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Bioquímica Exercícios de Bioquímica Humana (Norberto José Palange, Custódio Chicumule etc.) (Z-Library)

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Norberto José Palange 
 
 
BIOQUÍMICA 
 
EXERCÍCIOS DE BIOQUÍM ICA HUM ANA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bioquímica NJ P Exercícios de Bioquímica Humana 2018 
2 
 
Auto r: 
No rberto Jo sé Palange, MSc 
Mestrado em Bioquímica e Biologia Molecular 
Docente de Bioquímica na Universidade Lúrio , Faculdade de Ciências de Saúde 
Correio eletrónico: njosepalange@unilurio.ac.mz 
 
Co labo rado res: 
Custó dio Eduardo Safo Chicumule , MSc 
Mestrado em Educação em Ciências de Saúde 
Docente de Bioquímica na Universidade Lúrio , Faculdade de Ciências de Saúde 
Co ntribuição : Revisão dos conteúdos. 
Correio eletrónico: cchicumule@unilurio.ac.mz 
 
Saíde Daniel Artur, Biomédico 
Analista clínico no Hospital Central de Nampula 
Docente de Bioquímica na Universidade Lúrio, Faculdade de Ciências de Saúde 
Co ntribuição : Revisão dos conteúdos e proposta de atividades práticas. 
Correio eletrónico: danielartursaide@yahoo.com.br 
 
 
 
 
 
 
Nampula, 2018 
mailto:njosepalange@unilurio.ac.mz
mailto:cchicumule@unilurio.ac.mz
mailto:danielartursaide@yahoo.com.br
Bioquímica NJ P Exercícios de Bioquímica Humana 2018 
3 
 
Índice 
Índice de Figuras ............................................................................................................................... 5 
Abreviaturas...................................................................................................................................... 6 
Nota introdutória ............................................................................................................................ 10 
CAPITULO I ................................................................................................................................. 15 
1. Misturas, soluções e reações químicas. ....................................................................................... 15 
1.a. Questões. ............................................................................................................................... 16 
CAPITULO II ................................................................................................................................ 18 
2. Bioquímica estrutural. .................................................................................................................. 18 
1 . História da bioquímica. ............................................................................................................ 18 
2.b. Questões. ............................................................................................................................... 20 
2.3 Biomoléculas. .......................................................................................................................... 21 
2.3.1 Carboidratos, glícidos ou açúcares. ........................................................................................ 21 
2.3.1.c. Questões. ....................................................................................................................... 24 
2.3.2 Lípidos.............................................................................................................................. 27 
2.3.2.d. Questões........................................................................................................................ 29 
2.4 Nucleotídeos e ácidos nucleicos. ........................................................................................ 31 
2.4.e. Questões .......................................................................................................................... 34 
2.5 Aminoácidos e proteínas. .................................................................................................. 35 
2.5.f. Questões. ......................................................................................................................... 39 
2.5.2.1 Enzimologia. ................................................................................................................... 40 
2.5.2.1.g. Questões...................................................................................................................... 42 
2.5.3. Escolha Múltipla .................................................................................................................. 43 
2.5.3.2.i. Aminoácidos e proteínas. ................................................................................................. 48 
2.5.3.3.j. Glícidos. .......................................................................................................................... 52 
2.5.3.4.k. Lípidos ........................................................................................................................... 56 
2.5.3.5.l. Ácidos nucleicos. ............................................................................................................. 61 
2.5.4.m. Marque com V, verdadeiro, ou F, falso ............................................................................. 66 
CAPITULO III .............................................................................................................................. 71 
3. Bioquímica metabólica. ................................................................................................................ 71 
3.1. Metabolismo, vias metabólicas e regulação. ............................................................................. 71 
3.1.1.1 Princípios de bioenergética. .............................................................................................. 72 
Bioquímica NJ P Exercícios de Bioquímica Humana 2018 
4 
 
3.1.a. Questões........................................................................................................................... 77 
3.1.5 Metabolismo dos glícidos. .................................................................................................. 79 
3.2 Transporte e metabolismo de lípidos. ................................................................................. 102 
3.2.a. Questões. .............................................................................................................................. 113 
3.3 Metabolismo de compostos nitrogenados. .......................................................................... 115 
3.3.b. Escolha múltipla............................................................................................................. 125 
3.3.c. Marque com verdadeiro V, ou falso F. ................................................................................ 162 
3.4 Vitaminas e sais minerais. .................................................................................................. 167 
3.4.a. Questões. .............................................................................................................................. 168 
3.5 Correlações clínicas – questões gerais. ....................................................................................... 169 
3.5.a. Escolha múltipla ................................................................................................................ 171 
3.5.b. Marque com V, verdadeiro ou F, falso................................................................................ 172 
3.6 Bioquímica do fígado. ............................................................................................................... 173 
CAPÍTULO IV ............................................................................................................................ 173 
4. Bioquímica clínica. ................................................................................................................. 173 
4.1 Laboratório clínico, exames laboratoriais e atividades práticas. ............................................... 173 
4.1.a. Questões. ....................................................................................................................... 174 
4.1.b. Escolha múltipla............................................................................................................ 175 
4.1.c. Marque com verdadeiro, V ou falso, F ............................................................................ 190 
4.2 Atividades práticas de laboratório.................................................................................... 191 
4.2.1 Preparações ..................................................................................................................... 191 
4.2.2 Determinações. .................................................................................................................. 192 
4.2.2.6 Análise bioquímica da urina. ........................................................................................ 194 
4.2.2.7 Colorimetria e espectrofotometria. ............................................................................... 194 
CAPÍTULO V.............................................................................................................................. 195 
5. Soluções das questões de escolha múltipla e verdadeiro ou falso. ............................................. 195 
Glossário ....................................................................................................................................... 208 
Referências Bibliográficas .............................................................................................................. 210 
 
 
Bioquímica NJ P Exercícios de Bioquímica Humana 2018 
5 
 
Índice de Figuras 
Figura 1: estrutura linear, cíclica e anómeros da D-glicose. ................................................................ 22 
Figura 2: estrutura de dissacarídeos mais comuns. ............................................................................ 23 
Figura 3: exemplo de trioses. ............................................................................................................ 25 
Figura 4: hidrólise enzimática de um dissacarídeo............................................................................. 26 
Figura5: esqueleto ciclopentanofenantreno ....................................................................................... 29 
Figura 6: estrutura das bases azotadas que entram na constituição dos nucleotídeos. ......................... 34 
Figura 7: aminoácidos presentes nas proteínas agrupados de acordo com a polaridade do grupo R...... 37 
Figura 8: atividade enzimática em função da temperatura. ................................................................ 42 
Figura 9: comportamento de reações catalisada e não catalisada. ....................................................... 43 
Figura 10: estrutura química do ATP. ............................................................................................... 75 
Figura 11: Vias metabólicas (convergente catabólica e divergente anabólica e cíclica). ........................ 76 
Figura 12: reações de fermentação láctica e alcoólica.. ........................................................................ 80 
Figura 13: reações do ciclo de Krebs................................................................................................... 85 
Figura 14: reações da fase não oxidativa da via das pentoses-fosfato. ................................................. 89 
Figura 15: formação de precursores da via glicolítica e eritrose........................................................... 90 
Figura 16: formação de precursores da via glicolítica. ........................................................................ 90 
Figura 17: esquema geral das fases oxidativa e não oxidativa da via das pentoses-fosfato.. ................. 91 
Figura 18: esquema geral da glicogénese e glicogenólise ..................................................................... 94 
Figure 19: síntese de oxaloacetato a partir de carboxilação do piruvato. .............................................. 96 
Figure 20: descarboxilação do oxalacetato formando o fosfoenolpiruvato (PEP). ............................... 96 
Figure 21: formação de frutose-6-fosfato a partir de frutose 1,6 bisfosfato........................................... 96 
Figure 22: ciclo de glicose-alanina. .................................................................................................... 97 
Figura 23: comportamento do organismo no estado alimentado ....................................................... 104 
Figura 24: síntese de palmitato ....................................................................................................... 105 
Figura 25: comportamento do metabolismo de lípidos em estado de jejum. ...................................... 107 
Figura 26: esquema geral da β-oxidação de ácido gordo par ............................................................. 109 
Figura 27: esquema geral da regulação da β-oxidação de ácidos gordos de cadeia longa no fígado. .... 110 
Figura 28: esquema geral da inter-relaçãodos corpos cetónicos ........................................................ 112 
Figura 29: percurso dos corpos cetónicos desde o local de síntese até à sua utilização.. ..................... 113 
Figura 30: reações do ciclo da ureia. ................................................................................................ 119 
Figura 31: interconexões do ciclo de Krebs e ciclo da ureia.. ............................................................. 120 
Figura 32: ciclo de alanina. .............................................................................................................. 121 
Figura 33: transaminação. ............................................................................................................... 123 
Figura 34: esquema da gliconeogénese ............................................................................................ 132 
Figura 35: esquema da gliconeogénese. ............................................................................................ 132 
Figura 36: esqueleto de um polissacarideo. ...................................................................................... 133 
Figura 37: estruturas de dissacarídeos e monossacarideos ................................................................ 134 
Figura 38: estruturas de monossacarídeos........................................................................................ 134 
Figura 39: síntese de precursor de fosfolipidos................................................................................. 135 
 
file:///E:/MANUAL%20BIOQ%20UEM/Manual%20Bioquímica%20Norberto%20novo%202018.docx%23_Toc519709524
Bioquímica NJ P Exercícios de Bioquímica Humana 2018 
6 
 
Abreviaturas 
Acetil-CoA – acetil coenzima A 
ACP – acyl carrier protein 
ADN – ácido desoxirribonucleico 
ADP – adenosina difosfato 
AG – ácido gordo 
AGS – ácido gordo sintase 
ALP – fosfatase alcalina 
ALT – alanina transaminase 
AMP – adenosina monofosfato 
AMP-c – adenosina monofosfato cíclico 
ARN – ácido ribonucleico 
AST – aspartato transaminase 
ATP – adenosina trifosfato 
CAT - II – carnitina acil transferase II 
CAT- I – carnitina acil transferase I 
CK – creatina quinase 
CT – colesterol total 
DCV – doença cardiovascular 
FAD+ - flavina adenina dinucleotídeo (oxidada) 
FADH
2 - flavina adenina dinucleotídeo (reduzida) 
GGT – gama glutamil transferase 
GLUT – glucose transporter 
HDL – high density lipoprotein 
HMG-CoA – hidroximetil glutaril – CoA 
Bioquímica NJ P Exercícios de Bioquímica Humana 2018 
7 
 
IDL – intermediate density lipoprotein 
LDL – low density lipoprotein 
NAD+ - nicotinamida adenina dinucleotídeo (oxidada) 
NADH – nicotinamida adenina dinucleotídeo (reduzida) 
NADPH – nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato (reduzida) 
NADP+ - nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato (oxidada) 
PEP – fosfoenol piruvato 
PKA – proteína quinase dependente de AMP cíclico 
PKU – fenilcetonúria (doinglês, PhenylKetonUria) 
Qm – quilomicrons 
TAG – triacilglicerois 
TPP – tiamina pirofosfato 
VLDL – very low density lipoprotein 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bioquímica NJ P Exercícios de Bioquímica Humana 2018 
8 
 
Pró lo go 
A Comissão Científica da Faculdade de Ciências de Saúde da Universidade Lúrio , considera 
este manual como um contributo de interesse para a comunidade académica. O autor oferece 
aqui, conteúdos, uma série de exercícios e questões, que irão facilitar o estudante na 
compreensão dos aspetos mais relevantes da bioquímica estrutural, metabólica e clínica. 
O método utilizado neste Manual de Exercícios permite, de forma simples, mas ao mesmo 
tempo científica e validável, que o aluno controle o seu próprio processo de aprendizagem. 
Desta forma, os estudantes dos cursos de nutrição, farmácia, medicina, medicina dentária, 
enfermagem e optometria, entre outros estudantes e profissionais da área da saúde, biólogos, 
zootécnicos, engenheiros agrónomos e florestais encontrarão neste manual um importante 
recurso didático e um aplicativo, para o desenvolvimento de um exercício intelectual que, sem 
dúvida, irá contribuir para a formação de profissionais com elevada competência nesta área de 
conhecimento, bem como impulsionar competências em áreas científicas relacionadas. 
Sérgio Latorre Arteaga, PhD 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bioquímica NJ P Exercícios de Bioquímica Humana 2018 
9 
 
Resumo 
Praticamente toda a doença tem uma base bioquímica. Os processos bioquímicos podem 
desencadear a dor ou aparecer como resposta a estímulos físicos, químicos e biológicos. 
Assim, a compreensão das bases bioquímicas permite, em grande medida, a interpretação dos 
fenómenos fisiológicos normais e patológicos num indivíduo. Este princípio constitui, por 
exemplo, o suporte largamente usado pelos profissionais de saúde para o diagnóstico, 
prognóstico, rastreio, tratamento e acompanhamento da evolução de patologias. Os exercícios 
discutidos neste manual permitirão aos estudantes o aprofundamento dos conhecimentos 
relativos à bioquímica, o que poderá contribuir para a formação de profissionais com 
competências neste domínio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bioquímica NJ P Exercícios de Bioquímica Humana 2018 
10 
 
No ta introdutória 
Caros Estudantes, 
A bioquímica descreve as moléculas que compõem os seres vivos e como elas interagem para 
perpetuar a vida. A compreensão dos processos bioquímicos permite, em grande medida, o 
entendimento de mecanismos moleculares fisiológicos e patológicos nos seres vivos, 
particularmente em humanos, contribuindo, assim, na tomada de decisões sobre a saúde de 
um indivíduo no domínio das ciências de saúde. 
O manual de exercícios que se apresenta, foi concebido para apoiar os estudantes dos 
diferentes cursos de licenciatura em ciências de saúde, ciências biológicas e outros, na 
compreensão de matérias de bioquímica. Ele resulta de diferentes questões que se levantam 
na docência e particularmente nas avaliações realizadas nas cadeiras de Bioquímica I e II e 
Bioquímica Clínica. Incluímos conteúdos de bioquímica estrutural, metabólica e clínica e 
organizámos os testes com perguntas de resposta descritiva, escolha múltipla e verdadeiro ou 
falso. 
Para cada conteúdo faz-se uma breve discussão dos conceitos fundamentais que possam 
auxiliar na resolução das questões. Adicionalmente, são propostas algumas atividades práticas 
a serem realizadas no laboratório ou alternativamente na sala de aulas. As questões serão 
resolvidas, de preferência, em grupo. Isto permite aprofundar matéria discutida na sala de 
aulas e deverá facilitar a resolução de exercícios suplementares. Sempre que necessário, os 
estudantes deverão recorrer à bibliografia recomendada ou aos docentes da cadeira. 
No capítulo de soluções, são apresentadas as chaves de respostas para as questões de escolha 
múltipla e as de verdadeiro ou falso. Para as questões abertas, pela sua natureza, não se 
apresentam soluções. 
Espera-se que este manual constitua uma ferramenta útil para os estudantes que cursam a 
bioquímica, especialmente a bioquímica humana e que desperte o gosto por esta ciência, 
ultrapassando a ideia negativa sobre a sua dificuldade. Agradecemos todas as sugestões que 
forem colocadas para melhorar os conteúdos na próxima edição. 
 Norberto J. Palange, MSc 
 
 
 
 
 
Bioquímica NJ P Exercícios de Bioquímica Humana 2018 
11 
 
Co mo tirar melhor proveito deste manual? 
Tudo começa na sala de aulas ou por mera curiosidade. Prestar atenção durante as discussões 
de conteúdos com o professor e colegas é de extrema importância. As contribuições dos 
colegas bem como as dúvidas levantadas têm sempre um grande valor, apesar de, por vezes, 
as ideias expostas precisarem de algum alinhamento por parte de quem tem uma experiência 
adicional. Por outro lado, as curiosidades surgem na base de leituras ou observação de 
fenómenos na natureza, daí que é sempre conveniente registar as questões ou ideias de 
partida. 
Em relação a este manual, é sempre imprescindível analisar os conteúdos descritos para cada 
tema, recorrer à bibliografia recomendada e tirar notas da informação mais relevante. Há uma 
variedade de técnicas de leitura, cabendo a cada um escolher aquela que lhe for mais 
conveniente e confortável. Contudo, discussões em grupos de estudo e tomada de notas dos 
conteúdos em ―quadros-resumo‖ podem fazer diferença. 
 
So bre as questõ es. 
Para as questões abertas, pode haver uma gama de ideias de respostas em função da perceção 
individual, aprendizagem nas aulas ou bibliografia consultada. Ainda assim, é importante ter 
em conta que, para cada conteúdo, existem ―ideias-chave‖ que devem sempre estar presentes, 
mesmo se expressas de maneira diferente. 
Para cada questão de escolha múltipla são apresentadas quatro alternativas de respostas: a, b, c 
e d, sendo apenas uma correta. Para responder, deve circular-se a alternativa considerada 
correta. Caso haja erro de escolha, marca-se um (X) na errada e volta-se a circular a então 
considerada correta. 
Para as questões de verdadeiro ou falso são duas as atividades propostas: primeiro deve 
marcar-se com F as proposições falsas, ou V, as verdadeiras. Segundo, para aquelas que forem 
consideradas falsas devem ser rescritas para as tornar verdadeiras. Atenção: não se deve 
confundir com uma justificação direta. Trata-se, sim, de retificar, na proposição, os elementos 
que permitiram detetar a sua falsidade. Como forma de auxiliar na consecução desta tarefa, 
apresenta-se, no capítulo das soluções, os aspetos que tornam cada proposição falsa. 
Por exemplo: 
Proposição: A bioquímica é uma ciência social que estuda fenómenos físicos observados na 
natureza. FALSA 
Aspectos que tornam a proposição FALSA: "ciência social" e "fenómenos físicos" 
Bioquímica NJ P Exercícios de Bioquímica Humana 2018 
12 
 
Rescrição: A bioquímica é uma ciência experimental que estuda biomoléculas e processos 
químicos nos seres vivos. VERDADE 
Como se pode depreender, em relação às questões do tipo verdadeiro ou falso, assemelham-se 
a espécie de pontos negativos. Não se pode considerar falsa uma proposição e errar-se na 
rescrição, sob pena de anular aquela dita falsa. 
As práticas de laboratório devem ser discutidas com os professores ou orientadores para a sua 
realização. É sempre necessária a fixação de protocolos específicos para cada prática e local, 
em função da disponibilidade de materiais. As práticas menos exigentes podem ser realizadas 
na sala de aulas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bioquímica NJ P Exercícios de Bioquímica Humana 2018 
13 
 
Agradecimentos 
O meu agradecimento vai para o Mestre Celso Fernando Belo e o Mestre Alarquia Aly Saíde, 
pela sua disponibilidade em prestar apoio moral e técnicopara a concretização deste manual; 
para a equipa da Comissão Científica da Faculdade de Ciências de Saúde da Universidade 
Lúrio, pela revisão do manual e contribuições valiosas; para o Mestre Tuaha António e o Dr. 
Paulo Pires, pela criteriosa revisão linguística e suporte metodológico; para a Dra. Páscoa de 
Azevedo, pela correção linguística inicial; para o Dr. Arsénio Edmundo Pires Passire, pela 
formatação inicial do texto. O agradecimento estende-se à Universidade Lúrio, por 
proporcionar um espaço para o meu crescimento profissional e académico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bioquímica NJ P Exercícios de Bioquímica Humana 2018 
14 
 
Dedicatória 
 
 
 
 
 
 
Aos meus colegas, estudantes dos cursos de Licenciatura na Faculdade de Ciências de Saúde da 
Universidade Lúrio, 
 
Ao meu filho Roberto Chelton Palange, 
 
Aos meus pais (em memória), irmãos e amigos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bioquímica NJ P Exercícios de Bioquímica Humana 2018 
15 
 
CAPITULO I 
1. Misturas, so luçõ es e reaçõ es químicas. 
 
1.1 Misturas. 
Mistura é a junção de duas ou mais substâncias. As misturas estão relacionadas a fenómenos 
físicos. Os seus componentes não sofrem alterações em sua estrutura microscópica. Existem 
misturas heterogéneas, homogéneas e coloidais. Quimicamente, as misturas homogéneas são 
conhecidas como soluções. Através de técnicas específicas, os componentes de uma mistura 
podem ser separados e gozam de suas propriedades particulares. 
 
1.2 So luçõ es químicas. 
Soluções químicas são misturas homogéneas de dois ou mais solutos em determinado 
solvente. O soluto ou disperso é a substância que se dissolve e geralmente aparece em menor 
quantidade. O solvente ou dispersante é a substância que dissolve o soluto e aparece em maior 
quantidade. 
Na prática diária em laboratório ou no hospital é frequente preparar soluções. Na verdade, 
erros de preparação de soluções podem acarretar perda de vidas humanas, de materiais e de 
tempo. Daí que tal prática requer do operador uma atenção cuidada e conhecimentos básicos, 
com vista a saber como proceder de forma correta. 
 
1.3 Reaçõ es químicas. 
Reações químicas ocorrem com transformação de substâncias, ou seja, há alterações das 
propriedades microscópicas das substâncias envolvidas, reagentes, originando outras com 
características diferentes, os produtos. É importante relembrar que pode-se misturar as 
substâncias em quaisquer proporções, mas só podemos fazê-las reagir em proporções bem 
definidas, como decorre da lei de Proust. Durante os fenómenos físicos e químicos, outro fato 
importante que pode-se notar é a liberação ou a absorção de energia. (Feltre, 2004). 
Por exemplo: misturar 7 g de Fe e 4 g de S em pó num tubo e depois submeter ao 
aquecimento. 
Todas as reações químicas obedecem à lei de conservação de massas, segundo a qual num 
sistema químico a quantidade de reagentes consumida é sempre igual à massa de produtos 
formados. O mesmo princípio é aplicável quando se trata da energia envolvida (Berg, 
Timoczocko, John, & Stryer, 2014). 
Bioquímica NJ P Exercícios de Bioquímica Humana 2018 
16 
 
As reações que ocorrem envolvendo sistemas orgânicos são designadas reações bioquímicas. 
As reações bioquímicas que ocorrem libertando energia são designadas exergónicas e as que 
consomem energia, endergónicas. Em muitos casos a água atua como reagente ou como 
produto dessas reações. 
Muitas reações ocorrem em meio aquoso e como tal a água é considerada solvente universal. 
Tal facto deve-se à sua estrutura química. As moléculas de água tem polaridade, formam 
pontes de hidrogénio, são coesas e tem uma constante dieléctrica elevada (Corsino, 2009; 
Glinka, 1987). Cada molécula de água pode ligar quatro outras moléculas de água, pois os dois 
átomos de hidrogénio actuam como pontos dadores de electrões e, o par de electrões não 
emparelhado do oxigénio, como pontos receptores de electrões (Ribeiro & Seravalli, 2007). O 
somatório destas características confere à água um diferencial perante outras moléculas. 
 
1.a. Questõ es. 
1. Na natureza existem fenómenos físicos e fenómenos químicos. As misturas estão 
relacionadas com fenómenos físicos. Qual é a diferença entre uma mistura heterogénea e 
uma solução? 
2. Em um paciente com quadro de desidratação administra-se uma solução – o soro 
fisiológico – 0.9% (w/v). Porque razão o soro fisiológico é considerado uma solução 
química? 
3. Suponha que no hospital X existam 500 ml de stock de etanol (álcool etílico) 99,9% (v/v). 
Como procederia para obter 300 ml de uma solução de etanol a 70% (v/v) a partir do 
stock? 
4. Suponha que fez uma dissolução de 5g de NaCl em 100 ml de água. Em seguida, adiciona 
mais 100 ml de água à mesma solução. O que se pode dizer em ralação à concentração da 
solução? E o número de moles de NaCl? Na prática o que significa falar de concentração 
de uma solução? 
5. O tamponamento serve para regular concentrações molares de OH- e H3O
+ evitando 
situações de acidose e basicidade. Nesta perspetiva, explique qual é o papel da anidrase 
carbónica nos seres humanos. 
6. Suponha que no stock do hospital X há uma solução de NaCl a 50% (w/v) e a sua 
intenção é de usar uma solução a 5% (w/v). Que exercício faria até ter a concentração 
desejada a partir do stock? 
7. Qual é a quantidade de etanol (álcool etílico) existente em 4L de uma solução 70% (v/v) 
deste líquido em água? 
8. Os gases oxigénio e dióxido de carbono são de extrema importância no organismo 
humano. Explique o circuito de transporte do oxigénio das hemácias até aos tecidos e 
vice-versa. 
Bioquímica NJ P Exercícios de Bioquímica Humana 2018 
17 
 
9. A água é um constituinte fundamental do meio intracelular e extracelular. A compreensão 
dos processos bioquímicos em sistemas biológicos está, em parte, dependente do conhecimento do 
funcionamento da água. 
Q1:Concorda com a proposição destacada em itálico? Fundamente a sua resposta. 
10. Na natureza existem dois tipos de processos principais: os processos físicos e os 
químicos. Os processos químicos estão relacionados com as reações químicas. 
Q1: Quais são as condições para o desencadeamento de uma reação química? 
11. A ligação química é essencialmente a descrição da distribuição da densidade eletrónica 
numa molécula. 
Q1: Quais são as condições para a ocorrência de uma reação química? 
Q2: Qual é a diferença entre as moléculas HCl e NaCl no que diz respeito ao 
comportamento das suas nuvens eletrónicas? 
12. Reações bioquímicas devem decorrer a um pH compatível com a vida. 
Q1: Qual éo efeito que as oscilações de pH podem ter sobre as reações bioquímicas? 
13. Considere duas reações bioquímicas X e Y com ordens 3 e 6, respetivamente. 
Q1: Que informações as ordens de reação nos podem dar? 
14. Considere duas reações bioquímicas X e Y com ordem 2 e 4, respetivamente. 
Q1: Qual seria o significado do aumento do número de moles do substrato da reação X 
em duas vezes? 
15. Reações bioquímicas devem decorrer a um ritmo compatível com a vida. 
Q1: Que consequência se pode esperar em casos de reações decorrerem a uma velocidade 
muito alta, acima do seu normal? 
16. Qual é o efeito que oscilações de temperatura (baixa e alta) pode ter sobre as reações 
bioquímicas? 
17. Quais são as diferenças marcantes entre um catalisador orgânico e um catalisador 
inorgânico? 
18. Na molécula seguinte, encontramos forças intermoleculares ou ligações 
intramoleculares? Justifique. 
 
19. A eletroforese é uma técnica largamente usada no diagnóstico de certas patologias 
mediante a separação de substâncias que estejam ionizadas. 
Q1: Mencione quatro princípios de funcionamento desta técnica. 
 
 
Bioquímica NJ P Exercícios de Bioquímica Humana 2018 
18 
 
CAPITULO II 
2. Bio química estrutural. 
1. Histó ria da b io química. 
A história da bioquímica,em parte, sobrepõe-se à história da química orgânica e da fisiologia. 
O estabelecimento da bioquímica como ciência foi demorado devido ao estágio tecnológico da 
época, bem como à difusão alargada da escola do vitalismo. Durante muito tempo acreditou-se 
que só os seres vivos eram capazes de sintetizar compostos orgânicos. Entretanto, em 1928, 
Whöler revolucionou a história ao conseguir sintetizar, em laboratório, a ureia por 
decomposição de cianeto de amónio, segundo a equação seguinte: 
 
 
Esta síntese serviu de ponto de partida para revolucionar a história da química. A partir de 
então, várias sínteses de compostos orgânicos foram realizadas pelos cientistas. A título de 
exemplo, em 1845, Adolphe Wilhelm Hermann Kolbe (1818-1884) conseguiu realizar a 
primeira síntese de um composto orgânico (o ácido acético) a partir de seus elementos (Feltre, 
2004). 
Louis Pasteur, em 1850, concluiu que a fermentação de açúcares em álcool era catalisada por 
―fermentos‖. Esses fermentos eram inseparáveis da estrutura de leveduras vivas: uma ideia 
que apoiava o vitalismo. A descrição da fermentação, em 1897, por Eduard Buchner a partir de 
extratos livres de leveduras encerrou a discussão sobre o vitalismo. A partir de então 
começam a surgir as ideias sobre a química fisiológica por intermédio de Hoppe Seyler. 
 
Há duas linhas paralelas na genealogia da bioquímica: a química orgânica e a medicina e 
fisiologia. Assim, a bioquímica foi inicialmente considerada como um ramo da fisiologia e da 
medicina. Mais tarde emergiu como ciência autónoma com métodos experimentais 
específicos e um poder de previsão quanto aos processos biológicos. 
 
Dois acontecimentos principais foram responsáveis por este passo: o reconhecimento de que a 
hereditariedade tem base molecular e o reconhecimento dos sistemas multi-enzimáticos. A 
bioquímica moderna tem início com a descoberta e descrição de enzimas por Anselm Payen. 
Bioquímica NJ P Exercícios de Bioquímica Humana 2018 
19 
 
Atualmente, com o progresso no ramo tecnológico, a investigação em bioquímica permite o 
entendimento de uma gama de mecanismos fisiológicos e patológicos em seres vivos1. 
 
2 . Méto do s de estudo da b io química. 
A bioquímica recorre a dois métodos principais de estudo: a aproximação reducionista e o 
método holístico. Naturalmente, ambos os métodos têm vantagens e desvantagens. 
Aproximação reducionista: baseia-se na purificação de componentes para o seu estudo de 
forma isolada. 
Método holístico: procura estudar as propriedades de um sistema como um todo. 
2.1No vo s méto do s b io químico s. 
1. Sequenciamento de proteínas de Sanger e espectrometria de massa. 
2. Espectrometria de massa aplicada à proteómica, à glicómica, à lipidómica e à 
metabolómica. 
3. Microarranjos de oligossacarídeos para explorar as interações proteína - oligossacarídeo e 
o ―código dos carboidratos‖. 
4. Métodos genómicos. 
5. Engenharia genética de organismos fotossintéticos. 
6. Uso de tomografia de emissão de pósitrons (PET) para visualizar tumores e tecido 
adiposo castanho. 
7. Desenvolvimento de linhagens bacterianas com códigos genéticos alterados, para a 
inserção de novos aminoácidos em sítios específicos nas proteínas2 . 
 
2 .2 Aplicaçõ es da b io química. 
A bioquímica tem uma ampla aplicação em diversos campos de conhecimento, 
nomeadamente: nutrição, medicina, biologia, agronomia, entre outros. No ramo das ciências 
de saúde, a bioquímica tem aplicação, particularmente, na nutrição, nutrição clínica, 
toxicologia, patologia, microbiologia, fisiologia, imunologia e farmacologia. 
 
 
1
Fonte: http://pt.wikibooks.org/w/index.php?oldid=266016 
2
Nelson e Cox (2014). 
Bioquímica NJ P Exercícios de Bioquímica Humana 2018 
20 
 
2.b . Questõ es. 
1. A bioquímica procura explicar a vida em termos químicos. Seu estabelecimento como 
ciência é relativamente recente. Ela tem larga aplicação nos diversos campos de 
conhecimento. 
Q1: Qual o objetivo fundamental da bioquímica? 
Q2:Estabeleça a relação existente entre a nutrição e a bioquímica; medicina e bioquímica; 
farmácia e bioquímica; optometria e bioquímica. 
Q3: Explique a importância do estudo da bioquímica no domínio das ciências de saúde, 
biológicas e agronómicas. 
Q4: Mencione os três principais acontecimentos que marcaram o estabelecimento e 
desenvolvimento da bioquímica e descreva um à sua escolha. 
Q5: Descreva a essência do princípio conhecido como lógica molecular da vida. 
2. O estabelecimento da bioquímica como ciência é relativamente recente, principalmente, 
devido a uma escola de pensamento conhecida como vitalismo. 
Q1: Descreva dois aspetos que dificultaram o estabelecimento da bioquímica como ciência e 
dois que favoreceram o seu desenvolvimento. 
Q2: Explique como é que o fator tecnológico teve influência (negativa e positiva) no 
desenvolvimento desta ciência. 
3. A bioquímica usa os métodos de aproximação reducionista e método holístico para o seu 
estudo. 
Q1: Descreva o método holístico e mencione uma vantagem e uma desvantagem. 
4. A descoberta da primeira enzima por Anselme Payen em 1833 marcou o início da 
considerada era da bioquímica moderna. 
Q1: Explique por que razão a descoberta da enzima constituiu o ponto de transição entre as 
eras tradicional e moderna da bioquímica. 
 
 
 
 
Bioquímica NJ P Exercícios de Bioquímica Humana 2018 
21 
 
2.3 Bio mo léculas. 
Quimicamente, os seres vivos são constituídos por elementos simples, que se encontram 
igualmente em matéria inanimada, como por exemplo, carbono, oxigénio, hidrogénio, 
nitrogénio, fósforo, ferro, sódio, potássio, cloro, cálcio, magnésio, entre outros. Estes 
elementos combinam-se de forma a produzir substâncias complexas que entram na 
constituição de todos os seres vivos, desde bactérias ao ser humano 3. 
Biomoléculas são moléculas encontradas em seres vivos ou sistemas orgânicos. São agrupadas 
em duas classes, nomeadamente as orgânicas e as inorgânicas. Temos como exemplo das 
primeiras as proteínas, lípidos, glícidos, ácidos nucleicos e as vitaminas. As segundas, por sua 
vez, têm como exemplo a água e os eletrólitos. As biomoléculas de alto peso molecular são 
ditas macromoléculas e as de baixo peso micromoléculas. 
Proteínas são polímeros de aminoácidos; polissacarídeos são polímeros de unidades 
monossacarídicas; os lípidos geralmente são formados por ácidos gordos e glicerol 
(triacilglicerois que constituem cerca de 90% desta classe).4 Outros são os fosfolípidos, 
esfingolípidos, ceras, colesterol, ésteres de colesterol, terpenos, vitaminas lipossolúveis, 
esteroides. 
 
2 .3.1 Carbo idrato s, glícido s o u açúcares. 
 
2.3.1.1 Mo no ssacarídeo s e po lissacarídeo s. 
Os glícidos são polihidroxicetonas, polihidroxialdeídos, polihidroxiálcoois ou 
polihidroxiácidos, seus derivados, e polímeros desses compostos. Os glícidos são as 
biomoléculas mais abundantes na natureza, e constituem a fonte primária para a produção de 
energia, garantindo as necessidades fisiológicas dos organismos. Alguns carboidratos como a 
celulose e a hemicelulose são fontes de fibras dietéticas (Ribeiro & Seravalli, 2007). A energia 
química contida nos alimentos, é convertida numa forma de energia fisiologicamente 
disponível, através da oxidação dos glícidos, e outras moléculas, em condições aeróbicas ou 
anaeróbicas nas células. 
 
 
 
 
 
3
 As partículas virais constituem uma exceção, pois possuem algum ácido nucleico (ADN ou ARN) e proteínas. 
4Nelson e Cox (2014). 
Bioquímica NJ P Exercícios de Bioquímica Humana 2018 
22 
 
Co nstituição e iso meria ó tica do s carbo idrato s 
Os carboidratos são constituídos geralmente por átomos de carbono, hidrogénio e oxigénio .5 
Quanto ao número de unidades monoméricas constituintes, os glícidos são classificadosem 
monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos. Quanto ao número de átomos de carbono, 
os monossacarídeos contêm entre três e sete átomos e, os de ocorrência natural, geralmente, 
possuem a configuração D (dextrorrotatório)6. A orientação do grupo -OH mais distante da 
função aldeído, cetona, álcool ou ácido (ou do grupo –OH ligado ao carbono assimétrico mais 
distante das função químicas mencionadas) é que define se o açúcar tem a configuração D (se 
estiver à direita do plano vertical) ou L (se estiver à esquerda). Em solução aquosa, 
monossacarídeos a partir de quatro átomos de carbono tendem a formar estruturas anelares 
formando α e β anómeros (Figura 1). Os monossacarídeos são ditos trioses, tetroses, pentoses, 
hexoses e heptuloses se tiverem 3, 4, 5, 6 e 7 átomos de carbono respectivamente. 
 
Figura 1: estrutura linear, cíclica e anómeros da D-glicose. 
Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/quimica/glicose.htm 
 
2 .3.1.2 Ep ímero s, enantió mero s e diastero isó mero s. 
Muitos açúcares apresentam assimetria ou quiralidade. O ponto de assimetria na molécula 
chama-se carbono assimétrico ou carbono quiral. Dois açúcares que diferem apenas na 
configuração de um carbono são chamados de epímeros; D-glicose e D-manose, que diferem 
apenas na estequiometria do C-2, são epímeros assim como D-glicose e D-galactose (que 
diferem em C-4). 
 
5 Podem também ser encontrados os átomos de nitrogénio, fósforo e enxofre, formando assim derivados dos 
açúcares. 
6
 D (dextrorrotatório) e L (levorrotatório). 
Bioquímica NJ P Exercícios de Bioquímica Humana 2018 
23 
 
Os enantiómeros são açúcares que possuem um carbono quiral e, assim, são imagens 
especulares um do outro. Os diasteroisómeros, por seu turno, não são enantiómeros, isto é, 
não são imagens especulares um do outro. 
As formas isoméricas de monossacarídeos que diferem apenas na configuração do átomo de 
carbono hemiacetal ou hemicetal são chamadas anómeros e o átomo de carbono da função 
carbonila chama-se carbono anomérico. Assim, existem alfa e beta açúcares, se o grupo -OH 
do carbono anomérico estiver virado, respetivamente, para baixo e cima (Figura 1) (Nelson e 
Cox, 2014). 
Monossacarídeos unem-se por ligações glicosídicas formando polímeros. Os dissacarídeos são 
constituídos por duas unidades monossacarídicas e os mais comuns são a sacarose, lactose, 
maltose e isomaltose (Figura 2). 
 
Figura 2: estrutura de dissacarídeos mais comuns. 
Fonte: Nelson e Cox (2014, p. 252). 
 
Açúcares reduto res. 
Os açúcares com a extremidade do carbono anomérico livre são capazes de reduzir agentes 
oxidantes como iões Cu2+e Fe2+ sendo assim chamados açúcares redutores. A extremidade que 
não possui carbono anomérico disponível é dita não redutora (Nelson & Cox, 2014). Esta foi a 
Bioquímica NJ P Exercícios de Bioquímica Humana 2018 
24 
 
base largamente usada para o doseamento de glicose no sangue, para o diagnóstico de 
diabetes. Atualmente são empregues testes enzimáticos para dosear a glicose sanguínea. 
 
Po lissacarídeo s. 
Os polissacarídeos são classificados em simples e complexos. Os simples podem ser 
homopolissacarídeos quando constituídos por um único tipo de monossacarídeo e 
heteropolissacarídeos com mais de um tipo de monossacarídeo. Por seu turno, os complexos 
apresentam um grupo não glicídico na sua estrutura, por exemplo, as glicoproteínas (Nelson 
& Cox, 2014). 
A maior parte dos açúcares obtidos na dieta está na forma de amido , que após sofrer digestão, 
produz, principalmente, a glicose que é absorvida em maior taxa no intestino delgado, 
enviada para o fígado e lançada no sangue. Dos vários monossacarídeos disponíveis, a glicose 
é o que preferencialmente se usa para produzir ou armazenar energia nos organismos. 
Numa situação de baixa concentração de glicose, outras hexoses são convertidas em 
precursores da via glicolítica. Se prevalecer o défice de fornecimento de glicose, são 
mobilizadas reservas de glicogénio, e uma vez esgotadas, recorre-se aos lípidos, triacilglicerois 
(TAG), armazenados no tecido adiposo e à gliconeogénese para fornecer glicose às células 
que dependem exclusivamente dela. Em última instância, o organismo é obrigado a recorrer 
ao uso de proteínas estruturais, entrando assim numa fase crítica. 
 
2 .3.1.c. Questõ es. 
1. A Bioquímica estrutural descreve a estrutura molecular dos principais componentes 
encontrados nos seres vivos. 
Q1: Mencione as principais moléculas estudadas nesta área de conhecimento. 
Q2: Das moléculas mencionadas na alínea a, escolha aquela que é mais abundante nos 
seres humanos e descreva-a de forma breve. 
2. Qual seria a consequência para um indivíduo que tem uma dieta pobre em carbohidratos? 
 
 
 
Bioquímica NJ P Exercícios de Bioquímica Humana 2018 
25 
 
3. Faça uma lista dos carboidratos mais abundantes na dieta humana mediante o 
preenchimento do quadro seguinte: 
Monossacarídeos Oligossacarídeos Polissacarídeos 
 
 
 
 
 
4. Considere uma molécula de α-D-glicose. 
Q1: Apresente o isómero óptico da molécula e a sua estrutura anelar. 
Q2: Dê a definição do conceito mutarrotação. 
5. Apresente a fórmula linear e estrutural de uma aldopentose e de uma cetohexose. Indique 
qual é o carbono anomérico na estrutura. 
6. Das estruturas A e B seguintes (Figura 3), indique a que apresenta e a que não apresenta 
quiralidade. 
Q1: Indique os carbonos quirais. 
 
 
 
 
7. O aumento da cadeia do monossacarídeo leva ao aparecimento de novos carbonos 
assimétricos e, portanto, mais isómeros estruturais, também chamados estereoisómeros. 
O número de isómeros é dado pela expressão N=2n, onde n é o número de carbonos 
assimétricos. 
Q1: Quantos estereoisómeros possuem uma aldotriose, aldopentose, cetohexose e de α-D- 
manose? Porquê? 
A B 
Figura 3: exemplo de trioses. 
Adaptado de Nelson e Cox (2014, p. 246). 
Bioquímica NJ P Exercícios de Bioquímica Humana 2018 
26 
 
Q2: O que são enantiómeros e diasteroisómeros, epímeros e anómeros? Dê exemplos para 
cada. 
8. Monossacarídeos têm tendência a se ligar para formar polímeros. 
Q1: Desenhe a fórmula estrutural para α-D-glicosil- (1→6) -D-manosamina. O composto 
desenhado é um açúcar redutor ou não redutor? Justifique. 
Q2: Desenhe a fórmula estrutural para α-D-glicosil- (1→6) -D-frutosamina e circule a 
parte não redutora (caso exista) nessa estrutura. 
9. Qual a origem do poder redutor dos carboidratos e porque alguns não possuem tal 
característica química? 
10. Monossacarídeos tem a tendência de se unir para formar polímeros. 
Q1: Observe atentamente a equação de reação seguinte (Figura 4) e faça a respetiva 
interpretação. 
 
Figura 4: hidrólise enzimática de um dissacarídeo. 
Q2: Mostrar as equações de reações de formação dos dissacarídeos: sacarose, maltose, 
lactose. Dê os respetivos nomes químicos simplificados de cada molécula. 
Q3: Escreva a fórmula de um açúcar aminado, metilado e dê o nome. 
11. Açúcares são a fonte primária para a produção de energia. A sacarose (o açúcar da cana) 
sofre hidrólise formando monossacarídeos constituintes. 
Q1: Escreva a equação descrita e diga o total de extremidades redutoras e não redutoras 
dos monossacarídeos resultantes. 
12. Proteínas, glícidos e lípidos sofrem digestão e produzem as correspondentes unidades que 
as constituem. Como explica o facto de, nos humanos tal como em outros animais, o 
glicogénio constituir a forma de armazenamento energético? 
13. Logo após a colheita, os grãos de milho apresentam sabor adocicado, devido à presença de grandes 
quantidades de açúcar. O milho armazenado e vendido nos mercados não tem mais esse sabor. 
Q1: Concorda com esta proposição? Justifique a sua posição. 
14. Carboidratos são polihidroxicetonas ou polihidroxialdeídos. Estes po dem ser 
classificado s em simples e co mplexo s. 
Q1: Por que razãoa glicose é considerada isómero funcional da frutose? 
Q2: Dê exemplos de carboidratos simples e complexos. 
Q3: Que co nsequências se po de esperar do co nsumo excessivo (duas) e 
insuficiente (duas) de glícido s? 
Bioquímica NJ P Exercícios de Bioquímica Humana 2018 
27 
 
15. A maltose (açúcar de malte) é encontrada em grande quantidade nos cereais, 
principalmente no malte (matéria prima da cerveja). 
Q1: Mostre a equação de reação de síntese da maltose. 
16. Um paciente X (sexo masculino, 46 anos de idade, estatura normal, 71 Kg de peso) deu 
entrada numa unidade sanitária com um quadro de hipoglicemia. Segundo o seu relato 
ele passara 48 horas sem se alimentar. Após o diagnóstico definitivo, precisou de mais 45 
minutos para lhe ser administrado uma solução de glicose 5% w/v. 
 Q1: Explique como é que o organismo deste paciente conseguiu responder a demandas 
energéticas até que lhe fosse administrado a solução de glicose. 
 Q2: O que se podia esperar, sob o ponto de vista bioquímico, se os profissionais de saúde 
tivessem demorado mais duas horas de tempo para prestar a assistência ao referido paciente? 
2.3.2 Lípidos. 
Lípidos são moléculas altamente versáteis, mas não poliméricas, com a característica principal 
de muito baixa solubilidade em água, mas altamente solúveis em compostos orgânicos. O 
transporte de lípidos é feito graças a mecanismos especiais mediante a ação de lipoproteinas e 
de albumina. As lipoproteinas plasmáticas são classificadas em quilomicrons e proteínas 
densas: very low density lipoprotein (VLDL), intermediate density lipoprotein (IDL), low density 
lipoprotein (LDL) e high density lipoprotein (HDL). 
Os lípidos constituem uma reserva energética, integram as membranas celulares, suportam os 
tecidos, sinalizam e traduzem sinais, servem de transportadores, de isolante térmico, de 
proteção, dão forma, entre outras funções (Marzzoco & Torres, 1999). 
Os lípidos normalmente estabelecem ligações covalentes ou ligações fracas com outras 
moléculas, para formar compostos conjugados com características e polaridade particulares – 
como o caso dos glicolípidos e lipoproteínas – que exercem funções biológicas especiais 
(Corsino, 2009). 
2 .3.2 .1 Classes de líp ido s. 
Existem lípidos simples como os ácidos gordos e lípidos complexos como os triacilglicerois, 
fosfolípidos, esfingolípidos, terpenos e esteróis. Mais de 90% dos lípidos da dieta são 
triacilglicerois (TAG). 
 
Ácido s go rdo s e triacilglicero is (TAG). 
Triacilglicerois, também conhecidos como gorduras neutras, são ésteres de glicerol e ácidos 
gordos. Ácidos gordos são ácidos carboxílicos de cadeia curta, média e longa, entre 4 e 34 
Bioquímica NJ P Exercícios de Bioquímica Humana 2018 
28 
 
carbonos e podem ser saturados ou insaturados. Os TAG de origem animal contêm um 
número elevado de ácidos gordos saturados e, por isso, são sólidos à temperatura ambiente; os 
de origem vegetal são insaturados, sendo por isso líquidos (Nelson & Cox, 2006). 
Os ácidos gordos de ocorrência natural têm a configuração cis. Ácidos gordos trans são 
associados a doenças cardiovasculares por estarem relacionados com o aumento de níveis de 
LDL-c (Fernandes, 2009). 
Existem ácidos gordos não essenciais, aqueles que o organismo normalmente sintetiza, os 
quais incluem os saturados e os monoinsaturados. Os ácidos gordos polinsaturados como o 
ácido linoléico (Ω 6) e (Ω 3) devem ser obtidos a partir da dieta, por isso são conhecidos como 
ácidos gordos essenciais. O ácido linoléico é precursor da síntese de prostaglandinas (Corsino, 
2009). 
 
Fo sfo líp ido s. 
São lípidos derivados do glicerofosfato. O ácido fosfatídico ou diacilglicerol fosfato constitui 
o esqueleto principal desta classe. Ao grupo –OH do esqueleto, podem ligar-se várias 
moléculas para formar os demais fosfolípidos, como a fosfatidilcolina, fosfatidilinositol, 
fosfatidilserina, fosfatidiletanolamina, entre outros. Os fosfolípidos são importantes na 
constituição de membranas celulares (Corsino, 2009). 
 
Esfingo líp ido s. 
A característica marcante para esta classe é a presença do amino álcool – esfingosina – ao 
invés de glicerol como acontece nos triglicéridos. Esfingolípidos contêm um grupo polar, um 
ácido gordo e uma base esfingóide. A partir do esqueleto principal – a ceramida – podem 
ligar-se vários grupos químicos, formando derivados como glicoesfingolípido, se o -OH 
estiver ligado a um açúcar; as esfingomielinas possuem fosfocolina ou fosfoetanolamina como 
cabeça polar alcoólica; os cerebrosídeos contêm um açúcar simples e não fósforo (Corsino, 
2009); os globosídeos são glicoesfingolipídeos com dois ou mais açúcares, geralmente D-
glicose, D-galactose, ou N-acetil-D-galactosamina (Nelson & Cox, 2014); os gangliosídeos são 
esfingolípidos mais complexos e contêm várias unidades de açúcar na sua estrutura (Corsino, 
2009). 
 
Estero ides e estero is. 
Esteroides são lípidos estruturais encontrados nas membranas celulares e são derivados do 
núcleo esteroide de quatro anéis fundidos – o ciclopentano-perihidro-fenantreno ou 
simplesmente ciclopentanofenantreno (Figura5 A). O colesterol (Figura 5 B) é o 
Bioquímica NJ P Exercícios de Bioquímica Humana 2018 
29 
 
representante desta classe e é o precursor de vários compostos incluindo os ácidos biliares, 
vitaminas, hormonas, e outros esteroides. 
 
Figura5: A estrutura representada pela letra A é o esqueleto ciclopentanofenantreno (anéis fundidos 
que servem como base para a síntese dos esteroides). O colesterol está representado pela letra B. 
Fontes: Delvin (2007, p. 694), Nelson e Cox (2014, p.368). 
 
Terpeno s. 
Os terpenos são uma classe de lípidos constituída por unidades de isopreno (C5H8). 
Geralmente são de origem vegetal e desempenham uma função protetora contra 
microrganismos. As vitaminas E e K são de natureza terpénica (Viera, 2003). 
Os hidrocarbonetos terpénicos têm como fórmulas moleculares: C10Hx designados por 
monoterpenos; C15Hy sesquiterpenos; C20Hz diterpenos; C30Hk triterpenos. Os tetraterpenos, 
em C40 incluem os carotenos e licopenos (Campos, 2005).
7 
Alguns exemplos de terpenos: licopeno, limoneno, zingibireno, mirceno, citronela e geraniol. 
 
2 .3.2 .d. Questõ es. 
1. Lípidos são um grupo muito diversificado de biomoléculas que fazem parte da dieta de 
quase todos os seres vivos. Apesar da sua extrema importância no metabolismo, eles 
estão associados a certas condições patológicas. 
Q1: Explique porquê o consumo excessivo de gordura trans não é aconselhável. 
 
 
 
7
 x, y, z e k correspondem aos números de átomos de hidrogénio na molécula. Estes devem ser contabilizados 
tendo em conta que ao reagirem duas unidades de isopreno algumas ligações duplas são rompidas. 
Bioquímica NJ P Exercícios de Bioquímica Humana 2018 
30 
 
Q2: Preencha o quadro seguinte para ilustrar a semelhança e diferença entre ácidos 
gordos saturados (AGS) e ácidos gordos insaturados (AGI). 
 AGS AGI 
Semelhanças 
 
Diferenças 
 
 
2. Triacilglicerois são ésteres de ácidos gordos e glicerol e constituem reserva energética, 
suporte e isolante térmico em animais. É comum chamá-los gorduras neutras. 
Q1: Explique a base da designação ―gorduras neutras‖. 
3. A forma mais abundante (~90%) de lípidos que consumimos pertence ao grupo de TAG. 
A sua hidrólise parcial produz um diacilglicerol que pode ser usado numa outra via 
metabólica para produzir ácido fosfatídico, o esqueleto dos fosfolípidos. 
Q1: A partir da informação acima, escreva as equações das reações descritas e diga qual é 
a função dos glicerofosfolípidos. 
4. Os ácidos gordos e diacilgliceróis são considerados lípidos mais simples. 
Q1: Escreva a equação da reação química de formação de TAG a partir de glicerol. 
5. O organismo humano mobiliza reservas energéticas (hidrólise enzimática de 
triacilglicerois)para responder às necessidades energéticas quando os açúcares se tornam 
escassos. 
Q1: Escreva a equação da reação que ilustra o fenómeno bioquímico acima referido. 
6. Fosfolípidos são biomoléculas importantes para os sistemas orgânicos. Eles entram na 
composição das estruturas celulares. 
Q1: Escreva a equação da reação de formação de fosfatidilglicerol-3-fosfato, 
fosfatidilcolina, fosfatidiletanolamina e diga qual é a sua função específica. 
7. Ácidos gordos insaturados do tipo ω3 e ω6, normalmente, devem estar na dieta no rácio entre 1:1 e 
1:4. 
Q1: Qual é a consequência do desequilíbrio destes ácidos na dieta? 
8. Considere os alimentos seguintes: manteiga, óleo, maionese, leite integral, arroz, 
margarina, azeite de oliveira, mel, pão, milho e gorduras das carnes. Responda às 
questões abaixo colocadas. 
Q1: Agrupe os alimentos acima apresentados em: a) os que têm alta percentagem de 
lípidos; b) os que têm baixa percentagem de lípidos. 
Q2: Quais são os alimentos que possuem, na sua estrutura, ácidos gordos saturados e os 
insaturados? 
9. Os alimentos são constituídos pelas biomoléculas: proteínas, carboidratos, lípidos, 
vitaminas e eletrólitos. A alface e ovo são de origem vegetal e animal, respetivamente e 
ambos contêm as mesmas biomoléculas mencionadas, mas em proporções diferentes. 
Bioquímica NJ P Exercícios de Bioquímica Humana 2018 
31 
 
Q1: Concorda com o descrito? Caso concorde, explique sob o ponto de vista molecular 
qual é a base da diferença de proporções. 
 
2.4 Nucleotídeos e ácidos nucleicos. 
2 .4.1 Nucleo tídeo s. 
Nucleotídeos são moléculas constituídas por uma base azotada, uma pentose e um grupo 
fosfato. O conjunto base azotada + pentose forma um nucleosídeo. Se se adicionar um grupo 
fosfato ao conjunto forma-se um nucleotídeo. Assim, os nucleotídeos podem também ser 
considerados como sendo nucleosídeos fosforilados. Os nucleotídeos desempenham diversas 
funções, tais como o armazenamento de energia (por exemplo o ATP), mensageiros celulares 
(AMP-c), constituição de ácidos nucleicos (desoxitimidina 5‘-monofosfato ou uridina 5‘-
monofosfato), cofatores enzimáticos (NAD, FAD) e elementos de transferência de moléculas 
(UDP-glicose) (Casimires, Lingappa & Plopper, 2011; Murray et al, 2004). 
 
2 .4.2 Ácido s Nucleico s. 
Ácidos nucleicos são polinucleotídeos constituídos por unidades de nucleotídeos unidas 
através de ligações fosfodiéster. São o repositório de informação genética de todos os seres 
vivos. Existem dois tipos: ácido desoxirribonucleico (ADN) e ácido ribonucleico (ARN). O 
ADN contém a pentose desoxirribose (que forma desoxirribonucleotídeos), e o ARN, por sua 
vez, contém a ribose (ribonucleotídeos). Cada segmento de ADN capaz de produzir um 
polipeptídeo ou ARN designa-se gene (Krebs, Goldstain & Kilpatrick, 2008; Gilbert, 2000). 
Para além do núcleo celular, os ácidos nucleicos podem ser encontrados em organelos como as 
mitocôndrias e cloroplastos ou dispersos no citosol. Em função do descrito, tem-se o material 
nuclear ou cromossómico e o material extra cromossómico. Nesta última categoria incluem-
se também os plasmídeos, material genético circular encontrado geralmente em bactérias. 
Numa molécula de ADN encontram-se bases purínicas, Adenina (A) e Guanina (G) e bases 
pirimídicas, Citosina (C), Timina (T) (Figuras 6 A e B). O ARN contem, para além de A, C 
e G, o Uracilo (U) ao invés da timina. As bases em cada filamento de uma molécula de ADN 
estão unidas através de pontes de hidrogénio. Filamentos de ADN têm orientação 
antiparalela: 5‘→3‘ e 3‘→5‘. Enquanto o ARN apresenta geralmente um filamento (Ding & Jia, 
2012). 
Na molécula de ADN a adenina emparelha-se com a timina, por duas pontes e a guanina com 
a citosina, por três pontes de hidrogénio. Uma fita do ADN é transcrita de forma contínua e a 
outra, descontínua, formando os chamados fragmentos de OKAZAKI. O processo de 
transcrição do ADN produz um ARNm e a replicação é uma duplicação de ADN a partir de 
Bioquímica NJ P Exercícios de Bioquímica Humana 2018 
32 
 
uma molécula mãe. O ARNm inicialmente formado (pré-ARNm) é imaturo ou heterogéneo, 
pois contem exons e introns. Os introns são removidos por splicing e os exons (homogéneos) 
poderão codificar para um (poli) peptídeo específico. 
Como resultado das experiências desenvolvidas por Chargaff, foram estabelecidos os 
seguintes princípios: 
(1) Espécies diferentes geralmente apresentam composição de bases diferentes servindo 
de identidade genética de cada espécie. 
(2) Dentro da mesma espécie, o ADN de diferentes tecidos apresenta a mesma 
composição de bases. 
(3) A composição de bases num mesmo indivíduo não sofre alterações com a idade, 
alimentação, ou ação do ambiente. 
(4) Independentemente da espécie em causa, numa molécula de ADN, a relação 
quantitativa entre as bases A = T e G = C; ou seja, A/T =1 e G/C =1. Esta relação 
implica que A + G = C + T, ou ainda 
A + G +C + T =100% (Nelson & Cox, 2014; Ding & Jia, 2012). A relação quantitativa 
de bases descrita não é aplicável a moléculas de ARN, uma vez que a estrutura 
secundária, quando ela existir, não é uniforme na molécula. 
 
Estruturas do AND e ARN. 
A estrutura primária do ADN consiste na sequência linear de desoxirribonucleotídeos. A 
estrutura secundária resulta da interação, por pontes de hidrogénio, de duas fitas formando 
uma dupla hélice. A terciária, resulta da interação dos ácidos nucleicos com proteínas 
histonas, que em conjugação com um dobramento acentuado, formam o cromossoma. 
Similarmente, o ARN possui a estrutura primária e a secundária pode resultar da interação 
entre pontos diferente dentro da mesma estrutura – interação intraestrutural. 
 
Tipos de ARN. 
Existem ARN‘s de diferentes tipos, mas os envolvidos diretamente na síntese de 
polipeptídeos são: ARN mensageiro (ARNm), ARN ribossômico (ARNr) e ARN de 
transferência ou transportador (ARNt). Estes são conhecidos como ARN codificantes, que 
diferem no seu peso molecular (possuem entre 90 e 300 nucleotídeos) e seu papel no processo 
de síntese de (poli) peptídeos. Existem outras classes de ARNs que não codificam para um 
(poli) peptídeo e, geralmente têm funções reguladoras como, por exemplo, o micro ARN, 
pequeno ARN nuclear (snARN), pequeno ARN nucleolar (snoARN), pequeno ARN 
citoplasmático (scARN), pequeno ARN de interferência (siARN) Ding & Jia, 2012. 
 
Bioquímica NJ P Exercícios de Bioquímica Humana 2018 
33 
 
Do gma Central da Biologia Molecular. 
A informação genética flui do ADN para o ARN e para um (poli) peptídeo, ou seja, 
ADN→ARN→ (poli) peptídeo. Este constitui o principio conhecido como Dogma Central da 
Biologia Molecular. A passagem de informação do ADN para o ARN chama-se transcrição. 
O processo de síntese de um poli (peptídeo) a partir do ARN é designado tradução. A síntese 
de moléculas de ADN a partir de outra de ADN chama-se replicação. O Dogma Central tem 
sofrido contínuas modificações nos últimos tempos para acomodar novas descobertas no 
campo da biologia molecular. Por exemplo, o dogma central teve que ser revisto quando se 
concluiu que certos organismos armazenam a sua informação genética no ARN e não no 
ADN (Ding & Jia, 2012). 
 
Erro s no metabo lismo de nucleo tídeo s 
Muitas doenças congénitas estão associadas a erros no metabolismo de nucleotídeos e, 
consequentemente, dos polipeptídeos que poderão originar. Estes erros podem ocorrer ao 
nível da replicação, da transcrição, da tradução ou pós-traducional. 
Por outro lado, mutações no DNA mitocondrial (ADNmt) tem sido implicadas na 
fisiopatotologia da esquizofrenia, transtorno bipolar e doenças degenerativas como a doença 
de Parkinson, de Alzheimer e cardiomiopatias. Recentemente, sugeriu-se que uma única 
mutação em um RNAt mitocondrial leva a uma série de sintomas, incluindo a hipertensão 
arterial, hipercolesterolemia e níveis baixos de Mg2+ no plasma (Murray etal, 2004). Lesões 
no ADNmt podem ocorrer devido a radicais livres formados nas mitocôndrias durante os 
processos de oxidação. Atualmente os ácidos nucleicos são estudados em campo específico 
denominado biologia molecular. 
 
Desnaturação e renaturação do ADN e ARN. 
Os filamentos de uma molécula de ADN podem ser separados por meios físicos, químicos ou 
biológicos – fenómeno designado desnaturação. Retirados os agentes desnaturantes, os 
filamentos podem anelar-se novamente e desempenhar as suas funções – fenómeno 
conhecido como renaturação. Quanto maior for a proporção molar de G/C numa molécula de 
ADN, mais elevada é a temperatura de fusão da molécula como um todo ou de uma região 
particular. 
 
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Figura 6: estrutura das bases azotadas que entram na constituição dos nucleotídeos. 
Fonte: estruturas representadas pela letra A (Berg, 2014, p. 36-37) e pela letra B (Vieira, 2003, p. 30). 
 
2.4.e. Questõ es 
1. Ácidos nucleicos são polinucleotídeos contendo a ribose ou desoxirribose como açúcar. 
Q1: Diga em que pontos na molécula de um polinucleotídeo hipotético W contendo 85 kb 
podem ser encontradas ligações covalentes. 
2. Os ácidos nucleicos (ADN e ARN) são polinucleotídeos que armazenam e transferem a 
informação genética. A designação ácido nucleico não é absolutamente apropriada, embora 
seja largamente utilizada. Esta afirmação é verdadeira? Explique a sua posição. 
3. Ácidos nucleicos são responsáveis pela síntese de proteínas que tem lugar no citoplasma 
celular, especificamente nos ribossomas. 
Q1: Descreva os principais fenómenos que conduzem à síntese proteica a partir do ADN. 
Q2: Descreva, sequencialmente, os eventos que conduzem a síntese de novas moléculas 
de ADN (filhas) a partir de uma de ADN (mãe). 
Q3: Mencione duas importâncias do processo de replicação do material genético num 
indivíduo? 
 
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35 
 
4. O Dogma Central da Biologia Molecular é um princípio útil para a descrição do 
mecanismo de síntese de polipeptídeos. Graças a novas descobertas no campo da biologia 
molecular este princípio vem sofrendo reformulações. Mencione duas reformulações do 
dogma. 
5. Suponha que ocorra um erro na síntese de uma enzima. Neste contexto, que significado 
tem a expressão sublinhada e quais são as consequências previsíveis decorrentes do erro? 
6. A linguagem nucleotídica do núcleo é convertida em linguagem peptídica no citoplasma celular. 
Q1: Faça a interpretação do trecho acima. 
7. O ADN e o ARN são os repositórios da informação genética. Que diferença existe entre 
amplificação e transcrição de ácidos nucleicos? 
8. Certas anomalias em indivíduos podem ser devidas à falta, insuficiência ou defeito de 
proteínas específicas sintetizadas no organismo. 
Q1: Que explicação se pode dar, sob o ponto de vista molecular, a uma síndrome causada 
por um defeito numa proteína particular? 
Q2: Faça uma comparação (semelhanças e diferenças) entre a estrutura secundária de 
uma proteína e a estrutura de um ácido nucleico. Aponte dois aspetos, à sua escolha, para 
cada um dos casos. 
9. O AMP-c (AMP cíclico) é um nucleotídeo que tem a função de segundo mensageiro que permite a 
transdução de sinais celulares. Concorda com esta afirmação? Fundamente a sua resposta. 
10. O ARN é tido como uma molécula menos estável comparativamente ao ADN. Explique 
a razão da instabilidade do ARN. 
 
2.5 Amino ácidos e proteínas. 
2 .5.1 Amino ácido s. 
Aminoácidos são moléculas com duas funções químicas principais, nomeadamente um grupo 
amina (exceto a prolina que tem grupo imino) e um grupo ácido ligados a um carbono α, que 
conjuntamente constituem o esqueleto invariável. Os aminoácidos diferem entre si na 
composição da cadeia lateral ou grupo R. Os de ocorrência natural têm a configuração L, isto 
é, são L-α aminoácidos. Com exceção da glicina, os aminoácidos possuem o carbono α 
assimétrico. 
São conhecidos mais de 600 aminoácidos, mas apenas 20 entram na constituição das 
proteínas, os ditos aminoácidos proteicos (Campos, 2005). Os restantes aminoácidos, não 
proteicos, resultam da modificação metabólica dos 20 aminoácidos mais comuns (Nelson & 
Cox, 2006). 
Alguns aminoácidos podem ser produzidos pelo organismo – aminoácidos não essenciais, 
outros não podem ser produzidos – os essenciais. 
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36 
 
Os aminoácidos condicionalmente essenciais dependem da disponibilidade de outros 
aminoácidos ou do estado metabólico do indivíduo em causa. Esta última classe tem sido a 
razão de divergência entre autores em relação ao número de aminoácidos essenciais e não 
essenciais. Alguns autores consideram que existem 8 ou 9 aminoácidos essenciais e 12 ou 11 
não essenciais. Outros ainda consideram que 10 são essenciais e 10 não essenciais. 
 
Io nização de amino ácido s. 
Os aminoácidos em pH fisiológico encontram-se sob a forma de ião dipolar ou forma 
zwitteriónica. Quando eles se encontram em soluções ácidas ganham protões do meio, isto é, 
encontram-se protonados, com carga global [+1] e em soluções básicas perdem protões para o 
meio, ou seja, encontram-se desprotonados, com carga global [-1]. O pH no qual a carga 
global é nula [0] chama-se ponto isoeléctrico, pI ou pH isoeléctrico (Campos, 2005; Nelson & 
Cox, 2006). 
Em função da cadeia lateral, existem aminoácidos carregados positivamente ou básicos, 
carregados negativamente ou ácidos e aminoácidos com cadeia lateral aromática, aminoácidos 
com cadeia lateral polar, mas não carregada (Figura 7). 
 
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37 
 
 
Figura 7: aminoácidos presentes nas proteínas agrupados de acordo com a polaridade do grupo R. 
A) Apolares com R= cadeia hidrocarbonada; B) Apolares com R= anel aromático; C) Apolar com 
R contendo S; D) Apolar com R= H; E) polar não carregado com R contendo OH; F) polar 
não carregado com R= amida; G) polar não carregado com SH; H) polar carregado 
positivamente (bases); I) polares carregados negativamente (ácidos). 
Fonte: Vieira (2003, p. 42). 
 
2 .5.2 Pro teínas. 
Proteínas são constituídas por resíduos de aminoácidos unidos por ligações amídicas ou 
peptídicas. Em função do número de unidades constituintes, existem oligopeptídeos e 
polipeptídeos. Os peptídeos possuem uma extremidade N ou aminoterminal e uma 
extremidade C ou carboxiterminal. Assim, o carácter ácido – base global de um peptídeo deve 
ser avaliado a partir da extremidade C e a natureza da cadeia R, pois elas podem ser 
ionizáveis (Campos, 2005). O número e sequência de aminoácidos, o tamanho da cadeia e a 
conformação molecular tridimensional são responsáveis pela diversidade de proteínas 
encontradas não só nos alimentos, mas em toda a natureza. As proteínas podem ser simples 
(compostas apenas por aminoácidos), conjugadas (compostas por uma parte não proteica, 
designada grupo prostético que pose ser um lípido, um acido nucleico, um carboidrato, um 
composto inorgânico, entre outros) e derivadas (obtidos a partir de proteínas simples ou 
conjugadas por hidrolise ácida ou enzimática (Ribeiro & Seravalli, 2007; Nelson & Cox, 2014). 
 
Estrutura das proteínas. 
Proteínas têm número e tipos variáveis de resíduos de aminoácidos. Apresentam-se sob a 
forma de estrutura primária, secundária, terciária e quaternária. 
A estrutura primária corresponde à sequência linear de aminoácidos, segundo a informação 
genética para o peptídeo a ser sintetizado. 
A estrutura secundária resulta do enrolamento da cadeia peptídica, devido à interação entre os 
grupos químicos dos aminoácidos que compõem a molécula. 
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A estrutura terciária, por seu turno, é o enrolamento relativamente mais acentuado da cadeia. 
Nesta, os aminoácidos muito distantes na estrutura primária podemestar próximos um do 
outro por meio de pontes dissulfeto ou fosfodiésteres, pontes de hidrogénio, interações dipolo-
dipolo, interacoes de Vander Waals e interações electrostáticas. É nesta fase que um (poli) 
peptídeo, normalmente, pode desempenhar a sua função. A estrutura terciária também é 
conhecida como estrutura nativa do peptídeo. 
A estrutura quaternária é resultante da interação de duas ou mais subunidades (poli) 
peptídicas. Por exemplo, a hemoglobina possui quatro subunidades. Cada uma delas equivale 
a uma estrutura terciária particular, porém, são interdependentes. 
 
Relação estrutura e função das pro teínas. 
Existe uma relação entre a estrutura de uma proteína e a sua função. As proteínas fibrosas, 
geralmente, têm funções estruturais e as globulares, funções dinâmicas. Entre as funções que 
as proteínas podem desempenhar, destacam-se as seguintes: função estrutural e sustentação 
(colágeno e queratina), transporte (hemoglobina albumina), enzimática (pepsina e tripsina), 
defesa (imunoglobulinas), contração (actina e miosina), geração e transmissão de impulsos e 
regulação (insulina e glucagon) (Ding & Jia, 2012; Vieira, 2003). 
A perda da estrutura tridimensional da proteína é suficiente para ela perder a sua função 
biológica, fenómeno descrito como desnaturação. A desnaturação pode ser causada por 
agentes físicos ou químicos. Por outro lado, quando retirado o agente desnaturante, a proteína 
pode ou não recuperar a sua função, isto é, renaturar-se. 
 
Pro priedades ácido - básicas das pro teínas 
O comportamento de uma proteína em soluções ácidas ou básicas é determinado, em grande 
parte, pelo número e pela natureza dos grupos ionizáveis nos radicais R dos resíduos de 
aminoácidos. As proteínas possuem pontos isoelétricos característicos nos quais elas se 
comportam como iões dipolares, possuindo igual número de cargas negativas e positivas. 
Nesse pH a proteína não migra para nenhum pólo quando colocada em campo elétrico. O pH 
depende dos valores de pKa dos grupos ionizáveis dos radicais R (Ribeiro & Saravalli, 2007). 
 
So lub ilidade de pro teínas 
As proteínas interagem com a água através dos átomos que participam das ligações peptídicas 
ou através dos grupos R dos aminoácidos. A solubilidade das proteínas em meio aquoso pode 
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ser influenciada pelo pH, natureza do solvente, força iónica ou concentração de sais e 
temperatura (Ribeiro & Saravalli, 2007). 
Classificação das pro teínas em função da so lub ilidade 
 Ribeiro & Saravalli (2007) afirmam que de acordo com a solubilidade em diversos solventes, 
as proteínas são classificadas em: 
1. Albuminas: solúveis em água e coagulam pelo calor. Exemplo: ovoalbumina e 
lactoalbumina. 
2. Globulinas: pouco solúveis ou insolúveis em água. Coagulam pelo calor. São solúveis em 
soluções salinas diluídas em pH 7.0. Exemplo: ovoglobulinas e lactoglubulinas. 
3. Prolaminas: insolúveis em água e em soluções salinas e solúveis em etanol. Exemplo: 
gliadina (trigo e centeio) e zeina (milho). 
4. Glutelinas: insolúveis em água, soluções salinas e de etanol. Solúveis em soluções ácidas e 
alcalinas diluídas. Encontradas apenas em vegetais. Exemplo: glutenina (trigo). 
5. Escleroproteinas: são de estrutura fibrosa, insolúveis em água, soluções salinas e de etanol. 
Exemplo: colágeno e queratina. 
 
2 .5.f. Questõ es. 
1. Apresente a fórmula da estrutura do peptídeo: seril-isoleucil-glicil-glutamil-fenilalanil-
tirosil-asparagina. 
2. Polipeptídeos são moléculas constituídas por resíduos de aminoácidos unidos por ligações 
peptídicas. Por outro lado, a cadeia lateral dos aminoácidos tem funções químicas que 
permitem a interação entre eles formando uma estrutura funcional. 
Q1: Que tipo de interações podem ser encontradas num polipeptídeo constituído por 110 
unidades monoméricas? 
Q2: Em que pontos, no polipeptídeo, essas interações são estabelecidas? 
3. Liste cinco proteínas fibrosas e cinco globulares e faça uma relação entre a sua estrutura e 
função. 
4. Das biomoléculas proteína, carboidrato, lípido, vitamina hidrossolúvel e eletrólito, 
explique a importância das proteínas focalizando o aspeto biológico e clínico. 
5. Na presença de agentes químicos ou físicos, as proteínas podem sofrer alteração na sua 
estrutura. Entretanto, retirados os fatores desnaturantes, elas podem recuperar a sua 
estrutura espacial. Concorda com esta proposição? Explique a base da sua posição. 
6. Proteínas são nutrientes de extrema importância, pois desempenham funções estruturais 
e dinâmicas. Ao ingerirmos um alimento as proteínas devem ser enzimaticamente 
hidrolisadas. Apresente duas razões que fazem com que esta hidrólise tenha lugar. 
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7. Proteínas são biomoléculas de extrema importância. Fatores físicos, químicos e genéticos 
podem interferir na funcionalidade de uma proteína. Escolha um fator e mostre como ele 
pode influenciar negativa ou positivamente na função de uma proteína. 
8. A PKU é um defeito genético ligado ao metabolismo dos aminoácidos. Neste contexto, o 
indivíduo é incapaz de sintetizar a fenilalanina hidroxilase inviabilizando a síntese de 
tirosina a partir de fenilalanina. A fenilalanina segue a via para a produção de ácido 
fenilpirúvico, o que gera o quadro clínico da PKU. Na sua opinião, que recomendação 
nutricional poderia dar a um paciente com o problema acima descrito? 
 
2 .5.2 .1 Enzimo lo gia. 
Enzimologia é o estudo das enzimas. Enzimas são moléculas de natureza proteica. Muitas 
delas são nomeadas pela adição do sufixo ―–ase‖ ao substrato ou à reação que elas catalisam. 
Atuam aumentando a velocidade de praticamente todas as reações bioquímicas, mas não 
afetam o equilíbrio químico. Elas permitem que reações que poderiam levar anos decorram 
em segundos, permitindo assim que a vida tenha as características que conhecemos hoje. 
Geralmente encontram-se ligadas a moléculas não proteicas chamadas grupo prostético. 
Enzima + cofator designa-se holoenzima. Enzima sem cofator (ou a parte proteica) designa-se 
apoenzima. 
 
Especificidade das enzimas. 
Apresentam alta eficiência e especificidade (relativa ou absoluta) para as reações de que 
fazem parte. A catálise enzimática realiza-se num local chamado sítio ativo ou local ativo. As 
enzimas aumentam a velocidade das reações pela diminuição da energia de ativação. A 
catálise pode ser feita por interação covalente, interação ácido -base geral, por aproximação ou 
por iões metálicos. Uma enzima pode usar um destes mecanismos ou mais para catalisar as 
reações (Jeremy et al, s.d.; Gilbert, 2000; Campos, 2005; Berg et al, 2008; Nelson et al, 2014). 
As enzimas funcionam em conjunto para produzir um produto. Normalmente, numa via 
metabólica, o produto da atividade catalítica de uma enzima constitui o substrato para a 
enzima seguinte. As enzimas, apresentando a sua atividade aumentada ou diminuída em 
resposta a sinais específicos, chamam-se enzimas reguladoras. Estas enzimas controlam a 
velocidade das reações na via metabólica de que fazem parte, conduzindo assim a adaptação 
da célula e, consequentemente, do organismo. 
 
Mo delo s de actuação de enzimas. 
Foram propostas várias hipóteses para explicar a forma como as enzimas conduzem uma 
reação: o modelo de chave – fechadura ou modelo de Fisher, segundo o qual o sítio ativo 
funciona como uma estrutura rígida a que se liga um substrato específico, como uma chave se 
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encaixa na fechadura; o modelo de encaixe induzido ou o modelo de Koshland, que postula 
que o sítio ativo é um local flexível e se ajusta ao substrato na altura da ligação (Ding & Jia, 
2012). 
 
Impo rtância clínica das enzimas. 
As enzimas têm uma grande importância no diagnóstico de patologias; por exemplo, a 
ocorrência de erros na

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