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146 Simétrico Pré-Universitário – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.simetrico.com.br 146 daquelas com padrões desejáveis. São as sementes destas que irão germinar nos campos e cultura geneticamente modificadas. Na fabricação de bactérias transgênicas, costuma-se implantar genes para resistência bacteriana a antibióticos junto com o gene que se quer transplantar. Assim, para a seleção das bactérias que receberam os transgenes (e junto os genes para resistência), aplica-se o antibiótico: as sobreviventes são as que receberam os transgenes. Esse mesmo procedimento pode ser feito para selecionar plantas que aceitaram os transgenes. Utilidades das plantas transgênicas A obtenção de plantas de qualidades especiais já vem sendo feita há quase uma década. Plantas podem ser modificadas para a produção de inseticidas, como o milho Bt, da Novartis, que traz um gene da bactéria Bacillus thurigiensis, que leva à produção deste inseticida natural. Ou então para a resistência contra herbicidas, como a soja Roundup Ready (RR), da Monsanto. Estas são plantas mais resistentes, mais produtivas, e, consequentemente, mais baratas. Ainda há a vantagem de se consumir um alimento com menos substâncias tóxicas, pois se pode usar na lavoura menos inseticidas e menos herbicidas. Pode-se obter vegetais mais nutritivos, como plantas que produzem mais vitaminas. É o caso do arroz dourado, mencionado anteriormente e que produz vitamina A, ou o caso de uma alface modificada com genes de rato para que produza vitamina C. As expectativas futuras estão no desenvolvimento de plantas que trazem consigo genes para a produção de vacinas. Resumidamente, os benefícios são: - Possibilidade de inserção de genes para produção de vacinas: em fase de testes, possibilitaria a aplicação de vacinas de modo continuo e com bastante abrangência. - Aumento de produtividade: as safras transgênicas podem ajudar a alimentar regiões pobres onde precárias condições de cultivo e dificuldades climáticas e edáficas tornam as plantações muito menos produtivas que o possível. - Redução de pesticidas: no caso de plantas Bt, que produzem toxinas contra insetos, diminui-se a necessidade de pesticidas químicos, ou no caso de plantas como a soja RR, que é resistente a herbicidas, diminui-se a necessidade da utilização dessas substâncias. - Melhora na nutrição: os alimentos que possuem baixo teor de proteína e vitaminas podem ser melhorados, como no caso do arroz dourado produtor de vitamina A. Transgênicos no Brasil A polêmica em torno da liberação ou não de alimentos transgênicos no Brasil começou em 1995, quando foi montada a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CNTBio), ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, responsável por decisões neste campo. Em 1997, a empresa de biotecnologia Monsanto conseguiu autorização do CNTBio para plantar no Brasil a soja transgênica Roundup Ready, mas o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor entrou na justiça para cancelar a liberação, com o argumento de que o plantio de transgênicos só poderia ser autorizado após a realização de estudos de impacto ambiental. Em 2006, a plantação de transgênicos foi legalizada no Brasil com a Lei de Biossegurança que regulamente vários aspectos relacionados a biotecnologia. E os transgênicos são realmente perigosos? Esta é uma boa pergunta. Há sérias controvérsias entre os pesquisadores na hora de respondê-la. Alguns cientistas argumentam que a humanidade vem alterando geneticamente alimentos há mais tempo do que se possa pensar. Várias plantas consumidas hoje em dia são variedades híbridas produzidas pelo cruzamento entre espécies selvagens ou variedades poliploides de plantas selvagens. O trigo original (gênero Tritium) era diploide com um número de cromossomos 2n = 14. As variedades mais consumidas atualmente foram sendo produzidas por cruzamentos sucessivos até se obter uma variedade hexaploides com 6n = 42 cromossomos! A diferença é que a engenharia genética pode implantar um ou poucos genes de espécies completamente diferentes e sem parentesco numa determinada planta, ao contrário dos cultivadores tradicionais, que com cruzamentos manipulados transferem milhares de genes no processo. Os maiores receios entre os pesquisadores estão no risco ecológico trazido pelas plantas geneticamente modificadas. O maior perigo é o do "fluxo de genes", a disseminação de genes por meio de pólen e sementes entre diferentes populações vegetais. Os genes circulam das safras para as ervas daninhas o tempo todo quando o pólen é transportado pelo vento, pelas abelhas ou por outros agentes polinizantes. Um gene para produção de inseticidas como o do milho Bt ou para a resistência a herbicidas como o da soja Roundup Ready poderia passar para um erva daninha, desencadeando um problema econômico e um desequilíbrio ecológico de proporções e consequências imprevisíveis. Estes genes poderiam proporcionar às ervas daninhas uma vantagem competitiva sobre as plantas convencionais, permitindo um crescimento descontrolado das mesmas. Talvez um motivo maior de preocupação seja referente à evolução dos insetos. Plantas que produzem continuamente o inseticida Bt podem acelerar a evolução de insetos imunes a inseticidas. Pesquisas conduzidas por pesquisadores norte americanos sugeriram um aumento na mortalidade de borboletas monarca nos EUA após serem alimentadas com milho Bt. Apesar dos próprios pesquisadores terem alertado sobre falhas de controle na experiência, a comunidade científica ficou preocupada: e se uma determinada espécie de insetos ecologicamente benéfica (como agentes polinizantes) fosse extinta pela ação de vegetais geneticamente modificados. Fora as preocupações ecológicas, há os eventuais riscos para a saúde humana. Em 1989, uma epidemia da síndrome de eosinofilia-mialgia (que provoca dor muscular e aumento dos leucócitos) causou a morte de 37 pessoas e a invalidez de outras 500 nos EUA. O FDA, agência americana que regula remédios e alimentos, ligou os casos a um complemento alimentar, o triptofano L, produzido por bactérias geneticamente modificadas. Os testes prévios realizados pelo fabricante, a empresa japonesa ShowaDenko, não haviam detectado a capacidade de essa bactéria produzir um aminoácido extremamente tóxico. 147 Simétrico Pré-Universitário – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.simetrico.com.br 147 Apesar disso, com a evolução dos testes, a maioria dos biólogos está hoje convencida de que OGM's são seguros para a saúde humana. Nos EUA, três órgãos federais regulamentam a produção de safras e alimentos geneticamente modificados. Dos três, o mais conhecido é o FDA (Food and Drugs Admnistration), que é referência para pesquisas alimentares em todo o mundo. A FDA analisa dados sobre alérgenos, toxicidade e níveis de nutrientes. Se esses dados mostrarem que os novos alimentos não são próximos aos convencionais, eles terão de ser submetidos a outros testes. Entretanto, alguns cientistas ainda advertem que a utilização de transgênicos é muito recente, e pode haver problemas em longo prazo. Os maiores receios são quanto à introdução de alérgenos nos alimentos geneticamente modificados. Existem relatos de casos fatais pela ingestão de alimentos transgênicos levando a choques anafiláticos. Outra suspeita é de que os antibióticos usados como marcadores em experimentos de transgenia selecionem bactérias resistentes a antibióticos ou mesmo destruam os microorganismos benignos da microflora intestinal. (Lembra disso? Junto com o transgene coloca-se um gene para resistência a antibióticos. Aplica-se o antibiótico e as plantas que não aceitaram os transgenes morrem. Já as plantas transgênicas sobrevivem.) Os genes para resistência implantados no processo de marcação dos transgênicos podem inclusive ser transferidos para bactérias, tornando-as resistentes. O uso de vírus como instrumentos de transferênciade genes na biotecnologia também merece uma observação especial. Suspeita-se de que vírus "engenheirados" (um outro nome para geneticamente modificado) possam cruzar com vírus naturais, levando ao surgimento de novos vírus que podem trazer doenças à espécie humana ou a espécies de interesse agrícola ou pecuário. Resumidamente, os riscos são: - Fluxo de genes: plantas transgênicas podem transmitir seus genes modificados a variedades silvestres, e poderá ser difícil lidar com esses novos organismo resistentes a insetos e herbicidas. - Seleção de insetos resistentes: plantas transgênicas podem acelerar o surgimento de insetos resistentes às toxinas Bt. - Danos colaterais: o acúmulo de toxinas como a Bt no solo poderá ter um efeito negativo sobre os ecossistemas. - Efeitos sobre a saúde humana: alergênicos poderão ser introduzidos em alimentos. - Resistência bacteriana a antibióticos: genes para resistência a antibióticos usados na marcação de plantas que receberam os transgenes podem ser transferidos para bactérias, ou o próprio antibiótico usado no processo de seleção dos vegetais geneticamente modificados pode selecionar as bactérias resistentes. - Surgimento de novos vírus: vírus modificados podem cruzar com vírus naturais gerando novos vírus patogênicos. Perceba que estes riscos são teóricos. Cientistas afirmam que a possibilidade real de um gene para a resistência a antibióticos em um transgênico ser transferido para uma bactéria é extremamente baixo. Se estes riscos vão ou não se tornar problemas reais, só o tempo irá responder. Algumas críticas aos transgênicos são econômicas. Os grandes agricultores que podem comprar sementes transgênicas passariam a ter ainda mais vantagem sobre os pequenos produtores, que não têm condições de ficar comprando as sementes transgênicas a cada safra. (As empresas de biotecnologia tornam as sementes transgênicas estéreis para que os vegetais modificados não possam ser replantados: quem quiser plantar transgênicos, que compre delas. Esses caras são espertos, né?) Alguns pesquisadores rebatem estas críticas, afirmando que a mecanização da agricultura ou a irrigação em larga escala também, são, muitas vezes, privilégios dos grandes fazendeiros. Terapia Gênica ou Geneterapia A terapia gênica ou geneterapia consiste em introduzir genes normais em pessoas que tenham o alelo que causa uma doença. As pesquisas nessa área ainda estão mais dirigidas para doenças da medula óssea vermelha e do sangue, como a imunodeficiência humana causada pela deficiência de uma enzima em células sanguíneas e doenças que causam anemia grave (a talassemia e a anemia falciforme, por exemplo). Outras doenças que estão na mira da terapia gênica são a hemofilia A (pela falta de fator VIII), a fenilcetonúria, a hipercolesterolemia primária e a distrofia muscular. Os genes envolvidos em algumas dessas doenças expressam-se em células da medula óssea vermelha. Coletam-se amostras da medula de pessoas afetadas por essas doenças e cultivam as células em laboratório. Nessas células que estão em meios de cultura, introduzem-se os alelos normais adicionando-se vírus clonados ou plasmídeos clonados. Essas células passam a produzir as proteínas que dão o fenótipo normal. Por ação da radiação, destroem-se as células da medula óssea do paciente e introduzem-se as células do meio de cultura com o gene normal. Com isso, o indivíduo não manifesta a doenças, enquanto essas células durarem. As principais maneiras de introduzir genes em humanos nos casos de terapia gênica tem sido: - Técnica ex vivo: consiste em usar um vetor como um vírus modificado que contenha o alelo normal. A seguir colhem-se glóbulos brancos (leucócitos) do sangue da pessoa afetada e permite-se que os vírus alterados infectem essas células em meio de cultura. Os vírus introduzem nos leucócitos o alelo normal e, assim modificados, os leucócitos são mantidos em meios propícios para a sua multiplicação. Depois são reintroduzidos no paciente, num processo semelhante a uma transfusão de sangue. - Técnica in vivo: consiste na clonagem do alelo normal e de seu preparo para introdução no paciente por meio de injeção na veia ou intramuscular. Com isso, o alelo normal incorpora-se às células do paciente e dentro delas passa a comandar a síntese da proteína normal. Na medida em que mais genes ligados a doenças iam sendo descobertos, os cientistas começaram a estudar a viabilidade de substituir os genes danificados ou enxertar os inexistentes. 148 Simétrico Pré-Universitário – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.simetrico.com.br 148 Um grupo de cientistas do National Institute of Health (NIH), dos Estados Unidos, se concentrou numa grave disfunção imunológica conhecida como deficiência ADA, na qual as crianças afetadas não tem o gene da enzima adenosina desaminase. Sem ele, as toxinas se acumulam, envenenando as células sanguíneas, "Basicamente, essas crianças suicidam seus sistemas imunológicos", explica Blaese. Elas são obrigadas a viver num ambiente de isolamento completo para garantir a assepsia. Este é o caso de David, conhecido como o "menino da bolha", que morreu em 1984. David não viveu o bastante para se beneficiar de uma terapia genética, mas o enfoque dado à deficiência ADA foi inspirada em casos como o dele. A equipe do NIH aproveitou um microorganismo conhecido como retrovírus, que não apenas tem a capacidade infectar células humanas, como a também a de inserir seu volume de informações genéticas na própria "biblioteca" de DNA da célula. Usando o vírus como uma espécie de "bíblia de contrabandista", os cientistas apagaram parte de seu texto genético e inseriram o gene da ADA, a enzima que faltava. A seguir, colheram glóbulos brancos do sangue de uma menina com a doença e permitiram que os vírus alterados infectassem as células, levando com eles o gene ausente. As células contaminadas multiplicaram-se para cerca de um bilhão e foram reintroduzidas na paciente, num processo semelhante ao de uma transfusão de sangue. O experimento culminou no dia 14 de setembro de 1990. A paciente, uma menina de 4 anos chamada de Ashanti De Silva , sofria de infecções seguidas e era tratada com antibióticos com frequência. "Seu sistema imunológico funcionava muito mal", conta Blaese. As células alteradas foram injetadas na criança. Quase quatro horas depois, seu sistema imunológico funcionava normalmente. "Um ano após a terapia, os pais de Ashanti se convenceram de seu progresso e a matricularam num jardim de infância público", conta Blaese. "Hoje, ela já está no 1° Grau e muito bem de saúde". Graças aos sucessos iniciais, a terapia gênica tornou-se uma das áreas mais "quentes" das pesquisas médicas na década de 90. No início de 1994, havia quase 70 abordagens experimentais distintas em andamento ou já aprovadas. National Geographic Society, A aventura do conhecimento. O Estado de São Paulo. É verdade que alguns dos genes transferidos para células humanas, desde 1990, estão produzindo proteínas úteis até hoje, o que é um resultado muito positivo. Apesar disso, nenhum dos testes trouxe a cura definitiva para os mais de 2 mil pacientes tratados. E, ainda mais importante, muitas experiências fracassaram, e continuam fracassando, sem que os pesquisadores tenham uma ideia muito clara sobre o motivo da falha. Os vírus usados como agentes de inoculação dos genes não estão muito bem "domesticados" ainda, podendo introduzir genes em locais errados do cromossomo, levando inclusive à ativação de genes causadores de câncer. Ou então o organismo do paciente tratado pode desenvolver uma resposta inflamatória a este vírus, o que em alguns casos se mostrou fatal. Os estudos de terapia gênica estão até o momento restritos a células somáticas, mas pretende-se, em um futuro próximo, atuar sobre as células que formam os gametas de modo que o embrião não apresente mais o gene para aanomalia. Exercícios Questões estilo múltipla escolha 1. (ENEM) Estudos mostram que através de terapia gênica é possível alterar a composição e aumentar a resistência dos músculos. Nos músculos normais, quando há necessidade de reparos, as células- satélite são atraídas por sinais químicos emitidos pela lesão, se reproduzem e se fundem às fibras musculares, aumentando, assim, o seu volume. O mecanismo é regulado pela miostatina, uma proteína que “ordena” que as células-satélite parem de se reproduzir. Scientific American Brasil. N° 27, ago. 2004 Uma técnica de terapia gênica consistindo na injeção de um gene que codifica uma proteína capaz de bloquear a ação da miostatina na fibra muscular provocaria A) maior proliferação de células-satélite e de fibras musculares. B) menor produção de células-satélite e de fibras musculares. C) menor produção de miofibrilas e de fibras musculares atrofiadas. D) maior produção de células-satélite e diminuição do volume de fibras musculares. E) maior proliferação de células-satélite e aumento do volume de fibras musculares. 2. (ENEM) Um instituto de pesquisa norte-americano divulgou recentemente ter criado uma “célula sintética”, uma bactéria chamada de Mycoplasma mycoides. Os pesquisadores montaram uma sequência de nucleotídeos, que formam o único cromossomo dessa bactéria, o qual foi introduzido em outra espécie de bactéria, a Mycoplasma capricolum. Após a introdução, o cromossomo da M. capricolum foi neutralizado e o cromossomo artificial da M. mycoides começou a gerenciar a célula, produzindo suas proteínas. GILBSON et al. Creation of a Bacterial Cell Controlled by a Chemically synthesized Genome. Science v. 329, 2010 (adaptado). A importância dessa inovação tecnológica para a comunidade científica se deve à A) possibilidade de sequenciar os genomas de bactérias para serem usados como receptoras de cromossomos artificiais B) capacidade de criação, pela ciência, de novas formas de vida, utilizando substâncias como carboidratos e lipídios. C) possibilidade de produção em massa da bactéria Mycoplasma capricolum para sua distribuição em ambientes naturais. D) possibilidade de programar geneticamente microrganismos ou seres mais complexos para produzir medicamentos, vacinas e combustíveis. E) capacidade da bactéria Mycoplasma capricolum de expressar suas proteínas na bactéria sintética e estas serem usadas na indústria. 3. (ENEM) A Embrapa possui uma linhagem de soja transgênica resistente ao herbicida IMAZAPIR. A planta está passando por testes de segurança nutricional e ambiental, processo que exige cerca de três anos. Uma linhagem de soja transgênica requer a produção 149 Simétrico Pré-Universitário – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.simetrico.com.br 149 inicial de 200 plantas resistentes ao herbicida e destas são selecionadas as dez mais “estáveis”, com maior capacidade de gerar descendentes também resistentes. Esses descendentes são submetidos a doses de herbicida três vezes superiores às aplicadas nas lavouras convencionais. Em seguida, as cinco melhores são separadas e apenas uma delas é levada a testes de segurança. Os riscos ambientais da soja transgênica são pequenos, já que ela não tem possibilidade de cruzamento com outras plantas e o perigo de polinização cruzada com outro tipo de soja é de apenas 1%. A soja transgênica, segundo o texto, apresenta baixo risco ambiental porque A) a resistência ao herbicida não é estável e assim não passa para as plantas-filhas. B) as doses de herbicida aplicadas nas plantas são 3 vezes superiores às usuais. C) a capacidade da linhagem de cruzar com espécies selvagens é inexistente. D) a linhagem passou por testes nutricionais e após três anos foi aprovada. E) a linhagem obtida foi testada rigorosamente em relação a sua segurança. 4. (UNIFOR) A Universidade de Illinois, nos EUA, já desenvolveu um porco transgênico, com melhores índices de fertilidade e produção de hemoglobina humana e de órgãos para transplante em humanos. Para que isso tenha se tornado possível, as células desses animais receberam: A) Os anticódons que determinam a sequência de aminoácidos nessa proteína. B) O RNA ribossômico que carrega os aminoácidos usados na síntese de hemoglobina. C) O RNA mensageiro que carrega os aminoácidos usados na síntese de hemoglobina. D) O fragmento de DNA, cuja sequência de nucleotídeos determina a sequência de aminoácidos da hemoglobina. E) As enzimas de restrição que codificam a hemoglobina. 5. (FMJ) Que tipo de vetor usado nos estudos de terapia gênica se integra ao genoma hospedeiro? A) Vetores retrovirais. B) Lipossomos catiônicos. C) Vetores adenovirais. D) Cromossomos artificiais humanos. E) Complexos adenovírus-polilisina-DNA. 6. (FMJ) Alba é uma doce coelhinha branca, nasceu na França, em abril, e vive num centro de pesquisas em Jouy-em-Josas, Avignon. Branca? Não exatamente. Jogue-se uma luz azul sobre ela que ela fica verde. E fluorescente. A coelhinha é transgênica. Foi geneticamente modificada pela equipe do biólogo francês Louis- Marie Houbedine sob encomenda, recebendo um trecho de código genético de medusa que produz esse efeito. Por trás da encomenda está um professor da Escola do Art Institute of Chicago, EUA, o brasileiro Eduardo Kac. Com Alba, Kac quer levantar questões e incentivar o debate. Que é diferença? Que é linguagem? A obra de arte, para ele, não é a coelhinha, mas a relação de sua família com ela. O nome, aliás, foi escolhido em conjunto com Ruth, sua mulher, e Miriam, sua filha. Excêntrico? Talvez. Polêmico com certeza. Alba foi proibida de deixar o centro de pesquisas. Alega-se que Kac não teria condições de criá-la. Kac, 38, é professor de Chicago, carioca, formado em comunicação pela PUC-Rio e cria do Instituto de Artes Visuais do Parque Lage – centro onde nasceu a Geração 80. http://www.ekac.org/doria.html - acessado em 02/10/04 Para a produção de Alba, foi necessário inserir o gene de medusa A) nos gametas de Alba. B) em todas as células de Alba. C) nas células do pelo de Alba. D) no zigoto que originou Alba. E) Em cada célula da epiderme de Alba. 7. (UNICHRISTUS) Em primeiro lugar, devemos dizer que o conjunto de técnicas que possibilitam a transgenicidade são chamadas de engenharia genética. A engenharia fundamenta-se na física de Newton e, como tal, suas técnicas têm precisão e previsibilidade de leis universais, o que não é o caso das técnicas de transplante e inserção de genes. Mas, para inspirar respeito e segurança no mercado, elas recebem a denominação errônea de engenharia genética. A qualidade nutricional dos alimentos da engenharia genética pode ser diminuída e sua absorção ou metabolismo no homem podem ser modificados. Novas proteínas que causam reações alérgicas podem entrar nos alimentos. As pessoas normalmente sabem quais os produtos que as afetam. Entretanto, com a transferência dos alergênicos de um produto para o outro, perde-se a identificação, e a pessoa só vai descobrir o que lhe fez mal após a ingestão do alimento perigoso. Cientistas usam genes antibiótico-resistentes para selecionar e marcar os organismos modificados. Tais genes podem diminuir a efetividade de alguns antibióticos em seres humanos e nos animais. (...) O debate mal começou, mas as empresas do setor já estão gastando bilhões de dólares em tecnologia e recursos humanos, em uma corrida para renovar a produção de milho, soja e outros produtos, inclusive farmacêuticos. Revista do CREA-RJ, 2000. Baseando-se no texto e no que se refere ao risco à biodiversidade, representado pelos transgênicos, o evento mais significativo é A) esterilidade do híbrido. B) fluxo gênico com variedades nativas. C) disseminação descontrolada dos genes antibiótico-resistentes. D) autofecundação, provocada pelo isolamento reprodutivo. E) surgimento de inúmeros novos alergênicos. 8. (UNICHRISTUS) Geneticistasdo mundo inteiro estudam uma maneira de combater o doping genético. Nas Olimpíadas de Atenas, um triste recorde foi batido, sete medalhas foram cassadas e vinte e quatro atletas punidos. O resultado poderia até ser pior se as tecnologias existentes conseguissem detectar esse tipo de doping. Essa técnica é fruto do desenvolvimento da engenharia genética e através dela, é possível estimular o gene da distrofia muscular, que controla o mecanismo de regeneração e crescimento das células musculares. Arquivo Jornal Saúde: http://www.saudeemmovimento.com.br/reportagem/noticia_exibe.asp?cod_noticia=170. (Com adaptações). De acordo com o assunto exposto no texto, depreende-se que http://www.ekac.org/doria.html%20-%20acessado%20em%2002/10/04 150 Simétrico Pré-Universitário – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.simetrico.com.br 150 A) o doping genético ajuda a fornecer vantagens naturais ao atleta, o que seria bem semelhante a uma terapia gênica. B) a técnica consiste na inoculação direta do gene específico no organismo, o que permite uma intensa síntese proteica gerando um desenvolvimento muscular intenso, porém o doping seria facilmente detectado caso fosse realizado um exame de urina ou de sangue. C) o doping genético corresponde ao uso de uma técnica de terapia genética para aumentar artificialmente parâmetros fisiológicos, como a massa muscular de um indivíduo. D) doping genético é o uso terapêutico de células, genes e elementos gênicos, ou a modulação da expressão gênica, que tenham a capacidade de aumentar o desempenho esportivo. E) possíveis métodos de detecção do doping genético seriam: detecção de anticorpos dirigidos contra o vírus inserido, cuja possibilidade de aplicação é muito alta, uma vez que o atleta poderia estar infectado com um vírus da gripe, por exemplo. 9. (UECE) Com relação aos produtos transgênicos, é correto afirmar que: A) São organismos que possuem parte de sua informação genética proveniente de outro ser vivo. B) Encontram-se representados por seres vivos que durante o processo de alimentação incorporam material genético dos organismos ingeridos. C) São produtos indicados para pessoas com excesso de peso, pois apresentam número reduzido de calorias. D) Devem ser evitados uma vez que, por apresentarem composição química modificada, não são produtos biodegradáveis. 10. (FACID) Após localizar um gene envolvido na expressão de uma doença genética, é possível estudar sua sequência de DNA e seu produto proteico. Essa técnica pode ainda envolver quatro procedimentos: I. substituição de um gene não funcional por uma cópia funcional; II. deleção de um gene não funcional; III. introdução de uma cópia gênica normal sem modificação do gene original; IV. adição de um gene ausente no genoma. Esse conjunto de procedimentos caracteriza uma técnica biotecnológica conhecida como: A) Clonagem terapêutica. B) Eletroforese gênica. C) Reação Polimerase em Cadeia (PCR). D) Terapia gênica. E) Endogamia de genes defeituosos. 11. (UNP) A terapia gênica tem se mostrado, atualmente, como uma alternativa promissora para o tratamento de algumas doenças genéticas. No tratamento, são utilizados alguns tipos de retrovírus, sem poder de desenvolver uma morbidade, que transportam para o interior das células doentes um “gene remédio” que irá substituir o segmento de DNA alterado, causador da moléstia, por um novo gene normal. Em virtude do seu papel nesse processo, esses vírus podem ser denominados A) Mutantes. B) Líticos. C) Vetores. D) Lisogênicos. 12. (UNINASSAU) COM RECEIO DE CÂNCER, ANGELINA JOLIE FAZ CIRURGIA PARA RETIRAR OS SEIOS A atriz Angelina Jolie declarou que passou por uma dupla mastectomia preventiva, uma cirurgia para retirada dos seios. A revelação foi feita em um artigo chamado "My Medical Choice", publicado no jornal americano “The New York Times” nesta terça- feira (14). "Minha mãe lutou contra o câncer por quase uma década e morreu aos 56", diz a atriz no começo do texto. "Ela viveu o suficiente para conhecer seus primeiros netos e segurá-los nos braços. Mas minhas outras crianças nunca terão a chance de conhecê-la e sentir quão amável e graciosa ela era", afirma. Angelina, de 37 anos, diz que descobriu ter um "defeito" no gene chamado BRCA1. Os médicos disseram que ela tinha 87% de chances de desenvolver um câncer de mama, e 50% de ter um câncer no ovário. http://g1.globo.com/pop-arte/cinema/noticia/2013/05/comreceio-de-cancer-angelina-jolie-retira- os-seios.html Dramas como esse, vivido por Angelina Jolie, podem estar com os dias contados. Novas técnicas de engenharia genética estão sendo testadas para corrigir o funcionamento de genes defeituosos, podendo salvar inúmeras vidas. Identifique a alternativa a seguir que descreve corretamente a ideia da terapia gênica: A) Selecionar um gene bacteriano que apresente a informação de cura da doença, cortá-lo com uma enzima de restrição e colá-lo na célula defeituosa. B) Retirar o núcleo da célula defeituosa e substituí-lo por um núcleo de uma célula somática normal. C) Usar radiação infravermelha para causar mutações pontuais que levem a alteração do gene defeituoso e, consequentemente, sua inativação. D) Substituir ou adicionar às células de uma pessoa doente uma cópia correta do alelo alterado, causador da doença genética. E) Utilizar enzimas de restrição para alterar a sequência do gene defeituoso fazendo com que ele venha a se transformar no seu alelo normal. 13. (CESUPA) NÍQUEL NÁUSEA