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Ceisc OAB Ebook Processo Civil 1 Ceisc OAB Ebook Processo Civil 2 Olá! Boas-Vindas! Cada material foi preparado com muito carinho para que você possa absorver da melhor forma possível, conteúdos de qualidade! Lembre-se: o seu sonho também é o nosso! Bons estudos! Estamos com você até a sua aprovação! Com carinho, Equipe Ceisc. ♥ Ceisc OAB Ebook Processo Civil 3 2ª FASE OAB | CIVIL | 39º EXAME Processo Civil Prof. Me. Leonardo Fetter Sumário 1. Das normas processuais Civis e Princípios Constitucionais e Processuais ................. 5 1.1 Princípios Constitucionais e Processuais ......................................................... 5 2. Da Função Jurisdicional ........................................................................................ 8 2.1 Da Jurisdição e da Ação ................................................................................... 8 2.2 Rito ou procedimento........................................................................................ 9 3. Dos limites da jurisdição Nacional e da Cooperação Internacional ........................... 11 3.1 Competência .................................................................................................. 11 4. Dos Sujeitos do processo .................................................................................... 15 4.1 Das Partes e dos Procuradores ...................................................................... 15 4.2 Do Litisconsórcio ............................................................................................ 19 4.3 Da Intervenção de Terceiros .......................................................................... 21 4.4 Dos Impedimentos e da Suspeição ................................................................ 23 4.5 Do Ministério Público ...................................................................................... 25 5. Dos Atos Processuais .......................................................................................... 26 5.1 Da Forma, do Tempo e do Lugar dos Atos Processuais ................................ 26 5.2 Da Comunicação dos Atos Processuais ......................................................... 30 6. Da Tutela Provisória ......................................................................................... 34 6.1 Disposições Gerais - arts. 294 a 299 .............................................................. 34 7. Formação, Suspensão e Extinção do processo ............................................... 39 7.1 Da Formação do Processo ............................................................................. 39 7.2 Da Suspensão do Processo ........................................................................... 39 Ceisc OAB Ebook Processo Civil 4 7.3 Da Extinção do Processo ............................................................................... 39 8. Do Processo de Conhecimento e do Cumprimento de Sentença ..................... 40 8.1 Do Procedimento Comum .............................................................................. 40 8.2 Do Cumprimento da Sentença ....................................................................... 74 9. Do Processo de Execução ............................................................................... 78 9.1 Execução de título extrajudicial, penhora, impenhorabilidade, fraude a execução, embargos à execução ......................................................................... 78 9.2 Cumprimento de sentença, impugnação, execução de alimentos .................. 86 Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para a 2ª Fase OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. Além disso, recomenda-se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente. Bons estudos, Equipe Ceisc. Atualizado em setembro de 2023. Ceisc OAB Ebook Processo Civil 5 1. Das normas processuais Civis e Princípios Constitucionais e Processuais Prof. Leonardo Fetter @prof.fetter O Direito Processual Civil emerge, no mundo jurídico, com uma função bem específica – regular as formas, meios e maneiras de o cidadão buscar seu direito material perante o Poder Judiciário. Aparece, então, como forma de igualdade, já que fixa as mesmas normas para todos os cidadãos, indistintamente, e como instrumento, pois busca o reconhecimento do direito material pretendido. Dessa forma, e com esse objetivo, existem alguns conceitos básicos que devem ser entendidos e fixados, sendo eles: * Para todos verem: esquema. 1.1 Princípios Constitucionais e Processuais Princípio do devido processo legal: O direito ao processo é uma das garantias constitucionais, direito fundamental previsto no art. 5º, inciso XXXV, portanto, é um princípio constitucional e processual. O devido processo legal está relacionado com os outros princípios, como contraditório, ampla defesa. Princípio do contraditório: É uma ideia de reação: sempre que houver a possibilidade de uma decisão judicial contra uma das partes, essa parte tem que ser ouvida, tem que ser dada a oportunidade de a parte se manifestar. Objetivamente, é o direito de reação – garante às partes a oportunidade de se manifestar em todos os atos do processo, e tratamento paritário para dialogar com o juiz, sob pena de nulidade, não podendo, assim, o juiz julgar qualquer ação sem JURISDIÇÃO AÇÃO RITO | PROCEDIMENTO COMPETÊNCIA Ceisc OAB Ebook Processo Civil 6 que os litigantes tenham tido a oportunidade de se defender. Veja o art. 9º do CPC: “Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida”. Exceção: o juiz pode decidir sem dar a oportunidade de uma das partes se manifestar, conforme o parágrafo único do art. 9º do CPC. Importante, Cabeçones! O juiz não pode proferir nenhuma decisão sem antes ter ouvido todas as partes. É vedada a decisão-surpresa, até mesmo quando se tratar de matéria que deva ser decidida de ofício. O art. 10 do CPC traz que todas as decisões devem ser fundamentadas, ou seja, juiz deve apresentar para as partes o motivo pelo qual ele chegou à determinada decisão. Quanto a esses fundamentos, é obrigatório ter sido oportunizado o debate nos autos. Princípio da publicidade dos atos processuais: Está previsto nos arts. 5º, LX, e 93, IX, ambos da CF e arts. 11, caput, e 368, ambos do CPC. Impõe que sejam públicos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário, e justifica-se no fato de haver interesse público maior que somente das partes, pois visa a garantia da paz e harmonia social. Importante recordar a exceção deste princípio: processos que tramitam com segredo de justiça (art. 189 do CPC). Princípio da isonomia: Trata-se de um princípio que visa dar tratamento igual às partes, objetivando um processo justo e equilibrado. Encontra-se presente no art. 5º, caput, da Constituição Federal, bem como no art. 7º do CPC: “É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório”. Princípio da imparcialidade: O princípio do juiz natural determina que as partes têm direito a um julgamento realizado por um juiz competente e imparcial (art. 5º, LIII e XXXVII, da CF). O primeiro inciso desse artigo dispõe que ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente, e o segundo, dispõe que não haverájuízo ou tribunal de exceção. Ceisc OAB Ebook Processo Civil 7 Requisitos para caracterização do juiz natural: a) o julgamento deve ser proferido por alguém investido de jurisdição; b) o órgão deve ser preexistente; c) a causa deve ser submetida ao juiz competente, de acordo com as regras postas pela CF e por lei. Princípio da motivação das decisões judiciais: Este princípio disciplina que todas as decisões judiciais devem obrigatoriamente ser fundamentadas, de acordo com o art. 93, inciso IX, da Constituição Federal e art. 11 do CPC. Princípio da boa-fé processual: Este princípio visa o bom comportamento das partes: com boa-fé, lealdade e urbanidade (art. 5º do CPC); está ligado ao princípio da dignidade da pessoa humana. A parte que agir com má-fé pode ser penalizada com multa – art. 81 do CPC. Além disso, as práticas consideradas de má-fé estão previstas no art. 80 do CPC. Princípio da duração razoável do processo: O princípio da duração razoável do processo é também conhecido como princípio da celeridade processual. Não há na lei uma predeterminação de duração do processo, todavia não se pode tolerar a procrastinação injustificável do Judiciário e seus serviços. Está previsto no art. 5º, inciso LXXVIII, da CF, “a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação” e nos arts. 4º e 6º do CPC. Princípio do duplo grau de jurisdição: Este princípio não se encontra expresso na Constituição Federal, mas diante de terem sido criados juízos e tribunais cuja competência é julgar os recursos contra as decisões de primeiro grau, automaticamente estabeleceu-se o duplo grau de jurisdição, que busca reanalisar os atos judiciais que geram inconformismo na parte e estão substanciados por falhas, ilegalidades, provas, através do julgamento de um órgão superior. Princípio da proporcionalidade e razoabilidade: De acordo com o art. 8º do CPC o juiz, ao aplicar as normas, deverá atender aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência. O exemplo clássico de aplicação dos princípios da proporcionalidade e razoabilidade emerge com a fixação do quantum (valor) devido na obrigação alimentar. Ceisc OAB Ebook Processo Civil 8 2. Da Função Jurisdicional 2.1 Da Jurisdição e da Ação Jurisdição A jurisdição é o poder-dever do Estado de compor/solucionar litígios. Assim, considerando as regras inerentes ao Estado Democrático de Direito, faz-se necessário identificar quem possui esse poder-dever, quem possui a responsabilidade de não deixar que os cidadãos, por suas próprias mãos, busquem solucionar um conflito de interesses. O Poder Judiciário é responsável pela jurisdição, o Poder Judiciário está investido em jurisdição. Compreende-se que esta função jurisdicional é delegada ao Poder Judiciário pelo Estado. Ainda, fala-se em poder-dever, uma vez que, o Poder Judiciário não pode abrir mão dessa responsabilidade. Quando um conflito de interesses é levado até o Poder Judiciário, ele tem a obrigação de o resolver, não pode negar a solução do litígio. O exercício da jurisdição (este poder-dever de solucionar litígios) é do Poder Judiciário. Contudo, uma importante característica da jurisdição é a inércia, ou seja, para o Estado-Juiz exercer a jurisdição, faz-se necessária a provocação. O juiz não tem autonomia para agir por conta própria, em outras palavras, agir de ofício. O Poder Judiciário deve, necessariamente, ser provocado pela parte interessada, conforme o art. 2º do CPC: “O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei”. É o chamado princípio da ação ou da demanda, ou ainda, princípio da iniciativa da parte. Nesse sentido, uma vez que o cidadão possui o direito à jurisdição, surge a ação, forma de provocação da jurisdição. Ação A forma adequada de o cidadão provocar o Poder Judiciário, retirando-o da sua inércia, é a ação, ou seja, é através da ação que o Poder Judiciário sai da sua inércia e passa a exercer a jurisdição, o poder-dever de solucionar conflitos de interesses. O direito de ação não está vinculado ao direito material, dessa forma, o cidadão não precisa ter um direito material garantido para provocar o Judiciário. O direito de ação se trata de Ceisc OAB Ebook Processo Civil 9 um direito abstrato (não concreto); existe o direito de ação independentemente de seu resultado, todavia, o autor deverá preencher as condições da ação, sendo elas: * Para todos verem: esquema. OBSERVAÇÕES: Importante a leitura dos arts. 17 e 18 do CPC, Cabeçones! Atenção! O sistema processual civil brasileiro definiu dois tipos de ação: ação de conhecimento e ação de execução. Uma ação jamais vai iniciar de ofício pelo magistrado, pois o Poder Judiciário é inerte, dessa maneira, faz-se necessária a provocação por parte do cidadão. * Para todos verem: esquema. Emerge, então, um terceiro conceito clássico e necessário: o de rito ou procedimento. 2.2 Rito ou procedimento Frise-se, já de início, que rito e procedimento são sinônimos. E, de forma bem objetiva e simples, pode-se definir o rito/procedimento como: conjunto de atos – que ocorrem entre o início e o fim da ação – estabelecidos pela lei processual e, devem ser seguidos perante o Poder Judiciário para alcançar a solução do conflito de interesses apresentado. •quando o cidadão deseja uma postura condenatória, declaratório ou constitutiva por parte do Poder Judiciário, essa é a pretensão e aparecerá através do pedido. A propositura da ação aparece através da petição inicial, e um dos requisitos da petição inicial, nos termos do art. 319, inciso IV do CPC, é o pedido. Assim, o juiz ao julgar o pedido, vai julgá-lo procedente, improcedente ou parcialmente procedente. Ação de conhecimento: •O autor busca a cobrança, o ressarcimento, de uma obrigação. O autor vai propor uma ação executiva quando pretender cobrar um crédito, cobrar uma obrigação pré-constituída, em outras palavras, uma obrigação fixada em um título, seja ele judicial (art. 515 do CPC) ou extrajudicial (art. 784 do CPC). Ação de execução: Interesse processual Legitimidade de agir Ceisc OAB Ebook Processo Civil 10 Importante! Identificado o pedido (a pretensão que a parte vai levar ao Poder Judiciário), será possível identificar o rito pelo qual este pedido vai tramitar perante o Poder Judiciário. Mas qual a forma desta identificação? * Para todos verem: esquema. Para encerrar estas considerações iniciais, vale fazer referência a um último e indispensável conceito: a competência. Todos os pedidos que vão tramitar utilizando ou respeitando um rito/procedimento especial devem ter previsão expressa no CPC, a partir do art. 539. Cabeção, importante: também pode haver previsão em lei especial, como por exemplo a Lei de Alimentos, a qual prevê procedimento especial para o pedido de alimentos. Procedimento Especial O uso deste também é definido pelo pedido, mas de uma forma ainda mais simples: para todos os pedidos que não tiverem previsão de uso do procedimento especial, será utilizado o procedimento comum. Procedimento Comum Ceisc OAB Ebook Processo Civil 11 3. Dos limites da jurisdição Nacional e da Cooperação Internacional 3.1 Competência Todo o órgão do Poder Judiciário (juiz, desembargador, ministro) tem jurisdição. Apesar de todo o órgão do Poder Judiciário ter jurisdição, o exercício desta jurisdição é delimitado pelas regras de competência – as quais possuem a intenção de organizar o exercício jurisdicional.Contudo, pode-se compreender a competência como o limite de atuação dos órgãos jurisdicionais, uma vez que, o juiz federal, por exemplo, só trabalha em lides de competência federal. Quando se estuda competência, a primeira grande divisão que deve ser feita é acerca da competência estadual e federal. Assim, para fixar a competência da Justiça Federal, faz-se necessário verificar o art. 109 da Constituição Federal – ali ficaram definido quais seriam os conflitos de interesses de competência federal (da Justiça Federal). Quanto à competência da Justiça Estadual, o que não for de competência federal, será de competência estadual, pois a competência estadual é residual. Tem-se a definição da competência federal e o que não for de competência federal é considerado de competência estadual. A lide de competência absoluta só pode ser julgada por aquele juízo, não há possibilidade de alteração de competência. A competência relativa existe a possibilidade de alteração da competência. A competência federal será sempre absoluta, assim como, por exemplo, em relação à matéria. Por outro lado, a competência territorial (prevista no CPC) é um critério de competência relativa, ou seja, pode ser modificada pela vontade ou omissão das partes. Da incompetência A incompetência é dividida em absoluta e relativa. A absoluta pode ser reconhecida de ofício e em qualquer grau de jurisdição (art. 64, § 1º, CPC) – a competência absoluta trata dos casos de interesses públicos. Já a competência relativa não pode ser reconhecida de ofício (art. 337, § 5º, CPC e súmula no 33 do STJ) e deve ser alegada em preliminar da contestação (art. 337, II, CPC), sob pena de prorrogação (art. 65, CPC) – a competência relativa disciplina os casos de interesses privados. Ceisc OAB Ebook Processo Civil 12 Já a prevenção visa confirmar e manter a competência de um juiz respectivo quando houver mais de um juízo competente para o julgamento de uma mesma causa. Conforme previsto no art. 59 do CPC, o que torna o juízo prevento é o registro ou a distribuição da petição inicial. *Para todos verem: quadro. COMPETÊNCIA ABSOLUTA RELATIVA • Interesse Público • Não há possibilidade de modificação de competência • Matéria • A incompetência absoluta pode ser decretada de ofício e em qualquer grau de jurisdição (art. 64, § 1o do CPC) • A incompetência absoluta não preclui • O reconhecimento da incompetência não gera a extinção do processo (art. 64 do CPC) • Interesse Privado • Existe possibilidade de alteração de competência • Territorial (CPC) • A incompetência não pode ser reconhecida de ofício (súmula no 33 do STJ) • Precisa ser requerida em preliminar de contestação • Na incompetência relativa incide a preclusão • Prorrogação processual (art. 65 do CPC) • O reconhecimento da incompetência não gera a extinção do processo (art. 64 do CPC) Importante, Cabeçones! O art. 63 do CPC, traz uma exceção. No art. 63 do CPC, temos uma possibilidade do reconhecimento da incompetência relativa pelo juízo, ou seja, de ofício. As partes escolhem um foro competente para julgar, por exemplo, as cláusulas de um contrato. Os contratantes estão, de forma antecipada, definindo onde será produzida as discussões judiciais relacionadas ao contrato. Mas atenção para quando essa cláusula pode ser interpretada como abusiva, por exemplo, nos contratos de adesão. O reconhecimento da incompetência (tanto relativa quando absoluta) gera a remessa dos autos para o juízo competente, mas não gera a extinção do processo, conforme o art. 64, § 3º, CPC. Importante! As regras de competência fixadas pelo CPC são territoriais, ou seja, definem o lugar onde deverá ser proposta a ação. A competência do JEC (Lei no 9.099/1995), JEF (Lei no 10.259/2001) e JEFP (Lei no 12.153/2009) é definida, também, pelo valor da causa (no estado causas de valor até 40 salários-mínimos e nos juizados federais causas de até 60 salários- Ceisc OAB Ebook Processo Civil 13 mínimos). A competência do JEC é relativa – em uma lide de competência Estadual de até 40 salários-mínimos, a parte autora pode optar entre ingressar no JEC ou na justiça comum – e a competência do JEF é absoluta – em uma causa de competência federal de até 60 salários- mínimos, é obrigatório entrar no JEF, a parte autora não pode escolher. O reconhecimento da incompetência no JEC ou JEF acarreta a extinção do processo sem resolução do mérito – art. 51, inciso III, da Lei no 9.099/1995. *Para todos verem: quadro. COMPETÊNCIA Justiça Estadual (Comum) Residual Justiça Federal (Comum) art. 109 da CF Justiça do Trabalho 1o Grau • Juiz de Direito • Relativa • Juiz Federal • Absoluta • Juiz do Trabalho • Absoluta 2o Grau • TJ • Cabe recurso para o STJ quando houver ofensa a lei federal • Cabe recurso para o STF quando houver ofensa à Constituição Federal • TRF • Cabe recurso para o STJ quando houver ofensa a lei Federal • Cabe recurso para o STF quando houver ofensa à Constituição Federal • TRT • Recurso para o TST Exceção constitucional: art. 109, § 3º da CF. A Constituição Federal traz que, em uma ação contra o INSS, se a comarca do domicílio do segurado não for sede de vara federal, é possível entrar com essa ação contra o INSS na justiça estadual. Contudo, de acordo com o § 4º do art. 109 da CF, o recurso cabível nessa hipótese “será sempre para o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau”. Conexão e Continência Importante ressaltar que conexão e continência são regras processuais de modificação de competência, conforme o art. 54 do CPC. Faz-se necessário afirmar também Ceisc OAB Ebook Processo Civil 14 que não são causas que geram a extinção do processo. A ideia da conexão e da continência é evitar que aconteçam decisões conflitantes. A conexão está prevista no art. 55 do CPC e determina que duas ou mais ações podem se reunir para julgamento conjunto, quando o pedido e a causa de pedir lhes forem comuns; busca evitar que ações iguais tenham julgamentos diferentes. O critério jurídico processual que se deve usar para reunir ações conexas está prevista no art. 58 e 59 do CPC, ou seja, a prevenção se dá através da distribuição da petição inicial. As ações conexas serão reunidas perante o juízo onde houve a primeira distribuição da inicial. Atenção para o § 3º do art. 55 do CPC: ainda que não haja relação com o pedido ou com a causa de pedir, mas existindo qualquer risco de decisão conflitante, devem ser reunidos os processos para decisão em conjunto. Ainda, é importante prestar atenção à parte final do § 1º do art. 55 do CPC: quando um processo já houver sido sentenciado, não haverá conexão. A continência está disciplinada no art. 56 do CPC e determina que, para haver a modificação de competência, é necessário que duas ou mais ações tenham identidade quanto às partes e a causa de pedir, e que o pedido de uma, por ser mais amplo, abranja o das demais. Aqui também ocorre a reunião de duas ou mais ações, visando evitar decisões divergentes. As regras aplicadas à conexão aplicam-se também à continência. * Para todos verem: esquema •Está prevista no artigo 55 do CPC e determina que duas ou mais ações podem se reunir para julgamento conjunto, quando o pedido e a causa de pedir lhes forem comuns. •Busca evitar que ações iguais tenham julgamentos diferentes. Conexão: •Está disciplinada no artigo 56 do CPC e determina que para haver a modificação de competência é necessário que duas ou mais ações tenham identidade quanto às partes e a causa de pedir, e que o pedido de uma, por ser mais amplo, abranja o das demais. •Aqui também ocorre a reunião de duas ou mais ações, visando evitar decisões divergentes. As regras aplicadas à conexão aplicam-se também a continência. Continência:•Visa confirmar e manter a competência de um juiz respectivo quando houver mais de um juízo competente para o julgamento de uma mesma causa. •Conforme previsto no artigo 59 do CPC, o que torna o juízo prevento é o registro ou a distribuição da petição inicial. Prevenção: Ceisc OAB Ebook Processo Civil 15 4. Dos Sujeitos do processo 4.1 Das Partes e dos Procuradores Em uma ação, é necessário identificar o autor, aquele que figura no polo ativo da demanda, ou seja, quem propôs a ação, e o réu, aquele que figura no polo passivo da demanda, ou seja, contra quem foi proposta a ação. Ao se falar em pessoa, seja pessoa natural, seja pessoa jurídica, necessita-se compreender como elas adquirem personalidade, como elas exercem os diretos decorrentes dessa personalidade. Juridicamente falando, ter personalidade é ser titular de direitos e obrigações. A pessoa natural, quando nasce com vida, adquire personalidade e, por consequência, é titular de direitos e obrigações. A pessoa jurídica adquire personalidade quando os seus atos constitutivos, seu contrato social, é registrado no local competente. O exercício desses direitos e dessas obrigações pode ter que acontecer por representante ou a pessoa deve estar assistida. Há uma diferença entre ter personalidade e poder exercer esses direitos e essas obrigações sozinho, e para isso devemos avaliar a capacidade. Da Capacidade Processual Legalmente, o menor de 16 anos é absolutamente incapaz; a pessoa de 16 a 18 anos é denominada relativamente incapaz e a pessoa maior de 18 anos é plenamente capaz. O absolutamente incapaz possui direitos e obrigações, contudo, ele não pode exercer os direitos e obrigações sozinho, precisa estar representado. O relativamente capaz precisa ser assistido. A pessoa plenamente capaz exerce sozinha os seus direitos e obrigações. O menor de 16 anos pode ser autor ou réu de uma ação, todavia, deve exercer os seus direitos e obrigações por um representante. Ex.: ação de alimentos. Uma criança de seis meses precisa receber alimentos do pai, então ela será a autora da ação, representada por sua mãe. Ceisc OAB Ebook Processo Civil 16 Dos Deveres das Partes e de seus Procuradores Custas e Despesas Processuais Foi definido, no art. 82 do CPC, que o autor, ao propor uma ação, deverá fazer o adiantamento das custas processuais (ou seja, a parte autora deverá fazer o recolhimento das custas para ter sua ação distribuída). Objetivamente, o Estado cobra para prestar jurisdição. De acordo com o art. 82, § 2º do CPC, o juiz, ao sentenciar o processo, condenará a parte vencida ao pagamento ou ressarcimento das custas e despesas que a parte vencedora antecipou. Essa circunstância decorre da sucumbência, a qual pode ser definida pela consequência da derrota na ação. A parte vencida será condenada aos ônus de sucumbência. Justiça gratuita O art. 82 do CPC prevê que, no caso de justiça gratuita, restará a parte isenta do pagamento de custas e despesas processuais. Nesse sentido, o art. 98 do CPC garante à pessoa natural ou jurídica, tanto brasileira, quanto estrangeira, que tenha insuficiência de recursos para o pagamento das custas, das despesas processuais e dos honorários advocatícios, o direito à justiça gratuita. O direito à justiça gratuita é concedido a qualquer das partes, podendo ser, inclusive, a um terceiro que interveio no processo, desde que cumpra os requisitos impostos na lei. O pedido ao benefício poderá ser feito em várias fases do processo: na inicial, contestação, em recursos ou até mesmo na petição que traz um terceiro ao processo. No caso da pessoa natural, basta a alegação de ser hipossuficiente, não podendo o juiz indeferir o benefício sem que esteja evidenciado no processo o contrário. Nesse caso, ainda, antes do indeferimento, a parte tem a oportunidade de provar o contrário, conforme o art. 99, § 2º e 3º do CPC). Diferentemente é a situação da pessoa jurídica, que, para fazer jus à justiça gratuita, deve provar ser financeiramente hipossuficiente. Importante, Cabeção! Caso a parte vencida seja beneficiária da justiça gratuita, ela poderá ser condenada ao pagamento das custas e dos honorários, conforme o § 2º do art. 98 do CPC. Contudo, de acordo com o § 3º do art. 98 do CPC, referida condenação é suspensa, por consequência do benefício da justiça gratuita, pelo prazo de até cinco anos. Ceisc OAB Ebook Processo Civil 17 Honorários Advocatícios de Sucumbência Os honorários advocatícios são a remuneração do advogado, pois o advogado atua no processo como um prestador de serviço, assim, é possível convencionar com o cliente os honorários advocatícios. Trata-se da contraprestação pelo serviço prestado. Os honorários de sucumbências são oriundos de um processo judicial, trata-se de honorários fixados pelo juiz para pagamento pela parte vencida para o advogado da parte vencedora. A parte vencida no processo é denominada sucumbente – e deverá arcar com os ônus desta derrota (da sucumbência). Dentre os ônus da parte vencida, está o pagamento das custas (art. 82, § 2º do CPC) para a parte vencedora (como já referido anteriormente). E, por segundo, será também a parte vencida condenada a pagar os honorários advocatícios ao ADVOGADO da parte vencedora, conforme previsão expressa do art. 85 do CPC. Tal condenação deverá ser fixada na forma estabelecida no art. 85, § 2º do CPC. Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor. § 1o São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumulativamente. § 2o Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos: I – o grau de zelo do profissional; II – o lugar de prestação do serviço; III – a natureza e a importância da causa; IV – o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. De acordo com o art. 85, § 2º do CPC, os honorários serão fixados entre o mínimo de 10 e o máximo de 20 %. Não existe qualquer possibilidade de termos honorários fixados em percentual superior a 20 %; contudo, existem circunstâncias legais em que é possível a fixação de honorários em percentual inferior a 10 %, como por exemplo, o caso do art. 90, § 4º e art. 85, § 3º, ambos do CPC. Art. 90. Proferida sentença com fundamento em desistência, em renúncia ou em reconhecimento do pedido, as despesas e os honorários serão pagos pela parte que desistiu, renunciou ou reconheceu. § 4o Se o réu reconhecer a procedência do pedido e, simultaneamente, cumprir integralmente a prestação reconhecida, os honorários serão reduzidos pela metade. Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor. § 3o Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos honorários observará os critérios estabelecidos nos incisos I a IV do § 2o e os seguintes percentuais: I – mínimo de dez e máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido até 200 (duzentos) salários-mínimos; II – mínimo de oito e máximo de dez por cento sobre o valor da condenação ou do proveito Ceisc OAB Ebook Processo Civil 18 econômico obtido acima de 200 (duzentos) salários-mínimos até 2.000 (dois mil) salários- mínimos; III–- mínimo de cinco e máximo de oito por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 2.000 (dois mil) salários-mínimos até 20.000 (vinte mil) salários-mínimos; IV - mínimo de três e máximo de cinco por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 20.000 (vinte mil) salários-mínimos até 100.000 (cem mil) salários-mínimos; V- mínimo de um e máximo de três por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 100.000 (cem mil) salários-mínimos. Ainda, importante ressaltar o § 11 do art. 85 do CPC, pois poderá haver majoração dos honorários em 2º grau, contudo, o juiz deverá observar o limite de 20 %. § 11. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados anteriormente levando em conta o trabalho adicional realizado em grau recursal, observando, conforme o caso, o disposto nos §§ 2o a 6o, sendo vedado ao tribunal, no cômputo geral da fixação de honorários devidos ao advogado do vencedor, ultrapassar os respectivos limites estabelecidos nos §§ 2o e 3o para a fase de conhecimento. Dos Procuradores A parte para litigar em juízo precisar estar representada por advogado. O advogado, para atuar em nome da parte, precisa ter poderes, os quais serão fixados por procuração, documento indispensável. Contudo, a segunda parte do art. 104 do CPC traz uma exceção: Art. 104. O advogado não será admitido a postular em juízo sem procuração, salvo para evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato considerado urgente. § 1o Nas hipóteses previstas no caput , o advogado deverá, independentemente de caução, exibir a procuração no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual período por despacho do juiz. § 2o O ato não ratificado será considerado ineficaz relativamente àquele em cujo nome foi praticado, respondendo o advogado pelas despesas e por perdas e danos. Atenção: A procuração não se faz necessária quando o advogado atua em causa própria. Direitos do advogado – acesso aos autos O advogado pode ter vista de qualquer processo judicial em tramitação, mesmo sem procuração, desde que não esteja sob a proteção do segredo de justiça, caso em que é necessária procuração (art. 107, I do CPC). Importante lembrar que este mesmo direito é assegurado aos processos eletrônicos, conforme previsão do art. 107, § 5º do CPC. Tem o advogado direito à carga (levar consigo) dos autos do processo em tramitação, situação em que será necessário apresentar procuração (art. 107, II e III do CPC). Ceisc OAB Ebook Processo Civil 19 Importante! Para que o advogado faça carga dos processos que estão arquivados, não é necessária procuração (art. 7º, XVI, da Lei no 8.906/1994 – Estatuto da Advocacia e da OAB). 4.2 Do Litisconsórcio O litisconsórcio ocorre quando duas ou mais pessoas são partes em um mesmo processo: Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando: I – entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide; II – entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir; III – ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito. § 1o O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença. § 2o O requerimento de limitação interrompe o prazo para manifestação ou resposta, que recomeçará da intimação da decisão que o solucionar. Há algumas classificações importantes quanto ao litisconsórcio, vejamos: a) Quanto ao polo No caso de haver mais de um autor, o litisconsórcio será chamado de ativo; havendo mais de um réu, litisconsórcio passivo; e se houver pluralidade de autores e réus, será chamado de misto. b) Quanto à obrigatoriedade O litisconsórcio também pode ser obrigatório ou facultativo, ou seja, a presença de duas ou mais pessoas é obrigatória, sob pena da ação não prosseguir. Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes. Será necessário ou obrigatório quando decorrer de expressa previsão legal, como, por exemplo, no caso do art. 73 do CPC, que exige que ambos os cônjuges ou companheiros figurem conjuntamente em ações que versem sobre direito real imobiliário ou, ainda, devido à natureza da relação entre as partes. Será facultativo quando derivar apenas da vontade da parte autora, que pode optar por propor uma única ação contra todos os réus que tenham ligação na demanda (ex: obrigação solidária). Ceisc OAB Ebook Processo Civil 20 c) Quanto a uniformidade da decisão Ainda, o litisconsórcio poderá ser simples, quando a sentença não tiver que ser igual para todos os litisconsortes, ou unitário, quando necessariamente precisar ser igual para todos. Art. 116. O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes. d) Quanto à limitação na formação do litisconsórcio Por fim, o litisconsórcio será multitudinário quando ocorrer um número elevado de partes integrantes em um dos polos da ação, e o juiz, ao se deparar com isto, poderá limitar a quantidade de participantes. Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando: § 1o O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença. § 2o O requerimento de limitação interrompe o prazo para manifestação ou resposta, que recomeçará da intimação da decisão que o solucionar. Atenção para o art. 229 do CPC. A possibilidade da incidência do prazo em dobro requer mais do que litisconsórcio, é necessário também partes com advogados diferentes; esses advogados devem ser de diferentes escritórios e os autos precisam ser autos físicos. Se não houver presente os quatro critérios, não haverá a incidência do prazo em dobro. Atenção! Existe uma grande confusão entre litisconsórcio e litispendência. Uma coisa não se relaciona com a outra. O conceito de litispendência está nos §§ 1º e 2º do art. 337 do CPC. Atenção, a litispendência se difere de conexão: a conexão trata do mesmo pedido ou da mesma causa de pedir, não das mesmas partes, e a litispendência trata de duas ações iguais, mesmo pedido, mesma partes e mesma causa de pedir. A litispendência é causa de extinção sem resolução do mérito de um processo, conforme o art. 485, V do CPC. Qual das ações será extinta? De acordo com o art. 240 do CPC, a primeira ação, se houve citação, permanecerá e a outra será extinta. Ceisc OAB Ebook Processo Civil 21 4.3 Da Intervenção de Terceiros A Intervenção de Terceiros pode ser definida como oportunidade legalmente concedida à pessoa não participante de determinada relação jurídica processual para nela atuar ou ser convocado a atuar, na defesa de interesses jurídicos próprios. É um fenômeno processual que acontece quando uma pessoa participa sem ser parte da causa, com o intuito de auxiliar ou excluir os litigantes, para resguardar direitos, ou o próprio interesse que possa ser prejudicado pela sentença, ou quando é provocado. Nesse sentido, cabe distinguir o que é considerado parte e o que é terceiro. O conceito de parte se restringe àquele que participa do processo com parcialidade, havendo interesse em determinado resultado do julgamento. Em outras palavras, parte é o sujeito que atua no polo ativo ou passivo da demanda. Didier Jr., menciona que intervenção de terceiros, pode ser classificada em: espontânea, forma relativa às situações nas quais o terceiro expressa vontade de intervir na ação em curso ou provocada, forma alusiva às hipóteses nas quais seu ingresso é obrigatório, caso o juiz da causa compreenda que os requisitos legais foram preenchidos. São formas de intervenção de terceiros,classificadas no CPC: Da Assistência (arts. 119 a 124 do CPC) O terceiro poderá intervir no processo para assistir uma das partes, ou seja, a assistência diz respeito ao terceiro juridicamente interessado no resultado do processo. Ainda, a assistência é admitida em qualquer rito e grau de jurisdição, nos ternos do parágrafo único do art. 119 do CPC. Poderá, referido pedido de assistência, ser impugnado, caso uma das partes entenda que falte ao requerente interesse jurídico para intervir, no prazo de 15 dias, nos ternos do art. 120 e seu parágrafo único do CPC. Assistência simples (arts. 121 a 123 do CPC) A primeira forma de assistência está prevista nos arts. 121 a 123 do CPC, qual seja: a assistência simples. A atuação do assistente será no auxílio do assistido no desenvolvimento processual, e assim, poderá requerer e produzir provas, recorrer e peticionar, mas não reconhecer o pedido. Tais atribuições determinam sua legitimação processual, entretanto este não tem nenhuma relação jurídica com a parte divergente. Ceisc OAB Ebook Processo Civil 22 O assistente simples ingressa no feito com o objetivo de auxiliar uma das partes, pretendendo ajudá-la para que seja vencedora ao final do processo, ou seja, atua como legitimado extraordinário no processo, já que atua em nome próprio em prol da defesa de direito de outras pessoas. Assistência litisconsorcial (art. 124 do CPC) O assistente atua como litisconsorte e sentirá, diretamente, os efeitos da coisa julgada, devido a este ter relação direta com a parte adversa do assistido - o assistente defende o seu direito em litisconsórcio com o assistido, em juízo. A assistência litisconsorcial é definida como uma forma de litisconsórcio unitário facultativo que costuma dar-se no polo ativo, ambiente propício a esta modalidade de terceiro. Trata-se de modalidade de intervenção de terceiro espontânea, isto é, o terceiro se transforma em litisconsórcio assistido, sendo seu tratamento deferido de forma igual ao assistido. Denunciação da lide (arts. 125 a 129 do CPC) A denunciação a lide encontra amparo no direito regressivo da parte que traz o terceiro eventualmente responsável pelo ressarcimento dos danos ocasionados pelo processo. Nesse caso, o terceiro terá qualidade de parte, sendo vinculado à relação jurídica, se sua participação for requerida tempestivamente pelo Autor ou Réu e desde que citado regularmente. Comprador evicto: Supondo que haja um imóvel em litígio entre dois particulares e um deles aliena o imóvel a terceiro. Posteriormente, é proferida decisão que determina que a casa é de quem não a alienou. Assim, o adquirente perde o imóvel, ocorrendo a evicção. Dessa forma, o adquirente, ora evicto, pode denunciar a lide em face do alienante. Obrigado por lei ou contrato a indenizar regressivamente a parte: Tem abrangência ampla, cabendo em qualquer hipótese de direito regressivo previsto em lei ou contrato, por exemplo, contrato de seguro. A denunciação torna o denunciante e o denunciado litisconsortes na ação originária e na secundária. O denunciante é adversário do secundário, mas vale dizer que o denunciado não é titular do direito na demanda principal. https://www.aurum.com.br/blog/eviccao/ Ceisc OAB Ebook Processo Civil 23 Chamamento ao processo (arts. 130 a 132 do CPC) É espécie coercitiva de intervenção de terceiros que não depende de concordância, sendo que a mera citação válida será suficiente para integrar o chamado ao processo.Deve ser feita dentro do prazo legal, previsto no artigo 131 do CPC, sob pena de preclusão. São três as hipóteses de cabimento para esta modalidade de intervenção de terceiros previstas no artigo 130 do CPC: 1. Chamamento do devedor, quando acionado o fiador, que serão responsáveis solidariamente pelo cumprimento da obrigação principal; 2. Dos demais fiadores, quando a ação for proposta apenas contra um deles; 3. Dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da dívida. Do Incidente da Desconsideração da Personalidade Jurídica (arts. 133 a 137 do CPC) É condicionada ao pedido da parte ou do Ministério Público, devendo preencher os pressupostos previstos em lei, tais como: abuso de personalidade jurídica pelo desvio de finalidade, confusão patrimonial, entre outros – objetivamente, aqueles previstos no art. 50 do CC ou 28 do CDC. O pedido incidental é cabível em qualquer momento do processo. Após a sua instauração, o sócio será citado a se manifestar e requerer a produção das provas cabíveis no prazo de 15 dias, sendo o incidente resolvido por decisão interlocutória. Do Amicus curiae (art. 138 do CPC) Amicus curiae é o “amigo da Corte”, entidade que detém expertise sobre o assunto de que trata a ação judicial e enriquece o debate com dados acerca da questão discutida. A partir de seu conceito, é de se esperar que não se admita tal modalidade de intervenção em ações que versem sobre quaisquer assuntos. É por isso que o caput do artigo 138 do CPC define que o amicus curiae só poderá figurar em ações cujos temas sejam de grande repercussão para a sociedade no geral. 4.4 Dos Impedimentos e da Suspeição Faz-se necessário recordar o princípio da imparcialidade. O magistrado, como órgão do Poder Judiciário, deve atuar com imparcialidade. Atenção, ele não tem que ser neutro, ele tem que ser imparcial. No entanto, existem circunstâncias que acarretam a sua parcialidade, as quais são definidas como suspeição e impedimento. https://www.aurum.com.br/blog/preclusao/ https://www.aurum.com.br/blog/decisao-interlocutoria/ Ceisc OAB Ebook Processo Civil 24 As causas que fundamentam o impedimento estão inseridas no art. 144, e as de suspeição, no art. 145 do CPC. Verificada a parcialidade do juiz, através dessas duas hipóteses, não será declarada a extinção do processo – deverá o magistrado ser afastado do processo, e os autos, encaminhados ao seu substituto legal (sendo invalidados os atos decisórios praticados até a substituição). Importante, Cabeçones! O magistrado pode reconhecer de ofício a sua parcialidade e remeter os autos para o seu substituto legal. O juiz poderá declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de declarar suas razões (§ 1º, art. 145, CPC), protegendo a sua intimidade. Se o magistrado não reconhecer de ofício a sua parcialidade, no prazo de 15 dias, a contar do conhecimento do fato, a parte deverá alegar o impedimento ou suspeição, em petição específica, dirigida ao juiz do processo, na qual deverá ser indicado o fundamento da recusa, podendo instrui-la com documentos em que se fundar a alegação e com rol de testemunhas (art. 146, CPC). Se reconhecer o impedimento ou a suspeição, o juiz ordenará imediatamente remessa dos autos a seu substituto legal. Caso contrário (não reconhecendo sua parcialidade), determinará a autuação em apartado e, no prazo de 15 dias, deverá apresentar suas razões, acompanhadas de documentos e de rol de testemunhas, se houver, ordenando remessa ao tribunal para que julgue o incidente (§ 1º, art. 146, CPC). Caberá ao relator, quando ordenada a remessa do incidente ao tribunal, decidir o efeito suspensivo do incidente. *Para todos verem: quadro. IMPEDIMENTO SUSPEIÇÃO • Causa de parcialidade absoluta. • Pode ser requerida em qualquer momento e qualquer grau de jurisdição. • O prazo do art. 146 do CPC não é absoluto para o impedimento. • O impedimento pode ser alegado até em Ação Rescisória, ou seja, após o trânsito em julgado. • Causa de parcialidade relativa. • Tem que respeitar o prazo do art. 146 do CPC. Ceisc OAB Ebook Processo Civil 25 Atenção para o art. 148 do CPC. Os mesmos motivos de impedimento e suspeição vão ser aplicados ao Ministério Público, aos auxiliares da justiça e aos demais sujeitos imparciaisdo processo. Quanto à testemunha, impedimento e suspeição serão alegados através da contradita (art. 457 do CPC): impedimento na forma do art. 447, § 2º do CPC e suspeição na forma do art. 447, § 3º do CPC. 4.5 Do Ministério Público A atuação do MP pode acontecer como parte ou como fiscal da ordem jurídica. Sua atuação como fiscal da ordem jurídica será emitindo parecer/opinião – e esta atuação se restringe aos casos definidos no art. 178 do CPC. Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e nos processos que envolvam: I – interesse público ou social; II – interesse de incapaz; III – litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana. Parágrafo único. A participação da Fazenda Pública não configura, por si só, hipótese de intervenção do Ministério Público. Nesses casos definidos no art. 178 do CPC, a intimação do MP será obrigatória (art. 179, I do CPC), e a falta de intimação acarretará a nulidade do processo (art. 279 do CPC). Possibilidade de alteração no procedimento Conforme previsão do art. 190 do CPC, as partes podem estipular, de comum acordo, mudanças no procedimento. E, nesse sentido, poderão inclusive criar um calendário processual próprio, conforme art. 191, CPC: “De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática dos atos processuais, quando for o caso”. Ainda de acordo com o § 1º: “O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos somente serão modificados em casos excepcionais, devidamente justificados”. Atenção ainda para o § 2º do art. 191 do CPC: “Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato processual ou a realização de audiência cujas datas tiverem sido designadas no calendário”. Ceisc OAB Ebook Processo Civil 26 5. Dos Atos Processuais 5.1 Da Forma, do Tempo e do Lugar dos Atos Processuais Da Forma dos Atos Processuais O processo consiste em uma sucessão de atos. Atos processuais são os atos humanos realizados no processo, os quais devem ser praticados em conformidade com o que determina a lei. Podem ser orais ou por escrito; todavia, sempre que forem orais, serão reduzidos a termo pelo escrivão, para sua documentação nos autos. Independentemente de sua forma, em regra, os atos processuais serão públicos, salvo aqueles cuja ação tramitar em segredo de justiça, conforme o art. 189 do CPC. É possível a prática de atos processuais também por meio eletrônico. Atos processuais do juiz: o pronunciamento do juiz poderá ser feito através de sentenças, decisões interlocutórias e despachos. De acordo com art. 203, §1º, do CPC, sentença é o meio pelo qual o juiz extingue a ação e a execução, com ou sem resolução do mérito (artigos 487 e 485 do CPC). Decisão interlocutória é toda decisão judicial que não se enquadra no conceito de sentença (§2º). E despacho são os demais procedimentos do juiz realizados no processo, de ofício ou a requerimento da parte (§3º). Possibilidade de alteração no procedimento Conforme previsão do art. 190 do CPC, as partes podem estipular, de comum acordo, mudanças no procedimento. E, nesse sentido, poderão inclusive criar um calendário processual próprio (art. 191 do CPC). Importante! O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos somente serão modificados em casos excepcionais, devidamente justificados (§1º, art. 191 do CPC). Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato processual ou a realização de audiência cujas datas tiverem sido designadas no calendário (§2º, art. 191, CPC). Ceisc OAB Ebook Processo Civil 27 Atos processuais do juiz O pronunciamento do juiz poderá ser feito através de sentenças, decisões interlocutórias e despachos. De acordo com art. 203, § 1º do CPC, sentença é o meio pelo qual o juiz extingue a ação (art. 316 do CPC), com ou sem resolução do mérito (arts. 487 e 485 do CPC). Decisão interlocutória é toda decisão judicial que não se enquadra no conceito de sentença (§ 2º), que não gera a extinção do processo. E despacho são os demais procedimentos do juiz realizados no processo, de ofício ou a requerimento da parte (§ 3º): são manifestações do juiz, não atingem as partes, e dessa forma, são manifestações irrecorríveis, na forma do art. 1.001 do CPC. Existem outros atos do juiz nos Tribunais. Os juízes se manifestam nos outros tribunais por decisão monocrática ou por acórdão. * Para todos verem: esquema Do Tempo e do Lugar dos Atos Processuais Os atos processuais serão praticados em dias úteis, das 06 às 20 horas, conforme o art. 212 do CPC; contudo, essa informação não quer dizer que o Poder Judiciário precise estar aberto durante esse horário. Observe o § 3º do art. 212 do CPC: “Quando o ato tiver de ser praticado por meio de petição em autos não eletrônicos, essa deverá ser protocolada no horário de funcionamento do fórum ou tribunal, conforme o disposto na lei de organização judiciária local”. O caput do art. 212 do CPC traz um limite de horário, porém, cada lei de organização judiciária tem competência para definir o seu horário de funcionamento, por consequência, a regra é que o advogado deve protocolar um recurso, por exemplo, no horário de funcionamento do fórum ou tribunal, se os autos não forem eletrônicos. Quando se tratar de prática eletrônica de ato processual, é necessário observar o art. 213 do CPC: “A prática eletrônica de ato processual pode ocorrer em qualquer horário até as 24 (vinte • trata-se da decisão do relator (art. 932 do CPC). Decisão monocrática (exceção): • decisão proferida por um colegiado, ou seja, por um grupo de juízes. Essa decisão pode ser unânime ou por maioria. Acórdão (regra): Ceisc OAB Ebook Processo Civil 28 e quatro) horas do último dia do prazo”. Assim, se o prazo processual é de autos eletrônicos, o advogado pode protocolar o recurso, por exemplo, até as 23h59min do último dia do prazo. Dos Prazos Os prazos, no Direito Processual Civil, serão contados apenas em dias úteis, na forma do art. 219 do CPC. Para contagem dos prazos, como regra, será identificado o dia do começo (art. 231 do CPC), excluindo-se tal dia conforme o art. 224 do CPC, ou seja, exclui-se o dia do começo e inclui-se o do final. Importante! Na contagem de prazos quando a intimação acontecer via publicação no Diário da Justiça Eletrônico, serão levados em consideração os §§ 2º e 3º do art. 224 do CPC. Além disso, conforme inovação do inciso IX do art. 231, deve-se atentar ao dia de começo do prazo para as intimações feitas por meio eletrônico. Configura-se no quinto dia útil posterior à confirmação de recebimento da mensagem intimatória. Para as partes, a consequência da não observância dos prazos processuais é a preclusão temporal, ou seja, a perda do direito de manifestação. Trata-se de um mecanismo que gera a perda da faculdade processual, ou seja, a parte não poderá mais praticar determinado ato processual, podendo ser gerada por não ter sido exercida no tempo devido (preclusão temporal), na forma do art. 223 do CPC: “Decorrido o prazo, extingue-se o direito de praticar ou de emendar o ato processual, independentemente de declaração judicial, ficando assegurado, porém, à parte provar que não o realizou por justa causa”. Ademais, importante ressaltar que, é possível cumprir um ato processual antes mesmo do início da contagem do prazo, conforme o § 4º do art. 218 do CPC: “Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo”. Ainda há a preclusão lógica, na qual a parte deixa de ter a possibilidade de praticar algum ato, diante de já ter realizado ato anterior incompatível com ele. Exemplo: art. 1.000 do CPC. E, por fim, há a preclusão consumativa, quese trata da impossibilidade de a parte refazer ou aperfeiçoar algum ato já realizado. Por exemplo: a reconvenção deverá ser apresentada junto com a contestação, nem antes, nem depois, junto. Ceisc OAB Ebook Processo Civil 29 Suspensão e Interrupção de Prazos Ainda, apesar de não termos esse assunto expressamente no CPC, é importante observar as regras quanto à suspensão e à interrupção de prazos. Quanto à suspensão de um prazo: por exemplo, em um prazo de 15 dias. Se o prazo for suspenso no quinto dia, encerrada a causa suspensiva do prazo, tem-se mais dez dias, ou seja, a causa suspensiva está encerrada, e faz com que se conte o restante do prazo. Na interrupção de um prazo, encerrada a causa interruptiva, tem-se todo o prazo, não apenas o restante. Assim, se o prazo era de 15 dias e a interrupção aconteceu no quinto dia, encerrada a causa interruptiva do prazo, a parte terá novamente os 15 dias. Importante, Cabeçones! • Ocorrendo uma causa interruptiva de prazo, terminada a interrupção, o prazo reiniciará na sua integralidade (terminada a causa interruptiva, a parte tem todo o prazo de volta). Emergindo uma causa suspensiva, encerrada a mesma, a parte terá apenas o que restou (o saldo) do prazo. O magistrado também deverá obedecer a prazos processuais, na forma do art. 226 do CPC. Contudo, ao contrário da parte – que, não cumprindo um prazo, incide a preclusão, ou seja, perde o direito de praticar um ato –, contra os atos do magistrado não incide a preclusão. O magistrado que exceder os prazos processuais haverá representação, nos termos do art. 235 do CPC: “Qualquer parte, o Ministério Público ou a Defensoria Pública poderá representar ao corregedor do tribunal ou ao Conselho Nacional de Justiça contra juiz ou relator que injustificadamente exceder os prazos previstos em lei, regulamento ou regimento interno”. Causas que geram modificação do prazo O MP, conforme o art. 180 do CPC, goza de prazo em dobro para se manifestar nos autos. Ainda, de acordo com o art. 183 do CPC: “A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal”. A Defensoria Pública (art. 186 do CPC) também incidirá o prazo em dobro, bem como no caso do art. 229 do CPC, sobre o litisconsórcio com diferentes procuradores de escritórios distintos. Ceisc OAB Ebook Processo Civil 30 Importante, Cabeçones! Conforme o § 2º do 229 do CPC, tal dispositivo não se aplica aos processos em autos eletrônicos. 5.2 Da Comunicação dos Atos Processuais Comunicação dos atos processuais Existem atos processuais que podem acontecer fora dos dias e dos horários estipulados no art. 212 do CPC. Existem formas de comunicação de atos processuais, sendo elas: citação e intimação. A citação é a forma pela qual o réu toma conhecimento de que existe uma ação contra ele e, a partir desse ato, abre a oportunidade de o réu se defender. No processo civil, a citação ocorre apenas para o réu, uma única vez, e os demais atos processuais são comunicados através da intimação. A intimação, no processo civil, é avisar as partes ou qualquer outro terceiro que por acaso intervir no processo, para fazer ou deixar de fazer alguma coisa. Citação A partir da alteração do CPC ocorrida em 2021, a citação eletrônica se tornou a regra (preferencial), conforme art. 246 do CPC, assim como a intimação, na forma do art. 270 do CPC. Diante dessa regra, a contagem do prazo, quando a comunicação do ato for eletrônica, também foi alterada, sendo incluído o inciso IX ao art. 231: “o quinto dia útil seguinte à confirmação, na forma prevista na mensagem de citação, do recebimento da citação realizada por meio eletrônico”. Importante destacar a referência de que as citações e intimações serão sempre acompanhadas das orientações para confirmação, conforme art. 246, § 4º: “As citações por correio eletrônico serão acompanhadas das orientações para realização da confirmação de recebimento e de código identificador que permitirá a sua identificação na página eletrônica do órgão judicial citante”. Destaque-se ainda que a citação deverá ser efetivada em até 45 dias após a propositura da ação, conforme o art. 238, parágrafo único, do CPC. Nessa mesma linha, fixou o caput do art. 246 do CPC que a citação deve acontecer em até dois dias úteis da decisão que a determinar: E, não menos importante, a ausência de confirmação, em até três dias, gera a necessidade de que a citação ocorra de forma não eletrônica, conforme o art. 246, § 1º-A do CPC. Ceisc OAB Ebook Processo Civil 31 É necessário atentar-se para que a falta de confirmação deve ser justificada, sob pena de configurar ato atentatório a dignidade da justiça, conforme § 1º-C do art. 246 do CPC: “Considera- se ato atentatório à dignidade da justiça, passível de multa de até 5 % (cinco por cento) do valor da causa, deixar de confirmar no prazo legal, sem justa causa, o recebimento da citação recebida por meio eletrônico”. Importante, Cabeçones! A microempresa e a empresa de pequeno porte somente serão citadas pelo método antigo se não tiverem o endereço eletrônico cadastrado, conforme previsão do § 5º do art. 246 do CPC: “As microempresas e as pequenas empresas somente se sujeitam ao disposto no § 1º deste artigo quando não possuírem endereço eletrônico cadastrado no sistema integrado da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (Redesim)”. Vale recordar que as empresas públicas e privadas têm obrigação de manter cadastro, na forma do § 1º do art. 246 do CPC: “As empresas públicas e privadas são obrigadas a manter cadastro nos sistemas de processo em autos eletrônicos, para efeito de recebimento de citações e intimações, as quais serão efetuadas preferencialmente por esse meio”. As situações em que não será possível a citação de forma eletrônica encontra-se no art. 247 do CPC. Intimação Intimação é a forma de dar ciência às partes sobre atos e termos do processo, conforme estabelece o art. 269 do CPC, e pode acontecer nas mesmas circunstâncias da citação. O diferencial é a chamada intimação direta, que é feita pelo advogado de uma das partes para o advogado da parte adversa, na forma do art. 269, §§ 1º e 2º do CPC, visando a celeridade do ato processual. Essa intimação deve ser comprovada nos autos, mediante juntada de aviso de recebimento com a descrição dos documentos enviados. Cartas Segundo o art. 67 do CPC, as cartas são formas de cooperação entre órgãos jurisdicionais. O art. 69, § 2º do CPC, elenca alguns atos processuais que poderão ser produzidos via cartas. Os tipos de cartas existentes estão definidos no art. 237 do CPC: Ceisc OAB Ebook Processo Civil 32 Nesses casos, compete ao STJ autorizar o cumprimento da carta rogatória passiva, chamado exequatur (art. 105, I, i da CF). Cuidado, Cabeçones! O STJ apenas vai autorizar a execução da carta rogatória, pois quem vai de fato executar, escutar a testemunha ou parte, será o juiz federal (art. 109, X da CF). Das Nulidades Um ato processual será considerado nulo quando não observar todos os requisitos de validade e acarretar algum prejuízo. Se o juiz identificar uma nulidade durante o processo, ordenará que seja corrigida, avaliando, inclusive, se os atos posteriores que dele dependam também devem ser reparados. Art. 282. Ao pronunciar a nulidade, o juiz declarará que atos são atingidos e ordenará as providências necessárias a fim de que sejam repetidos ou retificados. § 1o O ato não será repetido nem sua falta será suprida quando não prejudicar a parte. § 2o Quando puder decidir o mérito a favor da parte a quem aproveite a decretação da nulidade, o juiznão a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprir-lhe a falta. A nulidade de um ato só poderá anular os atos posteriores que dele dependam, não prejudicando os atos posteriores independentes, conforme disciplina o art. 281 do CPC: “Anulado o ato, consideram-se de nenhum efeito todos os subsequentes que dele dependam, todavia, a nulidade de uma parte do ato não prejudicará as outras que dela sejam independentes”. De acordo com o art. 277 do CPC, o ato será considerado válido pelo juiz, desde que tenha alcançado a finalidade para o qual foi previsto, mesmo que tenha sido realizado de forma contrária à lei. Isso porque se adota o princípio da instrumentalidade das formas, que diz que a forma é necessária apenas para que o ato alcance o seu objetivo, e se atingir o objetivo por outro meio, não existirá o vício (exemplo: o réu é citado de forma incorreta, mas comparece à audiência e se defende – o ato que inicialmente era nulo se tornará válido). Importante! Identificando que o ato processual, mesmo nulo, não trouxe prejuízo e alcançou a sua finalidade, não será decretada sua nulidade. Do Valor da Causa Toda petição inicial deverá ter, obrigatoriamente, valor da causa. O valor da causa, como regra, corresponde ao valor do pedido ou dos pedidos, caso ocorra a cumulação, ou seja, mais Ceisc OAB Ebook Processo Civil 33 de um pedido, conforme o art. 292 do CPC. Contudo, importante observar o inciso III do art. 292 do CPC: “na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo autor”. O § 3º do art. 292 do CPC traz uma importante informação, qual seja: “O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando verificar que não corresponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito econômico perseguido pelo autor, caso em que se procederá ao recolhimento das custas correspondentes”. Importante! A parte deverá juntar a procuração contendo nome do advogado, OAB, endereço completo (art. 105, § 2º do CPC). A não juntada será admitida somente, para evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato considerado urgente (art. 287, I c/c art. 104, ambos do CPC). Importa destacar ainda que, se o autor for absolutamente ou relativamente incapaz, deverá ser indicado a pessoa que o representa ou assiste. Ceisc OAB Ebook Processo Civil 34 Tutela provisória Urgência Antecipada Antecedente Incidente Cautelar Antecedente Incidente Evidência Incidente 6. Da Tutela Provisória 6.1 Disposições Gerais - arts. 294 a 299 As tutelas provisórias são divididas em Evidência e Urgência. A tutela provisória de evidência somente poderá ser pedida (e concedida/deferida) nos casos do art. 311 do CPC – e sua análise será incidental. Por outro lado, a tutela de urgência exige, para sua concessão, a presença dos requisitos do art. 300 do CPC (podendo ser requerida e analisada de forma incidente ou antecedente). A Tutela de Urgência ainda se subdivide em Antecipada (garantir direitos materiais) e Cautelar (garantir direitos processuais). Especificamente as tutelas de urgência poderão ser requeridas de forma antecedente – a antecipada antecedente está regulada nos arts. 303 e 304 do CPC, enquanto a cautelar antecedente tem sua regulação no art. 305 e seguintes do CPC. * Para todos verem: esquema Cessa eficácia da tutela antecedente Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, se: I - o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal; II - não for efetivada dentro de 30 (trinta) dias; III - o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir o processo sem resolução de mérito. Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela cautelar, é vedado à parte renovar o pedido, salvo sob novo fundamento. Ceisc OAB Ebook Processo Civil 35 O cidadão busca do Poder Judiciário a solução de um conflito de interesses, a solução de uma lide. O Poder Judiciário possui jurisdição, ou seja, possui poder-dever de solucionar um litígio. Contudo, o que o cidadão quer do Poder Judiciário é definido como tutela jurisdicional – decisão do conflito levado a juízo. A tutela jurisdicional possui uma classificação, sendo ela: * Para todos verem: esquema O pedido da tutela provisória de evidência deverá estar fundamentado em um direito claro e objetivo, em um direito evidente. Essa tutela somente poderá ser pedida e concedida/deferida nos casos previstos no art. 311 do CPC e sua análise será incidental. Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando: I – ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte; II – as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; III – se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa; IV – a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente. Por outro lado, a tutela de urgência exige, para sua concessão, a presença dos requisitos do art. 300 do CPC, podendo ser requerida e analisada de forma incidente ou antecedente. Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. § 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la. § 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia. § 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão. • tutela que põe fim ao conflito de interesses levado a juízo. Tutela definitiva: • é uma decisão provisória, ainda não definitiva. Pretende-se uma decisão provisória no decorrer do processo, ainda não definitiva, pois ela ainda pode ser modificada. As tutelas provisórias são divididas em: tutela de evidência e tutela de urgência. Tutela provisória: Ceisc OAB Ebook Processo Civil 36 A tutela de urgência necessita de probabilidade do direito, ou seja, é um direito provável, ainda não é concreto. É necessário indicar ao Judiciário indícios de que exista esse direito. Faz- se necessário, ainda, demonstrar que exista perigo de dano – não é possível esperar até a concessão da tutela definitiva, é preciso uma decisão judicial naquele momento para se evitar que o direito pretendido sofra dano irreparável – ou demonstrar que exista risco de o processo não alcançar resultado útil – diante de uma atitude da outra parte: isso é, corre-se o risco de a ação proposta não alcançar o resultado útil, necessitando-se de uma decisão que garanta que essa ação possa alcançar resultado útil, por exemplo, quando o devedor começa a se desfazer de seu patrimônio. A tutela de urgência ainda se subdivide em: * Para todos verem: esquema Importante Cabeção! A tutela provisória poderá ser pedida e concedida tanto ao autor, quanto ao réu, em qualquer momento do processo. Inclusive, é possível requerer a tutela provisória em 2º grau (art. 932, II do CPC). As decisões interlocutórias que dizemrespeito às tutelas provisórias são passíveis de recurso, ou seja, são decisões recorríveis. O art. 1.015, inciso I do CPC menciona que: Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: I – tutelas provisórias; O pedido de tutela provisório pode ser feito de duas maneiras, de forma incidental e de forma antecedente, vejamos: • quando a urgência incidir sobre direitos materiais. Tutela de urgência antecipada: • quando a urgência incidir sobre direitos processuais. Tutela de urgência cautelar: Ceisc OAB Ebook Processo Civil 37 * Para todos verem: esquema Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo. § 1o Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo: I – o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar; II – o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação na forma do art. 334 ; III – não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335 . § 2o Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo, o processo será extinto sem resolução do mérito. § 3o O aditamento a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo dar-se-á nos mesmos autos, sem incidência de novas custas processuais. § 4o Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá de indicar o valor da causa, que deve levar em consideração o pedido de tutela final. § 5o O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do benefício previsto no caput deste artigo. § 6o Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito. Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza antecipada, o juiz observará o disposto no art. 303. Importante! O instituto da estabilização da tutela provisória somente será aplicável nos pedidos de tutela provisória de urgência antecipada antecedente (art. 304 do CPC). Esse pedido precisa ser deferido e que não haja recurso. Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303 , torna-se estável se da decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso. § 1o No caso previsto no caput , o processo será extinto. • é o pedido normal, dentro do processo. Pode ser tanto de tutela provisória de urgência como de evidência. De forma incidental: • é o pedido antes de se entrar com a ação. Existe uma grande necessidade de uma decisão judicial. Esse pedido só ocorre na tutela provisória de urgência e é baseado nos arts. 303 ou 305 do CPC. De forma antecedente: Ceisc OAB Ebook Processo Civil 38 § 2o Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada nos termos do caput . § 3o A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada ou invalidada por decisão de mérito proferida na ação de que trata o § 2o. § 4o Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos autos em que foi concedida a medida, para instruir a petição inicial da ação a que se refere o § 2o, prevento o juízo em que a tutela antecipada foi concedida. § 5o O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto no § 2o deste artigo, extingue-se após 2 (dois) anos, contados da ciência da decisão que extinguiu o processo, nos termos do § 1o. § 6o A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos respectivos efeitos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida em ação ajuizada por uma das partes, nos termos do § 2o deste artigo. Ceisc OAB Ebook Processo Civil 39 7. Formação, Suspensão e Extinção do processo 7.1 Da Formação do Processo Conforme o art. 312 do CPC, considera-se proposta a ação quando a petição inicial for protocolada, todavia, a propositura da ação só produz quanto ao réu os efeitos mencionados no art. 240, também do CPC, depois que for validamente citado. 7.2 Da Suspensão do Processo Das causas de suspensão, elencadas no artigo 313 do CPC, algumas são aplicáveis a todos os tipos (I, II, III e VI), outras são específicas do processo de conhecimento (IV e V), já as do processo de execução são tratadas no artigo 921 do CPC. 7.3 Da Extinção do Processo Conforme o art. 316 do CPC, a extinção do processo dar-se-á por sentença e, ainda, na forma do art. 317 do CPC, antes de proferir decisão sem resolução de mérito, o juiz deverá conceder à parte oportunidade para, se possível, corrigir o vício. Ceisc OAB Ebook Processo Civil 40 8. Do Processo de Conhecimento e do Cumprimento de Sentença 8.1 Do Procedimento Comum Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, salvo disposição em contrário no CPC ou de lei, ainda, o procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos demais procedimentos especiais e ao processo de execução, conforme o art. 318 do CPC. Da Petição Inicial Quando existe um conflito de interesses e a pessoa não consegue solucionar de forma consensual com a outra parte, é necessário buscar no Poder Judiciário essa solução. O juiz não age por ofício nos processos, isto é, faz-se necessária a iniciativa da parte através da petição inicial. A petição inicial deve obedecer aos requisitos dos arts. 319 e 320 do CPC. Importante, Cabeção! A petição inicial deverá indicar se o autor deseja ou não que seja designada audiência de conciliação ou mediação (art. 334 do CPC). Conforme o exposto nos arts. 322 e 324 do CPC, os pedidos da petição inicial devem ser certos e determinados; em outras palavras, o pedido não pode ser presumido – o que o autor não pediu o juiz não pode julgar – e não pode ser genérico. Excepcionalmente, o pedido poderá ser genérico, conforme o § 1º do art. 324 do CPC. Importante! Há possibilidade de alteração dos pedidos, de acordo com o art. 329 do CPC. Emenda da Petição Inicial Se a petição inicial estiver irregular, por faltar algum dos requisitos dos arts. 319 e 320 do CPC, ou apresentar defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, o juiz Ceisc OAB Ebook Processo Civil 41 determinará que o autor emende ou a complete, no prazo de 15 dias (informando, com precisão, o que deve ser corrigido ou completado – art. 321, do CPC). Não cumprida tal diligência, a petição inicial será indeferida (art. 321, parágrafo único, do CPC) – restando a ação extinta sem resolução do mérito, na forma do art. 485, I do CPC. Indeferimento da Petição Inicial As hipóteses de indeferimento são aquelas previstas no art. 330, CPC. Identificada pelo magistrado alguma das situações do art. 330 do CPC, deverá intimar o autor para emendar/completar a inicial (art. 321, c/c o art. 317 do CPC). A decisão que indefere a inicial, por gerar a extinção sem resolução do mérito (art. 485, I do CPC), é uma sentença (art. 316 do CPC) recorrível via
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