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Endereçamento IP e divisão em sub redes SST Sartori, Jeanfrank Teodoro Dantas Endereçamento IP e divisão em sub redes I / Jeanfrank Teodoro Dantas Sartori Ano: 2020 nº de p.: 12 Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados. Endereçamento IP e divisão em sub redes 3 Apresentação Neste momento, iremos estudar sobre o endereçamento IP e seus principais aspectos de funcionamento. Vamos iniciar pela estrutura de endereço IPv4. Na sequência, veremos sobre rede, host, endereço de broadcast, máscara de sub-rede, unicast, broadcast e multicast IPv4. E finalizaremos nosso estudo analisando os principais aspectos dos endereços públicos e privados, além da divisão de uma rede IPv4 em sub-redes. Estrutura de endereço IPv4 O endereçamento IP é um dos fundamentos centrais da internet e das redes de computadores mais comuns. Compreender sua estrutura e seu funcionamento é, portanto, de suma importância para o profissional de TI, em especial em áreas mais focadas em redes. Um endereço IP (Internet Protocol, ou Protocolo de Internet), em uma rede TCP/IP típica, é o identificador de um dispositivo (hospedeiro) a ela conectado em termos da camada de rede. Deste modo, é um pressuposto básico que em uma rede ou sub-rede cada endereçamento é único. Curiosidade Caso um segundo dispositivo assuma o mesmo endereço, ambos os dispositivos tendem a ficar indisponíveis até que o conflito de IP seja solucionado. (KUROSE; ROSS, 2013) 4 Diversos dispositivos conectados a uma rede local comunicando entre si e com a internet Fonte: Kurose e Ross (2013). Nesse contexto, outro elemento importante são os roteadores, pois permitem que um dispositivo associado, por exemplo, a uma sub-rede, possa acessar outras sub-redes ou a internet, que estariam a ele inacessíveis de forma direta devido a restrições de endereçamento direto, como máscaras distintas. (KUROSE; ROSS, 2013) Para que o roteador possa exercer esse papel, ele necessita de múltiplas interfaces (ao menos duas), cada uma delas associada a um IP diferente e, normalmente, uma sub-rede distinta, ao contrário do que ocorre com PCs e outros dispositivos que costumam ter uma única interface, portanto, um único endereço IP. Assim, atente-se que, a rigor, o endereço IP é único para uma interface, porém, não necessariamente único para cada dispositivo. (KUROSE; ROSS, 2013) O endereço IPv4 possui um tamanho de 32 bits ou 4 bytes, permitindo um total de 232 endereços distintos. (SOARES; LEMOS;COLCHER, 1995) 5 Sua notação apresenta quatro blocos de números decimais de 8 bits cada, separados por pontos. Cada um desses números está contido na faixa de 0 até 255, portanto não se pode confundir o endereço com um número comum. São exemplos de endereços IPv4: 192.168.1.15, 192.168.100.1, 10.10.0.1 e 200.201.178.254. Como é padrão em dispositivos eletrônicos, na realidade esses números decimais são mera apresentação amigável para a interação humana, porém efetivamente são armazenados e transmitidos em sua forma binária. Por exemplo, a forma em blocos decimais 192.22.21.15 corresponde, na forma binária, a 11000000.00010110.00010101.00001111. Note que a divisão em blocos é mantida em ambas as formas. Curiosidade Para saber mais: Escalas numéricas e conversões de bases: https://www.youtube.com/watch?v=fA6JYd28nxs. Saiba mais Rede, host e endereço de broadcast IPv4 Tem-se uma visão genérica de que rede é simplesmente um conjunto de dispositivos conectados entre si. Todavia, no contexto do uso de IP, temos uma definição um pouco mais específica e restrita, a ponto de estar indissociavelmente incorporada ao próprio endereçamento. Por isso, o próprio endereço IP limita o dispositivo a uma faixa de outros endereços que a ele estará disponível, determinando assim a rede à qual estará conectado. Para isso, um ou mais blocos podem ser usados para especificar essa rede e o restante faz a identificação do dispositivo. (SOARES; LEMOS; COLCHER, 1995) https://www.youtube.com/watch?v=fA6JYd28nxs 6 Esse método estabelece, portanto, quatro classes de endereços IPv4, conforme podemos observar na tabela a seguir. Em cada classe, há o uso de diferentes partes do endereço IP para definir a rede Classe Blocos do Endereço da Rede Blocos do Endereço do Hospedeiro (dispositivo) A 1.º 2.º ao 4.º B 1.º e 2.º 3.º ao 4.º C 1.º ao 3.º 4.º D 1.º ao 4.º Nenhum Fonte: Elaborada pelo autor (2019). Desse modo, em um endereço comum como 192.168.2.145, tratando-se de uma classe C, podemos afirmar que a rede é contemplada em 192.168.2, e que o dispositivo é identificado pelo quarto bloco (145). Notou que os endereços da Classe D não possuem bloco para a identificação do dispositivo? Não parece estranho? Esses endereços são chamados de multicast e serão estudados mais adiante. Também existe um tipo especial de endereço chamado de broadcast, que é formado pela soma (em números binários) do endereço IP com a máscara de sub-rede invertida, ou seja, escrita da direita para a esquerda. Estudaremos o seu uso e razão de existir ainda nesta unidade. Máscara de sub-rede IPv4 A identificação da classe de um endereço é feita por uma notação “/X” ou “X”, que representa o número de bits que correspondem à rede – lendo-se da esquerda para a direita –, o que é conhecido como máscara de sub-rede. Desse modo, no exemplo que vimos há pouco, o endereço poderia ser melhor exposto como 192.168.2.145/24, que demonstra que os 24 primeiros bits (3 primeiros blocos x 8 bits cada) definem a rede a qual o endereço pertence, bem como expõem o fato de que ele pertence à classe C. 7 Uma outra notação comum para a máscara de sub-rede utiliza o padrão de quatro blocos e os números 255 e 0. O primeiro é utilizado para indicar a rede, e zero para os blocos disponíveis para alocação de endereços aos dispositivos. Assim, voltando ao nosso exemplo, a máscara de sub-rede “/24” também poderia ser apresentada no formato 255.255.255.0. Os endereços IP são utilizados para identificar todos os dispositivos conectados a Internet. Sua estrutura precisa estar organizada para garantir que essa identificação seja eficiente, permitindo separá-los por funções específicas e apontar em qual localidade determinado endereço está sendo utilizado. Assista o vídeo: https://www. youtube.com/watch?v=jnuHODaLcO8. Saiba mais Unicast, broadcast e multicast IPv4 Unicast é a forma mais elementar de transmissão de dados. Nela, um endereço IP único de uma interface comunica-se com outro endereço único. Um exemplo bastante simples é o envio de uma página para uma impressora. Não há benefício algum em que outros dispositivos participem desse processo. Quanto ao broadcast, cuja construção do endereço discutimos anteriormente nesta unidade, trata-se de uma transmissão que parte de um remetente e vai para todos os destinatários dentro de uma rede. Um exemplo de seu uso é a resolução de endereços (Protocolo ARP). Para visualizar melhor como o endereço de broadcast é obtido, acesse o link a seguir e simule vários IPs: https:// remotemonitoringsystems.ca/broadcast.php. Saiba mais https://www.youtube.com/watch?v=jnuHODaLcO8 https://www.youtube.com/watch?v=jnuHODaLcO8 https://remotemonitoringsystems.ca/broadcast.php https://remotemonitoringsystems.ca/broadcast.php 8 Por fim, existe uma classe específica, a D, para o tipo de transmissão multicast, adotada para envio simultâneo de um volume grande de dados, como streaming de áudio ou vídeo. A forma como é concebida permite que todos os clientes dentro do grupo multicast “ouçam” um único envio enviado pela origem, sem necessidade de encaminhamentos individuais, diminuindo expressivamente a taxa de uso da rede em comparação com a execução do mesmo processo em Unicast. Os diferentes modos de transmissão – unicast, broadcast e multicast – são fundamentais para que as redes funcionem Fonte: Plataforma Deduca (2019). Há faixas de endereços reservadas para diferentes finalidades.Funcionalmente, os endereços IP podem ser divididos em três tipos: Unicast, Anycast e Multicast. Vamos tentar entendê-los. https://www.youtube.com/watch?v=63M61wttuMk. Saiba mais https://www.youtube.com/watch?v=63M61wttuMk 9 Endereços IPv4 públicos e privados Até aqui, tratamos simplesmente de redes de modo genérico; todavia, podemos entendê-las de modo mais específico, como redes locais ou redes privadas. Em outras palavras, uma rede funciona entre computadores física e/ou logicamente associados, como em uma empresa ou em uma residência, por exemplo. Lembrando que uma rede local pode conter dispositivos em locais fisicamente distintos, por meio de uma Virtual Private Network (Rede Privada Virtual – VPN). Contudo, em nossa realidade, comumente não basta o acesso local, sendo necessária a conexão com a internet para que sistemas, e-mail e outras funcionalidades fundamentais estejam disponíveis. Por outro lado, pastas de arquivos, sistemas internos e outros dados de uso da organização não devem estar disponíveis externamente. Para solucionar essas questões, o protocolo IP e a arquitetura da internet fazem uso de endereços públicos e privados. Todos os exemplos que vimos até aqui tratam-se de endereços privados, ou seja, atribuídos de forma autônoma e independente pelos administradores de redes. No entanto, não há propriedade sobre esses endereços. Se sua máquina possui um endereço local 192.168.2.22, podem existir incontáveis outros dispositivos que usem o mesmo endereço em suas respectivas redes locais. Conforme estudamos anteriormente, duas interfaces não podem ter simultaneamente o mesmo endereço em uma rede. Isso significa que se simplesmente interligássemos todas as redes locais, mantendo seus endereços, provavelmente nenhum dispositivo no mundo conseguiria qualquer comunicação, por mero conflito de IP. Por essa razão, seu modem de conexão com a internet possui para sua interface externa um endereço do tipo público, que possui um controle por meio da entidade reguladora Internet Assigned Number Authority (IANA). Atenção 10 Na prática, isso ocorre da seguinte forma: as empresas que comercializam a internet aos seus clientes compram faixas de endereços públicos junto a entidade reguladora e passam a ter autonomia para atribuir endereços públicos individuais àqueles a ela conectados. Assim, em toda conexão à internet, o endereço local não é exposto, mas sim o endereço público. Em outras palavras, em uma rede local com 100 equipamentos, todos eles terão o mesmo endereço público com o qual a empresa se conecta à internet. Comparação dos Ranges dos Endereços IP Públicos e Privados nas Classes A, B e C. Classe Endereços IP Públicos Privados Início Fim Início Fim A 0.0.0.0 126.255.255.255 10.0.0.0 10.255.255.255 B 128.0.0.0 191.255.255.255 172.16.0.0 172.31.255.255 C 192.0.0.0 223.255.255.255 192.168.0.0 192.168.255.255 Fonte: Elaborada pelo autor (2019). Divisão de uma rede IPv4 em sub-redes Em alguns cenários, como em uma empresa com muitos departamentos, pode ser necessário fazer subdivisões em uma rede, a fim de proteger informações ou mesmo otimizar as comunicações entre os dispositivos. Para isso, é possível manipular a máscara de sub-rede para dividir a rede natural em sub-redes. Nesse caso, em vez de considerarmos somente blocos inteiros para definir a rede, podemos usar alguns bits do bloco seguinte para estabelecermos uma sub-rede. Portanto, como vimos, um endereço típico da classe C usa os três primeiros blocos do endereço para definir a rede, sendo uma de suas notações o “/24” (3 blocos de 8 bits cada). Se utilizarmos, no entanto, a notação “/27”, criaremos oito sub-redes ao utilizarmos os três primeiros bits (na forma binária) do último bloco para sua identificação. Nesse exemplo, cada sub-rede suportaria 30 endereços distintos. 11 O cálculo de sub-redes e as respectivas quantidades de endereçamentos possíveis nem sempre é tarefa trivial. Vários sites oferecem ferramentas que auxiliam nessa tarefa. Sugerimos que consulte o link a seguir, pois tem opções bem completas: http:// ferramentas.lymas.com.br/ipcalc. Saiba mais Fechamento Estudamos sobre o endereçamento IP e seus principais aspectos de funcionamento. Vimos os conceitos referentes a estrutura de endereço IPv4: rede, host, endereço de broadcast, máscara de sub-rede, unicast, broadcast e multicast. E por fim, vimos os principais aspectos dos endereços IPv4 públicos e privados, além da divisão de uma rede em sub-redes. http://ferramentas.lymas.com.br/ipcalc http://ferramentas.lymas.com.br/ipcalc 12 Referências KUROSE, J. F.; ROSS, K. W. Redes de computadores e a internet: uma abordagem top- down. 6. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013. SOARES, L. F. G.; LEMOS, G.; COLCHER, S. Redes de computadores: das LANs, MANs e WANs às redes ATM. 6. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1995.
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