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279Manual do Professor História regional, local e cultura Queixa bastante comum entre os professores é que o conteúdo didático da história do Brasil para o Ensino Médio se atém muito a aspectos globais e nacionais e pouco às trajetó- rias regionais. Sobre essa questão a historiadora Maria de Lourdes Mo- naco Janotti afirma que, tradicionalmente, tem havido uma primazia da historiografia brasileira em identificar a história dos polos dinâmicos da economia e seus centros administrati- vos com a própria história do Brasil. Assim, se em período an- terior a 1850 o foco dos estudos historiográficos se direcionou mais intensamente para as áreas produtoras de açúcar e depois para a mineração, no período posterior a esse marco se voltou prioritariamente para a região mais hegemônica do capitalismo brasileiro contemporâneo, ou seja, a região Sudeste, principal- mente São Paulo. Dessa forma, o que acabou sendo entendido como história nacional é efetivamente a história de São Paulo e do domínio econômico de sua burguesia20. Se, por um lado, a compreensão da história do capi- talismo no Brasil não pode prescindir da compreensão da história de São Paulo, como lembra a historiadora Circe Bit- tencourt21, por outro, essa falta de vinculação da história na- cional ou global com as múltiplas realidades regionais resul- tou em problemas para a sala de aula. Os alunos geralmente têm dificuldade de entender fatos e processos históricos que, aos seus olhos, não têm nenhuma proximidade com sua vi- vência e seu cotidiano. Nessa perspectiva, foi nossa preocupação realizar um trabalho mais efetivo relacionando a diversidade das realidades regionais aos aspectos nacional ou global. Procuramos fazer essa articulação de diferentes manei- ras. Na seleção do texto central, por exemplo, sempre que foi possível, mostramos as particularidades históricas e atuais das regiões que hoje constituem a nação brasileira22. Para a efetiva- ção dessa tarefa, colaborou muito a incorporação de trabalhos de historiadores e pesquisadores de diversas regiões e institui- ções que têm se debruçado sobre temáticas regionais ou que relacionam o local com o nacional, por exemplo. Nossa inten- ção foi destacar estudos desenvolvidos pela historiografia bra- sileira nas últimas décadas, cuja qualidade requer que sejam incluídos em nossa produção didática23. Paralelamente, procuramos relacionar o nacional e o global com a realidade dos alunos e de sua comunidade tam- bém por meio de atividades. Acreditamos que esse tipo de trabalho ajuda a compreender, por exemplo, como processos de globalização interferem em nossas vidas e história, assim como auxiliam na criação de sentimentos de pertencimento e identidade entre pessoas de uma mesma região. Sempre que possível, o professor deve buscar nas aulas estabelecer esse tipo de relação, sobretudo com base na experiência co- tidiana do aluno, de modo a tornar o aprendizado mais pró- ximo de sua realidade24. O trabalho específico de articulação da história regional com cultura material e imaterial, por sua vez, foi desenvolvido de forma pontual na seção Patrimônio e diversidade25. Tendo como ponto de partida alguma questão pertinente ao capítulo, procuramos mostrar, por meio dessa seção, o legado cultural de diferentes povos ou grupos que participaram do processo de formação da nação brasileira. Acreditamos que, inspirado na estrutura dessa seção, o professor tem condições de desenvolver outros trabalhos que destaquem a cultura regional. A importância dessa articulação pode ser verificada no trecho das Orientações curriculares para o Ensino Médio de História a seguir: A constituição do patrimônio cultural diverso e múl- tiplo e sua importância para a formação de uma memó- ria social e nacional, sem exclusões e discriminações, são abordagens necessárias aos educandos. É necessário cha- mar a atenção dos alunos para os usos ideológicos a que a memória histórica está sujeita, que muitas vezes cons- tituem “lugares de memória”, estabelecidos pela socie- dade e pelos poderes constituídos, que escolhem o que deve ser preservado e relembrado e o que deve ser silen- ciado e “esquecido”. [...] A questão da memória ou da educação patrimonial associa-se à valorização da pluralidade cultural e ao ques- tionamento da construção do patrimônio cultural pelos órgãos públicos, que, historicamente, vêm alijando a me- mória de grupos sociais (como os escravos ou operários) daquilo que se concebe como memória nacional. [...] Em educação patrimonial enfatiza-se a impor- tância de a escola atuar para mapear e divulgar os bens culturais relacionados com o cotidiano dos di- versos grupos, mesmo aqueles bens que ainda não foram reconhecidos pelos poderes instituídos e pe- las culturas dominantes. Introduzir na sala de aula o debate sobre o significado de festas e monumen- tos comemorativos, de museus, arquivos e áreas pre- servadas permite a compreensão do papel da me- mória na vida da população, dos vínculos que cada geração estabelece com outras gerações, das raízes 20 Ver JANOTTI, Maria de Lourdes. Historiografia, uma questão regional? São Paulo no período republicano, um exemplo. In: SILVA, Marcos (Org.). República em migalhas: história regional e local. São Paulo: Marco Zero, 1990. p. 86. 21 Ver BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2004. p. 161-2. 22 Essa articulação encontra-se em toda a obra, mas é possível percebê-la, por exemplo, na abertura de diversos capítulos, nas quais procuramos focalizar vários aspectos regionais. Também nos desdobramentos de algumas temáticas, como, por exemplo, as chamadas Revoltas Emancipacionistas e Regenciais, procura- mos ir além dos casos clássicos, destacando realidades geralmente ausentes de nossas salas de aula. 23 Após os diagnósticos feitos por pesquisadores, como Janotti (Op. cit., nota 21), nas décadas de 1980 e 1990, começaram a surgir alguns núcleos de estudos de História Regional e Local em instituições do país, resultando em processo de renovação historiográfica. Alguns, como o da Universidade Estadual de Ponta Grossa, contam inclusive com uma revista eletrônica: <www.revistas.uepg.br/index.php?journal=rhr&page=index>. Acesso em: 28 jan. 2013. 24 Sobre a atividade Sua comunidade, ver explicações no item 3 (Organização da obra) deste Manual. 25 Sobre a seção Patrimônio e diversidade, ver explicações no item 3 (Organização da obra) deste Manual. HMOV_v1_PNLD2015_MP_273a376_alt.indd 279 10/23/13 12:50 PM 280 Manual do Professor culturais e históricas que caracterizam a sociedade hu- mana. Retirar os alunos da sala de aula e proporcionar- -lhes o contato ativo e crítico com ruas, praças, edifí- cios públicos, festas e outras manifestações imateriais da cultura constituem excelente oportunidade para o desenvolvimento de uma aprendizagem significativa e crítica de preservação e manutenção da memória26. A interdisciplinaridade e a experimentação Para que a educação garanta de fato o desenvolvimen- to das múltiplas dimensões do educando – cognitivas, sociais, políticas, afetivas, ética, etc. – é preciso também que o conhe- cimento seja trabalhado como múltiplo, como algo não compartimentalizado. Cada acontecimento, invenção, ideia, proposta política ou descoberta traz em si inúmeros interesses, informações, relações, e essas questões precisam ser evidencia- das e exploradas ao longo das aulas. Para ilustrar essa preposição vamos pensar no Renas- cimento iniciado no século XV (capítulo 26 do livro 1). Uma das maiores novidades da Arte do período foi a perspectiva, princípio pelo qual as pessoas e objetos passaram a ser apre- sentados em uma tela em suas posições e tamanhos propor- cionais a partir de uma observação fixa (ver boxe da página 214, livro 1). Essa inovação da Arte só foi possível graças ao desenvolvimento de conhecimentos variados como a Ma- temática,a Física, etc. Outras descobertas científicas (como na área da Medicina) também influenciaram a produção de obras de arte no período e vice-versa (página 211 e 213 do livro 1, especificamente). As reflexões sobre temas como a exclusão social da mu- lher e da população negra, o papel de movimentos sociais, a análise da cidadania e participação política em diferentes mo- mentos da História, entre outros, são ampliadas a partir da aná- lise de gráficos, tabelas, imagens e outros dados e ferramentas fornecidos por outros saberes e campos científicos. No diálogo entre História e Economia, por exemplo, podemos pensar: “é possível desassociar a pobreza e violência das teorias e práticas econômicas?” (ver capítulo 20 do volume 3). O que queremos destacar é que conhecimento é plural. Mesmo que determinado acontecimento ou fato pareça estar ligado a uma área específica – como a Física, a Matemática, a História, a Medicina, por exemplo –, o conhecimento é resulta- do de diversas fontes e interesses inter-relacionados. É por isso que não podemos trabalhar as disciplinas escolares de forma estanque. Como afirma a linguista Karen Currie “as disciplinas são fios entrelaçados do mesmo tecido”.27 Foi esse dinamismo do conhecimento que procuramos ressaltar ao longo de toda a coleção. Por meio de textos, boxes, atividades, imagens, procuramos evidenciar esse entrelaçamento dos saberes. Além de o próprio texto estar repleto de referências aos saberes de diversas áreas, existem algumas seções nas quais procuramos evidenciar de forma bem concreta como se dá a interdisciplinaridade. No mundo das letras, por exemplo, é uma seção que usa a Literatura para discutir aspectos variados das sociedades como mentalidades, inovações, fatos políticos e sociais, etc. Já a seção Olho vivo utiliza os diversos componentes presentes em uma obra de arte – como a técnica, saberes matemáticos, etc. – para ajudar a compreender determinado momento histórico. Fechando a unidade, por sua vez, faz uso de diferentes gêneros textuais – quadrinhos, poesia, artigos –, além de gráficos, tabelas, fo- tografias, pinturas para refletir sobre o passado e o presente. A seção de atividades Diálogos que aparece no interior de al- guns boxes também tem como finalidade evidenciar o “casa- mento” de diversas disciplinas. É também com o intuito de levar os alunos a perceberem na prática esse entrelaçamento entre o conhecimento que, ao longo da coleção, em diversos momentos, propomos ativida- des de experimentação como gravação de vídeo, elaboração de músicas, poesias, jornais, encenação teatral, pesquisa de opinião, entrevistas, etc. Como “aprender”? Tendo em vista a perspectiva de construção do conheci- mento histórico e a formação para a cidadania, procuramos delinear como os alunos poderão aprender e compreender fa- tos e processos históricos e, também, entender a realidade em que vivem. Sabemos que não existem receitas prontas ou infalí- veis, mas acreditamos que um bom começo seja estimular os alunos a utilizar os saberes que já têm, contribuindo para o resgate de sua autoestima pedagógica e social. É importante tratá-los como pessoas que detêm conhecimen- tos sobre muitos assuntos e questões e dar a eles a oportu- nidade de se expressar sobre esses conhecimentos, expondo suas opiniões e seus valores. Acreditamos também ser importante realizar um traba- lho no sentido de desenvolver a observação dos alunos em re- lação ao mundo em que vivem. Assim, eles poderão perceber que questões aparentemente simples de suas vidas ou de suas comunidades estão, muitas vezes, relacionadas com temas glo- bais. Ao fazer isso, eles poderão identificar as relações sociais ao seu redor e relacioná-las (ou não) com as do passado. Essa atitude lhes servirá como ponto de partida para a compreensão tanto do presente como do passado. Para concretizar essa possibilidade, oferecemos textos e discussões sobre importantes questões relacionadas ao passa- do e ao mundo contemporâneo, pois, como afirma o historia- dor Eric Hobsbawm, “ser membro da comunidade humana é situar-se com relação a seu passado”28. 26 Extraído de: Conhecimentos de História. In: Orientações curriculares para o Ensino Médio. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/book_volu- me_03_internet.pdf. p. 78-79>. Acesso em: 4 dez. 2012. Um panorama sobre a evolução do conceito “patrimônio cultural” e suas implicações pode ser encon- trado em: ORIÁ, Ricardo. Memória e ensino de História. In: BITTENCOURT, Circe (Org.). O saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2006. p. 128-148. 27 CURRIE, Karen. Meio Ambiente – Interdisciplinaridade na Prática. São Paulo: Papirus, 2007. 28 HOBSBAWM, Eric. Sobre História. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. p. 22. HMOV_v1_PNLD2015_MP_273a376_alt.indd 280 10/23/13 12:50 PM 281Manual do Professor Tão importante quanto oferecer aos alunos textos e in- formações, é encontrar estratégias que os tornem capazes de fazer uma leitura do passado e do presente e prepará-los para transpor esse conhecimento para novas situações. Para isso, acreditamos ser primordial o papel do(a) professor(a), profissional com formação em História e conhecedor(a) da realidade de seus alunos. Ele(a) deve desenvolver estratégias que sejam pertinentes e adequadas à sua realidade escolar. É ele(a) que “pode ensinar o aluno a adquirir as ferramen- tas de trabalho necessárias, o saber-fazer, o saber-fazer-bem, lançar os germes do histórico. Ele é o responsável por ensi- nar o aluno a captar e a valorizar a diversidade dos pontos de vista. Ao professor cabe ensinar o aluno a levantar problemas e a reintegrá-los num conjunto mais vasto de outros proble- mas, procurando transformar, em cada aula de história, te- mas em problemáticas”29. Para nós, o livro didático, assim como outros materiais e procedimentos, pode ser um importante apoio no trabalho do professor. Além de ser um depositário dos conteúdos his- tóricos organizados sistematicamente, ele também pode au- xiliá-lo na tarefa de desenvolver competências e habilidades essenciais para a formação dos alunos, como leitura e análi- se, retenção de informação, contextualização e interpretação de diversos tipos de fontes e testemunhos, tanto do passado quanto do presente, etc. Foi com base nessas premissas que elaboramos esta cole- ção. Buscamos oferecer textos e imagens de natureza diversa que possibilitem um trabalho consistente na compreensão da História e do presente. Entretanto, assim como no estudo de História não basta ao historiador ter evidências em mãos sem lhes fazer as perguntas corretas, não basta também colocar as informações e os documentos nas mãos dos alunos sem habi- litá-los a lê-los e interpretá-los. Atividades Além das estratégias utilizadas para trabalhar os concei- tos das unidades, diversas outras foram pensadas com o obje- tivo de serem facilitadores no processo de aprendizagem dos alunos. Nesse contexto desenvolvemos as propostas das ativi- dades desta coleção. Organizadas tanto pelo prisma cognitivo30 quanto pelo da formação básica de História, as atividades no inte- rior dos capítulos são de natureza e objetivos variados31. Na atividade Sua comunidade, por exemplo, buscamos relacionar a discussão do conceito da unidade ou do tema do capítulo à realidade local dos alunos. Sua opinião é outra ativi- dade que, além de requerer que os alunos se posicionem sobre valores, crenças, polêmicas, etc., ainda trabalha o desenvolvi- mento da habilidade de argumentação. Para os alunos compreenderem que as imagens permi- tem diversas leituras e não são apenas uma “ilustração” do texto ou uma “cópia fiel” dos acontecimentos, temos a seção Olho vivo. Por meio dela, contextualizamos imagens de natu- rezas variadas – pinturas, monumentos, construções, estampa- rias, mapas, frisos, etc. – e explicamos detalhes ou simbologias importantesde sua confecção. Se na seção Olho vivo mostramos aos alunos que o trabalho de leitura de imagens é factível e apaixonante, na seção Interpretando documentos são eles que colocam em prática os conhecimentos adquiridos, fazendo a leitura e a interpretação de imagens e outros documentos. É também nessa seção que os alunos comparam documentos de natu- rezas semelhantes (como dois escritos) ou de naturezas di- ferentes (como um escrito e uma imagem). O trabalho de leitura de documentos também possibilita aos alunos assi- milar e/ou reforçar as especificidades e conceitos próprios da História, como a de que um mesmo fato pode ter múlti- plas interpretações, a transitoriedade do conhecimento his- tórico, etc. Na seção No mundo das letras procuramos indicar, por meio da literatura, o quanto é possível relacionar e articular as diversas áreas do conhecimento32. Assim como as obras literá- rias, os filmes e documentários sugeridos são um importante recurso para obter o envolvimento dos alunos com a História e para trabalhar com áreas afins. Embora todos os livros e filmes indicados sejam pertinentes à faixa etária de alunos do Ensino Médio, é importante que o(a) professor(a), antes de referendar tais indicações, veja se elas são adequadas à realidade ou ao perfil de sua classe, região e escola. O trabalho de integração da História com outras áreas do conhecimento foi uma preocupação constante na elaboração da obra e pode ser percebido também nas atividades nomeadas Diálogos. Foi também nossa preocupação criar caminhos para au- xiliar o professor no desenvolvimento ou reforço de com- petências e habilidades dos alunos, como pesquisar, locali- zar informações no texto, organizar exposições, trabalhar a cultura material e imaterial, fazer leitura de mapas, etc. En- quanto algumas atividades foram elaboradas para serem re- solvidas individualmente, estimulando assim a capacidade de concentração e autonomia dos estudantes, outras têm como 29 SCHMIDT, Maria Auxiliadora. A formação do professor de História e o cotidiano da sala de aula. In: BITTENCOURT, Circe (Org.). O saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2006. p. 57. 30 De modo geral, a proposta cognitiva contida nas atividades desta coleção segue o caminho definido pela Matriz de Referência para o Enem 2012, a saber: le- var o aluno do Ensino Médio a 1) Dominar linguagens; 2) Compreender fenômenos; 3) Enfrentar situações-problema; 4) Construir argumentação; 5) Elaborar propostas. Ver Matriz de Referência para o Enem 2012 no final deste Manual. Disponível em: <http://migre.me/d4x51>. Acesso em: 4 dez. 2012. 31 Sobre as atividades, ver o item 3 (Organização da obra) deste Manual. 32 Conforme observa o historiador Rafael Ruiz, o modelo narrativo nos permite conhecer tanto o ponto de vista do narrador quanto uma abordagem compara- tiva. O narrador, pelo fato de narrar, posiciona-se a partir de um ponto de vista, que fica explícito na própria narrativa. Ver: RUIZ, Rafael. Literatura: novas for- mas de abordar o ensino de História. In: KARNAL, Leandro (Org.). História na sala de aula: conceitos, propostas e práticas. São Paulo: Contexto, 2008. p. 91. HMOV_v1_PNLD2015_MP_273a376_alt.indd 281 10/23/13 12:50 PM 282 Manual do Professor proposta a elaboração de respostas em grupo, escritas ou orais. Dessa maneira, os alunos não só poderão desen- volver a capacidade de argumentação e raciocínio, mas também serão estimulados a trocar ideias, debater e respeitar a opinião do outro33. Como avaliar No universo escolar, a avaliação é um poderoso instru- mento de diagnóstico do processo de aquisição do conheci- mento por parte do educando e da relação didática estabele- cida entre o professor e o aluno. Entendemos que a avaliação não se resume a provas nem pode ser vista como mero pro- cesso classificatório, com o intuito de identificar erros. Ao contrário, é um meio que permite ao professor avaliar o grau de amadurecimento intelectual e pedagógico dos alunos e os acertos e erros das estratégias didáticas uti- lizadas. Por essa razão, acreditamos ser primordial que os objetivos e critérios da avaliação sejam claros tanto para o professor quanto para os alunos. Considerando a organização da obra por unidades con- ceituais e nossa concepção de que o Ensino Médio deve con- tribuir efetivamente para a formação integral do aluno, apre- sentamos a seguir algumas propostas de avaliação contínua que podem servir como ponto de partida para que o profes- sor organize um sistema de avaliação adequado à realidade de sua classe. a) Avaliação no início da unidade: essa avaliação pode fornecer informações ao professor sobre o nível de conheci- mento dos alunos em relação ao conceito discutido naquela unidade. Sugerimos que, por meio da seção Começo de con- versa, o professor faça uma análise das aptidões, conhecimen- tos e interesses dos alunos, já tendo em mente os objetivos que pretende alcançar com o grupo. b) Avaliação no decorrer da unidade: possibilita principal- mente verificar o processo de aquisição de conhecimentos dos alunos, o desenvolvimento da capacidade de observar e inter- pretar criticamente a realidade, bem como a validação ou não das estratégias pedagógicas utilizadas pelo professor. Essa ava- liação pode ser feita cotidianamente por meio da verificação da participação e do empenho dos alunos em trabalhos indi- viduais ou coletivos, orais ou escritos, em pesquisas, debates, provas, etc. c) Avaliação ao final da unidade: tem como objetivos fa- zer um diagnóstico da capacidade que os alunos tiveram de assimilar os conhecimentos trabalhados ao longo da unidade, bem como de compreender o conceito estudado. No item Sugestões de avaliação/Atividades complemen- tares, apresentamos algumas sugestões pontuais de avaliação, como exposições, seminários, provas, etc. Organização da obra3 O quadro a seguir oferece uma visão da estrutura da obra com suas principais características. Estrutura da obra Componentes Unidade Abertura de unidade Texto de abertura Atividade Começo de conversa Capítulos Texto central e Seções de texto Abertura de capítulo Texto central Boxes gerais Passado presente Eu também posso participar* Olho vivo Diversidade e patrimônio** Enquanto isso... Sugestões de filmes Glossário Mundo virtual Atividades no interior de boxes e de seções Diálogos Sua comunidade Sua opinião De olho no mundo Atividades no final do capítulo Interpretando documentos No mundo das letras Organizando as ideias Hora de refletir Fechamento de unidade Atividade Fechando a unidade * Nos capítulos de história geral. ** Nos capítulos de história do Brasil (livros 2 e 3). Unidades conceituais Texto de abertura A ideia de pôr em prática um trabalho com conceitos pressupõe a valorização do conhecimento que os alunos possuem sobre a sociedade e sobre as relações sociais, econômicas, políticas, culturais e do cotidiano. Por meio 33 Em Orientações curriculares para o Ensino Médio encontram-se diversas propostas de estratégias que podem ser utilizadas pelo professor para levar o aluno a desenvolver habilidades próprias aos estudantes do Ensino Médio. Ver Conhecimentos de História. In: Orientações curriculares para o Ensino Médio. Disponí- vel em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/book_volume_03_internet.pdf. p. 80-84>. Acesso em: 4 dez. 2012. HMOV_v1_PNLD2015_MP_273a376_alt.indd 282 10/23/13 12:50 PM 283Manual do Professor da mobilização de seu conhecimento prévio para a interpreta- ção da realidade, mediada pela atuação do professor, espera- mos que os alunos alcancem um nível de conhecimento ade- quado em relação aos conceitos históricos abordados. Cabe observar que o texto de abertura não é um resu- mo dos assuntos que os alunos estudarão nos capítulos. As aberturas têm por finalidade potencializar questões que os educandos,de modo geral, conhecem, mas sobre as quais provavelmente não refletiram de forma sistemática ou numa perspectiva histórica. Antes de iniciar uma nova unidade, o professor pode fa- zer um levantamento dos assuntos recentes no cotidiano da comunidade, bem como dos grandes temas em discussão no Brasil e no mundo, apresentando aos alunos exemplos rela- cionados ao conceito trabalhado. Isso pode ser feito por meio de notícias divulgadas pela imprensa ou por meio de músicas, poemas, textos de pensadores, etc. É interessante incentivar os alunos a apresentar outros exemplos. O trabalho em torno de cada conceito pode ser feito também por meio de pes- quisas complementares, cujos resultados podem ser apresen- tados na forma de seminários, cartazes, peça de teatro, etc. Começo de conversa No trabalho de mostrar aos alunos que parte do assun- to discutido é de seu conhecimento, criamos, ao final de cada abertura de unidade, a seção Começo de conversa. Essa seção de atividades tem como objetivo trabalhar os saberes prévios dos alunos. Trata-se de um conjunto de questões que visa a sensibilizá-los para o conceito aborda- do, apoiando-se no conhecimento que eles já têm sobre o assunto34. Procuramos ver o “conhecimento prévio” como um repertório que faz parte da memória e inteligência de todos nós, independentemente da formação aca- dêmica, do grupo social ou econômico a que perten- cemos. Esses conhecimentos são adquiridos por meio da convivência familiar, do contato com amigos e grupos de convívio, de novelas, jornais, filmes, etc. Para não incorrer em perguntas que se resumam ao mero “você conhece ou já ouviu falar...”, buscamos situações do co- tidiano ou do mundo contemporâneo que ligassem a realidade dos alunos ao conceito trabalhado. Vale lembrar que as per- guntas elaboradas devem servir apenas de indicadores e, de acordo com a realidade da classe ou, por exemplo, das discus- sões do momento na mídia, o professor pode alterá-las. Por se tratar de um instrumento para verificar o conheci- mento prévio dos alunos sobre determinada situação ou deter- minado conceito, as respostas às perguntas dessa seção não devem ser encaradas sob o prisma do “certo ou errado”. Mas também por ter essa característica (de ser um avaliador do co- nhecimento do aluno), elas podem ser um valioso instrumento de avaliação dos alunos ao se comparar o conhecimento inicial que detinham com as respostas das atividades da seção Fe- chando a unidade que veremos a seguir. Fechando a unidade Ao término de cada unidade criamos a seção Fechando a unidade, na qual, por meio da leitura e interpretação de do- cumentos, propomos aos alunos emitir opiniões e elaborar de forma mais sistematizada suas ideias a respeito do conceito trabalhado, assim como ir além daquilo que foi discutido ini- cialmente. Desse modo, requer-se dos alunos que sintetizem, a partir de discussões centradas no presente, as principais ques- tões conceituais da unidade. Foi nossa preocupação oferecer nessa atividade docu- mentos com as mais variadas linguagens – letras de mú- sicas, textos teóricos, charges, histórias em quadrinhos, poe- mas, imagens, gráficos, mapas, artigos de jornais, trechos de romances, etc. –, para mostrar aos alunos que muitos tipos de meios e linguagens contêm registros de nossa realidade, pos- sibilitando sua leitura. Estrutura dos capítulos Aberturas Em geral, a abertura dos capítulos apoia-se em algum fato ou acontecimento contemporâneo e o relaciona com o conteúdo do capítulo. Seu objetivo principal é sensibilizar os alunos para o texto que irão ler em seguida. É possível subs- tituir o tema que apresentamos por outro que esteja presente na mídia ou no cotidiano local e, na sequência, vinculá-lo ao conteúdo do capítulo. Texto central Partindo do currículo básico de História exigido para o nível médio, procuramos elaborar um texto com linguagem fluente, clara e objetiva, cuidando para atender à capacida- de cognitiva da faixa etária dos alunos e para não incorrer na simplificação das ideias. E sempre que foi possível, procuramos mostrar como ocorre a construção do saber histórico. Boxes gerais Ainda que tenhamos nos preocupado em garantir o cur- rículo mínimo no texto central, os boxes são de extrema im- portância dentro da estrutura da obra, pois apresentam in- formações que complementam o texto central. Por isso, é fundamental que os alunos leiam atentamente seu conteúdo, extraindo as ideias principais apresentadas. Os boxes contêm textos tanto de nossa autoria como de historiadores, filósofos, literatos, artigos de revistas ou jornais, bem como outros documentos. É importante orientar os alu- nos para que percebam as diferenças entre essas variadas fon- tes, assim como observem sempre quais delas são fontes pri- márias e quais são secundárias. É recomendável ainda solicitar aos alunos que identifi- quem as ideias principais e anotem no caderno palavras ou expressões-chave para, em seguida, definir seus significados. 34 Ver, por exemplo, o texto de abertura e o Começo de conversa das unidades III, IV e V deste volume. HMOV_v1_PNLD2015_MP_273a376_alt.indd 283 10/23/13 12:50 PM 284 Manual do Professor Os boxes gerais dividem-se entre os que não são acom- panhados de créditos (com informações gerais) e aqueles nos quais trabalhamos informações retiradas pontualmente de do- cumentos, livros, teses, revistas, jornais, sites e outras fontes. Os créditos atribuídos a estes últimos podem ser de três naturezas diferentes: Extraído de: quando reproduzimos de forma ipsis li- teris textos de outros autores; Adaptado de: quando fazemos algumas alterações no texto de outros autores, de modo a tor- nar a linguagem adequada aos alunos; Fontes: quando os textos são de nossa autoria, mas elaborados a partir de obras específi- cas que nos serviram de referência. De modo geral, esses boxes foram criados para destacar alguma questão do texto central. Sempre que possível, convém reforçar essas diferenças de auto- ria para que os alunos habituem-se a observar preceitos básicos de leitura de texto, como o “quem fala” em cada documento. Passado Presente Essa seção tem como objetivo chamar a atenção para permanências e rupturas históricas em questões variadas suscitadas pelo texto central. Aparece em vários capítulos e aborda temas discutidos hoje, tais como: prós e contras de energias alternativas, como o etanol; debate sobre os transgê- nicos, entre outras questões do mundo contemporâneo. Eu também posso participar Hoje é inegável a ameaça que paira sobre a existência do planeta, provocada tanto pela questão ambiental quanto pe- los riscos decorrentes da convivência belicosa entre os povos. Diversas pesquisas revelam que essa situação tem se tornado cada vez mais um foco de preocupação da população mundial e brasileira35. Diante dos riscos à sobrevivência do ser humano, as- sim como do próprio planeta, os alunos têm manifestado de diversas formas certa apreensão, quer seja na sala de aula, quer seja em seu cotidiano. A tomada de consciência tem trazido em muitos o desejo de “fazer algo” para a preser- vação da vida no planeta e para melhorar as relações entre os seres humanos, o que revela a capacidade de perceber o quanto todos nós fazemos parte e podemos interferir no mundo em que vivemos. A seção Eu também posso participar nasceu justamente para reforçar a importância que cada um tem no proces- so global, ou seja, alertar a consciência cidadã dos alu- nos de modo a se perceberem como agentes históricos que têm condições, de diversas formas, de alterar a realidade que o cerca. Visto sob a perspectiva dos PCN, os temas dessa seção se adequam aos Temas Transversais. Sobre a relação Temas Transversais e sala de aula, justifica o historiador José Alves de Freitas Neto: Os temas transversais não devem ser vistos como opositores dos saberesconsiderados clássicos, mas ne- cessidades e questões do presente, de grande importân- cia, que não podem ser ignorados pelos educadores. Se o mundo, a família, os modelos mudaram, faz-se necessário uma nova prática escolar, que atualize e valorize a própria escola e os que nela estão. Considerar as questões trazidas pelas crianças e jovens dos ensinos fundamental e médio, como questões menores, significa reduzir suas preocupa- ções e sua própria existência. O mundo deles e o nosso têm questões que não são menores do que as apresenta- das em outras épocas por outros pensadores. São diferen- tes. Não permitir que os temas do cotidiano se façam pre- sentes em sala de aula em detrimento dos grandes feitos do passado é ignorar a angústia dos alunos e educar com o olho voltado para trás, com um saudosismo injustificado que significa dizer que as questões de outras gerações fo- ram mais importantes do que as da atualidade36. Amparados nessa perspectiva, procuramos historicizar diversos problemas do mundo contemporâneo, terminan- do sempre com propostas concretas de participação dos alunos no sentido de resolver ou minimizar aquele problema. Da invenção do papel pelas sociedades da Antiguidade, por exemplo, chega-se à importância da reciclagem do papel nos diais de hoje (ver capítulo 6 do livro 1). Economia de água, desperdício de alimentos, preservação de patrimônio público, intolerância e muitos outros temas são abordados ao longo de toda a coleção. O trabalho com esta seção deve levar o aluno a perce- ber que as imagens são resultado de seu tempo e estão, por- tanto, condicionadas à evolução técnica e científica das so- ciedades que as produziram (ver, por exemplo, a seção Olho vivo dos capítulos 3 e 20 deste volume). Na seção Olho vivo, procuramos mostrar, entre ou- tras coisas, o caráter ideológico da produção de obras imagéticas. Ao estudá-la, os alunos terão recursos para compreender como imagens aparentemente “neu- tras” podem transmitir valores, ideologias, conven- cer pessoas, consolidar estereótipos, etc.37 Finalmente, para que o trabalho de leitura e interpre- tação de imagens seja consolidado, é fundamental um exer- cício constante em sala de aula. Para isso, sugerimos alguns procedimentos específicos, como: • orientar os alunos a observar sempre a técnica empregada na produção do registro visual em questão; • pedir a eles uma descrição minuciosa da imagem, incenti- vando-os a observar detalhes como enquadramento, pon- to de vista, plano e outros que poderiam passar desperce- bidos em uma leitura menos atenta; • estimulá-los a fazer uma interpretação do objeto analisa- do, a considerar seu valor enquanto testemunho de uma época e a emitir comentários com sua impressão sobre ele. Olho vivo 35 Uma pesquisa realizada em 47 países em 2007 constatou que, em países como o Brasil, a preocupação da população com, por exemplo, o aquecimento glo- bal mais do que triplicou. Ver matéria Preocupação com clima cresce mais no Brasil que no mundo, diz estudo. Disponível em: <www.bbc.co.uk/portuguese/ reporterbbc/story/2007/06/070605_nielsenaquecimentoebc.shtml>. Acesso em: 4 dez. 2012. 36 FREITAS NETO, José Alves de. A transversalidade e a renovação no ensino de História. In: KARNAL, Leandro (Org.). História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Contexto, 2008. p. 64-65. 37 Ver, por exemplo, a seção Olho vivo dos capítulos 26 e 30, p. 216-217 e 256 deste volume. HMOV_v1_PNLD2015_MP_273a376_alt.indd 284 10/23/13 12:50 PM 285Manual do Professor Patrimônio e diversidade Nessa seção, que deve aparecer apenas nos volumes 2 e 3 desta coleção, mapeamos algumas das riquezas culturais dos estados brasileiros, buscando sempre ressaltar seu vínculo com o conteúdo histórico formal. Nossa intenção foi chamar a aten- ção do aluno para o fato de que muitas das construções arqui- tetônicas (cultura material) e práticas cotidianas encontradas no território brasileiro, como comida, dança, música, modos de produção de determinado artesanato ou artigo (cultura ima- terial), fazem parte da história nacional. Também buscamos dar ênfase principalmente às expe- riências sociais de grupos cuja cultura, ao longo da História, foi alijada do conceito de Patrimônio Cultural, como é o caso dos afrodescendentes, indígenas, mulheres pobres, sertane- jos, entre outros. ¡sso...Enquanto Seção que tem por objetivo trabalhar a simultaneidade. Os assuntos nela registrados em geral não se relacionam ao tema central do capítulo. Outra contribuição dessa seção é a possibilidade de abordar povos, processos, invenções e desco- bertas que geralmente são excluídos do cotidiano escolar, mas que nem por isso são menos importantes38. Longe de reduzir os temas e as questões abordados ao aspecto da “curiosidade”, essa seção proporciona ao professor instrumentos para trabalhar com os alunos o fato de não existir uma história linear e única para a humanidade. Filmes e livros Oferecemos, na forma de hipertexto, sugestões de fil- mes, romances e histórias em quadrinhos relacionados ao as- sunto abordado no respectivo capítulo. Optamos por colo- car essas indicações junto ao texto principal por acreditar que, dessa forma, os alunos se sentirão motivados a en- trar em contato com a “leitura de mundo” que outras áreas do saber fazem dos acontecimentos históricos. O cinema pode ser um importante instrumento para a compreensão de determinados eventos ou acontecimentos históricos. Entretanto, os alunos precisam ser frequentemente alertados a perceber que, por mais realistas que aparentem ser, os filmes constituem representações da realidade e, como tal, transmitem valores ideológicos, políticos, sociais e culturais de quem os produziu. Como afirma o historiador Marc Ferro, é necessário cau- tela ao analisar um filme: principalmente a narrativa, o cenário, o texto, as relações do filme com o que não é filme: o autor, a produção, o público, a crítica, o regime. Pode-se assim esperar compreender não somente a obra como também a realidade que representa39. Assim, é recomendável orientar os alunos a buscarem in- formações básicas sobre um filme antes de assistir a ele: quem é o diretor; se os personagens retratados são verídicos; se exis- tem críticas quanto à fidelidade historiográfica; se existem abordagens diferentes da que é apresentada pelo filme. Além disso, antes de assistir a algum dos filmes indicados nesta obra, é importante que o professor verifique se eles são adequados à realidade ou ao perfil de sua classe, região e escola. Se for fazer uma exibição, o professor pode orientar a sua turma a prestar atenção a determinadas passagens do fil- me que deseja ressaltar. Ao término da exibição é interessan- te propor aos alunos que emitam opiniões sobre a obra. Peça que comparem informações apresentadas pelo filme com seus conhecimentos. Dessa maneira, eles estarão aguçando a capa- cidade de olhar criticamente filmes de conteúdos históricos40. Mundo virtual: oferecemos nesta seção uma seleção de links para sites cujos conteúdos estão relacionados a algu- ma questão abordada no capítulo. Por meio dessas páginas é possível ampliar as informações encontradas no livro di- dático. Fizemos uma seleção criteriosa, tendo como prin- cipal preocupação sugerir ao aluno, preferencialmente, si- tes desenvolvidos por universidades, instituições públicas, organizações não governamentais, etc. Procuramos, sem- pre que possível, apresentar sites em língua portuguesa e cujos conteúdos sejam acessíveis aos alunos de Ensino Mé- dio. Porém, em alguns momentos, diante da qualidade do material encontrado, indicamos sites estrangeiros; quando isso acontece, informamos o idioma daquelas páginas. Sites cujos conteúdos são mais complexos encontram-se indica- dos no Manual do Professor, ao final dos procedimentos pe- dagógicos de cada capítulo. Sugerimosque o professor ava- lie a pertinência de apresentar estes sites para seus alunos. Atividades no interior dos boxes As atividades dos boxes podem ser feitas individualmen- te ou em grupo. Elas estão divididas em quatro categorias des- critas a seguir. • Sua comunidade Por meio dessa atividade, pretendemos valorizar a his- tória e a realidade da comunidade em que o aluno vive. Além disso, como explicamos anteriormente, essa proposta tem também por objetivo demonstrar ao aluno que muitos as- pectos da sua comunidade ou região estão diretamente rela- cionados a questões mais globais. Essa seção possibilita ao pro- fessor incentivar os alunos a desenvolver outras relações entre a história local e a nacional e/ou global (dimensão micro e di- mensão macro) ao longo do curso. • Sua opinião Nessa atividade, não se espera que os alunos forneçam uma “resposta correta”. O objetivo é valorizar o conheci- mento ou a opinião que ele tem sobre determinado as- 38 Ver, por exemplo, a seção Enquanto isso... dos capítulos 7, 12, 16, 17 e 19. 39 Citado em ROCHA, Antonio Penalves. O filme: um recurso didático no ensino de História? São Paulo: FDE. Diretoria Técnica, 1993. p. 17 (Série Lições com o cinema, no 2). 40 Sobre o uso da Literatura, ver o item No mundo das letras, na página seguinte. HMOV_v1_PNLD2015_MP_273a376_alt.indd 285 10/23/13 12:50 PM
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