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Na anatomia o termo estrutura significa a combinação de elementos para constituir tecidos, dos tecidos para construir os órgãos e dos órgãos para formar a totalidade dos organismos. ANATOMIA COMPARATIVA É o ramo que visa estabelecer comparações e correlações entre os aspectos anatômicos das diferentes espécies e que é usada nos estudos de medicina veterinária. ANATOMIA ESPECIAL É o ramo da anatomia que tem o objetivo de estudar os aspectos anatômicos de uma espécie específica. Ex: cinotécnica. ANATOMIA SISTEMÁTICA (DESCRITIVA) Não é uma divisão em si, mas uma forma de abordagem/estudo em que o corpo do animal é formado de sistemas e aparelhos, definidos em: ESPLANCNOLOGIA: Descrição das vísceras. ANGIOLOGIA: Descrição dos órgãos da circulação. NEUROLOGIA: Descrição do sistema nervoso e sensorial. ÓRGÃOS DO SENTIDO: Descrição dos órgãos que interligam o indivíduo ao ambiente. OSTEOLOGIA: Descrição do esqueleto (ossos e cartilagens). SINDESMOLOGIA: Descrição das junturas e ligamentos. MIOLOGIA: Descrição dos músculos e estruturas acessórias. Introdução á anatomia É a ciência da arquitetura e estrutura dos seres, o corpo do animal em forma e estrutura, sendo intimamente ligada a fisiologia, que estuda as funções detalhas do organismo. Palavra de origem grega que significa “cortar em partes”, no início era apenas uma arte rudimentar de dissecação com instrumentos simples (pinça e bisturi) e depois tornou-se uma ciência. Para o melhor entendimento da anatomia ela foi dividida em: MACROSCÓPICA e MICROSCÓPICA. EMBRIOLOGIA É parte que estuda a anatomia do concepto (feto e envoltórios) acompanhando todas as fases do desenvolvimento. ANATOMIA TOPOGRÁFICA ANATOMIA APLICADA Os quadrúpedes são anatomicamente divididos em: CABEÇA PESCOÇO TRONCO CAUDA MEMBROS CORPO DOS QUADRÚPEDES CRÂNIO FACE DORSO ABDOME PELVE PÉLVICOS TORÁCICOS Para unificar os critérios de estudo foi preciso usar a chamada POSIÇÃO ANATÔMICA, em que o animal: Para facilitar os estudos o corpo dos animais foi delimitado por planos imaginários dentro de uma figura geométrica, chamados planos de delimitação: CRANIAL: Em direção ao crânio, na região do crânio. CAUDAL: Em direção a cauda (RABO), na região traseira. VENTRAL: Em direção ao ventre/barriga (chão). DORSAL: Em direção às costas/dorso. Ou anatomia regional, busca apresentar os aspectos anatômicos por regiões ou territórios do corpo e a relação anatômica entre os órgãos e deles com as paredes das cavidades. É preciso ter conhecimento da anatomia sistemática para entende-lá. Consiste na união dos objetivos da anatomia descritiva e da topográfica, visando aplicá-la nas áreas da medicina veterinária. Deve estar com os quatro membros estendidos sob o solo. Pescoço formando um ângulo de 145º com o dorso. Narinas voltadas para frente. Orelhas em pé e olhar para o horizonte. ROSTRAL: Na região da face/rosto. LATERAL DIREITO: Em direção à lateral direita/lado direito do corpo. LATERAL ESQUERDO: Em direção à lateral esquerda/lado esquerdo do corpo. PALMAR: Atrás da pata da frente (carpo). PLANTAR: Atrás da pata de trás (tarso). EIXO LATERO-LATERAL: Eixo que liga os planos laterais, da esquerda para direita, de um lado a outro. EIXO DORSO-VENTRAL: Eixo que liga os planos dorsal e ventral, de cima para baixo. EIXO CRANIO-CAUDAL: Eixo que liga os planos cranial e caudal, da frente para trás. PLANO MEDIANO: Divide o animal ao meio em direita e esquerda. PLANO HORIZONTAL: Divide em algum ponto o dorso do ventre. PLANO TRANSVERSAL: Divide em algum ponto o crânio da cauda. PLANO SAGITAL: Plano que é paralelo (cortado próx) ao plano mediano. Ao deslizar o eixo craniocaudal sobre o eixo dorsoventral temos o plano mediano, que divide o corpo do animal em 2 metades semelhantes chamadas antímeros direito e esquerdo. Ao deslizar o eixo laterolateral sobre o eixo dorsoventral temos o plano transversal que divide o corpo do animal em porção cranial e caudal - metâmeros. Ao deslizar o eixo laterolateral sobre o eixo craniocaudal temos o plano horizontal que divide o corpo nas porções dorsal e ventral - paquímeros. São utilizados para identificar estruturas em sua posição. CRANIAL: Corte mais a frente, mais próximo da cabeça. CAUDAL: Corte mais atrás, mais próximo ao rabo. DORSAL: Corte mais acima, mais próximo das costas. VENTRAL: Corte mais abaixo, mais próximo ao ventre. MEDIANO: Corte ao meio. MÉDIO/MEDIAL: Corte feito próximo ao corte mediano. PROXIMAL: Corte mais próximo ao tronco. DISTAL: Corte mais distante do tronco. ROSTRAL: Corte na região da face/rosto. INTERNO: Corte voltado para o interior de uma cavidade. EXTERNO: Corte voltado para fora da cavidade/superfície. SUPERFICIAL: Próximo a superfície como em órgãos e vísceras. PROFUNDO: Distante da superfície. SUPERIOR/INFERIOR: Usados para - globo ocular, pálpebras, lábios e ouvidos. ESTRUTURAS HOMÓLOGAS: Uma mesma função é desempenhada por estruturas diferentes, como por exemplo, os membros torácicos de um quadrúpede, que tem a mesma localização que as asas de uma ave, mas com funções diferentes. ESTRUTURAS ANÁLOGAS: Uma mesma função desempenhada por estruturas com origem e localização diferentes, como os pulmões dos mamíferos e as guelras dos peixes O estudo da anatomia se baseia em padrões que correspondem às várias espécies, e desvios desse padrão morfológico são chamados VARIAÇÕES. A variação não compromete a função e pode ser expressa por diferença no contorno das vísceras, deslocamento dos órgãos entre outras - Variação é uma constante. As variações que têm comprometimento funcional são chamadas ANOMALIAS. Na medicina veterinária temos muitas, como a agenesia de ânus, teta invertida na porca, aplasia segmentar genital em vaca entre outros. VENT RAL DORSAL CRANIAL CAUDAL R O S T R A L PALMAR PLANTAR IDADE: Muitas variações são decorrentes da diferença de idade, como o desenvolvimento do timo até a puberdade e sua involução quando adulto, modificação da fórmula dentária dos equinos e mudanças da própria forma dos dentes, perda da elasticidade da pele e brilho do pelo em muitos animais entre outros. SEXO: O dimorfismo sexual é evidente nas espécies sendo um dos fatores de variação anatômica, além das diferenças nos orgãos genitais, temos caracteres secundários como, presença de dentes caninos no cavalo e sua ausência na égua (pouco frequente) entre outras relacionadas ao sexo. RAÇA: O fator racial nos dá bons exemplos de diferenças na mesma espécie. Como o formato do crânio do canis familiaris que pode ser braquiocéfalo, mesocéfalo ou dolicocéfalo, os cornos dos bos indicus variam de forma entre as raças, formato das orelhas dos cães entre outras. LINHAGEM: Deve-se considerar a questão das linhagens como fator de variação mas, ela não é tão relevante quanto o fator racial, pois o aparecimento dessas variações pode ser tanto pelo cruzamento entre a mesma raça, ou entre raças diferentes. BIÓTIPO: Ou tipo constitucional é um fator de variação importante com inúmeros exemplos como por exemplo cães de pequeno, médio e grande porte, equinos, éguas e pôneis. EVOLUÇÃO: Variações encontradas ao serem estudados as espécies desde os primórdios e sendo avaliados as variações advindas dos processos evolutivos. MEIO AMBIENTE: É um grande fator de variação anatômica, tendo sua influência comprovada por adaptações como o aumento da área cutânea nos bos indicus para reduzir os danos das altas temperaturas, armazenamento de gordura em alguns animais que preveem escassez de alimentos entre outros. E o conceito de normalidade ou NORMAL é a ocorrência mais frequente. Se a anomalia for incompatível com a vida é chamada de MONSTRUOSIDADE como por exemplo a ciclopia dos suínos. As variações individuais são imprevisíveis, mas existem teorias que podem justificá-las e deve- se juntar a elas as variações por fatores gerais de variação anatômica que são: