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Geografia I -37

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210 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Italo Trigueiro) 
Questão 15 
Analise o gráfico. 
 
(www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/ 
lspa/lspa_201107comentarios.pdf) 
 
A partir da leitura do gráfico e dos conhecimentos sobre a dinâmica 
territorial da agricultura brasileira, é correto afirmar que, no período 
analisado, 
a) a produtividade agrícola do país apresentou crescimento 
significativo. 
b) a maior parte da área cultivada no país destinou-se à produção 
de cereais. 
c) o fraco aumento da área cultivada indicou o esgotamento da 
fronteira agrícola. 
d) a instabilidade da produção esteve relacionada aos problemas 
climáticos. 
e) a região Sudeste é a que apresenta maior área e produção 
agrícola do país. 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA II 
Prof. Italo Trigueiro 
VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
 
OS PROCESSOS DE INDUSTRIALIZAÇÃO, 
URBANIZAÇÃO E METROPOLIZAÇÃO E O 
DESENVOLVIMENTO DESIGUAL ENTRE OS PAÍSES 
O espaço geográfico contemporâneo é resultante, em boa medida, 
das transformações promovidas pelas Revoluções Industriais. As 
atividades industriais que ocorrem no interior das fábricas 
desdobram-se posteriormente em outras atividades. 
 
O SISTEMA TÉCNICO ATUAL 
 
As épocas se distinguem pelas formas de fazer, isto é, pelas 
técnicas. Os sistemas técnicos envolvem formas de produzir 
energia, bens e serviços, formas de relacionar os homens 
entre eles, formas de informação, formas de discurso e 
interlocução. 
 
O casamento da técnica e da ciência, longamente preparado 
desde o século XVIII, veio reforçar a relação que desde então 
se esboçava entre ciência e produção. Em sua versão atual 
como tecnociência, está situada a base material e ideológica 
em que se fundam o discurso e a prática da globalização. 
SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço: Técnica e Tempo, Razão e Emoção. São 
Paulo: EDUSP 2008.p.171 
 
Não podemos compreender o mundo em que vivemos, assim como 
a sua geografia (organização do espaço) sem estudarmos a 
chamada Revolução Industrial. A fabricação de bens necessários a 
vida em sociedade teve início desde que o ser humano começou a 
transformar qualquer um dos elementos que a natureza lhe oferece 
em produtos úteis aos diferentes modos de consumo, por exemplo, 
quando o homem retirou madeira de florestas, usou a argila ou 
começou a utilizar os minerais (cobre, ferro etc.) para confeccionar 
objetos, tudo isso já representava de certo modo uma atividade 
industrial embrionária. 
 
As diferentes transformações da natureza em bens econômicos, 
conheceu diferentes momentos ao longo da história. Na atualidade 
que domina a sociedade de consumo, é a indústria um dos ramos 
mais dinâmicos e um dos setores mais importantes da economia; 
ela provoca o desenvolvimento de atividades que lhe são 
complementares, como fornecimento de matérias-primas, energia e 
oferta de mão-de-obra. Forçando inclusive a especialização e a 
qualificação da mesma produz capitais e estimula o 
desenvolvimento do comércio dos transportes e dos serviços. 
 
 
Operários italianos em frente da fábrica de Fiação e Tecelagem Mariângela em 
São Paulo (SP), em 1915. 
Sua importância é tal que os países e as regiões industrializadas 
assumem posições de destaque em termos de desenvolvimento, 
fazendo com que aqueles países e regiões que não se 
industrializam fiquem na dependência dos industrializados. 
 
O conceito clássico de Indústria seria uma forma de transformação 
da matéria-prima (mineral, agrária ou florestal, além de lâminas de 
ferro ou componentes eletrônicos) em manufaturadas. Portanto a 
indústria é uma atividade econômica do setor secundário que 
transforma qualquer matéria-prima em bens ou mercadorias. 
 
ESTÁGIOS DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL (ARTESANATO – 
MANUFATURA – MAQUINOFATURA) 
Para se falar de indústria é necessário contextualizar, 
historicamente o seu surgimento a partir de um processo evolutivo 
e acumulativo, que teve origem na Europa e se propagou para o 
mundo. 
 
Numa visão simplificada, podemos afirmar que tudo começou com 
um sistema de produção muito antigo denominado de artesanato, 
evoluindo para uma manufatura que surgiu por volta do século 
XIV, em algumas cidades da Inglaterra, Itália e Bélgica, sendo 
posteriormente implantada em outros lugares. 
 
Por volta de meados do século XVIII com o advento da máquina, a 
manufatura foi pouco a pouco substituída pela produção industrial 
mecanizada originando a maquinofatura. E esta, na segunda 
metade do século XX, vem em parte sendo substituída pela 
utilização de robôs na linha de produção industrial, em 
consequência do grande desenvolvimento eletrônico. 
 
MANUFATURA 
Cada manufatura era de propriedade de um capitalista, que 
fornecia a oficina, as ferramentas e a matéria-prima e pagava um 
salário aos artesãos, ficando com o produto do trabalho. Temos 
aí o embrião do sistema capitalista de produção, em que o 
trabalhador já não é dono dos meios de produção e, para 
sobreviver, precisa vender sua força de trabalho a um capitalista, 
que controla os meios de produção. 
 
Foi nas manufaturas que as ferramentas manuais começaram a 
ser substituídas por máquinas, que facilitavam todo o processo, 
melhorando a qualidade e aumentando a quantidade de produtos. 
 
A partir da segunda metade do século XVIII, a aplicação de novos 
conhecimentos permitiu uma série de aperfeiçoamentos nas 
poucas máquinas existentes e levou à invenção de inúmeras 
outras. A utilização de máquinas, juntamente com a descoberta de 
novas fontes de energia (carvão e água), possibilitou a 
substituição do trabalho manual pelo trabalho mecânico em 
inúmeras atividades. Este conjunto de grandes mudanças devidas 
à industrialização constituiu a Revolução Industrial. 
 
No mundo atual em que as relações homem-meio alteram-se 
principalmente em função das necessidades de uma sociedade 
mais globalizada e economicamente mais forte, o espaço mundial 
fragmenta-se em espaços muito diferenciados, quanto às formas 
de ocupações e de interações entre seus membros. 
Diante deste quadro evolutivo e da necessidade de se produzir 
cada vez mais é que a indústria atual está calçada na seguinte 
 
 
 
 
 212 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Italo Trigueiro) 
tríplice econômica: tecnologia, globalização e integração. 
 
A tecnologia, nesse caso quer dizer pesquisas, aplicações de 
conhecimentos científicos, elaborações de novos produtos 
(máquinas modernas, informáticas, imagens, robóticas, 
biotecnologias etc). Globalização, quer dizer que para a indústria o 
importante hoje é estar num mercado mundializado onde as 
relações capitalistas se tornam mais fortes e lucrativas. 
 
Integração, significa uma interdependência entre as empresas e os 
processos de produções complementares a uma economia global. 
 
Dentro de uma visão mais técnica, podemos afirmar que a 
industrialização atual está baseada numa produção de vanguarda, 
com tecnologias denominadas de ponta. 
 
REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS 
A invenção de máquinas para fazer o trabalho do homem era 
uma história antiga, muito antiga. Mas com a associação da 
máquina à força do vapor ocorreu uma modificação importante 
no método de produção. O aparecimento da máquina movida a 
vapor foi o nascimento do sistema fabril em grande escala. Era 
possível ter fábricas sem máquinas, mas não era possível ter 
máquinas a vapor sem fábricas. 
HUBERMAN, Leo. História da Riqueza do Homem. Rio de Janeiro: LCT, 2008. 
 
A Revolução Industrial foi uma decorrência da evolução do sistema 
capitalista, que instaurou a Divisão Internacional do Trabalho (DIT), 
papel que cada lugar do espaço desempenha no capitalismo 
mundial. 
 
Entre os fatores que tornaram possível o advento da indústria 
europeia destacam-se: 
• Os capitais acumulados durante o período mercantil. 
• Asgigantescas jazidas de ferro e carvão inglesas. 
• A população europeia, que se constituía em um mesmo momento 
em mão-de-obra e mercado consumidor. 
 
A Primeira Revolução Industrial provocou intensas transformações 
no espaço geográfico e na divisão do trabalho1. A organização do 
espaço, as relações sociais e territoriais, a difusão de culturas e 
técnicas e o aprofundamento da competição entre os países estão 
entre essas mudanças. Além delas podemos destacar ainda a 
concentração populacional em determinados espaços, o que 
transformou essas áreas em importantes regiões industriais. 
 
O crescimento da produção industrial na Inglaterra e a necessidade 
 
1 O conceito [de divisão do trabalho] é usado, sobretudo, no estudo da produção econômica. Na 
sociedade de caçadores-coletores, por exemplo, as divisões do trabalho são relativamente 
simples, uma vez que não é muito grande o número de tarefas a serem feitas. Em comparação, 
sociedades industriais as têm extremamente complexas, principalmente porque a capacidade de 
produzir um vasto excedente de alimentos permite que a maioria das pessoas se entregue a 
uma grande variedade de tarefas que pouco têm a ver com as necessidades de sobrevivência. 
Da forma exposta pela primeira vez por Émile Durkheim, as diferenças na divisão do trabalho 
afetam de forma profunda aquilo que mantém coesas as sociedades. Com divisões do trabalho 
simples, a coesão social baseia-se principalmente nas semelhanças das pessoas entre si e no 
fato de terem um estilo de vida comum. Com as divisões do trabalho complexas, porém, ela tem 
por fundamento a interdependência que resulta da especialização. Num sentido irônico, as 
diferenças o que nos mantêm unidos. 
 
A divisão do trabalho figura também com destaque no estudo sobre as desigualdades sociais. 
Do ponto de vista marxista, o capitalismo utiliza uma divisão do trabalho complexa para 
controlar melhor os trabalhadores. O trabalho é dividido em grande número de tarefas 
minunciosamente especializadas que requerem apenas o mínimo de treinamento e qualificação. 
Esse fato permite aos empregadores monitorar e controlar o processo de produção e substituir 
sem dificuldades os trabalhadores, o que os priva de poder em suas relações com os patrões. 
JOHNSON, Alan. Dicionário de Sociologia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997. 
de ampliar o mercado para além das próprias fronteiras deram 
origem ao liberalismo econômico2, uma nova forma de pensar a 
economia. 
O liberalismo considerava nociva a intervenção estatal na 
distribuição das riquezas e defendia a livre concorrência entre as 
empresas e os países. Naquele momento, as ideias liberais 
interessavam principalmente a Inglaterra, que não encontrava 
concorrentes a sua altura. 
 
SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 
 
A ERA DO CAPITAL 
 
Na década de 1860, uma nova palavra entrou no vocabulário 
econômico e político do mundo: “capitalismo3”. Portanto, 
parece apropriado chamar o presente volume de A Era do 
Capital, um titulo que também faz lembrar a todos nós que a 
mais importante obra do mais importante crítico do 
capitalismo, O Capital, de Karl Marx (1867), foi publicada nessa 
época. O triunfo global do capitalismo é o tema mais 
importante da História nas décadas que se sucederam a 1848. 
Foi o triunfo de uma sociedade que acreditou que o 
crescimento econômico repousava na competição da livre 
iniciativa privada, no sucesso de comprar tudo no mercado 
mais barato (inclusive trabalho) e vender no mais caro. Uma 
economia assim fundamentada e, portanto, repousando 
naturalmente nas sólidas fundações de uma burguesia 
composta daqueles cuja energia, mérito e inteligência os 
elevou a tal posição, deveria – assim se acreditava – não 
somente criar um mundo de plena distribuição material mas 
também de crescente esclarecimento, razão e oportunidade 
humana, de avanço das ciências e das artes, em suma, um 
mundo de contínuo progresso material e moral. 
HOBSBAWN, Eric J. A Era Do Capital, 1848-1875. São Paulo: Paz e Terra, 
2009.p.22 
 
 A partir de 1850, novas mudanças no modo de produzir 
estenderam-se a diversos países, como Estados Unidos, Japão, 
França e Alemanha, iniciando a Segunda Revolução Industrial, que 
se estendeu até o início do século XX. 
 
A Segunda Revolução Industrial caracterizou-se por 
transformações quantitativas e qualitativas. A eletricidade e o 
petróleo ampliaram a capacidade de produção e energia e 
acrescentaram novas possibilidades à tecnologia de produção, 
criando condições para o desenvolvimento de produtos e 
invenções, como motor a combustão. Surgiram as grandes 
siderúrgicas e metalúrgicas e indústria química e automobilística. A 
marinha mercante multiplicou sua frota em diversos países 
europeus, nos Estados Unidos e no Japão. As ferrovias se 
expandiram por todo o mundo, como meio de transporte e 
atividade empresarial. 
 
2 Doutrina que serviu de substrato ideológico às revoluções antiabsolutistas que ocorreram na 
Europa [Inglaterra e França, basicamente] ao longo dos séculos XVII e XVIII, e à luta pela 
independência dos Estados Unidos. O pensamento econômico liberal constitui-se, a partir do 
século XVIII, no processo de Revolução Industrial, com autores como Adam Smith, David 
Ricardo, Thomas Malthus, etc. Os princípios do Laissez-faire aplicados aos comércio 
internacional levaram à política do livre-cambismo, que condenava as práticas mercantilistas, as 
barreiras alfandegárias e protecionistas. SANDRONI, Paulo. Novíssimo dicionário de 
Economia. São Paulo: Best Seller, 1999. 
3 Sua origem talvez preceda 1848, mas uma pesquisa mais detalhada sugere que raramente 
tenha ocorrido antes de 1849 e dificilmente tenha ganho amplo uso antes da década de 1860. 
Aula 3 – Os Processos de Industrialização, Urbanização e Metropolização 
 
 
 
 
 
213 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
A indústria inglesa mantinha, em grande parte, os equipamentos e 
maquinários tradicionais. Já os novos países que se 
industrializavam na Europa (como a Alemanha) e em outras 
regiões do mundo (como nos Estados Unidos e Japão) 
incorporavam as tecnologias que surgiam e instalavam suas 
indústrias em consonância com as novas infraestruturas de 
transporte e energia, tornando-se, nesse sentido, mais 
competitivos que a antiga potência. 
 
A utilização da eletricidade e do petróleo como combustível trouxe 
novos progressos. No ciclo do petróleo, na primeira metade do 
século XX, a indústria automobilística tomou impulso. Carros, trens 
elétricos e aviões possibilitaram transportes mais rápidos e 
eficientes. 
 
O empresário Henry Ford propôs diversas inovações no processo 
produtivo, com o objetivo de produzir mais em menos tempo. A 
sistematização desse processo foi feita por Frederick Taylor, que 
procurou intensificar ainda mais o ritmo de trabalho nas fábricas. 
Propôs a execução de tarefas em tempo cronometrado e a fixação 
do trabalhador no seu ponto de serviço, com as peças movidas a 
esteira. Com essa medida reduziu-se o tempo de deslocamento 
dos operários para troca de atividade ou de ferramentas. 
 
 
 
A expansão da industrialização para diversos países e a aplicação 
de novas tecnologias à produção e ao transporte modificaram 
profundamente a orientação liberal, característica da Primeira 
Revolução Industrial. 
 
Os novos setores industriais que dominavam o cenário econômico 
dependiam de investimentos maiores que os realizados até aquele 
momento, o que tornou necessária a união de vários 
empreendedores. À época, boa parte das industriais passou a 
contar com a participação do capital bancário e financeiro. 
 
No final do século XIX, a fusão entre o capital industrial e o capital 
financeiro e a união de indústrias levou ao aparecimento de 
gigantescas empresas de alta tecnologia para o período; 
originando os oligopólios e os monopólios. As pequenasempresas, 
que não acompanharam a nova tendência do desenvolvimento 
econômico capitalista, faliram ou foram absorvidas pelas grandes. 
 
O caráter desumano do trabalho no modelo de produção fordista/taylorista foi 
denunciado por Charles Chaplin na sua obra Tempos Modernos, 1936. 
 
TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E O TOYOTISMO 
A Terceira Revolução Industrial ou Revolução Técnico-Científica, 
começou a tomar forma no final da Segunda Guerra Mundial, mas 
os seus efeitos se manifestaram em todo o mundo, de forma mais 
intensa, nas últimas décadas do século XX e início do século XXI. 
 
Seus efeitos particulares na atividade industrial estão relacionados 
ao: 
• Avanço nos sistemas de telecomunicações e transportes. 
• Desenvolvimento e utilização da informática, tanto nos 
equipamentos (hardwares) quanto nos programas e sistemas 
operacionais (softwares). 
• Desenvolvimento da microeletrônica e da robótica. 
 
Ao mesmo tempo que gera riquezas e amplia as taxas de lucro, a 
Revolução Técnico-Científica responde também pelo desemprego 
de milhões de pessoas em todo o planeta, pois permite a produção 
de mais produtos e serviços com menor número de trabalhadores. 
 
No Japão, ocorreu a transformação do processo de produção de 
mercadorias na era informacional. Por ser um país com território 
pequeno, dependente de matérias-primas e com pouco espaço 
para estocagem de produtos, o país alterou a produção. Essa nova 
organização ficou conhecida como Just-in-time e foi 
implementada pela primeira vez nos anos 50 na fábrica da Toyota. 
 
Nessa nova forma de produzir, as diferentes etapas de produção, 
desde a entrada das matérias-primas até a saída do produto, são 
realizadas de forma combinada entre fornecedores, produtores e 
compradores. A matéria-prima que entra na fábrica corresponde 
exatamente à quantidade de mercadorias que será produzida e são 
elaboradas dentro de um prazo estipulado de acordo com os 
pedidos dos compradores. 
 
A difusão do modelo toyotista ampliou os fluxos de mercadorias, 
acelerando seu ritmo e fazendo novas exigências ao setor de 
transportes. Além disso, provocou aumento no fluxo de 
informações, por exemplo, entre as empresas fabricantes do 
produto final, como as montadoras de automóveis e os 
fornecedores de peças automotivas. 
 
Com a eficiência das novas tecnologias de informação e 
comunicação foi possível acelerar a distribuição de grande 
 
 
 
 
 214 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Italo Trigueiro) 
quantidade de informações por diversos países, criando uma 
interconexão dos lugares em tempo real. 
 
Essas tecnologias trouxeram a possibilidade de uma flexibilização 
da economia, ou seja, mais chances de adaptação às finalidades 
propostas. Por esse motivo, o capitalismo financeiro passou a ser 
sinônimo de capitalismo flexível. Essa flexibilidade se manifestou 
na expansão geográfica das empresas transnacionais, nos 
processos produtivos, na organização do trabalho e na expansão 
do capital financeiro. 
 
TECNOLOGIAS DE PROCESSO DE PRODUÇÃO 
A Primeira Revolução Industrial marcou o surgimento da fábrica, 
que reuniu todos os trabalhadores, antes dispersos, dentro de uma 
única unidade de produção controlada pelo empresário industrial. 
As máquinas tornaram-se elementos fundamentais do sistema 
produtivo, e o trabalho foi dividido em etapas, feito por 
trabalhadores contratados por um salário previamente 
estabelecido. 
 
A elevação da produtividade, porém, não depende apenas das 
máquinas, mas também das tecnologias de processo. Foi o que 
demonstraram os Estados Unidos, no início do século XX, em 
plena Segunda Revolução Industrial, com a introdução de novas 
forma de organização do trabalho e técnicas de produção 
industrial, que possibilitaram a racionalidade extrema do processo 
de trabalho no interior da fábrica: o taylorismo e o fordismo. 
 
TAYLORISMO E FORDISMO 
O taylorismo, idealizado pelo engenheiro norte-americano 
Frederick Winslow Taylor (1856-1915), partia da concepção de que 
o trabalho fabril era um conjunto de tarefas totalmente 
independentes umas das outras e que não exigia conhecimentos 
técnicos do trabalhador. Para Taylor, o conhecimento de todo o 
processo produtivo era uma atribuição exclusiva do gerente, que 
deveria determinar e fiscalizar cada etapa da tarefa a ser feita no 
menor intervalo de tempo e sem perda de qualidade. O objetivo 
principal era o aumento da produtividade. Para isso, era necessário 
controlar todo o processo produtivo, dos movimentos dos operários 
e das máquinas e a correta utilização das ferramentas até o fluxo 
das matérias-primas, peças e produtos acabados. 
 
 Frederick Winslow Taylor 
 
O fordismo foi implantado pelo empresário Henry Ford (1863-1947) 
no processo de produção de automóveis, no início do século XX. O 
modelo de produção fordista associava a linha de montagem às 
técnicas de organização do taylorismo. No processo de produção 
fordista, a mercadoria, em processo de montagem, deslocava-se 
no interior da fábrica para a realização de cada etapa de produção. 
O trabalhador, especializado em sua tarefa, cumpria-a num tempo 
predeterminado; o produto continuava a se deslocar até a 
instalação da última peça. 
 
Linha de Montagem do Ford-T, conhecido no Brasil como Ford Bigode. 
 
TOYOTISMO 
No Japão, o país com um território restrito, dependente da 
importação de matérias-primas e com pouco espaço para 
estocagem de produtos, foi estruturado um novo processo de 
produção. Esse sistema ficou conhecido como just-in-time (tempo 
exato) e foi implementado pela primeira vez na metade do século 
XX, na fábrica da Toyota. 
 
No interior da fábrica as diferentes etapas da produção, desde a 
entrada das matérias-primas até a saída do produto, são realizadas 
de forma combinada entre fornecedores, produtores e 
compradores. A matéria-prima que entra na fábrica corresponde 
exatamente à quantidade de mercadoria que será produzida, o que 
é feito dentro de um prazo estipulado e de acordo com o pedido 
dos compradores. Além da eficiência, com controle de qualidade 
total dos produtos, o sistema jus-in-time permite diminuir custos de 
estocar e garantir o lucro dos empresários. 
 
O trabalho especializado e rotineiro da linha de montagem do 
sistema fordista foi substituído por um sistema flexível, em que o 
trabalhador pode ser deslocado para realizar diferentes funções, de 
acordo com as necessidades da produção de cada momento. 
 
No novo sistema, a modificação e a atualização dos modelos de 
mercadorias podem ser feitas a partir de pequenas mudanças nos 
equipamentos da fábrica, utilizando-se os mesmos maquinários. 
Os recursos da microeletrônica, da robótica e da informática, 
intensivamente utilizados nesse sistema, viabilizam as frequentes 
mudanças. A flexibilidade de informações, por exemplo, entre as 
empresas fabricantes do produto final (as montadoras de 
automóveis) e os fornecedores de peças (os fabricantes de peças 
automotivas). Com o toyotismo, o processo de formação de rede 
de empresas intensificou-se. O agrupamento de fornecedores que 
subcontratam outras empresas agiliza a produção, reduz os custos 
e aumenta a produtividade. Contudo, pode levar à precarização do 
trabalho nas empresas subcontratadas. 
 
TRANSNACIONAIS 
As corporações transnacionais são os principais atores da 
economia mundial. Cerca de 70% do comércio internacional é 
realizado pelas empresas transnacionais. Os conglomerados 
transnacionais não são, verdadeiramente, empresas de muitos 
países. Eles têm um centro de decisões globais localizado no país-
sede. A alta direção do conglomerado geralmente ocupa postos de 
importância nas esferas econômica e política desse país, para o 
Aula 3 – Os Processos de Industrialização, Urbanização e Metropolização 
 
 
 
 
 
215 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
qual é repatriada uma parte dos lucros obtidos no mundo inteiro. Aempresa transnacional tem pátria. Os Estados Unidos, os países 
europeus, o Japão, a Coréia do Sul e a China são as pátrias da 
maior parte delas. 
 
Estes conglomerados desenvolveram-se num primeiro momento 
nos Estados Unidos, onde o amplo mercado interno e a vasta 
disponibilidade de recursos naturais contribuíram para a 
centralização de capitais. Assim, empresas mais poderosas 
adquiriram empresas menores, chegando a formar monopólios ou 
oligopólios nacionais. O crescimento de uma empresa global 
envolve um longo trajeto de centralização de capitais. O 
conglomerado alimentar suíço Nestlé exemplifica esse processo, 
que se desenvolve por meio da compra de empresas menores e 
conquista de novos mercados. 
 
 
Fonte: HARRISON, Pierre. 
 
INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO 
A indústria de transformação fabrica produtos destinados a 
satisfazer as necessidades dos seres humanos e/ ou de outras 
indústrias no mundo são classificadas como de transformação, daí 
a necessidade de uma fragmentação, daí temos: 
 
SETOR DE BASE OU BENS DE PRODUÇÃO OU PESADA 
• São aquelas indústrias que servem de base na confecção de 
produtos ou matéria-prima para outras indústrias. 
• Transformam grande quantidade de matéria-prima e energia. 
• Localizam-se próximo às fontes fornecedoras de matéria-prima, e 
a portos e ferrovias para facilitar o escoamento da produção. 
 
Ex.: Petroquímicas, Metalúrgicas, Siderúrgicas e as de 
Cimento etc. 
 
INDÚSTRIAS INTERMEDIÁRIAS OU CAPITAL 
• São as que produzem máquinas, equipamentos, ferramentas ou 
autopeças para outras indústrias. 
• Estão localizadas geralmente nos grandes centros urbanos. 
• Tem o papel fundamental de equipar outras indústrias, sejam 
leve ou pesada. 
 
Ex.: Tratores, Perfuradoras, Guindastes, Autopeças, 
Componentes Eletrônicos, Motores etc. 
 
INDÚSTRIA DE BENS DE CONSUMO OU LEVE 
• São as indústrias que transformam a matéria-prima em produtos 
finais ou acabados. 
• As mesmas se encontram mais espalhadas nos médios e 
grandes centros urbanos. (maior parte). 
• Estão vinculadas à abundância de mão-de-obra e ao mercado 
consumidor. 
• A mesma é subdividida em: duráveis (Ex.: Eletrodomésticos, 
Automóveis, Móveis etc.) e semiduráveis (Ex.: Calçados, 
Vestuários etc.). 
 
INDÚSTRIA EXTRATIVISTA 
Esse tipo de indústria retira os recursos da natureza para serem 
utilizadas por outras indústrias. Ex.: Mineralógica, Pesca, 
Extração de Madeira etc. 
 
INDÚSTRIA DE BENEFICIAMENTO 
São aquelas que refinam certos produtos. Ex.: Petroquímica e 
Beneficiamento de Cereais. 
 
INDÚSTRIA DE CONSTRUÇÃO 
Esse tipo de indústria é responsável pelo planejamento e execução 
de grandes obras civis, tais como prédios, viadutos, residências, e 
outros. 
 
SOCIEDADE PÓS-INDUSTRIAL E O MERCADO DE TRABALHO 
Por cerca de duzentos anos predominou no mundo a sociedade 
industrial. A maior parte dos empregos vinculava-se direta ou 
indiretamente à indústria. 
 
O ser humano, lentamente, foi se afastando do trabalho pesado 
das indústrias. Com isso, cresceu o chamado setor de serviços, 
que faz parte dos setores terciário e quaternário. Novas relações 
humanas e econômicas estão substituindo as antigas formas de 
emprego. 
 
Mas também surgiram novas profissões. Somente o setor de 
informática criou nos últimos vinte anos cerca de cinquenta novas 
atividades. 
 
Todas essas novidades afetam nosso dia a dia: horários e locais 
de trabalho flexíveis, mudanças nas leis trabalhistas (nem sempre 
a favor dos trabalhadores), maior importância do conhecimento 
para a conquista de um posto de trabalho e, infelizmente, a 
sobrevivência ameaçada daqueles que não conseguiram se 
adaptar. 
 
Os defensores das transformações argumentam que estamos 
vivendo uma fase de acomodação, ou seja, afirma que o 
desemprego que existe hoje não será tão grave no futuro, graças 
as inovações tecnológicas. 
 
Os críticos lembram que essa situação coloca em risco a 
estabilidade social, uma vez que grandes massas de trabalhadores 
estão sendo excluídas do processo produtivo. 
	SEMANA 03 - GEOGRAFIA II - OS PROCESSOS DE INDUSTRIALIZAÇÃO, URBANIZAÇÃO E METROPOLIZAÇÃO... - TRIGUEIRO

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