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E-book Direito Processual Civil - Prof Leonardo Fetter

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Ceisc OAB 
Ebook Processo Civil 
 
 
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Ceisc OAB 
Ebook Processo Civil 
 
 
2 
 
 
 
 
 
Olá! Boas-Vindas! 
 
Cada material foi preparado com muito carinho para que você 
possa absorver da melhor forma possível, conteúdos de 
qualidade! 
Lembre-se: o seu sonho também é o nosso! 
Bons estudos! Estamos com você até a sua aprovação! 
 
Com carinho, 
Equipe Ceisc. ♥ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ceisc OAB 
Ebook Processo Civil 
 
 
3 
 
 
 
 
 
2ª FASE OAB | CIVIL | 39º EXAME 
 
Processo Civil 
Prof. Me. Leonardo Fetter 
 
 
Sumário 
 
 
1. Das normas processuais Civis e Princípios Constitucionais e Processuais ................. 5
1.1 Princípios Constitucionais e Processuais ......................................................... 5
2. Da Função Jurisdicional ........................................................................................ 8
2.1 Da Jurisdição e da Ação ................................................................................... 8
2.2 Rito ou procedimento........................................................................................ 9
3. Dos limites da jurisdição Nacional e da Cooperação Internacional ........................... 11
3.1 Competência .................................................................................................. 11
4. Dos Sujeitos do processo .................................................................................... 15
4.1 Das Partes e dos Procuradores ...................................................................... 15
4.2 Do Litisconsórcio ............................................................................................ 19
4.3 Da Intervenção de Terceiros .......................................................................... 21
4.4 Dos Impedimentos e da Suspeição ................................................................ 23
4.5 Do Ministério Público ...................................................................................... 25
5. Dos Atos Processuais .......................................................................................... 26
5.1 Da Forma, do Tempo e do Lugar dos Atos Processuais ................................ 26
5.2 Da Comunicação dos Atos Processuais ......................................................... 30
6. Da Tutela Provisória ......................................................................................... 34
6.1 Disposições Gerais - arts. 294 a 299 .............................................................. 34
7. Formação, Suspensão e Extinção do processo ............................................... 39
7.1 Da Formação do Processo ............................................................................. 39
7.2 Da Suspensão do Processo ........................................................................... 39
Ceisc OAB 
Ebook Processo Civil 
 
 
4 
 
7.3 Da Extinção do Processo ............................................................................... 39
8. Do Processo de Conhecimento e do Cumprimento de Sentença ..................... 40
8.1 Do Procedimento Comum .............................................................................. 40
8.2 Do Cumprimento da Sentença ....................................................................... 74
9. Do Processo de Execução ............................................................................... 78
9.1 Execução de título extrajudicial, penhora, impenhorabilidade, fraude a 
execução, embargos à execução ......................................................................... 78
9.2 Cumprimento de sentença, impugnação, execução de alimentos .................. 86
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para 
a 2ª Fase OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. Além disso, 
recomenda-se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente. 
 
Bons estudos, Equipe Ceisc. 
Atualizado em setembro de 2023. 
Ceisc OAB 
Ebook Processo Civil 
 
 
5 
 
 
 
1. Das normas processuais Civis e Princípios 
Constitucionais e Processuais 
 
Prof. Leonardo Fetter 
@prof.fetter 
 
O Direito Processual Civil emerge, no mundo jurídico, com uma função bem específica – 
regular as formas, meios e maneiras de o cidadão buscar seu direito material perante o Poder 
Judiciário. 
Aparece, então, como forma de igualdade, já que fixa as mesmas normas para todos os 
cidadãos, indistintamente, e como instrumento, pois busca o reconhecimento do direito material 
pretendido. 
Dessa forma, e com esse objetivo, existem alguns conceitos básicos que devem ser 
entendidos e fixados, sendo eles: 
* Para todos verem: esquema. 
 
 
 
 
1.1 Princípios Constitucionais e Processuais 
Princípio do devido processo legal: O direito ao processo é uma das garantias 
constitucionais, direito fundamental previsto no art. 5º, inciso XXXV, portanto, é um princípio 
constitucional e processual. 
O devido processo legal está relacionado com os outros princípios, como contraditório, 
ampla defesa. 
 
Princípio do contraditório: É uma ideia de reação: sempre que houver a possibilidade 
de uma decisão judicial contra uma das partes, essa parte tem que ser ouvida, tem que ser dada 
a oportunidade de a parte se manifestar. Objetivamente, é o direito de reação – garante às partes 
a oportunidade de se manifestar em todos os atos do processo, e tratamento paritário para 
dialogar com o juiz, sob pena de nulidade, não podendo, assim, o juiz julgar qualquer ação sem 
JURISDIÇÃO AÇÃO
RITO |
PROCEDIMENTO
COMPETÊNCIA 
Ceisc OAB 
Ebook Processo Civil 
 
 
6 
 
que os litigantes tenham tido a oportunidade de se defender. Veja o art. 9º do CPC: “Não se 
proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida”. 
Exceção: o juiz pode decidir sem dar a oportunidade de uma das partes se manifestar, 
conforme o parágrafo único do art. 9º do CPC. 
 
Importante, Cabeçones! 
O juiz não pode proferir nenhuma decisão sem antes ter ouvido todas as partes. É vedada 
a decisão-surpresa, até mesmo quando se tratar de matéria que deva ser decidida de ofício. 
O art. 10 do CPC traz que todas as decisões devem ser fundamentadas, ou seja, juiz deve 
apresentar para as partes o motivo pelo qual ele chegou à determinada decisão. Quanto a esses 
fundamentos, é obrigatório ter sido oportunizado o debate nos autos. 
 
Princípio da publicidade dos atos processuais: Está previsto nos arts. 5º, LX, e 93, IX, 
ambos da CF e arts. 11, caput, e 368, ambos do CPC. Impõe que sejam públicos os julgamentos 
dos órgãos do Poder Judiciário, e justifica-se no fato de haver interesse público maior que 
somente das partes, pois visa a garantia da paz e harmonia social. 
Importante recordar a exceção deste princípio: processos que tramitam com segredo de 
justiça (art. 189 do CPC). 
 
Princípio da isonomia: Trata-se de um princípio que visa dar tratamento igual às partes, 
objetivando um processo justo e equilibrado. Encontra-se presente no art. 5º, caput, da 
Constituição Federal, bem como no art. 7º do CPC: “É assegurada às partes paridade de 
tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, 
aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo 
efetivo contraditório”. 
 
Princípio da imparcialidade: O princípio do juiz natural determina que as partes têm 
direito a um julgamento realizado por um juiz competente e imparcial (art. 5º, LIII e XXXVII, da 
CF). 
O primeiro inciso desse artigo dispõe que ninguém será processado nem sentenciado 
senão pela autoridade competente, e o segundo, dispõe que não haverájuízo ou tribunal de 
exceção. 
Ceisc OAB 
Ebook Processo Civil 
 
 
7 
 
Requisitos para caracterização do juiz natural: a) o julgamento deve ser proferido por 
alguém investido de jurisdição; b) o órgão deve ser preexistente; c) a causa deve ser submetida 
ao juiz competente, de acordo com as regras postas pela CF e por lei. 
Princípio da motivação das decisões judiciais: Este princípio disciplina que todas as 
decisões judiciais devem obrigatoriamente ser fundamentadas, de acordo com o art. 93, inciso 
IX, da Constituição Federal e art. 11 do CPC. 
 
Princípio da boa-fé processual: Este princípio visa o bom comportamento das partes: 
com boa-fé, lealdade e urbanidade (art. 5º do CPC); está ligado ao princípio da dignidade da 
pessoa humana. A parte que agir com má-fé pode ser penalizada com multa – art. 81 do CPC. 
Além disso, as práticas consideradas de má-fé estão previstas no art. 80 do CPC. 
 
Princípio da duração razoável do processo: O princípio da duração razoável do 
processo é também conhecido como princípio da celeridade processual. Não há na lei uma 
predeterminação de duração do processo, todavia não se pode tolerar a procrastinação 
injustificável do Judiciário e seus serviços. 
Está previsto no art. 5º, inciso LXXVIII, da CF, “a todos, no âmbito judicial e administrativo, 
são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua 
tramitação” e nos arts. 4º e 6º do CPC. 
 
Princípio do duplo grau de jurisdição: Este princípio não se encontra expresso na 
Constituição Federal, mas diante de terem sido criados juízos e tribunais cuja competência é 
julgar os recursos contra as decisões de primeiro grau, automaticamente estabeleceu-se o duplo 
grau de jurisdição, que busca reanalisar os atos judiciais que geram inconformismo na parte e 
estão substanciados por falhas, ilegalidades, provas, através do julgamento de um órgão 
superior. 
 
Princípio da proporcionalidade e razoabilidade: De acordo com o art. 8º do CPC o juiz, 
ao aplicar as normas, deverá atender aos fins sociais e às exigências do bem comum, 
resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, 
a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência. O exemplo clássico de aplicação dos 
princípios da proporcionalidade e razoabilidade emerge com a fixação do quantum (valor) devido 
na obrigação alimentar. 
Ceisc OAB 
Ebook Processo Civil 
 
 
8 
 
 
 
 
2. Da Função Jurisdicional 
 
2.1 Da Jurisdição e da Ação 
Jurisdição 
A jurisdição é o poder-dever do Estado de compor/solucionar litígios. Assim, 
considerando as regras inerentes ao Estado Democrático de Direito, faz-se necessário identificar 
quem possui esse poder-dever, quem possui a responsabilidade de não deixar que os cidadãos, 
por suas próprias mãos, busquem solucionar um conflito de interesses. 
O Poder Judiciário é responsável pela jurisdição, o Poder Judiciário está investido em 
jurisdição. Compreende-se que esta função jurisdicional é delegada ao Poder Judiciário pelo 
Estado. Ainda, fala-se em poder-dever, uma vez que, o Poder Judiciário não pode abrir mão 
dessa responsabilidade. Quando um conflito de interesses é levado até o Poder Judiciário, ele 
tem a obrigação de o resolver, não pode negar a solução do litígio. 
O exercício da jurisdição (este poder-dever de solucionar litígios) é do Poder Judiciário. 
Contudo, uma importante característica da jurisdição é a inércia, ou seja, para o Estado-Juiz 
exercer a jurisdição, faz-se necessária a provocação. O juiz não tem autonomia para agir por 
conta própria, em outras palavras, agir de ofício. 
O Poder Judiciário deve, necessariamente, ser provocado pela parte interessada, 
conforme o art. 2º do CPC: “O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por 
impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei”. É o chamado princípio da ação ou da 
demanda, ou ainda, princípio da iniciativa da parte. Nesse sentido, uma vez que o cidadão possui 
o direito à jurisdição, surge a ação, forma de provocação da jurisdição. 
 
Ação 
A forma adequada de o cidadão provocar o Poder Judiciário, retirando-o da sua inércia, 
é a ação, ou seja, é através da ação que o Poder Judiciário sai da sua inércia e passa a exercer 
a jurisdição, o poder-dever de solucionar conflitos de interesses. 
O direito de ação não está vinculado ao direito material, dessa forma, o cidadão não 
precisa ter um direito material garantido para provocar o Judiciário. O direito de ação se trata de 
Ceisc OAB 
Ebook Processo Civil 
 
 
9 
 
um direito abstrato (não concreto); existe o direito de ação independentemente de seu 
resultado, todavia, o autor deverá preencher as condições da ação, sendo elas: 
 
* Para todos verem: esquema. 
 
 
 
 
 OBSERVAÇÕES: 
 Importante a leitura dos arts. 17 e 18 do CPC, Cabeçones! 
 
Atenção! 
O sistema processual civil brasileiro definiu dois tipos de ação: ação de conhecimento e 
ação de execução. Uma ação jamais vai iniciar de ofício pelo magistrado, pois o Poder Judiciário 
é inerte, dessa maneira, faz-se necessária a provocação por parte do cidadão. 
 
* Para todos verem: esquema. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Emerge, então, um terceiro conceito clássico e necessário: o de rito ou procedimento. 
 
2.2 Rito ou procedimento 
Frise-se, já de início, que rito e procedimento são sinônimos. E, de forma bem objetiva e 
simples, pode-se definir o rito/procedimento como: conjunto de atos – que ocorrem entre o início 
e o fim da ação – estabelecidos pela lei processual e, devem ser seguidos perante o Poder 
Judiciário para alcançar a solução do conflito de interesses apresentado. 
•quando o cidadão deseja uma postura condenatória, declaratório ou constitutiva 
por parte do Poder Judiciário, essa é a pretensão e aparecerá através do 
pedido. A propositura da ação aparece através da petição inicial, e um dos 
requisitos da petição inicial, nos termos do art. 319, inciso IV do CPC, é o 
pedido. Assim, o juiz ao julgar o pedido, vai julgá-lo procedente, improcedente 
ou parcialmente procedente.
Ação de conhecimento: 
•O autor busca a cobrança, o ressarcimento, de uma obrigação. O autor vai 
propor uma ação executiva quando pretender cobrar um crédito, cobrar uma 
obrigação pré-constituída, em outras palavras, uma obrigação fixada em um 
título, seja ele judicial (art. 515 do CPC) ou extrajudicial (art. 784 do CPC).
Ação de execução: 
Interesse processual
Legitimidade de agir 
Ceisc OAB 
Ebook Processo Civil 
 
 
10 
 
 
 
 
Importante! 
Identificado o pedido (a pretensão que a parte vai levar ao Poder Judiciário), será possível 
identificar o rito pelo qual este pedido vai tramitar perante o Poder Judiciário. 
 
 
Mas qual a forma desta identificação? 
* Para todos verem: esquema. 
 
 
Para encerrar estas considerações iniciais, vale fazer referência a um último e 
indispensável conceito: a competência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Todos os pedidos que vão tramitar utilizando ou respeitando um
rito/procedimento especial devem ter previsão expressa no CPC, a partir do
art. 539. Cabeção, importante: também pode haver previsão em lei
especial, como por exemplo a Lei de Alimentos, a qual prevê procedimento
especial para o pedido de alimentos.
Procedimento Especial
O uso deste também é definido pelo pedido, mas de uma forma ainda mais
simples: para todos os pedidos que não tiverem previsão de uso do
procedimento especial, será utilizado o procedimento comum.
Procedimento Comum
Ceisc OAB 
Ebook Processo Civil 
 
 
11 
 
3. Dos limites da jurisdição Nacional e 
da Cooperação Internacional 
 
3.1 Competência 
Todo o órgão do Poder Judiciário (juiz, desembargador, ministro) tem jurisdição. Apesar 
de todo o órgão do Poder Judiciário ter jurisdição, o exercício desta jurisdição é delimitado 
pelas regras de competência – as quais possuem a intenção de organizar o exercício 
jurisdicional.Contudo, pode-se compreender a competência como o limite de atuação dos órgãos 
jurisdicionais, uma vez que, o juiz federal, por exemplo, só trabalha em lides de competência 
federal. 
Quando se estuda competência, a primeira grande divisão que deve ser feita é acerca da 
competência estadual e federal. Assim, para fixar a competência da Justiça Federal, faz-se 
necessário verificar o art. 109 da Constituição Federal – ali ficaram definido quais seriam os 
conflitos de interesses de competência federal (da Justiça Federal). 
Quanto à competência da Justiça Estadual, o que não for de competência federal, será 
de competência estadual, pois a competência estadual é residual. Tem-se a definição da 
competência federal e o que não for de competência federal é considerado de competência 
estadual. 
A lide de competência absoluta só pode ser julgada por aquele juízo, não há 
possibilidade de alteração de competência. A competência relativa existe a possibilidade de 
alteração da competência. A competência federal será sempre absoluta, assim como, por 
exemplo, em relação à matéria. Por outro lado, a competência territorial (prevista no CPC) é 
um critério de competência relativa, ou seja, pode ser modificada pela vontade ou omissão 
das partes. 
 
Da incompetência 
A incompetência é dividida em absoluta e relativa. A absoluta pode ser reconhecida de 
ofício e em qualquer grau de jurisdição (art. 64, § 1º, CPC) – a competência absoluta trata dos 
casos de interesses públicos. Já a competência relativa não pode ser reconhecida de ofício 
(art. 337, § 5º, CPC e súmula no 33 do STJ) e deve ser alegada em preliminar da contestação 
(art. 337, II, CPC), sob pena de prorrogação (art. 65, CPC) – a competência relativa disciplina os 
casos de interesses privados. 
Ceisc OAB 
Ebook Processo Civil 
 
 
12 
 
Já a prevenção visa confirmar e manter a competência de um juiz respectivo quando 
houver mais de um juízo competente para o julgamento de uma mesma causa. Conforme 
previsto no art. 59 do CPC, o que torna o juízo prevento é o registro ou a distribuição da petição 
inicial. 
*Para todos verem: quadro. 
COMPETÊNCIA 
ABSOLUTA RELATIVA 
• Interesse Público 
• Não há possibilidade de modificação de competência 
• Matéria 
• A incompetência absoluta pode ser decretada de 
ofício e em qualquer grau de jurisdição (art. 64, § 1o do 
CPC) 
• A incompetência absoluta não preclui 
• O reconhecimento da incompetência não gera a 
extinção do processo (art. 64 do CPC) 
• Interesse Privado 
• Existe possibilidade de alteração de competência 
• Territorial (CPC) 
• A incompetência não pode ser reconhecida de ofício 
(súmula no 33 do STJ) 
• Precisa ser requerida em preliminar de contestação 
• Na incompetência relativa incide a preclusão 
• Prorrogação processual (art. 65 do CPC) 
• O reconhecimento da incompetência não gera a 
extinção do processo (art. 64 do CPC) 
 
Importante, Cabeçones! 
O art. 63 do CPC, traz uma exceção. No art. 63 do CPC, temos uma possibilidade do 
reconhecimento da incompetência relativa pelo juízo, ou seja, de ofício. 
As partes escolhem um foro competente para julgar, por exemplo, as cláusulas de um 
contrato. Os contratantes estão, de forma antecipada, definindo onde será produzida as 
discussões judiciais relacionadas ao contrato. Mas atenção para quando essa cláusula pode ser 
interpretada como abusiva, por exemplo, nos contratos de adesão. 
O reconhecimento da incompetência (tanto relativa quando absoluta) gera a remessa dos 
autos para o juízo competente, mas não gera a extinção do processo, conforme o art. 64, § 3º, 
CPC. 
 
Importante! 
As regras de competência fixadas pelo CPC são territoriais, ou seja, definem o lugar 
onde deverá ser proposta a ação. A competência do JEC (Lei no 9.099/1995), JEF (Lei no 
10.259/2001) e JEFP (Lei no 12.153/2009) é definida, também, pelo valor da causa (no estado 
causas de valor até 40 salários-mínimos e nos juizados federais causas de até 60 salários-
Ceisc OAB 
Ebook Processo Civil 
 
 
13 
 
mínimos). A competência do JEC é relativa – em uma lide de competência Estadual de até 40 
salários-mínimos, a parte autora pode optar entre ingressar no JEC ou na justiça comum – e a 
competência do JEF é absoluta – em uma causa de competência federal de até 60 salários-
mínimos, é obrigatório entrar no JEF, a parte autora não pode escolher. O reconhecimento da 
incompetência no JEC ou JEF acarreta a extinção do processo sem resolução do mérito – art. 
51, inciso III, da Lei no 9.099/1995. 
*Para todos verem: quadro. 
COMPETÊNCIA 
 Justiça Estadual (Comum) 
Residual 
Justiça Federal (Comum) 
art. 109 da CF 
Justiça do Trabalho 
1o Grau • Juiz de Direito 
• Relativa 
• Juiz Federal 
• Absoluta 
• Juiz do Trabalho 
• Absoluta 
2o Grau • TJ 
• Cabe recurso para o STJ 
quando houver ofensa a lei 
federal 
• Cabe recurso para o 
STF quando houver ofensa 
à Constituição Federal 
• TRF 
• Cabe recurso para o 
STJ quando houver 
ofensa a lei Federal 
• Cabe recurso para o 
STF quando houver 
ofensa à Constituição 
Federal 
• TRT 
• Recurso para o TST 
 
Exceção constitucional: art. 109, § 3º da CF. 
A Constituição Federal traz que, em uma ação contra o INSS, se a comarca do domicílio 
do segurado não for sede de vara federal, é possível entrar com essa ação contra o INSS na 
justiça estadual. Contudo, de acordo com o § 4º do art. 109 da CF, o recurso cabível nessa 
hipótese “será sempre para o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro 
grau”. 
 
Conexão e Continência 
Importante ressaltar que conexão e continência são regras processuais de 
modificação de competência, conforme o art. 54 do CPC. Faz-se necessário afirmar também 
Ceisc OAB 
Ebook Processo Civil 
 
 
14 
 
que não são causas que geram a extinção do processo. A ideia da conexão e da continência é 
evitar que aconteçam decisões conflitantes. 
A conexão está prevista no art. 55 do CPC e determina que duas ou mais ações podem 
se reunir para julgamento conjunto, quando o pedido e a causa de pedir lhes forem comuns; 
busca evitar que ações iguais tenham julgamentos diferentes. O critério jurídico processual que 
se deve usar para reunir ações conexas está prevista no art. 58 e 59 do CPC, ou seja, a 
prevenção se dá através da distribuição da petição inicial. As ações conexas serão reunidas 
perante o juízo onde houve a primeira distribuição da inicial. 
Atenção para o § 3º do art. 55 do CPC: ainda que não haja relação com o pedido ou com 
a causa de pedir, mas existindo qualquer risco de decisão conflitante, devem ser reunidos os 
processos para decisão em conjunto. Ainda, é importante prestar atenção à parte final do § 1º 
do art. 55 do CPC: quando um processo já houver sido sentenciado, não haverá conexão. 
A continência está disciplinada no art. 56 do CPC e determina que, para haver a 
modificação de competência, é necessário que duas ou mais ações tenham identidade quanto 
às partes e a causa de pedir, e que o pedido de uma, por ser mais amplo, abranja o das demais. 
Aqui também ocorre a reunião de duas ou mais ações, visando evitar decisões divergentes. As 
regras aplicadas à conexão aplicam-se também à continência. 
* Para todos verem: esquema 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
•Está prevista no artigo 55 do CPC e determina que duas ou mais ações podem se reunir 
para julgamento conjunto, quando o pedido e a causa de pedir lhes forem comuns. 
•Busca evitar que ações iguais tenham julgamentos diferentes. 
Conexão:
•Está disciplinada no artigo 56 do CPC e determina que para haver a modificação de 
competência é necessário que duas ou mais ações tenham identidade quanto às partes e a 
causa de pedir, e que o pedido de uma, por ser mais amplo, abranja o das demais. 
•Aqui também ocorre a reunião de duas ou mais ações, visando evitar decisões divergentes. 
As regras aplicadas à conexão aplicam-se também a continência. 
Continência:•Visa confirmar e manter a competência de um juiz respectivo quando houver mais de um 
juízo competente para o julgamento de uma mesma causa. 
•Conforme previsto no artigo 59 do CPC, o que torna o juízo prevento é o registro ou a 
distribuição da petição inicial.
Prevenção:
Ceisc OAB 
Ebook Processo Civil 
 
 
15 
 
4. Dos Sujeitos do processo 
 
4.1 Das Partes e dos Procuradores 
Em uma ação, é necessário identificar o autor, aquele que figura no polo ativo da 
demanda, ou seja, quem propôs a ação, e o réu, aquele que figura no polo passivo da demanda, 
ou seja, contra quem foi proposta a ação. 
Ao se falar em pessoa, seja pessoa natural, seja pessoa jurídica, necessita-se 
compreender como elas adquirem personalidade, como elas exercem os diretos decorrentes 
dessa personalidade. 
Juridicamente falando, ter personalidade é ser titular de direitos e obrigações. A 
pessoa natural, quando nasce com vida, adquire personalidade e, por consequência, é titular de 
direitos e obrigações. A pessoa jurídica adquire personalidade quando os seus atos constitutivos, 
seu contrato social, é registrado no local competente. 
O exercício desses direitos e dessas obrigações pode ter que acontecer por representante 
ou a pessoa deve estar assistida. Há uma diferença entre ter personalidade e poder exercer 
esses direitos e essas obrigações sozinho, e para isso devemos avaliar a capacidade. 
 
Da Capacidade Processual 
Legalmente, o menor de 16 anos é absolutamente incapaz; a pessoa de 16 a 18 anos 
é denominada relativamente incapaz e a pessoa maior de 18 anos é plenamente capaz. 
O absolutamente incapaz possui direitos e obrigações, contudo, ele não pode exercer os 
direitos e obrigações sozinho, precisa estar representado. O relativamente capaz precisa ser 
assistido. A pessoa plenamente capaz exerce sozinha os seus direitos e obrigações. 
O menor de 16 anos pode ser autor ou réu de uma ação, todavia, deve exercer os seus 
direitos e obrigações por um representante. Ex.: ação de alimentos. Uma criança de seis meses 
precisa receber alimentos do pai, então ela será a autora da ação, representada por sua mãe. 
 
 
 
 
 
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Dos Deveres das Partes e de seus Procuradores 
Custas e Despesas Processuais 
Foi definido, no art. 82 do CPC, que o autor, ao propor uma ação, deverá fazer o 
adiantamento das custas processuais (ou seja, a parte autora deverá fazer o recolhimento das 
custas para ter sua ação distribuída). Objetivamente, o Estado cobra para prestar jurisdição. 
De acordo com o art. 82, § 2º do CPC, o juiz, ao sentenciar o processo, condenará a parte 
vencida ao pagamento ou ressarcimento das custas e despesas que a parte vencedora 
antecipou. Essa circunstância decorre da sucumbência, a qual pode ser definida pela 
consequência da derrota na ação. A parte vencida será condenada aos ônus de sucumbência. 
 
Justiça gratuita 
O art. 82 do CPC prevê que, no caso de justiça gratuita, restará a parte isenta do 
pagamento de custas e despesas processuais. Nesse sentido, o art. 98 do CPC garante à pessoa 
natural ou jurídica, tanto brasileira, quanto estrangeira, que tenha insuficiência de recursos para 
o pagamento das custas, das despesas processuais e dos honorários advocatícios, o direito à 
justiça gratuita. 
O direito à justiça gratuita é concedido a qualquer das partes, podendo ser, inclusive, a 
um terceiro que interveio no processo, desde que cumpra os requisitos impostos na lei. O pedido 
ao benefício poderá ser feito em várias fases do processo: na inicial, contestação, em recursos 
ou até mesmo na petição que traz um terceiro ao processo. 
No caso da pessoa natural, basta a alegação de ser hipossuficiente, não podendo o juiz 
indeferir o benefício sem que esteja evidenciado no processo o contrário. Nesse caso, ainda, 
antes do indeferimento, a parte tem a oportunidade de provar o contrário, conforme o art. 99, § 
2º e 3º do CPC). Diferentemente é a situação da pessoa jurídica, que, para fazer jus à justiça 
gratuita, deve provar ser financeiramente hipossuficiente. 
 
Importante, Cabeção! 
Caso a parte vencida seja beneficiária da justiça gratuita, ela poderá ser condenada ao 
pagamento das custas e dos honorários, conforme o § 2º do art. 98 do CPC. Contudo, de acordo 
com o § 3º do art. 98 do CPC, referida condenação é suspensa, por consequência do benefício 
da justiça gratuita, pelo prazo de até cinco anos. 
 
 
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Honorários Advocatícios de Sucumbência 
Os honorários advocatícios são a remuneração do advogado, pois o advogado atua 
no processo como um prestador de serviço, assim, é possível convencionar com o cliente os 
honorários advocatícios. Trata-se da contraprestação pelo serviço prestado. 
Os honorários de sucumbências são oriundos de um processo judicial, trata-se de 
honorários fixados pelo juiz para pagamento pela parte vencida para o advogado da parte 
vencedora. A parte vencida no processo é denominada sucumbente – e deverá arcar com os 
ônus desta derrota (da sucumbência). 
Dentre os ônus da parte vencida, está o pagamento das custas (art. 82, § 2º do CPC) para 
a parte vencedora (como já referido anteriormente). E, por segundo, será também a parte vencida 
condenada a pagar os honorários advocatícios ao ADVOGADO da parte vencedora, conforme 
previsão expressa do art. 85 do CPC. Tal condenação deverá ser fixada na forma estabelecida 
no art. 85, § 2º do CPC. 
 
Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor. 
§ 1o São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de sentença, 
provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos, 
cumulativamente. 
§ 2o Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento 
sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível 
mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos: 
I – o grau de zelo do profissional; 
II – o lugar de prestação do serviço; 
III – a natureza e a importância da causa; 
IV – o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. 
 
De acordo com o art. 85, § 2º do CPC, os honorários serão fixados entre o mínimo de 10 
e o máximo de 20 %. Não existe qualquer possibilidade de termos honorários fixados em 
percentual superior a 20 %; contudo, existem circunstâncias legais em que é possível a fixação 
de honorários em percentual inferior a 10 %, como por exemplo, o caso do art. 90, § 4º e art. 85, 
§ 3º, ambos do CPC. 
Art. 90. Proferida sentença com fundamento em desistência, em renúncia ou em 
reconhecimento do pedido, as despesas e os honorários serão pagos pela parte que 
desistiu, renunciou ou reconheceu. 
§ 4o Se o réu reconhecer a procedência do pedido e, simultaneamente, cumprir 
integralmente a prestação reconhecida, os honorários serão reduzidos pela metade. 
 
Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor. 
§ 3o Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos honorários observará 
os critérios estabelecidos nos incisos I a IV do § 2o e os seguintes percentuais: 
I – mínimo de dez e máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação ou do proveito 
econômico obtido até 200 (duzentos) salários-mínimos; 
II – mínimo de oito e máximo de dez por cento sobre o valor da condenação ou do proveito 
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econômico obtido acima de 200 (duzentos) salários-mínimos até 2.000 (dois mil) salários-
mínimos; 
III–- mínimo de cinco e máximo de oito por cento sobre o valor da condenação ou do 
proveito econômico obtido acima de 2.000 (dois mil) salários-mínimos até 20.000 (vinte 
mil) salários-mínimos; 
IV - mínimo de três e máximo de cinco por cento sobre o valor da condenação ou do 
proveito econômico obtido acima de 20.000 (vinte mil) salários-mínimos até 100.000 (cem 
mil) salários-mínimos; 
V- mínimo de um e máximo de três por cento sobre o valor da condenação ou do proveito 
econômico obtido acima de 100.000 (cem mil) salários-mínimos. 
 
Ainda, importante ressaltar o § 11 do art. 85 do CPC, pois poderá haver majoração dos 
honorários em 2º grau, contudo, o juiz deverá observar o limite de 20 %. 
§ 11. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados anteriormente levando 
em conta o trabalho adicional realizado em grau recursal, observando, conforme o caso, 
o disposto nos §§ 2o a 6o, sendo vedado ao tribunal, no cômputo geral da fixação de 
honorários devidos ao advogado do vencedor, ultrapassar os respectivos limites 
estabelecidos nos §§ 2o e 3o para a fase de conhecimento. 
 
Dos Procuradores 
A parte para litigar em juízo precisar estar representada por advogado. O advogado, para 
atuar em nome da parte, precisa ter poderes, os quais serão fixados por procuração, documento 
indispensável. Contudo, a segunda parte do art. 104 do CPC traz uma exceção: 
 
Art. 104. O advogado não será admitido a postular em juízo sem procuração, salvo para 
evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato considerado urgente. 
§ 1o Nas hipóteses previstas no caput , o advogado deverá, independentemente de 
caução, exibir a procuração no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual período 
por despacho do juiz. 
§ 2o O ato não ratificado será considerado ineficaz relativamente àquele em cujo nome foi 
praticado, respondendo o advogado pelas despesas e por perdas e danos. 
 
Atenção: A procuração não se faz necessária quando o advogado atua em causa própria. 
 
Direitos do advogado – acesso aos autos 
O advogado pode ter vista de qualquer processo judicial em tramitação, mesmo sem 
procuração, desde que não esteja sob a proteção do segredo de justiça, caso em que é 
necessária procuração (art. 107, I do CPC). 
Importante lembrar que este mesmo direito é assegurado aos processos eletrônicos, 
conforme previsão do art. 107, § 5º do CPC. 
Tem o advogado direito à carga (levar consigo) dos autos do processo em tramitação, 
situação em que será necessário apresentar procuração (art. 107, II e III do CPC). 
 
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Importante! 
Para que o advogado faça carga dos processos que estão arquivados, não é necessária 
procuração (art. 7º, XVI, da Lei no 8.906/1994 – Estatuto da Advocacia e da OAB). 
 
 
4.2 Do Litisconsórcio 
O litisconsórcio ocorre quando duas ou mais pessoas são partes em um mesmo processo: 
Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou 
passivamente, quando: 
I – entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide; 
II – entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir; 
III – ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito. 
§ 1o O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase 
de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer 
a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença. 
§ 2o O requerimento de limitação interrompe o prazo para manifestação ou resposta, que 
recomeçará da intimação da decisão que o solucionar. 
 
Há algumas classificações importantes quanto ao litisconsórcio, vejamos: 
a) Quanto ao polo 
No caso de haver mais de um autor, o litisconsórcio será chamado de ativo; havendo mais 
de um réu, litisconsórcio passivo; e se houver pluralidade de autores e réus, será chamado de 
misto. 
b) Quanto à obrigatoriedade 
O litisconsórcio também pode ser obrigatório ou facultativo, ou seja, a presença de duas 
ou mais pessoas é obrigatória, sob pena da ação não prosseguir. 
Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza 
da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que 
devam ser litisconsortes. 
 
Será necessário ou obrigatório quando decorrer de expressa previsão legal, como, por 
exemplo, no caso do art. 73 do CPC, que exige que ambos os cônjuges ou companheiros figurem 
conjuntamente em ações que versem sobre direito real imobiliário ou, ainda, devido à natureza 
da relação entre as partes. 
Será facultativo quando derivar apenas da vontade da parte autora, que pode optar por 
propor uma única ação contra todos os réus que tenham ligação na demanda (ex: obrigação 
solidária). 
 
 
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c) Quanto a uniformidade da decisão 
Ainda, o litisconsórcio poderá ser simples, quando a sentença não tiver que ser igual para 
todos os litisconsortes, ou unitário, quando necessariamente precisar ser igual para todos. 
 
Art. 116. O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz 
tiver de decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes. 
 
d) Quanto à limitação na formação do litisconsórcio 
Por fim, o litisconsórcio será multitudinário quando ocorrer um número elevado de partes 
integrantes em um dos polos da ação, e o juiz, ao se deparar com isto, poderá limitar a 
quantidade de participantes. 
 
Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou 
passivamente, quando: 
§ 1o O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase 
de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer 
a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença. 
§ 2o O requerimento de limitação interrompe o prazo para manifestação ou resposta, que 
recomeçará da intimação da decisão que o solucionar. 
 
Atenção para o art. 229 do CPC. A possibilidade da incidência do prazo em dobro requer 
mais do que litisconsórcio, é necessário também partes com advogados diferentes; esses 
advogados devem ser de diferentes escritórios e os autos precisam ser autos físicos. Se não 
houver presente os quatro critérios, não haverá a incidência do prazo em dobro. 
 
Atenção! 
Existe uma grande confusão entre litisconsórcio e litispendência. Uma coisa não se 
relaciona com a outra. 
O conceito de litispendência está nos §§ 1º e 2º do art. 337 do CPC. Atenção, a 
litispendência se difere de conexão: a conexão trata do mesmo pedido ou da mesma causa de 
pedir, não das mesmas partes, e a litispendência trata de duas ações iguais, mesmo pedido, 
mesma partes e mesma causa de pedir. 
A litispendência é causa de extinção sem resolução do mérito de um processo, conforme 
o art. 485, V do CPC. Qual das ações será extinta? De acordo com o art. 240 do CPC, a 
primeira ação, se houve citação, permanecerá e a outra será extinta. 
 
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4.3 Da Intervenção de Terceiros 
A Intervenção de Terceiros pode ser definida como oportunidade legalmente concedida à 
pessoa não participante de determinada relação jurídica processual para nela atuar ou ser 
convocado a atuar, na defesa de interesses jurídicos próprios. 
É um fenômeno processual que acontece quando uma pessoa participa sem ser parte 
da causa, com o intuito de auxiliar ou excluir os litigantes, para resguardar direitos, ou o 
próprio interesse que possa ser prejudicado pela sentença, ou quando é provocado. Nesse 
sentido, cabe distinguir o que é considerado parte e o que é terceiro. 
O conceito de parte se restringe àquele que participa do processo com parcialidade, 
havendo interesse em determinado resultado do julgamento. Em outras palavras, parte é o 
sujeito que atua no polo ativo ou passivo da demanda. 
Didier Jr., menciona que intervenção de terceiros, pode ser classificada em: espontânea, 
forma relativa às situações nas quais o terceiro expressa vontade de intervir na ação em curso 
ou provocada, forma alusiva às hipóteses nas quais seu ingresso é obrigatório, caso o juiz da 
causa compreenda que os requisitos legais foram preenchidos. 
São formas de intervenção de terceiros,classificadas no CPC: 
 
Da Assistência (arts. 119 a 124 do CPC) 
O terceiro poderá intervir no processo para assistir uma das partes, ou seja, a assistência 
diz respeito ao terceiro juridicamente interessado no resultado do processo. Ainda, a 
assistência é admitida em qualquer rito e grau de jurisdição, nos ternos do parágrafo único do 
art. 119 do CPC. 
Poderá, referido pedido de assistência, ser impugnado, caso uma das partes entenda 
que falte ao requerente interesse jurídico para intervir, no prazo de 15 dias, nos ternos do art. 
120 e seu parágrafo único do CPC. 
 
Assistência simples (arts. 121 a 123 do CPC) 
A primeira forma de assistência está prevista nos arts. 121 a 123 do CPC, qual seja: a 
assistência simples. 
A atuação do assistente será no auxílio do assistido no desenvolvimento processual, e 
assim, poderá requerer e produzir provas, recorrer e peticionar, mas não reconhecer o pedido. 
Tais atribuições determinam sua legitimação processual, entretanto este não tem nenhuma 
relação jurídica com a parte divergente. 
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O assistente simples ingressa no feito com o objetivo de auxiliar uma das partes, 
pretendendo ajudá-la para que seja vencedora ao final do processo, ou seja, atua como 
legitimado extraordinário no processo, já que atua em nome próprio em prol da defesa de 
direito de outras pessoas. 
 
Assistência litisconsorcial (art. 124 do CPC) 
O assistente atua como litisconsorte e sentirá, diretamente, os efeitos da coisa julgada, 
devido a este ter relação direta com a parte adversa do assistido - o assistente defende o seu 
direito em litisconsórcio com o assistido, em juízo. 
A assistência litisconsorcial é definida como uma forma de litisconsórcio unitário facultativo 
que costuma dar-se no polo ativo, ambiente propício a esta modalidade de terceiro. 
Trata-se de modalidade de intervenção de terceiro espontânea, isto é, o terceiro se 
transforma em litisconsórcio assistido, sendo seu tratamento deferido de forma igual ao assistido. 
 
Denunciação da lide (arts. 125 a 129 do CPC) 
A denunciação a lide encontra amparo no direito regressivo da parte que traz o 
terceiro eventualmente responsável pelo ressarcimento dos danos ocasionados pelo processo. 
Nesse caso, o terceiro terá qualidade de parte, sendo vinculado à relação jurídica, se 
sua participação for requerida tempestivamente pelo Autor ou Réu e desde que citado 
regularmente. 
 
Comprador evicto: Supondo que haja um imóvel em litígio entre dois particulares e um 
deles aliena o imóvel a terceiro. Posteriormente, é proferida decisão que determina que a casa 
é de quem não a alienou. Assim, o adquirente perde o imóvel, ocorrendo a evicção. Dessa 
forma, o adquirente, ora evicto, pode denunciar a lide em face do alienante. 
 
Obrigado por lei ou contrato a indenizar regressivamente a parte: Tem abrangência ampla, 
cabendo em qualquer hipótese de direito regressivo previsto em lei ou contrato, por exemplo, 
contrato de seguro. 
A denunciação torna o denunciante e o denunciado litisconsortes na ação originária e na 
secundária. O denunciante é adversário do secundário, mas vale dizer que o denunciado não é 
titular do direito na demanda principal. 
 
https://www.aurum.com.br/blog/eviccao/
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Chamamento ao processo (arts. 130 a 132 do CPC) 
É espécie coercitiva de intervenção de terceiros que não depende de concordância, sendo 
que a mera citação válida será suficiente para integrar o chamado ao processo.Deve ser feita 
dentro do prazo legal, previsto no artigo 131 do CPC, sob pena de preclusão. 
São três as hipóteses de cabimento para esta modalidade de intervenção de terceiros 
previstas no artigo 130 do CPC: 
1. Chamamento do devedor, quando acionado o fiador, que serão responsáveis 
solidariamente pelo cumprimento da obrigação principal; 
2. Dos demais fiadores, quando a ação for proposta apenas contra um deles; 
3. Dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o 
pagamento da dívida. 
 
Do Incidente da Desconsideração da Personalidade Jurídica (arts. 133 a 137 do CPC) 
É condicionada ao pedido da parte ou do Ministério Público, devendo preencher os 
pressupostos previstos em lei, tais como: abuso de personalidade jurídica pelo desvio de 
finalidade, confusão patrimonial, entre outros – objetivamente, aqueles previstos no art. 50 do 
CC ou 28 do CDC. O pedido incidental é cabível em qualquer momento do processo. 
Após a sua instauração, o sócio será citado a se manifestar e requerer a produção das 
provas cabíveis no prazo de 15 dias, sendo o incidente resolvido por decisão interlocutória. 
 
Do Amicus curiae (art. 138 do CPC) 
Amicus curiae é o “amigo da Corte”, entidade que detém expertise sobre o assunto de que 
trata a ação judicial e enriquece o debate com dados acerca da questão discutida. A partir de 
seu conceito, é de se esperar que não se admita tal modalidade de intervenção em ações 
que versem sobre quaisquer assuntos. É por isso que o caput do artigo 138 do CPC define 
que o amicus curiae só poderá figurar em ações cujos temas sejam de grande repercussão para 
a sociedade no geral. 
 
4.4 Dos Impedimentos e da Suspeição 
Faz-se necessário recordar o princípio da imparcialidade. O magistrado, como órgão do 
Poder Judiciário, deve atuar com imparcialidade. Atenção, ele não tem que ser neutro, ele tem 
que ser imparcial. No entanto, existem circunstâncias que acarretam a sua parcialidade, as quais 
são definidas como suspeição e impedimento. 
https://www.aurum.com.br/blog/preclusao/
https://www.aurum.com.br/blog/decisao-interlocutoria/
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As causas que fundamentam o impedimento estão inseridas no art. 144, e as de 
suspeição, no art. 145 do CPC. 
Verificada a parcialidade do juiz, através dessas duas hipóteses, não será declarada a 
extinção do processo – deverá o magistrado ser afastado do processo, e os autos, encaminhados 
ao seu substituto legal (sendo invalidados os atos decisórios praticados até a substituição). 
 
Importante, Cabeçones! 
O magistrado pode reconhecer de ofício a sua parcialidade e remeter os autos para o seu 
substituto legal. O juiz poderá declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade 
de declarar suas razões (§ 1º, art. 145, CPC), protegendo a sua intimidade. Se o magistrado não 
reconhecer de ofício a sua parcialidade, no prazo de 15 dias, a contar do conhecimento do fato, 
a parte deverá alegar o impedimento ou suspeição, em petição específica, dirigida ao juiz do 
processo, na qual deverá ser indicado o fundamento da recusa, podendo instrui-la com 
documentos em que se fundar a alegação e com rol de testemunhas (art. 146, CPC). 
Se reconhecer o impedimento ou a suspeição, o juiz ordenará imediatamente remessa 
dos autos a seu substituto legal. Caso contrário (não reconhecendo sua parcialidade), 
determinará a autuação em apartado e, no prazo de 15 dias, deverá apresentar suas razões, 
acompanhadas de documentos e de rol de testemunhas, se houver, ordenando remessa ao 
tribunal para que julgue o incidente (§ 1º, art. 146, CPC). 
Caberá ao relator, quando ordenada a remessa do incidente ao tribunal, decidir o efeito 
suspensivo do incidente. 
*Para todos verem: quadro. 
IMPEDIMENTO SUSPEIÇÃO 
• Causa de parcialidade absoluta. 
• Pode ser requerida em qualquer momento e 
qualquer grau de jurisdição. 
• O prazo do art. 146 do CPC não é absoluto 
para o impedimento. 
• O impedimento pode ser alegado até em 
Ação Rescisória, ou seja, após o trânsito em 
julgado. 
• Causa de parcialidade relativa. 
• Tem que respeitar o prazo do art. 146 do 
CPC. 
 
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Atenção para o art. 148 do CPC. Os mesmos motivos de impedimento e suspeição vão 
ser aplicados ao Ministério Público, aos auxiliares da justiça e aos demais sujeitos imparciaisdo 
processo. 
Quanto à testemunha, impedimento e suspeição serão alegados através da contradita 
(art. 457 do CPC): impedimento na forma do art. 447, § 2º do CPC e suspeição na forma do art. 
447, § 3º do CPC. 
 
4.5 Do Ministério Público 
A atuação do MP pode acontecer como parte ou como fiscal da ordem jurídica. Sua 
atuação como fiscal da ordem jurídica será emitindo parecer/opinião – e esta atuação se restringe 
aos casos definidos no art. 178 do CPC. 
 
Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir como 
fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e nos 
processos que envolvam: 
I – interesse público ou social; 
II – interesse de incapaz; 
III – litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana. 
Parágrafo único. A participação da Fazenda Pública não configura, por si só, hipótese de 
intervenção do Ministério Público. 
 
Nesses casos definidos no art. 178 do CPC, a intimação do MP será obrigatória (art. 179, 
I do CPC), e a falta de intimação acarretará a nulidade do processo (art. 279 do CPC). 
 
Possibilidade de alteração no procedimento 
Conforme previsão do art. 190 do CPC, as partes podem estipular, de comum acordo, 
mudanças no procedimento. 
 
E, nesse sentido, poderão inclusive criar um calendário processual próprio, conforme art. 
191, CPC: “De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática dos atos 
processuais, quando for o caso”. Ainda de acordo com o § 1º: “O calendário vincula as partes e 
o juiz, e os prazos nele previstos somente serão modificados em casos excepcionais, 
devidamente justificados”. 
Atenção ainda para o § 2º do art. 191 do CPC: “Dispensa-se a intimação das partes para 
a prática de ato processual ou a realização de audiência cujas datas tiverem sido designadas no 
calendário”. 
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5. Dos Atos Processuais 
 
5.1 Da Forma, do Tempo e do Lugar dos Atos Processuais 
Da Forma dos Atos Processuais 
O processo consiste em uma sucessão de atos. Atos processuais são os atos humanos 
realizados no processo, os quais devem ser praticados em conformidade com o que determina 
a lei. Podem ser orais ou por escrito; todavia, sempre que forem orais, serão reduzidos a termo 
pelo escrivão, para sua documentação nos autos. Independentemente de sua forma, em regra, 
os atos processuais serão públicos, salvo aqueles cuja ação tramitar em segredo de justiça, 
conforme o art. 189 do CPC. 
É possível a prática de atos processuais também por meio eletrônico. 
Atos processuais do juiz: o pronunciamento do juiz poderá ser feito através de sentenças, 
decisões interlocutórias e despachos. De acordo com art. 203, §1º, do CPC, sentença é o meio 
pelo qual o juiz extingue a ação e a execução, com ou sem resolução do mérito (artigos 487 e 
485 do CPC). Decisão interlocutória é toda decisão judicial que não se enquadra no conceito de 
sentença (§2º). E despacho são os demais procedimentos do juiz realizados no processo, de 
ofício ou a requerimento da parte (§3º). 
 
Possibilidade de alteração no procedimento 
Conforme previsão do art. 190 do CPC, as partes podem estipular, de comum acordo, 
mudanças no procedimento. 
E, nesse sentido, poderão inclusive criar um calendário processual próprio (art. 191 do 
CPC). 
 
 Importante! 
O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos somente serão 
modificados em casos excepcionais, devidamente justificados (§1º, art. 191 do CPC). 
Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato processual ou a realização de 
audiência cujas datas tiverem sido designadas no calendário (§2º, art. 191, CPC). 
 
 
 
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Atos processuais do juiz 
O pronunciamento do juiz poderá ser feito através de sentenças, decisões 
interlocutórias e despachos. 
De acordo com art. 203, § 1º do CPC, sentença é o meio pelo qual o juiz extingue a ação 
(art. 316 do CPC), com ou sem resolução do mérito (arts. 487 e 485 do CPC). 
Decisão interlocutória é toda decisão judicial que não se enquadra no conceito de 
sentença (§ 2º), que não gera a extinção do processo. 
E despacho são os demais procedimentos do juiz realizados no processo, de ofício ou a 
requerimento da parte (§ 3º): são manifestações do juiz, não atingem as partes, e dessa forma, 
são manifestações irrecorríveis, na forma do art. 1.001 do CPC. 
Existem outros atos do juiz nos Tribunais. Os juízes se manifestam nos outros tribunais 
por decisão monocrática ou por acórdão. 
 
* Para todos verem: esquema 
 
 
 
 
 
 
 
Do Tempo e do Lugar dos Atos Processuais 
Os atos processuais serão praticados em dias úteis, das 06 às 20 horas, conforme o art. 
212 do CPC; contudo, essa informação não quer dizer que o Poder Judiciário precise estar aberto 
durante esse horário. Observe o § 3º do art. 212 do CPC: “Quando o ato tiver de ser praticado 
por meio de petição em autos não eletrônicos, essa deverá ser protocolada no horário de 
funcionamento do fórum ou tribunal, conforme o disposto na lei de organização judiciária local”. 
O caput do art. 212 do CPC traz um limite de horário, porém, cada lei de organização 
judiciária tem competência para definir o seu horário de funcionamento, por consequência, a 
regra é que o advogado deve protocolar um recurso, por exemplo, no horário de funcionamento 
do fórum ou tribunal, se os autos não forem eletrônicos. 
Quando se tratar de prática eletrônica de ato processual, é necessário observar o art. 213 
do CPC: “A prática eletrônica de ato processual pode ocorrer em qualquer horário até as 24 (vinte 
• trata-se da decisão do relator (art. 932 do CPC). 
Decisão monocrática (exceção): 
• decisão proferida por um colegiado, ou seja, por um grupo de juízes. Essa decisão pode ser 
unânime ou por maioria.
Acórdão (regra): 
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28 
 
e quatro) horas do último dia do prazo”. Assim, se o prazo processual é de autos eletrônicos, o 
advogado pode protocolar o recurso, por exemplo, até as 23h59min do último dia do prazo. 
 
Dos Prazos 
Os prazos, no Direito Processual Civil, serão contados apenas em dias úteis, na forma 
do art. 219 do CPC. Para contagem dos prazos, como regra, será identificado o dia do começo 
(art. 231 do CPC), excluindo-se tal dia conforme o art. 224 do CPC, ou seja, exclui-se o dia 
do começo e inclui-se o do final. 
 
Importante! 
Na contagem de prazos quando a intimação acontecer via publicação no Diário da Justiça 
Eletrônico, serão levados em consideração os §§ 2º e 3º do art. 224 do CPC. Além disso, 
conforme inovação do inciso IX do art. 231, deve-se atentar ao dia de começo do prazo para as 
intimações feitas por meio eletrônico. Configura-se no quinto dia útil posterior à confirmação de 
recebimento da mensagem intimatória. 
 
Para as partes, a consequência da não observância dos prazos processuais é a 
preclusão temporal, ou seja, a perda do direito de manifestação. Trata-se de um mecanismo 
que gera a perda da faculdade processual, ou seja, a parte não poderá mais praticar 
determinado ato processual, podendo ser gerada por não ter sido exercida no tempo devido 
(preclusão temporal), na forma do art. 223 do CPC: “Decorrido o prazo, extingue-se o direito de 
praticar ou de emendar o ato processual, independentemente de declaração judicial, ficando 
assegurado, porém, à parte provar que não o realizou por justa causa”. 
Ademais, importante ressaltar que, é possível cumprir um ato processual antes mesmo do 
início da contagem do prazo, conforme o § 4º do art. 218 do CPC: “Será considerado tempestivo 
o ato praticado antes do termo inicial do prazo”. 
Ainda há a preclusão lógica, na qual a parte deixa de ter a possibilidade de praticar 
algum ato, diante de já ter realizado ato anterior incompatível com ele. Exemplo: art. 1.000 do 
CPC. E, por fim, há a preclusão consumativa, quese trata da impossibilidade de a parte refazer 
ou aperfeiçoar algum ato já realizado. Por exemplo: a reconvenção deverá ser apresentada junto 
com a contestação, nem antes, nem depois, junto. 
 
 
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29 
 
Suspensão e Interrupção de Prazos 
Ainda, apesar de não termos esse assunto expressamente no CPC, é importante observar 
as regras quanto à suspensão e à interrupção de prazos. 
Quanto à suspensão de um prazo: por exemplo, em um prazo de 15 dias. Se o prazo 
for suspenso no quinto dia, encerrada a causa suspensiva do prazo, tem-se mais dez dias, ou 
seja, a causa suspensiva está encerrada, e faz com que se conte o restante do prazo. 
Na interrupção de um prazo, encerrada a causa interruptiva, tem-se todo o prazo, não 
apenas o restante. Assim, se o prazo era de 15 dias e a interrupção aconteceu no quinto dia, 
encerrada a causa interruptiva do prazo, a parte terá novamente os 15 dias. 
 
Importante, Cabeçones! 
• Ocorrendo uma causa interruptiva de prazo, terminada a interrupção, o prazo reiniciará 
na sua integralidade (terminada a causa interruptiva, a parte tem todo o prazo de volta). 
Emergindo uma causa suspensiva, encerrada a mesma, a parte terá apenas o que restou 
(o saldo) do prazo. 
 
O magistrado também deverá obedecer a prazos processuais, na forma do art. 226 do 
CPC. 
Contudo, ao contrário da parte – que, não cumprindo um prazo, incide a preclusão, ou 
seja, perde o direito de praticar um ato –, contra os atos do magistrado não incide a preclusão. 
O magistrado que exceder os prazos processuais haverá representação, nos termos do 
art. 235 do CPC: “Qualquer parte, o Ministério Público ou a Defensoria Pública poderá 
representar ao corregedor do tribunal ou ao Conselho Nacional de Justiça contra juiz ou relator 
que injustificadamente exceder os prazos previstos em lei, regulamento ou regimento interno”. 
 
Causas que geram modificação do prazo 
O MP, conforme o art. 180 do CPC, goza de prazo em dobro para se manifestar nos autos. 
Ainda, de acordo com o art. 183 do CPC: “A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios 
e suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para 
todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação 
pessoal”. A Defensoria Pública (art. 186 do CPC) também incidirá o prazo em dobro, bem como 
no caso do art. 229 do CPC, sobre o litisconsórcio com diferentes procuradores de escritórios 
distintos. 
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Importante, Cabeçones! 
Conforme o § 2º do 229 do CPC, tal dispositivo não se aplica aos processos em autos 
eletrônicos. 
 
5.2 Da Comunicação dos Atos Processuais 
Comunicação dos atos processuais 
Existem atos processuais que podem acontecer fora dos dias e dos horários estipulados 
no art. 212 do CPC. Existem formas de comunicação de atos processuais, sendo elas: citação e 
intimação. A citação é a forma pela qual o réu toma conhecimento de que existe uma ação 
contra ele e, a partir desse ato, abre a oportunidade de o réu se defender. No processo civil, a 
citação ocorre apenas para o réu, uma única vez, e os demais atos processuais são comunicados 
através da intimação. A intimação, no processo civil, é avisar as partes ou qualquer outro terceiro 
que por acaso intervir no processo, para fazer ou deixar de fazer alguma coisa. 
 
Citação 
A partir da alteração do CPC ocorrida em 2021, a citação eletrônica se tornou a regra 
(preferencial), conforme art. 246 do CPC, assim como a intimação, na forma do art. 270 do CPC. 
Diante dessa regra, a contagem do prazo, quando a comunicação do ato for eletrônica, também 
foi alterada, sendo incluído o inciso IX ao art. 231: “o quinto dia útil seguinte à confirmação, na 
forma prevista na mensagem de citação, do recebimento da citação realizada por meio 
eletrônico”. 
Importante destacar a referência de que as citações e intimações serão sempre 
acompanhadas das orientações para confirmação, conforme art. 246, § 4º: “As citações por 
correio eletrônico serão acompanhadas das orientações para realização da confirmação de 
recebimento e de código identificador que permitirá a sua identificação na página eletrônica do 
órgão judicial citante”. 
Destaque-se ainda que a citação deverá ser efetivada em até 45 dias após a 
propositura da ação, conforme o art. 238, parágrafo único, do CPC. Nessa mesma linha, fixou 
o caput do art. 246 do CPC que a citação deve acontecer em até dois dias úteis da decisão que 
a determinar: 
E, não menos importante, a ausência de confirmação, em até três dias, gera a 
necessidade de que a citação ocorra de forma não eletrônica, conforme o art. 246, § 1º-A do 
CPC. 
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É necessário atentar-se para que a falta de confirmação deve ser justificada, sob pena de 
configurar ato atentatório a dignidade da justiça, conforme § 1º-C do art. 246 do CPC: “Considera-
se ato atentatório à dignidade da justiça, passível de multa de até 5 % (cinco por cento) do valor 
da causa, deixar de confirmar no prazo legal, sem justa causa, o recebimento da citação recebida 
por meio eletrônico”. 
 
Importante, Cabeçones! 
A microempresa e a empresa de pequeno porte somente serão citadas pelo método antigo 
se não tiverem o endereço eletrônico cadastrado, conforme previsão do § 5º do art. 246 do CPC: 
“As microempresas e as pequenas empresas somente se sujeitam ao disposto no § 1º deste 
artigo quando não possuírem endereço eletrônico cadastrado no sistema integrado da Rede 
Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (Redesim)”. 
Vale recordar que as empresas públicas e privadas têm obrigação de manter cadastro, na 
forma do § 1º do art. 246 do CPC: “As empresas públicas e privadas são obrigadas a manter 
cadastro nos sistemas de processo em autos eletrônicos, para efeito de recebimento de citações 
e intimações, as quais serão efetuadas preferencialmente por esse meio”. 
As situações em que não será possível a citação de forma eletrônica encontra-se no art. 
247 do CPC. 
 
Intimação 
Intimação é a forma de dar ciência às partes sobre atos e termos do processo, 
conforme estabelece o art. 269 do CPC, e pode acontecer nas mesmas circunstâncias da 
citação. 
O diferencial é a chamada intimação direta, que é feita pelo advogado de uma das partes 
para o advogado da parte adversa, na forma do art. 269, §§ 1º e 2º do CPC, visando a celeridade 
do ato processual. Essa intimação deve ser comprovada nos autos, mediante juntada de aviso 
de recebimento com a descrição dos documentos enviados. 
 
Cartas 
Segundo o art. 67 do CPC, as cartas são formas de cooperação entre órgãos 
jurisdicionais. O art. 69, § 2º do CPC, elenca alguns atos processuais que poderão ser 
produzidos via cartas. Os tipos de cartas existentes estão definidos no art. 237 do CPC: 
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Nesses casos, compete ao STJ autorizar o cumprimento da carta rogatória passiva, 
chamado exequatur (art. 105, I, i da CF). 
Cuidado, Cabeçones! O STJ apenas vai autorizar a execução da carta rogatória, pois 
quem vai de fato executar, escutar a testemunha ou parte, será o juiz federal (art. 109, X da CF). 
 
Das Nulidades 
Um ato processual será considerado nulo quando não observar todos os requisitos de 
validade e acarretar algum prejuízo. Se o juiz identificar uma nulidade durante o processo, 
ordenará que seja corrigida, avaliando, inclusive, se os atos posteriores que dele dependam 
também devem ser reparados. 
 
Art. 282. Ao pronunciar a nulidade, o juiz declarará que atos são atingidos e ordenará as 
providências necessárias a fim de que sejam repetidos ou retificados. 
§ 1o O ato não será repetido nem sua falta será suprida quando não prejudicar a parte. 
§ 2o Quando puder decidir o mérito a favor da parte a quem aproveite a decretação da 
nulidade, o juiznão a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprir-lhe a falta. 
 
A nulidade de um ato só poderá anular os atos posteriores que dele dependam, não 
prejudicando os atos posteriores independentes, conforme disciplina o art. 281 do CPC: “Anulado 
o ato, consideram-se de nenhum efeito todos os subsequentes que dele dependam, todavia, a 
nulidade de uma parte do ato não prejudicará as outras que dela sejam independentes”. 
De acordo com o art. 277 do CPC, o ato será considerado válido pelo juiz, desde que 
tenha alcançado a finalidade para o qual foi previsto, mesmo que tenha sido realizado de 
forma contrária à lei. Isso porque se adota o princípio da instrumentalidade das formas, que 
diz que a forma é necessária apenas para que o ato alcance o seu objetivo, e se atingir o objetivo 
por outro meio, não existirá o vício (exemplo: o réu é citado de forma incorreta, mas comparece 
à audiência e se defende – o ato que inicialmente era nulo se tornará válido). 
 
Importante! 
Identificando que o ato processual, mesmo nulo, não trouxe prejuízo e alcançou a sua 
finalidade, não será decretada sua nulidade. 
 
Do Valor da Causa 
Toda petição inicial deverá ter, obrigatoriamente, valor da causa. O valor da causa, como 
regra, corresponde ao valor do pedido ou dos pedidos, caso ocorra a cumulação, ou seja, mais 
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de um pedido, conforme o art. 292 do CPC. Contudo, importante observar o inciso III do art. 292 
do CPC: “na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo autor”. 
O § 3º do art. 292 do CPC traz uma importante informação, qual seja: “O juiz corrigirá, de 
ofício e por arbitramento, o valor da causa quando verificar que não corresponde ao conteúdo 
patrimonial em discussão ou ao proveito econômico perseguido pelo autor, caso em que se 
procederá ao recolhimento das custas correspondentes”. 
Importante! 
A parte deverá juntar a procuração contendo nome do advogado, OAB, endereço 
completo (art. 105, § 2º do CPC). A não juntada será admitida somente, para evitar preclusão, 
decadência ou prescrição, ou para praticar ato considerado urgente (art. 287, I c/c art. 104, 
ambos do CPC). Importa destacar ainda que, se o autor for absolutamente ou relativamente 
incapaz, deverá ser indicado a pessoa que o representa ou assiste. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Tutela 
provisória
Urgência
Antecipada
Antecedente
Incidente
Cautelar
Antecedente
Incidente
Evidência Incidente
6. Da Tutela Provisória 
 
6.1 Disposições Gerais - arts. 294 a 299 
As tutelas provisórias são divididas em Evidência e Urgência. 
A tutela provisória de evidência somente poderá ser pedida (e concedida/deferida) nos 
casos do art. 311 do CPC – e sua análise será incidental. 
Por outro lado, a tutela de urgência exige, para sua concessão, a presença dos requisitos 
do art. 300 do CPC (podendo ser requerida e analisada de forma incidente ou antecedente). 
A Tutela de Urgência ainda se subdivide em Antecipada (garantir direitos materiais) e 
Cautelar (garantir direitos processuais). 
Especificamente as tutelas de urgência poderão ser requeridas de forma antecedente – a 
antecipada antecedente está regulada nos arts. 303 e 304 do CPC, enquanto a cautelar 
antecedente tem sua regulação no art. 305 e seguintes do CPC. 
* Para todos verem: esquema 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cessa eficácia da tutela antecedente 
Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, se: 
I - o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal; 
II - não for efetivada dentro de 30 (trinta) dias; 
III - o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir o 
processo sem resolução de mérito. 
Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela cautelar, é vedado 
à parte renovar o pedido, salvo sob novo fundamento. 
 
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O cidadão busca do Poder Judiciário a solução de um conflito de interesses, a solução de 
uma lide. O Poder Judiciário possui jurisdição, ou seja, possui poder-dever de solucionar um 
litígio. Contudo, o que o cidadão quer do Poder Judiciário é definido como tutela jurisdicional – 
decisão do conflito levado a juízo. 
A tutela jurisdicional possui uma classificação, sendo ela: 
* Para todos verem: esquema 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O pedido da tutela provisória de evidência deverá estar fundamentado em um direito 
claro e objetivo, em um direito evidente. Essa tutela somente poderá ser pedida e 
concedida/deferida nos casos previstos no art. 311 do CPC e sua análise será incidental. 
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de 
perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando: 
I – ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório 
da parte; 
II – as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver 
tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; 
III – se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do 
contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto 
custodiado, sob cominação de multa; 
IV – a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos 
do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. 
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente. 
 
Por outro lado, a tutela de urgência exige, para sua concessão, a presença dos requisitos 
do art. 300 do CPC, podendo ser requerida e analisada de forma incidente ou antecedente. 
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem 
a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução 
real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, 
podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder 
oferecê-la. 
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia. 
§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver 
perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão. 
• tutela que põe fim ao conflito de interesses levado a juízo.
Tutela definitiva: 
• é uma decisão provisória, ainda não definitiva. Pretende-se uma decisão provisória no decorrer 
do processo, ainda não definitiva, pois ela ainda pode ser modificada. As tutelas provisórias são 
divididas em: tutela de evidência e tutela de urgência.
Tutela provisória: 
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A tutela de urgência necessita de probabilidade do direito, ou seja, é um direito provável, 
ainda não é concreto. É necessário indicar ao Judiciário indícios de que exista esse direito. Faz-
se necessário, ainda, demonstrar que exista perigo de dano – não é possível esperar até a 
concessão da tutela definitiva, é preciso uma decisão judicial naquele momento para se evitar 
que o direito pretendido sofra dano irreparável – ou demonstrar que exista risco de o processo 
não alcançar resultado útil – diante de uma atitude da outra parte: isso é, corre-se o risco de a 
ação proposta não alcançar o resultado útil, necessitando-se de uma decisão que garanta que 
essa ação possa alcançar resultado útil, por exemplo, quando o devedor começa a se desfazer 
de seu patrimônio. 
 
A tutela de urgência ainda se subdivide em: 
* Para todos verem: esquema 
 
 
 
 
 
 
Importante Cabeção! 
A tutela provisória poderá ser pedida e concedida tanto ao autor, quanto ao réu, em 
qualquer momento do processo. Inclusive, é possível requerer a tutela provisória em 2º grau (art. 
932, II do CPC). 
As decisões interlocutórias que dizemrespeito às tutelas provisórias são passíveis de 
recurso, ou seja, são decisões recorríveis. O art. 1.015, inciso I do CPC menciona que: 
 
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem 
sobre: 
I – tutelas provisórias; 
 
O pedido de tutela provisório pode ser feito de duas maneiras, de forma incidental e de 
forma antecedente, vejamos: 
 
 
 
• quando a urgência incidir sobre direitos materiais.
Tutela de urgência antecipada: 
• quando a urgência incidir sobre direitos processuais.
Tutela de urgência cautelar: 
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* Para todos verem: esquema 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição 
inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de 
tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano 
ou do risco ao resultado útil do processo. 
§ 1o Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo: 
I – o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a 
juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) 
dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar; 
II – o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação na forma 
do art. 334 ; 
III – não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do 
art. 335 . 
§ 2o Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo, o processo 
será extinto sem resolução do mérito. 
§ 3o O aditamento a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo dar-se-á nos mesmos 
autos, sem incidência de novas custas processuais. 
§ 4o Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá de indicar o valor 
da causa, que deve levar em consideração o pedido de tutela final. 
§ 5o O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do benefício previsto 
no caput deste artigo. 
§ 6o Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão 
jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de 
ser indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito. 
 
Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter 
antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se 
objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza 
antecipada, o juiz observará o disposto no art. 303. 
 
 Importante! 
O instituto da estabilização da tutela provisória somente será aplicável nos pedidos de 
tutela provisória de urgência antecipada antecedente (art. 304 do CPC). Esse pedido precisa ser 
deferido e que não haja recurso. 
 
Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303 , torna-se estável se da 
decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso. 
§ 1o No caso previsto no caput , o processo será extinto. 
• é o pedido normal, dentro do processo. Pode ser tanto de tutela provisória de urgência como 
de evidência. 
De forma incidental: 
• é o pedido antes de se entrar com a ação. Existe uma grande necessidade de uma decisão 
judicial. Esse pedido só ocorre na tutela provisória de urgência e é baseado nos arts. 303 ou 
305 do CPC.
De forma antecedente: 
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§ 2o Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou 
invalidar a tutela antecipada estabilizada nos termos do caput . 
§ 3o A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada ou 
invalidada por decisão de mérito proferida na ação de que trata o § 2o. 
§ 4o Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos autos em que foi 
concedida a medida, para instruir a petição inicial da ação a que se refere o § 2o, prevento 
o juízo em que a tutela antecipada foi concedida. 
§ 5o O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto no § 2o deste 
artigo, extingue-se após 2 (dois) anos, contados da ciência da decisão que extinguiu o 
processo, nos termos do § 1o. 
§ 6o A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos 
respectivos efeitos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar, 
proferida em ação ajuizada por uma das partes, nos termos do § 2o deste artigo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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7. Formação, Suspensão e Extinção do processo 
 
 
7.1 Da Formação do Processo 
Conforme o art. 312 do CPC, considera-se proposta a ação quando a petição inicial for 
protocolada, todavia, a propositura da ação só produz quanto ao réu os efeitos mencionados no 
art. 240, também do CPC, depois que for validamente citado. 
 
7.2 Da Suspensão do Processo 
Das causas de suspensão, elencadas no artigo 313 do CPC, algumas são aplicáveis a 
todos os tipos (I, II, III e VI), outras são específicas do processo de conhecimento (IV e V), já as 
do processo de execução são tratadas no artigo 921 do CPC. 
 
7.3 Da Extinção do Processo 
Conforme o art. 316 do CPC, a extinção do processo dar-se-á por sentença e, ainda, na 
forma do art. 317 do CPC, antes de proferir decisão sem resolução de mérito, o juiz deverá 
conceder à parte oportunidade para, se possível, corrigir o vício. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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8. Do Processo de Conhecimento e do Cumprimento de 
Sentença 
 
 
8.1 Do Procedimento Comum 
Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, salvo disposição em contrário no 
CPC ou de lei, ainda, o procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos demais 
procedimentos especiais e ao processo de execução, conforme o art. 318 do CPC. 
 
Da Petição Inicial 
Quando existe um conflito de interesses e a pessoa não consegue solucionar de forma 
consensual com a outra parte, é necessário buscar no Poder Judiciário essa solução. O juiz não 
age por ofício nos processos, isto é, faz-se necessária a iniciativa da parte através da petição 
inicial. 
A petição inicial deve obedecer aos requisitos dos arts. 319 e 320 do CPC. 
 
Importante, Cabeção! 
A petição inicial deverá indicar se o autor deseja ou não que seja designada audiência de 
conciliação ou mediação (art. 334 do CPC). 
 
Conforme o exposto nos arts. 322 e 324 do CPC, os pedidos da petição inicial devem ser 
certos e determinados; em outras palavras, o pedido não pode ser presumido – o que o autor 
não pediu o juiz não pode julgar – e não pode ser genérico. Excepcionalmente, o pedido poderá 
ser genérico, conforme o § 1º do art. 324 do CPC. 
 
Importante! 
Há possibilidade de alteração dos pedidos, de acordo com o art. 329 do CPC. 
 
 
Emenda da Petição Inicial 
Se a petição inicial estiver irregular, por faltar algum dos requisitos dos arts. 319 e 320 do 
CPC, ou apresentar defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, o juiz 
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determinará que o autor emende ou a complete, no prazo de 15 dias (informando, com precisão, 
o que deve ser corrigido ou completado – art. 321, do CPC). 
Não cumprida tal diligência, a petição inicial será indeferida (art. 321, parágrafo único, do 
CPC) – restando a ação extinta sem resolução do mérito, na forma do art. 485, I do CPC. 
 
Indeferimento da Petição Inicial 
As hipóteses de indeferimento são aquelas previstas no art. 330, CPC. Identificada pelo 
magistrado alguma das situações do art. 330 do CPC, deverá intimar o autor para 
emendar/completar a inicial (art. 321, c/c o art. 317 do CPC). 
A decisão que indefere a inicial, por gerar a extinção sem resolução do mérito (art. 485, I 
do CPC), é uma sentença (art. 316 do CPC) recorrível via

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