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ISSN 2448-4644 II Simpósio de Produção Animal da UFRPE-UAST Mudanças Climáticas e Avanços Tecnológicos na Produção Animal Universidade Federal Rural de Pernambuco Unidade Acadêmica de Serra Talhada 24 a 27de abril de 2018 Potencial hidrogeniônico de silagem de sorgo forrageiro irrigado com diferentes lâminas de água salina Tiago Santos Silva1, Alex Gomes da Silva Matias2, Fleming Sena Campos3, Gherman Garcia Leal de Araújo4, Fabio Nunes Lista5, Glayciane Costa Gois6, André Luiz Rodrigues Magalhães7, Miguel Julio Machado Guimarães8, 1 Doutorando em Zootecnia. Programa de Doutorado Integrado em Zootecnia – UFPB. Bolsista Capes. Email: tiago.silva@ifsertao-pe.edu.br 2 Mestrando em Ciência Animal do Programa de Pós-graduação em Ciência Animal - UNIVASF. Bolsista Capes. E-mail: agomes.matias@hotmail.com 3 Pós-Doutorando do Programa de Pós-graduação em Ciência Animal e Pastagem – UFRPE. Bolsista Capes. E-mail: flemincte@yahoo.com.br 4 Pesquisador da Embrapa Semiárido. E-mail: gherman.araujo@embrapa.br 5 Professor de Zootecnia - CCA/UNIVASF. E-mail: fabio.lista@univasf.edu.br 6 Pós-Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias do Semiárido – UNIVASF. Bolsista Capes. E-mail: glayciane_gois@yahoo.com.br 7 Professor Adjunto de Zootecnia. Programa de Pós Graduação em Ciência Animal e Pastagens – UFRPE/UAG. E-mail: andre30036@gmail.com 8 Doutor em Engenharia Agrícola - UFRPE. E-mail: mjmguimaraes@hotmail.com Resumo: Objetivou-se avaliar o potencial hidrogeniônico de silagem de sorgo forrageiro, irrigado com diferentes laminas de água salina, em um delineamento inteiramente ao acaso, composto por uma variedade de sorgo forrageiro (Ponta Negra) e 4 frações de lixiviação (0; 5; 10 e 15%) para irrigação com água salina. Após o corte, o material foi triturado e ensilado em mini silos, submetidos a 5 tempos de abertura (1, 15, 30, 60 e 90 dias) por tratamento com três repetições cada um, perfazendo 60 silos no total. Sub amostras das plantas e dos períodos de abertura foram coletadas para análise de pH. Não houve efeito (P<0,05) nos valores de pH quando utilizadas lâminas L0 e L5 apresentando pontos ótimos de 3,591 e 3,511 respectivamente. Houve diferença (P<0,05) referente às laminas L10 e L15, observando efeito quadrático com pontos ótimos de 3,45 e 3,51 respectivamente. A utilização das diferentes lâminas de água salina na irrigação do sorgo forrageiro não afeta os padrões fermentativos de silagem. Palavras–chave: água salina, ensilagem, Ponta Negra, semiárido Abstract: The objective of this study was to evaluate the hydrogenation potential of forage sorghum silage irrigated with different saline water slides in a completely randomized design, composed of a variety of forage sorghum (Ponta Negra) and four leaching fractions (0, 5, 10 and 15%) for irrigation with saline water. After cutting, the material was ground and ensiled in mini silos, subjected to 5 opening times (1, 15, 30, 60 and 90 days) by treatment with three replicates each, making 60 silos in total. Sub samples of the plants and opening periods were collected for pH analysis. There was no effect (P <0.05) on pH values when L0 and L5 slides were presented with optimal points of 3.591 and 3.511 respectively. There was a difference (P <0.05) for the lamina L10 and L15, observing a quadratic effect with optimal points of 3.45 and 3.51, respectively. The use of different slides of saline water in irrigation of forage sorghum does not affect the fermentation patterns of silage. Keywords: saline water; ensilage, Ponta Negra, semiarid Introdução O Semiárido brasileiro ainda se depara com o elevado teor de sais presentes na maioria de suas fontes de águas subterrâneas, no caso de poços e superficiais, como nos açudes e lagoas de pequeno e médio porte. Devido às altas concentrações de sais, essas águas muitas vezes são consideradas impróprias para o consumo humano e dessedentação de animais, sendo necessária a adoção de medidas alternativas para seu aproveitamento, como na irrigação de plantas mais tolerantes à salinidade. O sorgo forrageiro é apontado como uma cultura de alto potencial, utilizado em áreas salinizadas do semiárido devido ao seu valor energético na alimentação de ruminantes, adaptação a climas áridos e semiáridos, salinos e quentes. E uma das formas da utilização dessa cultura se dá através da silagem, um procedimento que visa garantir a qualidade e a manutenção do valor nutricional da forragem fresca. Nesse sentido, novas pesquisas são necessárias referentes à utilização de água salina na irrigação do sorgo forrageiro, tal como a absorção dos sais por esta cultura que possivelmente possibilite alteração nas condições fermentativas e nutricionais em silagens. Objetivou-se com esse trabalho avaliar o potencial hidrogeniônico (pH) da silagem de sorgo forrageiro, irrigado com diferentes laminas de água salina. mailto:flemincte@yahoo.com.br mailto:gherman.araujo@embrapa.br mailto:fabio.lista@univasf.edu.br mailto:glayciane_gois@yahoo.com.br ISSN 2448-4644 II Simpósio de Produção Animal da UFRPE-UAST Mudanças Climáticas e Avanços Tecnológicos na Produção Animal Universidade Federal Rural de Pernambuco Unidade Acadêmica de Serra Talhada 24 a 27de abril de 2018 Metodologia O estudo foi conduzido no Campo Experimental Caatinga, pertencente à Embrapa Semiárido, Petrolina - PE. Para o experimento foi utilizada a variedade de sorgo Ponta Negra no período de 101 dias. Durante este período o sorgo foi submetido a irrigação com quatro lâminas de água (frações de lixiviação: 0; 5; 10 e 15%). A irrigação foi realizada diariamente, por gotejamento superficial. O corte da forragem foi realizado manualmente, sendo todo o material colhido a 10 cm do solo. A forragem foi triturada em forrageira estacionaria PP35, regulada para cortes de 2-2,5cm. O material foi homogeneizado, amostrado como material não ensilado (material original) e ensilado em silos experimentais feitos de policloreto de polivinila (PVC), com 10 cm de diâmetro e 50 cm de altura, dotados de válvula de Bunsen, para escape dos gases. A compactação do material foi realizada com soquetes de madeira, colocando-se em média 2 kg de forragem fresca por silo. Os silos foram mantidos em galpão coberto e fresco, aberto em diferentes dias (1, 15, 30, 60 e 90 dias), em que, a cada abertura foram colhida amostras para aferição do pH. Os dados foram submetidos à análise de variância e regressão por meio do Statistical Analysis System – SAS (2010). Resultados e Discussão De acordo com a tabela 1, observa-se que não houve efeito (P<0,05) nos valores de pH quando utilizadas lâminas L0 e L5 apresentando pontos ótimos de 3,591 e 3,511 respectivamente. Houve diferença (P<0,05) referente as laminas L10 e L15, observando efeito quadrático com pontos ótimos com valores de 3,45 e 3,51 respectivamente. Tabela 1 - pH de silagem de sorgo da variedade ponta negra irrigado sob diferentes frações de lixiviação com água salina em razão do tempo (dias) da abertura dos silos. Lâminas1 Abertura L0 L5 L10 L15 Média pH Planta 4,99 5,18 5,20 5,18 5,13 1 3,77 3,63 3,69 3,61 3,67 15 3,44 3,39 3,45 3,51 3,44 30 3,54 3,54 3,53 3,53 3,53 60 3,94 3,57 3,69 3,66 3,71 90 3,74 3,63 3,70 3,77 3,71 Regressão R2 Valor P L0 y= 3,591 - 0,11 L5 y = 3,511 - 0,08 L10 y = 3,604 - 0,00328x + 566 - 7x2 0,40 0,046 L15 y = 3,546 - 0,0028x + 567 - 7x2 0,90 <0,0001 1 Frações de lixiviação de água salina; L0 = fração de lixiviação 0%; L5 = fração de lixiviação 5%; L10 = fração de lixiviação 10%; L15 = fração de lixiviação 15%; 2 CV = Coeficiente de Variação Embora tenham apresentado esse comportamento, a silagem apresentou pouca variação entre os valores de pH, permanecendo dentro dos padrões para silagens que apresentam de 30 a 35% de MS. Os resultados de pH obtidos nessapesquisa foram próximos aos preconizados por Van Soest (1994) como bom indicativo de silagens de qualidade que varia entre 3,6 e 4,2. Conclusão A utilização das diferentes lâminas de água salina na irrigação do sorgo forrageiro não afetou os padrões fermentativos de silagem da variedade Ponta Negra. Referências GONÇALVES, L.C.; BORGES, I.; FERREIRA, P.D.S. Alimentos para Gado de leite, Silagem de sorgo para gado de leite. cap.4. p.48. FEPMVZ-Editora, Belo Horizonte, 2009. NEUMANN, M.; OLIBONI, R.; OLIVEIRA, M.R.; GÓRSKI, S.C.; FARIA, M.V.; UENO, R.K.; MARAFON, F. Girassol (Helianthus annuus L.) para produção de silagem de planta inteira. Pesquisa Aplicada & Agrotecnologia, v.2, n.3, p. 181 – 190, 2009. SAS Institute. Statistical analysis system: user's guide: statistics. Cary, NC, 2010. VAN SOEST, P.J. Nutrition ecology of the ruminant. 2 ed. Ithaca: Cornell University Press, 1994. 476p.
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