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CONSTITUCIONALAPOSTILA

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INCLUI:
• Quadros de ATENÇÃO
• Tabelas Comparativas
• Esquemas Didáticos
• Referências a temas 
cobrados em provas anteriores
ATUALIZADO COM:
• EC n° 131/23 (perda da 
nacionalidade)
• EC nº118/2022 
(Radioisótopos para pesquisa 
e uso médicos)
40º EXAME
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Alteração Legislativa Atenção Exemplo
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SUMÁRIO 
1. CONSTITUIÇÃO 
1.1. CONCEITO 
1.2. CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES 
1.3. ELEMENTOS DA CONSTITUIÇÃO
1.4. HISTÓRICO DAS CONSTITUIÇÕES 
2. PODER CONSTITUINTE 
2.1. PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO 
2.2. PODER CONSTITUINTE DECORRENTE
2.3. PODER CONSTITUINTE DERIVADO 
2.4. LIMITES PARA REFORMA DA CONSTITUIÇÃO 
3. EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS 
3.1. NORMAS DE EFICÁCIA PLENA, CONTIDA E LIMITADA 
3.2. RECEPÇÃO CONSTITUCIONAL
3.3. REPRISTINAÇÃO 
3.4. DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO 
4. NEOCONSTITUCIONALISMO E CONSTITUCIONALISMO 
5. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 
6. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
6.1. DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
6.2. DIREITOS SOCIAIS 
6.3. NACIONALIDADE 
6.3.1 NACIONALIDADE PRIMÁRIA NO BRASIL 
6.3.2 BRASILEIRO NATO E NATURALIZADO 
6.3.3 SITUAÇÃO JURÍDICA ESPECIAL DOS NACIONAIS PORTUGUESES
6.3.4 TRATAMENTO JURÍDICO DIFERENCIADO ENTRE BRASILEIRO NATO E NATURALIZADO
6.3.5 PERDA DA NACIONALIDADE 
6.4. DIREITOS POLÍTICOS 
6.5. PARTIDOS POLÍTICOS 
7. REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS 
7.1. MANDADO DE SEGURANÇA 
7.2. HABEAS CORPUS 
7.2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
7.2.2 COMPETÊNCIA 
7.3. HABEAS DATA
7.4. AÇÃO POPULAR 
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7.5. MANDADO DE INJUNÇÃO 
7.6. AÇÃO CIVIL PÚBLICA
8. ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
8.1. DISPOSIÇÕES GERAIS
8.2. REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIA 
8.2.1 COMPETÊNCIAS DOS ESTADOS-MEMBROS
8.2.2 COMPETÊNCIAS DOS MUNICÍPIOS
8.2.3 COMPETÊNCIAS DO DISTRITO FEDERAL
8.2.4 COMPETÊNCIAS DA UNIÃO
8.2.4.1 COMPETÊNCIAS MATERIAIS EXCLUSIVAS
8.2.4.2 COMPETÊNCIAS MATERIAIS COMUNS
8.2.4.3 COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS PRIVATIVAS
8.2.4.4 COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS CONCORRENTES 
8.3. DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS 
9. INTERVENÇÃO FEDERAL 
10. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
11. ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
11.1. PODER LEGISLATIVO
11.1.1 COMPOSIÇÃO
11.1.2 MESAS DA CÂMARA E DO SENADO
11.1.3 CPI
11.1.4 PROCESSO LEGISLATIVO ORDINÁRIO
11.1.5 PROCESSO LEGISLATIVO SUMÁRIO 
11.1.6 PROCESSOS LEGISLATIVOS ESPECIAIS 
11.1.7 IMUNIDADES DOS CONGRESSISTAS
11.1.8 FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
11.2. PODER EXECUTIVO 
11.2.1 PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
11.2.2 CONSELHO DA REPÚBLICA E CONSELHO DE DEFESA
11.3. PODER JUDICIÁRIO
11.3.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS 
11.3.2 CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA
11.3.3 DEMAIS ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO 
11.3.4 SÚMULA VINCULANTE 
12. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
12.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
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12.2. FORMAS DE CONTROLE 
12.2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS 
12.2.2 CONTROLE DIFUSO 
12.2.3 CONTROLE CONCENTRADO 
12.2.3.1 ADI
12.2.3.2 ADC
12.2.3.3 ADPF
12.2.3.4 ADO
12.3. AMICUS CURIAE
12.4. MEDIDA CAUTELAR
13. FUNÇÕES ESSENCIAIS DA JUSTIÇA
13.1. MINISTÉRIO PÚBLICO 
13.2. ADVOCACIA PÚBLICA
13.3. DEFENSORIA PÚBLICA
14. DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS 
14.1. ESTADO DE DEFESA 
14.2. ESTADO DE SÍTIO 
15. ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA 
15.1. PRINCÍPIOS GERAIS 
15.2. POLÍTICA URBANA 
15.3. POLÍTICA AGRÍCOLA E FUNDIÁRIA E REFORMA AGRÁRIA 
15.4. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
16. ORDEM SOCIAL
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1. CONSTITUIÇÃO 
1.1. CONCEITO 
Sentido sociológico: tem como principal defensor Ferdinand Lassalle, segundo o qual a 
constituição, para ser efetiva, deve representar a soma dos fatores reais de poder que regem a 
sociedade. Sem essa representação de poderes, Lassalle considerava a constituição como uma 
simples folha de papel, que dependeria das vontades políticas para ser ou não cumprida. Essa 
concepção está ultrapassada.
Sentido político: principal defensor Carl Schimitt, para quem a constituição seria a “decisão 
política fundamental de um povo”, devendo tratar da estrutura de Estado, sua organização política 
e assegurar e definir direitos e garantias fundamentais. Seu conceito de constituição corresponde 
às normas materialmente constitucionais. Acrescenta ainda que há na constituição a presença de 
“leis constitucionais”, que são aquelas que, apesar de consagradas em seu texto, não decorrem de 
uma decisão política fundamental.
Sentido jurídico: principal defensor Hans Kelsen, que entende que a constituição é a norma 
jurídica no seu mais alto grau hierárquico, seguida dos atos normativos primários (leis ordinárias 
e complementares, MP, resoluções etc.) e estes pelos atos normativos secundários (decretos 
regulamentares, portarias etc.).
Sentido culturalista: constituição é produto de um fato cultural, produzido pela sociedade e 
que sobre ela pode influir. Trata-se de um conjunto de normas fundamentais, condicionadas pela 
cultura total, e ao mesmo tempo condicionantes desta.
1.2. CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES 
QUANTO AO CONTEÚDO: a) Material: são as regras que se referem à matéria tipicamente 
constitucional, como forma de estado, forma de governo e regime de governo; b) Formal: são 
regras que não se referem à matéria tipicamente constitucional. 
QUANTO À FORMA: a) Escrita: representa um documento solene, com regras sistematizadas e 
organizadas; b) Não-escrita: baseia-se sobretudo nos usos e costumes, de modo que suas regras 
não estão fixadas em um texto único. (Exemplo: Constituição da Inglaterra).
QUANTO À EXTENSÃO: a) Analítica (expansiva): trata-se de constituição extensa, que abriga 
assuntos que não são essenciais para o Estado (Ex.: art. 242, § 2º, da CF1); b) Sintética (concisa): 
1 Art. 242 da CF/88. O princípio do art. 206, IV, não se aplica às instituições educacionais oficiais 
criadas por lei estadual ou municipal e existentes na data da promulgação desta Constituição, que não sejam 
total ou preponderantemente mantidas com recursos públicos.
§ 1º O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para 
a formação do povo brasileiro.
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é aquela que é reduzida, priorizando os assuntos essenciais do Estado. 
QUANTO AO MODO DE ELABORAÇÃO: a) Histórica (costumeira): decorre de uma lenta evolução 
histórica, como no caso da Constituição da Inglaterra; b) Dogmática: decorre de trabalho legislativo 
específico, refletindo os dogmas de determinado momento histórico. Todas as constituições 
brasileiras foram dogmáticas.
QUANTO À ALTERABILIDADE: a) Rígida: possui um procedimento mais rigoroso para a 
alteração de suas normas do que o procedimento destinado à alteração das demais leis; b) Flexível: 
não possui sistema diferenciado para alteração das normas constitucionais; c) Semirrígida 
(semi-flexível) TEMA COBRADO NO XXI EXAME DA OAB/FGV: possui dois procedimentos 
diferentes para a alteração das normas da constituição, sendo um mais rígido para alteração 
das regras materialmente constitucionais e um flexível para a alteração das regras formalmente 
constitucionais; d) Super-rígida: alémde possuir um procedimento mais rígido para a alteração 
de suas normas, possui dispositivos que não podem ser alterados (cláusulas pétreas), como no 
caso da Constituição de 1988 e e) Imutáveis: são as constituições que não admitem alteração.
QUANTO À ORIGEM: a) Outorgadas: são aquelas que são impostas pela vontade do governante, 
sem oportunidade de representação popular. Chama-se, tecnicamente, Carta e não Constituição; 
b) Promulgadas: são elaboradas pelos representantes do povo; c) Cesarista (Bonapartistas): 
elaborada pelo governante, mas referendada posteriormente por meio de referendo.
QUANTO À FUNÇÃO: a) Garantista: limita o poder do Estado, fixando garantias e direitos 
fundamentais ao povo; b) Dirigente: organiza o Estado e estabelece normas de ação (programáticas) 
a serem seguidas pelo Estado. 
QUANTO À IDEOLOGIA: a) Ortodoxa: fundada em apenas uma ideologia; b) Eclética: formada 
por diversas ideologias , como a Constituição Federal de 1988.
1.3. ELEMENTOS DA CONSTITUIÇÃO
ORGÂNICOS: representam as regras materialmente constitucionais, como as normas de 
organização do Estado e do Poder;
LIMITATIVOS: representam as regras que limitam o poder do Estado, como os direitos e 
garantias fundamentais;
SÓCIO-IDEOLÓGICOS: são as normas que revelam o compromisso entre o Estado individualista 
e o Estado Social, como os princípios da ordem econômica e social;
DE ESTABILIZAÇÃO CONSTITUCIONAL: são as normas destinadas a solucionar os conflitos 
da própria constituição, como as regras referentes ao processo de emenda à Constituição a ao 
controle de constitucionalidade;
FORMAIS DE APLICABILIDADE: são as normas que se referem à aplicação das normas 
constitucionais, como o preâmbulo e as disposições constitucionais transitórias.
§ 2º O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal.
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1.4. HISTÓRICO DAS CONSTITUIÇÕES 
CONSTITUIÇÃO DE 1824 – Primeira constituição do Brasil, outorgada por Dom Pedro I 
(constituição do Império). Principais características: Estado centralizado, instituição do Poder 
Moderador, exercido pelo Imperador, ou seja, havia quatro poderes (Executivo, Legislativo, 
Judiciário e Moderador), voto censitário e Estado confessionário (religião oficial era o catolicismo).
CONSTITUIÇÃO DE 1891 – Primeira Constituição após a proclamação da República. Foi 
promulgada e possuiu as seguintes características: aboliu o Poder Moderador, adotou o sistema 
presidencialista, instituiu o voto “universal”, mas com exceções (como no caso dos analfabetos) e 
instituiu o Estado Laico. 
CONSTITUIÇÃO DE 1934 – A segunda Constituição da República foi elaborada em 1934, 
representando a concretização dos primeiros anos de Getúlio Vargas no Poder. Teve como características: 
a constitucionalização de direitos sociais (principalmente direitos trabalhistas), a criação da Justiça 
Eleitoral, do sufrágio feminino, do voto secreto, do mandado de segurança e da ação popular e 
estabeleceu dois instrumentos de reforma constitucional: a revisão e a emenda constitucional. 
CONSTITUIÇÃO DE 1937 – Trata-se de uma constituição outorgada pelo próprio Getúlio Vargas 
para garantir sua permanência no poder. O regime implantado, conhecido como Estado Novo, 
tinha como características: Concentração de poderes ao chefe do Executivo, abolição dos partidos 
políticos e da liberdade de imprensa, mandato presidencial prorrogado até a realização de um 
plebiscito (que nunca foi realizado), estabelecimento da pena de morte, extinção do federalismo e 
do direito de greve do trabalhador.
CONSTITUIÇÃO DE 1946 – Constituição promulgada após o processo de redemocratização 
surgido com a queda de Vargas, tendo contemplado um rol de direitos e garantias individuais. 
Principais características: restituição do bicameralismo, previsão da função social da propriedade, 
possibilitando a sua desapropriação por interesse social, inclusão de um título atinente à família, à 
cultura e à educação, garantia de direito à greve e a livre associação sindical, assegura a liberdade de 
expressão e opinião, estabelece o equilíbrio entre os poderes e prevê expressamente o mandado de 
segurança para proteger direito líquido e certo não amparado por habeas corpus e a ação popular. 
CONSTITUIÇÃO DE 1967- Elaborada durante a ditadura militar, representa um documento 
autoritário que foi complementado por emendas e atos institucionais ditatoriais. Principais 
características: aumentou os poderes da União e do Poder Executivo, atribuiu ao Poder Executivo 
a competência para legislar em matéria de orçamento e segurança, previu a ação de suspensão 
de direitos políticos e individuais e a eleição indireta para Presidente da República, instituiu a pena 
de morte para crimes de segurança nacional e permitiu a expropriação. Houve ainda a criação dos 
Atos Institucionais, sendo o mais conhecido o Ato Institucional n. 5, que determinou o fechamento 
do Congresso Nacional, a cassação dos mandatos eletivos, a suspensão dos direitos políticos e 
liberdades individuais, bem como a proibição de manifestações públicas.
CONSTITUIÇÃO DE 1969 – Para muitos considerada apenas uma Emenda à Constituição de 1967, 
teve como principais características o aumento do prazo do mandato presidencial para cinco anos, 
eleições indiretas para a função de governador de Estado e a extinção das imunidades parlamentares.
CONSTITUIÇÃO DE 1988 – A Constituição Federal de 1988 representa a concretização 
democrática e a institucionalização dos direitos humanos no Brasil. Além de estender a dimensão 
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dos direitos e garantias fundamentais, acrescentando os direitos sociais aos direitos civis e 
políticos, o que corrobora o princípio da indivisibilidade e interdependência dos direitos humanos, 
institui o princípio da aplicabilidade imediata dessas normas, conforme §1º de seu artigo 5º. A 
Constituição dispõe, ainda, que os direitos e garantias expressos em seu texto “não excluem outros 
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a 
República Federativa do Brasil seja parte” (art. 5º, § 2º), ou seja, estende a proteção constitucional 
aos direitos enunciados nos tratados internacionais em que o Brasil seja parte, tema que será 
analisado posteriormente, em tópico específico. 
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2. PODER CONSTITUINTE 
2.1. PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO
O poder constituinte originário inaugura uma nova constituição, podendo ser a primeira 
constituição de um Estado, ou uma nova constituição de um Estado já existente. 
As principais características do poder constituinte originário são:
• Inicial: não deriva de nenhum outro poder anterior, inaugurando uma nova ordem 
jurídica.
• Autônomo: não se subordina a nenhuma ordem, podendo eleger com liberdade as 
ideias e valores que serão inseridos no texto constitucional.
• Ilimitado: é considerado um poder soberano, não sofrendo limitações jurídicas. 
• Incondicionado: não se sujeita a regras pré-determinadas.
• Inalienável: a titularidade do poder constituinte originário não pode ser transferida. 
É importante destacar que, atualmente, a ideia de que o poder constituinte originário é 
ilimitado é muito criticada, uma vez que ele deveria ao menos respeitar a “cláusula de proibição 
de retrocesso”, também chamada de efeito cliquet, segundo a qual a concretização dos direitos 
sociais, prevista em cláusulas abertas,não pode retroceder (vedação do retrocesso social). 
Da mesma forma, um direito individual ou social garantido por lei, não pode ser posteriomente 
suprimido, justamente por ofender o princípio da vedação ao retrocesso social. TEMA COBRADO 
NO XXXIV EXAME DA OAB/FGV. 
2.2. PODER CONSTITUINTE DECORRENTE
O poder constituinte decorrente é o responsável pela elaboração das constituições estaduais, 
tendo previsão no art. 11 do ADCT e no art. 25, caput, da CF/88. TEMA COBRADO NO XXXV 
EXAME DA OAB/FGV.
Art. 25, caput, da CF/88: Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis 
que adotarem, observados os princípios desta Constituição.
Art. 11 do ADCT: Cada Assembleia Legislativa, com poderes constituintes, elaborará a 
Constituição do Estado, no prazo de um ano, contado da promulgação da Constituição 
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Federal, obedecidos os princípios desta.
Parágrafo único. Promulgada a Constituição do Estado, caberá à Câmara Municipal, no 
prazo de seis meses, votar a Lei Orgânica respectiva, em dois turnos de discussão e 
votação, respeitado o disposto na Constituição Federal e na Constituição Estadual.
No que concerne ao poder constituinte decorrente, é importante destacar o princípio da 
simetria, que exige que o poder constituinte decorrente observe os princípios fundamentais e 
as regras de organização existentes na Constituição Federal, para que não haja incongruências 
desarrazoadas TEMA COBRADO NOS EXAMES XX, XXVII e XXXVII DA OAB/FGV. 
2.3. PODER CONSTITUINTE DERIVADO 
É considerado o poder de reforma da constituição já existente e possui as seguintes características:
• Secundário: nasce na constituição, ou seja, é um poder de direito reconhecido no 
próprio texto constitucional. 
• Condicionado: deve respeitar as formas e condições estabelecidas na constituição federal.
• Limitado: possui limites fixados no texto constitucional (Ex.: cláusulas pétreas).
A reforma constitucional é dividida em duas espécies: a revisão constitucional e a emenda constitucional.
A emenda constitucional é considerada o poder de reforma permanente, que deve respeitar o 
procedimento e as condições previstas na Constituição. 
Já a revisão constitucional, prevista no art. 3º do ADCT, diz respeito à possibilidade de alteração 
do texto da constitucional após o período de 5 anos da promulgação da constituição, pelo voto da 
maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral.
Sessão unicameral não se confunde com sessão conjunta. Na sessão unicameral, deputados 
e senadores votam como se fizessem parte de uma mesma casa, enquanto que na sessão 
conjunta, deputados e senadores se reúnem e debatem, mas cada qual vota com seus pares.
2.4. LIMITES PARA REFORMA DA CONSTITUIÇÃO 
Vejamos o teor do art. 60 da CF/88: 
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
II - do Presidente da República;
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III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, 
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
§ 1º - A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de 
estado de defesa ou de estado de sítio.
§ 2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois 
turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos 
respectivos membros. TEMA COBRADO NO XXXVII EXAME DA OAB/FGV.
§ 3º - A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados 
e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.
§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
§ 5º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada 
não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
Da análise do artigo supratranscrito, é possível concluir que existem as seguintes espécies 
de limites para a reforma da Constituição: a) limites procedimentais, b) limites circunstancias e c) 
limites materiais. 
2.4.1. LIMITES PROCEDIMENTAIS.
Conforme previsto no art. 60, I a III, da CF/88, são os seguintes legitimados para propor projeto 
de emenda constitucional: 
1) O Presidente da República;
2) 1/3, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; 
3) Mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-
se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
O parlamentar individualmente, portanto, não poderá apresentar uma PEC.
A Câmara dos Deputados é a casa onde se inicia a análise das propostas de emendas 
constitucionais, salvo quando o projeto for apresentado pelos senadores, hipótese em que será 
inicialmente analisada no Senado. 
Conforme previsto no §2º do art. 60, a proposta será discutida e votada em cada Casa do 
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Congresso Nacional, em 2 (dois) turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, 3/5 
(três quintos) dos votos dos respectivos membros.
A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado 
Federal, com o respectivo número de ordem (§ 3º do art. 60 da CF/88).
Enquanto as leis ordinárias são promulgadas pelo Presidente da República, as emendas 
constitucionais são promulgadas pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal
2.4.2. LIMITES CIRCUNSTANCIAIS
De acordo com o art. 60, § 1º, da CF/88, a Constituição não poderá ser emendada na vigência 
de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. TEMA COBRADO NO XIII 
EXAME DA OAB/FGV.
Cessada a intervenção ou a situação excepcional, o poder de reforma se restabelece.
2.4.3. LIMITES TEMPORAIS
De acordo com o §5º do art. 60 da CF/88, a matéria constante de proposta de emenda rejeitada 
ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
A sessão legislativa corresponde ao período anual de reunião do Congresso Nacional, que tem 
início no dia 2 de fevereiro e vai até 17 de julho, reiniciando-se em 1º de agosto, indo até 22 de 
dezembro. 
Cada sessão legislativa, portanto, tem dois períodos legislativos (2 de fevereiro até 17 de julho 
e 1º de agosto até 22 de dezembro). 
A sessão legislativa não se confunde com a legislatura. Isso porque a legislatura é considerada 
o período de quatro anos, que corresponde ao mandato do deputado. O senador exerce seu 
mandato em 8 anos, o que corresponde a duas legislaturas. 
2.4.4. LIMITES MATERIAIS
As limitações materiais são divididas em limitações materiais expressas (cláusula pétrea) e implícitas.
Limitações implícitas: Decorrem da interpretação do próprio texto da Constituição, como nos 
seguintes casos:
• Exercente do poder de reforma: não é possível emenda constitucional que objetive 
retirar do Congresso Nacional o seu poder de reforma.
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• Procedimento da emenda constitucional: não é possível uma emenda constitucional 
que objetive retirar a maior complexidade do próprio procedimento de emenda 
constitucional,tornando-o igual ao da lei ordinária. 
Limitações expressas (Cláusulas Pétreas): dispõe o art. 60, §4º da CF:
Art. 60.(…)
§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
As cláusulas pétreas são consideradas o “núcleo duro” da Constituição Federal, não podendo, 
em hipótese alguma, ser abolidas por emenda constitucional. 
• Forma federativa de Estado: os entes federados possuem autonomia política e 
administrativa, ou seja, não existe relação de dependência/hierarquia entre eles. 
O regime de governo (presidencialismo / parlamentarismo) e a forma de governo (monarquia 
/ república) não são cláusulas pétreas. 
• Voto direto, secreto, universal e periódico: o voto é o instrumento por meio do qual 
o cidadão exerce a capacidade eleitoral ativa, uma das duas capacidades do direito de 
sufrágio, que a abrange o direito de votar e de ser votado.
DIRETO O voto deve ser realizado diretamente pelo eleitor, sem nenhum intermediário. 
SECRETO O voto é sigiloso, não podendo ser revelado 
UNIVERSAL Não há distinção econômica ou social para o direito de voto, estabelecendo-se 
um limite etário. 
PERIÓDICO As eleições devem ser periódicas, sendo vedado o mandato vitalício. 
A obrigatoriedade do voto não é considerada cláusula pétrea. Assim, é possível uma emenda 
constitucional que transforme o voto obrigatório em facultativo. TEMA COBRADO NO 
XXV EXAME DA OAB/FGV. 
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• Separação dos Poderes: com base no sistema dos freios e contrapesos, cada um 
dos três poderes possui funções típicas e atípicas. O Poder Executivo, além da típica 
função administrativa, também desempenha funções atípicas (legislativa – ex.: edita 
Medida Provisória e lei delegada e jurisdicional – função julgadora no âmbito do 
processo administrativo); o Poder Legislativo, além das suas típicas funções normativa 
e fiscalizatória, exerce funções administrativas (administra seu pessoal) e jurisdicionais 
(julga autoridades em crimes de responsabilidade); e o Poder Judiciário, além de sua 
função jurisdicional típica, exerce função administrativa e legislativa (ex.: elabora seus 
regimentos internos). O sistema de freios e contrapesos garante o equilíbrio e harmonia 
entre os Poderes, por meio do estabelecimento de controles recíprocos.
• Direitos e garantias individuais: o inciso IV do § 4º do art. 60 se valeu da expressão 
“direitos e garantias individuais”. Por esse motivo, há divergência doutrinária se 
apenas os direitos previstos no art. 5º da Constituição Federal estariam protegidos 
pela imutabilidade ou os direitos sociais também seriam considerados cláusulas 
pétreas. Uma primeira corrente, restritiva, entende que, se a redação do inciso se 
referiu apenas a direitos e garantias individuais, propositalmente não quis abranger 
outros direitos. Outra corrente, que reputamos mais adequada, entende que a norma 
disse menos do que deveria, devendo haver a incidência dos princípios da proibição do 
retrocesso social e interdependência dos direitos humanos, de modo que os direitos 
sociais também devem ser considerados cláusulas pétreas.
MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL: a “mutação constitucional”, também chamada de “processo 
oblíquo de adaptação”, ocorre quando há uma alteração do sentido da norma constitucional sem 
qualquer mudança no seu texto, adequando-a aos novos valores e costumes da sociedade. A título 
de exemplo, o conceito de casa previsto no art. 5º, XI, da CF/88, limitava-se inicialmente à ideia 
de residência/domicilio, entretanto, em razão da mutação constitucional, o conceito é atualmente 
ampliado para abranger outros locais, como escritórios e demais ambientes de trabalho, quarto 
de hotel, trailer, etc. TEMA COBRADO NO XXVI EXAME DA OAB/FGV.
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3. EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS 
3.1. NORMAS DE EFICÁCIA PLENA, CONTIDA E LIMITADA
Segundo a doutrina tradicional, existem normas constitucionais de eficácia plena, eficácia 
limitada e eficácia contida.
• Normas de eficácia plena: possuem todos os elementos necessários e suficientes para 
a produção de seus efeitos, ou seja, não precisam de outra lei que as complemente. São 
normas de aplicabilidade direta, imediata e integral TEMA COBRADO NO XIV EXAME DA 
OAB/FGV. 
• Normas de eficácia contidas: possuem aplicabilidade direta e imediata, mas o legislador 
pode restringir a sua eficácia, por isso também são chamadas de normas redutíveis. Assim, 
a própria norma constitucional permite que a lei ordinária limite o seu alcance, como no caso 
do inciso LVIII do art. 5º da CF/88, que dispõe: “O civilmente identificado não será submetido 
a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei”. TEMA COBRADO NO XVI 
EXAME DA OAB/FGV. 
• Normas de eficácia limitada: são aquelas que dependem de regulamentação posterior 
para produzirem todos os seus efeitos, ou seja, são normas incompletas, que dependem 
da atuação do legislador ordinário, como no caso do art. 7º, XI, da CF/88, que dispõe que, 
independentemente do salário, o trabalhador tem direito “a participação nos lucros, ou 
resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da 
empresa, conforme definido em lei”. As normas de eficácia limitada são divididas em:
a) Normas de princípio institutivo: o legislador constituinte estabelece o conteúdo 
geral de estruturação de órgãos, entidades ou institutos, para que o legislador ordinário os 
estruture em definitivo, como no caso dos artigos 33 e 88 da CF/88: 
Art. 33 da CF/88 - A lei dispora sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios.
Art. 88 da CF/88 - A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da 
administração pública
b) Normas de princípio programático: estabelecem programas e diretrizes que devem 
ser buscados e alcançados pelo poder público, como a valorização do trabalho, o direito à 
saúde, o combate ao analfabetismo, etc.
Art. 196 da CF/88: A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante 
políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros 
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, 
proteção e recuperação.
Art. 205 da CF/88: A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, 
será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno 
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desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação 
para o trabalho.
Registra-se, ainda, que há as denominadas normas de eficácia exaurida, que são aquelas que 
já produziram os efeitos desejados, como alguns artigos do ADCT.
As normas contidas no texto constitucional e as do ADCT possuem o mesmo status jurídico 
das demais normas constitucionais, ou seja, não há hierarquia entre elas. Assim sendo, 
havendo conflitos entre essas normas, deve incidir a disposição mais específica (princípio da 
especialidade). TEMA COBRADO NO XXI EXAME DA OAB/FGV. 
3.2. RECEPÇÃO CONSTITUCIONAL 
Com o advento de uma nova constituição, há o fenômeno da ab-rogação (revogação integral), 
que revoga a eficácia da constituição anterior TEMA COBRADO NO XXVI EXAME DA OAB/FGV.
No entanto, se uma lei ordinária anterior se mostrar compatível materialmente com a nova 
constituição,ela será recebida por esta, pois há o fenômeno da recepção constitucional. Por 
outro lado, se a lei não for compatível materialmente com a nova constituição, a norma não será 
recepcionada (“não recepção”) TEMA COBRADO NO XXV EXAME DA OAB/FGV. 
A recepção constitucional, portanto, assegura a preservação, continuidade e eficácia do 
ordenamento jurídico infraconstitucional anterior à nova constituição que com ela se mostra 
materialmente compatível. A recepção também será verificada sempre que sobrevier uma nova 
emenda constitucional.
É importante destacar, ainda, que o Supremo Tribunal Federal passou a admitir a ADPF como 
instrumento capaz de decidir abstratamente se uma lei foi recepcionada ou não pela Constituição.
O mais importante em relação ao fenômeno da recepção é a compatibilidade material, já 
que eventual incompatibilidade formal será superada. A título de exemplo, o Código Tributário 
Nacional, que nasceu como lei ordinária, foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988 como lei 
complementar, já que, de acordo com a Constituição, trata-se de matéria reservada à lei complementar. 
3.3. REPRISTINAÇÃO
A repristinação é o fenômeno pelo qual a constituição, expressamente, prevê a restauração 
da vigência de uma lei que havia sido revogada pela constituição anterior. Deve-se atentar que a 
Constituição não possui força repristinatória automática, ou seja, uma lei revogada pela constituição 
anterior não volta a entrar em vigor automaticamente com a nova constituição. 
3.4. DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO
A teoria da desconstitucionalização dispõe que as normas da constituição anterior seriam 
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rebaixadas à categoria de normas infraconstitucionais com o advento de uma nova constituição, 
desde que sejam com ela compatíveis formalmente. 
A teoria da desconstitucionalização não é aceita no ordenamento jurídico brasileiro, uma vez que 
existe o fenômeno da ab-rogação, salvo se a nova norma constitucional for expressa nesse sentido. 
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4. NEOCONSTITUCIONALISMO E CONSTITUCIONALISMO 
Entende-se por Constitucionalismo o movimento jurídico e político deflagrado com o objetivo 
de limitar o Poder do Estado por meio de uma constituição escrita. O termo “constitucionalismo”, 
portanto, se contrapõe ao absolutismo, trazendo limites contra o arbítrio do poder do Estado. 
Já a ideia de neoconstitucionalismo, ou constitucionalismo contemporâneo, tem sua origem 
no período histórico pós 2ª Guerra Mundial, e objetiva garantir a maior eficácia possível 
da constituição, sobretudo a maior eficácia dos direitos fundamentais. Suas principais 
características são: a) proclama a primazia do princípio da dignidade da pessoa humana; b) 
enaltece a força normativa da constituição; c) extensão da constituição em todas as áreas 
jurídicas (constitucionalização do direito) e d) reaproximação entre direito e moral, superando a 
ideia clássica do positivismo TEMA COBRADO NO XVII EXAME DA OAB/FGV. 
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5. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
O tema “princípios fundamentais” corresponde ao Título I da Constituição Federal de 1998 
e abrange os quatro primeiros artigos, sendo importante a diferenciação entre fundamentos, 
objetivos e os princípios que regem a república federativa nas relações internacionais. 
Recomendamos a leitura atenta aos artigos abaixo transcritos. 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e 
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem 
como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes 
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o 
Executivo e o Judiciário.
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e 
quaisquer outras formas de discriminação.
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos 
seguintes princípios:
 I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
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V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, 
política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma 
comunidade latino-americana de nações.
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6. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
Direitos e garantias são conceitos que não se confundem. Enquanto os direitos são disposições 
que garantem a existência de determinada prerrogativa, as garantias são elementos assecuratórios, 
que garantem a proteção dos direitos.
6.1. DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
O caput do art. 5º da Constituição Federal elenca 5 (cinco) direitos fundamentais: vida, liberdade, 
igualdade, segurança e propriedade. 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se 
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, 
à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
Como o princípio da isonomia vem disposto no “caput” do artigo, ele vai orientar a interpretação 
de todos os seus incisos. 
Atente-se que a norma diz que os direitos são garantidos “aos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no País”. No entanto, entende-se que os estrangeiros que estão temporariamente no 
Brasil também são salvaguardados pelo artigo 5º da CF/88.
Vejamos os incisos mais importantes do art. 5º para a prova da OAB: 
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
Trata-se do princípio da igualdade, não se justificando qualquer discriminação infundada entre 
homens e mulheres. Isso não significa, entretanto, que não possa haver diferença no tratamento 
entre gêneros, já que muitas vezes o tratamento diferenciado é que garante a igualdade material. 
A título de exemplo, a CLT estipula que o limite de peso a ser carregado por uma mulher é inferior 
ao limite a ser suportado pelo homem. A regra é constitucional porque, em razão da diferença 
física existente entre homens e mulheres, é natural que estas devam carregar menos peso do que 
os homens. Nesse caso, portanto, o tratamento diferenciado é que garante a igualdade materialentre os gêneros.
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; 
Aquele que manifestar seu pensamento, portanto, deve se identificar. A identificação da 
identidade é importante porque aquele que transmitir o pensamento ultrapassando os limites 
legais poderá ser responsabilizado civil e criminalmente.
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por 
dano material, moral ou à imagem; 
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O inciso V é uma decorrência lógica do inciso IV, já que aquele que se sentir desrespeitado pela 
manifestação do pensamento de outrem, terá direito de resposta, assegurando-se ainda eventual 
indenização por dano material, moral ou à imagem.
VII – É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades 
civis e militares de internação coletiva; TEMA COBRADO NOS EXAME XXIX E 
XXXVII DA OAB/FGV. 
Apesar de o Brasil ser um Estado Laico, assegura-se o direito de prestação de assistência 
religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva TEMA COBRADO NO XIX EXAME 
DA OAB/FGV. 
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção 
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos 
imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.
O inciso VIII assegura a negativa de cumprimento de uma obrigação legal por motivo de 
convicção filosófica ou política, mas, nesse caso, se a pessoa não cumprir prestação alternativa, 
poderá ser punida. A título de exemplo, se alguém se negar a prestar o serviço militar por motivos 
de convicção filosófica ou política e não cumprir obrigação alternativa, poderá ter a suspensão ou 
perda de seus direitos políticos (art. 15, IV, da CF/88).
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado 
o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; 
Assegura-se, portanto, indenização por dano moral e material, ou seja, ambos os danos são cumuláveis. 
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem 
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para 
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; 
Segundo jurisprudência do STF, o conceito de casa compreende qualquer compartimento 
habitado como, por exemplo, os quartos de hotel, pensão, motel e hospedaria ou, ainda, qualquer 
outro local privado não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade, como o 
escritório de um advogado. É importante memorizar ainda que a prisão obedecendo a mandado 
judicial pode ocorrer apenas no período diurno. Além disso, se houver consentimento do morador, 
não há que se falar em violação de domicilio. TEMA COBRADO NO VI EXAME DA OAB/FGV. 
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados 
e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses 
e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução 
processual penal; 
A inviolabilidade da correspondência, ao contrário do que parece dizer o inciso, não é absoluta. 
Nesse sentido, o STF já decidiu ser possível a interceptação de comunicação epistolar do preso 
se houver razões de segurança pública. Além disso, a Constituição Federal autoriza a restrição do 
sigilo epistolar durante o Estado de Defesa e no Estado de Sítio. 
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao 
público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião 
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à 
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autoridade competente;
A Constituição Federal assegura o direito de reunião pacífica sem necessidade de autorização. 
Entretanto, a reunião depende de comunicação prévia e não pode frustrar reunião anteriormente 
convocada para o mesmo local TEMA COBRADO NOS EXAMES XII, XIV E XXVI DA OAB/FGV.
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
A Constituição Federal veda expressamente a associação de caráter paramilitar, considerada 
aquela cujos membros se valem de armas e técnicas policiais ou militares para a realização de seus 
objetivos, sem, contudo, pertencerem ao Estado TEMA COBRADO NO III EXAME DA OAB/FGV. 
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de 
autorização , sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento. 
A criação de associação independe de autorização estatal, sendo proibida a interferência no 
seu funcionamento TEMA COBRADO NO XXVII EXAME DA OAB/FGV. 
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades 
suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
As associações podem ter suas atividades suspensas por decisão judicial, mas para serem 
dissolvidas exige-se decisão transitada em julgado. 
XX- ninguém poderá ser compelido a associar-se ou permanecer associado.
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade 
para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente. 
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou 
utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em 
dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição TEMA COBRADO NO 
XXIV EXAME DA OAB/FGV. 
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de 
propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
DESAPROPRIAÇÃO REQUISIÇÃO
Se refere apenas a bens. Se refere a bens ou serviços.
Trata-se de aquisição da propriedade, por meio de 
uma transferência compulsória. 
Não há transferência da propriedade, mas apenas o 
seu uso ou ocupação temporária. 
Necessidades permanentes. Necessidades transitórias. Ocorre em situações 
emergenciais, como no caso de um policial que ocupa 
uma casa para investigar um sequestro ocorrido na 
residência vizinha. 
Depende de acordo ou processo judicial. Autoexecutoriedade, já que se trata de 
situação emergencial. 
Sempre haverá indenização, que deve ser 
justa e prévia. 
A indenização só é devida posteriormente e caso 
haja dano. 
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XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela 
família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua 
atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
Apenas a pequena propriedade rural que for trabalhada pela família não será objeto de 
penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva. Débitos que não 
estejam relacionados com a atividade produtiva poderão ensejar penhora. 
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse 
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, 
sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à 
segurança da sociedade e do Estado; TEMA COBRADO NO XXIX EXAME DA 
OAB/FGV. 
O direito à informação não é absoluto, uma vez que pode ser negado nas hipóteses em que 
o sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. Não depende, entretanto, dequalquer autorização excepcional. TEMA COBRADO NO XIV EXAME DA OAB/FGV. 
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade 
ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e 
esclarecimento de situações de interesse pessoal;
A alínea “a” se refere ao direito de petição, que pode ser exercido por brasileiro, estrangeiro, 
pessoa física ou jurídica, capazes e incapazes. Se houver recusa acerca das informações 
solicitadas, caberá Mandado de Segurança, sem prejuízo da responsabilidade civil. O direito de 
petição é exercido independentemente do pagamento de taxa. TEMA COBRADO NO XXVIII 
EXAME DA OAB/FGV. 
A Alínea “b” se refere ao direito de obter certidão, que também será gratuito. 
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
O inciso XXXV consagra o princípio da inafastabilidade ou indeclinabilidade jurisdicional.
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
Considera-se ato jurídico perfeito aquele capaz de produzir seus efeitos por respeitar todos os 
requisitos exigidos em lei. Direito adquirido, por sua vez, é um direito subjetivo já definitivamente 
incorporado ao patrimônio jurídico de alguém, ainda que não consumado. Coisa julgada, por fim, é 
qualidade da sentença que torna imutáveis e indiscutíveis seus efeitos após o trânsito em julgado 
da decisão. Desse modo, um direito assegurado por decisão judicial transitada em julgado não 
pode ser prejudicado por lei posterior TEMA COBRADO NO XV EXAME DA OAB/FGV. 
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
Tribunal de exceção é aquele criado temporariamente para julgar um caso após o crime 
ter sido cometido, como no caso do Tribunal de Nuremberg. TEMA COBRADO NO XXIV 
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EXAME DA OAB/FGV. 
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena 
de reclusão, nos termos da lei;
 XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática 
da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos 
como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, 
podendo evitá-los, se omitirem;
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou 
militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
Apenas a prática de racismo e a ação de grupos armados contra a ordem constitucional que 
são imprescritíveis. 
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
A figura do banimento representa o envio compulsório do brasileiro ao estrangeiro, o que foi 
institucionalizada pelo Ato Institucional n. 13, de 05/09/1969. Com a Constituição Federal de 1988, 
previu-se no art. 5º, inciso XLVII, alínea ‘d’, a proibição da pena de banimento. Destaca-se ainda que 
a CF/88 autoriza a pena de morte no Brasil apenas em caso de guerra declarada. 
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, 
praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
Brasileiro nato nunca será extraditado. Já o brasileiro naturalizado será extraditado quando:(a) 
em caso de crime comum, praticado antes da naturalização e (b) depois da naturalização, em caso 
de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei 
TEMA COBRADO NO XXV EXAME DA OAB/FGV. 
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;
Independentemente da nacionalidade, ninguém será extraditado pela prática de crime político 
ou de opinião TEMA COBRADO NO VI EXAME DA OAB/FGV. 
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença 
penal condenatória;
O Supremo Tribunal Federal fixou entendimento, no final de 2019, que o início da execução da 
pena condenatória somente pode ocorrer após trânsito em julgado da decisão. 
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LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados 
imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, 
sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu 
interrogatório policial;
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento 
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
O inciso sob análise dispõe que ninguém será preso por dívida civil, salvo nos casos do 
depositário infiel e da dívida alimentar. Entretanto, o Pacto de São José da Costa Rica admite 
a prisão civil apenas na hipótese de dívida alimentar. Assim, levando-se em conta o caráter 
supralegal do Pacto de São José da Costa Rica, o Supremo Tribunal Federal firmou entendimento 
de que a prisão do depositário infiel não será mais aplicada no Brasil, já que o Pacto internacional 
teria revogou toda a legislação infraconstitucional que regulamentava a matéria. 
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;
A isenção, de acordo com o texto constitucional, se aplica apenas àqueles reconhecidamente pobres. 
LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração 
do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
A Constituição Federal, além de assegurar o acesso ao Poder Judiciário, garante a efetividade 
do trâmite dos processos judiciais e administrativos por meio da duração razoável do processo e 
da celeridade TEMA COBRADO NO IV EXAME DA OAB/FGV. 
LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o direito à proteção dos dados pessoais, 
inclusive nos meios digitais.
A Emenda Constitucional nº 115/2022 acrescentou o inciso LXXIX , passando a dispor que a 
proteção dos dados pessoais, inclusive nos meios digitais é considerada direito fundamental e, 
portanto, cláusula pétrea, sendo que, no âmbito infraconstitucional, o principal diploma que trata 
da proteção de dados é a Lei nº 13.709/2018 (Lei Geral de Proteção de Dados - LGPD). 
6.2. DIREITOS SOCIAIS 
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, 
o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à 
infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
O direito social ao transporte foi acrescido ao art. 6 º pela EC n. 90 de 2015. 
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Os direitos sociais impõem ao Estado não apenas a abstenção, mas a necessidade de atuação, 
ou seja, são direitos prestacionais, conforme podemos verificar, de forma exemplificativa, nos 
artigos abaixo transcritos. 
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais 
e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso 
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Art.205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida 
e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da 
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Os direitos sociais são direitos fundamentais, ligados ao princípio da dignidade da pessoa humana.
Nesse sentido, entendemos que não é possível a redução do seu conteúdo por Emenda Constitucional, 
sob pena de caracterizar nítido retrocesso social (princípio da vedação do retrocesso social).
6.3. NACIONALIDADE
Considera-se nacionalidade o vínculo jurídico-político entre um indivíduo e determinado Estado. 
A nacionalidade pode ser primária (originária) ou secundária (adquirida)
Para a determinação da nacionalidade primária, existem dois critérios básicos:
1) Critério Ius sanguinis: considera-se nacional o descendente de pais nacionais, 
independentemente do local de nascimento. 
2) Critério Ius soli: considera-se nacional aquele que nasce no território do Estado, 
independentemente da nacionalidade de seus pais. 
Já a nacionalidade secundária diz respeito à naturalização, que decorre de um fato voluntário: 
o pedido de naturalização. 
6.3.1. NACIONALIDADE PRIMÁRIA NO BRASIL
De acordo com o art. 12, I, da CF/88, são brasileiros natos:
“a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde 
que estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer 
deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam 
registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República 
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela 
nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007)”.
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A alínea “a” adotou o critério ius soli. Assim, a pessoa nascida no Brasil será considerada 
brasileiro nato, salvo se os seus pais forem estrangeiros e ambos estiverem a serviço de seu país 
de origem2 TEMA COBRADO NO V EXAME DA OAB/FGV .
• Um casal de franceses vive no Brasil e trabalha em uma empresa multinacional francesa. 
Se o casal tiver um filho no Brasil, a criança será considerada brasileira nata, pois os pais 
não estão a serviço da França e sim de uma empresa privada.
• Pai é um cônsul norte americano no Brasil e se casa com uma argentina que trabalha para 
a Petrobras. Se o casal tiver um filho no território brasileiro, ele terá nacionalidade originaria 
brasileira, porque apenas o pai está a serviço de seu país (EUA).
A alínea ‘b’, por sua vez, adotou o critério ius sanguinis, desde que um dos pais esteja a serviço 
do país, o que engloba serviço diplomático ou serviço público de qualquer natureza prestado a órgão 
da Administração, centralizada ou descentralizada, da União, Estados, Distrito Federal ou Município.
Banco do Brasil abriu uma agência na França e nomeou um funcionário de carreira para ser 
gerente. Se esse funcionário tiver um filho na França, a criança será brasileira, pois, se está 
a serviço de sociedade de economia mista, está tratando de interesses do Brasil. Serviço, 
portanto, é interpretado como interesse.
Por fim, a alínea ‘c’ prevê duas hipóteses: ius sanguinis + registro ou ius sanguinis + vínculo 
territorial + “opção” TEMA COBRADO NO XXXV EXAME DA OAB/FGV .
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam 
registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República 
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela 
nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007)
Os requisitos são:
(a) nascido no estrangeiro, de pai ou mãe brasileiro, basta um;
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(b1) registro consular. O registro da criança no consulado é suficiente para a aquisição 
da nacionalidade, não havendo necessidade de residir no Brasil.
OU
(b2) residência no Brasil + “opção”, em qualquer tempo, após a maioridade civil (ato 
personalíssimo), perante juiz federal (art. 109, V, da CF – não é de forma livre, pois 
se trata de um processo de jurisdição voluntária, com homologação ou transcrição), 
declarando unilateralmente a vontade de conservar a nacionalidade primária. 
2 Se o estrangeiro estiver no território brasileiro a serviço de um organismo internacional do qual o 
Brasil faça parte (ONU, UNESCO, etc.), ele não será considerado a serviço de seu país de origem.
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6.3.2. BRASILEIRO NATURALIZADO
Art. 12. São brasileiros:
II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de 
países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa 
do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que 
requeiram a nacionalidade brasileira. (Redação dada pela Emenda Constitucional de 
Revisão nº 3, de 1994)
A naturalização é o modo secundário de obtenção da nacionalidade. 
A naturalização ordinária se refere à alínea “a” do Inciso II do art. 12 da CF/88 e decorre 
de um fato voluntário, devendo a pessoa preencher os requisitos da Lei e fazer uma postulação 
administrativa, perante o Ministro da Justiça.
Os requisitos estão previstos na Lei nº 13.445/2017:
 Art. 65. Será concedida a naturalização ordinária àquele que preencher as seguintes condições: 
I - ter capacidade civil, segundo a lei brasileira; 
II - ter residência em território nacional, pelo prazo mínimo de 4 (quatro) anos; 
III - comunicar-se em língua portuguesa, consideradas as condições do naturalizando; e 
IV - não possuir condenação penal ou estiver reabilitado, nos termos da lei. 
Art. 66. O prazo de residência fixado no inciso II do caput do art. 65 será reduzido para, 
no mínimo, 1 (um) ano se o naturalizando preencher quaisquer das seguintes condições: 
 II - ter filho brasileiro; 
III - ter cônjuge ou companheiro brasileiro e não estar dele separado legalmente ou de 
fato no momento de concessão da naturalização; 
V - haver prestado ou poder prestar serviço relevante ao Brasil; ou 
VI - recomendar-se por sua capacidade profissional, científica ou artística. 
Parágrafo único. O preenchimento das condições previstas nos incisos V e VI do caput 
será avaliado na forma disposta em regulamento.
Não existe direito subjetivo à naturalização ordinária. Conceder ou não a naturalização é um ato de 
império, com discricionariedade do Estado, de modo que não há direito de se socorrer ao Judiciário.
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• Para os estrangeiros originários de países de língua portuguesa são exigidos 
apenas dois requisitos: residir no país há mais de um ano ininterrupto e ter idoneidade 
moral TEMA COBRADO NO XXVI EXAME DA OAB/FGV. 
• Para os portugueses, basta que tenham residência permanente no Brasil e, desde que haja 
reciprocidade em favor de brasileiros, eles terão os mesmos direitos, salvo em alguns casos 
previstos na Constituição (quase nacionalidade, conforme abaixo estudado).
A naturalização extraordinária, por sua vez, diz respeito ao inciso II, “b”, do art. 12 da CF/88, 
com correspondência no art. 67 da Lei n. 13.445/2017: 
Art. 12 da CF/88 - São brasileiros:
II- naturalizados:
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa 
do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que 
requeiram a nacionalidade brasileira.
Art. 67 da Lei n. 13.445/2017 - A naturalização extraordinária será concedida a pessoa 
de qualquer nacionalidade fixada no Brasil há mais de 15 (quinze) anos ininterruptos e 
sem condenação penal, desde que requeira a nacionalidade brasileira.
O dispositivo declara que são brasileiros naturalizados os estrangeiros, desde que requeiram. 
Nessa hipótese, portanto, há direito subjetivo à naturalização extraordinária, desde que observados 
os seguintes requisitos: 
(A) temporal: residentes no Brasil há mais de 15 anos;
(B) idoneidade: ausência de condenação penal;
(C) requerimento expresso.
Se o estrangeiro for absolvido em relação ao processo criminal e cumprir os demais requisitos 
acima listados, terá direito à naturalização TEMA COBRADO NO XV EXAME DA OAB/FGV. 
Quando a Constituição ou a lei utilizam a palavra “brasileiro”, estão tratando dos brasileiros 
natos e naturalizados. 
Muito importante registar ainda que a Lei n. 13.445/2017 passou a prever mais duas hipóteses 
de naturalização: 
• Naturalização especial (art. 68): poderá ser concedida ao estrangeiro que se encontre 
em uma das seguintes situações: I - seja cônjuge ou companheiro, há mais de 5 (cinco) 
anos, de integrante do Serviço Exterior Brasileiro em atividade ou de pessoa a serviço 
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do Estado brasileiro no exterior; ou II - seja ou tenha sido empregado em missão 
diplomática ou em repartição consular do Brasil por mais de 10 (dez) anos ininterruptos.
De acordo com art. 69 da Lei n. 13.445/2017, são requisitos para a concessão da naturalização 
especial: I - ter capacidade civil, segundo a lei brasileira; II - comunicar-se em língua portuguesa, 
consideradas as condições do naturalizando; e III - não possuir condenação penal ou estiver 
reabilitado, nos termos da lei.
• Naturalização provisória (art. 70): poderá ser concedida ao migrante criança ou 
adolescente que tenha fixado residência em território nacional antes de completar 10 
(dez) anos de idade e deverá ser requerida por intermédio de seu representante legal.
A naturalização provisória poderá ser convertida em definitiva se o naturalizando expressamente 
assim o requerer no prazo de 2 (dois) anos após atingir a maioridade.
6.3.3. SITUAÇÃO JURÍDICA ESPECIAL DOS NACIONAIS PORTUGUESES
Art. 12. (…)
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em 
favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos 
previstos nesta Constituição.
Em relação ao português residente no Brasil, este não necessita naturalizar-se para auferir os 
direitos correspondentes à condição de naturalizado, bastando, para tanto, que tenha residência 
permanente no Brasil e haja “reciprocidade de tratamento” em favor dos brasileiros em Portugal, 
ou seja, que ao brasileiro residente em Portugal também seja dado esse mesmo tratamento.
Trata-se da hipótese que a doutrina chama de “quase nacionalidade”, já que os portugueses 
não precisam ter a naturalização brasileira para exercerem os mesmos direitos dos brasileiros 
naturalizados. 
6.3.4. TRATAMENTO JURÍDICO DIFERENCIADO ENTRE BRASILEIRO NATO 
E NATURALIZADO
Dispõe o art. 12, § 2º, da CF, que a lei infraconstitucional não pode estabelecer distinção entre 
brasileiros natos e naturalizados, restando apenas à Constituição fazê-lo.
Art. 12. (…)
§ 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, 
salvo nos casos previstos nesta Constituição.
• ACESSO A CARGOS PÚBLICOS TEMA COBRADO NOS EXAMES VII, XII E XVI DA OAB/FGV. 
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§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
Trata-se de rol taxativo, sendo que todos os cargos acima relacionados dizem respeito à 
soberania nacional. 
Algumas observações são importantes:
• O cargo de Senador ou Deputado Federal pode ser ocupado por brasileiro 
naturalizado, mas apenas o brasileiro nato pode ocupar o cargo de Presidente Câmara 
ou do Senado TEMA COBRADO NO XVI EXAME DA OAB/FGV. 
• O Presidente e os demais ministros do STJ podem ser brasileiros naturalizados. 
• O Presidente do CNJ deve ser brasileiro nato, já que se trata de cargo ocupado pelo 
Presidente do Supremo Tribunal Federal;
Em relação ao inciso V (carreiras diplomáticas), observe-se que Ministro das Relações Exteriores, 
“chefe” das carreiras diplomáticas, pode ser brasileiro nato ou naturalizado, enquanto que os demais 
membros da carreira diplomática devem ser brasileiros natos. Trata-se de uma incoerência, já que, 
se o hierarquicamente inferior não pode ser naturalizado, não tem sentido o chefe ser.
Com relação ao Inciso VI, apenas os oficiais das forças armadas que devem ser brasileiros natos. 
Já no que tange ao inciso VII, o cargo de Ministro de Estado da Defesa deve ser ocupado apenas por 
brasileiro nato, uma vez que é o superior hierárquico dos Comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica.
• PROPRIEDADE DE EMPRESA JORNALÍSTICA (ART. 222 DA CF)
Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e 
imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de 
pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País. 
§ 1º Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento do capital total e do capital 
votante das empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens 
deverá pertencer, direta ou indiretamente, a brasileiros natos ou naturalizados há mais 
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de dez anos, que exercerão obrigatoriamente a gestão das atividades e estabelecerão o 
conteúdo da programação. 
§ 2º A responsabilidade editorial e as atividades de seleção e direção da programação 
veiculada são privativas de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, em 
qualquer meio de comunicação social. 
§ 3º Os meios de comunicação social eletrônica, independentemente da tecnologia 
utilizada para a prestação do serviço, deverão observar os princípios enunciados no 
art. 221, na forma de lei específica, que também garantirá a prioridade de profissionais 
brasileiros na execução de produções nacionais. 
§ 4º Lei disciplinará a participação de capital estrangeiro nas empresas de que trata o § 1º.
§ 5º As alterações de controle societário das empresas de que trata o § 1º serão 
comunicadas ao Congresso Nacional.
Segundo a redação do artigo 222 da CF/88, apenas brasileiros natos ou naturalizados há mais de 
10 anos podem ser proprietários de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens. 
Além disso, ao menos 70% do capital total e do capital votante dessas empresas deverá 
pertencer, direta ou indiretamente, a brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, que 
exercerão obrigatoriamente a gestão das atividades e estabelecerão o conteúdo da programação 
 TEMA COBRADO NO XXII EXAME DA OAB/FGV. 
6.3.5. PERDA DA NACIONALIDADEArt. 12. (…)
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: 
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de fraude 
relacionada ao processo de naturalização ou de atentado contra a ordem constitucional 
e o Estado Democrático (EC) 131/2023; 
II - fizer pedido expresso de perda da nacionalidade brasileira perante autoridade 
brasileira competente, ressalvadas situações que acarretem apatridia (EC) 131/2023, 
§ 5º A renúncia da nacionalidade, nos termos do inciso II do § 4º deste artigo, não 
impede o interessado de readquirir sua nacionalidade brasileira originária, nos termos 
da lei (EC) 131/2023.
A Emenda Constitucional (EC) 131/2023 trouxe alterações significativas no que tange à perda 
de nacionalidade brasileira. 
Antecedentes:
Antes desta emenda, o artigo 12, §4°, da Constituição estabelecia critérios distintos 
para brasileiros natos e naturalizados. O primeiro inciso tratava da perda de nacionalidade 
exclusivamente para brasileiros naturalizados, caso estes praticassem atividades consideradas 
nocivas ao interesse nacional. O segundo inciso, por sua vez, abordava a perda de nacionalidade 
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para ambos os grupos (natos e naturalizados) caso adquirissem outra nacionalidade, com algumas 
exceções.
Mudanças Introduzidas pela EC 131/2023:
Naturalizados: a nova emenda especificou as condições sob as quais um brasileiro naturalizado 
pode perder sua nacionalidade. Agora, a perda ocorre se houver fraude no processo de naturalização 
ou se o indivíduo atentar contra a ordem constitucional e o estado democrático.
Natos e Naturalizados: a emenda alterou significativamente as condições para a perda de 
nacionalidade para quem adquire outra nacionalidade. Antes, a simples aquisição de outra 
nacionalidade poderia levar à perda da nacionalidade brasileira. Com a EC 131/2023, a perda só 
ocorre se o indivíduo fizer um pedido expresso de renúncia à nacionalidade brasileira perante 
uma autoridade competente. Contudo, essa renúncia não é permitida se resultar em apatridia.
Readquirindo a Nacionalidade: a emenda também introduziu uma nova disposição que 
permite que aqueles que renunciaram à nacionalidade brasileira possam readquiri-la conforme 
estabelecido em lei.
6.4. DIREITOS POLÍTICOS
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e 
secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.
A soberania popular representa a possibilidade de participação do povo no poder, o que é 
exercido por meio de direito de sufrágio (direito de votar e ser votado), plebiscitos, referendos, bem 
como por meio da iniciativa popular de lei.
Art. 14
(...)
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
A capacidade eleitoral ativa (direito de votar) é denominada de alistabilidade. Conforme 
mencionado em tópico anterior, o voto no Brasil deve ser: direto (exceção para o caso dos cargos 
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de Vice-Presidente e Presidente da República vagarem nos dois últimos anos do mandato); secreto; 
universal e periódico. Além disso o voto é obrigatório para aqueles que possuem mais de 18 e 
menos 70 anos, e facultativo para aqueles que possuem entre 16 e 18 anos, acima de 70 anos e 
para os analfabetos (serão facultativos tanto o alistamento eleitoral quanto o voto).
VOTO OBRIGATÓRIO VOTO FACULTATIVO 
Maiores de 18 anos e menores de 70 anos Pessoas entre 16 e 18 anos 
Maiores de 70 anos 
Analfabetos 
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço 
militar obrigatório, os conscritos.
Além dos estrangeiros, os conscritos, durante o serviço militar obrigatório, não podem se 
alistar como eleitores, ou seja, são inalistáveis. O conceito de conscrito abrange todos aqueles 
que estão prestando o serviço militar, incluindo médicos, dentistas, farmacêuticos e veterinários. 
§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição TEMA COBRADO NO XIX EXAME 
DA OAB/FGV;
V - a filiação partidária; Regulamento
VI - a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-
Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.
A elegibilidade, por sua vez, representa o direito de ser votado, isto é, a capacidade eleitoral 
passiva. A Constituição Federal estabelece limites etários para determinados cargos, conforme 
quadro abaixo elaborado TEMA COBRADO NO XIII EXAME DA OAB/FGV. 
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Presidente e Vice-Presidente da República e Senador 35 ANOS
Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal 30 ANOS
Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz 21 ANOS
Vereador 18 ANOS
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
Os inelegíveis são os analfabetos e os inalistáveis (estrangeiros, à exceção dos portugueses, 
e conscritos durante o serviço militar obrigatório).
Assim, são inalistáveis e inelegíveis apenas os estrangeiros e os conscritos TEMA COBRADO 
NO III EXAME DA OAB/FGV. 
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os 
Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão 
ser reeleitos para um único período subseqüente. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 16, de 1997)
 A impossibilidade de reeleição se refere a mais de duas eleições consecutivas, não havendo 
impedimento a que o candidato concorra a eleições alternadas. 
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de 
Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos 
até seis meses antes do pleito.
A Constituição Federal exige a renúncia ao mandato até 06 (seis) meses antes da eleição, 
quando o candidato pretender concorrer a cargo diferente do que vinha exercendo.
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes 
consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, 
de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem 
os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de 
mandato eletivo e candidato à reeleição.
O § 7º se refere à inelegibilidade em razão do parentesco (ou inexigibilidade reflexa), que atinge 
o parente do detentor do cargo de chefe do Executivo, na respectiva localidade onde é exercido o 
mandato. Não se insere nessa proibição o parentesco com sobrinho, já que se trata de parente na 
linha colateral de terceiro grau TEMA COBRADO NOS EXAMES IX, XXVI E XXXI DA OAB/FGV. 
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se 
eleito, passará

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