciente de que o carma não muda é inexorável, severo, inflexível, que não tem perdão. O próprio título do livro O Homem Contra Si Próprio, de Menninger, retrata isso. Na Sutra Sagrada Chuva de Néctar da Verdade consta: “Aquele que conhece a Imagem Verdadeira da Vida transcende a causalidade e alcança a liberdade harmoniosa da Vida, que é originariamente sem distorções”. E no Capítulo “Sabedoria”, a sutra diz: “(...) nós é que nos oprimimos com a nossa própria mente” e que a força que nos oprime, nas doutrinas que admitem Buda, chama-se ilusão e, nas doutrinas que admitem Deus, chamam- na de pecado. É a palavra pecado que, no nosso inconsciente, vibra como punição, castigo, apesar de sabermos conscientemente que Deus não castiga, porque é amor absoluto. No livro A Humanidade é Isenta de Pecado, 11. ed., p. 178, o Mestre diz: Também nos tempos bíblicos, houve pessoas que perguntaram a Jesus acerca da relação entre o pecado e a ocorrência de infelicidades, doenças etc. A resposta de Jesus Cristo foi a seguinte: “Pensais que esses foram mais pecadores do que todos os galileus, por terem padecido tais coisas? Não, eu vos digo; antes, se não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis. Ou pensais que aqueles dezoito sobre os quais caiu a torre de Siloé e os matou foram mais culpados do que todos os outros habitantes de Jerusalém? Não, eu vos digo; antes, se não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis” (Lucas 13. 2-5). O pecado acaba sempre se manifestando concretamente. Mesmo que as consequências do pecado não estejam manifestadas em vocês agora, devem arrepender-se, pois, caso contrário, o pecado – “o aspecto em que a Imagem Verdadeira perfeita está encoberta”, ou o “aspecto imperfeito” – fatalmente acabará por se manifestar concretamente e chegará a hora de vocês sofrerem as consequências infelizes. Este foi o ensinamento de Jesus Cristo. A explicação de Jesus Cristo está clara, mas nem todos entendem na época atual. Resumindo de forma simples o texto que Cristo disse: o fato de 18 pessoas falecerem com a queda da torre de Siloé não significa que elas eram mais pecadoras do que as demais. Há pessoas que passam a ter sentimento de culpa enorme por cometer um pequeno deslize e outras que, com muito mais deslizes, não sentem peso na consciência. Observe que o foco da explicação é a palavra “arrepender-se”, por esse motivo o mestre Masaharu Taniguchi escreveu em negrito. Por exemplo: suponha que uma senhora entra no metrô de São Paulo e vê o assento normal e preferencial reservado para idosos e deficientes, mas ocupa o assento normal. O trem vai ficando cheio a cada estação, não restando nenhum assento vazio, e, quando entra uma idosa e fica de pé, aquela senhora, vendo a idosa de pé, pensa em ceder seu lugar a ela, mas reflete: “Quem deve ceder é aquela jovem que está ocupando assento preferencial”, então permanece sentada. De repente o trem freia bruscamente, e a senhora idosa cai e quebra um braço. Ven do-a sofrer, pensa: “Se ela estivesse sentada, não iria acontecer isso, mas quem deveria ceder o assento era aquela jovem que não devia se sentar no assento preferencial”, assim se justificava, mas vem também outro pensamento: “Mas custava dar o meu assento? Não importa se há pessoas egoístas e insensíveis. eu deveria fazer minha parte”. E o sentimento de culpa a deixa triste o resto do dia. Passado alguns meses, quando já havia se esquecido do fato, andando perto de uma feira, ela escorrega na casca de banana e cai. Quebra o braço. Por que isso aconteceu? Foi castigo de Deus pelo fato de não ter cedido o lugar para a idosa? A resposta é não. O carma não significa pagamento obrigatório. Charles Breaux diz: “A dinâmica do carma não pretende nos punir. Do ponto de vista cármico, a punição é sempre autoinfligida”. O sentimento de culpa que leva a pessoa pensar “eu sou uma pessoa má, por isso mereço ser castigada” é que a arrasta para o sofrimento, como consta na Sutra Sagrada Chuva de Néctar da Verdade “dores criadas pela nossa própria mente e sofridas pela nossa própria mente”. Eu estava com cerca de 16 anos quando a minha avó me contou um fato ocorrido no mês anterior. O meu avô fez uma palestra no bairro chamado Vila Nivi (Zona Norte do município de São Paulo), quando uma menina de 5 anos segurava o seu paletó. Nesse instante, ele passou a mão sobre a cabeça da menina e disse: “Você é filha de Deus, amável e maravilhosa, não é?”. No dia seguinte, os pais foram até a Sede Central da Seicho-No-Ie procurando pelo meu avô: – Por favor, gostaríamos de falar com o preletor Shunki Yamada. A pessoa que os atendeu disse-lhes: – Ele não está, é só com ele? Posso ajudá-los? E o marido disse: – Nós viemos aqui para agradecer ao prof. Yamada. Ontem ele fez uma palestra na associação que frequentamos e, após o término da palestra, a nossa filha ficou ao lado dele. E, quando ele pôs a mão sobre a cabeça dela dizendo “você é filha de Deus, maravilhosa”, aconteceu um milagre: essa nossa filha era cega de nascença e naquele instante passou a ver! A menina carregava no inconsciente o sentimento de culpa por ter causado algum mal nos olhos de alguém, e em seu subconsciente estava registrado: “Sou pessoa má, pecadora, por isso tenho de pagar por esse pecado”. Como consequência disso, havia o desejo inconsciente de pagar o pecado; nascendo cega. No entanto, ao ouvir a frase totalmente oposta, “você é FILHA DE DEUS, é amável e harmoniosa”, despertou para a Verdade: “SOU FILHA DE DEUS!”. A palavra arrependimento pode ser interpretada de modo equivocado, como autocondenação. No dicionário Aulete, consta: 1) mudar de ideia, 2) remorso, 3) lamentar o mal praticado. Nas citações bíblicas, menciona-se o arrependimento não para que se fique com remorso e lamentações, mas para que se “mude de ideia”, mude-se o modo de pensar de “você é pecador, é filho do pecado” para o modo “você é filho de Deus”. O objetivo do carma não é punir Paramahansa Yogananda nasceu no dia 5 de janeiro de 1893 (mesmo ano em que nasceu o mestre Masaharu Taniguchi e também Karl Menninger). Ele foi um iogue iluminado que nasceu na Índia e que se mudou para os Estados Unidos, para realizar o seu trabalho de iluminação, onde fundou a Self- Realization Fellowship. Em uma de suas aulas, Yogananda falou para um dos seus alunos: “Você está confundindo carma com sentença. Muitos cometem esse erro, mas carma significa apenas ação”.(2) Outro aluno fez-lhe a seguinte pergunta: – Mestre, o carma é apenas individual
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