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Aula 25 – Revolução Russa 
 
 
 
 
 
75 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
da situação em que se encontrava. No dia 27 de fevereiro de 1917 forma-se um Governo Provisório, de caráter liberal burguês, sob o 
comando de Lvov e kerensky. Pressionado, Nicolau II renuncia ao trono. É o triunfo da primeira fase da Revolução de 1917, quando a 
monarquia absolutista é substituída por um governo liberal burguês, apoiado pelos mencheviques. 
No entanto, o novo governo decidiu manter o país na Primeira Grande Guerra, o que frustrou as expectativas da maior parte da população. 
Além da permanência do país no conflito, o Governo Provisório não foi capaz de realizar reformas sociais que impactassem a vida da 
população de forma positiva. Refletindo sobre o novo governo, liberal burgês, Leon Trotsky, em A revolução russa, escreveu: “A burguesia 
tomou o poder de costas para o povo. Não tinha nenhum ponto de apoio nas classes trabalhadoras, mas com o poder conseguiu algo 
assim como um ponto de apoio de segunda mão: os mencheviques e socialistas revolucionários, elevados às alturas pela massa, deram 
um voto de confiança à burguesia.” Essa situação fortaleceu os bolcheviques que, através 
dos soviets, foram conquistando cada vez mais espaço junto à população. 
Lenin, líder bolchevique, retornou do exílio em abril de 1917. Nesse mesmo mês, sob o 
slogan “todo o poder aos soviets”, apresentou aos bolcheviques as Teses de Abril, uma 
série de propostas que incluíam, entre outras, a derrubada do Governo Provisório, a 
nacionalização dos bancos, a distribuição de terras aos camponeses e a retirada do país da 
guerra. 
As agitações revolucionárias se alastram, bem como a crise econômica e a escassez de 
alimentos. O historiador francês Charles-Olivier Carbonell, em El gran octubre ruso, relata o 
registro de um diplomata estrangeiro que vivia na Rússia e testemunhou a situação em que 
se encontrava o país: “Alguns dias não há pão, nem leite, nem açúcar, nem legumes. E, 
quando há, o leite tem gosto de sabão e o pão é uma coisa escura e viscosa com restos de 
palha e de madeira. O vinho está hipocritamente proibido; a cerveja não aparece... e todos 
aconselham: principalmente não beba água.” 
Em outubro de 1917, um levante armado bolchevique finalmente derruba o Governo 
Provisório. É a segunda fase da Revolução de 1917, quando o governo liberal burguês 
chefiado por Lvov e Kerensky é substituído por um comandado pelos líderes bolcheviques. 
Forma-se o Conselho de Comissários do Povo, chefiado por Lenin (presidente), Trotsky 
(relações exteriores) e Stalin (negócios internos). 
O GOVERNO DE LENIN (1918-24) 
Uma das primeiras medidas do governo de Lenin foi retirar a Rússia da guerra que se desenrolava na Europa. Para isso, os russos tiveram 
que assinar o Tratado de Brest-Litovski (1918), pelo qual abriam mão de uma vasta 
porção de seu Território (Lituânia, Letônia, Estônia, Polônia e Finlândia) em troca da 
paz com os alemães. 
No plano interno, os revolucionários bolcheviques tiveram que enfrentar uma guerra 
civil, combatendo os brancos (contra revolucionários financiados por potências 
estrangeiras que não viam com bons olhos o triunfo dos bolcheviques e de seu 
projeto revolucionário). John Reed, jornalista americano que viveu na Rússia e 
testemunhou a tomada do poder pelos bolcheviques, relata em Os dez dias que 
abalaram o mundo a esperança da burguesia russa de que uma intervenção 
estrangeira pusesse fim à revolução socialista: “Na casa onde eu residia, durante as 
refeições só se falava na próxima chegada dos alemães, que viriam restabelecer ‘a ordem, a lei’ etc. Uma tarde, tomando chá em casa de 
um negociante de Moscou, perguntei às onze pessoas presentes se preferiam Guilherme II [imperador da Alemanha] aos bolcheviques. Os 
votos foram dez a um a favor de Guilherme.” 
Durante a guerra civil russa (1918-21), foram decisivos para garantir a vitória final dos bolcheviques: 
• a atuação do Exército Vermelho Operário e Camponês, organizado sob 
o comando de Trotsky; 
• o comunismo de guerra, estratégia do governo bolchevique que 
centralizou a produção, eliminou a economia de mercado e confiscou a 
produção agrícola para garantir o abastecimento das tropas do Exército 
Vermelho na luta contra os brancos. 
Com o fim da guerra civil, o governo de Lenin tinha diante de si um país 
economicamente arrasado, com milhões de vidas dizimadas (tanto na 
Primeira Grande Guerra como na guerra civil) e uma população padecendo 
de fome e sofrendo pela ação de doenças. Foi nesse contexto que Lenin 
instituiu a Nova Política Econômica (NEP), que garantiria a transição de uma 
economia de mercado (capitalista) para uma economia planificada e 
estatizada (socialista). O governo toleraria algumas práticas capitalistas 
(como as diferenças salariais, a liberdade de comércio e a pequena 
propriedade privada), a fim de fortalecer a economia e garantir a implantação 
do socialismo. Lenin teria justificado as medidas da NEP com o argumento 
 
Lenin apresenta suas Teses de Abril aos 
bolcheviques (4/4/1917). 
SAIBA MAIS: O DESTINO DOS ROMANOV 
Desde que renunciara ao trono, em fevereiro de 1917, 
Nicolau II e sua família eram mantidos prisioneiros na 
cidade de Ekaterinburg. Com a tomada do poder pelos 
bolcheviques, os Romanov foram executados a mando 
do governo de Lenin. Nicolau II, sua mulher Alexandra, 
as filhas (Olga, Anastácia, Maria e Tatiana) e o filho 
(Alexei) foram fuzilados em julho de 1918. A execução 
da família Romanov dividiu opiniões entre os 
revolucionários bolcheviques. Muitos defendiam que o 
czar deveria ser julgado por um tribunal. Outros eram 
favoráveis a uma execução sem julgamento, uma vez 
que o país se encontrava em meio a uma guerra civil. 
Acredita-se que a execução tenha ocorrido sob ordens 
diretas de Lenin. 
 
 
Stalin (à esquerda), Lenin (ao centro) e Trotsky. 
http://www.google.com.br/imgres?q=trotsky+e+stalin&hl=pt-BR&biw=1024&bih=523&tbm=isch&tbnid=prrCb0f_f81d5M:&imgrefurl=http://www.xtimeline.com/evt/view.aspx?id=45126&docid=doCtEeu4EnYjXM&imgurl=http://www.xtimeline.com/__UserPic_Large/3737/ELT200711292339177688528.JPG&w=350&h=181&ei=hEFET4zrI9HsggfApMyWBw&zoom=1
 
 
 
 
 76 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL – Prof. Monteiro Jr. 
de que, às vezes, é necessário dar “um passo atrás, para dar dois passos à frente”. A NEP vigorou até 1928, quando o país já se 
encontrava sob o governo de Stalin. 
Paralelamente ao fim da guerra civil e à adoção da NEP, o governo bolchevique, através da Tcheka (polícia política) passou a perseguir 
todos os opositores do novo regime. Felix Dzerjinsky, fundador e chefe da Tcheka, afirmava que a mesma tinha que “defender a Revolução 
e vencer o inimigo, mesmo que sua espada caia ocasionalmente sobre as cabeças dos inocentes”. 
A liberdade de crítica foi suprimida e campos de trabalhos forçados (eufemicamente chamados de “campos de reeducação”) foram criados 
para abrigar todos aqueles considerados dissidentes ou inimigos do socialismo. Isso era apenas um “ensaio” do que viria na Era Stalinista 
(após a morte de Lenin). A “ditadura do proletariado”, como Marx idealizou, aos poucos se transformava na “ditadura sobre o proletariado”. 
Em 1922 foi adotado oficialmente um novo nome para o país: União das 
Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). A mudança no nome não trouxe 
consigo alteração na questão da russificação das nacionalidades. O que o 
governo bolchevique prometera (autonomia para as diversas nacionalidades 
que viviam no território soviético) em seus primeiros dias no poder não passou 
de palavras jogadas ao vento. Os russos continuaram a impor sua língua e 
seus costumes aos demais povos que formavam a URSS. 
Em 21 de janeiro de 1924, Lenin faleceu. Ele tinha apenas 53 anos. À época, o 
Partido Comunista Soviético divulgou como causa da morte aneurisma 
cerebral. 
No entanto, estudos recentes, baseadosem documentos que só foram 
liberados depois da desintegração da URSS (registros médicos e o resultado 
da autópsia) revelaram que o líder bolchevique morreu de sífilis. Isso explica a preocupação do governo soviético de encobrir a verdadeira 
causa da morte, afinal de contas a imagem do líder revolucionário seria arranhada se associada à de um sifilítico. 
O funeral de Lenin foi assistido por cerca de 1 milhão de soviéticos, que enfrentaram o rigoroso inverno russo para se despedir do líder 
bolchevique. O corpo foi embalsamado e posto num magnífico mausoléu na Praça Vermelha, ao lado do Kremlin (sede do governo), no 
centro de Moscou. Um verdadeiro culto a Lenin foi instaurado sob as bênçãos do Politiburo, o mais alto órgão executivo do Partido 
Comunista Soviético. 
A DISPUTA PELO PODER APÓS A MORTE DE LENIN 
Com a morte de Lenin, Stalin e Trotsky passaram a disputar o poder. O primeiro era Secretário Geral do Partido Comunista Soviético; o 
segundo, chefe do Exército Vermelho. A polarização ideológica entre eles envolvia, entre outras coisas, a questão da expansão da 
revolução socialista: 
• para Trotsky, era necessária a imediata expansão da revolução pelo mundo (tese da revolução permanente); 
• para Stalin, a revolução deveria ser consolidada internamente, para depois expandir-se por outros países (tese do socialismo num só 
país). 
A vitória de Stalin foi possível devido às alianças que o mesmo 
costurou com outros lideres da alta cúpula do Partido Comunista. 
Perseguido por Stalin, Trotsky exilou-se no México, onde foi morto 
a mando do governante soviético. 
Sob o longo governo de Stalin (1924-53), consolida-se o 
sócialismo real (ou stalinismo): monopartidarismo, extrema 
burocratização, ultracentralização econômica, negação da 
existência de classes ou diferenças sociais (embora elas 
continuassem a existir), expurgos políticos (eliminação física das 
oposições internas), glorificação da figura do líder. Estima-se que 
a ditadura stalinista tenha sido responsável pelo assassinato de 
30 milhões de soviéticos. O regime socialista havia se convertido, 
de vez, num regime totalitário. 
O historiador polonês Moshe Lewin, em O Século Soviético, disse 
que falar em “socialismo soviético” é mergulhar numa comédia de 
erros: “O que vimos na União Soviética foi a propriedade estatal 
da economia e uma burocratização da economia e da nação, de 
modo semelhante. 
Se, ao confrontar com um hipopótamo, alguém insistir que se trata de uma girafa, ele ou ela receberia uma cátedra em zoologia? As 
ciências sociais são realmente tão menos exatas que a zoologia?” 
Foi durante a era stalinista que a URSS empreendeu sua indústrialização e a coletivização forçada das terras. A economia passou a seguir 
os planos quinquenais, elaborados pela GOSPLAN (Comitê Estatal de Planejamento). O país lançou as bases do desenvolvimento que o 
transformaria numa potência mundial após a Segunda Guerra Mundial. 
A história da URSS, de Stalin à desagregação do país (1991) será objeto de estudo posterior em nosso curso. 
 
O corpo de Lenin, mumificado. 
SAIBA MAIS: O ASSASSINATO DE TROTSKY 
Depois de se exilar no México, devido às perseguições que sofreu 
sob o governo stalinista, Leon Trotsky foi assassinado em sua 
casa, em agosto de 1940, por um agente soviético, Ramon 
Mercader, a mando de Stalin. O assassino conseguiu se 
aproximar de Trotsky, fingindo ser um simpatizante de suas 
idéias. Numa certa oportunidade, Mercader foi à casa de Trotsky 
e lhe apresentou um artigo, pedindo-lhe sua opinião. Aproveitando 
que o velho revolucionário se encontrava absorto na leitura do 
texto, Ramon o golpeou na cabeça com uma picareta de alpinista 
que trazia sob a roupa. “O homem gritou, um grito que nunca vou 
poder esquecer. Trotsky levantou-se como um louco. Atirou-se 
sobre mim bateu em minha mão. Eu o empurrei e ele caiu. Mas 
ele ainda se levantou do chão e, não sei como, conseguiu sair da 
sala”, disse Mercader, depois que foi preso. Trostky não resistiu 
ao ferimento e acabou falecendo no hospital, para onde fora 
levado. 
Aula 25 – Revolução Russa 
 
 
 
 
 
77 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
LEITURA COMPLEMENTAR: A REVOLUÇÃO RUSSA PELO OLHAR DE UM NORTE-AMERICANO 
O jornalista norte-americano John Reed acompanhou o desenrolar da Revolução Russa e, como testemunha ocular, deixou um relato 
impressionante daquele acontecimento em Dez dias que abalaram o mundo. Reed adotou a Rússia como segunda pátria e lá faleceu em 
1920, com apenas 33 anos. Seus restos repousam logo atrás do mausoléu de Lenin, em Moscou. Eis um fragmento do livro de Reed, onde 
o mesmo relata o clima revolucionário na cidade de São Petersburgo: 
“Na quarta-feira, 7 de novembro [24 de outubro pelo calendário Juliano, que vigorava na Rússia naquela época], levantei-me da cama muito 
tarde. Quando o canhão da Fortaleza Pedro e Paulo disparou o tiro do meio dia, eu me achava descendo a Avenida Nevski. Fazia um 
tempo frio e úmido. Vi um grupo de soldados, com baionetas caladas, montando guarda diante das portas fechadas do Banco do Estado. 
- Vocês, de que lado estão? – perguntei. – Do governo? 
- Não há mais governo – respondeu-me um deles, com riso de deboche. – Slava Bogu! (Graças a Deus!) – foi tudo o que consegui arrancar 
deles... 
Os bondes estavam passando na Avenida Nevski, com homens, mulheres e garotinhos pequenos pendurados nos balaústres. As lojas 
achavam-se abertas e dir-se-ia que os transeuntes na rua pareciam ainda menos inquietos do que na véspera. (...) 
O jornal bolchevique vinha com esta manchete: ‘Todo o Poder aos Sovietes de Operários, Soldados e Camponeses! Paz! Terra!’ O artigo 
de fundo trazia a assinatura de Zinoviev, companheiro de Lênin na clandestinidade. Começava assim: 
‘Todo soldado, todo operário, todo verdadeiro socialista democrata sincero compreende que a situação atual só oferece duas alternativas: 
ou o poder permanece nas mãos dos burgueses e proprietários de terras, e isso significará todo tipo de repressão para os operários, 
soldados e camponeses, a continuação da guerra, a fome e a morte inevitáveis (...); ou o poder se transfere para as mãos dos operários, 
soldados e camponeses revolucionários; e, nesse caso, significará a abolição total da tirania dos donos de terras, o aniquilamento imediato 
dos capitalistas, a proposta urgente de uma paz justa. A terra estará garantida para os camponeses, o controle da indústria assegurado aos 
operários. Haverá pão para os que têm fome e essa guerra absurda chegará ao fim.’” 
HISTÓRIA E ARTE 
Durante o governo de Joseph Stalin na URSS (1924-53), o Estado totalitário passou a controlar de tal forma a vida dos cidadãos que até 
mesmo a produção artística sucumbiu aos seus rígidos mecanismos de dominação. No campo artístico, o Estado soviético impôs um estilo 
oficial, em sintonia com a linha ideológica do Partido Comunista, que ficou conhecido como realismo socialista. 
A arte (e também a literatura, o teatro e o cinema) passa a ser instrumento de formação e educação das massas na ideologia do socialismo 
stalinista. Pinturas, desenhos e cartazes publicitários retratam a “realidade” da sociedade que o regime idealizava para o país: homens e 
mulheres felizes, saudáveis, aparentando corpos vigorosos, olhando na direção do horizonte, como a contemplar o futuro glorioso do 
socialismo, em cenas de trabalho árduo, como no quadro “Celebrando a Colheita” (1951), do pintor Alla Zaimai. 
Nos cartazes de propaganda política, a imagem de Stalin é sempre retratada de forma paternal, apresentando à nação o líder que a 
conduzirá ao topo do mundo, como no exemplo abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL – Prof. Monteiro Jr. 
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM 
 
Questão 01 
A conduta de Kerenski também mostrava o quanto sua visão era estreita. Durante as últimas semanas 
do governo provisório, seu comportamentoassemelhou-se ao de Nicolau II: ambos recusaram-se a 
reconhecer que tinham sua autoridade ameaçada pelo espectro da revolução. No czar, tamanha 
complacência decorria de um desespero completo e de uma resignação fatalista, mas em Kerenski era 
produto de um otimismo tolo. Seu prestígio nacional dos primeiros tempos da revolução subira-lhe à 
cabeça. Ele passara a acreditar que recebera um “chamado providencial” para guiar “o povo” à 
liberdade. Ainda a exemplo do soberano, ele se cercara de admiradores dedicados que não ousavam 
contrariá-lo e mantinha seu gabinete enfraquecido por causa de constantes rumores de exonerações. 
Ele não imaginava – ou simplesmente não queria fazê-lo – a exata dimensão de sua impopularidade. 
Adaptado de FIGES, Orlando. A tragédia de um povo: a Revolução Russa (1891-1924). Rio de Janeiro: Record, 1999, p. 594. 
 
Na história da Revolução Russa, o fragmento refere-se 
a) à crise do governo provisório liderado por Kerenskyi que levou à tomada do poder pelos 
bolcheviques. 
b) à deposição do czar Nicolau II, levando ao poder os bolcheviques liderados por Lenin. 
c) à crise do governo dos bolcheviques que levou à tomada do poder pelos mencheviques. 
d) à desagregação do governo provisório russo que abriu espaço para uma contrarrevolução 
monarquista. 
e) ao início da guerra civil entre bolcheviques, apoiados por Martov, e mencheviques, apoiados por Lenin. 
 
Questão 02 
A Revolução Socialista Russa produziu de longe o mais formidável movimento revolucionário 
organizado na história moderna. Sua expansão global não tem paralelo desde as conquistas do islã 
em seu primeiro século. Apenas trinta ou quarenta anos após a chegada de Lenin à Estação Finlândia 
em Petrogrado, um terço da humanidade se achava vivendo sob regimes diretamente derivados do 
movimento revolucionário russo e do modelo organizacional de Lenin, o Partido Comunista. 
 HOBSBAWM, Eric. Era dos Extremo: o breve século XX. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. (adaptado) 
 
Poucos eventos históricos foram tão profundamente distorcidos pelo mito quanto os registrados em 25 
de outubro de 1917. A Revolução Socialista de Outubro, rótulo pomposo criado pela mitologia 
soviética, não passou de um acontecimento em pequena escala, nada mais que um golpe militar, 
despercebido pela maior parte dos habitantes de Petrogrado. Teatros, restaurantes e bondes 
funcionaram normalmente, enquanto os bolcheviques galgavam o poder. 
FIGES, Orlando. A tragédia de um povo: a Revolução Russa (1891-1924). Rio de Janeiro: Record, 1999. (adaptado) 
 
A partir dos dois fragmentos, infere-se que 
a) os dois textos defendem a ideia de que a Revolução Russa de 1917 não passou de um golpe militar 
desfechado pelos bolcheviques para tomar o poder, sem mobilização popular. 
b) enquanto o primeiro texto enaltece a Revolução Russa como o mais formidável movimento 
revolucionário moderno, o segundo a apresenta como um evento em pequena escala. 
c) os dois fragmentos abordam o movimento revolucionário russo de 1917 e defendem a concepção da 
ativa participação e apoio popular na tomada do poder pelos bolcheviques. 
d) enquanto o primeiro texto apresenta a Revolução Russa como um mero golpe militar que levou à 
tomada do poder pelos bolcheviques, o segundo exalta o movimento e sua expansão global. 
e) os fragmentos não se contradizem, pois defendem que a ascensão dos bolcheviques ao poder 
produziu um impacto de proporções mundiais, só comparado à expansão do islã no passado. 
 
Questão 03 
As fotografias abaixo apresentam o ditador Joseph Stalin, que governou a URSS de 1924 a 1953. Na 
versão original, à esquerda, Stalin aparece ao lado de Nikolai Yezhov, um dos líderes da NKVD, a 
polícia secreta soviética. Na versão modificada, à direita, Yezhov, vítima dos expurgos stalinistas, foi 
removido da fotografia. 
 
 
 
 
 
Anotações 
 
Aula 25 – Revolução Russa 
 
 
 
 
 
79 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
A comparação das imagens nos permite concluir que 
a) o governo soviético não permitia que seu líder supremo fosse fotografado ao lado de oficiais 
subordinados ou burocratas do Partido Comunista. 
b) os dirigentes dos órgãos de inteligência do governo soviético não poderiam ter suas identidades 
reveladas em prejuízo de seu trabalho. 
c) a ditadura stalinista costumava apagar de fotos e registros oficiais pessoas que se transformaram 
em inimigos internos do regime. 
d) os soviéticos já dominavam técnicas de manipulação e retoques em fotografias, só acessíveis a 
outros países com o advento da fotografia digital. 
e) o regime stalinista não reverenciava a memória dos líderes bolcheviques que morreram lutando 
contra as tropas militares do czarismo. 
 
Questão 04 
Depois de se exilar no México, devido às perseguições que sofreu sob o governo stalinista, Leon 
Trotsky foi assassinado em sua casa, em agosto de 1940, por um agente soviético, Ramon Mercader, 
a mando de Stalin. O assassino conseguiu se aproximar de Trotsky, fingindo ser um simpatizante de 
suas idéias. Numa certa oportunidade, Mercader foi à casa de Trotsky e lhe apresentou um artigo, 
pedindo-lhe sua opinião. Aproveitando que o velho revolucionário se encontrava absorto na leitura do 
texto, Ramon o golpeou na cabeça com uma picareta de alpinista que trazia sob a roupa. “O homem 
gritou, um grito que nunca vou poder esquecer. Trotsky levantou-se como um louco. Atirou-se sobre 
mim bateu em minha mão. Eu o empurrei e ele caiu. Mas ele ainda se levantou do chão e, não sei 
como, conseguiu sair da sala”, disse Mercader, depois que foi preso. Trostky não resistiu ao ferimento 
e acabou falecendo no hospital, para onde fora levado. 
Apostila de Ciências Humanas II, volume 2 – autor: Prof. Monteiro Jr. 
 
No fragmento acima, identificamos uma prática que marcou o período em que Stalin governou a URSS 
(1924-53), a saber: 
a) o antissemitismo. d) o xenofobismo. 
b) os expurgos políticos. e) o nacionalismo exacerbado. 
c) o pan-eslavismo. 
 
Questão 05 
Observe o cartaz abaixo: 
 
Sua confecção e distribuição está relacionada à história da URSS, quando a poderosa máquina de 
propaganda do governo atuava no sentido de: 
a) celebrar a primazia dos soviéticos na corrida especial, quando os russos lançaram o primeiro 
satélite na órbita terrestre. 
b) glorificar a figura de Joseph Stálin, apresentando-o como líder idolatrado e amado pelos povos 
soviéticos. 
c) exaltar o caráter revolucionário do movimento de 1917, que derrubou um governo de viés fascista 
pela luta armada popular. 
d) condenar os valores e a cultura da sociedade capitalista burguesa, associando-a à opressão e 
miséria sobre as massas. 
e) incutir na população o ódio e desprezo pelos povos não eslavos, considerados inferiores em relação 
aos russos. 
 
Questão 06 
Leia o trecho a seguir: 
"O povo estava farto da guerra e havia perdido toda a confiança no czar. (...) O próprio czar fora para o 
Quartel General para proteger-se; e quando tentou voltar para Petrogrado os trabalhadores ferroviários 
detiveram seu trem. Todo o mecanismo da monarquia havia parado; o czar (...) havia tentado dissolver 
Anotações 
 
 
 
 
 
 80 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL – Prof. Monteiro Jr. 
a Quarta Duma, tal como fizera com as anteriores, mas desta vez os parlamentares se recusaram a se 
dispersar, e formaram um Comitê Provisório, que nomeou o Governo Provisório." 
(Wilson, Edmund. Rumo à Estação Finlândia. SP: Companhia das Letras, 1987). 
 
Sobre as circunstâncias em que se desenvolveram os fatos descritos acima, é correto afirmar que 
a) a derrubada da monarquia, em março de 1917, na Rússia, foi conduzida pelos bolcheviques - 
parlamentares que controlaram o poder na Duma, durante todo o Governo Provisório. 
b) a precipitação do processo revolucionário russo foi produzida pela manutenção desse país na 
Primeira Guerra Mundial, o que resultou em 4 milhões de baixas, aproximadamente.c) os sovietes - comitês locais de trabalhadores - funcionaram, desde sua criação em 1906, sob 
liderança dos bolcheviques, que buscavam espaço de atuação no governo czarista. 
d) as movimentações sociais que resultaram na queda da monarquia russa, em 1905, tornaram-se 
conhecidas como "Ensaio Geral", já que funcionaram como antecâmara da revolução socialista. 
e) o deputado Kerensky representou, no governo provisório, em 1917, as posições mencheviques que, 
com a palavra de ordem "Todo Poder aos Sovietes", reivindicavam maior participação popular. 
 
Questão 07 
Em 1917, o governo czarista russo sofria a oposição de várias forças políticas, especialmente dos 
mencheviques e dos bolcheviques. Às dificuldades econômicas e resistências ao absolutismo dos 
Romanov somaram-se os efeitos da Primeira Guerra Mundial e as derrotas russas. Em fevereiro de 
1917, o czar Nicolau II foi deposto com a revolução liberal liderada por Kerensky. Sobre o desenrolar 
da Revolução Russa e surgimento da U.R.S.S. é INCORRETO afirmar que: 
a) o governo de Kerensky, ao manter a Rússia na Primeira Guerra, enfraqueceu-se, favorecendo seus 
opositores, liderados por Lênin, que defendia as "teses de abril", sintetizadas no slogan "paz, terra e 
pão". 
b) em outubro (novembro no calendário gregoriano) de 1917, teve início a Revolução Socialista, 
liderada por Lênin, que fez o Tratado de Brest-Litovsk, que tirou a Rússia da Primeira Guerra. 
c) a resistência nacional e internacional ao governo revolucionário socialista mergulhou a Rússia numa 
sangrenta guerra civil, contrapondo os "vermelhos" (revolucionários) contra os "brancos" 
(monarquistas, reacionários e imperialistas). Com a vitória dos seguidores de Lênin, o governo 
socialista implementou a NEP (Nova Política Econômica), ao mesmo tempo que era constituída a 
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (U.R.S.S.). 
d) a morte de Lênin, em 1924, abriu a disputa pelo poder soviético entre Stálin, favorável ao socialismo 
num só país e Trotsky, favorável à internacionalização da revolução. 
e) Trotsky saiu vitorioso e implantou planos quinquenais de desenvolvimento, nos quais procurou-se a 
socialização total da economia, ampla burocratização da administração e a eliminação física dos 
opositores ao regime, entre eles, Stálin, assassinado em 1940, no México. 
 
Questão 08 
Um dos acontecimentos mais significativos do século XX foi a Revolução Socialista na Rússia, em 
1917, por colocar em xeque a ordem socioeconômica capitalista. 
Com respeito ao desencadeamento do processo revolucionário, é CORRETO afirmar que: 
a) a participação da Rússia, na Primeira Guerra Mundial, desencadeou uma série de greves e de 
revoltas populares em razão da crise de abastecimento de alimentos, provocando o início do 
movimento 
b) os mencheviques tiveram um papel fundamental no processo revolucionário, por defenderem a 
implantação das Teses de Abril que consistiam, dentre outras exigências, na retirada do país da guerra 
e na entrega do poder aos sovietes 
c) os bolcheviques representavam a ala mais conservadora dos socialistas, chegando a ocupar o 
poder com a Revolução de Fevereiro de 1917, através de Alexander Kerenski 
d) Stalin, a partir de outubro de 1917, estabeleceu a tese de que era necessária a revolução em um só 
país, em oposição a Trotsky, líder do exército vermelho 
e) o governo revolucionário de Stálin conseguiu superar os conflitos que existiam no seu interior, 
quando estabeleceu a Nova Política Econômica que representava os interesses dos setores mais 
conservadores 
 
 
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